Uma hora. Uma hora para que o futuro de estivesse sobre uma mesa de cirurgia.
- Eu não quero... - quebrou o silêncio dentro do quarto branco onde a namorada havia passado os últimos meses.
- Shhh Não fale nada, apenas sinta. - disse pressionando o dedo indicador levemente sobre os lábios do namorado.
Ele a abraçava forte. Os últimos meses tinham sido difíceis para o jovem casal. O terrível câncer havia consumido por inteiro. O tumor maligno instalado no pulmão havia mudado completamente sua vida. Porém mesmo com complicações, fortes tratamentos sem sucesso, não perdia o bom humor. Ela era forte, ou tentava ser, por ele.
nunca perdeu o sorriso encantador para que não perdesse o dele, sorriso o qual ela adorava.
- Eu preciso te dizer uma coisa - Louis disse se levantando levemente da maca coberta de lençóis brancos.
olhava atentamente cada movimento do parceiro. Ele lhe estendeu a mão e a ajudou a sair da maca apesar da fraqueza, causada por medicamentos fortes e nervosismo que ela escondia. Ele a levou até o centro do quarto pintado de branco e azul, cores escolhidas na tentativa falha de acalmar pacientes.
- , eu sei que esse não é o lugar onde você sempre sonhou em viver isso – ele parou respirando fundo.
Olhou para os olhos da menina e continuou se sentindo mais forte, o olhar de deixava-o mais forte.
- A situação não me permite que eu realize o seu desejo sobre isso, então... Você quer casar comigo?
Ela olhou-o agora abaixado apoiado sobre o joelho direito lhe estendendo uma caixinha de camurça que continha um anel de noivado. Ela sorriu, dessa vez de verdade, sem tentar deixa-lo mais forte ou nada como isso. Sorriu porque o amava com todas suas forças.
- , sim!
Ela disse baixo tentando dizer o mais alto que suas cordas vocais conseguiam mesmo estando cansadas de serem forçadas durante o choro constante que a garota teve durante a noite. O risco de o pior acontecer era grande, considerando o fato de que a área afetada era bem complexa. Ela tinha medo desse pior, ele também. Ela tinha medo de ficar sem ele, ele também.
Ele colocou o anel delicado no dedo de e levantou beijando sua testa. Colocou as mãos em sua nuca de modo que os polegares pudessem tocar a sua face delicadamente. Ela o encarou por uns instantes. Ele sorria ao vê-la ali com o lenço , uma espécie de presente de. A cor favorita de, no dia em que seu longo cabelo começou a cair levemente , lhe trouxe o lenço da cor preferida de , um parecido com o que ela usava no dia em que se conheceram.
Ainda no centro da sala, caminhou até o celular e colocou uma música que era conhecida pelos dois como a palma de suas mãos. Ele voltou até a garota e passou o braço por sua cintura e segurou sua mão no ar. A guiou pelo quarto como se tivessem 14 anos novamente.
- Coloque os pés sobre os meus, vou te guiar!
Ela obedeceu e logo pisava sobre a ponta de seus pés. Dançaram por mais alguns minutos até que foram interrompidos de um modo que nenhum ser humano deseja ser.
- Senhora , precisamos que se prepare - o médico entrou no quarto com delicadeza.
levou-a até a maca novamente e acompanhou as enfermeiras injetando o que ele acreditava ser anestesia na veia de . Uma equipe de médicos preparavam-na e logo era encontrada com uma mascara segura com a mão de Louis, a caminho da sala de cirurgia. Estavam perto e as imagens pareciam em câmera lenta na cabeça de . Estavam bem perto e tirou a mascara apertando a mão de .
- Olhe, é a nossa música! - ela disse baixo.
Ele confirmou com a cabeça. Prestando atenção na melodia que saia das pequenas caixas de som do hospital, colocadas para tentar, também erroneamente, acalmar os pacientes.
- Independente do que acontecer, eu te amo. Eu serei sempre sua!
O médico interrompeu de continuar o deixando com a mão estendida enquanto levavam o amor de sua vida. O que aconteceria agora mudaria tudo pra sempre. Ele se sentiu fora de órbita por alguns minutos. Grudou o corpo no vidro e conseguiu ver o sorriso da garota mais uma vez, ela sussurrou 3 palavras que só poderia entender naquele momento.
