"A linha de impedimento é uma jogada ensaiada da defesa cujo objetivo é anular o ataque adversário ao colocar jogadores em posição de irregular no momento certo, um instante antes do passe." (Wikipédia)

A bola é lançada um pouco estranha para mim, o cara acha que eu não sei bem o que tinha de fazer, mas meu faro de gol era certeiro e absoluto.
Desde as categorias de base, a facilidade é comigo.
Gol de letra, de cabeça, bicicleta. Não importando a maneira, estava lá, eu e a bola.
Algumas pessoas acham que o jogador de futebol gosta mais da vida que leva do que qualquer coisa; discordo.
Mesmo amando a vida que levo, não vejo coisa mais prazerosa do que estar em campo. Nunca tive problemas com titularidade, sequer fui apenas um anônimo e sendo sincero? Odeio não ter que jogar uma bolinha, não suporto a possibilidade de pegar banco para um cara que sequer tem faro de gol.
Não que eu seja esnobe, mas sei bem minhas qualidades, sei bem que o time precisa de mim.
Sou discreto e não nego, tenho lá meu charme. A vida surreal que o futebol proporciona é música para os meus ouvidos.
Já convivi com jogador que se deixou levar, se afundou em drogas, deixou de jogar.
Tenho meu limite, sexo e mulheres são apenas... Supérfluo.
Sei bem que se um dia o dinheiro acabar, o que acho difícil, tudo também acaba.
As amizades, as mulheres, tudo.
Não que isso vá acontecer, com os milhões aplicados em ações, empreendimentos, uma coisa que não vou ficar um dia é pobre.
Dizem que jogador de futebol tem o dom de conseguir qualquer tipo de mulher, confesso que eu não fico muito atrás desse parâmetro não.
Dinheiro fácil, vida boa, sexo, mulheres, tudo o que um cara sonha ter na vida.
Sempre tem aqueles que preferem ficar com a esposa em dias de jogo e eu era um desses caras.
Estamos passando por momentos difíceis, mas quando os caras me chamaram para sair, não tive como recusar.
O Campeonato estava quase no final e eu? Eu era o ídolo da torcida do , ovacionado pela imprensa e odiado pela torcida do adversário.
Se é chato ser eu? Chato seria se eu tivesse de ver outro filho da puta no meu lugar.
Tudo sempre foi fácil demais, nunca tive que passar anos e anos na natação para me tornar um jogador, hoje sei que existem escolinhas que formam um profissional de futebol, mas comigo sempre foi fácil.
Um garoto esperto, inteligente e bom de bola.
Meu problema? Ter que sair numa quinta feira e segurar as mulheres que estavam na boate, que já tinha pego. Não eram poucas, cada uma delas sorria ao me verem passar e nesses momentos sentia-me um rei. Onde todos os meus súditos eram mulheres prontas para transar. Minha devota esposa estava em casa, esperando-me espairecer. Todas elas sabiam o tipo do homem que nós éramos e no fundo, nunca se importaram. A conta bancária era boa demais para que qualquer uma que ousasse falar qualquer coisa, éramos bons no que fazíamos.
As luzes da boate intercalavam as cores no teto, a música alta fazia com que meus ouvidos implorassem por uma gota de álcool e logo o meu pedido havia sido atendido. Bem a minha frente, uma loira estava vestida de azul. Não lembrava de onde a conhecia; se já tinha levado-a para cama, mas para mim, seu nome era apenas ‘Johnny Walker Blue’.
Promoter de evento, ela sorria sem vergonha enquanto os seus peitos sorriam junto a ela. O vestido colado, curto, com o salto alto complementando me deixou a ponto de bala, elas eram sempre daquele jeito, o Lorinton, dono da boate, achava que nós, jogadores, precisávamos de atendimento especial e eu não recriminaria. Toda vez que íamos até ali, era uma noite extremamente legal para o Lorinton.
O adorava, caminhava por ali cumprimentando as garotas com uma tapinha na bunda, enquanto elas sorriam para ele. Sou do tipo difícil. Tenho alguns mandamentos para o ataque e cumpro sempre que posso.
A maioria dos caras preferem transar com qualquer coisa, já vi cada tipo de Maria chuteira dando em cima e ficando com os meus amigos, que tenho vergonha deles. É mulher? É. Mas só pego top, até para ser puta, tem que ser puta que preste.
Uma vez uma Raimunda deu em cima de mim, ela era extremamente gostosa, muito mesmo. Aquele tipo de corpo que o cara fica com pau duro só de olhar, mas era tão feia, tão pobre de feição que não tive coragem, não sou tipo que não beija na boca, não é prostituição, é sexo, é diversão, então rola beijo na boca, e muito. Não tive coragem de pegar essa mulher, catou e ainda falou que foi o melhor sexo da vida dele. Não me arrependo, a gostosa que peguei naquela noite fez jus.

- Servido, ? – A Johnnie Walker gostosa perguntou sorrindo, o típico sorriso que merece uma resposta a altura, sorri de lado antes de pegar um copinho e levar até a boca. – Saúde! – Falou baixo, não baixo o suficiente para que não escutasse, aquela era sua intenção. Sorri mais uma vez e dei um passo à frente, apenas vendo-a morder o lábio inferior, deixando-me com vontade de mordê-lo também. Terminei de beber o copo e inclinei o meu corpo sobre a bandeja que ela segurava.
- Você pode me tirar uma dúvida? – Perguntei divertido. Ela fez que sim com a cabeça, sem disfarçar o sorrisinho de quem sabia bem que algo bom não viria de mim. Dei um passo ao seu lado e depositei minha mão em sua cintura. Senti seu corpo responder ao toque, aquele estremecer feminino, típico de quem queria muito mais do que um apertar na cintura. Inclinei meu corpo próximo ao ouvido dela, antes de fazer o gol. – Gostaria de saber o quão mais gostosa do que o blue você é... – Deixei a frase no ar e mordi a orelha dela. Seus olhos fecharam e sua respiração acelerou, fazendo meus olhos cravarem nos seios dela, que subiam e desciam pedindo para sair daquele vestido apertado e eu sinceramente não ligaria que eles no final da noite, parassem na minha boca.
A garota Johnnie Walker sorriu, mas não um sorriso sem graça, um sorriso esperto de quem queria tudo o que eu queria. Dei um passo para trás e segurei sua cintura, juntando nossos corpos, vendo-a enrijecer. Ela estava trabalhando, eu sabia, mas essas garotas adoram uma diversão, não serei eu que farei com que elas fiquem tristes. Peguei seu cabelo e o depositei todo num ombro só. Ficando com uma parte do pescoço livre para o abate.
Antes que eu pudesse inclinar minha língua para fazer com que ela ficasse ainda mais excitada, Lorinton surgiu.
