I Dreamed A Dream Inside My Mind
Autora: Helena H.
Beta-Reader: Amy Moore




Em mais um dia entediante....

- Acorda! , acorda! O professor vai te pegar se continua dormindo desse jeito! – resmungou , sentada ao meu lado em mais uma palestra sobre comportamento humano com o professor mais chato DE TODA A FACE DA TERRA (pelo menos, a face que eu conheço) e que por acaso do destino também me odeia, olha que lindo!
- Ai, , eu não tô dormindo! Só estou concentrada de olhos fechados, é bem diferente! – Cara, como eu tava com sono, e pra piorar tem que aguentar esse filhote de cruz credo – codinome Mr. Von – falando de gente louca na minha frente nas próximas 5 horas.
D-E-L-I-C-I-A. Eu e fazemos faculdade de Psicologia, e ainda faltam mais 2 anos para terminá-la.
- Abram seus notebooks e abram na página 45 do pdf.
- De abrir a bunda da sua mulher você não está afim! - resmunguei baixo, levando um tapa de , que por acaso morria de amor pelo capiroto logo a frente.
- Não fala assim, ! Coitada! - disse , conseguindo me tirar do sério.
- Olha, , por que você não vai lamber a bunda dele e não me deixa quieta só por hoje, ok? E antes que pergunte, SIM, ESTOU DE TPM! - se deu por satisfeita quando soube que eu estava de TPM, mas eu não estava, e usava de desculpa para ofender os outros, como agora.
Abri meu notebook, abri o texto em pdf, mas também abri uma página do Word. Eu tenho o dom do sonho – acho que posso chamar desse jeito –, eu tenho a capacidade de sonhar com aquilo que eu vi antes de dormir, com aquilo que ficou na minha cabeça o dia inteiro, ou até mesmo ter o sonho mais de uma vez. Isso já aconteceu várias vezes, mas ultimamente estava começando a me preocupar. Eu estava tendo o mesmo sonho a 2 meses seguidos, em todas as noites. A mesma cena 61 dias seguidos, isso definitivamente deveria ser um recorde! Mas aquele sonho está na minha cabeça e eu preciso expô-lo de algum jeito, e então cá estou sentada no auditório, ouvindo a pessoa mais louca do universo falando sobre gente louca pelas próximas 5 horas, e tentarei descrevê-lo o melhor possível.

Um som familiar vai me despertando aos poucos. Estou deitada em uma king size recheada de travesseiros – oh, como eu adorava dormir assim – e vestindo a minha camisola favorita. Com a música ficando cada vez mais clara em meus ouvidos, meus olhos foram abrindo devagar me obrigando – falo como se fosse ruim – a olhar aquela paisagem linda, Los Angeles aos meus pés.
Eu estava em um quarto todo branco, bem grande, com janelas tão grandes quanto, que iam do teto até o chão. Na parede no fundo do quarto estava a king size onde eu me encontrava deitada. Ela estava numa posição que me permitia total visão das janelas. Nos dois lados da cama tinham duas portas, no lado esquerdo era o closet e o outro lado da cama era o banheiro.
A luz fraca que vinha do abajur que ficava encostado à cama ia fazendo com que eu me espreguiça-se aos poucos. Levantei devagar sentindo o ritmo calmo do piano me levar. Vesti meu robe de seda claro e saí do quarto em direção à escada que dava na sala, que tinha uma forma redonda, meio oval, e nela tinham mais 4 portas. Mas uma delas estava entreaberta, a última, e era de lá que vinha o lindo som de piano. Segui até ela, abri um pouco mais a porta para que não fizesse barulho e atrapalhasse a melodia. A sala parecia com o quarto que estava a pouco, com as mesmas janelas e todo branco. O piano era preto, e contrastava muito bem com as paredes calmas do lugar. Agora eu avistava a figura de um homem. Um homem que parece ser alto, de pele morena, mas nem tanto, de cabelos negros e lisos, ombros largos e costas definidas, encontrava-se sem camisa, descalço, e só vestia uma calça moletom cinza. Agora que eu estava mais perto eu reconhecia a música, era Bella’s Lullaby de Carter Burwell – aquela música do Crepúsculo, não julguem, eu a adoro. Me permiti encostar a cabeça no batente da porta e ficar ouvindo e seguindo as notas com os dedos no mesmo. Após a música acabar o tal moreno misterioso suspirou e disse:
- Eu adoro saber que você está aí, sempre está - disse ele, ainda de costas para mim, com uma voz gostosa, grossa, mas com ternura.
