LOS ANGELES – FEVEREIRO, 2014.
Uma brisa leve entrava pela porta aberta que dava para a sacada do quarto, fazendo a cortina esvoaçar, e foi o suficiente para acordar . Ele sentiu a mulher deitada em seu peito se encolher, provavelmente com frio, e, com um sorriso curvando seus lábios, esticou um dos braços, mexendo-se o mínimo possível para buscar o lençol e cobri-la, sentindo-a se aconchegar mais a ele.
O sol ainda não havia nascido, mas o homem encarou o relógio, sabendo que em breve teria que deixar o apartamento que mantinha em Los Angeles, apesar de não morar ali, para um dia de gravações no set de filmagens da série da qual ele era a estrela principal. Fechou os olhos com força, relutante em levantar dali, mas sabia que não podia enrolar muito.
Com cuidado para não acordar , tirou seu corpo debaixo do dela, deixando-a na cama e depositando um beijo em sua testa antes de se afastar. Assim que virou de costas para a ela, porém, sentiu a mão da mulher lhe segurar pela barra da boxer – a única peça de roupa que ele vestia. Riu baixo, voltando-se para ela e sentando na beirada do colchão.
- Preciso ir logo, você sabe. – Falou baixo, deixando seus dedos se perderem entre os cabelos emaranhados dela.
- E vamos ter que fingir por mais algumas semanas que não temos nada? – As palavras foram quase cuspidas por , mas entendia a irritação que vinha com elas.
Assim como ele, era atriz, haviam se conhecido no próprio set de filmagens, mas havia um pequeno problema.
A mulher vivia, na mesma série que estrelava, a vilã da história. Seus agentes, então, diziam que, por ser o primeiro ano da série na televisão, um relacionamento público entre os dois poderia causar problemas, confundir os telespectadores.
Assim, para que continuassem juntos, havia sido imposta a condição de que eles escondessem o relacionamento da mídia. Porém, ambos sendo figuras conhecidíssimas em todo o país, aquela não era uma tarefa das mais fáceis.
- Você sabe que eu também acho tudo isso uma besteira, não sabe? – Ele sorriu, inclinando-se na direção dela para selar seus lábios por alguns segundos. – Vai gravar hoje?
negou com a cabeça, aconchegando-se entre os lençóis, como se os tecidos impregnados com o perfume de pudessem substituir a presença dele ali.
- Sorte sua. – Ele riu enquanto levantava da cama, indo em direção ao guarda roupa, buscando a primeira roupa aceitável que encontrasse. – Nem sei que horas volto hoje. Mas prometo te compensar pelo dia inteiro sozinha. – Virou para olhá-la por cima do ombro com um sorriso sacana no rosto e lhe lançou uma piscadela, vendo-a rir abertamente.
- Veste uma roupa logo antes que eu te faça compensar agora! – exclamou, atirando um dos travesseiros na direção dele, que desviou e entrou no banheiro rapidamente, rindo alto.
Momentos como esse eram o que faziam com que ele se esforçasse ao máximo para manter o relacionamento escondido da mídia. Ouvir a risada de , mesmo através da porta já fechada, fazia com que aquilo valesse a pena.

LOS ANGELES – ABRIL 2014.
Gritos e flashes faziam parte da algazarra que conseguia ouvir antes mesmo de descer do carro que o levara até à festa que a emissora estava dando para comemorar o sucesso que tiveram com a primeira temporada da série, cujo último episódio iria ao ar naquela noite mesmo.
O carro parou na entrada do lugar onde acontecia a festa e encarou a garota que estava ao seu lado no banco de trás. Ela não era, nem de longe, quem ele queria que entrasse com ele na festa. Não era a mão dela que ele queria estar segurando, e não eram as fotos com ela que ele queria que estampassem os sites de fofoca no dia seguinte. Como não podia ir acompanhado de , ele havia decidido ir sozinho, até seu agente resolver obrigá-lo a levar uma outra garota qualquer. Afinal, nas palavras dele, “ não vai sozinho a uma festa desse tipo”. Tinha vontade de rolar os olhos só de lembrar daquilo. Tinha vontade de socar qualquer coisa ao pensar que teria que ver também acompanhada de outro cara. Por sinal, aquilo já havia sido motivo de uma briga na última vez em que haviam se visto, dois dias antes.
