I Love All Your Perfect Imperfections






- Você é um imbecil! Não sabe fazer nada direito! – disse, quase arrancando os cabelos. Digamos que esse é o efeito nas mulheres...
Com exceção da , nela o efeito era um tanto estranho. A maioria das mulheres arranca os cabelos para ficar ao meu lado. Ela? Arranca os cabelos por eu estar do lado dela.
Na teoria, e talvez na prática também, era para sermos amigos. Ou pelo menos era o que diziam nossos amigos que nos apresentaram. “Vocês são muito parecidos, vão se dar super bem”, era o que eles diziam. De fato, no começo, aquela apresentação, primeiro contato, ficamos ‘encantados’ em nos conhecer, pelo menos eu fiquei. Depois do choque de realidade, ela não suportava, e ainda não suporta, respirar o mesmo ar que eu.
- , faz isso direito ou eu juro, diante de todos os santos, que você é um homem morto em menos de cinco segundos! - ela falou com dentes trincados, do mesmo jeito que uma mãe dá bronca na criança.
- Se você me matar, não vai ter ninguém pra ajudar a arrumar esses enfeites, que são horríveis, devo acrescentar! – subi a escada para arrumar uma das estrelas que estavam penduradas.
- Horrível vai ficar a sua cara se você não arrumar isso direito! – disse, com as mãos na cintura, e o pé batia freneticamente no chão.
Eu mal tinha terminado de arrumar a estrela, quando a vi me entregar mais uma estrela, ou o que quer fosse aquilo.
- Como vai o meu casal favorito? – Travis, um dos amigos que nos apresentou, escancarou as portas do apartamento assim que entrou.
- Ótimo! – resmungou . – Mais um pra fazer serviço mal feito! – e saiu pisando forte até a cozinha.
- O que você fez dessa vez, ? – Trav perguntou.
- É mais fácil você perguntar o que ele não fez! – indagou, eu rolei os olhos.
- Vocês dois ainda vão ficar juntos... – Travis falou baixo.
- Esse é o seu sonho e da sua namorada! – ela disse e se sentou perto de uma caixa com um milhão de fotos.
- Enfim, esquece ele e vamos focar nisso aqui! Temos até as oito pra deixar tudo pronto. – Ele disse, depois pegou algumas fotos.
Havia inúmeras fotos, e uma delas era minha com a , e incrivelmente, estávamos sorrindo, e... abraçados? Sim, abraçados, o que devo catalogar como milagre.
- Por que vocês não podem ser assim? – comentou Travis.
- Porque seu querido amigo é um enorme imbecil, o rei dos imbecis! – respondeu já com raiva do assunto “nós”.
Continuamos a olhar as fotos, e do nada, Travis riu, mas riu que gargalhou. e eu apenas observamos a crise que ele estava tendo.
- Sabe o que eu acho? – ainda rindo, disse, e limpou uma lágrima que escorreu. – Isso tudo de vocês é, simplesmente, amor encubado.
Dessa vez nós gargalhamos alto, minha barriga até doeu. Travis também ria, mas era algo mais perverso.
- Você enlouqueceu? Cheirou cola? – disse, sem acreditar muito no que ele tinha acabado de falar.
- Não! – disse simples. ainda balançava a cabeça negativamente quando Travis voltou a falar. – Ta aí, aposto que vocês não conseguem passar um mês sem brigar!
- Um mês? - falou, convicta de que ganharia aquela aposta. - Isso é fácil!
- Não se vocês morarem juntos durante esse mês! - a perversidade no sorriso de Travis não era das mais contagiantes.
Oi? Foi isso mesmo que ele disse, produção? Que eu tenho amigos loucos, disso eu sei, mas isso? Okay, confesso que não estou achando nem um pouco ruim, é só olhar pra que você vai saber por quê... MAS ELE QUER UM AMIGO MORTO?
- Você definitivamente enlouqueceu! – comentei. – Ela vai me matar, bro!
- Não, ela não vai. Vocês passam um mês juntos, se brigarem, a sentença aumenta mais uma semana. – Eu estava perplexo com essa proposta. Morar com a ? – O que acham?
- Não sou obrigada! Por que diabos eu faria isso?
- Ah, qual é, ? Vai ser divertido! – falei, empurrando-a de leve. Resultado: quase morri com apenas um olhar, e não foi no bom sentido.
- É, , - Travis imitou minha voz. – vai ser divertido.
Por um momento, ela com toda certeza pensou em recusar, mas algo em seus olhos diziam que ela queria aceitar, e que em sua mente, uma batalha estava acontecendo para saber qual decisão tomar.
- Okay! – se deu por vencida.
- Ótimo! Começando de agora, amanhã vocês se mudam, para...
- Minha casa! – me prontifiquei.
- Por que a sua casa? – cruzou os braços e ergueu uma das sobrancelhas.
- Porque todo o meu equipamento de trabalho tá no meu escritório...
- Não aceito! Vamos ficar aqui no meu apartamento! – ela bateu os pés.
- Você nunca aceita nada! Tudo tem que ser sempre do seu jeito. – Fiz careta, e Travis ria.
- Mais uma semana... – ele cantarolou.
Os olhos arregalados de me fitaram por dois segundos antes de olharem para Travis, e eu juro, que se não fosse toda a muralha de orgulho, que eu sei que ela tem, ela teria se ajoelhado ali mesmo.
- Ah, não, Trav, por favor, não faz isso. Isso não foi uma briga!
- Ah, não? O que foi isso? – ele tinha um sorriso divertido nos lábios.
- Foi uma conversa com níveis elevados de voz... – ela disse, mas saiu mais como uma pergunta do que afirmação.
Ele gargalhou alto e saiu andando em direção à cozinha com atrás, chorando lágrimas de crocodilo para a diminuição da pena.