- , porra! Deixa minhas meninas trabalharem. – Me cumprimentou sorrindo, enquanto eu rapidamente retirava minhas mãos da cintura dela e sorria sem vergonha. – Cacete! Você precisa controlar seu amigo aí embaixo! – Deu uma longa gargalhada enquanto a garota saía dali quase que correndo. Ele me puxou para um abraço e eu sorri, ele era um ótimo amigo. – Nunca mais tinha aparecido por aqui, cadê a garotinha que encoleirou você? – Perguntou maroto e eu fiz uma careta.
- Porra de garotinha, Lorinton! Eu lá sou homem de uma mulher só?! – Perguntei pedindo ao barman uma dose de whisky, olhando ao redor, interessado.
- E por que você nunca mais apareceu?
- Problemas, meu amigo, problemas. – Balancei a cabeça enquanto ele me olhava como se entendesse, não que aquela desculpa fosse real, mas geralmente as pessoas se davam por satisfeitas diante daquele tipo de resposta.
- Problema? O problema dele é extremamente gostoso e o deixa maluco, quem era , Lorinton? Não faltava uma quinta nunca, agora, quando ligo, ele não atende e depois diz que está com a esposa. Eu nasci ontem, né não? – Tagarelou , fazendo-me revirar os olhos. e a sua boca grande, adorava ficar falando merda por aí, tinha falado para os caras no que eu estava apaixonadinho, que eu estava de romance, deixando-me puto da vida.
- Cala a boca, porra! Para de falar merda! – Exclamei dando um tapa no braço dele, que me olhou desconfiado. Fiz careta, sem que Lorinton percebesse e sorri logo em seguida. – Parece uma menininha fifi, que adora falar da vida dos outros. – Completei vendo olhando fixamente para uma direção.
Não me dei ao trabalho de olhar, deveria ser alguma garota que ele queria catar, pouco importava para mim. Não gostava de procurar, elas viriam até a mim sempre.
- Eis o problema do , Lorinton! – Escutei o exclamar segurando o Lorinton pelos ombros para que ele olhasse na mesma direção que ele e rapidamente, gelei.

Ou ele estava blefando ou estava mesmo vendo o meu problema diante dos seus olhos.
Tentei acalmar a súbita vontade de caminhar até a pista de dança, mesmo que eu sequer estivesse pronto para ver o que ela estava fazendo, a simples ideia de que ela estava naquela merda era raivosa.
Ela havia dito que ficaria em casa, não? Que não sairia porque estava cansada. Porque não queria sair.
O que porra ela estava fazendo ali?
O meu problema se chama .
Extremamente gostosa, linda e ainda consegue transar comigo como nenhuma outra. Ela é o motivo das noites em que passei sem dormir por saber que depois de uma primeira transa, não devíamos nos ver, ela não ajudava, não se deixava ser forte. Eu tinha que dar o fora, que dizer não. Às vezes parecia que ela sabia que eu estava tão a fim de comê-la quanto ela de se deixar levar.
Isso me levou a cometer uma loucura e chamá-la para ser minha amante e desde esse dia, uma paz se instalou no meu corpo. Eu me via perdido, ao passar três dias sem ir para cama com ela, ficava de mau humor e a porra toda.
Nunca tive tanta necessidade de transar com alguém como tinha com .
A mesma garota que estava rebolando na pista de dança.
apontou para o meio da pista e rapidamente senti o meu sangue ferver. Ali no meio, extremamente provocante ao rebolar, estava ela, a culpada por todas as minhas loucuras. estava com um vestido curto, colado ao corpo, provavelmente com um salto alto e um copo de bebida nas mãos. Dois caras dançavam com ela e a amiga, o que me fez quase partir para espancar aquele cara, diante da raiva que sentia.
Ele tocava a cintura dela com intimidade, uma intimidade que eu preferia pensar que existia apenas comigo. Uma porra de intimidade que ela parecia estar gostando.
Não acho que ela tinha me visto e sinceramente, espero que ela esteja mesmo se divertindo, se tudo não passasse de uma provocação como eu pensava que era, estava muito fodida na minha mão.
Algumas pessoas saíram da pista, a música havia mudado e foi mais fácil olhá-la com precisão. As duas gostosas ao meu lado estavam se esfregando, o meu amigo lá de baixo já estava mostrando serviço e um sorriso sacana brotou dos meus lábios.
parecia uma garotinha de 17 anos, pronta para que o bonitão que ela estivesse apaixonada se jogasse e demonstrasse ciúme, afirmando um ‘Não suporto outros caras te olhando’.
A verdade? Bem, eu estava me segurando para não voar no pescoço do filho da puta. Ela era propriedade minha, não era? Por que porra o cara estava se esfregando nela?
Respirei fundo e balancei a cabeça de acordo com a música, a loira gostosa começou a rebolar na minha frente, roçando a bunda dela em mim. Por um momento esqueci a , dei uma gargalhada perto do ouvido da loira gostosa e mordi a orelha dela, depositando minhas mãos em sua cintura, juntando mais nossos corpos, afim de que ela se esfregasse mais em mim.
Não sou do tipo que dá escândalos nos lugares, assim como o dia de hoje, em que eu fico com uma garota de cada lado, sou tranquilo, elas que chegam, se jogam, só faço comer depois.
A pior parte disso é o dia seguinte, mas, depois dela, aprendi que as garotas que costumo transar são todas maravilhosas.
Menos ela.
Garotinha insistente. Parece até que só queria me deixar de quatro para jogar.
Ela estava jogando.
Desde o momento em que perguntei se ela queria ser minha amante que as coisas estão nesse nível.
Agora ela tem a cara de pau de perguntar se...
Fechei os olhos e respirei fundo, nunca fui do tipo do cara que marca território assim, já que as mulheres costumam correr e vir até mim o tempo todo.
Ela estava me provocando, ela sabia que eu estaria ali.
Filha da puta.
A amiga dela a cutucou e elas olharam para mim, nossos olhares se cruzaram e deu um sorriso de lado, sacana. Se não estivéssemos numa boate eu teria soltado a loira e teria dado um beijo na boca dela, o olhar dela pedia isso com desespero e eu não sou o cara que deixa uma garota como aquelas triste, não é? Tirei um pouco do cabelo da loira que estava em minha frente e comecei a beijar o seu pescoço, ela quase gemeu em resposta e os meus olhos estavam fixos nos da . Ela tocou o ombro do carinha e ele virou de frente para ela.
Ele sorriu quando a pegou pela cintura e começou a dançar abraçado a ela, desviou seus olhos dos meus e passou a boca lentamente pela boca dele, meu sangue ferveu. O que porra aquela garota queria fazer, eu não sabia, mas definitivamente estava puto.