Naquela ocasião, porém, a reconciliação que tiveram poucos minutos depois o havia feito esquecer o ciúme exagerado. Sorriu sozinho ao lembrar-se daqueles momentos, dos toques dela em sua pele e de tudo que o fizera aceitar a condição imposta pela emissora para que continuassem juntos.
- O que foi? – Ouviu a ruiva perguntar ao vê-lo sorrir daquele jeito, mas ele apenas deu de ombros, como se dissesse “não é nada”. Katrina era apenas uma amiga, mas não eram tão próximos assim e ele suspeitava que ela tinha interpretado o convite para ir àquela festa com ele de forma errada. Porém, o que ele poderia fazer? Não podia simplesmente dizer “Vamos comigo, já que não posso levar quem eu quero”, porque então ela provavelmente não aceitaria – mulher nenhuma gosta de ser a segunda opção, certo? – e, também, isso o obrigaria a explicar por que ele não podia levar quem gostaria. E esta não era uma opção.
- Vamos. – Ele disse, simplesmente, abrindo a porta e descendo do carro, sentindo os flashes o cegarem momentaneamente. Quando Katrina também saiu, entrelaçou sua mão à dela e caminhou até a entrada, parando algumas vezes para posar para as fotos inevitáveis e respondendo quaisquer perguntas que lhe fossem feitas, desconversando intencionalmente quando elas eram sobre sua relação com a ruiva ao seu lado.
Assim que adentrou o salão, largou a mão dela e sentiu-se levemente culpado ao ver uma certa decepção nos olhos dela.
- Vem, vamos sentar ali. – Apontou a mesa onde alguns de seus colegas estavam sentados, incluindo e um homem loiro que devia ser o acompanhante dela e estava inclinado em sua direção, falando algo próximo de seu ouvido. Aquilo fez cerrar os punhos, respirando fundo e tentando disfarçar.
Sentou-se em frente à e cumprimentou a todos rapidamente e tentou se distrair com os colegas, mas seus olhos insistiam em voltar a encarar a mulher. Katrina logo envolveu-se em uma conversa com uma das outras garotas sentadas na mesa, então não era como se ele realmente precisasse se esforçar para lhe dar muita atenção enquanto tudo o que queria era voar no pescoço do cara ao lado de .
- Vou pegar algo pra beber, você quer? – Perguntou, inclinando-se na direção de Katrina, exatamente no momento em que viu que tinha os olhos fixos em si. Era uma atitude infantil, sim, mas ele não conseguia evitar. Ela não o estava ajudando a lidar com o ciúme que sentia ao ficar cheia de risadinhas e conversas com seu acompanhante, também.
A ruiva negou com a cabeça e ele levantou, indo em direção ao bar com a intenção de ficar por lá mesmo, mas fez questão de beijar a bochecha da garota antes, e observou de canto de olho, percebendo que sua atitude tivera o resultado esperado. Sabia que havia a irritado.
Chegou ao bar, pediu uma dose de whiskey com algumas pedras de gelo e apoiou-se ao balcão, os olhos vagando pelo salão em busca de qualquer coisa que chamasse sua atenção para que ele não ficasse observando de longe.
Levou o copo à boca, sentindo o líquido frio descer queimando sua garganta e, em pouco tempo, já teve que pedir uma nova dose. Talvez se bebesse o suficiente o álcool disfarçasse o ciúme imensurável que ele sentia.
Enquanto esperava a segunda dose, sentiu uma mão tocá-lo de leve no ombro, deslizando lentamente por todo o seu braço, parando em sua mão e entrelaçando os dedos aos dele. Sentiu um arrepio e respirou fundo, sentindo o perfume inconfundível de . Virou-se devagar para encará-la, ainda com a expressão meio fechada, por mais que o simples toque dela tivesse lhe acalmado.
- Você é uma criança, . – Ela exclamou de uma vez, sem conseguir conter a raiva em sua voz, surpreendendo o homem. O toque delicado e calmo o havia enganado, na verdade. Ela o conhecia muito bem, sabia que ele sequer a olharia se ela já chegasse brigando.