- Onde é meu quarto? – entrou, com suas milhões de malas, bolsas, caixas e o que mais estivesse escondido. Sua cara não era das melhores, mas comigo sua cara nunca era das melhores.
- A-ali... – cocei a cabeça. Sim, eu estava com um certo medo dela.
- Tá de brincadeira comigo, né? – as bolsas que estavam penduradas em seus braços caíram.
- É isso ou minha cama... – encostei na mesa de jantar.
- Então você dorme no sofá e eu no seu quarto! Simples. – Ela sorriu.
- Você é sempre mimada assim? Às vezes as coisas não vão ser do jeito que você quer!
- Eu preciso de uma boa noite de sono se quiser deixar meus clientes felizes...
- Eu também. E você sabe disso muito bem.
cruzou os braços e rolou os olhos, coisa que sempre fazia, não importava o motivo ou sentimento. Essa era sua marca registrada. O que era sexy...
- Se você me atacar no meio da noite, você vai ver o sol nascer no inferno. – Ela apontou o dedo pra mim. – Agora me ajuda com essas coisas!
Foram necessárias umas três viagens para levar todas as coisas dela pro meu quarto. Pra quê tanta coisa, Deus? E o que ela carregava ali?

Na primeira semana, as coisas foram um tanto complicadas, devo dizer, ainda nos encarávamos feio, e ela claramente estava se arrependendo de ter aceitado essa ‘brincadeira’.
Quase todos os segundos do dia nós discutíamos, juro, e por coisas que ela parecia fazer questão de procurar pra ter do que reclamar, mas combinamos que na frente do Travis isso não aconteceria, mas a que eu conheço não faria isso, faria?
- Não acredito que vou ter que ficar mais tempo aqui! – ela fez cara de nojo ao entrar no apartamento.
- Hey, essa é a minha casa não se esqueça, e não se esqueça também que isso é culpa sua, se tivesse ficado calada, em duas semanas estaria indo embora. Mas você e esse seu bocão... – reclamei, um pouco farto dela e de toda essa história.
- Como você ousa falar com...
- Olha, , quer saber? Volta! Volta pro seu apartamento, pra sua vida! Você não é obrigada a ficar aqui! Eu cansei, essa semana você só reclamou, você reparou nisso? A água não está boa, o quarto é frio demais, o apartamento é pequeno demais, não tem comida suficiente... Já deu, para! , o mundo não é do jeito que você sonha, desculpa... – e saí pela porta, a tempo de ouvi-la perguntar onde eu ia, e depois gritar.

Voltei para casa quase três horas depois, o apartamento estava escuro e silencioso. Paz e sossego, finalmente. Parece que eu nunca tive isso na vida.

- P-podemos conversar?
- O que você ainda faz aqui? – perguntei, apoiando o cotovelo no batente da porta, passando a mãos pelos cabelos.
- Eu, eu queria me desculpar com você... – ela falou tão baixo que eu quase não ouvi.
- C-como? – falei, e logo em seguida, sem querer, um sorriso apareceu. – Não ouvi direito.
- Você ouviu bem! – ela fez careta, mas seu tom de voz não estava igual ao de costume, alto e mesclado com sarcasmo e ironia. – Eu quero me desculpar contigo. Você... você tem razão...
- Você tá bem? De verdade? – falei com os olhos um pouco arregalados. – Primeiro você me pede desculpas e agora tá dizendo que eu tenho razão!
- , você quer, por favor, me ouvir? – ela me olhou, séria. – Eu não deveria agir do jeito que agi nesses últimos dias. – Ela sentou na cama, e eu me sentei na cadeira perto dela. – Na verdade, eu sempre fui um porre contigo... – riu fraco.
- Porque você me odeia? – minha boca foi mais rápida, falando coisas que eu deveria pensar antes de soltar por ai...
Ela parou alguns instantes e me encarou, seus olhos diziam que aquela seria sua maior confissão, o que de fato foi.
- Eu não te odeio! – ela falou e sorriu fraco quando viu minha sobrancelha erguida. – Você só tem uma grande capacidade de me irritar facilmente.
- Isso explica muita coisa! – declarei, e ela concordou. – Então... começamos de novo?
- É uma boa...
Sustentamos o olhar por alguns segundos, apenas, mas eles pareceram durar mais que meros segundos. Até ela me estender a mão.
- Prazer! , mas pode me chamar de . – Ela disse, e vi em seus lábios um sorriso que não via a tempos.
- ! Mas, por favor, me chame de .
Começamos a mesma conversa de seis meses atrás. Nossas preferências musicais, livros lidos, lugares pra visitar e os já visitados.
- Eu acho as praias de Ibiza bonitas! – comentei, comendo um sanduíche que fizemos.
- As praias ou as mulheres que andam com os peitos de fora? – ela ergueu uma sobrancelha e sorriu de lado.
Apesar desse recomeço, nós nos conhecíamos bem, o que achamos engraçado. Quem diria que ela sabia que meu restaurante favorito era o Subway, que por sinal era um dos favoritos dela.