Olhei para o lado e vi e Lorinton parados, olhando para mim, que segurava o copo de vidro com força o suficiente para quebra-lo.
- O que foi, porra? Tão olhando o que? Vão procurar o que fazer, cacete! – Exclamei balançando a cabeça, fitando a garota mais uma vez, antes de caminhar a passos largos para bem longe dali. Andei até o lounge, um lugar mais calmo, onde as pessoas estavam apenas conversando. Parei encostado numa parede e fechei os olhos, focalizando em minha mente o momento em que ela estava tão gostosa dançando que a vontade que eu tinha de voltar lá e me esfregar nela estavam me matando. Garotas boazinhas quando se revoltam conseguem deixar caras como eu malucos e naquele momento, a ideia de levar para o cantinho mais próximo era tentadora demais.
Assim como ela, com aquele vestido colado, aquele salto alto. Não que ela andasse desarrumada, mas diariamente, apesar de continuar linda, sexy, ela não costumava se esfregar em alguém numa pista de dança. Quase uma dança do acasalamento, onde eu estava morrendo de inveja do merdinha que estava se esfregando nela.
Ficar sozinho sempre me ajudou a pensar nos problemas e nas soluções, para aquele problema em especial, a única solução encontrada era e que eu tinha que arrastá-la pela cintura e dar um murro no queixo do playboy. Eu havia avisado, uma, duas, três vezes.
Ela não poderia brincar daquele jeito, nunca foi idiota e não seria naquela noite. Eu não bancaria o carinha apaixonado.
Nem que ela nascesse novamente.
Dei alguns passos até a bancada do bar e pedi mais outra dose, vendo o barman depositar o whisky quase que correndo para mim, passando na frente de algumas pessoas.
Vida fácil, amizades selecionadas, mulheres o tempo todo, dinheiro fácil.
Só era preciso um momento para que eu caísse na real e me desse conta de que aquele descontrole infantil e bobo não levaria a lugar algum.
Com os olhos fixos num ponto qualquer, senti uma mão tocar meu pulso, uma mão feminina. Quando olhei para o rosto da garota que estava no mínimo interessada, sorri confiante, certo de que nada melhor do que tirar alguns problemas da mente do que alguns amassos e transas, nNada melhor do que aquilo. Meu sorriso morreu no instante em que os lábios dela se curvaram num sorriso.
Ela estava ali.

- Olá, . – sorriu para mim, um sorriso debochado, de garotas espertinhas que sabem demais sobre determinadas coisas. Revirei os olhos e continuei olhando para frente, dando uma de mulherzinha fodida que esnoba o cara porque ele fez besteira.
Não que ela tivesse feito, mas eu ainda estava puto.
A vontade de quebrar uns cinco caras ali não era normal, o fato dela estar extremamente gostosa enquanto respirava e eu pudesse ver de rabo de olho o seu peito subindo e descendo não acabava com a raiva que sentia, não aniquilava um fator importante daquela noite.
Ela havia se tornado especial, de um modo que eu não gostava de pensar, muito mais presenciar. Pouquíssimas vezes me vi descontrolado por uma mulher, claro que propositalmente isso acontecia com frequência, as mulheres adoravam homens ciumentos, parecia até que os homens sentiam alguma coisa por elas. Bobinhas.
Homens são mentirosos, espertos e vivos, desde os meus 14 anos, das divisões de base que a mulherada não media esforços para me ter na cama. ‘Oh, ele é jogador de futebol’, não pega geral quem não quer, ou não pode, o que não se aplica ao meu caso. Quando casei foi por ver na minha esposa algo que eu não via em nenhuma outra mulher, ela demonstrava paz, o sorriso dela me deixava mais calmo. Mulheres e mulheres. Existe uma enorme diferença e nós homens, reconhecemos uma mulher fácil a quilômetros de distancia.
O que não se aplica a .
Não sei, na verdade, o porquê dela ter sucumbido a mim, apesar de sempre saber que por trás daquele olhar de garota comportadinha, existia muito mais do que papai e mamãe na cama. Ela era diferente, o tipo de garota perfeita para qualquer cara, das que entendem sobre futebol, conversam sobre música e ainda são inteligentes. O tipo de mulher que me casei.
Exatamente como a mulher que eu havia deixado em casa para ir para a barca.
Às vezes, bate uma consciência pesada, fico pra baixo, por alguns... Segundos. Assim como pensei nela, no seu sorriso e no seu jeito, tirei isso da cabeça e foquei na garota gostosa ao meu lado.
não é do tipo panicat, não tem curvas exageradas, não é vulgar. Sabe usar um vestido curto, sabe ser mulher realmente e porque eu pareço um merdinha notando características dela? Para não cumprimentá-la, conversar com ela.
Estou com raiva e isso não vai passar com o sorriso dela, mas não vai mesmo.
Levei meu copo de whisky a boca, sendo parado na metade do caminho. segurou meu pulso e sorriu para mim, queria beijá-la.
- Dança comigo. – Falou pegando o copo em minhas mãos e depositando no balcão do bar, balancei a cabeça negativamente e fingi estar interessado demais num ponto fixo na pista de dança. – Por favor, . – Ela depositou suas mãos no meu pescoço e fez biquinho, talvez um cachorrinho pidão fosse bem representado por ela naquele instante.
Revirei os olhos e balancei a cabeça negativamente. Queria ver até onde iria a pose de garota fácil que ela estava tentando passar.
dançou um pouco com o corpo colado ao meu e a minha pulsação acelerou. Fechei os olhos e mordi a língua, sempre fiz isso em jogos, como punição diante da vontade de quebrar o pescoço de algum filho da puta, um juiz que estivesse roubando para o time adversário ou talvez suprindo a necessidade de quebrar a cara de um imbecil que resolvesse foder com tudo. Sempre fui calmo, havia aprendido a técnica há tempos, só nunca tinha utilizado diante de uma garota.
Uma merda de garota imbecil e gostosa.
Meu pau estava duro, ela dançava agarrada a mim de modo provocante, se qualquer loira sem nada na cabeça me fazia ficar daquele jeito, imagina ela? Retirei suas mãos do meu pescoço antes de perder o controle e beijá-la ali, eu não perderia aquele jogo. Sorri de lado quando vi olhar para mim com raiva, coisa que eu tinha me familiarizado, acontecia com frequência. Ela se irritava com tudo e logo ia reclamando, fechando a cara, ficando emburrada.
Não vi para onde ela caminhou a passos firmes e sorri lembrando-me dos momentos em que havia passado ao seu lado.
Ela era uma garota e tanto.
Não que eu fosse apaixonado ou algo do tipo, só que me fazia um bem extremo estar perto dela, fodendo ela. O encaixe perfeito.
