Vou contar uma história pra você. É, isso começa diferente e tem um fim mais diferente ainda. Mas acho que vale a pena acompanhar. Vamos ver. Vou contar.
Uns 2 anos antes de tudo acontecer, eu havia o visto. Eu estava saindo com um cara chato demais, coisa que eu não percebia na época, e acabamos indo para o apartamento de um amigo dele. Amigo este que eu não conhecia pessoalmente e sabia apenas o nome, já que meu querido acompanhante parecia adorar contar as histórias desse garoto. Seu nome é .
Quando o vi eu senti, no fundo do meu ser, que aquele cara ali não valia nada. Foi um sentimento estranho que me impelia a ficar longe dele. O mais longe possível. Eu o detestei, para ser honesta.
Por um longo tempo eu não o vi. Por pelo menos dois anos após aquela noite estranha em que o conheci e quis manter o máximo de distância dele, eu não o vi. Quando falavam dele, eu fazia questão de mostrar o meu desagrado à simples menção do nome dele. Eu havia criado uma antipatia com ele que era impossível de explicar, já que ele não tinha feito nada para que eu me sentisse assim. Ele apenas existia e respirava e isso já me parecia motivo suficiente para não gostar dele.
Eu sempre evitei lugares que ele pudesse estar, eu queria apenas viver em paz sem precisar olhar a cara daquele garoto idiota.
Mas o destino e a vida sempre se unem contra as minhas vontades e me provam que eles fazem as coisas certas. Ou não.
Uma noite qualquer, eu estava no bar com minhas amigas, rindo e bebendo ao som do bom e velho rock quando avistei, entre as muitas pessoas ali, um antigo amigo meu. Como eu não o via há muito tempo, decidi cumprimentá-lo. Pedi licença às minhas amigas e fui até ele para conversar. Nos abraçamos e começamos a conversar quando eu vi que um outro garoto parou ao lado dele. Claro, o próprio , com uma camiseta branca com manchas vermelhas que me pareceram sangue, uma mochila nas costas com um par de patins pendurados. Ele era a imagem da encrenca, e eu senti meu rosto se contorcer em desgosto. Eu não poderia ignorar ele assim. Minha educação sempre foi algo de que me orgulhei.
- Oi, . - Mas eu também não precisava fingir que gostava dele, certo? Foi apenas um oi, de longe e com uma cara que claramente dizia que não passaria disso.
Mas ele, com toda sua prepotência e ignorando solenemente a mensagem que minha expressão passava, começou a puxar uma conversa qualquer comigo e com o nosso amigo.
Eu estava tentada a ignorá-lo, virar as costas e voltar a companhia das minhas amigas, mas as garotas ja estavam proximas a nós, e acabaram entrando na conversa. "Merda!", pensei, então eu não tinha saída, teria que ficar ali e aturar aquele garoto mimado e prepotente pelo tempo em que as garotas quisessem.
Eu emburrei, fechei a cara mesmo, ninguém iria me obrigar a ficar distribuindo sorrisinhos para . Mas eles estavam rindo tanto juntos, ele parecia ser tão divertido. Então, mesmo que aquele sentimento de que eu deveria manter o máximo de distância possível dele, eu me aproximei. Deixei-me envolver na conversa deles e, logo, eu estava rindo e conversando com todos, incluindo .
Depois de muitas cervejas, fotos e risos a noite chegou ao fim e quando eu entrei no carro, a caminho de casa, eu pensei "Bem, ele não é tão idiota quanto parece. Quem sabe eu consiga suportar ele às vezes!"
Os dias passaram depois daquela noite e eu nem se quer me lembrava dele. Não perdi um segundo sequer de meus pensamentos com ele. Eu estava em uma época absolutamente estressante na minha vida e não tinha tempo para me distrair com pessoas sem importância.
Até que o destino achou que era demais a minha ignorância a ele e o jogou no meu caminho mais uma vez.
Eu estava esperando para atravessar a rua, impaciente e sempre com pressa, olhando para os lados com essa minha mania de desconfiança e vi um garoto de chapéu do meu lado, e meu cérebro me disse que parecia alguém que eu conhecia. Olhei novamente. Pensei que ele se parecia com , mas havia algo diferente.
Enfim eu fui pega em flagrante. Ele olhou pra mim enquanto eu olhava pra ele e sorriu. Infelizmente eu não poderia confundir o sorriso quase sempre cínico e imoral dele.
Era ao meu lado naquela calçada. Atravessamos a rua e nos cumprimentamos com um rápido beijo no rosto. Paramos para conversar ao lado do ponto de ônibus e ali perdemos, pelo menos, 20 minutos em uma conversa qualquer que no momento era absolutamente interessante.
Nesses minutos que conversamos eu notei duas coisas.
