" estava concentrada em estudar, até se distrair com a conversa de duas garotas próximo à sua janela.
"Você tem certeza? Adrian Duccy?" "Sim! Ele até falou que me ama…"
Bufou, e sem perceber tacou o lápis do outro lado do quarto. DROGA! Por que sempre esse garoto?, falava para si mesma. Mas ela sabia bem o porquê.
27 de Junho de 2010.
- , aparece! Conversa comigo, amiga.
Me prensei ainda mais entre as duas paredes que separavam o banheiro feminino e o banheiro masculino. Segurei a respiração e o choro que insistia em queimar minha garganta; quando percebi que não tinha mais ninguém à minha procura escorreguei aos poucos até chegar ao chão. Senti as lágrimas quentes descerem, e diferente de minutos antes as deixei rolar. Naquele instante fiz uma promessa a mim mesma: aquela seria a última vez que fariam chorar.
Se recompôs. As imagens daquela noite ainda a assombravam e a mesma ainda se odiava por ter caído daquela forma. Mas seu plano estava dando certo. Ela nunca mais havia sofrido, só havia feito sofrer. Havia mudado muito.
Sorriu, e relembrou a semana que mudou sua vida.
01 De Julho de 2010.
Deitada em sua cama há três dias, não saia nem para comer, já que Eleanor trazia suas refeições no quarto. Era o segundo dia que faltava à aula. Precisava mudar, precisava encarar. E como precisava! Suas amigas vinham todos os dias antes e depois das aulas para tentar tirá-la do cubículo no qual se meteu.
Depois de 10 minutos, decidiu que hoje iria ao colégio. Se nada desse certo, bem… Ela voltaria para a sua cama. Levantou-se, fez sua higiene e ficou olhando para o seu closet. Poucos minutos depois, achou a roupa que colocaria. Uma saia xadrez até a coxa, com um meio-cinto preto, uma camisa branca, uma blusa de couro e um tênis preto. Fez uma make básica e desceu a procura de sua mochila.
Assim que Eleanor a viu, derrubou um dos copos que segurava. Sorriu e continuou sua procura, ignorando os berros para que voltasse e se explicasse. Perto da sala, ouviu vozes de outras pessoas. Achou que fosse um dos sócios de seu pai, mas assim que ouviu os gritos entrou na sala.
- ! - exclamou, e assim que a menina a viu correu ao seu encontro.
- Sua vadia! Está mais gostosa do que eu. - gargalhou, observando a amiga, que estava linda com a blusa que eu havia dado para ela no seu aniversário de 18 anos: um short, um tênis (pra variar) e uma touca vermelha. - Vai pra aula hoje? – ela me encarava incrédula.
- Não, vou à Disney. - rolou os olhos. - Claro, né! Só preciso achar minha… ACHEI! - sorriu ao ver a amiga bem. - Vamos? Estou curiosa para saber o que andam falando sobre mim.
- Eles falam coisas horríveis a respeito do . É de dar pena do coitado! - sorriu, porém não tão verdadeira quanto antes. Se recuperou antes que percebesse algo, mas depois riu da sua tolice. estava ocupada demais para perceber qualquer coisa.
Chegaram ao colégio, e assim que as duas desceram do carro todos os olhares se viraram para elas. Sorriram e continuaram seu caminho, andando e conversando animadamente. Algumas pessoas pararam para saber se a garota estava bem. Sorri e disse “estou bem” para todos, me livrando rapidamente, até encontrar a . Ela conversava com um grupo de meninos, e assim que chegou perto deles desejou não ter saído da cama naquele dia.
- ? Você veio! - a amiga a abraçou calorosamente, a mesma devolveu o abraço sem parar de encarar o e sua nova presa. Engoliu em seco e sorriu forçadamente.
- É… Eu vim. - todos da roda a cumprimentaram, menos o mais novo casal do grupo. Por um momento sentiu-se deslocada. nem a olhava! -? Você sabe onde está o ? - ela negou e virou-se, continuando sua conversa.
Observou o refeitório, não havia muitas pessoas por ali. Só queria rever o seu melhor amigo. Ele deveria estar irritado com ela, e ela sabia disso. O havia tratado muito mal.
- Me procurando, gatinha? - a puxou, fazendo seus corpos se chocarem com força. Todos que estavam presentes pararam para ver a cena.