As mulheres gostavam de pensar que isso acontecia e eu não discordava. Algumas mulheres conseguiam ser boas demais no que faziam, o sexo ficava maravilhoso e o cara gozava com louvor, mas isso não era sempre, isso era raro.
Garotas fáceis sabem fazer um belo boquete, não mais do que isso, sexo com algo além de prazer envolvido é o melhor. Mesmo sem me dar conta, tive com .
O simples fato de já ter esbarrado com ela de maneira diferente já havia feito com que tudo fosse diferente, sem contar a garota.
Completamente diferente de tudo o que eu havia conhecido.
bateu no meu peito, como se estivesse me mostrando algo e no momento em que eu fixei meu olhar na direção em que ele me mostrava, simplesmente paralisei. De repente, todas as pessoas que rodeavam aquela cena, dançando, se divertindo, haviam sumido. ainda falava qualquer coisa que fosse, gesticulando, mostrando o que eu deveria fazer. Ele pensava que eu faria o que? Meu olhar ainda estava fixo na cena que se desenhava ali e eu fechei os olhos, abrindo logo depois para ter certeza de que era a puta da que estava atracada com um filho da puta qualquer.
Voltei a fazer o movimento, fechando e abrindo meus olhos repetidas vezes até que respirei fundo e contei até dez, ou tentei contar.
Naquele momento, morder a língua não seria suficiente para acalmar meus ânimos.
Eu estava puto da vida e ela teria que pagar.
Diferentemente do que eu faria em casos normais, não catei a primeira gostosa, não fiz nada além de ficar paralisado. Olhando aquela cena, como se estivesse tentando assimilar o fato da minha garota estar deixando que um filho da puta qualquer apalpasse sua bunda, sua deliciosa bunda. A cena seria cômica, se não fosse trágica. Ela estava parada, de olhos abertos, olhos fixos em mim, o cara estava de olhos fechados, certo demais de que estava acabando com qualquer vestígio dela de uma noite ruim, achando realmente que ela estava adorando estar beijando o cara. Ela estava com o olhar fixo em mim e eu tive vontade de voar no pescoço dela e matá-la.
As mãos dele passeavam pela bunda dela, parando na cintura e apertando por ali, meu sangue ferveu no momento em que ele passou uma das mãos na barra do vestido colado, parecendo querer avançar o sinal vermelho e eu não vi mais porra nenhuma além daquilo.
Caminhei a passos largos até a ceninha ridícula dela e toquei o ombro do filho da puta, poderia parecer ser delicado, se não fosse o olhar que ele havia me lançado ao me ver. Estava em choque, provavelmente sabia quem eu era e pouco importava, queria que ele se fodesse. me olhava com um olhar irritadinho, mas no fundo, poderia jurar que seus olhos brilhavam, que estava adorando aquela ceninha ridícula que eu estava fazendo.

- Vamos, . – Falei olhando fixamente para os seus olhos, vendo-a apenas cruzar os braços na altura dos lindos seios e me fitar, desafiadora. – Estou falando sério, vamos. – Fechei os olhos por um momento, vendo o carinha me olhar sem entender o que porra eu estava fazendo. – Minha namorada espertinha, sabe como é, né? – Sorri amarelo enquanto comentava isso, vendo a garota ficar incrédula.
- Você não é casado? – O playboysinho de merda perguntou e eu revirei os olhos, bendita vida pública.
- Era, agora tenho namorada, e se você puder dar licença, preciso dar uma surra nela por ser desobediente. – Comentei como se estivesse falando sobre um assunto qualquer e apenas vi o boy afirmar com a cabeça.
- , cara, desculpa, beleza? Eu não sabia que ela era sua namorada, sou seu fã! Faça um gol para a gente esse final de semana. – O garoto riu abobado e olhei discretamente para , que admirava a cena incrédula. Parecia até que estivesse saindo fumaça pelo seu nariz, estava irritada demais e eu só queria sorrir.
O boy foi embora e eu a toquei pelo braço, para que fôssemos para um local mais reservado, mas ela foi teimosa, tirou com força minha mão do seu ombro e eu estava perdendo a paciência. – Vamos conversar, , não vou conversar aqui.
- Conversar sobre o que? – Perguntou por entre os dentes enquanto tentava tirar minha mão do seu braço que agora já apertava. – Não temos o que conversar, , estou puta da vida com você, não quero merda de conversa nenhuma.
- Você? – Perguntei incrédulo. – Você está puta? – Dei uma longa gargalhada, vendo-a bufar. – Mas por que, querida? Não vejo motivo algum. – Dei de ombros ainda segurando-a.
- ! Está me machucando. – Seus olhos demonstraram medo e por um momento fiquei nervoso e soltei o braço dela, estava um pouco vermelho, mas nada demais. Olhei para os olhos dela e ela os revirou. – Você acabou de atrapalhar minha foda, está satisfeito?
Acho que passei alguns segundos, ou minutos para entender o que ela havia dito para mim, aquilo não era normal.
- Eu atrapalhei o que? Virou macho agora para falar desse jeito? – Perguntei chegando mais perto dela, sem me dar conta que a boate parecia ter parado para ver bater boca com uma garota, tão diferente do que na maioria das vezes acontecia.
- Convivência, quando você começa a conviver com pessoas baixas, que transam com todo mundo, que dão em cima de todo mundo, termina se acostumando a isso, termino ficando igual. – Ela falou olhando para as unhas, como se aquela discussão que estávamos iniciando fosse a coisa mais normal do mundo.
- Páara com isso, linda. – Falei baixo, enquanto tocava sua mão, vendo-a fraquejar. – Vamos para um lugar mais reservado, não consigo conversar com esse barulho todo.
A vaca da , que estava me deixando mais puto do que tudo, se limitou a soltar sua mão da minha e caminhar, rebolando, recebendo alguns assovios por onde passava enquanto eu apenas olhava para o filho da puta como se ele fosse apanhar e talvez até fosse, se tocasse nela.
Caminhou até um canto, onde tinha alguns bancos e cadeiras, a iluminação era mais forte e a música estava mais baixa. Ela se inclinou um pouco para sentar numa cadeira de madeira e sorriu para mim, no instante momento em que cruzou as pernas e eu paralisei. Mais uma vez. Na mesma noite.
Antes de cruzar as pernas, ela as abriu, fazendo um movimento lento para que isso acontecesse e se eu não estivesse tão irritado com a cena toda, eu teria levado a garota para o banheiro. Ela estava sem calcinha. Não sei dizer se a raiva tomou conta de mim ou se excitação estava mais forte do que nunca, mas aquela mistura não me faria bem.
Ela estava pronta para me foder e faria de tudo para que aquilo acontecesse.
Nosso lance era tranquilo, calmo. Ela era uma garota legal, apaixonante na maior parte do tempo e aquela nova face dela eu não conhecia, mesmo estando extremamente excitado com isso.
