História por Vanvis | Revisão por Taaci


Capítulo único


“Do you remember how it started? Fairytale got twisted and decayed, the innocence has all been broken, how did we get this way?’’

(Corrupted – McFly)


Praia. Sol e Mar.
Rio de Janeiro é a Cidade Maravilhosa. Lugar preferido dos artistas para pegar uma corzinha. Enquanto alguns pousavam para fotos da sacada do quarto, ela limitava-se em sorrir e cumprimentar quem entrava no hotel.
Dani estava cansada. Doze horas trabalhando estavam deixando-a um pouco zonza.
Naquele dia em particular estava muito mais do que feliz — havia conhecido seus ídolos. Desde os 11/12 anos tinha uma paixão platônica por Danny Jones. Através dele, havia conhecido todo o tipo de louca, igual a si mesma e, no meio daquilo tudo, deparou-se com .
Olhos impactantes, corpo perfeito. era a típica patricinha que nunca correria atrás de um cantor ou banda. Revirava os olhos sempre que Dani, ou qualquer outra amiga sua, chorava ao escutar uma música. Dizia que até gostava do grupo, mas, na sua época, Backstreet Boys fazia mais sucesso.
A garota que caminhava sorridente na direção de uma Dani cansada era ela.
Os saltos extremamente altos e o sobretudo naquele dia ensolarado indicavam alguma coisa e Dani respirou fundo. não existia. Os óculos de Sol da garota reluziam e a cada passada dela no hall do hotel, uma cabeça masculina virava-se para olhar.
sabia que chamava atenção, não pela sua beleza, e sim pela maneira de se portar. Seu jeito prepotente deixava os homens curiosos e, naquele momento, nenhum dos que se virava para olhá-la era interessante. Seu sorriso alargou-se no rosto quando Dani balançou o pequeno cartão por entre suas mãos.
‘Louvada seja Dani e seu curso superior’
Estava nervosa. Não poderia negar a si mesma, sequer havia dormido na noite passada e, mais do que nunca, os olhos dele estavam na sua mente. Será que lembraria? Que saberia de quem se tratava? Respirou fundo ao ver-se na realidade que a cercava. Tudo o que tinha almejado durante tanto tempo estava acontecendo, não soube dizer se da maneira que sempre desejou, mas, ainda sim, era sua realidade.
Mordeu o lábio inferior ao ver Dani parada no balcão, abaixou-se um pouco para cumprimentar a amiga, que sorriu alegremente. — Viu o passarinho Jones? — questionou, fazendo Dani rir escandalosamente, entregando-lhe a chave.
— Claro que vi e pasme: Eu consegui falar dessa vez! – deixou visível um sorriso triunfante que fez revirar os olhos. — A risada dele é bem mais gostosa, vale salientar. — comentou depositando o cotovelo na bancada e suspirando apaixonadamente.
balançou a cabeça e se perguntou se aquelas garotas nunca mudariam diante dos garotos e a resposta seria sempre não. Eles não deixavam que isso morresse, era o tipo de banda que toda garota sonhava seguir e amaria conhecer. Não tinha tido oportunidade de trazer sua irmã mais nova para aquela viagem, Vivian tinha prova na faculdade e não poderia de maneira alguma faltar. Pensou nas coisas que havia deixado em casa e suspirou. Parecia uma louca. Correndo atrás de algo que não valia tanta a pena assim... Com tanto homem no mundo, por que justo ele?
— Tudo certo? — perguntou com olhos ansiosos e Dani limitou-se em afirmar com a cabeça, tomando cuidado para que ninguém prestasse atenção no que as garotas conversavam.
— Vamos dar uma volta, ! — ela sorriu indicando com o olhar que ali não seria o lugar certo para aquele tipo de papo. Ambas caminharam pelo hall do hotel até uma enorme sala com um lustre magnifico. Alguns sofás faziam parte da mobília e achou tudo lindo. Dani a puxou para um canto onde não tinha ninguém e começou a sussurrar. — Vou ficar monitorando tudo daqui, ok? Quando algo suspeito acontecer, atenda o telefone. Consegui que tudo desse certo e provavelmente procurarão no quarto, mas como inventei uma desculpa ao subir, tudo parece estar nos conformes. — deu uma piscadela à amiga, que suspirou pesadamente. — Você está nervosa? A pergunta havia sido feita de maneira singela e olhou apreensiva para os olhos dela, estava muito nervosa. Não havia conseguido fazer nada ou dormir durante a noite, apenas cogitando possiblidades, atitudes, conversas, tudo o que viveria no dia seguinte. Seu coração não estava aliviando e todo o tempo, quando se via perdida no seu sorriso, disparava. retirou os óculos de Sol e os deixou numa mesinha, dando um meio sorriso à amiga. Estava em ebulição e apenas o toque do corpo dele junto ao dela seria o suficiente para que se acalmasse.
Tudo poderia dar errado, nunca tinha pensado em algo semelhante, e talvez sua imaginação tivesse chegado ao ponto de fazê-la cogitar uma coisa tão absurda como aquela, mas também não importava. Estava pronta, seria o que Deus quisesse e, suplicante, desejava que ele fosse dela.
— Estou um pouco... É muita loucura, não é? — sorriu nervosa, vendo Dani olhá-la compreensiva.
— Eu nunca faria algo parecido, , mas não é a primeira vez que você faz uma loucura, certo? — sorriu de lado, passando a mão pelo ombro da garota, dando dois tapinhas. — Relaxa e goza, amiga. — deu uma gargalhada, sendo cutucada por em seguida, fazendo Dani arregalar os olhos e disfarçar um sorriso.
— Espero gozar mesmo. — confidenciou baixinho, para receber uma tapa no braço. — Me deseja sorte. — abriu os braços e deixou-se abraçar pela amiga, fechando os olhos e pedindo ajuda de todo tipo de entidade que desconhecia.
Tudo seria válido naquele instante. Nada poderia dar errado e não estava pronta para um escândalo de maneira alguma. Havia arquitetado, repetido e estudado o plano diversas vezes com sua amiga e mais duas garotas do hotel. Teriam ajuda de terceiros e aquilo tornava tudo mais fácil. Não poderia e não iria dar errado.
— Boa sorte, ! — Dani exclamou dando algumas batidinhas nas costas da garota, antes de afrouxar o abraço e sorrir para ela. — Não entre em pânico, seja forte, você sabe como ele é... — deixou a frase no ar, antes de dar as costas e voltar a trabalhar como se nada estivesse acontecendo. mordeu o lábio inferior e desejou um shot de tequila. A bebida entra e a verdade sai, mas, provavelmente, seu inglês, que já não era muita coisa, seria ridículo. Respirou fundo antes de olhar através da janela, o calçadão do Rio de Janeiro e ver o mar. Poderia ir lá para pensar no que fazer e, enquanto isso, relaxar, tomando uma água de coco. Deveria fazer alguma coisa antes de entrar lá uma pilha de nervos, mas não tinha tempo. Tudo estava cronometrado e tinha apenas algumas horas.
Endireitou o corpo e se pôs a caminhar até elevador que daria exatamente ao 6º andar. Rodava por entre seus dedos o cartão que a faria entrar no quarto. Olhou-se no espelho e ainda estava tudo certo. Sua bolsa havia sido deixada no quarto, assim como tudo o que supostamente precisaria. Era louca. Não parava de cogitar a possibilidade do pior acontecer, mas teria de tentar de qualquer jeito. Uma louca, desesperada para ter o corpo dele. Não tinha ninguém junto a si e daquela vez se impressionou. O hotel estava com todas as suítes ocupadas e a metade era por garotinhas assustadas e apaixonadas que tinham pais ricos e podiam pagar caro apenas para ficar perto de quatro garotos.
revirou os olhos, dando-se conta de que deveria ter deixado seus óculos com Dani. Balançou a cabeça quando o número 6 ficou visível no painel do elevador. As portas se abriram e ela fraquejou, olhou para os dois lados e fixou seus olhos no corredor. Deu alguns passos a frente e avistou na porta o que estava procurando.
Seu coração bateu descompassado e suas mãos tremeram. Queria por tudo fraquejar e voltar, mas, de alguma forma, existia um ímã que a levava sempre para ele, de qualquer maneira, mesmo que ela não entendesse o por quê. Chegou em frente à porta belíssima do quarto e depositou o cartão ao lado do trinco. Escutou quando o pequeno ‘click’ se fez presente e respirou fundo, soltando todo o ar dos seus pulmões.
Colocou as mãos trêmulas no trinco e abriu a porta. O quarto revelado era familiar. Havia passado o dia com Dani arquitetando todas as formas de agir e ali estava ela.
Uma calça estava jogada de qualquer jeito e ela suspirou alto, a excitação de estar no mesmo quarto que ele seria o suficiente para que todos os pelos do seu corpo arrepiassem, imagina como seria estar diante dele acordado?