- Eu sempre vou estar aqui, lembra? Vou te ouvir tocando até o outro lado do mundo - ele riu abafado.
- Querida? – me chamou baixo.
- Hum? – respondi.
- Não vai vir sentar comigo? – perguntou, ainda de costas.
- Posso? – disse, sorrindo.
- E desde quando você precisa me perguntar isso? – disse, ainda de costas, mas podia sentir seu sorriso.
Me desgrudei do batente da porta e fui em direção ao moreno. Sentei de lado no banco do piano colocando a perna direita em seu colo e a esquerda por trás encostando em suas costas, ambas dobradas, e o abracei de lado encostando a cabeça em seu ombro.
E então o moreno começou a tocar de novo, eu ainda podia sentir seu sorriso. Ele começou a tocar Try a Little Tenderness, mas dessa vez ele também cantou. Que voz linda! Era doce, calma, no tom certo, eu estava maravilhada!
Como uma voz pode me deixar tão calma? Eu só conseguia fechar os olhos. Quando o moreno acabou a música ele percebeu que eu havia dormido, então me pegou no colo e me levou para o quarto em que eu estava antes cuidadosamente. Me depositou na cama, tirou meu robe e deitou ao meu lado, me dando um selinho e em seguida deitando de conchinha comigo e sussurra em meu ouvido:
- I love you, my princess,

E então eu acordo. E está sendo assim TODOS OS DIAS! Consegue sentir o tamanho da minha revolta? Mas o que deve ser isso? Será algum sinal de Deus? Tá, não exagere, . Após escrever o que vem me atormentando há 61 dias, resolvi voltar a dormir, mas só que a aula já estava no final. Eu fiquei 5 horas escrevendo, pensando e imaginando sobre um sonho maluco com um moreno gostoso. Ai, , você só pode estar ficando louca de vez.
Mais uma semana se passara e eu ainda estava tendo o mesmo sonho. Mas por um milagre de Deus, ontem eu não acordei na mesma parte, aquela igual as outras noites, em que o moreno me deita e diz que me ama, finalmente ela continuou! Eu resolvi esperar a palestra do cão, opa, Mr Von, para escrever a nova parte. Entrei no mesmo auditório da semana passada acompanhada de , que estranhou porque eu estava ansiosa para a aula do professor que eu mais odeio, mas nem falei nada, ela só lerá quando eu terminar. O ser desprezível entrou no auditório, colocou suas coisas em cima da mesa e logo disparou a falar mandando que nós pegássemos nossos notebook para abrirmos o tal texto me pdf.

{...}

Acordei na manhã seguinte, no mesmo quarto, com a mesma camisola, e novamente sozinha. Me espreguicei e virei para o outro lado dando de cara com aquela vista maravilhosa novamente. Mas tinha algo de diferente no ambiente, em cima do criado-mudo havia um bilhete, escrito peço tal moreno, que parece ser meu namorado ou coisa do tipo. Me sentei na cama, peguei o bilhete nas mãos e comecei a lê-lo.

Meu amor, eu prometo que será a última vez que acordará sem mim ao seu lado.
À partir de hoje à noite você será minha, somente minha.
Te Amo.

O bilhete me fez sorrir. Não sabia o que aconteceria à noite, o que me deixou um tanto curiosa, sou muito curiosa. No segundo seguinte, ouvi um barulho vindo do andar debaixo, da sala. Isso são risadas, pensei. Me levantei, coloquei meu robe e abri a porta. Quando o fiz fui recebida por vários gritos histéricos de mulheres que no momento eu não consegui identificar quem eram. Mas espere aí, eu realmente conheço cada rosto encontrado na sala abaixo, são minhas amigas. Entre elas estavam a minha melhor amiga, , , , Maria, Camila, Luise, Sarah, Stell, Bianca e Adrianne. As mulheres mais loucas e felizes que eu conheço estavam na sala gritando feito as loucas que realmente eram. Mas por que de tudo isso? Por que todo esse escândalo?
- Ladies, uma salva de palmas para a noiva! - gritou Stell.