- Você não facilita, também, . – Ele resmungou, soltando sua mão da dela sem qualquer delicadeza. – Que merda você acha que está fazendo com aquele...
- Ele é meu melhor amigo, e você saberia disso se não tivesse surtado quando conversamos sobre isso dois dias atrás. – o interrompeu e rolou os olhos, irritada. Gostava muito de , sim, mas odiava quando ele tinha aqueles ataques de ciúme.
- Agora a culpa é minha? – Ele soltou uma risada irônica, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Que seja, então, .
- Quando você resolver agir como o adulto que é, e não como um adolescente inseguro, pode me procurar. – Ela cuspiu as palavras, sem paciência para lidar com aquele tipo de comportamento de , que já havia sido a causa de inúmeras brigas. Sabia que o fato de terem que esconder o relacionamento piorava tudo, tentava entender o lado dele, mas aquilo a desgastava demais.
Ela virou as costas e, por alguns segundos, ele pensou em apenas observá-la ir, mas seu lado impulsivo não o deixaria fazer aquilo. Andou em passos largos até alcançá-la e a segurou pelo braço com firmeza, fazendo-a virar para encará-lo.
- O que você... – Ela começou, mas com apenas um olhar intenso ele fez com que ela silenciasse e a puxou consigo para qualquer canto mais vazio daquele lugar. Alcançou o corredor que levava para os banheiros e empurrou contra a parede, esperando que ninguém aparecesse ali naquele momento. Pressionou seu corpo contra o dela antes de colar seus lábios aos dela, as mãos segurando firmemente a cintura fina da mulher enquanto sua língua explorava a boca dela sem se importar com qualquer outra coisa. E daí se alguém aparecesse e os visse ali? Ele estava pronto para mandar seu agente, a agente de e qualquer outra pessoa da emissora pro inferno.
As mãos dela foram diretamente em direção aos ombros de , em seguida descendo por suas costas até alcançar a barra da camisa social que ele vestia. Levantou-a poucos centímetros, apenas o suficiente para conseguir tocar a pele quente dele por baixo do tecido. Sentiu-o contrair o abdômen ao mínimo toque e sorriu entre o beijo, em seguida puxando-o para ainda mais perto, se é que aquilo era possível, pelo cós da calça.
Separou a boca da dela e encostou suas testas uma à outra, deixando a respiração já pesada bater contra o rosto dela.
- Você... – Ele começou, mas parou para respirar fundo mais uma vez. – Você me enlouquece.

NOVA YORK – MAIO, 2014.
Uma chuva fina caía sobre a cidade naquela manhã, de forma que a mulher caminhou em passos acelerados do táxi do qual acabara de descer até a entrada de seu prédio. Uma vez já dentro dele, voltou a andar devagar. Não tinha pressa. Não estava filmando nada ainda, por isso havia voltado à cidade onde morava. Infelizmente, havia ficado em San Diego, onde morava, por algum tempo. Tinha alguma participação em outra série para filmar ou algo do tipo.
entrou no apartamento já tirando os sapatos e largando a bolsa sobre o aparador logo ao lado da porta. Jogou-se no sofá e sentiu o celular vibrar no bolso da calça. Retirou-o e sorriu ao ver o nome de piscando na tela, antes mesmo de ler o conteúdo da mensagem. Porém, quando a abriu, o sorriso murchou instantaneamente. Ela continha apenas uma palavra, mas sabia bem o que ele queria dizer com aquilo. “Desculpe”. Fazia cerca de três semanas que ela havia voltado para Nova York. Ela e continuavam juntos, mas ainda às escondidas, é claro. Em San Diego, o homem continuava com sua rotina de festas e mais festas, e é óbvio que não podia controlar a mídia que divulgava inúmeras fotos dele com outras garotas e lançava os rumores. Apesar de lidar melhor com seu ciúme do que , já não aguentava mais ver uma foto dele com uma mulher diferente ao seu lado a cada dia. Aquilo já havia sido motivo de várias brigas pelo telefone ao longo daquelas três semanas e ela tentava se controlar e ignorar, mas ficava cada vez mais difícil. Respirou fundo e decidiu que sequer procuraria a foto daquele dia para se irritar menos. Tentou fingir para si mesma que aquilo não a incomodava, mas sentia o peito apertado só de pensar naquilo.