Thomas Fletcher estava deitado de bruços e ela correu para pegar o que usaria com ele. As duas cordas que estavam em sua bolsa, que havia sido colocada numa pequena poltrona na sala de estar e depois algo a mais, embrulhada num pequeno lenço. Tomou cuidado para não acordá-lo. Sabia que o garoto tinha o sono leve, mas, segundo Dani, calmante havia sido adicionada ao seu suco pela manhã, portanto, provavelmente não acordaria tão cedo. subiu na cama, sem tirar os saltos e pegou primeiro um braço, amarrando-o no dossel, para depois fazer o mesmo com o outro. Mordeu o lábio inferior ao dar-se conta da posição em que se encontrava. Estava com as pernas abertas, uma de cada lado, com o corpo dele no meio.
se perdeu na imensidão do que significava estar com Thomas Fletcher numa cama. Ele ainda dormia pesadamente, mas sua mente já havia vagado para lugares impróprios demais. Seu corpo tremulava e por um instante teve medo do que poderia acontecer.
Todas as palavras negativas que havia escutado pela personalidade dele haviam sido expostas naquele instante. A maneira em que a bipolaridade dele era frequente, o modo em que era completamente apaixonado pela esposa. Tudo apareceu como uma avalanche na sua mente. precisou equilibrar-se para não desabar sobre ele. Desceu da cama e foi até uma poltrona que tinha no quarto. Sentou-se, encostou seu cotovelo na perna e deixou que sua cabeça repousasse.
— Que merda eu estou fazendo? — sussurrou baixinho, dando uma olhada na cama e vendo que sequer se mexia. Voltou seus olhos para sua perna e escondeu seu rosto entre as duas mãos. Não havia limites para uma pessoa como ela e tinha tido a noção daquelas palavras do pior jeito possível.
Ergueu seu olhar para ele, que dormia pesadamente. Parecia um anjo, o tipo do cara que não gostava de pensar que queria, mas que sabia que tudo seria diferente em sua vida depois daqueles dias. Seus olhos encheram-se de lágrimas diante do quão doentio soava o que estava fazendo e, deixando-se levar pelo medo, direcionou seu corpo até a cama e inclinou um pouco de lado, a fim de tirar a corda que prendia seu pulso.
Não chegou a tocar no pulso dele, já que os olhos do Tom abriram no susto e o mesmo enrugou a testa sem entender o que aquela mulher estava fazendo no seu quarto.
Tentou passar a mão pelo cabelo ou pegar seu celular ao lado da cama, mas tinha algo segurando seus pulsos. Virou o rosto com tudo a fim de ver o que estava acontecendo e deparou-se com a cena mais inacreditável que imaginou que poderia acontecer a ele.
Primeiramente, seus braços estavam presos num tipo de corda. O nó não era o mais forte do mundo, pelo que pôde perceber, mas, ainda sim, levaria algum tempo até que conseguisse se soltar. Ao lado da cama, uma garota de seus 20 e poucos anos estava parada. Não usava uma farda do hotel e estava com um sobretudo. Tom teve vontade de perguntar o que ela fazia com um sobretudo no calor infernal que fazia no Rio de Janeiro, mas limitou-se a ficar calado. Os olhos dela estavam chocados, como se não estivesse esperando que ele acordasse, e a cabeça do Tom estava bastante confusa naquele instante.
A única coisa de que lembrava era de ter acordado com uma ligação de alguém da recepção afirmando que o seu quarto estava com problema, e por ser cedo demais e estar cansado, não deu a mínima, só escutou quando bateram na porta indicando o quarto que deveria ir. Não achou Giovanna, já que ela deveria estar em algum lugar e pouco se importou, havia custado para dormir à noite, precisava de um descanso.
— Quem é você? — a voz dele ainda mais rouca que o normal se fez presente e fechou os olhos, extasiada. Era mesmo ele, era real. — Dá para você me responder? Rápido? Por que porra eu estou preso aqui? — indicou com a cabeça os seus pulsos e precisou pensar.
Tinha duas opções: Ou bancava a garotinha medrosa diante do cara dos seus sonhos, ou seria a mulher fatal que sabia que existia dentro de si e que gostava de aparecer nos momentos mais impróprios. Fixou seus olhos nos dele e sorriu de lado, ainda sem proferir uma palavra. — Porra! Dá para me falar o que é isso?
— Isso o quê, Tom? Você está falando da corda nos seus pulsos ou do fato de você estar deliciosamente gostoso de boxer nessa cama? — abriu a boca para falar, mas as palavras não vieram. Tom voltou a fechar a boca e abrir novamente, mas não conseguiu. A garota à sua frente era maluca e estava começando a ficar com medo.
— Você... É algum tipo de psicopata? — perguntou com a voz baixinha, tendo medo da resposta dela.
— Sou um alien. — ela sorriu forçadamente e viu o rosto do garoto ficar pálido. fez careta antes de continuar. — Ei! Eu não sou um alien, não, deixa de ser louco... — deixou a frase no ar, vendo-o soltar a respiração que estava presa anteriormente. sentou-se ao seu lado na cama e o garoto se encolheu todo. — Deixa de ser frouxo, homem! Eu sou uma garota...
— Como... Como eu tenho certeza disso? — estava com o rosto escondido no braço que estava para cima. revirou os olhos, ainda incrédula, e ele deu um sorriso fraco. — Tô brincando... Sei que você não é nada disso...
— Sabe mesmo? — ergueu uma sobrancelha, vendo-o recuar ainda mais. — Deixa de coisa... Não sei por que eu quero transar com você... Você é muito... Você é muito...
— Eu sou muito... — ele a encorajou e ela limitou-se a erguer o corpo da cama, caminhando de um lado para o outro no quarto, enquanto ele a acompanhava da cama. Admirava quem conseguia andar com aquele tipo de sapato e sequer cambaleava. Giovanna não conseguia andar com a metade daquilo e ainda reclamava que doía.
— Você é muito gay! — exclamou enquanto ele fechava a cara e revirava os olhos.
— Definitivamente você não é um alien, muito chatinha para tanto. – comentou semicerrando os olhos enquanto ela cruzava os braços na altura do peito e parava, ainda em pé.
— Falou o senhor ‘Sou Thomas Fletcher: perfeito, maravilhoso, foda’. Seu ego não cabe nesse quarto, Tom! — alterou a voz, arrependendo-se de ter feito tudo aquilo para nada.
— Para começo de conversa, o que você está fazendo nesse quarto? Que a propósito, é o meu! — perguntou olhando para ela, que ainda estava inconformada pelo que ele tinha falado antes.
— Esse quarto não é o seu, mas isso é um detalhe. O que eu estou fazendo aqui? Tentando te comer, simples. — a voz dela saiu controlada e ele teve uma crise de tosse.
De alguma maneira que desconhecia, algo havia coçado sua garganta e começou a tossir sem parar. não moveu um dedo para ajudá-lo, já que odiava cenas clichês, pessoas previsíveis e Tom era professor nas duas categorias.
O rosto do garoto tornou-se vermelho em questão de segundos e ela bufou antes de inclinar seu corpo um pouco na cama para bater nas costas dele, ajudando-o a cessar a tosse. Nem nos seus piores pesadelos as coisas sairiam daquela maneira, nem em um milhão de anos tudo seria de um jeito tão irritante e insuportável, assim como ele se mostrava ser a cada segundo que passava. Tom não falou obrigado para ela quando parou de tossir. Na verdade, se recusava em desviar seus olhos para o rosto da garota maluca que parecia ter o sequestrado para transar com ele.
‘Ela não me conhecia?’
Sua cabeça trabalhava naquela pergunta com todo o ardor. Todos sabiam a maneira que não traía, que era certinho. Por que aquela garota havia resolvido tentar transformá-lo em algo que sabia que nunca se tornaria? Não fazia parte da sua índole, nem nunca faria.
Os olhos dela pareciam preocupados com o seu estado e Tom balançou a cabeça pesadamente, estava irritado. — O que merda você está fazendo aqui? É sério! Eu não tenho saco nenhum para garotas loucas que resolvem que são donas da porra toda! Eu estou me fodendo para qualquer coisa, só quero voltar a dormir no meu quarto, está difícil? — sua voz soou alta e recuou um pouco, ainda sentada na cama, ao lado dele.
Por um momento, teve vontade de retirar as cordas dos pulsos dele e soltá-lo. Já tinha escutado merda demais do garotinho esnobe e imbecil. Todos haviam dito “ele surta, , saí dessa”, mas ela, teimosa como sempre, havia se deixado levar pelas fantasias adolescentes e ali estava: presa a um cara que só sabia falar palavrão e agir com ignorância.
— Está impossível, Tom. — seu timbre estava calmo e ele arregalou os olhos. — Costumo levar minhas vontades até o fim, e mesmo que essa porra não dê em nada, vou passar um tempo aqui vendo você surtar como uma garotinha histérica. Não tenho mais nada para fazer. — falou cruzando as pernas de lado, deixando que o olhar dele se perdesse um pouco na abertura do sobretudo e voltasse para seu rosto.