A semana seguinte foi totalmente diferente dos últimos tempos. Nós conversávamos sobre tudo. Ela chegava do trabalho e me contava da raiva que sentia das garotinhas denominadas, por ela, Felícia, que judiavam dos bichinhos, e da tristeza quando um pai aparecia com um cachorro com uma daquelas doenças que é preciso sacrificar o animal. Ao mesmo tempo que ela me ouvia falar dos projetos chatos que eu tinha que fazer para entregar em prazos curtos, e no final acabávamos na cozinha fazendo alguma comida rápida ou olhando o menu de algum restaurante.
Arrumamos meu escritório, para que ela pudesse dormir mais confortável, apesar do meu sofá ser o melhor lugar para se dormir, superado apenas pela cama Super King, com quase dois metros de largura.
- Você não pode terminar isso outra hora? – ela perguntou com a voz abafada pelas cobertas.
- Você sabe que não! Preciso adiantar logo isso. – Suspirei alto.
- E eu preciso dormir, ! – ela meio choramingou, meio brigou, não sei o que foi mais.
- Pode ir pro meu quarto se quiser... – não precisei nem terminar a frase. Ela já foi pegando cobertor e travesseiro e saindo do escritório/quarto improvisado.
Ri internamente com esse ato.

Quase uma hora depois, eu me deitei, momentaneamente havia me esquecido de que ela estava na minha cama, ou talvez eu tenha me forçado a esquecer. Mas ela estava lá, dormindo, linda, e toda encolhida.
Bem devagar, deitei no meu lado da cama, e me acomodei, quando, segundos depois, ela passou um de seus braços por mim. E, involuntariamente, sorri com aquilo. Aos poucos, fechei os olhos, caindo no sono, a tempo de vê-la acordar e se assustar com a gente, tão próximos. Levantou-se devagar e voltou para o seu quarto.

Acho que foi aí que eu comecei a perceber os tais sinais que todos falam. Eu estava me apaixonando. Apaixonando-me pela garota que quase me fez ter cabelos brancos antes da idade prevista, aquela que, hoje, estava me tirando o sono pensando em como eu fui me apaixonar justo por ela.
Talvez ela também tenha sentido o mesmo. Depois do dia da cama, ela, ou não me olhava diretamente, ou ficava vermelha quando me olhava. E esse é um dos sinais, né? Ou será que não? Nas revistas de adolescentes não vi nada do tipo.