Ela sorriu timidamente, colocando seus cabelos para trás. Deu um beijo na bochecha do amigo e o abraçou forte. Pode ouvir alguns “awn, como eles são fofos!”, mas o que realmente chamou sua atenção foi quando uma cadeira caiu perto de seus pés. Olhou para trás e viu que a mais nova presa de estava sozinha.
Voltei à realidade e me levantei sem tirar o sorriso malicioso ao lembrar-me de que desde aquele dia tudo o que fazia era para provocar . Ligou para os seus amigos e combinou de se encontrarem na frente da nova sorveteria que havia saído fazia algumas semanas. Coloquei uma calça jeans preta, uma camisa branca escrita “bad”. Fiz uma make leve, já que estava de dia, e calcei um salto básico preto.
Olhei-me no espelho e gostei do que vi. Sem querer me gabar, mas eu sempre fui ótima para combinar roupas. Retirei o excesso de gloss e desci as escadas. Gritei para Eleanor que iria sair e não sabia a hora que voltaria. Fechei a porta e esperei chegar.
This feeling’s taking control of me, and I can’t help it.
, e andaram até o final da sorveteria, levando olhares consigo. Avistaram seus amigos e os cumprimentaram, sentando em seguida. Após alguns minutos em silêncio, falou (lê-se gritou):
- Quem vai tocar hoje?
- Lasttime! - respondeu prontamente, animada. A banda era formada por , e... . Ela e as amigas sempre amaram as músicas, mas parei de pensar nisso após lembrar-me de que tinha feito uma música para mim e provavelmente fazia parte do repertório. Meu coração batia rápido, e durante alguns segundos senti-me sem ar. Sorri fracamente e abaixei a cabeça.
Ao sentir os braços do em volta de mim, me senti melhor. Era bom tê-lo por perto.
- Você é um anjo. - sussurrou perto do ouvido do amigo.
Após alguns minutos (e muitos potes de sorvete), tudo ficou escuro, e clareou apenas o palco. “Lasttime” foi anunciado.
Assim que a primeira música começou eu perdi o ar, minha garganta se fechou e meus olhos começaram a arder. Ao ouvir a voz dele uma sensação estranha e prazerosa tomou conta de mim. Eu sabia que não deveria me permitir sentir isso outra vez, mas quando dei por mim já estava totalmente embriagada pela sua voz.
's POV
Era hora de entrar no palco, hora de arrebentar. Assim que entramos tive a visão da sorveteria, estava realmente cheia. Mas… não esperava encontrar ela. Não sei porque eu ainda sentia algo por ela, afinal já tinha se passado tanto tempo. Eu estava estático no meio do palco quando me alertou:
- ! - gritou alto, me dando um tapa de leve no braço.
- Oi? - acordei de meus pensamentos.
- Vamos logo, cara.
Peguei o microfone e começamos com a música que eu tinha escrito para . Ela certamente reconheceria.
Every little thing she does is magic
(Cada coisinha que ela faz é magico)
Though i’ve tried before to tell her
(Embora eu tenha tentado dizer)
Of the feelings i have for her in my heart
(O que sinto por ela no meu coração)
Every time that i come near her
(Cada vez que eu me aproximo dela
I just lose my nerve
(Eu apenas perco minha coragem)
As i’ve done from the start
(Como eu fiz no começo)
Cantava olhando fixamente nos olhos de , que tentava disfarçar. Ela ficava toda hora mexendo no cabelo, ela sempre fazia isso quando estava nervosa. Já tinha errado várias notas da música, percebi quando Andrew me olhou feio enquanto dedilhava o violão. Foco, , foco!
I resolve to call her up
(Eu resolvo ligar pra ela)
a thousand times a day
(Milhares de vezes por dia)
and ask her if she’ll marry me
(E perguntar se ela se casaria comigo)
in some old fashioned way
(De algum jeito antiquado)
But my silent fears have gripped me
(Mas meus medos silenciosos me impedem)
Long before I reach the phone
(Muito antes de eu pegar o telefone)
Long before my tongue has tripped me
(Muito antes da minha língua enrolar)
Must I always be alone?
(Eu preciso sempre estar sozinho?)
Meus olhos encheram de lágrimas. “Homem não chora, se controla, ”. Frases ecoavam na minha cabeça. Deixei uma lágrima escapar, eu não conseguia esconder. O que eu queria era de volta, tê-la de volta em meus braços, me dando carinho...