Ele bufou pela milésima vez e baixou os olhos para o próprio corpo. Estava praticamente pelado.
— Você é um saco. — falou por entre os dentes e deu de ombros, desinteressada. Ela começou a mexer no celular que estava no bolso do sobretudo e ele ficou sem ter o que fazer. Não que sua mente não estivesse com assuntos demais para pensar, mas, de alguma maneira, sem saber o porquê, queria conversar com ela. — Você tem quantos anos?
— Vinte e cinco. Não vou perguntar a sua idade, já sei. — continuou a digitar freneticamente, fazendo-o suspirar. — O que foi? Quer que eu seja sua terapeuta, amorzinho? Eu não quero conversar, quero transar com você, entendeu?
— Você não vai transar comigo. — afirmou convicto e ela olhou para ele, fingindo susto.
— Jura, Fletcher? Não tinha percebido ainda. — deu um sorriso amarelo antes de voltar sua atenção para o celular, suas mãos tremiam e a cada segundo as coisas pareciam ficar piores.
O assunto morreu. Ele estava perdido nos seus pensamentos e fingia estar interessada em qualquer coisa que não fosse o corpo dele tão perto. Estava nervosa, queria gritar, pular, depositar diversos beijos pelo corpo dele, se pudesse. Seus olhos queriam lacrimejar e evitar fitar o rosto dele. Sob uma máscara de garota que não se importa com nada, ajudava e muito. Teve vontade de respirar fundo e correr para o banheiro, mas não podia. Tinha começado, iria até o fim.
Era seu mantra.
— Er... — pigarreou, vendo o rosto dele se erguer até o seu. — Desculpa pela grosseria. Tenho, sim, 25 anos e gosto de conversar na maioria das vezes. Você não é bem meu exemplo de jogar conversa fora, mas tudo bem... Podemos conversar, se você quiser.
— Você é nossa fã? — questionou, sentindo as bochechas corarem rapidamente.
— Não. — comentou sorrindo. — Eu gosto de algumas músicas, mas ainda sim, não sou Galaxy Defender. Minha irmã é.
— Por que eu? — sua frase saiu rápida demais, tão intensa que precisou de algum tempo para situar-se. Estava perdida.
— Sabe Corrupted? Sempre sonhei em escutar aquela sua voz no meu ouvido. — a rouquidão da sua voz foi perceptível a ele, já que seu estômago se contraiu diante do comentário.
Focalizou os olhos dela e se perdeu neles. Eram tons , mas de um jeito extremamente forte, impactante. Ela conseguia transmitir tudo o que suas palavras passavam e um sinal de alerta se fez presente na sua mente.
Tom baixou a vista, sorrindo constrangido, e voltou a fitar a garota. — Todas as garotas piram nessa música.
— Tom, sua voz está extremamente gostosa, sabe aquela voz que você... — ela fechou os olhos e suspirou pesadamente, para abri-los e sorrir, antes de finalizar. — Sério. Completamente excitante.
— Apenas a voz? — ele perguntou sério e gargalhou, sem que ele entendesse o motivo.
— Sem essa para cima de mim, Fletcher, você não é fácil desse jeito. Sei bem o seu tipo...
— Qual é o meu tipo? — um sorriso estava estampado nos lábios dele e ela suspirou.
— O tipo que não traí. — falou simplesmente, antes de se levantar da cama e inclinar o corpo até o lugar em que ele se encontrava. Tom pôde ver com certeza o decote que ela possuía e desviou a atenção, fixando seus olhos em um ponto cego do quarto. pegou o lenço que estava ao lado dele na cama e desfez o arranjo. Um pote de Nutella foi exposto e Tom ergueu as sobrancelhas, sem entender o que aquilo significava.
sentou sobre o colo do garoto, com uma perna de cada lado. Os olhos dele estavam em pânico e ela só conseguia ver graça em tudo aquilo. O pote de Nutella estava em suas mãos e o depositou ao lado do corpo dele. Tom prendeu a respiração apenas por imaginar o que ela queria fazer com ele, sentindo um tremor passar por perto.
— Melhor do que encomenda, Fletcher. — o sorriso dela se alargou, e pegando o potinho de Nutella, o abriu, colocou o dedo indicador dentro para depois depositá-lo na boca, fazendo-o sentir um arrepio passar pelo corpo. colocava e tirava o dedo com um ar de riso que tirava o garoto do sério. Quando acabou, resolveu passar a língua pelo seu dedo, para tirar o excesso e ele entreabriu a boca, sem conseguir segurar. A garota inclinou o corpo mais a frente, apenas para sussurrar no ouvido dele. — Muito melhor a realidade, quer experimentar? — questionou, vendo-o fechar os olhos pesadamente antes de balançar a cabeça freneticamente, deixando claro que não.
Ela voltou a sorrir enquanto ele limitava-se em fechar os olhos. colocou a língua dentro do potinho de Nutella e passou pelo peitoral dele, sentindo-o arrepiar com o contato. A língua da garota passeava pelo corpo dele e ela escutou quando as mãos dele fecharam-se em punhos antes de baterem no dossel da cama. Não tinha noção de até aonde iria o autocontrole dele, mas sabia que ainda iria durar por algum tempo.
Não o conhecia tão bem a ponto de saber exatamente até onde iria, não tinha sequer um palpite para deixar exposto. Os olhos dele estavam fechados e, enquanto a língua dela brincava com seu mamilo, mesmo fazendo o corpo do garoto enrijecer, soube que ele estava inebriado demais para falar o que quer que fosse.
Gostava de séries daquele tipo, garotas sexys domando garotos como ele era o que definia como perfeição, mas a realidade era tão diferente que chegava a deixar sua cabeça uma merda. Não conseguia mexer seus braços devido às cordas que o seguravam e, naquele momento, seria até melhor que ficasse preso. Suas mãos poderiam ter vida própria e uma coisa que não poderia negar, era que era um homem.
À sua frente, com um sobretudo preto e um salto extremamente alto, estava uma garota. Não lembrava se tinha visto-a em algum lugar e pouco importava, só precisava que fosse embora dali o mais rápido possível, já que sua adorada esposa estava naquele mesmo hotel. A ideia de trazer as esposas para a viagem fora dele. Não gostava de ter que ir dormir mais cedo por achar que era fraco o suficiente para sucumbir às garotas do Brasil. Elas eram quentes e quando queriam alguma coisa, passavam por cima de tudo. Não tinha tido experiência mais forte com nenhuma delas, a não ser a garota que estava no...
— Era você! Você! , não é? — sua voz saiu forte o bastante para que ela recuasse o corpo, fitando os olhos do Tom.

12 Horas antes.
M&G – McFly
A fila estava quase acabando, pensou quando pôs seus olhos nas inúmeras garotas que sorriam e pediam um abraço. Não tinha problema com tarde de fotos, na verdade, adorava ver e dizer o quanto amava cada garota que passava por eles chorando, devia tudo o que tinha acontecido consigo a elas e nunca estaria mal humorado diante de um encontro com aquelas meninas tão especiais.
Brasil em especial era o seu lugar favorito. Não conseguia pensar num lugar mais acolhedor do que aquele, e talvez por isso, a rixa das fãs do Brasil com todo o resto do mundo fosse tão visível. Para ele pouco importava. Se fosse ter uma casa fora de Londres, provavelmente seria por ali.
Massageou as têmporas quando, ao longe, escutou um assovio do Danny e aquilo representava apenas uma coisa: Garota bonita.
Aquele era o último ano dele antes de casar, por isso não poupou nenhum tipo de ficada com garotas. Tentou curtir a vida o máximo que pôde e Tom se perguntava como ele conseguia. Balançou a cabeça e fixou seu olhar na garota que caminhava à frente de um grupo de seis meninas.
Não era a garota mais bonita do mundo, mas estava diferente. Um vestido florido azul, uma jaqueta jeans e um sapato alto. Não estava vulgar, pelo contrário. Por um momento, pareceu estar ali por apenas estar, seu sorriso estava estampado na direção do garoto e ele não pôde fazer nada que não fosse sorrir de volta. Tinha seios fartos, cintura fina e belas pernas. Para Tom, Danny se daria bem.
sentia o coração bater rápido demais, e quando Tom sorriu para ela, mordeu o lábio inferior, um arrepio passou pelo seu corpo e tudo o que desejou foi beijar a boca dele até que seu fôlego fosse embora. Suspirou pesadamente antes de virar o rosto para trás e sorrir para sua amiga.
— Quero foder com ele, pelo amor de Deus! — sussurrou rindo, ao ver Tom de braços abertos para ela, que não fez nada que não fosse erguer seus braços até a altura do pescoço dele e aconchegar-se. O perfume era infinitamente melhor do que os seus sonhos e não foi surpresa quando seus olhos fecharam-se. teve vontade de pegá-lo pela mão e correr com ele até que suas pernas não aguentassem. Levá-lo para qualquer lugar apenas para testar todas as teorias que tinha na mente, de como era ter o corpo dele junto ao seu.