Primeiro: Agora eu o achava bonito e até interessante. Aquela ideia má que eu tinha dele estava se desfazendo aos poucos em minha mente e o alarme de que eu deveria manter distância soava cada vez mais longe em meus pensamentos.
Segundo: Ele estava passando pelo mesmo processo que eu.
Dava pra ver em seus olhos.
Ele parecia diferente e mais atraente com seu chapéu estranho e o cigarro barato nos lábios. Mas eu tinha hora e ele também. Nos despedimos e eu saí quase correndo dali. Eu havia me sentido muito estranha perto dele. Por um momento eu quis ficar mais e mais perto dele e isso seria absurdo.
Me lembro de balançar a cabeça para espantar esses pensamentos bizarros e seguir meu rumo.
Mas dessa vez os dias passaram e vez ou outra ele povoava meus pensamentos. Por mais que eu tentasse ignorar, vez ou outra me peguei pensando nele, em sua maneira extravagante, em seu chapéu estranho ou em seu cigarro barato. Até mesmo de seu sorriso eu passei a me lembrar com alguma frequência.
Não chegava a ser algo realmente significativo, para mim era apenas um garoto no qual eu estava um pouco interessada.
Pra resolver aquilo seria necessário apenas uma noite e nada mais, adeus. Ponto final, próximo.
Em um final de semana não muito tempo depois de tê-lo encontrado na rua eu iria a uma festa. Eu desejava tudo para aquela noite. Eu queria matar.
E me vesti para tal.
Entenda que o eu dessa história não é uma menina meiga e fofa. Não é uma princesinha, nem muito menos uma dama. Talvez ela seja um pouco de tudo isso por trás, ao fundo. Mas o que vem primeiro é o fato de que sou uma mulher independente, forte e que não se prende a costumes da sociedade.
Partindo deste princípio e do fato de que eu queria me vestir para matar naquela noite, já dá pra imaginar como eu apareci na festa.
Era no mesmo bar que eu havia encontrado algumas semanas atrás. O mesmo lugar que eu sempre ia com minhas amigas.
Mas quando desci do táxi naquela noite eu não parecia muito com a garota que aparecera ali tantos outros sábados à noite.
A garota que desceu do táxi usava um vestido preto, justo e mais curto do que sua mãe consideraria minimamente decente. A bota de saltos altíssimos que fazia barulho ao caminhar em direção a entrada era de couro preto, a cinta liga que prendia as meias deixava ser vista devido ao pouco comprimento do vestido. Nos lábios um sorriso de quem sabe que a noite é sua e o batom vermelho apenas completava o visual dos olhos claros devidamente envoltos pelo negro do lápis e maquiagem forte.
Eu estava vestida como uma mulher absolutamente fatal. Eu precisaria agir dessa maneira.
E eu sabia quem eu queria ver. O que eu não sabia é que ele apareceria tão logo.
Havia uma pequena fila para entrar no bar naquela noite, porem eu não tinha pressa. Acendi um cigarro e me encostei na parede, ao lado de uma das minhas amigas que estava lá comigo e ficamos conversando enquanto fumávamos.
Logo o namorado dela chegou e eu fiquei feliz e contente segurando vela com a melhor cara de tedio que pude fazer. Eu estava chamando atenção das pessoas que chegavam e toda a população masculina do local parecia me notar, mas de alguma forma meus pensamentos voavam de novo pro maldito . Parecia uma maldição.
Que não levou 30 segundos para se materializar na minha frente depois deste pensamento. Apareceu com sua roupa simples, seus coturnos desamarrados e o maldito cigarro barato. Parou para falar com todos na maldita fila e parecia nem ter me notado, até que um amigo dele me apontou, provavelmente falando algo sobre minhas roupas ou meu corpo. E então ele me viu, e sorriu. Aquele maldito sorriso sacana, de lado, que ficava tão atraente em seus lábios.
Por um momento, eu me senti insegura, vulnerável. Mas essa não era eu naquela noite. Sem inseguranças. Sorri pra ele e continuei fumando meu cigarro calmamente.
Ele veio até onde eu estava e eu, mais por hábito do que por pensar, dei-lhe um beijo no rosto.
Eu poderia tê-lo beijado ali mesmo, mas achei que seria um pouco atirado, até para a garota daquela noite.
Ele pareceu meio desapontado, mas estava disfarçando maravilhosamente bem. Acabamos nos envolvendo numa conversa banal enquanto esperávamos nossa vez de entrar no bar. Não tinha muitas pessoas à nossa frente, portanto não demorou e logo estávamos entrando. Passei pela portaria cumprimentando todos e sorrindo. Todos paravam para me olhar. Provavelmente eu estava pegando pesado com o vestido curto.
Mas vamos avançar um pouco. Vamos à parte que nos interessa.
Depois de acomodados num sofá, eu e meus amigos estávamos conversando e bebendo animadamente. estava sentado ao meu lado no sofá e parecia tentar se aproximar de mim cada vez mais, e eu não estava fazendo objeção. Eu o queria.