- A gente tem que parar com essas sextas de pizza! Eu engordei quase três quilos semana passada! – reclamou. – Olha isso, - mostrou a barriga levemente estufada. – Parece que tem uma criança aqui dentro, não pizza.
- Você fala isso só porque comeu cinco pedaços de pizza! Você é quase uma ogra! – comentei, rindo, ela me acompanhou.
- E você é quase uma princesa! – ela comentou. – Consegue fazer umas quinze coisas ao mesmo tempo. Que tipo de homem é você? Na verdade, você é mesmo homem?
- Primeiro: sim, eu sou homem! Segundo: eu só fui criado por um bando de mulheres, e você sabe disso! Entende-se então, que vem daí essa personalidade multitarefa que eu possuo... – falei e ela me encarava.
- Isso soou muito entranho, e ainda assim é difícil acreditar que você seja mesmo homem. – Ela se levantou e foi até a cozinha.
Na minha cabeça, toda essa cena, era parte de um plano dela, porque nos últimos cinco dias ela pareceu verdadeiramente mais interessada em mim, e tudo o que me envolvia.
Quando minha mãe ligou, avisando que meu pai estava no hospital, mas que não era nada grave, todas as noites que eu passei acordado à espera de notícias, ela estava ao meu lado, preocupada também. E não sei se ela sabia, mas aquilo fez meu coração bater mais forte por ela.
Sabe o pior de tudo? Eu não podia nem falar sobre isso com o Travis sem que ele tivesse uma crise de gargalhadas e uma sessão de “Eu sabia! Eu te disse”, eu estava começando a surtar.
- Você sabe muito bem que eu sou homem! – falei, indo ao seu encontro na cozinha.
- Sei? – ela arqueou a sobrancelha, colocando o copo d’água na pia.
- Sabe! – sorri de lado e me aproximei.
A atmosfera do local mudou completamente, talvez só pra mim, mas eu tinha 93% de certeza que para ela também mudou. Estávamos perto demais, mas ela não pareceu se importar com isso. Minhas mãos seguraram sua cintura e meus olhos iam dos seus olhos à sua boca, enquanto suas mãos estavam em meu peito.
- , isso... isso não é certo! – ela sussurrou, quase inaudível.
- Por que não? – sussurrei de volta, acariciando seus cabelos.
- Porque... porque...
- Deixa eu te contar um segredo: - falei e ela finalmente me olhou nos olhos. – não tem um porquê. – sorri de lado e segurei seu rosto.
No começo, ela rejeitou cada movimento meu, mas depois nós entramos numa sintonia que eu não sei nem se existia uma palavra digna para descrever. Suas mãos bagunçavam meus cabelos como podiam – e deviam! -, enquanto as minhas, bom... uma delas a apertava na cintura, trazendo-a pra mim, se é que ela pudesse ficar mais perto! A outra apertava levemente sua bunda.
Dizer que isso era quase um sonho realizado pareceria estranho? Bom, não era um sonho, daqueles que você tem que dormir e acordar no dia seguinte, lamentando por ter sido um sonho. É mais daqueles quando você olha a pessoa do seu convívio e pensa “Por que não?”.
Quando o ar nos faltou, fomos obrigados a separar nossas bocas – reparem bem, nossas bocas, não nossos corpos – e ela me olhou nos olhos, e eu vi as mil perguntas que eles faziam, todas ao mesmo tempo.

No dia seguinte, ainda não tínhamos falado sobre o beijo, ou sobre qualquer outra coisa, simplesmente não nos olhávamos. Estávamos mecânicos, ou sei lá que outra palavra poderia ser no lugar, mas não estávamos sendo nós mesmos.
- Por que ainda estamos agindo assim? – perguntei quando a vi passar por mim, na cozinha, e olhar para o chão.
- É... porque... é... – ela gaguejou.
- A gente precisa falar sobre aquele beijo! – falei e ela, prontamente, concordou. – Então... aquele beijo, foi um erro meu, então – eu gosto de você, não do tipo ‘é, eu gosto de você’, mas do tipo ‘eu estou perdidamente apaixonado por você’. – Eu nunca mais farei isso de novo, se você quiser ir embora e nunca mais olhar na minha ca...
Ela havia me beijado! Ela me beijou! E foi mais intenso que o da noite anterior, aquele era algo mais revelador.
- Você é péssimo em esconder seus sentimentos! – ela falou e deu uma mordida no lábio inferior, com seu típico sorriso de lado.
- Sentimentos? Que sentimentos? – olhei em seus olhos e sorri.
- Ah, não tem sentimentos? Okay, então se me der licença... Vou me encontrar com o Matt... Lembra dele? Alto, forte, moreno, empresário... – ela foi se distanciando enquanto enumerava cada uma das possíveis qualidades do Matt, que é um dos garotos que ela pegou ‘nas esquinas da vida’.
Corri para perto dela e a puxei para mim. O impacto momentâneo foi forte, mas nós estávamos com a atenção voltada para outra coisa.
- Você não vai a lugar nenhum, mocinha! – falei e mordi seu lábio.

- Achei que vocês não apareceriam! – Travis disse assim que passamos pela porta do bar.
- Se a senhora cabelos-lisos não demorasse uma hora e meia com o cabelo, nós estaríamos aqui muito mais cedo. – Falei, apontando para , que apenas rolou os olhos.
- Entendo! – Trav falou.
- E a gente tem culpa se queremos ficar bonitas para vocês? – Kath, namorada do Travis, falou.
- Uh... então a quer ficar bonita pro ? – os olhos de Travis diziam claramente as intenções que a aquela frase sugeria.
- Não mesmo! Uma amiga minha disse que o Matt iria aparecer aqui, então quero dar uma impressionada nele... – ela comentou, deixando subentender as intenções dela com o Matt.
Se ela soubesse a raiva que eu fiquei desse cara só por comentários desse tipo, ela nunca mais pensaria em mencionar ele, estando ao meu lado. E sim, eu estava com ciúmes.
- Sabe quem estava procurando por você hoje? – Trav disse e balancei a cabeça negativamente. – A Valerie!
- A loira gostosa do último ano da faculdade?
- Ela mesma. Queria seu telefone para ‘relembrar os velhos tempos’. – Ele disse, e eu tomei aquilo como a deixa perfeita.
- Ah, cara! Bons tempos, por que será que ela ainda não me ligou? – falei, já pegando o celular.
- Talvez ela não queria tanto relembrar os velhos tempo assim... – comentou, virando parte da cerveja Corona em suas mãos. Mais alguém ou só eu estou sentindo cheiro de ciúme?
- Não! Não! Não! Ela deixou uma mensagem! – falei, mostrando pra ela, e enquanto eu respondia, ela beliscou minha perna por debaixo da mesa. – Ai!
- O que foi? – Travis tinha a testa franzida.
- É , o que foi? – fez cara de preocupada.
- Machuquei minha perna ontem e ainda sinto dores...