Suas mãos tremiam e sorriu boba, era mesmo ele com os braços ao redor da sua cintura. — Hey! Meu nome é e eu... Tom. — deu um passo para trás enquanto ele sorria dando forças para que continuasse. — Eu sou sua. — passou as mãos pelo cabelo, nervosa, antes de dar um sorriso fraco para continuar. — Eu quero transar com você. — voltou a sorrir enquanto os olhos dele estavam fixos nos dela, sem saber como agir.
Tom estava em transe. Nada do que sua mente pudesse pensar em falar naquele instante seria coerente o suficiente para que colocasse para fora. Estava em estado de choque. Viu quando deu as costas e foi em direção ao Dougie sem voltar seus olhos uma única vez. Não era uma garota de 15 anos, era uma mulher. Uma mulher que havia dito que era dele. A voz dela, a maneira que suas palavras saíram foram fortes o suficiente para que soubesse que não era uma brincadeira, não era uma simples fã. Algumas garotas chegaram perto e ele as abraçou, ainda perdido nas palavras e no olhar que a ela havia lançado.
Prestou atenção no momento em que Jones abraçou-a pela cintura e provavelmente estava sussurrando em seu ouvido. Fechou os punhos sem entender o motivo, mas, ainda sim, deixou-se levar. sorriu, parecendo estar envergonhada pelo que ele havia dito e voltou seu olhar para Tom, que desviou seus olhos dos dela e abraçou duas garotas para a foto do grupo.
Não estava sentindo-se normal, bem. A adrenalina estava impregnada nele e sabia que não faria nada, que não trairia sua esposa, mas seria inevitável não pensar na garota pelas horas que se seguiriam depois do encontro.
Beleza não era tudo, de maneira alguma, e sua personalidade, pelo menos naquele curto espaço de tempo, havia se tornado extremamente interessante aos seus olhos.
— Ele ficou te secando! — exclamou uma das garotas que estava com ela. — Você viu?
ainda não havia entendido aquele olhar. Estava sim, preparada para aquela reação, para uma rejeição, afinal de contas, ele era o Fletcher e Fletcher não traía a sua esposa, mas estava intrigada. Os olhos castanhos dele haviam fincado nela e até o momento em que voltou seu olhar para ele, sentiu que Tom estava com os olhos fixo nela. Seus olhos encheram de lágrimas e mesmo sem saber definir, piscou várias vezes para que a vontade de chorar fosse embora.
No fundo, queria que ele tivesse apertado sua cintura e a chamado para sair. Nunca havia sido tão direta com um cara como havia sido com ele e, mesmo assim, não havia surtido efeito. De alguma maneira, aquela loucura estava passando dos limites e sabia bem que tudo iria piorar mais tarde.
Um grito de exclamação estava preso em sua garganta e pouco importava se as garotas estavam eufóricas por terem tirado fotos com os ídolos, gostava muito da banda, mas nada em excesso. Não o bastante para fazê-la ficar com os olhos prontos para chorar pelos motivos errados. Era ainda mais lindo do que havia imaginado, a maneira séria em que se comportava. O abraço gostoso, apertado... Sempre pareceu que faltava uma pequena parte para que ele fosse em direção à garota e a beijasse, os olhos dele falavam tão diferente do rosto fechado, do desviar de olhos.
Definitivamente, a vontade que tinha de ir para cama com ele era gritante. Deixava que todos os músculos do seu corpo se contraíssem ao ver uma foto que as garotas haviam tirado e ainda tinha a bendita tatuagem, a covinha. Tudo pedia por mordidas, precisava ir para cama com ele.
— Quem me secou? — sua voz saiu sem força e sua amiga olhou nos seus olhos, segurando sua mão.
Não precisava falar uma palavra que fosse. Todas sabiam como se sentia e ainda que pensassem que não passava de brincadeira, era um pouco doentio, na maioria do tempo.
— Tom, . Ele ficou olhando para você um tempão. — o sorriso nos lábios dela foi convincente. Talvez outra garota tivesse gargalhado, mas não. — E Danny filho da puta! Dá em cima de todo mundo! — exclamou sorrindo, ao lembrar-se do quanto havia ficado nervosa em sua frente.
— Eu falei que era dele, que queria transar com ele. — sussurrou perdida num ponto qualquer, ainda vendo de longe as pessoas caminharem para um lado e para o outro.
As meninas pararam o que estavam falando e fixaram seus olhos em . Havia falado besteira. Tinha dito que queria transar com ele, e nem assim o garoto se sentiu balançado. Soltou o ar pesadamente dos seus pulmões e pegou o celular, discando um número já conhecido.
— Dani? Tudo certo? Ok, ok Mais tarde chego aí. — falou determinada, independente do interesse dele ou não. Não havia ultrapassado todas as barreiras por nada, iria até o fim.
Fim do Flashback

Tom pousou os olhos minuciosamente no rosto da garota e percebeu o momento certo em que ela desviou os seus dos dele, parecendo ficar com vergonha. — O tempo todo era você. Não sei por que não juntei uma coisa à outra... — deixou a frase no ar e ela respirou fundo, ainda sentada em cima dele.
se mexeu desconfortavelmente enquanto sentia suas bochechas corarem, provavelmente estava soando patética, uma garota como ela não tinha atitudes como aquela, certo? Certo. Esperava ansiosamente que ele não tivesse notado.
— Que evolução! Thomas Fletcher não foi inteligente o suficiente para perceber rapidamente. — bateu palmas, sentindo o dedo quase que grudar sob a sua pele, devido a Nutella. Fez uma careta olhando para o peito do garoto que estava um pouco brilhoso pelo que tinha colocado lá. Sem pensar muito, voltou a deixar que a sua língua trabalhasse, vendo-o prender a respiração. — Estou tirando o excesso, vai ficar grudando em tudo caso não faça isso...
— Dizem que água é bom para tirar esse tipo de coisa. — comentou com a voz rouca, arrepiando os pelos da nuca da garota. ergueu o olhar para o rosto dele, que a fitava desafiador. Alguns centímetros e beijaria a boca dele, apenas alguns.
— Isso basta para você, que não gosta muito de tomar banho... Garoto nerd toma banho? — abriu um sorriso e viu-o bufar, revirando os olhos. Se não fosse o Tom, daria uma resposta sacana, talvez dissesse que poderia até não tomar banho, mas que isso não havia sido o suficiente para que ela não o desejasse. Tom Fletcher não era daquela maneira.
— Por quem você me toma? — a maneira com que perguntou fez brotar um sorriso sincero dos lábios dela. Caso não estivesse com os braços amarrados, provavelmente estaria com os braços cruzados na altura do peito, com a boca espremida, mostrando o quanto era lindo de qualquer maneira.
— Um geniozinho? Um cara extremamente inteligente? Sério, Tom, não sei por que você é cantor, não combina com você... — voltou a mostrar os dentes quando ele olhou um pouco assustado.
— Eu canto mal? — a voz dele ficou um pouco mais baixa e voltou sua atenção para a bochecha dele, onde a covinha na maioria das vezes aparecia.
— Claro que não! Sua voz é muito gostosinha de ouvir, só que você poderia trabalhar na Nasa, por exemplo. — ergueu sua mão e tocou sua bochecha, começando a brincar com o lugar que a cova aparecia. — Mostra para mim. — sorriu sapeca, vendo-o sorrir pela primeira vez, sincero. Seu dedo mindinho afundou em sua bochecha e riu mais largamente. Caso não tivessem todo o contexto dos acontecimentos, pareciam mesmo duas pessoas que se suportavam, ou, sendo mais específico, ele parecia estar divertindo-se com o que estava acontecendo, mesmo preferindo acreditar que não. Tentou acalmar um pouco as batidas frenéticas do seu coração.
— Você me conhece... — sua frase foi morta pelo olhar constrangido que ela lançou a ele, no momento em que o garoto fazia a observação, a respiração dela ficou um pouco errática e suas palavras morreram em sua boca. — Você me conhece bem, não é? — voltou a perguntar, esquecendo-se de que estava com os braços presos, e pensando melhor, foi providencial. A vontade que tinha era de tocar o rosto dela.
— Um pouco. — deu de ombros ainda com o indicador passando pelo rosto dele. — Não olha assim. — o recriminou, já que ele estava com um sorriso torto nos lábios e fitava sugestivamente o rosto dela. — Eu não sou sua fã. — juntou as sobrancelhas, prendendo o riso.
Não era fã deles, o tipo de fã que fazia de tudo para ir atrás dos garotos, mas não negaria a ninguém o quanto conseguia gritar escutando todas as músicas dele ou ficar nervosa diante de um novo show.
