It's Freaking Out


Escrita por: Julia B.
Betada por: Ana;




Cinco anos. Haviam se passado cinco anos desde que eu tinha o visto ele. Tentava não pensar nisso, mas parecia que a cada minuto isso me perseguia mais e mais. É, não está entendendo nada, né? Eu e essa minha mania confusa de começar pelo final...

Flashback


! Por favor! – choramingava, enquanto eu tentava dar uma de Hulk e carregar uma mala que devia ter o triplo do meu peso para dentro do carro de meu pai. Por que esse diabo desse garoto não estava me ajudando mesmo? Ah, é. Ele estava implorando para eu dar um jeito de ficar.
, pare com isso, pelo amor de Deus, e me ajude a enfiar essa mala no carro!
– Não! – o rapaz fez birra como uma criancinha. Qual era a porra do problema desse garoto? – Eu só a ajudo se for para levar a mala para dentro de casa e você ficar comigo.
– Caralho, parece que você não entende mesmo, não é?! – falei mais alto, dando vazão agora à minha frustração. – Pois então explico melhor: eu quero fazer música! Melhor, eu preciso fazer a minha faculdade de música em outro país! Preciso garantir meu futuro, cara!
Era mentira. Era claro que era mentira. Meu pai estava me ameaçando a ir morar com ele por um ano. Caso contrário, ele me entregava à polícia e, de quebra, também.
Digamos apenas que nós dávamos furtos aqui e ali.
E, como você já deve ter percebido, eu morava com . E não tinha coragem de contar isso a ele, porque o garoto quereria matar meu pai e juro que não duvidava que seria capaz disso. Minha mãe já era morta há cerca de dois anos e, assim que isso aconteceu, tive que ir morar temporariamente com meus tios. Eles têm um filho – sim, – e nosso relacionamento nunca foi um problema por um simples motivo: eu sou adotiva. Filha única e adotiva. Enfim, esse era o motivo para eu ter que ir com meu pai.
Ele batia em minha mãe e ela nunca reclamava para ninguém. E eu não era autorizada a contar a ninguém, nunca. Eles se separaram havia uns seis anos, e não sei por quanto tempo meu pai armou aquilo contra mim. Juntou várias provas substanciais que com certeza levariam tanto eu quanto presos. Então o homem reapareceu do cafundó dos infernos e me ameaçou com isso.
, eu sei que é mentira, caralho! Não tente mentir para quem a conhecer melhor que você mesma!
– Não quero saber do que você sabe, ou do que acha que sabe, ou se me conhece. Eu só preciso ir embora. Está legal? É, simples assim!
– Por favor, eu... Foi alguma coisa que eu fiz? – e, então, não aguentei mais e me pus a chorar. Eu ouvia meu pai bufar alto do carro algumas vezes, enquanto eu ainda dava ouvidos a . me abraçou forte e pressionou meu rosto em seu peito, fazendo-me molhar toda sua camisa com minha cascata de lágrimas e agarrá-la com força e as duas mãos. Como ele podia se culpar? Como? O rapaz havia me feito imensamente feliz os dois anos anteriores e, se ele não via isso, eu simplesmente não tinha como parar e explicar.
– Eu juro que a gente ainda vai se ver. Tudo bem? No futuro, mas eu juro para você – respirei fundo e me afastei de seu corpo, esfregando as mãos no rosto para tirar o molhado das lágrimas, tentando clarear minha visão e de quebra os meus pensamentos. – Agora eu tenho que ir. Tchau, – sorri tristemente e me virei, começando a carregar a mala novamente, esquecendo-me completamente da dificuldade em que isso implicava e acabando levando um tranco dela. Quando me virei para xingar a desgraçada, vi vindo em minha direção e a pegando sem nem olhar para mim direito, levando-a até o banco traseiro do carro de meu pai, que sorriu desafiador para ele. Felizmente, nem se deu ao trabalho de gastar saliva ou sorrir de volta. Apenas ficou olhando nos olhos do outro homem até se virar e vir até mim. Parou na minha frente e, de olhos fechados e parecendo estar sentindo dor, enfiou as mãos nos bolsos do casaco e me deu um beijo na testa. Fechei os olhos e sorri, respirando fundo para evitar a nova remessa de lágrimas que vinha.
– Então isso é um adeus?
– Hum... Não. É um “até mais” – e então ele sorriu também, mesmo que fosse algo... Sofredor. Significava que ele ao menos estava tentando me entender. – Eu. Amo. Você – soprei, sorrindo verdadeiramente. Ele apenas assentiu.