Já estavamos abraçados e com as mãos entrelaçadas e ainda não tínhamos parado de conversar para, enfim, dar o maldito beijo que ambos queriam. Levamos mais uns bons 15 minutos para isso. Mas quando aconteceu teve sua magia.
Estávamos parcialmente bêbados, estávamos no meio de um bar onde tocava algum rock alto. Mas estávamos, naqueles breves momentos em que nossas bocas se tocaram, no nosso mundo particular.
Ali não havia amor nem nada do tipo. Mal nos conheciamos, não éramos próximos. No nosso beijo havia desejo, luxúria nas mãos que apertavam meu corpo contra o dele. Havia possessividade. Claro, ele estava com a garota que atraiu mais olhares, ele queria garantir isso para si. E, eu imaginava, havia um pouco de carinho.
Não vou ficar detalhando tudo que aconteceu naquele bar. Apenas digo que bebemos e nos divertimos muito. Muito mesmo. No final da noite eu estava bêbada e cansada, sentada com ele em uma das mesas espalhadas por ali. Quando algo aconteceu. Algo que eu não esperava.
- Hey, , posso perguntar uma coisa? - Ele estava bêbado também, e na realidade parecia também ter usado alguma outra coisa além de bebida, se é que me entendem. Mas eu não estava me importando. Eu estava bêbada demais para isso.
- Diga.
A essas horas eu não estava com vontade de ser doce ou gentil com mais ninguém. Nem mesmo ele.
- Quer namorar comigo?
Mas que diabos...?
Olhei pra ele, pronta pra soltar uma sonora gargalhada. Mas ele não estava com uma expressão de quem está brincando.
Aquilo era sério?
Eu jamais o levaria a sério, mas estava bêbada o suficiente para aceitar.
- Pode ser. Que seja então.
E ri para ele. Ou talvez dele, tanto faz. Um riso bêbado, cínico e talvez, e só talvez, um pouco envergonhado. Muito pouco.
Como eu disse, eu jamais o levaria a sério.
Quase uma hora depois disso, ele resolveu ir embora. E me levar junto.
Eu não reclamei por dois motivos: Eu estava bêbada, e isso todos já sabem, e eu queria mesmo terminar logo essa palhaçada com ele.
Uma boa noite com ele e depois, tchau.
Era o mais seguro a fazer.
Depois de caminhar muito mais do que minhas botas de salto permitiam, chegamos a casa dele. Meus pés doíam tanto que afastaram aquela névoa causada pela bebida na minha mente. Entrei no apartamento dele e, sem cerimonia nenhuma, joguei minhas botas no canto, me sentando na cama para avaliar os estragos.
Ele ficou parado na porta me olhando, enquanto eu resmungava que até minhas bolhas tinham bolhas.
Ele entrou e sentou do meu lado, me oferecendo uma camiseta pra dormir. Eu sorri e aceitei, já pensando que não iria usar a tal camiseta por muito tempo. Eu tinha objetivos a cumprir.
Ele me deu uma camiseta enorme e saiu do quarto para que eu pudesse me trocar. Isso me pegou um pouco de surpresa, mas ignorei.
Tirei as meias, a cinta liga, o vestido e coloquei a confortável camiseta que me servia de vestido, então me deitei na cama dele esperei ele retornar, enquanto acendia um cigarro que peguei da carteira dele.
Não demorou muito e ele voltou pro quarto, usando uma calça de pijamas que teria me feito rir se eu não estivesse mais concentrada no fato de que ele estava sem camisa. E ele era mais gostoso do que eu pensei. Merda.
Ele deitou ao meu lado na cama, pegou o cigarro da minha mão, que já estava pela metade, e fumou. Todo. Bufei quando percebi que ele não iria me devolver, levantei e peguei um cigarro na minha bolsa, que estava no canto do quarto. Deitei novamente e acendi. Mas não tive a oportunidade de fumar.
Assim que ele jogou o resto do cigarro dele fora, ele me beijou. Sem me dar a menor chance de colocar o cigarro de lado ou de me ajustar as suas vontades. Ele me beijou com sabor de cigarro e bebida barata. Com desejo e carinho. O beijo que, muito tempo depois percebi, só ele tinha.
Para minha surpresa ele não começou a correr as mãos pelo meu corpo. Ele parecia contido. Eu estranhei. é o tipo de cara que quando respira, o ar volta com cheiro de luxúria e sexo. E eu estava deitada na cama dele, teoricamente namorando ele, usando apenas uma camiseta. E as mãos dele estavam na minha cintura.
E ali ele conseguiu uma pequena brecha para o meu coração. O grande erro.
Logo eu estava impaciente para que ele me tocasse com suas mãos grandes. Queria sentir o corpo dele próximo ao meu. Queria ser o motivo dele suspirar.