— Sei que não, a maioria delas não tem coragem de colocar para fora aquelas palavras. — se lembrou do M&G e ela sorriu fraco. O olhar dele estava tentando desvendar o que quer que estivesse escondido por trás daquela pose de garota fatal, mas não se deixaria levar. Tom estava completamente fascinado pelo seu jeito e, por mais que não tivesse se dado conta, estava envolvido.
— O virgenzinho ficou assustado? — fez uma careta ao proferir aquelas palavras e ele acompanhou a garota, antes de revirar os olhos.
— Fiquei surpreso, digamos assim. — respondeu sincero. Nunca imaginaria aquele tipo de pergunta num lugar público, na verdade, não se lembrava de ter passado por situação semelhante. Sabia que algumas garotas conseguiam ser extremamente diretas quando queriam, mas nunca tinha sido direcionado a ele. Os bonitões da banda eram Jones e o Judd, nunca o Fletcher. Por isso, não tinha noção de que aquele tipo de coisa pudesse mesmo acontecer.
— Eu te excitei, Tom? — Tom voltou à realidade quando ela inclinou o corpo para a sua frente e lhe mordiscou o lóbulo da orelha. Sua respiração falhou e seus olhos fecharam-se. Pensou na Giovanna e que precisava dela, de mais ninguém. A voz dela estava rouca e isso tinha sido uma espécie de droga para seus nervos que já estavam descontrolados.
A imagem da sua casa apareceu em sua mente e foi como se fosse o suficiente para que voltasse a si. Sentiu uma excitação passar pelo seu corpo e logo retirou todos os pensamentos da mente, tinha o controle, não se deixaria levar por mulher nenhuma, muito menos por aquela.
— Você sabe a resposta da sua pergunta, . — afirmou sério, vendo-a morder a bochecha e desviar seus olhos dos dele. — Você pode sair daí? Minha perna está doendo. — imitou uma cara de sofrimento que fez a garota revirar os olhos, sem mover um dedo para sair dali. Pelo contrário. mexeu os quadris e se acomodou um pouco mais no colo dele, indo um pouco mais para frente, apenas para roçar seu corpo.
— Qual a resposta? — inquiriu erguendo o queixo, séria, vendo-o revirar os olhos, antes de fixar seu olhar incrédulo nela.
— Não preciso falar, você sente. Estou sem roupa, você está sentada em cima de mim, é fácil sentir se estou excitado... Eu estou? — um sorriso malicioso brotou dos lábios dele e espalmou sua mão no peito do garoto. — Isso dói, ! — exclamou um pouco mais alto, vendo a garota rebolar em cima do seu membro, fazendo-o olhá-la desesperado.
— Você é gay. — ela soprou no ouvido dele, fazendo-o romper numa gargalhada escandalosa. Tom mordeu o lábio inferior antes de fixar seus olhos na boca dela. estava com os dentes trincados e um sorriso queria brotar dos lábios dele. Se ela soubesse o quanto ficava deliciosa emburrada, faria aquilo o tempo todo com ele, seria mais fácil de sucumbir. O controle estava no seu corpo. Por mais que ela fosse tudo o que queria naquele instante, suas prioridades eram outras e ela não era o suficiente para que não tivesse controle, não tanto.
— Não costumo ficar interessado a qualquer par de peitos que aparecem na minha frente. — deu de ombros desajeitadamente, já que suas mãos estavam presas.
fechou os olhos e voltou a inclinar o rosto em sua direção. Passou a língua pelo pescoço dele, vendo-o fechar as mãos em punhos, e não se importou. Sua voz estava baixa e sensual, estava morrendo de tesão.
— Mas eu nem mostrei meus peitos ainda, Tom... — passou a língua pela orelha dele e sentiu-o romper em arrepios. sorriu triunfante, antes de voltar o corpo um pouco para trás.
— Espero que não se dê ao trabalho, será apenas mais constrangedor para você. — seus dentes estavam trincados e ainda com a boca quase fechada, ele respondeu.
— E se eu quiser? — mordiscou a orelha dele, vendo-o fechar os olhos, impaciente. saiu de cima do colo dele e logo ficou de pé. Tom abriu os olhos e se pôs a olhar curioso para saber o que ela ainda tentaria fazer. Seus olhos adquiriram um novo brilho quando começou a desabotoar um por um os botões do sobretudo. Os olhos dela fecharam-se e ele prendeu a respiração. Pelos ombros dela, o sobretudo deslizou até tocar o chão. O silêncio do quarto era ensurdecedor e Tom segurou nas laterais da cama. Ainda estava preso, e diante da visão que tinha à sua frente, preferiu ficar assim até que seus nervos voltassem ao normal.
Desviou seus olhos do corpo dela e os fechou pesadamente. Tentou pensar na sua esposa e a imagem que vinha à sua mente o tempo todo era a lingerie preta que cobria pequenos fragmentos do corpo da . Ele respirou fundo, vendo ainda a garota continuar com os olhos fechados e suas bochechas um pouco vermelhas. Se perdeu no colo dela, tão disponível, tão perfeito para fazer o que quisesse. A cintura mais acentuada e perfeita, suas curvas que se enquadrariam perfeitamente as suas mãos que pareciam ter um formigamento, naquele instante. Não estava diante de uma coelhinha da playboy, mas, ainda sim, seu coração estava batendo mais rápido do que se recordava e seus sentidos não pareciam desejar responder.
Quando entrava no palco, o frio na barriga era inconfundível, não importando quantas vezes houvesse passado pelo mesmo processo, sempre parecia ser a primeira vez. Seus dedos formigavam, o coração disparava. Talvez ela fosse seu palco; os gritos ecoavam pela sua mente enquanto suas mãos forçavam a corda com mais precisão. Tinha de tocar aquela pele, possuir aquela garota.
Aquele não era ele, Tom Fletcher da banda McFly, marido devoto. Nunca faria aquilo, nunca teria o desejo de estar com outra mulher que não fosse a sua, mas a visão era demais até para caras como ele.
A serpente estava bem ali, graciosa, extremamente gostosa e só precisava dizer um sonoro não. Era homem para isso. Havia abdicado de inúmeras coisas durante toda a sua vida, não agiria levianamente daquela vez, ninguém merecia os pensamentos sujos que pairavam sua mente, nem mesmo ele.
— Interessado, Fletcher? — a voz dela estava rouca e o coração parecia a bateria de uma escola de samba. O sorriso que estampou os lábios dele, tão diferente do que poderia esperar, era presunçoso. Nunca seria o sorriso de alguém que parecia estar interessado em algo.
— Vem aqui comprovar o quanto estou interessado. — sua voz saiu fria e cortante, fazendo vacilar por alguns segundos. Os olhos fecharam-se pesadamente e ela pensou no quanto havia planejado por anos para estar ali. Foda-se ele com as frases pré-moldadas, seriam pele, contato. Uma hora a corda iria fraquejar para o lado mais submisso e seria o lado dele, tinha certeza. Fixou seus olhos nos dele.
— Nem um pouco? — as lágrimas da rejeição pairavam seus olhos e, desviando-os do dele, escutou mais uma risada.
— Garota, deixa te falar apenas uma vez... Eu não estou sentindo nenhum tipo de tesão por você, entendeu? Quer que eu desenhe? Ou quer que eu vá em outro quarto desse mesmo hotel e chame minha esposa para mostrar para onde você precisa ir? — suas palavras foram rudes e ele baixou os olhos, evitando fitar o rosto dela, que estava digno de pena.
Os olhos dela fecharam-se pesadamente e um tremor forte passou pelo seu corpo. Tom finalmente conseguiu retirar as cordas mal colocadas do pulso e ergueu o corpo da cama. não abriu os olhos, sabia o que estava acontecendo. Havia colocado as cordas fracamente para que ele, quando descontrolado com seu corpo desnudo, tirasse as cordas e agarrasse seu pulso, beijando-a com loucura.
Não vivenciaria nada daquilo. Enfim todas as suas amigas estavam certas em dizer que ele era mesmo fiel, que nunca sucumbiria a ela, por mais que gostasse de sonhar que, no fundo, estivesse morrendo por dentro. Abriu seus olhos lentamente para deparar-se com os olhos dele diante dos seus.
Não se lembrava de alguma foto em que ele houvesse ficado tão bonito daquela maneira. Os seus traços ficaram tão perfeitos que teve vontade de sucumbir o desejo de deixar que seus dedos fossem em direção ao rosto dele. Mordeu o lábio inferior, sentindo sua pulsação acelerar. Estavam a poucos centímetros de distância e ambos quase sem roupa. Caso o medo não fosse tão forte, teria o jogado na cama de qualquer maneira e ido em cima dele, à procura dos seus lábios, mas ainda, por menor que fosse, tinha dignidade e nem de longe faria algo para levar outro fora.
— ‘Tá esperando o que para ir embora, Fletcher? — sua voz embargada se fez presente e ele balançou a cabeça, passando suas mãos pelos olhos em sinal de cansaço.