E quase ao mesmo tempo dos berros eu comecei a descer a escada devagar dando tchauzinho de miss fazendo todas rirem. Espera um pouco, eu era a noiva. Eu vou me casar. AI MEU DEUS, EU VOU ME CASAR! Então é isso que acontecerá a noite, eu me casarei com o tal moreno. Depois da minha decida um tanto dramática pela escada fazendo poses e fingindo chorar de emoção, cheguei à sala e fui recebida por um mega abraço em grupo e mais gritinhos. Eu jurei que até o fim do dia ainda ficaria surda. A minha sala- acho que posso falar assim- estaria vazia se não fosse pelo único móvel no recinto, o raque com a televisão mais gigante que já vi na vida.
- O que vocês fizeram na minha sala? – perguntei.
- A gente vai precisar de espaço, minha querida - uma voz diferente falou, e em seguida uma senhora de cabelos grisalhos e lindos e olhos verdes entrou em meu campo de visão
- Elizabeth! Que bom ver a senhora por aqui – fui até seu encontro e depositei um beijo em sua bochecha – Ladies, essa é a Dona Elizabeth, minha sogra- apresentei a tal Dona Eliza a todas que a cumprimentaram com “oi” e sorrisos que foram retribuídos do mesmo jeito. Nossa, minha sogra era linda, com uma cara de rica- se é que isso existe- que dava até medo, mas ao mesmo tempo era um doce. De pele branca, olhos verdes, cabelos lisos, sedosos e grisalhos, um pouco mais baixa que eu, simplesmente adorável
- Minha querida, sua mãe mandou dizer que já está a caminho, e seu pai e John foram acompanhar o noivo. - Assenti com a cabeça. - E eu resolvi o que te darei de presente de casamento, acho que suas amigas vão adorar- terminou dando uma piscadela para mim, que sorri um tanto curiosa. Ah, curiosidade, ela nunca me deixa em paz, me ama demais sabe?
Assim que Elizabeth terminou de falar ela deu um estalar de dedos e o meu apartamento começou a ser invadido por um pessoal vestido de branco, carregando maletas, cadeiras, mesas, muitas coisas. Já entendi, hoje seria um BeautyDay, dentro da minha própria casa – Chupa socialytes ricas e mesquinhas. Só faltou as meninas terem um treco, como mulher adora se “emperequetar”. Nossa, , não tinha outra palavra deste século para usar? Pelo amor de Deus!
Assim que instalados os profissionais começaram a nos arrumar. Eu particularmente não curto uma massagem, mas que as mãos dessa japonesa me fizeram mudar de ideia, a fizeram! Foi hidratação, massagens, unhas, esfoliação, tudo que tinha direito, eu acho que vou casar com a minha sogra. Minha mãe já tinha chegado no meio de todo aquele vuco-vuco. Ficamos a tarde inteira nos arrumando, até que chegou a gora de colocar o vestido, que também foi um presente, mas este de minha mãe. Eu não o tinha visto ainda, então estava morrendo de curiosidade. Minha mãe pegou o cabide embrulhado por um plástico preto com um ziper. Ela sentou a meu lado e começou a dizer:
- Uma apresentadora loira, muito famosa dos Estados Unidos, que você meio que ADORA, estava arrecadando objetos, roupas, várias coisas de amigos para leiloar e depois pegar o dinheiro arrecadado para ajudar uma instituição de caridade- só eu sinto que é a Ellen Degeneres?- Este vestido era um dos objetos que estavam em Leilão, e tive a certeza que se você se casasse com ele, seria um casamento bem mais feliz.
- Mãe, por todo o amor que você tem por mim, mostra logo esse vestido! - fiz todas a nossa volta rirem com a minha ansiedade. Minha mãe se levantou com o cabide em mãos, o pendurou, olhou para mim e começou a abri-lo com a ajuda de , que estava na frente do vestido tampando a minha visão. Assim que ela viu o vestido soltou um berro e cochichou para a minha mãe, e a mesma assentiu, () se virou pra mim e sussurrou: “PUTA QUE PARIU! GATA, SE PREPARA, VOCÊ VAI SURTAR!” Tá, agora eu estava muito nervosa, que vestido era aquele, Senhor? Minha mãe tirou o vestido do plástico e virou para mim. Fiquei sem reação por 5 minutos ou mais, não sabia se chorava, se gritava, se esperneava, se tinha uma parada cardíaca, não sabia mais de nada! O vestido era o mesmo vestido que a Beyoncé usou no vídeo.