Deixei que meus desejos guiassem minhas mãos e lábios e não muito tempo depois eu tinha exatamente onde eu queria: Nu, sobre meu corpo também nu.
Mas ele não estava disposto a dar tudo que eu queria. Não assim fácil.
Seu corpo nu estava colado ao meu, quente como eu jamais fui. As mãos agora passavam pelas minhas curvas sem nenhum pudor. Ele já sabia que eu estava presa em seu jogo.
Mas ele não estava fazendo o que eu mais desejava. Eu o queria dentro de mim, o mais próximo possível. Eu queria que ele me satisfizesse. Mas ele não parecia ter a menor pressa.
Para ele estava muito bom apenas correr as mãos pela minha cintura, quadris, coxas… Deixar que a mão subisse pela parte interna da coxa, aquecendo e incendiando cada centímetro da minha pele. Desta vez ele deixou os dedos passarem levemente pela carne da minha intimidade e eu senti meu corpo acender ainda mais.
Ele estava disposto a me deixar louca, dava pra saber apenas pelos seus toques indecentes, imorais e o seu sorriso irônico.
Seus olhos brilharam quando eu tentei puxá-lo para mim, quando tentei dominar ele. E eu soube que ele não iria colaborar. Ele estava se divertindo muito.
Vi quando ele jogou a carteira de cigarro e o isqueiro ao lado das minhas pernas e as abrir, para sentar no meio delas, com a privilegiada visão da minha intimidade, totalmente desprotegida e latejando por ele. Eu achei que então eu teria o que queria. Mas, com certa confusão, vi ele apenas me olhar com luxuria e acender um cigarro, tragando calmamente.
Quando perguntei o que diabos ele estava fazendo, ele apenas respondeu:
- Me divertindo.
E o tom de sua voz dizia claramente que era para eu não perguntar nada e apenas aproveitar.
Eu estava desesperada, meu corpo tremia de desejo, eu estava queimando por dentro. Mas, não nego, estava aproveitando muito o jogo dele.
Enquanto ele segurava o cigarro com uma mão, a outra foi subindo lentamente pela minha coxa, desenhando um padrão abstrato com os dedos. Eu apenas observava e prendia a respiração. Sua mão, escorregando pela parte interna da minha coxa, tocou, finalmente, na minha intimidade. E desta vez não tão levemente quanto antes. Senti seus dedos passarem por cada cantinho externo dela, tocando, apertando e até mesmo arranhando levemente. Meu corpo arqueava, querendo mais do que apenas toques. Ele apenas sorria e continuava fumando calmamente. Isso estava me irritando e excitando na mesma medida. Ele tinha o controle da situação.
Sem nenhum aviso, claro, senti dois dedos serem penetrados em mim. Ele não se importava em ser delicado, apenas em dar prazer. A ambos.
Os dedos dele se moviam quase rudemente dentro de mim, enquanto seu rosto permanecia impassível, com o cigarro preso nos lábios. Eu não suportei e gemi alto. Aquilo era extremamente excitante.
Com isso ele sorriu. Era o que ele queria. O cigarro chegou ao fim, e enquanto ainda movia os dedos dentro de mim, com a outra mão apagou o cigarro.
Logo eu tinha três dedos se movendo magicamente dentro da minha intimidade, enquanto a outra mão apertava meus seios. Seu rosto estava acima do meu, fora do meu alcance, mas eu não conseguiria beijá-lo nem se pudesse. Eu estava em êxtase. Esse homem era incrível.
Quando conseguiu que eu atingisse o orgasmo apenas com seus dedos, ele achou que era hora de melhorar as coisas. Me deu um beijo na boca de tirar o pouco fôlego que eu tinha e desceu uma trilha de beijos, mordidas e lambidas até meus seios, onde ficou por um tempo beijando, mordendo, puxando cada um, até que se cansasse, e desceu com sua trilha pela minha barriga, deixando meus mamilos completamente excitados e avermelhados para trás, passou para as coxas sem passar pela virilha, foi descendo com a boca, calmamente, pela minha coxa e, para minha surpresa, puxou minhas pernas para cima, abertas, sem delicadeza nenhuma. Ele era a perfeita mistura de carinho, delicadeza e cuidado com agressividade, desejo e luxuria pura. Exatamente o que eu gostava.
Depois de ter meu corpo na exata posição que ele queria, ele se colocou a lamber, morder, chupar e acariciar cada canto da minha intimidade que seus dedos haviam tocado antes.
Fui aos céus e ao inferno naqueles momentos. Eu gemi, arfei, e até mesmo segurei alguns gritos. E de repente parou.
Abri meus olhos e ele estava parado acima de mim, me olhando satisfeito. E então eu sabia que enfim eu teria o que eu mais desejava.
