I can feel her breath as she's sleeping next to me, sharing pillows and cold feet
She can feel my heart, fell asleep to its beat, under blankets and warm sheets
If only I could be in that bed again, If only it were only me instead of him
Abri os olhos, sentindo a claridade que entrava pela fresta da janela. Fechei-os com força, incomodado com os raios de sol. Senti uma respiração quente bater em minha nuca. Abri novamente os olhos e me virei lentamente, encontrando o rosto de Chelsea muito próximo ao meu. Dividíamos um travesseiro e nossos pés estavam entrelaçados. Percebi que seus pés estavam quentes, ao contrário do que eu estava acostumado. Os pés de nunca estavam quentes, não importa se estivessem completamente cobertos, eles sempre estavam gelados.
#Flashback#
- Meus pés estão congelando - reclamou, fazendo bico.
- Seus pés sempre estão gelados - respondi, fazendo carinho nos cabelos dela.
- Esquenta eles, - ela pediu, fazendo manha.
- Manhosa - respondi.
Mordi sua bochecha e ela riu. Levantei da cama, indo em direção a minha gaveta de meias e pegando um par de lãs que sempre usava. Ela dizia que era a única coisa que deixava seus pés um pouco mais aquecidos.
Quando me viu com as meias na mão, sentou na cama, cruzando as pernas e batendo palmas, igual a uma criança que acaba de ver uma enorme embalagem de presente. Ri com a cena. era realmente uma criança. Uma criança linda.
Sentei de frente pra ela, que logo esticou uma perna para que eu calçasse a meia nela, esticando a outra logo em seguida.
- Obrigada - ela disse, com os olhos verdes brilhando.
- De nada, bebezão - mordi sua bochecha e deitei novamente, a puxando para que ela deitasse junto comigo.
apoiou a cabeça em meu peito e eu a abracei pela cintura.
- Adoro ouvir seu coração batendo - ela falou, fazendo o desenho de um coração no lado esquerdo do meu peito e bocejando logo em seguida.
Ri. Ela sempre dizia que ouvir meu coração batendo a deixava relaxada. Voltei a acariciar seus cabelos e logo percebi sua respiração ficando um pouco mais pesada.
- ? - chamei, mas não obtive resposta.
Olhei para ela e vi que ela dormia tranquilamente. Sorri puxando o cobertor e o lençol, nos cobrindo e adormecendo em seguida.
#End of Flashback#
Suspirei alto. Lembrar de nunca me fazia bem. Lembrar de como fomos felizes, mesmo que por pouco tempo, me deixava com a sensação de que eu nunca mais iria ter aquele tipo de felicidade de novo.
Só queria que eu estivesse na cama dela, com ela, de novo. Se pelo menos fosse eu ao invés dele.
Capítulo 2 – ’s POV
Does he watch your favorite movies? Does he hold you when you cry?
Does he let you tell him all your favorite parts when you've seen it a million times?
- E aí, já decidiu qual filme vai ser? - Ben perguntou, sentando-se ao meu lado no sofá e me entregando uma bacia cheia de pipocas.
- Já – respondi, e levantei a capa de Cidade dos Anjos.
- De novo? - ele perguntou, e eu balancei a cabeça afirmativamente. - Mas a gente já viu esse filme milhões de vezes, .
- Eu sei, mas é o meu favorito. Por favor, Ben - fiz manhã, e ele riu.
Se levantou do sofá e colocou o DVD para rodar, voltando a sentar-se ao meu lado.
Ficamos em silêncio por um tempo. Ben estava muito quieto, mal se mexia, mas eu sequer olhava para o lado. Era o meu filme favorito e eu sempre me emocionava.
- Eu adoro essa parte - falei, empolgada, finalmente virando para o lado e encontrando Ben dormindo.
Bufei. nunca dormia quando assistíamos a esse filme.
#Flashback#
- Aqui seu monte de pipocas - me entregou uma bacia enorme. Ele sabe que eu amo pipocas.
- Obrigada - respondi, pegando a bacia e colocando entre minhas pernas.
- Cidade dos Anjos? - ele perguntou, e eu fiz que sim com a cabeça, me ajeitando melhor no sofá.
colocou o DVD e sentou-se novamente, encostando as costas no braço do sofá e me puxando para sentar entre suas pernas.
Ficamos em silêncio, prestando atenção no filme. Fazíamos comentários às vezes, como se fosse a primeira vez que assistíamos.
- Ai, eu adoro essa parte - falei.
- É agora que ele "corta" o dedo, né? - perguntou.
- É. E aí ela vai cortar a mão dele com a faca, mas é claro que nada vai acontecer, afinal, ele é um anjo. Mesmo assim ele vai fingir que sente dor - falei, empolgada. prestava atenção em tudo que eu falava. - ? - chamei, me virando para ele.
- Diga - ele respondeu.
- Você sabe o que acontece agora no filme, não sabe? - perguntei.
- Sei - ele respondeu.
- Então por que você deixou eu ficar matracando aqui sobre uma coisa que você já sabe que vai acontecer?
- Porque eu gosto de te ouvir falar - ele respondeu.
Sorri para ele e me virei novamente para o filme. Continuamos fazendo comentários até o final. Suspirei quando acabou, limpando as lágrimas que sempre rolavam pelo meu rosto ao assistir a esse filme.
Senti os braços de se enrolarem ao redor da minha cintura e um beijinho sendo depositado no meu pescoço.
- Você sempre chora com esse filme - ele falou, encostando o queixo no meu ombro.