“Best thing i never had, e sim, sou muito fã de Beyoncé, tipo, muito mesmo. A única coisa que consegui fazer foi abraçar a minha mãe, chorar e sussurrar tanto “Obrigada” que eu acho que falei até em outras línguas. Fui colocar o vestido, que ouve umas pequenas alterações para entrar em mim, porque tipo assim, NÃO SOU UMA BEYONCÉ, sabe? Entrei no banheiro para me vestir com a ajuda da minha mãe e . Quando terminei de vesti-lo e me olhei no espelho, mais lágrimas correram sobre o meu rosto e nos rostos de e minha mãe. Estava perfeito, extremamente perfeito. O dourado do vestido contrastando com as californianas do meu cabelo que caiam em ondas grossas sobre meus ombros, e o branco com o véu que estava preso junto com metade de meu cabelo, perfeito. Quando saí do banheiro e apareci com o vestido para todas as meninas elas começaram a gritar novamente- eu tô falando, ainda vou acabar ficando surda!
Minha sogra adorou o vestido, e foi dar um abraço em minha mãe pela bela escolha, fiquei feliz ao saber que elas se davam tão bem. Depois de todas se trocarem e tirarmos muitas fotos - muuuuuuuuuitas fotos -, descemos para entrarmos nos carros e seguirmos para o salão. Descobri que iria de Limousine, ideia de meu marido, adorei! Na limo comigo foram minha mãe, Elizabeth, , e . Chegamos no salão 15 minutos depois, e não, eu não me casaria numa igreja, porque eu sou cristã, então alugamos dois salões, um para cerimônia e outro para a festa, ambos ficavam do lado do outro. Desci do carro com a ajuda de meu pai e recebendo um sorriso de um homem, que suponho ser meu sogro, que era tão bonito quanto Elizabeth, cabelos lisos e grisalhos, olhos azuis, alto, e simplesmente simpático. Com meu braço apoiado nos do meu pai, e com as pernas mais bambas do que nunca eu parei na porta da frente do salão, respirei fundo, e dei o sinal para o segurança abrir a porta. Mas uma coisa estranha aconteceu, meu pai deu um beijo em minha mão e saiu andando na frente, eu olhei para um homem fiz sinal com a cabeça e Crazy in Love começou a tocar, e eu comecei a “divar” no salão, sendo seguidas pelas madrinhas. Sim ladies and gentleman, eu entrei no meu casamento dançando Beyoncé! Só em sonho mesmo! Começamos a dançar e todos começaram a bater palmas, eu não conseguia ver o rosto do meu marido, porque pra variar estava todo manchado e não conseguia vê-lo, em todas as vezes, em todos os sonhos iguais, eu nunca via seu rosto. Que mulher casa com um cara que nem o rosto consegue ver? Vamos deixar essa parte em off. Eu sabia que ele estava sorrindo de tudo aquilo. Eu estava quase lá na frente e o moreno me puxou pela mão, me girou e depois me fez cair em seus braços no final da música, na contagem certa, o que gerou uma grande salva de palmas. Depois de nos ajeitarmos e eu estava a ponto de gritar de felicidade por tudo estar dando certo, mas meu marido se aproximou do meu ouvido e disse:
- Princesa, eu te conheço. Mas por favor se controla, não sai gritando e pulando de felicidade, ok? Eu sei que tá tudo dando certo, mas pelo amor de Deus, , não grita! - terminou com um riso frouxo, e eu o acompanhei. Wow, ele realmente me conhecia!
A cerimônia começou e seguiu normalmente, eu chorei igual a um bebê, o que já era de se esperar, principalmente com a declaração que ele deu em seus votos. Nossas mães choraram, assim como todas as minhas madrinhas e quase todas as pessoas naquele salão todo dourado. A cerimônia acabou demos um beijo um tanto apaixonado e fomos para o salão de festas comemorar. Depois de todos se acertarem em suas mesas estava na hora da nossa primeira dança. Como é o MEU casamento não foi uma dança qualquer, foi um remix feito por , e muito divertido e coreografado por sinal. Fizemos uma pequena retrospectiva musical e no final as madrinhas e os padrinho se juntaram á nós. Dançamos Show das Poderosas, Souja Boy e vários outros.