It’s a big enough umbrella
(É um guarda-chuva grande o suficiente)
But it’s always me that ends up getting wet
(Mas sou sempre eu quem acaba se molhando)
A música continuava. No refrão, desabou de chorar. Meu coração apertou ao ver a cena. Ela saiu correndo da sorveteria, sua amiga foi atrás. Pensei em largar tudo ali e correr atrás dela. Mas obtive olhares negativos dos meus amigos. Merda!
Every little thing she does is magic
(Cada coisinha que ela faz é magico)
Everything she does just turns me on
(Tudo que ela faz me excita)
Even though my life before was tragic
(Ainda que minha vida tenha sido trágica)
Now i know my love for her goes on
(Agora eu sei que meu amor por ela continua)
Cantei com os olhos fechados o último refrão da música. Os aplausos foram altos, senti orgulho de mim mesmo. Meu sonho era nossa banda ser reconhecida por todo o mundo. E isso era só o começo do nosso sucesso. Convencido? Claro!
Em menos de um minuto, já começava Fix You. E assim foi, até as 23:00, quando eu finalmente desci do palco. Tomei alguns drinks, e tentava esquecer o que tinha visto mais cedo.
Depois de beber muito, levantei cambaleando e, não sei como, fui parar na minha cama.
I bet you think you left me broken, thought I would come back running. Honey, you do not know me, because you are completely mistaken.
Duas horas mais tarde eu estava na casa da assistindo "Confissões de uma Adolescente em Crise" e comendo chocolate. Olhei minha melhor amiga pelo canto dos olhos, ela estava visivelmente preocupada. Eu entendia, afinal ela sempre fez de tudo para eu nunca me machucar, e agora eu estou assim. Eu queria falar para ela não se preocupar, que eu estava bem e tudo melhoraria. Mas eu simplesmente não conseguia mentir para ela.
Eu não estou bem, e nada vai melhorar.
Balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos, mas acabei me convencendo de que não seria possível. Encostei minha cabeça no ombro da , que sorriu fracamente. Bufei alto, e logo em seguida a campainha tocou. Levantei correndo e fui atender. No caminho dei uma ajeitada no meu cabelo e bati a roupa numa tentativa falha pra ficar menos amassada.
Abri a porta e o voou pra cima de mim.
- PUTA QUE PARIU! VOCÊ É PESADO, SEU JEGUE. - ele riu e se levantou, me ajudando em seguida.
- Oi, . - sorri para o .
- Como foi o show? Me conta tudo! - a voz de me despertou. foi falando para a como o show foi e recebeu um tapa após dizer que havia levado em casa. Eu ainda estava com a porta aberta, e o me olhava divertido. Fechei a porta e passei pelo meu melhor amigo, mas o mesmo me puxou com força, fazendo nossos corpos se chocarem. Meu coração começou a pulsar rápido demais, mas que porra é essa?
Antes mesmo de conseguir protestar, havia colado seus lábios nos meus. Coloquei minha mão direita em sua nuca, o puxando para mais perto, e a esquerda posicionei em sua barriga, a arranhando de leve. Senti-o se contrair e soltei um risinho abafado pela sua boca; me puxou pela cintura e me virou, chocando minhas costas na parede e encostando nossos corpos totalmente.
Seu beijo era bom, muito bom. Agora sim eu entendia o porquê dele ser o garoto mais desejado e popular da escola: lindo, simpático e beija bem. Precisa de mais?
- AE CASAL! Vieram fazer suruba e não nos chamaram? E eu pensando que éramos amig… - antes que pudesse terminar, o puxou pela orelha, berrando o quão idiota ele era. sorria, divertido com a situação.
E eu? Bem, eu estava completamente vermelha. Não bastava ter beijado o meu melhor amigo e gostado, eu estava sentindo coisas estranhas e tinha sido pega no flagra pelos meus amigos. Nossa, que legal! Só que não.
- ? - olhei para o , que fez carinho na minha nuca. - Eu não queria te forçar a nada, desculpa…
- Você não me forçou a nada. Eu também quis. - sorrimos, e ele pegou minha mão. - Vamos, antes que a mate o seu amigo. - O puxei até a sala, tentando entender o que tinha acontecido e que droga era essa que eu estava sentindo.
Somewhere far along this road he lost his soul… To a woman so heartless.
's POV
Fazia duas semanas que a e o estavam “juntos”. Digo entre aspas, pois não assumiram namoro algum.
Apesar deles só falarem para os amigos, acho que todo o colégio já percebeu. E, bem… Como eu sei? O (que ainda se diz meu melhor amigo) me contou.