– Amo. Você. Mais.
! – meu pai gritou e dei um pulo. Virei-me e dei vários passos, mas, quando estava quase no carro, virei de volta e já não estava mais ali. Meus olhos se encheram de lágrimas novamente, porém tratei de engoli-las e entrei no carro, sentando-me no banco traseiro. Também, o que eu queria exigir dele? Que ficasse e me visse partir? Era pedir demais. Eu sabia bem, mas ainda assim doeu.
E é claro que, chegando à casa do meu querido pai, ele não queria apenas a minha ilustre presença. Queria, simplesmente, abusar sexualmente de mim. E acham mesmo que eu deixaria? Pelo amor de Deus! Aquela porra de homem era um tarado, mas eu acabava dando uma brecha ou outra, deixando-o pensar que era mais esperto que eu. Era óbvio que, mesmo que eu procurasse por toda a casa, acharia as provas físicas. Contudo, com certeza elas também estavam em algum computador ou havia cópias em algum cofre que eu tinha certeza de que havia naquela mansão.
Uma vez ou outra, eu ouvia suas conversas ao celular, fingindo estar deprimida demais para prestar atenção em qualquer outra coisa que não fosse minha própria dor. Ouvi várias vezes os números “47709” e a frase “caçadora traidora”. Não me pergunte o que qualquer um dos dois queira dizer. Eu também não faço a mínima. Um belo dia, então, quando ele estava dormindo, fui vasculhar a casa. Achei as provas físicas em cima da mesa de seu escritório, que por sinal estava destrancado. Quem acreditasse naquele truque barato deveria ser chamado de otário, porque, pelo amor de Deus! Até parece que eu iria cair naquela de que as únicas provas eram aquelas.
Demorou, mas eu finalmente achei. Encontrei o cofre atrás de um quadro horroroso no meio da sala – o local mais obviamente escondido. Era tão óbvio que ninguém nunca pensaria que estava ali. Pois é. Até que para um babaca tarado ele tinha uns pensamentos coerentes. Consegui tirar o que tinha ali e procurei mais, achando uma caixinha estranha que parecia ter formato de pênis. Eu, hein... Mas aquela fechadura era estranha. Parecia mais um microfone do que um cadeado propriamente dito. Pensei por algum tempo e, tendo uma ideia, sussurrei quase chorando de medo: “Caçadora traidora”.
Quando a caixinha fez um clique, indicando estar aberta, apenas surgiu um pen drive. Dei de ombros e segui até "meu quarto", a fim de fazer minhas malas. Fugi naquela mesma noite, já com tudo pronto há tempos. No caminho, em meu notebook que eu havia conseguido resgatar com a ajuda de um dos vários empregados que odiava o velho maldito, verifiquei tudo.
Sim, tudo com que ele havia me ameaçado estava ali, mas o que me surpreendeu foi o conteúdo do pen drive: fotos de mulheres nuas, foto de garotas da minha idade nuas com ele... Enfiando-se nelas. Virei a cara de nojo. Scanners de faturas de várias contas diferentes na Suíça, boletos bancários de negociações ilegais, registros e comprovantes de recebimento de drogas e tudo o que havia de mais ilícito no país sendo transportado para fora. Ah, mas esse cara estava fodido comigo agora.
No dia seguinte, passei na delegacia e entreguei o pen drive nas mãos de um dos delegados, afirmando apenas que seria do interesse deles. E é óbvio que voltei para a casa do desgraçado só para vê-lo ser preso e rir da sua cara de apavorado. Foda-se.
Todas as noites eu pensava em . Em como ele deveria estar. Se ainda sentia saudade de mim. Nos primeiros dias da minha “estadia” da casa daquele velho babaca, ainda me deixou com o celular e eu trocava mensagens com , mas um belo dia ele simplesmente surtou, dizendo que o barulhinho estava o incomodando, e espatifou meu lindo celular no chão, pegando meu chip e o quebrando. Homem do capiroto, Deus que me perdoe! E havia excluído todas suas redes sociais! Passei anos tentando me lembrar do endereço de e esse simplesmente não me vinha à mente. Muito menos seu número de celular. Do que adiantava eu ter me safado, se não cumpriria minha promessa? Do que adiantava eu ter me safado, se nunca mais veria ?
Balancei a cabeça e parei de pensar naquilo por ora. Afinal, estava para entrar no avião que me levaria de volta à minha cidade natal.