- O que deu em você?! – perguntei assim que entramos no meu apartamento.
- Por quê? – ela disse, calma, indo em direção à cozinha.
- Você me beliscou! E aposto que está roxo!
- Ah, isso! Foi sem querer...
- Sem querer? Você estava com ciúmes! Admita.
- Você quer que eu admita só pra sua felicidade, tá bom, se é pra você ficar feliz... – ela ia ‘confessar’ quando a interrompi.
- Então você não vai se importar se eu for me encontrar com a Val agora, certo?
- Eu tenho o Matt! – ela estreitou os olhos.
- Você não quer ele, ! – falei, chegando perto dela. – Você me quer, e estava com ciúmes da Val.
- E você também não quer ela, e também estava com ciúmes do Matt, dá pra ver nos seus olhos... – ela passou a mão pelo colarinho da minha blusa. – Ah, e admita, você estava com ciúmes e me quer!
- Eu não estava com ciúmes. – Falei, e ela estava pronta pra protestar quando eu prossegui. – Eu estava pronto pra matar aquele cara se você mencionasse o nome dele perto de mim.
Nos encaramos por alguns segundos, e nossas respirações ficaram aceleradas antes mesmo de darmos início ao beijo. A prensei no balcão da cozinha e a levantei, por sorte, ela entendeu que aquela era a deixa para passar a perna pela minha cintura.
- Admita você também. – Falei, enquanto recuperava o fôlego, mordendo seu pescoço. – Você estava com ciúmes da Val.
- Sim! Eu estava com ciúmes. – Ela disse, olhando em meus olhos.
Continuamos a nos beijar enquanto eu a levava para a cama. Algumas peças de roupas ficaram pelo caminho da cozinha até o quarto. Estávamos seminus quando a deitei na cama.

Não sei o que ela fazia comigo, mas tudo com ela era o melhor que eu já fiz. O melhor beijo. A melhor tensão sexual. E agora? O melhor sexo. Isso era algum poder dela, ou era só o fato de eu estar... apaixonado?
- Sabe... – comecei. – Eu nunca tive nada com a Val.
- Ah, , conta outra vai. Pode ser sincero, a gente acabou de transar. – Ela disse, tranquila, mas sabia que dentro dela estava acontecendo um conflito.
- É sério! Nunca tive nada com ela, se eu dei um selinho nela foi muito! – comentei, e ela me olhava com deboche.
- E todo aquele de relembrar os velhos tempos? – ela sentou na cama.
- Ah, aquilo era de quando a gente ia para o bar, beber e conversar sobre as coisas da vida! – expliquei, mas ela ainda estava com cara de deboche. – , a Val ela é... lésbica.
O queixo dela caiu, igual aos desenhos animados. Em seguida, ela ficou vermelha, provavelmente por vergonha de estar com ciúmes de alguém que gosta do que eu gosto.
- Lésbica? Lésbica?
- Lésbica, lésbica! – sorri. – Não precisa ter ciúmes.
- Acho que eu preciso sim, a moradora do 201 estava te olhando de um jeito que não me agradou nem um pouco! – ela quase fez bico, e cruzou os braços.
- É? – a abracei. – Como ela me olhava?
- Como se fosse tirar sua roupa! – ela falou, dessa vez com um bico, e eu gargalhei alto.
- Bom, quando ela me olhar desse jeito, você fala pra ela ‘já tirei’!
Foi a vez de ela gargalhar e murmurar algo como ‘ você não existe!’, depois nos beijamos novamente.

Faltavam três dias para a sentença acabar, e nós estávamos a caminho da casa de Kath, para as típicas reuniões de sábado à noite, com um engradado de cerveja e nossa, maravilhosa, presença.
- E aí, casal? – Travis veio nos receber de braços abertos na porta, e a única coisa que fez foi dar dedo pra ele.
- Não força, cara, não força! – falei, cumprimentando-o.
Fomos para a mesa de quatro lugares que havia na cozinha, e conversamos sobre coisas diversas, como sempre fazíamos.
- O pior de tudo é que ela faz uma bagunça no banheiro! – comentei.
- Eu não faria essa “bagunça” se seu banheiro fosse o dobro do tamanho! – ela retrucou.
- Ele é do tamanho ideal para pessoas normais! Ah, esqueci, você não é normal!
- Você é um idiota, imbecil, ogro...
- E você é uma mimadinha! – a interrompi.
- Uma semana... – Travis cantarolou.
- Puta merda! – resmunguei.
- Culpa sua! – me fuzilou com os olhos.
Saímos da casa de Kath distantes, aquela distância de segurança. Depois da briga, não nos olhávamos por nada. Até porque se nos olhássemos um UFC aconteceria ali mesmo na cozinha.
Entramos no carro em silêncio, e seguimos de volta para casa. No meio do caminho explodimos.
- Você viu a cara deles? Cara, eu amputaria um dedo por uma foto da cara deles! – ela disse em meio a gargalhadas.
- Saiu melhor que o planejado! – comentei.
- Bem melhor!
Quando chegamos no apartamento, ainda estávamos rindo e relembrando cada grito e cada frase dita.
- E agora temos mais uma semana... – a puxei pra mim e a beijei. – Vai ter que aturar os olhares da 201 por mais tempo.
- Na verdade... – ela começou e mordeu o lábio inferior. – Falei com ela ontem. Ela ficou bem intimidada. Ela disse que nunca mais vai olha pro meu homem.
- Seu homem? – minhas sobrancelhas se ergueram.
- Meu homem! – ela confirmou.