Dei mais alguns passos e parei a sua frente, uma discussão era melhor do que sexo naquele momento, não que eu achasse isso, lógico. Mas precisava que ela se controlasse, já havia beijado outro cara, se fôssemos transar naquela noite, o que eu precisava com urgência, que fosse fora dali.
Já que do jeito que me encontrava, seria fácil arrastá-la para um banheiro.

- O que você pensa que esta fazendo? – Exclamei alto o suficiente para que as pessoas ao redor me olhassem surpresos, estava no meu limite. – O que porra você está fazendo, ? – Ela ergueu o seu olhar do chão e me desafiou. Bufei, passando a mão pela cabeça sem conseguir entender o que se passava pela cabeça daquela garota.
- Curtindo a minha noite, não posso? – Seus olhos transmitiam fogo, o típico fogo do qual eu queria desesperadamente me queimar. Levantou da cadeira que estava sentada e colocou suas mãos na cintura, desafiadora. – Agora eu não sei o que você está fazendo, Rolando . Aquela ceninha foi ridícula, você precisa se controlar mais. – Deu de ombros, desinteressada. Não aguentei.
Segurei seu braço e a encostei na parede, ficando a segundos de mandar tudo para a merda e beijá-la como eu quis desde o primeiro momento naquela noite. Talvez estivesse parecendo um carinha apaixonado, não sei. Nunca estive naquela posição de descontrole antes, então tudo parecia ser uma loucura sem tamanho. Os olhos dela ainda me incendiavam, ela ainda estava em numa pose confiante e diferentemente de todas as outras vezes, não havia submissão.
- Não tenho controle ao seu lado. – Sussurrei soltando seu braço e ainda encarando os olhos dela, senti seu corpo fraquejar. – Você sabe dessa porra! Por que então beijou um cara na minha frente?
- Você não é meu proprietário, não sou sua, . – Toquei seu rosto, pegando-o por entre as minhas mãos e num ato desesperado, toquei seus lábios com os meus delicadamente. Ela afastou tão rápido que nem tive tempo de assimilar se ela queria aquilo. Ergui uma sobrancelha e esperei por uma explicação que fosse, parecia certa de alguma coisa, a determinação estava estampada nos seus olhos, o que me deixava um pouco... Desconfortável. – Não costumo beijar dois caras na mesma noite, amanhã ligo para você, sim? – Sorriu forçando uma simpatia, enquanto empurrava o meu corpo e eu, ainda entorpecido, me deixei guiar, até que ela deu as costas, parando e virando no que parecia ser uma última vez. – O que foi? Não sabe o que é isso, não é? Não ter controle sobre o seu corpo? Não saber o que fazer ao ver aquela pessoa com outro? Você já sentiu isso? Já se passou por isso? – As perguntas dela faziam confusão na minha cabeça e eu não conseguia pensar em nada coerente para falar, além de desejar puxá-la e beijá-la. Não. Eu não tinha passado por isso, nunca na minha vida, nunca havia parecido um cachorrinho diante de uma garota, a ponto de rastejar por um beijo, para depois escutar qualquer tipo de insulto ou algo do tipo. O que porra era aquela garota eu não sabia, só que naquele momento, que se fodesse o resto.
- Por favor, . Vamos sair daqui. – Falei baixo, vendo-a dar um passo na minha direção e cruzar os braços na altura do peito, fechei os olhos diante do movimento, bendito desejo. – Minha cabeça está doendo.
- Por que você não vai para casa e curte a sua noite? A mulher da sua vida está lá, não? – Revirei os olhos. Como de praxe, meu corpo respondeu. gostava de falar da minha esposa sempre que podia, sua voz era sarcástica e aquele sorriso sempre estava estampado no seu rosto quando isso acontecia.
- Prefiro a amante, ela sabe ser gostosa quando quer e tem um sexo que nenhuma esposa certinha consegue se assemelhar. – Esperei alguns segundos. Fechei os olhos, o tapa que terminou sendo jogada no meu rosto era previsível. Garotas irritadas batem nos caras maus e naquele momento, não consegui me segurar. As coisas estavam passando dos limites e se continuassem indo para aquele caminho, eu perderia muito mais do que uma garota.
Transar sem compromisso com alguém tem lá seus contras. Um desses contras é o envolvimento. Quando uma das partes esta fodidamente envolvida ou a outra corre enquanto é tempo, ou ela se fode junto. No meu caso? Estou fodido, numa boate, reclamando porque a minha garota ficou com outro. Se isso soa patético? Não sei. O mais patético é o fato de mesmo com tudo o que aconteceu, ainda ter o desejo de levaá-la para casa e dormir aninhado ao corpo dela.
Eu sabia desde o começo, ela seria minha ruína. Os caras haviam dito inúmeras vezes para que eu me afastasse e no começo eu até tentei. Pensava nela o tempo todo, mas uma transa aqui e ali supriam a necessidade de tê-la, se fosse qualquer outra garota, teria corrido, fugido, mas não. Estava em todos os lugares que eu, conseguia sorrir para mim sempre que podia, por mais difícil que fosse admitir para mim mesmo, estava preso aquilo. Completamente preso no que parecia ser um tipo de vicio do meu corpo, da minha alma.
- Tudo se resume a isso, não é, ? – desviou meus pensamentos e fixei meu olhar no seu rosto, seus olhos estavam marejados e eu tive vontade de abraçá-la e pedir desculpas, mesmo que essa vontade não tivesse passado de um lampejo de boa conduta, que logo foi esquecido. – Tudo é sexo, eu sou sexo para você, sempre...
- Se você fosse sexo, eu estaria fodido porque você beijou outro, ou teria passado a mão em você como aquele filho da puta estava fazendo? Isso é sexo para você, ? Sexo é ter necessidade de beijar uma garota, mesmo que ela tenha sido a filha da puta que ficou com outro na minha frente? Isso é só sexo? O que é só sexo para você? Caralho! Você precisa que eu desenhe no meu pulso ou algo assim? ‘ não é só sexo, é muito mais do que isso’, precisa? Mas que inferno. – Exclamei alto o suficiente para que os olhos dela se arregalassem diante dos meus e eu respirasse fundo, controlando meu surto.
Se as minhas palavras tivessem sido boas o suficiente para que eu a fizesse calar a boca e me olhasse com aquele brilho no olhar, não teria sido tão reconfortante. Se tivesse sido planejado aquela minha cena ridícula de ciúme, não teria sido daquela forma, ela não teria ficado daquela maneira. Quando eu pensei que estava fodendo com tudo, ela chegou e me mostrou que tudo já estava fodido. Eu estava preso na minha própria armadilha, estava envolvido, estava ferrado.