Ele levantou a mão na altura do rosto dela e recuou. Não sabia o porquê de não conseguir ir logo embora, mas alguma coisa o deixava parado bem à sua frente, completamente fascinado pelo brilho dos olhos dela.
— Você está bem? — ele perguntou e cruzou os braços na altura dos seios, dando um sorriso, debochada.
— Você se importa, Fletcher? Você se importa? Vá se foder! Eu quero mais é que você se foda, porque... Você me humilhou completamente e ainda vem perguntar se eu ‘tô bem? Não interessa a você, seu bipolarzinho de merda! — as palavras saíram antes que pudesse controlar e suas mãos voaram até sua boca no momento em que os olhos dele escureceram um pouco, num misto de surpresa e incredulidade.
— Cala a porra da boca! Você não sabe o que é isso, é uma doença! Você acha que eu escolhi isso? Acha? Novidade para você, vadia, a culpa não é minha! — suas mãos estavam nos ombros da garota e a cada palavra dita, ele a chacoalhava. sentia o corpo balançar para lá e para cá, mas seus olhos haviam se fechado no momento em que ele tinha tocado seus ombros. Não havia sido delicado e, naquele instante, pouco importava.
Dando-se conta da besteira que estava fazendo, ele bruscamente soltou os braços dela e passou as mãos pelos cabelos. Os olhos estavam marejados e ele não soube explicar o motivo de todo aquele drama. Não queria ir embora? Estava livre, poderia caminhar até a porta do quarto e sair; nada o impedia a não ser o corpo bem à sua frente. Involuntariamente, ela o impedia de sair.
Sua mão tocou o rosto dela e o seu sistema nervoso respondeu perfeitamente, seus dedos tornaram-se trêmulos e a sua outra mão formigava a fim de tocar mais alguma parte. Sem conseguir segurar, sua mão tocou a outra face da garota e suas mãos passearam pelo rosto dela até puxá-lo para perto do seu, até que ambos sentissem as testas se chocarem e as respirações tornarem-se apenas uma.
O coração dela ameaçava pular pela boca, não se tocavam, a não ser pelas testas coladas. O salto alto havia ajudado muito, em outras épocas nunca conseguiria estar tão perto dele, tão igual a ele. Do mesmo tamanho. Sentiu uma vontade quase que incontrolável de tocar seus ombros e fazer um caminho pelas suas costas, mas estava com medo. Não queria ter que fazer mais alguma coisa e não ser correspondida. Tinha passado por coisas demais naquele dia e as palavras dele ainda estavam bem vivas na sua mente.
— O que você pensa que está fazendo? — sua voz saiu como um sussurro e de supetão, as mãos do garoto tocaram sua cintura, juntando os corpos de maneira singular. Tom afastou seu rosto do dela e inclinou de lado a fim de fincá-lo no seu pescoço, inspirando o ar para sentir o perfume forte, gostoso o suficiente para ter que morder o lábio inferior na tentativa suprir a necessidade de morder o local.
Voltou a apertar mais forte a cintura dela, juntando ainda mais os seus corpos. sentiu a excitação perfeitamente aparente dele. Seus olhos arregalaram e um sorriso de lado brotou dos lábios dele, fazendo-a sorrir junto. embrenhou suas mãos no cabelo do Tom e ele fechou os olhos antes de balançar a cabeça negativamente e soltar a garota de vez.
— Desculpa, , eu não posso, sou casado. — sua voz saiu num sussurro e foi acordando do transe, até que abriu os olhos, sem acreditar no que ele falava. Sua sobrancelha ergueu e a boca abriu, sem emitir som algum. — Eu estou... Tudo bem? Você percebeu, mas... Eu não posso... Não é o certo... Eu... Eu não posso ser seu.
A garota abriu a boca para retrucar, falar o que quer que fosse para persuadi-lo a ficar, mas não o fez. Sabia que ele só precisava de um empurrãozinho, mas não se sentiu tentada em fazê-lo. No dia seguinte, teria que escutar dele mil desculpas e seu choro em sinal de arrependimento. Não se passaria por isso. Piscou os olhos diversas vezes, tentando esconder as lágrimas que queriam cair e suspirou.
— Não vou obrigar você a ficar. — ela fixou seus olhos nos dele e não soube dizer o que encontrou. Estava prestes a chorar, mas por que não havia pedido para que ele ficasse? Tom só precisava de um empurrão, apenas um abraço apertado e ele teria a beijado. Era o que queria, certo? Ele balançou a cabeça, irritado o suficiente para falar o que quer que fosse. Saiu pisando fundo até a porta sem importar-se no quanto sua esposa iria surtar caso ele aparecesse apenas de boxer no corredor. Pararia no quarto de algum dos caras. Pensaria nas consequências dos seus atos apenas depois, já que o que mais queria era sair de perto daquela garota maluca.
Ela queria brincar. Quando realmente havia conseguido com que ele sucumbisse, resolveu que não iria lutar mais, deixando-o ir. Tom bufou emputecido, tocando no trinco da porta e voltando-se para olhar para ela.
estava ainda de frente para a cama e seus olhos estavam fechados. Sua pulsação acelerou quando imaginou como seria ter o beijo daquela mulher, senti-la por completo. Sentiu o membro pulsar quando pensou no tempo que levaria para tirar aquela lingerie do seu corpo e fazê-la ser dele, com a loucura de que tudo havia começado. Precisava pensar em como havia chegado até ali, era louca e não precisava sentir sua pulsação acelerar com a imagem do corpo dela se contorcendo de prazer. Poderia passar sem ela e o faria.
Tudo bem. Ficaria alguns dias pensando na garota, mas passaria. Não seria a primeira gostosa em que desejou ficar, nem seria a última. Talvez existisse uma pequena diferença entre todas as outras. Não era igual às demais. Era diferente de tudo o que já havia conhecido. Trincou o dente, inconformado por aquela linha de raciocínio e voltou a respirar fundo, quando o corpo dela virou-se para o dele e seus olhos abriram.
Tom ficou sem conseguir mover um musculo sequer; tamanho era o nervosismo dela supostamente vir até ele e o beijar, pedia aquilo com desespero, mas nunca faria. Não conseguiria trair sua esposa daquela maneira, ou pelo menos achava que não. Virou-se de costas, na direção do corredor, já com a porta aberta e fechou os olhos, esperando por algum vestígio que fosse.
— Posso fazer uma pergunta? — a voz dela saiu baixa, suficiente para que ele pudesse fingir que não tinha escutado e simplesmente sair por aquela porta, mas não. Fletcher apertou o trinco e fechou os olhos, encostando sua cabeça na madeira. Tinha que sair daquele quarto e correr até o seu. Garotas doidas não faziam bem o seu tipo, muito menos aquela que parecia estar com a voz chorosa. Não precisou virar o rosto em sua direção para saber que estava perdido. Um cara como ele não sucumbia a desejos como aquele e, por mais que não tivesse agarrado aquela garota, ainda sim, encontrava-se parado na porta esperando pelas próximas palavras que sairiam por aquela boca que parecia implorar por um beijo.
— Se você não fosse... Sei lá... Se ela não fosse o amor da sua vida, você se deixaria levar por mim? — fez de tudo para que sua voz saísse um pouco mais firme, decidida; não queria que saísse trêmula como havia saído. Passou a mão pelo cabelo e o arrumou todo de lado, num ombro só, e, fitando as costas do garoto, esperando ansiosamente por algo que pudesse acalmar os batimentos frenéticos que pairavam pelo seu coração, respirou fundo. Não iria responder. Tinha certeza de que, para ele, era uma garota louca, que jamais ficariam, em hipótese alguma, e com esse pensamento deu alguns passos até a cama e pegou o roupão que estava jogado. O roupão dele.
Talvez num livro, pegaria o roupão por entre suas mãos e cheiraria para sentir o aroma que provavelmente estaria impregnado por ali, mas aquilo era vida real e tão diferente das diversas maneiras que desejou que a tocasse, era diferente de tudo.
— Não sei falar sobre algo que não é o presente, , ‘se’ é algo muito relativo. Não dá para falar com certeza. — ainda sem virar o rosto para ela, ele respondeu, tentando ao máximo não deixar-se levar.
— Eu não atraio você. — as palavras dela saíram como um sussurro, mas Tom escutou.
Virou-se de frente para a garota e com as mãos trêmulas, ergueu seu olhar até o dela. Talvez uma música estivesse fazendo parte da cena que estava prestes a acontecer e certamente adoraria escutar algo como Snow Patrol, tão diferente dele que só queria que seus pés conseguissem responder ao seu autocontrole e caminhassem para fora daquele quarto. Os olhos dela estavam fixos nos dele, deixando-o, talvez, encabulado. Gostava de qualquer tipo de atenção, os holofotes sempre fizeram parte da sua vida e nunca havia se importado com aquilo, mas, de alguma maneira, o olhar que deixava sobre ele o despia, tirava a boxer que ainda estava sobre o seu corpo e deixava que ela penetrasse em seus pensamentos e desvendasse todas as coisas sujas que escondia até de si mesmo.