Chegou uma parte que começou a tocar Single Ladies, as madrinhas começaram a dançar e eu parei cruzei os braços e comecei a bater os pés, porque não posso mais dançar uma música que diz “Todas as solteiras”, PORQUE AGORA SOU UMA MOÇA CASADA, o que fez meu marido cair na gargalhada. Depois da valsa todos começaram a dançar, a comer, e eu e o moreno fomos cumprimentar a todos, mesa por mesa, oooooooooh, coisa divertida! Meu pai tinha feito o brinde assim como Scott o melhor amigo do moreno e , chorei mais se é que é possivel. Estavam todos se divertindo muito, até que o moreno subiu no pequeno palco onde a banda estava tocando, pegou o microfone e começou a dizer, ou melhor gritar:
- FALA, PESSOAAAAL! TÁ TODO MUNDO SE DIVERTINDO AÍ? - e todos gritaram um SIM. - Então, eu queria pedir permissão de vocês pra fazer uma coisa, tudo bem? – E novamente todos gritaram um SIM, ele olhou para mim e continuou. - Amor, eu te amo mais que tudo, e eu tenho uma surpresa pra você! GUYS, vamos nessa! - E então os padrinhos foram de encontro do meu marido e pediram para que suas namoradas – que por acaso eram as madrinhas – para sentarem perto de mim para assistirmos todas juntas, olhei para o meu marido um tanto confusa, e ele só riu. Todos tiram os ternos e ficaram só de coletes e gravatas, como eu amo esse visual, me lembra o Justin Timberlake, só faltava o chapéu. E parece que ele ouviu meus pensamentos e colocou um chapéu e Sexy Back do JT começou a tocar. Filho da mãe! Só um pequeno detalhe: eu estou 2 semanas e meia sem fazer nada, sexualmente falando, NADA! E ele me vem e começa a dançar A MUSICA, vestido DAQUELE JEITO, e eu não posso fazer NADA, vê se não mata uma pessoa dessa! Eu só conseguia olhá-lo, desejá-lo e sussurrar “Eu vô mata você, eu juro que eu vou!” e ele só ria de mim e me seduzia cada vez mais cantando pra mim! Depois de quase me matar com a tal performance ele me levantou pra dançar. Dançamos muito, e descobri que escolhi meu marido muito bem. Homens que dançam: PIRO MUITO. Depois de dançar, tirar muitas fotos, comer o bolo, dançar mais um pouco e tirar mais fotos, nos arrumamos para ir embora.
Iríamos direto para a Lua de Mel, que eu não sabia para onde iríamos. Para vocês terem uma noção eu nem tinha arrumado minha mala, foram e . Isso mesmo, meu lindo marido moreno falou para todo mundo para onde me levaria, menos para mim! Se eu estava quase morrendo de curiosidade? Que isso, IMAGINEM! Troquei meu vestido da Beyoncé por um curto de cor champanhe, blazer preto e sandálias pretas e o moreno estava de camisa azul marinho escura blazer azul claro, calça branca e sapato marrom, definitivamente gato. Na saída do salão tinha se formado um corredor de pessoas que que começaram a jogar, não arroz, mas algo parecido com purpurina dourada, mas era um pouco mais grosso e não grudava na pele mas com a mesma suavidade.
Entramos no carro e acenamos a todos. Seguimos para o aeroporto e ele ainda não tinha me dito para onde estava me levando.
- Amorzinhooo? - cantarolei chegando mais próximo dele que riu mas não me respondeu. – Mozãããããão? - ele riu mais um pouco e eu fui chegando mais perto. - Sabia que você é lindo? - ele riu e eu fui distribuindo beijos por seu rosto. - Sabia que eu te amo muito, muito, muito? - ele riu mais mas ainda não disse nada. - Como você é lindo e eu te amo muito, você podia ficar mais lindo ainda me contando pra onde a gente está indo, não acha? – disse, sentando em seu colo com as pernas em volta de seu corpo.
- Você acha, amor? – assenti, sorridente. - Mas é uma pena, porque eu não vou contar! – disse, sorrindo.