- ? ? , PORRA! - balancei a cabeça, voltando à realidade. O me chacoalhava enquanto o resto do grupo ria da cena. - Cara, você tem que parar de viajar. Isso já tá ficando chato!
- Desculpa, pô. Não precisava ficar me agarrando também, né? - isso foi a deixa para todos os outros caírem na gargalhada, menos , que mantinha o olhar fixo em alguma coisa. Segui seu olhar e vi ela andando, tão linda. O tipo perfeita que eu gostaria de ainda ter.
Por um momento nossos olhares se cruzaram, mas ela logo desviou.
Olhei para baixo, e sua voz começava a ficar cada vez mais próxima de mim. No instante em que levantei a cabeça, desejei não o ter feito.
estava com a garota no colo, e a mesma sorria para ele de um jeito que eu jamais conseguiria fazê-la sorrir.
Alguns meses mais tarde.
's POV
Estava um dia bom. Fazia calor, mas não muito. Eu estava com um short branco e uma blusa de crochê soltinha da mesma cor por cima do biquíni rosa que eu vestia. Hoje fazia exatamente um mês que havia me pedido em namoro na frente da escola toda, dos nossos amigos, dos nossos pais e dele. Eu pensei antes de aceitar, mas, em um impulso gritei freneticamente “sim” e pulei no colo do garoto. Só ouvíamos “aw, como eles são fofos!” ou “espero que ela não o faça sofrer”.
Hoje, para comemorar o primeiro mês de namoro, reunimos alguns amigos (entre eles, ) para passarmos o dia amigavelmente bem. Tomei mais um gole do meu suco e coloquei meu óculos de sol. Quando estava prestes a levantar, uma voz me fez paralisar.
-? - respirei em uma tentativa falha de ficar normal e me virei para ele, o incentivando a prosseguir. – Eu… é, bem… Nós podemos conversar?
- Claro, . - sorri. - Sente-se.
Nós dois nos sentamos na mesa que antes eu estava, e ele me encarava como se arranjasse forças para começar a falar.
- Não nos falamos desde, hum… Aquele dia, não é? - arqueei as sobrancelhas, o fazendo ir direto ao ponto. - Você o ama?
A pergunta me pegou de surpresa, porém eu tinha certeza da resposta.
- Sim, eu o amo. - pude ver a tristeza domar . Prossegui: - Eu amo o jeito que ele me trata. Eu amo o modo como ele sorri e o modo como ele me faz bem. Eu amo o jeito que ele mexe no cabelo. Eu amo a forma como seus lábios formam um sorriso ao me ver. Eu amo os olhos dele. Eu amo cada parte dele. Mas, se quer saber, eu não o amo como te amei. -Arranjei forças para prosseguir, e impedi algumas lágrimas de caírem. - Eu te amei de uma forma que eu jamais saberia explicar. Eu te amei da forma mais intensa que alguém poderia amar. - deixei algumas lágrimas caírem, e antes que ele falasse eu o calei com os dedos. - Doeu o modo como você falou comigo. Doeu o modo como você me fez ver que não poderia amar nem a si mesmo, quanto mais a outra pessoa. Doeu, cada instante depois daquele dia doeu. Até o aparecer de outra forma para mim. De uma forma que me acolheu, que me fez bem, que me fez sentir viva novamente. Sim, eu o amo, . Mas eu não o amo cem por cento, porque, mesmo não querendo, uma parte de mim ainda ama você. -funguei, esperando uma resposta. Uma resposta que eu não obtive, e em seguida tive a certeza de que não a queria.
estava com a cabeça baixa, talvez procurando as palavras certas. Cautelosamente, escolhi as últimas palavras que sairiam da minha boca sendo dirigidas a ele.
- Não precisa responder, . Eu segui a minha vida. Siga a tua, ache alguém que te ame e ame alguém metade do que eu te amei. E, apesar de não merecer, eu espero que você seja feliz, assim como eu sou. Adeus, .
Me retirei dali o mais rápido o possível, chegando no banheiro e deixando lágrimas rolarem. Apesar de tudo, o que eu disse é verdade. Eu ainda amo o , amo mais do que posso explicar. Mas eu também amo o meu namorado, e é ele que eu quero para sempre.
's POV
Eu ainda estava sentado. Não tinha mais forças para nada, talvez nem mesmo para respirar. Eu conseguia ouvir sua risada de longe, e imaginava ela dançando com suas amigas e olhando para ele. Isso tá acabando comigo cada vez mais.