Faltavam três dias para acabar a aposta, e já estávamos planejando nossa próxima briga.
Estávamos em casa nesse dia. Quando acordei, ela já não estava mais na cama.
- ? – chamei.
Levantei e olhei o banheiro. Nada dela. Segui pelo corredor, que dava acesso às salas e a cozinha, quando parei.
- ... por que você só tá me contando isso agora? – ouvi a voz de Kath.
- Shh! Fala baixo, você vai acordar ele. – pediu. – E eu preciso de ajuda, amiga, eu tô surtando! Precisava contar pra alguém.
- Há quanto tempo você tá sentindo isso? – Kath perguntou.
- Desde o primeiro beijo... – ela respondeu.
- Ai. Meu. Deus! – Kath disse pausadamente. – Você ama ele!
- O que? Não! Você pirou de vez? Não mesmo... Você acha?
- Com toda certeza! Você vai dizer pra ele? Amiga, ele é o . O pegador. O comedor. O galinha...
- Não sei... Acho que ele mudou, sabe? Ele não é mais daquele jeito...
A esse ponto da conversa eu já estava sentado no chão, encostado na parede, com a cabeça entre as mãos! A única questão que sondava minha mente era “E agora?!”.
Levantei-me, e tentei forçar a maior cara de sono, andei até a sala bocejando. As duas ficaram petrificadas.
- Bom dia! Kath, você aqui? – abracei-a e fui pra cozinha.
- Acordou agora? – perguntou com uma voz mecânica.
- Sim! Infelizmente, preciso comer. Senão ainda estaria na cama.
As duas se entreolharam e voltaram a falar de coisas aleatórias, mas estavam absortas de tudo, e um pouco apavoradas, eu diria.
Mais tarde naquele dia, depois que Kath foi embora, nós começamos a voltar ao normal, mas ainda não estava no seu completo normal.
Passava das oito da noite, e estávamos deitados, embaixo de cobertas, vendo filmes. Filmes esses que fora escolha dela. Já era a quinta, ou sexta vez que assistíamos LOL – Laughing Out Loud, versão francesa ‘porque a versão francesa é outro nivel’, como dizia ela.
- Ai, Mael... – ela suspirou e sorriu. Eu? Rolei os olhos, porque se eu reclamasse ela iria me bater. – Por que tão distante?
- Pra que você quer um Mael, quando se tem um , gostoso, sexy, e de cueca boxer ao seu lado?
- Porque o Mael é único!
- Eu também sou!
- Mas você eu já tenho! – ela sorriu. Iniciando um beijo em seguida. Nada de segundas intenções, nada de mão boba, apenas um beijo, daqueles que tem 1001 significados, e mais 1001 sentimentos envolvidos. Após muitos selinhos, ela passou a mão pelo meu rosto e disse: - Eu... eu te amo. – me deu outro selinho e se aconchegou em mim.
Por alguma razão, ela parecia saber que eu também a amava, e mesmo sem olhá-la, eu sabia que ambos estávamos com sorrisos bobos no rosto. E sabia mais ainda que tinha coisas a fazer.
Peguei o celular e mandei uma mensagem, que foi respondida imediatamente. se remexeu desconfortável, mas não disse nada.

Eram onze da manhã quando eu terminei de me arrumar. Fui saindo, e encontrei na cozinha, calada. Abracei-a pela cintura e dei um beijo em seu rosto.
- Vou sair rapidinho, volto antes das três da tarde, tá bom?
- Okay! – ela disse e sorriu de lado.
Dei-lhe mais um beijo e fui para Coffee Break.