Ele se abaixou, me beijando lentamente na boca, enquanto suas mãos passavam calmamente pela minha barriga e cintura, como se toda a agressividade tivesse se esvaído dele. Senti ele depositar seu corpo calmamente sobre o meu, deixando um pouco de seu peso sobre mim, colando nossos corpos com uma lentidão exagerada, enquanto nos beijávamos.
Senti cada milímetro de seu corpo colar ao meu, até seu membro tocar o meio das minhas pernas, já completamente duro e quente em contato com a minha pele sempre fria. Sorri durante o beijo. Nós dois nos movemos para que houvesse, enfim, o encaixe. Senti quando a ponta de seu pênis tocou a entrada do meu corpo, e ele fez uma mínima pressão para passar dali. Pouco a pouco eu senti ele dentro de mim. A sensação de estar completa era exatamente a que eu sentia naquele momento. Começamos a nos mover, primeiro lentamente, mas logo a urgência chegou. Eu sentia que ele também tinha a necessidade de estar dentro de mim.
Logo só ouvia-se gemidos e palavras desconexas pelo quarto. E quando finalmente atingimos o orgasmo juntos, gememos tão alto que com certeza os vizinhos ouviram.
Meses depois eu descobri que ouviram mesmo. Ninguém liga.
Deixamos nossos corpos caídos na cama, completamente esgotados enquanto olhávamos para fora, apenas para ver o dia já claro. Sorri, exausta, para , que não estava muito diferente de mim, e adormeci ao seu lado.
Nada de dormir abraçado, eu jamais faria isso.
Quando acordei, antes mesmo de abrir meus olhos eu senti a ressaca me abraçar como uma velha amiga. E ela era mesmo.
Abri os olhos, e a luz do sol que entrava pela janela me deixou quase cega e só fez piorar a dor na minha cabeça. Me mexi e percebi que estava ao lado de alguém. E que meu corpo estava mais cansado do que o usual.
E então me lembrei de tudo, com detalhes, da noite anterior. Suspirei, quase assustada, quando me dei conta de que era, teoricamente, a nova namorada de , o garoto com a maior placa de "sou problema" pendurada no pescoço que eu já vi na vida.
Acendi o primeiro cigarro do dia, já que apenas isso poderia clarear a minha mente. Eu precisava resolver esse problema.
Eu desejava ele, sim. Mas ele era problema. Tudo que eu ignorei nas últimas vezes que o encontrei voltou com toda a força em minha mente. Eu não o queria por perto.
Mas da mesma forma eu o queria. Perto, junto. Ao meu lado.
Eu estava dividida.
E então eu fui invadida por um pensamento absolutamente calmante. Ele estava bêbado e, provavelmente, drogado, ontem à noite.
O que quer dizer que há uma enorme probabilidade dele nem se lembrar de ter me pedido em namoro.
Senti ele se mexer ao meu lado e logo abriu os olhos.
- Bom dia…
Sua voz estava rouca, arrastada. Seus olhos mal abriam por conta da luz e o cabelo estava jogado para todos os lados no travesseiro, e assim, sem querer, eu o achei absolutamente sexy. Afastei essa ideia e continuei tragando calmamente o cigarro. Ele se esticou por cima de mim, pegou um cigarro da minha carteira e acendeu. Depois de alguns minutos em silêncio, ele virou pra mim.
- Descansou?
- Sim, mas a ressaca tá me matando. O que aconteceu ontem à noite?
Preferi fingir que não estava lembrando de nada, para assim descobrir o quanto ele lembrava.
- Não venha com essa de que esqueceu.
Eu só pude sorrir amarelo diante da confirmação de que ele não esqueceu nada.
- Você não tá levando a sério o meu pedido de namoro, né?
- Você estava completamente êebado, , e eu não te levo a sério nem quando está sobrio.
Ele sorriu daquela maneira odiosa.
- E ainda assim você aceitou. Mas… - e por um momento ele hesitou, parecendo confuso e com um pouco de medo - agora que estamos sóbrios, vou repetir: Você quer namorar comigo?
Seu olhar me pegou de jeito. O que seus olhos me mostravam era que ele queria mesmo que eu ficasse ao lado dele. Eu poderia não querer muito e nem levá-lo a sério, mas ele parecia querer mesmo. Então, que mal teria em namorar com ele por algum tempo? Pelo menos até que eu perdesse o interesse nele.
Eu sorri, escondendo meus pensamentos, e respondi.
- Pode ser, . Vamos namorar.
Eu sabia o quanto eu era odiosa. E sabia também o quanto isso é mentira. E ele também sabia. E, já que falo em saber, eu deveria saber, mesmo naquele momento, que ele me conhecia o suficiente para saber exatamente como me machucar. E era exatamente o que ele faria, meses depois.
Depois de tomarmos um café forte e sem açúcar, o qual eu odiei e apenas bebi pra não fazer feio, nos arrumamos, eu para ir embora, pra minha casa, e ele para ir trabalhar.
Quase senti pena dele por ter que trabalhar num domingo e de ressaca.