- Eu te amo mais! Eu sempre vou te amar! - ele respondeu o sussurro de deixando as lágrimas que tinha segurado por tanto tempo escorrerem pelo rosto.
Ele se sentou numa cadeira ali perto, aquela ala do hospital não era movimentada. Simplesmente abaixou a cabeça e chorou, chorou tudo o que tinha segurado durante os meses em que ficou no hospital. Ele começou a se lembrar de quando a conheceu.
Um lindo dia de verão na cidade onde morava e tinha ido passar as férias na casa de seus tios. Uma cidade litorânea com belas paisagens, um rochedo alto com vista para o mar. decidiu se aventurar um pouco num pequeno bosque ali perto com um grupo de amigos, entre eles . Os dois se perderam e então se apaixonaram perdidamente. Aquele verão tinha ficado marcado na memória dos dois. Encontraram no rochedo uma paz que não podiam encontrar em nenhum outro lugar. Ali eram só os dois. Apenas e . Ao descobrir a doença anos depois, ele descobriu que o maior medo dela era ficar sozinha, então ele prometeu ficar, ficar ali. Ao seu lado, ajudando-a a vencer cada vez mais a terrível inimiga. Ela prometeu que o recompensaria, mas até agora achava que não tinha conseguido nada bom o bastante para dar em troca. Mal sabia ela que seu sorriso era a maior recompensa que ele poderia ter.
Imagens de seu primeiro beijo com , seu primeiro encontro e coisas assim vinham e iam dentro da cabeça de . A música, aquela musica não saia da cabeça do garoto. Uma enfermeira passou rapidamente, se levantou e saiu rapidamente até o carro. Deitou o banco e ficou pensando agora no “conforto” de seu carro, não queria que ninguém o visse chorando. Pegou no sono por alguns instantes. A cirurgia iria demorar a acabar. Sonhou com ela, no rochedo, sentindo seu beijo. Sentindo seus doces lábios pressionados contra os seus.
Logo levantou-se checando a hora e confirmando que a cirurgia já deveria ter acabado. Se dirigiu ao hospital e entrou sem pedir autorização para as enfermeiras, já que portava o adesivo de acompanhante colado no lado esquerdo da jaqueta. Encontrou o médico na porta do quarto de . Ele o deixou entrar sem o interromper. . apenas sentou na ponta da cama onde a garota descansava ainda desacordada. Segurou sua mão e ficou ali sentado por horas. Conversava com ela, como uma criança que conversa com seu amigo imaginário.
. apertou a mão de como se avisasse que o ouvia e logo abriu os belos olhos . No mesmo instante, o médico entrou segurando o resultado dos exames. A troca de olhares no quarto seguidas de um sorriso já comunicavam o que havia acontecido.
...
- Onde está me levando? - dizia constantemente.
pedia silêncio e guiava a, agora esposa, entre árvores e galhos caídos no chão. O lenço verde agora lhe cobria os olhos. Andaram mais alguns minutos e colocou-a de frente para ele e retirou o lenço.
O rochedo, onde tudo começou. Os cabelos já grandes de voavam com o vento e ele pressionou seus lábios contra os dela, como em seu sonho. Deixando o lenço ser levado com o vento. Levando lembranças, em parte ruins, mas que viveria todos aqueles momentos novamente apenas para ter a sensação de tê-la em seus braços.
FIM.
Nota da Autora: HEEEY SWETTIES! Se está lendo isso é porque chegou ao final da minha fic! (JURA PATRÍCIA?) Eu realmente espero do fundo do meu coração que tenham gostado porque essa shortfic é o amor da minha vida! Não estou brincando eu chorei escrevendo! Eu queria agradecer as minhas amigas Bianca, Letícia e Gabriela por ter me colocado novamente neste vicio em fanfictions que me levou a escrever esta e quero agradecer especialmente a você que leu a minha fic muito obrigada mesmo! Beijinhos até uma próxima fic, talvez, meus amores! Pati :)xx
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