Às duas e quarenta da tarde eu estava de volta ao prédio. E, ao abrir a porta, me deparei com uma Katherine furiosa.
- Até que enfim! O que você fez pra ? Anda, fala agora! – ela dizia, com sangue nos olhos, eu podia ver chamas neles.
- Como assim? Do que você está falando? – me defendi da bolsa que ela carregava.
Bruscamente ela tirou o celular da bolsa e procurou algo nele.
“Eu sou uma burra! Burra! Burra! Burra! Burra por pensar que ele mudou. Burra por pensar que ele me amava também. Ele não mudou. ELE NUNCA VAI MUDAR. Você estava certa. Eu sou uma otária mesmo. Eu vi, amiga, com meus próprios olhos, ele... abraçado, com outra, uma morena linda... Ontem à noite eu vi que ela tinha mandado uma mensagem combinando de se encontrar com alguém. E eu quis acreditar que ele ia encontrar algum amigo... Depois que ele saiu, eu resolvi comprar umas coisas que eu precisava, e eu vi. Abraços, ele segurando a mão dela, dando beijo na testa... Eu só queria não amá-lo tanto. Ai que ódio”
A voz daquela mensagem era de uma emocionalmente alterada, e mesmo não tendo culpa, a culpa era minha.
- Onde ela tá? – perguntei pra Kath.
- Eu não vou te falar! Você não vai mais magoar nenhuma das minhas amigas, , isso acaba aqui! A não...
- PORRA! ONDE ELA ESTÁ? – gritei, a interrompendo.
- NÃO ADIANTA GRITAR COMIGO! EU NÃO VOU TE DAR NENHUMA INFORMAÇÃO. – ela gritou de volta. – Você é um imbecil.

, por favor, onde você tá?”
, cadê você? Me responde só pra eu saber que você está bem?”
“Eu estou indo pro Mangai, às oito e meia da noite, por favor, aparece lá?” “Você está bem? Não me respondeu nenhuma mensagem! Por favor, a gente precisa conversar”
“Já se passaram quatro dias, , quatro longos dias, e nenhum resposta sua, a Kath nem olha mais na minha cara, o Travis não sabe de nada, e eu estou morrendo por notícias suas, por favor, por... favor, me responde...”

A caixa postal dela deveria estar lotada com tanta mensagem minha, e ela até agora não tinha me respondido. Ninguém tinha notícias dela. Nem no trabalho ela apareceu, aparentemente, estava de férias.
- Sabia que te encontraria aqui... – ouvi Travis se aproximar. – Kath me contou o que aconteceu... Quer dizer que vocês estavam se pegando e você não teve a coragem de contar pro seu irmãozinho aqui? – ele sorriu, mas eu não estava para sorrisos hoje. – Desculpa, achei que...
- Alguma notícia dela? – foi só o que perguntei.
- Kath não me conta nada dela. – Ele disse. – Você fez mesmo aquilo com ela?
- Não! – quase gritei. – Eu saí, sim, com outra garota aquele dia, mas não foi pra nada disso que você está pensando. Fui lá pra encontrar a Emily.
- Emily, Emily? – ele perguntou.
- A única que nós dois conhecemos.
- Fala sério! – ele passou as mãos pelos cabelos. – Você também é burro, deveria ter falado pra ela.
- Lógico que não! – falei, e ele rolou os olhos.
- Você precisa se explicar pra ela...
- Ah, jura? Eu tô tentando falar com ela há quatro dias, cara, quatro dias! Sabe quantas vezes ela falou comigo? Zero! Eu não sei mais o que fazer...
Trav tirou o celular do bolso e ligou para Kath.
- Oi, amor, precisamos da localização da , pra agora! – ele disse.
- Não! Não vou dar a oportunidade pro quebrar mais ainda o coração dela. – Ela disse, simples.
- Amor... – ele choramingou.
- Não me venha com “amor”, Travis. Minha resposta é não!
- Você confia em mim?
- Trav...
- Confia ou não?
- Confio!
- Então, por favor, fala pra gente onde a tá!
- Okay, - ela deu um longo suspiro, e meu coração bateu forte. – ela foi pro chalé dos pais.
- Obrigado,amor, de noite eu te recompenso! – rolei os olhos, enquanto ia em direção ao carro.
- Só não machuca mais ela, ta, ?
Cheguei àquele chalé em menos de três horas. As luzes estavam acesas. Ótimo, ela estava em casa. Saí do carro às pressas, tropeçando em todos os lugares possíveis e impossíveis.
- Como me achou? E o que você tá fazendo aqui? – ela disse, atônita por me ver assim que abriu a porta.
- A Kath nos deu sua localização! – falei e ela ia fechar a porta, mas a impedi.
- Vai embora, !
- Mas nós temos que conversar! – falei em tom de súplica.
- Eu não tenho nada pra conversar com você! – ela já começava a chorar.
- Você precisa me ouvir.
- Ouvir o que? Você dizer que encontrou alguém melhor que eu? Que te satisfez melhor que eu? Acho que eu já vi e entendi isso muito bem.
- , você entendeu tudo errado, aquele dia, eu não fui encontrar outra pessoa que você acha que eu tava saindo, eu fui ver a Emily.
Tinha combinado com Emily às onze e meia, e la estava ela, sempre pontual, me esperando na nossa mesa, como de costume, com um café expresso e um chocolate quente.
- A que devo a honra da presença do ilustre ? – ela disse, com ironia.
- Preciso da sua ajuda... – falei, mexendo lentamente o café.
- Ih... conheço muito bem você. E essa frase. Quem é que você quer chutar dessa vez? – ela se acomodou na cadeira.
- Na verdade, eu quero é... – eu estava ficando vermelho(?). – Pedir uma garota em namoro.
- O que? – ela engasgou com o chocolate quente, ou talvez ele só estivesse muito quente. – Eu ouvi direito?
- Sim...
- Não acredito que vivi tempo suficiente pra ver você se apaixonar...
- Pois é...
- E quem é a sortuda? – ela perguntou.
- Lembra da ?
- A que tá dormindo na sua casa, por causa da aposta? – ela disse, e eu balancei a cabeça afirmando. – Jesus Cristo! Achei que isso não ia dar em nada...
- Eu também não... mas deu, literalmente. – nós rimos.
- Em que posso ser útil?
- Você sabe... preciso de ajuda com essa coisa de pedido de namoro...
- Você precisa de ajuda é com romantismo, o que por sorte eu sei ensinar...