Ele era um cara controlador, certinho, o típico que tinha tudo sob controle e até quando não tinha controle sobre algo, não se deixava perceber, na maioria das vezes. Naquele instante, havia se limitado a ser apenas um cara. Não era Thomas Fletcher da banda McFly, que sorriria para a garota, diria que era linda e abraçaria; não era o marido devoto de Giovanna Falcone, era apenas um cara, e tão igual a todos os outros, ansiava por tocar cada parte do corpo da garota louca que havia passado dos limites.
— Você acha mesmo que tudo ser resume ao carnal, ? Que para duas pessoas ficarem é preciso sentir desejo? Apenas isso? — perguntou cruzando os braços e escorando o corpo por completo na porta ainda aberta. — É muito mais do que isso, ficar com alguém. Não vou ficar com cada garota que resolve que quer me dar uns beijos, não sou assim. — finalizou, vendo-a balançar a cabeça negativamente, enquanto se deliciava com os cabelos voando de lá para cá. Tom fechou o punho e os apertou, controlando os instintos. Não era daquilo. — Sempre fui cara de uma garota só, nunca traí. Já fiquei com algumas fãs, passei um tempo longe da Giovanna, mas foi o suficiente para que eu caísse na real e me dessa conta de que era ela a garota certa.
— Como você tem certeza? — questionou, cruzando os braços na altura do peito e vendo o olhar dele pousar no seu colo por apenas alguns segundos, antes de ele balançar a cabeça freneticamente e voltar a olhá-la nos olhos.
— Eu... Não sei. Só... Parece o certo, entende? Não é como se eu precisasse de outra pessoa... — ele estava confuso. Sempre teve a plena certeza de que eram perfeitos um para o outro, até aquele momento, em que uma garota que sequer conhecia colocava tudo a pratos limpos e questionava o que verdadeiramente sentiam.
— Ela te completa? — a voz dela saiu trêmula e passou a mão pelo cabelo, nervosa, desviando os olhos dos dele e fitando um ponto qualquer. Fechou os olhos logo em seguida, tendo medo da resposta dele.
— Eu a amo. — Tom respondeu automático, como se aquela resposta fosse a certa, mas não a verdadeira. Tudo estava confuso ou parecia ferrar a sua cabeça. Talvez o remédio estivesse complicando sua mente e ele não estivesse trabalhando com clareza. A bipolaridade parecia estar presente, ou preferia pensar que estava, já que desejava por tudo dizer que não amava Giovanna e que queria provar daquilo que deixava amostra com aquela lingerie minúscula.
— Quer saber? Que se foda também! Se você quer passar o resto da sua vida num casamento mais ou menos, transando papai e mamãe, que se foda, Tom! Estou me fodendo para você e a sua esposa perfeita no seu casamento mais perfeito ainda. Quer saber por que eu escolhi você? Não sei! Eu só não conseguia ver uma foto sua sem desejar saber o gosto dos seus lábios. Nunca curti seu jeito, nerd demais, chato demais, perfeccionista demais, mas, de alguma maneira, você despertava o pior de mim. — passou as mãos pelos cabelos e sentiu que as lágrimas estavam inundando seus olhos. — Vá embora daqui. Dá o fora, Fletcher! Vá para a sua esposinha! — exclamou dando longos passos até o banheiro.
fechou a porta atrás de si e mirou seu rosto no espelho. Escutou uma porta sendo batida fortemente.
— Tom? — chamou, colocando a cabeça através da porta do banheiro, vendo o quarto vazio e a porta da frente fechada. balançou a cabeça negativamente, antes de pegar o roupão que havia deixado no chão e colocar de qualquer jeito no corpo. Ainda com os sapatos nos pés, correu até a porta da frente e a escancarou, sabendo que não veria nada. — Tom? — sua voz saiu trêmula. Deparou-se com o garoto parado, a cabeça encostada na parede, de olhos fechados. Ao ouvir seu nome, ele limitou-se a abrir os olhos e fixá-los nos dela que pareciam desesperados. Sem falar uma palavra, parou à sua frente. ergueu a mão até a altura do rosto dele e o tocou. Uma corrente elétrica passou pelo seu corpo e Tom sentiu algo estranho, fechando os olhos com o contato. O coração dela parecia voar e sabia: Aquela mera atração havia fugido do seu controle. — Eu sou sua. Não importa se você vai me dar mais um fora, se você vai correr daqui como uma garotinha amedrontada que você adora bancar, estou pouco me lixando, mas eu preciso colocar isso para fora, preciso dizer o que eu sinto, o que eu tô sentindo, porque...
Duas mãos tocaram seu rosto no momento em que os lábios dele se juntaram aos seus. As mãos dele estavam trêmulas, e quando seus corpos se chocaram, ergueu seus braços e enlaçou o pescoço dele. Sua boca abriu esperando pela ânsia dele e não demorou muito para que isso acontecesse. Não era um beijo calmo, exploratório, muito menos pacato. Tom parecia estar desesperado com aquela atitude e a simples lembrança do que realmente estava acontecendo foi o suficiente para que intensificasse ainda mais, deixando que a sua língua se entrelaçasse a dela. Suas mãos desceram até a cintura, encoberta pelo roupão, e ele apertou o corpo dela junto ao seu, antes de inverter as posições e encostar a garota na parede.
Parecia ser algum tipo de sonho. Já havia passado por aquela cena inúmeras vezes quando o desejou ardentemente. Se fosse contar a alguém, anos atrás, quando tudo havia começado que, um dia, tudo iria se concretizar, as pessoas ririam dela, como haviam rido. Não era boba, nem havia deixado de viver por causa dele, mas sempre tinha um pensamento no fim.
Thomas Fletcher. Não importando o número de garotos que havia namorado, a quantidade de amores que haviam passado pela sua vida. Nunca soube explicar o motivo ou definir o que sentia, mas sempre esteve impregnado em sua pele e, se não fosse sua insistência, teria ido embora sem saber realmente se tudo o que parecia sentir era real.
Não estava sentindo tudo aquilo sozinha. O coração dele estava, assim como o seu, disparado. Talvez os motivos fossem diferentes. Poderia estar daquele jeito apenas por não ter traído sua esposa e a primeira vez era sempre excitante, mas, para ela, tinha outro significado. Dois corpos, juntos, emanando aquele calor surreal significava que, independente do tempo em que se conheciam, a atração estava estampada, olhando para ele e afirmando que não estava morto. As mãos dele saíram da sua cintura e foram até o nó que havia sido feito no roupão. Cessou o beijo e fitou o rosto dela. Como não havia notado o quanto era linda? Os olhos emanavam uma intensidade que não soube distinguir e, mesmo fechados, lembrou-se das inúmeras vezes em que deparou com ele naquele dia. passeava as mãos pelos seus ombros, indo em direção às suas costas e, com o olhar ainda fixo no dele, ela inclinou a cabeça para frente, mordendo lentamente o ombro do garoto. Seus lábios passeavam pelo ombro dele, e vindo um pouco mais abaixo, contornou a tatuagem dele com a língua.

A estrela.

Acharia gay se fosse em qualquer outra garoto, mas não nele. Era sexy a maneira em que conseguia ser atraente mesmo com a cara emburrada e mostrando o quanto era chato. Seria algo que nunca esqueceria. Tom contraiu a barriga no momento em que ela terminou de contornar a estrela, fechando os olhos, ainda com as mãos no nó do roupão. Os olhos de pousaram na boxer dele e ela parou. No começo, tudo havia sido por causa dos comentários: “ele é avantajado”. O interesse foi fiel à vontade que tinha de arranhar as costas dele, por exemplo. O cabelinho de lado, depois a pose sexy na Attitude Magazine, o ar de pai de família através dos óculos e o topete sem graça. Tinha se apegado a cada Tom, cada CD que havia gostado era dele, sempre ele.
retirou a mão dele do nó do seu roupão e entrelaçou sua mão na dele para que Tom empurrasse mais o corpo dela na parede com o seu corpo, iniciando outro beijo sôfrego. tinha a sensação de que, como nas histórias que gostava de ler, estava sugando toda a sua vida através do beijo, o movimento em que a língua dele fazia em contato com a dela revirava seus olhos e despertava o que sempre existira de pior nela.
Tom retirou suas mãos das dela e tocou sua cintura, caminhando junto ao corpo dela, onde a garota estava de costas, até o quarto que ambos estavam antes, que estava com a porta aberta. Ainda sem partir o beijo, ele bateu a porta com o pé, agindo com pressa ao desfazer o nó que prendia o roupão e fazendo escutar no quarto o barulho do roupão chocando com o chão. O beijo foi partido por ele, que pegando o rosto da garota por entre suas mãos e fixou seus olhos no rosto dela, maravilhado.