- Você tem noção do que acabou de me dizer? – Olhei para ela, fugindo mais uma vez dos pensamentos assombrosos que me assolavam naquele instante. – Você disse que se importa e eu... – Aquela era a minha garota.
A garota que me deixava encantado pelo olhar que me lançava, a garota que me deixava sorrindo a toa, era por ela que eu sentia ciúmes, não pela garota sem sentimentos que estava a minha frente, elas eram diferentes.
- Você o que? Não é como se eu não soubesse o que você sente, só não sei como lidar com isso, ou não sabia, até ter certeza. – Certeza de que mesmo? Cocei minha cabeça, vendo os olhos dela brilharem ao sorrir bobamente. Mulheres. Ela deu dois passos e parou a minha frente, nossos corpos ficaram quase que colados e ela tocou o meu rosto. Parecia que eu estava esperando por aquele momento desde o começo da noite, como se o meu corpo precisasse estar dentro do dela rapidamente e urgentemente, não me inclinei para beijá-la, não fiz nada além de ficar parado, com os olhos fechados, enquanto suas mãos, bem menores do que as minhas, roçavam pelo meu rosto, numa carícia silenciosa, onde nós dois não precisávamos falar nada.
- Você me ama? – Escutei as palavras com perfeição, mas não abri os olhos. Em parte, por saber que eu teria de me perder diante do olhar que ela me lançava naquele instante e toda mentira daquele nível, era forte demais, até para mim. Seu corpo provavelmente estava esperando pela minha resposta positiva. As pessoas eram daquele jeito, as mulheres, em especial.
Tudo é associado ao amor, não existe envolvimento sem o pensamento de ‘Será ele?’, em alguns casos, pode até ser. Talvez eu realmente seja o encaixe perfeito de , o cara que ela procurou durante toda a sua vida, mesmo afirmando que não ligava para essas coisas e que estava muito bem sozinha. Nós, homens, ainda aguentamos ficar por um tempo sozinhos, é um pouco diferente para jogador de futebol, onde dinheiro é fácil. Precisamos de alguém para nos acompanhar para cada lugar que formos, não é fácil a vida solitária sem ter para onde voltar no dia seguinte. A maioria casa cedo, tem filhos logo, quer a casa cheia e eu não os culpo. Eu mesmo sou assim, o que não me deixa impune de algumas escapulidas aqui e ali. Existe uma facilidade para nós, não associamos envolvimento a amor e toda essa baboseira que as mulheres adoram sonhar e fantasiar. O que eu tenho a oferecer a ela, além de sexo? Nada. Eu não tenho nada além de umas transas, ela não será minha esposa, a mãe dos meus filhos. Por mais que soubesse que tenho que falar isso a ela, não estou preparado para isso, não agora.

- Linda, não estamos no lugar certo para falar sobre isso. – Sorri nervoso. Abrindo os olhos e presenciando o momento em que suas mãos soltaram o meu rosto.
Ela estava se irritando e eu não sabia o que fazer. Não queria mentir a ponto de dizer que a amava, mas a simples ideia dela sair do meu lado, era doentia, de tão errada. Se mais 20% de álcool entrasse no meu sangue, eu falaria o que ela quisesse, apenas para que fosse embora com ela em meus braços.
- Ah, não? E qual é o momento para conversar sobre isso? – Alterou sua voz enquanto um calafrio passava pelo o meu corpo, algo de bom não aconteceria.
O tom de voz de havia mudado. A garota apaixonada havia ido embora diante das minhas palavras. Ela estava em ponto de ebulição, quase como um atacante, prestes a fazer um gol, recebendo um apito do bandeirinha.
Impedido.
Aquele mesmo olhar de incredulidade, revolta e tantos outros significados. Ela estava com raiva. Precisava medir bem as palavras que usaria, mulheres conseguiam entrar em ebulição rápido demais e em ebulição não era algo que eu gostasse de presenciar, principalmente comigo. As coisas nunca acabavam bem, ou brigávamos para depois de cinco minutos estarmos transado no estacionamento de algum lugar, ou ela simplesmente enlouquecia.
- Minha princesa, veja só... Eu... Estamos numa boate, você sabe o quanto você é importante para mim e... – Sua mão foi posta na minha boca e eu respirei fundo. Minhas desculpas não pareciam vir a calhar, talvez o álcool que ela tivesse ingerido estava deixando-a mais inibida. Não sei bem o que pensar.
- Sim ou não, ? – Voltou a questionar, vi de longe fazer careta, indicando que eu estava fodido, balancei a cabeça negativamente enquanto seus dedos saiam dos meus lábios. – Isso é um não? Você não sente nada por mim? – Sua voz saiu por um fio e eu tive vontade de esmurrá-la apenas para que ela escutasse o que eu falava, não apenas o que a interessava.
- Caralho, ! Eu disse que sentia, falei que sentia alguma coisa, você sabe! Não preciso dar nome ao que sinto, eu só... Sinto. – Toquei suas mãos e entrelacei entre as minhas
- Sente? Ah, você sente? Então deixa te falar uma coisa, . – Ela pegou meu copo de whisky que estava num canto e bebeu todo num gole, algo que me deixou um pouco... Nervoso. – Enquanto você se decide do que sente, eu vou foder com o primeiro cara que aparecer na minha frente, entendeu? Acho que sim, já que esse tipo de linguajar sujo aprendi com você. – Voltou a pronunciar, fazendo-me segurá-la pelo braço enquanto ela parecia virar para caçar sua presa.
Encarei-a firmemente, seus olhos pareciam lacrimejar, parecia estar prestes a desabar. Eu queria poder estar ao lado dela quando isso acontecesse, eu queria poder estar ao lado dela sempre. – Você tem certeza disso? – Balançou a cabeça positivamente. Fechei meus olhos por um instante, antes de falar minhas últimas palavras. – Se você transar com um cara qualquer, vou ter a certeza de que você não sente nada. – Minha voz estava trêmula, queria por tudo que ela voltasse atrás, amor não era tudo, não é? Nós éramos bons no que fazíamos, ela me fazia bem.
No meio da confusão da minha vida, ela era um pontinho de luz. Como se aquela escuridão que eu estava passando fosse apenas passageira, já que conseguia me mostrar com um sorriso que tudo poderia ficar bem. Mesmo que a porra fosse mais séria do que eu pensava.
- Você se importa? – Sua voz mais uma vez cortante me deu nos nervos. Soltei seu braço bruscamente e respirei fundo, dando alguns passos de um lado para o outro. – Você se importa comigo?
- Você é a única coisa que faz toda a porra parecer ser certo, , se isso não é se importar com alguém, não sei mais o que é. – Exclamei enquanto ela se limitava a sorrir sarcástica e balançar a cabeça, negativamente.
- Bom, enquanto você fica aí tendo certeza das coisas, vou ali, nos vemos depois. – Sorriu depositando um beijo em minha bochecha, ao virar-se e começar uma caminhada, determinada, pisando fundo.