- Sem graça – disse, me sentando do outro lado do banco. - Sabe que eu odeio que me escondam as coisas, e odeio mais ainda ficar curiosa e tu ainda faz isso! Você não é de Deus! – terminei, cruzando o braço e as pernas e o moreno gargalhou.
- Você não é de Deus, essa foi boa! – disse, em meio às gargalhadas. - Mas eu te prometo que você vai amar o lugar! É todo verde, muita árvore, muitos bichos, borboletas.
- SE VOCÊ ME LEVAR PRO MEIO DO MATO COM BORBOLETAS EU JURO QUE EU CORTO ESSE SEU AMIGUINHO FORA, LENTAMENTE E DOLOROSAMENTE COM VOCÊ ACORDADO! - me exaltei apontando para seu membro. Eu tenho pavor de borboletas, não, você não entendeu, eu tenho FOBIA de borboleta, e odeio mato e bichos, e ele sabe disso. Ele riu ainda mais, e me abraçou por trás e me deu beijinhos perto da orelha.
No caminho inteiro até o aeroporto eu fui tentando suborná-lo a me contar, até tentar roubar a passagem para olhar eu tentei, mas de nada adiantou. Entramos, fizemos o check in e fomos esperar o nosso voo. Quando a mulher anunciar o voo eu vou saber para onde estamos indo, HÁ, finalmente! Um voo fora anunciado, e logo em seguida outro e assim foram mais 3 voos anunciados um depois do outro e então o moreno levantou e me estendeu a mão avisando que era nossa hora. FILHA DA MÃE DONA DAQUELA VOZ! Nem pra falar com calma ou sei lá, mas não a corna falou vários seguidos um do outro e eu não consegui me identificar. Que raiva. Fomos até o portão e entramos no avião, tentei ver a passagem de novo mas não consegui. Assim que sentei o moreno foi colocar nossas malas no recipiente logo em cima das cadeiras e eu vi uma senhora e um homem sentados a meu lado. Era um voo de madrugada então não tinham muitas pessoas, então resolvi perguntar a senhora para onde estávamos indo.
- Com licença - acenei para a senhora, sussurrando. - A senhora poderia me informar para aonde estamos indo?
E então a senhora começou a gesticular pra mim sem dizer nada. A cada segundo que passava ela gesticulava mais e eu não entendia nada, até que o homem ao seu lado voltou a se sentar, viu o que ela estava fazendo e se voltou para mim.
- Desculpe por minha mãe, ela é surda-muda - disse o homem, sorrindo, tímido e o moreno voltou a se sentar ao meu lado.
INACREDITÁVEL! A única pessoa que poderia ter me ajudado, a única que eu poderia falar nos “migués”, era surda-muda. Inacreditável. Deus, porque comigo? Eu abaixei minha cabeça e coloquei-a entre as mãos e comecei a rir de mim mesma. O moreno se aproximou de mim e perguntou se estava tudo bem.
- Tenho certeza que você aprontou essa! Certeza! – disse, ainda rindo.
- O quê amor? – disse, segurando o riso.
- Você que colocou aquela senhora ali não foi? Só pra mim perguntar a ela, e ela ser surda-muda!
- Ela é surda-muda? - o moreno perguntou e riu. - Eu juro que não fui eu, mas essa foi genial! Valeu, senhor Deus! – disse, levantando os braços.
- Você literalmente não é de Deus amor! Não pode ser!
O avião levantou voo e como de costume me deu aquele leve enjoo mas eu já estava acostumada. O moreno foi tentando me dispersar a viagem inteira, mas no fim acabei preferindo ir dormir, acordaria quando chegássemos e a mulher que recepciona todos diria “Sejam bem-vindos à” e diria o nome da cidade/país em que tínhamos viajado. E então eu dormi, calmamente, apoiada em meu marido e recebendo cafuné do mesmo.
Fui acordada por barulhos de carros e buzinas. Abri meus olhos levemente e me encontrei encostada no moreno que olhava para a janela, estávamos em um carro, e ele estava andando. Me espreguicei e fui levantando levemente. O moreno me deu um beijo de bom dia e me explicou o que estava acontecendo.
- Amor, você sabe que você não dorme, você praticamente entra em coma, quase morre! E quando nós chegamos aqui você não queria acordar por nada, até agua eu joguei em você e nada. Então eu fui obrigada a te trazer no colo até o taxi
- Porra, ! Nem acordar você consegue! – disse, me dando um tapa leve na testa que fez o moreno rir.