Aos poucos, consegui levantar. Me arrastei até o portão e abri, nem me importando em me despedir do meu melhor amigo. Meu melhor amigo. Sorri irônico. O que, afinal, isso significa? Talvez merda nenhuma. Exatamente como o amor.
Abri a porta do carro e entrei em seguida.
Eu tive o mundo inteiro nas minhas mãos e o deixei escapar. Talvez esse seja o mal do ser humano: a pessoa te perdoa tanto, fica sempre do teu lado, que você acha que vai ser sempre assim. Infelizmente, não é.
Ele sabia que tinha errado, e se nem ele mesmo conseguia se perdoar, não julgava por também não conseguir. Iria seguir o conselho dela e seguir sua vida.
Parei o carro em uma estrada sem saída e me permiti chorar. Os soluços me impediam de ouvir qualquer coisa. Não sei exatamente por quanto tempo eu fiquei ali, mas foi o suficiente para decidir me dedicar apenas à minha banda.
's POV
Eu amo fim de ano, amo sentir que estou quase “livre”. Era a última semana de aula, tudo estava agitado e estávamos terminando os trabalhos do bimestre. Pelo corredor do colégio só se falava na festa de fim de ano que seria no melhor salão de festa da cidade, e não, eu não estava animada pra isso. Apenas uma coisa me deixava feliz no momento, iria pra mesma faculdade que eu, aquilo era realmente bom. Confesso que ainda pensava no , mas o que eu podia fazer? Não mando no meu coração, não tenho culpa de ainda amar aquele desgraçado.
O viradão já estava acontecendo na escola. Viradão era a noite em que os alunos madrugavam na escola para terminar os trabalhos do último bimestre.
00:45
e eu estávamos acabando nosso projeto de ciências.
- O que vai fazer nas férias, ? - ela disse animada, batendo palminhas.
- Não sei ainda. Acho que ficar em casa, talvez. - exclamei sem humor, me concentrando no projeto.
- Não acredito, ! Quer viajar comigo? Eu e meus pais vamos pra Disney! - pulou de tanta felicidade, ela era engraçada quando fazia isso.
- Que demais, amiga! Mas talvez na próxima, eu to desanimada. Se concentra no nosso trabalho! -disse, e ela se calou. estava com um garoto de sua classe, sei bem o tipo dele, deve ter se aproveitado do menino só porque ele era nerd.
- E a festa de fim de ano? Não vai dizer que você não vai, vou te bater! - disse, pegando um copo de água do carrinho que passava dentro da sala.
- Isso eu não sei, acho que vou chamar o pra vir comigo. -sorri fraco.
- Oba, eu não vou perder essa festa por nada.
3:00
Eu estava com muito sono, e tinha sumido da escola. Estava jogada na cadeira, aquilo era desconfortável e eu só pensava em ir pra casa. O projeto já estava pronto e resolvi ir entregar para o professor Jhonny. No meio do caminho encontrei concentrado em seu trabalho e atento a tudo que o nerd dizia. Sorri fraco. Segui em frente e entreguei o projeto ao professor. Finalmente iria embora. Me despedi de e liguei para , que até àquela hora não deu nenhuma pista de onde estava.
- Onde você tá, doida? - gritei nervosa, já irritada com tudo aquilo.
- Calma, ! Eu já vou te buscar, aguenta as pontas.
Desliguei o telefone e arrumei as coisas dentro da minha bolsa, andei até a entrada da escola e minha amiga estava ali, me esperando.
- Você sumiu, onde estava? - disse agora mais calma.
- É que… um garoto da outra turma tava querendo me conhecer melhor. - ela riu safada.
- Ah, sei, e isso era motivo pra me deixar plantada terminando o projeto sozinha? - falei indignada.
- Desculpa, amiguinha. - ela me abraçou de lado, fazendo biquinho. - Mas agora estou aqui. Bora pra casa?
- Bora.
O trânsito estava completamente parado. me deixou em casa, e assim que cheguei me joguei na cama, dormindo em seguida.
Um ano e meio mais tarde
De longe, olhava Diana correndo do , até que o garoto a agarrou pela cintura e a girou, arrancando gargalhadas da menina.
Ela estava linda. E sua felicidade poderia ser percebida até mesmo no Japão. Sua menina havia, finalmente, encontrado a felicidade que merecia. estava em paz. Sabia que a seria feliz ao lado do seu ex melhor amigo. E ele estaria com eles, mesmo que apenas no pensamento.
Porque, afinal, o amor é isso: querer a felicidade do outro antes mesmo da sua.