Quase.
Caminhamos juntos pelas ruas, de mãos dadas e eu achei isso absolutamente bizarro. Mas o que eu escondi foi que gostei. Escondi até mesmo de mim. Eu estava com os dois pés para trás com ele.
Ele nem tinha meu telefone, ele não sabia onde eu morava e eu não fazia ideia de com o que ele trabalhava. Éramos estranhos um pro outro.
Enquanto eu esperava meu ônibus ainda com ele, combinamos de nos encontrar no dia seguinte no shopping, para ter um dia como namorados normais. Eu achei isso engraçado e com certeza valia a pena viver pra ver isso.
Fui pra minha casa e só conseguia pensar nele, e na grande enrascada que foi aceitar namorar com ele. Eu não podia ter simplesmente dito não?
Não. Eu estava bêbada e ele tem um maldito magnetismo que eu teria aceitado mesmo que estivesse completamente sóbria.
Eu me chutei mentalmente a noite toda, mas não consegui achar desculpas concretas para não aparecer no encontro no dia seguinte. E na verdade eu queria ir, só não aceitava a ideia.
Só sai da cama quando eu realmente precisava tomar banho e me arrumar pra ir encontrar . Chegar atrasada não é uma das minhas características.
Tomei um banho rápido, deixei os meus cabelos soltos e coloquei uma calça jeans e uma regata, já que estava calor, e fui.
Cheguei no shopping antes dele, claro. Sentei e fiquei ouvindo música no celular enquanto esperava. Não demorou muito e senti uma mão tocar meu ombro, rapidamente tirei os fones do ouvido e me virei. Era ele.
Sem que pudesse me conter eu sorri. Sorri de verdade. Ele tinha um sorriso lindo nos lábios, e logo me beijou. Entrelaçou nossas mãos e passeamos por horas no shopping, enquanto conversamos e nos conhecemos melhor. Pode parecer incrível, mas ele tinha coisas em comum comigo. Poucas, mas existiam. Ele era encrenqueiro, fora da lei. Mas eu nunca fui correta também. Eramos uma dupla perigosa, algo que iria explodir e machucar qualquer um que estivesse por perto. Ou talvez um de nós.
Tiramos fotos juntos naquele dia, e até hoje quando me lembro daquelas imagens eu consigo ver um casal feliz, sorrindo e se beijando apaixonadamente. E eu nem sabia que estava apaixonada por ele.
E as coisas só se aprofundaram mais entre nós nos meses que se seguiram. Eu estava tão apaixonada por ele depois de algum tempo que eu não conseguia mais negar isso, nem pra ele e nem pra mim mesma. Ele mesmo admitia estar apaixonado por mim.
Nos primeiros meses tudo foi incrível. Até mesmo as brigas, onde por vezes quase saíamos no tapa, mas fazer as pazes era rápido e fácil. Eramos dois jovens apaixonados vivendo a vida dos sonhos. Ele morava sozinho, e eu passava mais tempo no apartamento dele do que na minha própria casa.
Passávamos horas assistindo bobagens na tv, ouvindo música ou ele tocava violão pra mim, enquanto eu cantava o melhor que podia.
Quando chovia, apenas ficávamos deitados horas e horas, fazendo sexo e dormindo.
No calor sempre passeávamos a noite. Mas, mesmo no frio, sempre saíamos. Para beber, para curtir algum show ou dançar.
Eu passei a viver minha vida de acordo com a dele. Meus sonhos eram os sonhos dele. Meus desejos eram os dele. Até mesmo minha personalidade foi mudando com o passar dos meses. Eu era tudo que ele desejava que eu fosse. Eu fui me perdendo nele e em mim mesma.
Mas depois de quase um ano juntos as coisas complicaram.
Sempre brigamos, mas naqueles últimos meses a coisa foi ficando insustentável.
Eu não havia dado importância quando ele me contou que havia entrado uma turma nova no trabalho dele. Ah sim, ele trabalhava como atendente de telemarketing. E, desta turma nova, ele sempre falava de uma garota, . Mas eu nunca prestei muita atenção a isso.
Um fim de semana qualquer, depois de termos brigado muito por telefone, ele estava em minha casa, comigo. Meus pais saíram e nós dois ficamos o dia todo conversando e tentando fazer dar certo novamente, e quando ficamos horas e horas abraçados, eu acreditei que tudo estava bem.
Mas o que eu não notei é que ele não queria ficar bem, não mais. E quando dei por mim estávamos ao gritos pela casa, e para fora dela.
- Eu vou embora, . Acabou. - Ele gritou na minha cara, sem nem pestanejar. Ele nem mesmo vacilou. Aquilo me quebrou.
- Não. Pare com isso . Você está nervoso, vamos conversar.
Eu não imaginei que eu chegaria àquele ponto, mas eu não podia me imaginar sem ele. Meu mundo, àquela altura, girava em torno dele. Eu vivia e respirava .