Se ela já não sabia lidar com seus sentimentos por quando estavam juntos, aquela distância toda só piorava sua situação.
Sua ideia de ignorar a mensagem de foi totalmente destruída pelo celular que tocou em seguida, fazendo a foto dos dois juntos, abraçados e sorrindo, aparecer na tela, anunciando que era ele quem ligava. Fechou os olhos com força e respirou fundo mais uma vez antes de atender.
- Oi. – Ele disse, imediatamente, antes que ela conseguisse falar qualquer coisa, e ela pôde perceber que ele estava nervoso; ansioso, talvez, ou ainda com medo de outra briga.
- Outra vez, ? – soltou, sem conseguir se controlar e esquecendo-se de que momentos antes havia decidido ignorar aquilo.
- ... – Ele começou, mas parou e suspirou em seguida. Não tinha nada pra dizer; nada que já não tivesse dito nas brigas anteriores.
- Posso perguntar quem foi dessa vez? – Interrompeu-o antes que ele conseguisse pensar em qualquer outra coisa pra dizer. hesitou em responder e aquilo a fez ficar ainda mais apreensiva.
- Katrina. – O homem respondeu, mordendo o lábio, sem lembrar que ela não poderia vê-lo. Sabia que ela também não havia gostado da cena que ele fizera na festa da emissora semanas antes e havia pego uma certa birra com a ruiva.
- Porra, . – Foi tudo que conseguiu dizer, crispando os lábios em uma linha fina, irritando-se com si mesma por se permitir sentir todo aquele ciúme irracional que a fazia ter vontade de chorar, mesmo sabendo que a tal garota não significava nada para . Sentiu uma lágrima teimosa escorrer por seu rosto e a secou com raiva. Sabia que sua voz falharia se falasse mais alguma coisa, mas aquilo não a impediu de continuar. – Por que você faz isso? Sério, , por quê?
- Eu... Merda, , você tá chorando? – A voz de baixou alguns tons e ele suspirou outra vez. – Droga. Tudo é mais difícil assim, de longe.
- Não mude de assunto. – Ela resmungou, mas soltou uma risada leve em seguida, porque conseguia imaginar perfeitamente a situação dele no momento. Devia estar caminhando de um lado para o outro, porque estava nervoso, e sempre ficava inquieto quando se sentia assim. Provavelmente tinha a mão que não estava ocupada perdida entre os fios curtos de seus cabelos, agora também irritado por tê-la feito chorar, ainda que minimamente.
O silêncio tomou conta da ligação, enquanto ambos tentavam pensar em algo pra dizer. Ouviam a respiração um do outro e, se fechassem os olhos, talvez fosse como se estivessem juntos outra vez, dividindo a cama em uma tarde preguiçosa de domingo.
- Eu não sei lidar com essa distância, . – finalmente quebrou o silêncio, falando baixo, quase fazendo com que aquilo soasse como uma confissão.
- E eu sei? – Ele riu fraco em resposta, e ela teve certeza que ele estava balançando a cabeça de um lado para o outro, em negação. Céus, como o conhecia bem! Apesar e não poder vê-lo, sabia de todos os seus trejeitos e quando cada um deles estava presente. – Eu nunca acreditei, mesmo, nas pessoas que dizem que a distância pode ser algo bom.
Ele riu outra vez e o acompanhou, já esquecida de qualquer irritação anterior. Sentia-se leve enquanto falava com ele, mesmo que só pelo telefone; era como se pudesse senti-lo presente, de alguma forma.
- . Posso fazer uma pergunta? – Ele quebrou o silêncio que havia se instalado entre eles outra vez, o tom ansioso de volta em sua voz. Ela concordou com um murmúrio, a curiosidade já tomando conta de si e milhares de possíveis perguntas fervilhando em sua mente. – E se eu for pra Nova York hoje?

Sete horas depois da ligação, estava dentro de um táxi, chegando ao prédio onde morava. Sentia-se inquieto e sabia que aquilo era simplesmente ansiedade para finalmente vê-la outra vez. Chegava a ser absurdo o que ela o fazia sentir.