— Eu não sei o que isso significa, muito menos almejei que isso acontecesse, mas eu, definitivamente, sou seu, . Completamente seu, mesmo que isso dure apenas alguns minutos ou horas, eu sou seu. Faça o que quiser comigo. — os olhos dele transbordavam malicia e sorriu de lado, antes de chocar sua boca contra a dele em mais outro beijo desesperado. Já sem o roupão, Tom não restringiu suas mãos. Passeava por toda a extensão do corpo dela, parando com mais precisão em sua bunda e a apertando, juntando ainda mais seus corpos para que ela sentisse a necessidade de conhecer com detalhes o que tanto queria para si.
afastou-se um pouco dele antes de ir baixando o corpo lentamente, até ajoelhar-se no chão. Tom sentiu o corpo tremular quando ela passou a língua pelo elástico da boxer, fazendo uma linha imaginária. Os lábios foram passeando por pontos estratégicos e mal preenchidos até chegar ao membro dele. afastou um pouco o corpo e seus olhos focalizaram seu rosto. Tom estava de olhos fechados e lutava para manter a respiração em ordem. Seu peito descia e subia com dificuldade e ele prendeu a respiração quando ela tocou a ponta da sua boxer com as duas mãos, descendo-a lentamente. olhava diretamente para os olhos do garoto.
— Prepare-se, Tom, isso é melhor do que a Disney. — sorriu sacana antes de passar a língua lentamente pelo membro do garoto, sentindo o corpo dele estremecer. A língua fazia o contorno enquanto Tom mordia o lábio inferior para não gemer alto. Seus lábios roçavam por lugares estratégicos e não demorou muito até que ela colocasse uma pequena parte em sua boca. Os movimentos ficaram regulares e, na medida em que ia e vinha no membro dele, ia mais fundo. Uma vez ou outra, ela o mordiscava delicadamente, apenas para que ele deixasse que o gemido se tornasse mais alto. Ele deixou que sua mão repousasse por entre os cabelos dela e os puxou lentamente. Empurrando a cabeça dela para frente e para trás, havia imaginado que não conseguiria segurar muito tempo e, exatamente por isso, tocou delicadamente a mão dele, para que o garoto parasse. Assim que o fez, ela voltou a passar a língua delicadamente pelo membro dele.
— Disney, Tom? — questionou vendo os olhos dele fechados, enquanto roçava seus lábios lentamente no topo. — Hum? — sabia que estava sendo extremamente difícil para ele se concentrar diante do que fazia, e por isso as perguntas – confundi-lo era algo que estava gostando de fazer.
A boca dela fez o caminho até sua pele e a garota passou a língua pela extensão a barriga dele, fazendo-o contorcer-se antes de voltar ao seu membro e colocá-lo todo na boca.
— Por favor, se eu soubesse que você era boa assim, teria sucumbido antes. Por Deus, ! — exclamou, despertando um sorriso largo dos lábios dela, entre uma abocanhada e outra. intensificou os movimentos até que ele sentisse fraco o suficiente para precisar se arrastar até a parede e encostar-se. Ela o seguiu ajoelhada, vendo os olhos dele fitarem os seus, maravilhado. — Onde você esteve todo esse tempo? — com os olhos revirando, ele perguntou. Palavras que, no calor do momento, não pareciam valer de nada, mas para ela mudava a percepção de tudo o que estava acontecendo. Nada respondeu; voltou a colocar o membro dele em sua boca e repetiu os movimentos, vendo-o vibrar a cada contato. Seu membro parecia querer explodir e não se limitaria com menos. Antes de ele gozar, retirou sua boca e ergueu seu corpo, até ficar frente a frente com o corpo do garoto, que limitou-se a abrir os olhos fitar os dela.
Sem pensar muito, Tom depositou seus dedos na calcinha dela, afastando-a de lado a fim de deixar disponível o que queria para si. Não foi preciso mais de 5 minutos e Tom estava dentro de . As pernas dela fraquejaram e ele ergueu o corpo dela do chão, abrindo suas pernas ao redor do seu corpo. Ele estocava com força enquanto ela mordia o lábio inferior sempre que ia forte demais. Caminhou com ela junto a si até a cama e a deitou como se fosse algo precioso. Seus lábios foram em busca dos dela e ambos sentiram uma corrente elétrica passar de um corpo para o outro quando o beijo se assemelhou aos movimentos dele. , ainda com as pernas ao redor da cintura dele, puxou-o mais para perto a fim de sentir com mais precisão o contato.
‘Cada vez mais rápido’ era o que a mente dele trabalhava sem cessar, entorpecido diante da necessidade de colocar toda a sua força naqueles movimentos. Não se lembrou de quando tinha perdido o controle assim, diante de uma garota, e também não se importou de lembrar. Guardaria os olhos dela para qualquer lugar que fosse, e estar com os olhos perdidos em seu rosto, com os olhos fechados e os dentes cravados em seu lábio inferior depois de um beijo quase que apaixonado serviam apenas para mostrá-lo que não havia outro lugar no mundo em que desejasse estar se não ali.
Lembrando-se de explorar o corpo dela, ele dedilhou suas costas em busca do fecho do sutiã e, assim que o encontrou, limitou-se a fitar os seios fartos que faziam com que sua boca escancarasse um pouco. Sem pensar duas vezes, sua língua começou a passear lentamente pelo seu colo, fazendo-a arfar a cada movimento. Tom sorria a cada vez que chegava próximo ao seu mamilo, mas que logo depois fazia um caminho diferente. não conseguiu controlar quando suas mãos embrenharam os cabelos dele e os posicionou onde mais queria. A boca dele, faminta, se colocou a sugar seus seios como se o néctar da vida estivesse bem à sua frente. Os gemidos que ela soltava saíram mais fortes quando começou a mexer seus quadris, ajudando-o nos movimentos. Ele começou a dar leves mordidas, passando de um seio para o outro e roçando sua língua em ambos.
Ela limitou-se puxar seu cabelo a ponto de a cabeça dele erguer-se um pouco, fazendo com que ambos os olhares se encontrassem. Estavam ofegantes. A boca dele estava entreaberta e, quando Tom fechou os olhos, indo de encontro a dela, num simples roçar, ela sentiu o coração disparar. As mãos do Tom estavam espalmadas na cama para intensificar os movimentos, e a cada ida e vinda, depositava um beijo simples nos lábios da . O corpo dela estava trêmulo e ele sentiu o momento em que ela deixou que um gemido mais alto se fizesse presente. No seu ouvido, deixando seu corpo arrepiado e em estado latente. As mãos dela agarraram seu pescoço com força e ele não conseguiu prolongar por mais um minuto sequer o desejo que tinha de gozar. As mãos dele foram até o rosto dela e o pegaram, abrindo os olhos de ambos, antes de ele depositar mais um beijo nos seus lábios.
— O pior dos erros cometidos é definirmos como erros. Errar é natural da raça humana, já cometi diversos, inúmeras maneiras, e em nenhum desses posso adicionar você. Você é o tipo de droga viciante, a garota capaz de destruir a minha vida, de foder com tudo. — ele sussurrava e os olhos dela iam fechando sem pedir permissão. — Não fecha os olhos, olha para mim. — voltou a falar, roçando seus lábios nos dela, entreabrindo-os sem dar-se conta. — Todo cara controlado, uma hora ou outra, depara-se com a sua perdição. Uns conseguem simplesmente dizer não, outros se deixam levar. Comigo não aconteceu nem um, nem outro. Foi a junção de ambos. Tentei de todas as maneiras que você fosse embora; agora, não quero nada que não seja repetir o que acabamos de fazer, inúmeras vezes, durante o tempo que for preciso.

FIM!


NA: Uma short do Tom, para as Jones leem fics com ele, hahahuauau.
Espero que cês tenham gostado, adorei perguntar as meninas sobre o Fletcher, por isso vai meu beijinho para Jú, Abby. Vic, Bibi, Thaci e a Dani, que vai tornar isso real quando trabalhar no hotel dos meninos, hahuahuauha

Nota da beta que, simplesmente, está sem palavras com essa short: Dougie, meu amor, só pra começo de conversa. <3 MAS ESSE TOM, VANVIS, EU TE AMO, MININA <3 Eu não sei o que dizer com essa perfeição de short. Incrível simplesmente, eu mal sei o que falar. Apenas... Dougie, se prepara! 3:) Espero que gostem dessa loucura!
Qualquer coisa:
Ask.fm/ficsdavanvis
@vanvisfanfic [Agora eu tenho twitter, vê se pode!]
Beeeijos :*


Nota da Beta e NÃO da Autora: Encontrou algum erro de script/html/português? Avise-me através deste e-mail ou pela ask. Não use a caixa de comentário com essa intenção. Obrigada.
Agradecimentos sobre a fiction? Somente com a autora!

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