Ele saiu portão afora, e eu não podia deixar isso acontecer. O segui, tentando, em vão, convencê-lo a ficar, conversar. A se acalmar. A ficar comigo.
Disse-lhe milhares de vezes que eu o amava, mas ele não quis ouvir. Quando tentei puxá-lo pelo braço para dentro do portão, ele não se importou em apertar meu braço para que eu soltasse o dele e, quando conseguiu, me jogar pra longe. Eu perdi o equilíbrio e caí. Mas a dor que senti não foi a do impacto com o chão. A dor foi o fato dele sair andando, sem olhar pra trás, nem mesmo pra ver se eu tinha me machucado, quando eu comecei a chorar desesperadamente.
Ele foi embora.
Honestamente não me lembro muito bem do que se passou depois disso naquela noite. Eu apenas percebi que estava na minha cama, quente, algumas horas depois.
No dia seguinte liguei pra ele. E foi com surpresa que ouvi sua voz me dizendo alô. Respirei quase aliviada.
Pedi pra conversarmos, ele concordou. Quase fácil demais, mas eu estava feliz. Antes de desligar o telefone eu disse que o amava. E ele respondeu, depois de suspirar:
- Eu também. Mas já é demais.
Eu não entendi, apenas desliguei.
Quase não consigo lembrar de nada antes de me encontrar com ele em frente ao shopping. Ironicamente o mesmo shopping onde fomos no nosso primeiro encontro como namorados, tantos meses antes.
Não pude esperar sentada, eu estava agitada. Agitada não, em pânico. Alguma coisa estava errada, eu sentia.
Logo o vi chegando, com a expressão vazia. Me beijou no rosto. Neste momento senti alguma coisa trincar dentro de mim, mas sorri e agi como se nada tivesse acontecido.
Nós sentamos, e estranhamente começamos a conversar sobre qualquer coisa, menos nós. Bobagens da internet, música e até mesmo do trabalho dele.
Eu sorria para ele, mas era fraco. Ele sorria pra mim, mas era quase maldoso. E eu não entendia por que.
Ele estava próximo, seu braço encostado no meu e sua mão tocava a minha as vezes e eu tive a sensação de que ele queria me tocar novamente. Uma pequena chama de esperança se acendeu em meu peito.
Até que ele sorriu pra outra pessoa que chegou. Uma garota. Eu não entendi nada quando ele levantou e a cumprimentou animadamente.
Depois de conversarem por alguns instantes ele pareceu se lembrar que eu estava ali.
- , essa é a , minha amiga do trabalho.
Eu já tinha ouvido o nome dela algumas vezes. Aquela que eu sempre ignorei. Levantei de onde estávamos sentados e dei-lhe um beijo no rosto, dizendo um "oi" baixo. Eu estava meio perdida ali.
Quando achei que ela apenas tinha aparecido por acaso e logo nos deixaria a sós eu percebi que ele havia marcado com ela para conversarem. Ela se sentou conosco e eles ficaram conversando por muito tempo, e cada vez que eu conseguia conversar com eles, ela fazia algo para voltar a algum assunto que eu não pudesse participar. Parecia de propósito, e eu com certeza notei que ela não gostou de mim.
Me sentindo cada vez mais incomodada e a beira das lágrimas, já que eu tinha ido até ali para tentar salvar meu namoro, mas nem conseguia ter a atenção de por mais do que 2 segundos. Levantei e anunciei que tinha que ir embora já que estava tarde.
- Claro, querida. É melhor ir mesmo.
Ela tinha um sorriso estranho no rosto, mas eu me limitei a sorrir e virar para .
- Você vai ficar, ?
Ele pensou por um momento, trocou um olhar com a garota, e então virou pra mim.
- Não, vamos, eu levo você até o ponto de ônibus.
Nenhum de nós tinha carro, mas tudo bem. Estava tudo bem, ele iria comigo.
Fomos caminhando em um silêncio constrangedor, depois dele se despedir com um abraço da garota. Quando chegamos no meu ponto de ônibus, eu me virei pra ele e fiquei em silêncio o encarando.
Pareceu uma eternidade, mas foram apenas alguns segundos, e então ele sorriu, me abraçou e me deu um beijo. Na boca. Daqueles de tirar o folego e ser inesquecível. Eu sorri. Eu estava completa de novo.
Senti meu coração se aquecer e minha mente clarear. Senti tudo voltar ao seu lugar com aquele beijo. Ele não havia me deixado, afinal.
Quando nos separamos, eu disse:
- Você não está mais brabo?
- Não estou brabo, .
Eu sorri.
- Você me ama?
- Eu te amo. Muito. Mas é demais.
De novo essa frase, seus olhos ficaram, de repente, ilegíveis. Mas o sorriso em seus lábios não me permitiu ver isso. O abracei novamente, quando vi que meu ônibus estava próximo.