Vi a garota dar passos lentos e não esperei mais do que alguns segundo para que o desespero tomasse conta de mim. Dei passos atrás dela e a virei, como um cão de guarda, como uma mulher desesperada por atenção. – Se você for embora... Nós... Acabou, , não existe mais nós. – Fechei os olhos diante do pânico que tomou conta de mim diante das palavras proferidas. O que porra era aquilo? Não existia freio? Mas por que eu tive de falar todas aquelas merdas mesmo?
paralisou no tempo, não piscava. Seus lábios sequer se mexiam diante da minha afirmação. Nós acabaríamos, o que quer que tínhamos, tinha acabado ali. Os olhos dela me diziam isso, o corpo dela, não é como se ela estivesse pronta para me abraçar e dizer que tudo voltaria a ser como antes, que ela voltaria a ser minha amante e que passaríamos um tempo juntos e bem. Não. Ela estava determinada, talvez em me deixar louco, se fosse isso, ela estava caminhando com louvor para ser a laureada da turma, isso nunca havia acontecido e se alguém me perguntasse, negaria até a morte. Humilhação demais para um cara como eu. – É sério, não vou me passar por isso.
- Isso o que? – Sua voz automática se fez presente e eu fechei os olhos mais uma vez. – Você usar o meu corpo e agir como se fosse meu dono quando for conveniente? Você ser casado, ter uma família enquanto eu me contento com migalhas? Isso que acabou?
- ... – A adverti, vendo-a balançar a cabeça negativamente.
- Acabou então, . Cansei. Não quero mais ser sua amante, não quero ter nada mais com você! Use seu machismo e autoritarismo com outra garota, eu não quero mais.
- Pelo amor de Deus... – Sussurrei sentindo que aquele desconforto que eu sentia fosse mais forte do que eu imaginava. – Não me deixa, por favor...
- Tarde demais, . Eu tinha pedido alguma coisa? Não. Eu só vim a uma boate e fiquei com outro cara, depois de todo o escândalo que você fez, ainda foi capaz de admitir que não sente nada, para pessoas que não sentem nada, não há importância no fim de um ‘rolo’, não é? ACABOU. – Falou antes retirar minha mão do braço dela e caminhar a passos determinados até o meio da pista.
Não sei por quanto tempo fiquei observando-a enquanto o mesmo cara de antes sorria para ela, no momento em que ela virou o rosto em minha direção e sorria, antes de puxar o cara pelo colarinho da camisa e o beijar. Respirei fundo.
Então era assim que as garotas agiam com os caras, era assim que as coisas aconteciam, enfim. Uma ceninha de ciúme, uma briga sem motivos, o cara sai revoltado, a mulher fica com voz de choro, não que eu tivesse, a propósito.
Um pingo de orgulho ainda pairava n minha cabeça e eu não me humilharia de jeito algum, ela não valia aquilo e nenhuma outra mulher.
Ver beijando um cara só me fazia pensar que eu era um idiota mesmo. Idiota a ponto de imaginar que isso não iria acontecer. Ela estava envolvida, apaixonada. Garotas assim gostavam de ter controle sobre suas atitudes, gostavam de parecer ser bem mais autoconfiantes do que na realidade eram. Não seria novidade para mim, se ao chegar em casa, chorasse até amanhecer. Seria algo normal, até banal.
Mulheres são assim, a única diferença do resto do que acontecia é que eu não fui o homem que costumava ser, não fui indiferente, não agi com cautela. Naquela noite pouco importou se a loira peituda estava rebolando a minha frente, eu queria , assim como em todas as outras vezes em que nos esbarramos propositalmente ou não. Ver que ela, de uma maneira ou outra, estava com um cara que não fosse eu, não era nada reconfortante. Saber que não nos veríamos mais, que ela não correria mais atrás de mim era quase angustiante.
Eu fiz minha escolha, num momento de fraqueza, não sou homem de falar aquele tipo de coisa, não sou do tipo que consegue ser emotivo aquele ponto, talvez, ela tenha visto algo em mim que nenhuma outra mulher viu. Fraqueza, submissão. Não era que estava ali, era apenas um garoto amedrontado diante da mulher que gostava.
Gostar? Isso tudo?
Balancei a cabeça negativamente, estava envolvido, não poderia negar, mas gostando dela? Me importar com ela a ponto de imaginar se o cara seria legal ao final da noite? Não sei se é pra tanto.
Isso é o tipo de coisa que apenas com o tempo vou descobrir o que significa, mesmo já tendo perdido a garota.

- O que foi que aconteceu aqui? A está se atracando com um cara na pista. – perguntou confuso. Apontando para o lugar que ela ainda dançava e beijava o cara. – Você deu o fora nela? – Questionou zombeteiro, certo da minha resposta.
Em outras épocas, minha resposta seria um sim com louvor. Mulheres não faziam ceninha comigo, eu não sucumbia a nenhuma delas, tudo aquilo não passava de sonho infantil. Daquela vez era diferente, mas para o meu intimo, não para o , que ele pensasse que eu era o foda da história, ninguém precisava saber que eu tinha levado o toco.
- Ela veio com uma conversinha de ‘Você me ama?’ – Fiz uma careta em tom deboche. – Até parece... Não costumo amar ninguém além da minha esposa, as mulheres precisam entender isso de uma vez. – Dei de ombros fitando o meu amigo pela primeira vez ali, ele estava com uma loira de cada lado, lindas, gostosas, que deixariam o meu pau duro com um olhar, mas não naquele momento, não daquela vez.
- Como ela está? – Perguntou receoso. Toda vez que o assunto era minha esposa, o clima ficava pesado.
- Está bem, dentre os conformes. – Sorri amarelo. – Vou embora, , a noite já deu. – Sorri mais uma vez enquanto ele indicava uma das loiras com a cabeça.
- Quer companhia? – Uma delas olhou para mim com um sorriso sacana e em outras épocas, eu não teria recusado. Até mesmo naquela mesma noite, não teria recusado. A loira sorria abertamente, indicando sua real intenção, ainda pensei, por algum momento, já que estava precisando mesmo de uma transa para acalmar meus ânimos, mas a simples ideia de pensar em enquanto transava com outra mulher me deixou em pânico, preferia não pagar para ver.
Deixar as coisas como estavam do que transar com uma mulher pensando em outra.
Aquilo era demais, era insano e eu sempre falei pros caras, caso uma coisa daquelas acontecesse, o cara estava fodido, mas do que eu me encontrava naquele instante, lógico.
- Vou para casa hoje. – Sorri de lado, enquanto ela lançava um biquinho convincente. Inclinando os peitos para frente, fazendo o meu corpo responder. Não estava tão fodido afinal.