Depois de uns 10 minutos chegamos ao hotel. Ele era lindo e gigante. Todo branco com detalhes em marfim e com a aparência muito luxuosa. Nos aproximamos do balcão e o moreno pediu a chave do nosso quarto. A mulher que nos atendeu era branca de cabelos negros e olhos azuis claríssimos e falava em inglês. Nem pra ela me ajudar com outra língua ou um sotaque, mas nada, ela falava um inglês perfeito, vadia. Caminhamos até o nosso quarto porquê o hotel não tinha andares, era tudo térreo. Abri a porta do quarto e deixei minha boca cair, o quarto era gigante. Era todo arejado com várias janelas e tudo com o mesmos tons que a recepção. O quarto não tinha divisórias era tudo amplo e aberto. O quarto ficava junto da sala e da cozinha. No lado esquerdo tinha uma porta que eu suponho ser o banheiro, na frente tem duas portas gigantescas daquelas que se abre para os dois lados. Soltei minha mala no chão e fui direto abrir uma das portas, mas antes de eu alcançar a maçaneta o moreno colocou as mãos em meus olhos
- Tá pronta? – assenti e senti um vento gostoso bater em meu corpo e depois o moreno me fez andar para a frente. - Bem-vinda ao Caribe, princesa - disse e destampou os meu olhos e vi a melhor vista de todos os tempos. Estava numa sacada com uma pequena portinha no canto direto para separar o quarto da areia da praia mais linda a minha frente, de areia branca e água cristalina, aquilo era perfeito, muito perfeito. Me virei para o moreno e só conseguia sorrir, dei um beijo nele, o mais apaixonado que consegui.
- Vamos trocar de roupa e cair naquele mar? - Acho que fiz a cara mais idiotamente feliz, então ele puxou minha mão e abrimos as malas.
Demos um mergulho, brincamos, nos beijamos, nos divertimos muito no mar. O moreno pegou a câmera e começou a tirar fotos minhas com o mar de fundo, e eu fazia várias poses, me sentindo uma modelo num comercial de protetor solar. Depois ficamos sentados na areia nos beijando. Eu amava aquele homem, eu podia sentir a felicidade que ele me dava, o carinho que ele me proporcionava e o amor que ele tinha por mim. Eu realmente era feliz ao seu lado. O moreno se levantou e foi dar outro mergulho, mas nessa hora o Sol já estava se pondo e encostava no mar, e eu não consegui parar de olhar para aquele pôr-do-Sol, era muito lindo.
Quando a imagem se abriu novamente e eu olhei para o mar eu vi o moreno correndo atrás de um menininho pequeno que não conseguia parar de rir. Ele era lindo, tinha a pele morena, cabelos castanhos e encaracoladinhos, olhos verdes, boca fina e rosada, ele era a criança mais linda que eu já tinha visto. Quando ele me viu veio correndo em minha direção, eu me levantei e fui até ele.
- Mamãe, o papai quer me pegar! O papai quer me pegar! - ele gritava e ria ao mesmo tempo com o moreno atrás de si.
- Vem, filho, corre! – disse, puxando o menininho para o meu colo, o moreno logo se aproximou e começou a fazer cócegas no menininho que tinha a risada mais gostosa e me pediu para ir ao chão. O moreno olhou para mim e me deu um selinho.
- Eu te amo - ele sussurrou com os lábios bem próximos ao meus.
- Eu te amo - sussurrei de volta e então ele saiu correndo atrás do menino gritando “Théo”, prolongando a palavra, que eu suponho ser seu nome.
Eu os observava com um sorriso no rosto, aquela era a minha família, aquele era o meu filho, aquele era o meu marido, eles eram meus meninos, meus. Eu só consegui pensar no tamanho da minha felicidade naquele momento quando uma garotinha abraçou minha perna direita, olhei para ela mas não conseguia ver seu rosto, eles estavam igual ao moreno, todo embaçado, mas eu conseguia ver seus olhos verdes e cabelos encaracoladinhos igual aos de Théo mais ia até os ombros, devi ter quase 2 aninhos e Théo uns 4. Peguei-a no colo e dei um beijo em sua bochecha.
- Vamos lá pegar o Théo? - disse a ela.