**


Meu coração estava a mil, enquanto eu quase quicava no assento do táxi. Há cerca de uma semana, havia me lembrado nitidamente de seu número de celular e de seu endereço. Assim, como um relampejo, eles simplesmente reapareceram na minha cabeça. De primeira, fiquei confusa e não me dei conta do que se tratavam aquelas informações. Então anotei e, olhando para o papel, reconheci tudo. Fiquei tão chocada e empolgada ao mesmo tempo que comecei a chorar. Tentei primeiro seu celular e o telefone de nossa antiga casa, mas os dois diziam ser “números inexistentes”. Estranho. Foi aí que decidi organizar tudo meu e partir de volta a de onde nunca deveria nem ter saído, largando meu emprego e trancando minha faculdade por tempo indeterminado. Sim, eu havia finalmente começado minha tão sonhada faculdade de Fotografia e tinha que confessar que era muito boa em tudo que fazia. Mas, por , eu seria capaz até de transferi-la para Bristol... Se ele ainda me quisesse.
Bati na porta pesada três vezes e esperei não-tão-pacientemente assim quem fosse que estivesse do outro lado atender. Ouvi então a chave na fechadura e só faltei quicar no mesmo lugar. Sorri imensamente mas, quando a porta se abriu, minha expressão se fechou numa careta confusa.
– Oi. Quem é você? – uma garotinha de aproximadamente dois anos me perguntou.
– Melanie, querida, quem está aí? – ouvi uma senhora mais velha perguntar de trás da porta e então puxá-la, fazendo a garotinha fechar seu lindo sorrisinho praticamente desdentado e entrar emburrada, resmungando que ela já era responsável o suficiente para abrir a porta sozinha. Com essa, fui obrigada a rir. – Sim? Com quem deseja falar?
– Ér... O está? – sorri amarelo, porque provavelmente seria agora que começaria o interrogatório sobre o que eu desejava com ele. E qual seria seu parentesco com aquela menininha? Eu não conseguia tirar essa pergunta da cabeça.
– Aqui não mora ninguém com esse nome, querida.
– Mas... Hum... Um cara, com mais ou menos a minha idade, cabelo preto e olhos azuis. A senhora nunca o viu?
– Ah, ele era meio alto? Você quer saber do antigo proprietário, então?
– Não sei... Acho que sim? – sorri sem graça e acabei pegando o celular, desbloqueando-o e mostrando a foto que havia pegado do Facebook e colocado de papel de parede. Era uma em que estávamos os dois abraçados de lado, mostrando a língua para a câmera. – É dele que a senhora está falando?
– Sim, ele mesmo! Mas o rapaz parece mais novo aí...
– É, essa foto tem uns cinco anos mais ou menos.
– Nossa! Então tem tempo que vocês não se veem, hein? Por isso não deve saber que ele se mudou tem uns oito meses.