- Posso ir com você? Para aquele seu loft, todas as minhas amigas conhecem, menos eu. – A gostosa deu um passo a frente e encostou o corpo dela ao meu, depositando um pequeno beijo no meu pescoço, fechando meus olhos. – Prometo que você não vai se arrepender.
‘Eu sei que não.’ Pensei sorrindo, quase aceitando.
Caso ela passasse mais dez minutos esfregando o seu corpo ao meu, já teria sido esquecida toda a noite ridícula que havia presenciado.
- Estou quase aceitando sua oferta, gostosa.- Sorri enquanto a vi roçar seus lábios nos meus e toquei sua cintura, apertando o seu corpo junto ao meu, descendo minhas mãos até a altura da sua bunda e apertando, junto ainda mais os nossos corpos, vendo-a soltar um gemido rouco, fazendo o meu pau responder, alegremente.
- , você viu o ? – Escutei uma voz chorosa ao meu lado e não levantei os olhos para saber quem era, sabia que conhecia aquela voz de algum lugar, mas deveria ser de alguma garota que eu havia comido. Não sei. Continuei apertando a bunda da gostosa, enquanto falava alguma coisa que eu não escutei. Talvez, só consegui escutar a voz da garota porque estava diferente, estranha sua voz. Como se tivesse chorado, ou algo do tipo. A loira passou os lábios pelo meu pescoço e sorri baixinho, quem estava chorando mesmo? Não lembro mais. – Pelo amor de Deus, preciso falar com . – Sua voz ficou mais nítida e eu empurrei a loira rapidamente. Olhei por sobre o ombro da loira e vi parada em frente ao , que sorria amarelo para ela, sem entender o que parecia estar acontecendo e envergonhado para me chamar, já que eu estava ocupado.
Nossos olhares se cruzaram e eu não fiz nada. Não daquela vez. Ela implorava por um abraço e mesmo sem saber o que havia acontecido, queria abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem, mas não seria assim. Pelo menos, era o que eu achava, se não fosse o fungado dela.
Respirei fundo, fechando os olhos e já sabendo da minha próxima merda, havia sucumbido.
Abri meus braços para que ela corresse até a mim e se aninhasse. O Encaixe perfeito.
apertava o meu corpo com louvor e se não fosse bem mais alto do que ela, certamente teria ficado com falta de ar. Depositei um beijo na sua cabeça e a abracei mais forte. Ela não falava uma palavra e não dava para saber o que havia acontecido com ela.
De alguma maneira pensei no carinha que ela havia se atracado mais cedo, uma raiva se fez presente, quando imaginei que algo poderia acontecer a ela.
Era inegável o quanto ela havia se tornado importante, independente de sentimento, ela havia se dado ao trabalho de me fazer sentir tudo o que fosse possível numa única noite.
Raiva, frustração, ciúme... Tudo o que fosse possível estava ali, batendo a minha porta e afirmando com todas as letras que:
Estava envolvido por ela, por mais que tudo me fizesse correr em direção oposta gritando em pânico, ela havia conseguido fazer com que eu perdesse a noção, em se tratando dela.
gesticulou que estava indo embora com as loiras e não teve coragem de soltar uma gracinha como na maioria das vezes fazia. A porra havia ficado séria e eu não teria coragem de dizer não, não recusaria passar uma noite abraçado a ela mesmo que não houvesse sexo.
Era ali, a garota que conseguiu ferrar com a minha vida, como se a mesma já não estivesse complicada o bastante.
Uma simples garota, aninhada ao meu peito, como se eu fosse o cara que a salvaria.
Eu não seria o seu salvador.
Estava bem longe disso e apesar de sentir alguma coisa por ela, as coisas teriam que ter um fim.
Não deixaria minha esposa por ninguém, nem que esse alguém fosse .
Algumas pessoas mereciam que o zagueiro do time adversário parasse em campo, a tempo suficiente para que o impedimento fosse ocasionado.
Eu e precisávamos daquilo, impedimento.
Diante de uma forçada prorrogação, para sair do 0x0, ela havia tentado marcar o gol certeiro, de letra.
Eu, como adversário em potencial, não dei condição, deixei que ela fosse só.
Aqui estamos nós, diante de um escanteio forçado, uma falta no ângulo correto.
seria minha ruína, meu último suspiro.
Caso no meio do caminho não tivesse toda a minha história, algo que não dava para mandar para o banco de reservas.
Entre titularidade e Reserva, fico pensando como vou fazer para dar um basta.
Acabar com esse jogo.
Mesmo que com isso, tenha que acabar comigo mesmo.

‘She needs me now but I can't seem to find the time, I got a new job now in the unemployment line and we don't know how, how we got into this mess is it a God's test, someone help us cause we're doing our best, trying to make it work but man these times are hard’ The script – For the First time

FIM


N/A:
Gostaram desse ‘capítulo’? Vocês queriam tanto, MAS TANTO, o jogador demonstrando alguma coisa que resolvi fazer uma surpresinha. Nada melhor do que esse especial do ffobs, certo? Então, espero que vocês tenham gostado, adorei escrever tudo sobre o ponto de vista dele apesar de ter ficado com medo dele ter ficado gay. Tentei me basear em Travis Maddox, o meu malvadinho mais amorzinho do mundo. Acho que o jogador tem um pouco dele e ao mesmo tempo, tentei não deixa-lo com tanta gíria e algo assim. Não acho que apenas gíria e palavrão definem personalidade masculina, mas é um algo imprescindível. Pelo menos, eu acho. Hahahaha. Estou com o capítulo 10 e 11 prontos, mas não sei scriptar, vou conversar com as meninas, para ver se consigo alguma boa alma para me ajudar. Hahaha
Enfim, espero que tenham gostado amooores! Impedimento é o capítulo 18 de prorrogação (pela visão dele), antes que vocês perguntem ‘Vai acabar?’ Não, não. Não está nem perto. Hahaha Muita coisa vai rolar e a esposa dele vai entrar na história a todo vapor :p
Tenho um ask agora, qualquer coisa, passem lá e conversem comigo, adoooro :p
/ficsdavanvis
Beijo para Larinha linda, que me fez prometer capítulo de GC para a Abby, só para ela betar a fic. Vocês são UNS AMORES (L)
Só mais uma coisa, sempre me perguntam: ‘Quais fics você escreve?’ Nunca gostei de ficar colocando pra lá e pra cá, maaas, aqui estão:
Prorrogação
Catch me
Miss Nothing
Toxic, Powerful and Lethal,
Garota Comum
Mirrors
E a esquecida Need you now.
Beijos amores, até a próxima.


Qualquer erro nessa fanfic, seja de gramática/script/HTML, mande um e-mail diretamente para mim. Não use a caixinha de comentários.

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