O carro parou em frente ao prédio e o motorista disse que aquele era o endereço que ele havia lhe dado. olhou pela janela e sentiu o corpo gelar. Havia um aglomerado de pessoas próximo da entrada do prédio, muitas delas com câmeras. Ele conhecia bem aquele tipo de gente: paparazzi. Puxou na memória e então conseguiu lembrar; óbvio que estariam ali. Naquela noite, tinha o lançamento de uma nova revista da qual ela fora capa. Provavelmente já estavam ali esperando conseguir fotos dela saindo de casa para a festa.
Bom, azar do casal e sorte a deles, que conseguiriam mais do que estavam esperando.
já estava ali e certamente não desistiria de ver a namorada por causa de alguns fotógrafos intrometidos. Já estava cansado daquela história de esconder o relacionamento que só os estressava e causava as brigas entre eles.
Entregou o dinheiro ao motorista, respirou fundo, colocou os óculos escuros no rosto, por mais que o dia já estivesse escurecendo, em uma tentativa falha de enganar os fotógrafos, e desceu do carro.
Conseguiu passar despercebido por alguns passos, mas quando o primeiro paparazzi o viu, não pôde fazer mais nada. Simplesmente apressou os passos, abaixou o rosto, e se deixou ser fotografado inúmeras vezes enquanto adentrava o prédio.
Pouco depois, já parado em frente à porta do apartamento de , com a pequena mala em uma das mãos, mordia o lábio enquanto tocava a campainha e esperava que ela aparecesse. Havia sentido falta da mulher a cada dia que passara longe, mas só agora, que estava prestes a encontrá-la outra vez, percebia, de fato, o quanto ela significava para ele.
Assim que a porta se abriu, não teve tempo de sequer olhar para , pois sentiu o corpo dela contra o seu imediatamente. Os braços da mulher envolveram seu pescoço e tudo que ele fez foi envolver a cintura dela de volta, abraçando-a com força enquanto escondia o rosto em seu pescoço, sentindo o perfume que o atormentara durante semanas por estar ainda impregnado em algumas de suas camisas, que ela fazia questão de vestir sempre que tinha a chance.
afastou-se dele apenas o suficiente para conseguir olhá-lo de direito e sorriu abertamente antes de colar seus lábios aos dele, que a empurrou para dentro do apartamento lentamente, fechando a porta em seguida.
As mãos dela já tateavam os botões da camisa que ele usava, tentando soltá-los de suas casas. Sem paciência para perguntar a ela onde ficava o quarto, seguiu levando-a em direção ao sofá, onde a deitou e finalmente terminou de tirar a camisa.
As roupas acumularam-se pela sala enquanto os dois, abrindo mão das palavras, demonstravam em cada toque o quanto haviam sentido a falta um do outro.

saiu do quarto e encontrou um perfeitamente elegante dentro de um conjunto de smoking preto, com direito a gravata borboleta. O homem desviou os olhos da televisão, que passava um programa qualquer de notícias, e deixou o queixo cair, sem se importar se acabaria parecendo um babaca. O vestido que ela usava era azul marinho, com um decote razoável – que o deixaria com ciúmes se ele não fosse acompanhá-la à festa, com certeza –, justo até a cintura e um pouquinho mais solto dali pra baixo.
- Como estou? – Ela perguntou, rindo, enquanto rodava sobre os próprios pés, fazendo a saia do vestido esvoaçar de leve.
- Maravilhosa. – respondeu, levantando do sofá onde estava sentado, e aproximou-se dela, as mãos indo diretamente à sua cintura, mantendo-a perto de si enquanto deixava os lábios passearem pelo pescoço esguio da mulher.
- . Nós vamos nos atrasar se você começar. – o empurrou delicadamente pelos ombros, dando-lhe um selinho em seguida.
- Ah, com a sua ótima recepção, não tive tempo de contar. – começou a falar, soltando da cintura dela para tirar o celular do bolso. Tocou na tela algumas vezes e depois estendeu o aparelho para que a mulher olhasse. – Fui fotografado entrando aqui. – arregalou os olhos e abriu a boca em surpresa, mas depois gargalhou escancaradamente. Na tela do celular, estava a foto do homem na porta do prédio, algumas horas mais cedo.