- Também te amo. Não esqueça disso.
Ele me deu um último selinho e eu entrei correndo no ônibus, quase pulando de felicidade. Ele era meu ar, meu chão. Meus motivos pra sorrir só vinham dele.
Cheguei em casa feliz, sorrindo. Até meus pais notaram a mudança no meu humor e comemoramos comendo pizza e rindo na cozinha até tarde. Tomei banho e coloquei meu pijama e me deitei. Eu havia deixado meu celular de lado por várias horas, enquanto estava com meus pais. Agora que estava deitada, eu o encontrei jogado no meio das cobertas e tinha uma sms dele. Antes de abrir eu sorri. Mas apenas até ler o conteúdo da mensagem.
"Estou namorando ela."
Mais nada. Mas também, não precisava mais nada mesmo.
Toda aquela felicidade sumiu, senti novamente meu coração partir. Senti meu corpo fraquejar mesmo deitada. Meus olhos encheram-se de lágrimas. Eu queria gritar, mas a voz sumiu.
Eu sei que a reação parece exagerada, mas foi o que senti.
Meu mundo desabou sobre meus ombros. Fui soterrada em sentimentos e lágrimas.
Quando dormi, sonhei com ele. Quando acordei, ainda atordoada, acreditando que tudo não passava de um sonho ruim, a realidade me atingiu. Era real. Ele tinha me trocado, como se troca uma roupa velha. Uma folha rasgada.
Sentei na cama e pensei o que fazer a seguir?
Minha vida toda tinha se perdido nesses meses que passei ao lado dele. Quem eu sou?
Quando o conheci eu era uma garota forte, decidida, sem pudores e livre. Eu era uma garota viva e feliz consigo mesma.
Quando namorei com ele eu me tornei uma garota que sonhava e desejava tudo que ele sonhava e desejava. Me tornei domável, mansa.
E agora que ele se foi eu não era nada. Nada. Minha personalidade se dissolveu para se moldar aos desejos dele, e agora que isso não existia mais, minha personalidade se perdeu. Meus desejos, sonhos. Minha força me deixou, eu não conseguia mais decidir pra onde ir. Eu estava presa as lembranças dele. Totalmente quebrada, caída. Uma sombra do que eu costumava ser. Uma casca vazia.
"The worst part of it all wasn’t losing him... Was losing me"
Não existe nada melhor do que a sensação dessa fumaça entrando pela boca, passando pela garganta, rodando meus pulmões e sendo expelida por entre meus lábios. Fumar é relaxante e sempre me levou para todos os lugares que eu quero ir. Até mesmo aos que não desejo ir.
Um ano depois, eu estava aqui sentada em minha mesa no trabalho e lembrando daqueles tempos, e resolvi escrever isso tudo.
Por meses me afoguei dentro de mim, até que pudesse me encontrar. Aos poucos me achei, me refiz. Reconstrui. Tudo novo, tudo antigo. Tudo como se nada tivesse acontecido, mas agora eu sei que devo ouvir quando minha mente diz "Perigo" ao ver um cara se aproximar de mim. Eu corro, o máximo que posso. Eu me afasto, eu não dou a mínima chance.
Mas estou segura. Viva. Inteira. E ele nunca mais apareceu.
"I don’t know if you know who you are until you lose who you are."
Nota da Autora: Heey, tudo bem? Então… Mais uma shortfic. Mais um drama. Eu estou com esse projeto iniciado desde antes de terminar de escrever "So I Drive III", acreditam? E só tive tempo e vontade de terminar isso essa semana… Mas eu tive um pequeno incentivo das minhas memórias e da data de 09/12/2013.
Mais uma vez a fanfic é baseada em fatos reais. E essa foi bem mais fiel à realidade do que So I Drive. Isso aconteceu comigo, e quando eu ouvi a música da Taylor Swift, de quem eu nem sou fã, eu me vi escrita na letra. Parece mesmo que a Swift acompanhou toda minha história, porque é igualzinha na letra da música dela. E nada melhor do que aproveitar isso e escrever a fanfic, contar para todos de uma forma mais interessante.
Eu espero que vocês gostem da história nova. Eu não sei quando vou conseguir terminar mais alguma shortfic, portanto leiam essa, comentem (por e-mail, por pergunta no tumblr, por twitter, por facebook, e quando entrar no FFOBS, pela caixinha de comentários lá) e me façam feliz e animada para escrever mais!
Quero agradecer às meninas que leram em primeira mão essa história por e-mail e que me fizeram acreditar que estava bom. OBRIGADO.
Agradeço também ao meu querido ex noivo, Cabral, por me fazer viver isso e ter força pra melhorar. Ah, e feliz aniversário atrasado, mon ange (Sente a ironia?).
Nota da Beta: Qualquer erro de português e/ou html/script, me informe pelo e-mail.