– Ele se mudou?
– É, colocou essa casa à venda e não muito tempo depois acabou fechando negócio conosco, que estávamos precisando vir morar perto de nossa filha que estava passando por alguns momentos muito difíceis – a moça explicou quase metade de sua vida para mim. – Enfim, o rapaz se mudou para uma cidade vizinha, se não me engano.
– A senhora sabe me dizer qual? – perguntei com um fiapo de esperança renovado. Talvez ainda houvesse chances...
– Não. Desculpe-me – ou não... – Mas você não tem o telefone dele?
– Não. Eu... Perdi há muito tempo – suspirei derrotada. – Tudo bem. Obrigada.
– Eu posso lhe passar o número que ele pôs na placa para contato...
– A senhora ainda tem?
– Claro. Espere só um minuto – ela foi lá dentro, enquanto eu tentava não deixar minhas esperanças crescerem, pois o número podia ser o mesmo que eu ainda tinha e acabaria me decepcionando ainda mais.
– Aqui está – a mulher me estendeu um papelzinho bem pequeno, em que tinha anotado os sete números aparentemente de um celular, e sorri. Era completamente diferente do número de que havia me lembrado, então podia ser que desse certo. Que fosse o certo.
– Muito, muito, muuuuuuito obrigada! De verdade! A senhora é uma verdadeira anja! – acabei rindo e ela, junto comigo.
– Que nada, querida. Aproveite. Vá atrás do seu grande amor! – a mulher deu outra risadinha. – Boa sorte!
– Obrigada! – exclamei, saí em disparada em direção ao meu recém-adquirido carro e entrei nele, a fim de ter a maior privacidade possível.
Mas era óbvio que eu não seria tão sortuda assim agora. Liguei até cair na caixa postal nove vezes e, na décima, atenderam.
Estava um barulho dos infernos, e não foi quem falou.
– ALÔ?! – a pessoa do outro lado berrou. – QUEM É?!
! – falei bem alto. – Passa para o , por favor?
? ? Você é a famosa ? – o cara do outro lado parecia meio atônito e empolgado ao mesmo tempo. Quê?
– Famosa eu não sei, mas sou , sim! ? Esse número é dele?
– É, sim! E você é famosa aos meus ouvidos, porque ele não para de falar em você! Mas venha cá: onde você está? Porque ele não vai acreditar nem em mil anos que você está na cidade, a não ser que a veja!
– Eu estou onde a gente morava antigamente. Tem como você me dar o endereço atual dele?
– Na verdade, não tem, não, porque nem eu tenho. Mas venha para onde a gente está!
– E onde vocês estão? – revirei os olhos com a minha pergunta óbvia, já que eu nem tinha o endereço dele, né?
– Na Ibiza. Melhor festa de todos os tempos! É na casa de um amigo meu. Vou lhe passar o endereço – e então ele me disse onde era e eu estava a apenas meia hora de lá. Sorte? Nem sei mais.