” Contei tudo o que aconteceu a ela.
- Eu me encontrei com aquela morena linda, - usei suas palavras. – pra pedir ajuda. Eu não sou... ou era, do tipo que namora, pelo menos não do jeito que eu quero contigo. Aquele dia foi só isso que aconteceu. Os abraços, carícias e beijo na testa? Bom... é assim entre ela e eu, crescemos sendo assim um com o outro. E ela é minha prima, ... E eu amo você.
- Tarde demais, , você já me magoou muito. – E fechou a porta.

Pela primeira vez na vida, eu chorei, mas não qualquer choro, daqueles que você cai e rala o joelho. Chorei, sentindo a mesma dor de quando se perde o seu cachorro. E o pior é que eu não sabia se ia conseguir parar de chorar.
Já havia estragado dois projetos com isso. Eu não sabia mais o que fazer, e tudo o que eu podia fazer eu fiz, certo?
- Se serve de consolo... Ela também não está feliz! – Kath falou.
Estávamos em meu apartamento, eles tentavam me consolar, o que não estava funcionando, e eu tentava ficar bêbado, o que também não estava funcionando.
- Eu tenho que seguir em frente, certo? – falei, sem vontade nenhuma de seguir em frente.
Eu comecei a pensar na possibilidade de terem escrito um décimo primeiro mandamento naquela pedra.
não deverá se apaixonar por garota alguma, se isso ocorrer, ele sofrerá”
É a única explicação.

Quase um mês depois, lá estava eu, saindo da minha zona de conforto e indo para as Bahamas, forçado, porque “eu precisava ver a vida lá fora”.
Não havia notícias, nem menção ao nome dela. Aos poucos, ela estava se tornando uma completa estranha.
Bobagem!
Ela nunca seria estranha. Ela era a garota por quem eu, finalmente, me apaixonei. Mas eu tinha que seguir em frente, não deu certo. Já era.
- Com licença, mas essa poltrona é minha! – falei, já dentro do avião.
- Não, essa é a minha, a sua é essa ao lado.
- ?
Ela se levantou e falou alguma coisa que eu não entendi, mentira, eu havia entendido parcialmente algo como um pedido de desculpas, mas não dei muita bola, pois a puxei e beijei-a.
Ah! Como eu senti falta dela. Ou talvez eu estivesse apenas ficando louco e aquilo era uma alucinação, se fosse mesmo, melhor aproveitar enquanto durasse. Mas não! Era ela ali, com cada fio de cabelo, cada unha pintada de vermelho...
- Desculpa! – murmurei entre um beijo e outro. – Eu deveria ter te contado, deveria ter apenas pedido pra você. – Continuei beijando-a. – Eu senti tanto a sua falta... – uma, teimosa, lágrima caiu em seu ombro.
- Mesmo nos meus melhores dias era impossível não sentir sua falta. Eu me odiei por cada palavra daquela maldita frase que eu disse. Eu te amo, , e nem a biscate do 201 mudará esse fato. – Ela limpou o caminho que a lágrima tinha feito, e sorriu, e, Deus! Como eu senti falta dela. Como eu amava ela.
Sim, sociedade, vocês viveram tempo suficiente pra ver, ler, ouvir e presenciar se apaixonando pela garota perfeitamente imperfeita. Que fala enquanto dorme, que resmunga todo dia, do frio ou do calor, que come mais que um homem, que é mais idiota que eu, e que me ama.
Quem disse que eu te amo? Quem te iludiu dizendo que eu sou imperfeita? Você quer dormir no sofá, ? Você que resmunga todo dia, deixa suas cuecas espalhadas pela casa. Não preciso nem comentar a tampa do vaso levantada, né? Você ronca durante a noite, e sabe o pior? Eu te amo todinho desse jeitinho.
Eu sei! Fazer o quê se ela não resiste?


Fim



Nota da autora: (05/07/2015) Sem nota.




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