- Teté, Teté - ela dizia e fomos correndo em direção aos meninos.
Nós corríamos na praia como quatro loucos e riamos mais que tudo. O moreno, Théo e a menininha, que se chamava Melannie e eu, as pessoas mais felizes que se podia ver. Continuávamos correndo até que todos caímos no chão rindo mais ainda. Deitamos na areia e ficamos olhando para o céu que já se podia ver estrelas. As crianças apontavam as estrelas, enquanto eu virava para o lado e olhava para o moreno, que estava olhando para mim
- Obrigado - disse ele.
- Pelo o quê? – perguntei.
- Por me fazer o homem mais feliz do mundo - sorri e em seguida o beijei.
- Eu te amo - sussurrei com os lábio próximos aos dele.
- Eu também te amo - ele sussurrou de volta e nos beijamos novamente.

E assim eu acordei com a continuação do sonho. Finalmente. É um sonho muito lindo. Mas tem uma coisa que me incomoda profundamente: eu quero ver o rosto do moreno! Cara, a gente mora junto, ele toca piano, a gente casa, ele dança Timberlake pra mim, me leva pro Caribe, me dá dois filhos e eu não vejo o rosto dele! É muita sacanagem.
A aula finalmente acabou e nós fomos embora para casa. Eu morava junto com Clara num apartamento simples, mas porém grande. Já tinha acabado de digitar todo o sonho no notebook e estava pronta para mostrar a que estava me enchendo o saco para ler. Ficou um bom tempo sentada no sofá lendo, depois que o fez só faltou ela chorar, ela me abraçou, gritou e disse que era lindo poderia virar um filme de muito sucesso. Ai, ai, eu bem que gostaria. Mas ela também não se conformou de eu não ver o rosto dele. Ela me entende!
Mais tarde estávamos com fome e resolvemos ir ao mercado comprar algo para comer. Sabe aquelas pessoas que dizem que vão no mercado pra comprar só uma coisa e acaba comprando o mercado todo? Prazer, . Nessa altura o nosso carinho estava lotado de coisas. me pediu para ir pegar achocolatado enquanto ia pra fila do caixa. E então fui eu a procura do achocolatado - achocolatado é o caramba, é Nescau mesmo. Depois de uma boa volta achei o corredor do Nescau, peguei e fui voltar correndo para o caixa quando escorreguei no chão molhado e caí feio no chão, até tentei me segurar mas acabei puxando alguém junto comigo. Que lindo, , pagando mico de novo. Tinha batido minha cabeça no chão e fez um barulho alto, que preocupou a pessoa que eu puxei e caiu sobre mim. Ele me ajudou a levantar, e olhei para ele para agradecer. Ele era lindo, tinha olhos verdes, era alto, de ombros largos, pele morena, cabelos pretos e lisos, com um sorriso lindo. Quando nossos olhos se encontraram eu me senti estranha, acho que tive um Deja-vu. Ai, meu Deus. Todo o sonho que eu havia tendo passou diante dos meus olhos, mas com um detalhe, o tal moreno agora tinha rosto, é isso, ele tinha rosto, o mesmo rosto do homem que estava na minha frente. Ai, meu Deus, era ele, ele era o moreno, ele realmente existe, eu não tô ficando louca, ou nem tanto, mas ele está aqui, na minha frente, olhando para mim, e ele é lindo. Quando fui notar eu olhava o garoto a minha frente do mesmo jeito que ele me olhava, parecia que não tinha nada a nossa volta, somente nós e o flashbacks.
- Olha, me desculpa - disse ele, cortando o silêncio entre nós, mas ainda segurava a minha mão. - Eu sei que isso pode soar estranho, ou MUITO estranho mas... mas é que... eu...
- Eu já sonhei com você - eu o interrompi.
- Sério? - me perguntou, curioso e um tanto surpreso, e eu assenti. - Isso é estranho, porque... - Ele fez uma pausa. - Eu também já sonhei com você! - E um silêncio estranho pairou sobre nós.
- Hum... Prazer, - disse, um tanto envergonhada.
- Prazer, - disse, sorrindo e balançamos nossas mãos ainda grudadas.


E o resto dessa história você já sabe!



Nota da Beta: Erros? Avise por email ou Facebook. Contato com a autora? Através de email. Obrigada. Xx, Amy Moore.


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