**


Chegando lá, graças a Deus o tal , amigo de , havia deixado meu nome na lista. Assim, pude passar mais rápido e não precisei pagar nada. Logo na entrada, já esbarrei em alguém super bêbado. Já havia passado a época em que eu sabia andar por aquele tipo de lugar.
– Então! – alguém chegou ao meu lado e segurou no meu braço, não forte o suficiente para me assustar. – ?
– Eu mesma! E você...?
! Essa é a minha namorada, Coraline.
– Prazer, Coraline – estendi a mão à menina e sorri, sentindo-a apertá-la. Logo passei os olhos pelo local, procurando um outro alguém.
– Ele está no bar. Brigou comigo. Eu disse que o cara não ia acreditar em mim – deu de ombros, como se não fizesse diferença, como se eles fossem voltar a se falar e isso não fosse demorar muito. – Vá lá falar com ele, pelo amor de Deus, que agora o homem está com um mau humor dos infernos. E, ah, quero saber depois a história de vocês, hein! Ele nunca me disse por que você se foi. Só que foi e que não ia perdoá-la nunca, porque você nunca voltou.
– Caralho – xinguei, sem saber mais o que falar, e ainda fiquei uns dois segundos parada no mesmo lugar. – Ok. Obrigada, , mas vou testar a sorte – ele riu.
– Vá lá! – o rapaz apontou a direção e saí correndo o máximo que conseguia sem derrubar ninguém. Cheguei ao bar meio ofegante e parei justamente ao lado de . Sua cabeça estava baixa e ele parecia respirar fundo.
– Baby? – só eu o chamava assim. Não era possível que ele não fosse reconhecer. Se isso acontecesse, o cara seria muito burro. Ele levantou lentamente sua cabeça e seus olhos me focaram, parecendo se encher de lágrimas.
– Não. O não fez isso de novo comigo – fungou, mas sem deixar uma sequer lágrima cair.
– Não. Eu... Eu sou a . A sua . Você não está me reconhecendo?
– Na verdade, vocês se parecem muito. Mas duvido que você seja ela – ofeguei. Como assim? – Prove-me.
– Como?
– Meu maior segredo?
– Que você tem medo de animais carnívoros?
– Esse praticamente todo mundo sabe – ele revirou os olhos.
– Que você sempre quis fazer Música – lembrei subitamente, não sabendo de onde aquilo tinha vindo. – Eu sei que, por pressão do seu pai, você ia fazer advocacia. Mas, quando se deu conta, tinha se apaixonado pela música – seus olhos tinham se arregalado e sua boca estava aberta, botando o ar para dentro em ofegos. Ele sorriu brilhantemente, toda a tristeza sumindo de seu rosto.
! – ele berrou e então me pegou nos braços, levantando-me do chão e dando uma gargalhada. – Eu não acredito! Por que você não voltou antes? – então subitamente se lembrou dessa parte sombria de nossas vidas e me largou, fazendo-me desmanchar um pouco o sorriso.
– Eu não consegui. Tive uma crise de amnesia e esqueci nosso endereço – abaixei a cabeça, abraçando meu corpo, agora que ele havia me soltado. – Meu pai queria abusar de mim e eu... Tive que consentir algumas vezes para que ele não desconfiasse que eu estava investigando tudo que fazia. O cara destruiu meu celular e meu chip e, quando saí de lá, não conseguia achar você por nada. Eu... Desculpe-me – dei um suspiro longo e levantei meu olhar para ele, vendo fogo em seus olhos. Chama pura.
– Eu... Desculpe-me você! Fiquei com raiva de você todos esses anos, achando que era verdade que queria fazer Música no exterior, e agora... Agora você está aqui. Você voltou pra mim, como prometeu.
– Claro que sim! – puxei seu rosto para perto em um ato súbito. – Eu prometi, né? Mas não tiro sua razão de ter duvidado. Só queria que soubesse que a culpa não foi inteiramente minha. Agora, para aliviar um pouco esse clima, que você sabe que não gosto nem um pouco, por que não vamos dançar? Eu amo essa música que está tocando – ele riu.
– É, eu sei que você odeia esse clima. Vamos! – o rapaz então me pegou pela mão e fomos dançar “Neon Lights”.

Baby, when they look up at the sky,
(Baby, quando eles olharem para o céu,)
We'll be shooting stars just passing by.
(Seremos as estrelas cadentes que estão apenas passando.)
You'll be coming home with me tonight.
(Você vai voltar para casa comigo esta noite.)
We'll be burning up like neon lights.
(Nós estaremos queimando como luzes de néon.)

Be still, my heart, ‘cause it's freaking out.
(Fique calmo, coração, porque ele está pirando.)
It's freaking out, right now.
(Está pirando agora mesmo.)
Shining like stars, ‘cause we're beautiful.
(Brilhando como estrelas, porque somos bonitos.)
We're beautiful, right now.
(Somos bonitos, agora.)
You're all I see in all these places.
(Você é tudo que vejo em todos esses lugares.)
You're all I see in all these faces.
(Você é tudo que vejo em todos esses rostos.)
So let's pretend we're running out of time,
(Então, vamos fingir que estamos correndo contra o tempo,)
Of time.
(O tempo.)



FIM





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