- Morgan e Welford não vão gostar nada disso. – Ela disse, referindo-se aos agentes dos dois. – Ainda não ligaram?
- Algumas vezes. Mas não atendi nenhuma. – deu de ombros, rindo. – Pelo menos agora temos um problema a menos. – Disse, arqueando uma sobrancelha, esperando que ela entendesse o que ele estava implicando nas entrelinhas da frase.
- ... Sabe que isso é loucura, não sabe? – falou baixo, levando seus dedos à testa dele, retirando os fios que caíam por ali.
- , já sabem que estou aqui. Teríamos que ter uma desculpa pro fato de eu te acompanhar na festa hoje... Por que não admitimos tudo de uma vez? Você sabe que muitas das nossas brigas só existem por causa dessa estupidez de manter tudo escondido. – ameaçou interrompê-lo, mas ele balançou a cabeça em negação e levou o dedo indicador aos lábios dela, pedindo que lhe deixasse terminar. – Vai ser fácil? Não, sabemos disso. Mas eu não quero o fácil. Nada que é fácil é tão bom assim, é? Qual a graça se não houver um pouquinho de loucura? – Riu baixo, deslizando o dedo que estava sobre o lábio da mulher sobre seu pescoço e depois pelo braço, até chegar à mão dela e entrelaçar seus dedos. – Por favor... – Sussurrou, aproximando o rosto do dela, de forma que seus lábios roçassem aos dela enquanto ele falava. – Me deixa mostrar pra todo mundo que eu te amo.
Ele sequer percebeu que tinha dito as tais três palavrinhas até senti-las escorregar por sua língua. Viu a surpresa no rosto de , e esperou que aquilo não acabasse a assustando. Felizmente, ela simplesmente pressionou os lábios de vez contra os dele, como se aceitasse. Sorrindo o máximo que seu rosto permitia, ele a puxou em direção à porta do apartamento. Não largou a mão dela nem mesmo dentro do elevador, e quando as portas metálicas se abriram no térreo, ele continuava com a mão perfeitamente encaixada à dela.
havia pedido que o motorista esperasse do lado de fora do prédio mesmo, surpreendendo-o, mas naquele dia, ela queria que todos os paparazzis a vissem saindo e tirassem quantas fotos quisessem.
Ao passarem pela portaria, a parou e fez com que ela virasse em sua direção, para que pudesse olhá-la nos olhos.
- Tem certeza? – Perguntou, só para garantir, e o sorriso que ela lhe deu já seria resposta suficiente, mas ela fez questão de completar, antes de sair para o campo de visão dos fotógrafos de mãos dadas com , antes de sentir todos aqueles flashes os registrarem como o casal que eram.
- Eu também quero mostrar a todos eles que te amo.





Nota da autora: Alô, bonitas!
Voltei pro site com mais uma short. Eu adoreeeeei ela, me apaixonei pelo principal, apesar dele ser um crianção com ciúmes e eu querer dar na cara dele às vezes HAHAHAH.
Ela surgiu de uma brincadeira no grupo das fics da Rafa Julich, onde a Rafa me deu o tema "os dois são famosos que tem que esconder o relacionamento da mídia" pra escrever. Eu ainda não sabia bem o que escrever, aí ouvi I Want Crazy do Hunter Hayes e a inspiração caiu do céu, e o resultado foi esse aí HAHAHAH.
Um beijo pras tramontininhas Abby, Sah, Cah e Dora, que praticamente me obrigaram a mandar essa short pro site, principalmente as últimas duas. HAHAHAH.
É isso aí, espero que cês tenham curtido, apesar dela ser bem curtinha, e até a próxima short (me empolguei com shorts, cês vão ver várias minhas aí pelo site, hueee).

xxx

Outras fics:
A Safe Place To Fall - Outros/Finalizadas
Baby, Please Come Home - Outros/Finalizadas (Spin-off de A Safe Place)
Just Around The Memories - Especial da Equipe
Bloody Valentine - Especial Dia dos Namorados
Summer Paradise - Outros/Andamento
Aproveite Sua Estada - Outros/Andamento
O Garanhão da Casa Ao Lado - Restritas/Andamento (Escrita em parceria)

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