- Eu sei, eu sou uma boba - falei.
- Não. Você é uma linda - falou, e me virou de frente para ele, selando nossos lábios em um beijo delicado e cheio de carinho.
#End of Flashback#
Nunca mais nenhum cara vai fazer por mim o que fazia, eu tenho plena consciência disso.
Se pelo menos ele soubesse o quanto eu me arrependo do que eu fiz.
Capítulo 3 – ’s POV
Does he sing to all your music while you dance to "Purple Rain?" Does he do all these things, like I used to?
Levantei da cama, deixando Chelsea ainda dormindo, e fui ao banheiro. Fiz minha higiene matinal e desci as escadas, arrastando os pés, indo em direção à cozinha. Peguei uma tigela de cereal com leite e fui para sala. Liguei a TV e deixei em um canal de clipes.
O clipe de Purple Rain, do Prince, começou e eu me vi pensando em pela segunda vez em menos de uma hora.
#Flashback#
- Vem , vem dançar comigo - dizia, me arrastando pela mão até o meio do gramado.
Estavamos na festa de final de ano, na casa de campo de . A música que estava tocando era Purple Rain, do Prince.
- , isso é Prince - falei.
- Eu sei, mas é legal. Vem logo - ela falou, e eu fui.
Começamos a dançar, ou pelo menos tentar, já que nenhum dos dois eram bons com isso.
- I only wanted one time to see you laughing, I only want to see you laughing in the purple rain - cantei, e deu uma gargalhada gostosa, me aquecendo internamente.
- Acho que só nós conhecemos essa música, - ela falou, ainda rindo.
- I think you better close it and let me guide you into the purple rain - cantei mais uma vez, e colocou os braços ao redor do meu pescoço, me dando um selinho demorado e deitando a cabeça em meu ombro.
#End Of Flashback#
Será que ele faz todas as coisas que eu costumava fazer?
Capítulo 4 – ’s POV
Fourteen months and seven days ago, Oh, I know you know, How we felt about that night
Just your skin against the window, Oh, we took it slow ,And we both know
It should've been me inside that car, It should've been me instead of him in the dark
Faziam exatamente quatorze meses e sete dias desde o dia em que eu peguei com o Ben dentro de um carro, no festival que acontecia na cidade.
Hoje, pensando com a cabeça fria, eu tenho certeza de que ela sabe como eu me senti naquela noite, vendo a minha garota bêbada se amassando com outro cara.
Eu podia ver, através da janela embaçada pelas respirações, aquele filho da puta tocando o que era meu, lentamente, enquanto parecia não perceber que não era eu ali.
Nunca tinha visto bêbada daquele jeito. Ben e ela sempre foram amigos e eu não percebi que a intenção dele a noite toda era deixá-la completamente fora de si para que ele finalmente conseguisse o que ele tanto queria.
Minha cabeça começava a doer. Fui até a cozinha e peguei um comprimido, engolindo a seco mesmo.
Apoiei os cotovelos na bancada e levei as mãos até a cabeça.
Deveria ser eu dentro daquele carro, com ela. Eu ao invés dele.
Capítulo 5 – ’s POV
I know, love, I'm a sucker for that feeling, Happens all the time, love, I always end up feelin' cheated
You're on my mind, love, I told you I don't when I need it, It happens all the time, love
Eu sei que muitos me consideram um idiota por ainda nutrir todo esse sentimento por ela.
Na verdade, acho que os únicos que entendem são e . por ser a melhor amiga dela e saber tudo o que se passa com ela.
Ela já me falou milhões de vezes o quanto nós somos burros ao deixar que um episódio daquele interferisse no nosso relacionamento, mas eu sempre acabava me sentindo traído.
Subi as escadas correndo, encontrando Chelsea ainda dormindo profundamente. Vesti a primeira roupa que eu encontrei e desci novamente.
Peguei as chaves do carro e a carteira.
Precisava sair e conversar com alguém.
Ela estava na minha mente o tempo todo, por mais que eu tentasse negar.
Capítulo 6 – ’s POV
Will he love you like I loved you? Will he tell you everyday?
Will he make you feel like you're invincible with every word he'll say?
Can you promise me if this is right: Don't throw it all away?
Can you do all these things? Like we used to...
- Eu sempre digo isso pra vocês dois. Por que vocês tem que ser tão idiotas? - falava.
- Mas a culpa foi minha, por mais que eu não soubesse o que eu tava fazendo, eu o traí.
- Nós sabemos, , mas, pelo amor de Deus, já faz mais de um ano e vocês não conseguem esquecer esse sentimento. Pra quê fugir disso? - perguntou.
Suspirei, derrotada. A falta que me fazia era tão grande que chegava a doer.
sentou-se ao meu lado e me puxou para um abraço. Ouvi a campainha tocar e dizendo que ia atender.
- Eu não aguento mais cara. Eu preciso dela de volta - ouvi a voz que eu mais precisava no momento. Levantei o rosto e olhei em direção a porta. estava parado, olhando para mim, surpreso, e com um brilho no olhar.
- É a sua chance, . Conversa com ele e resolva isso de uma vez - falou.
Me levantei do sofá, mas não andei.
veio em minha direção e parou na minha frente. e saíram da sala, deixando-nos sozinhos.
- ...- começou a falar, mas eu o interrompi.
- Me desculpa. Eu sei que pode parecer completamente clichê, mas eu tava bêbada. Eu não tinha noção nenhuma do que tava acontecendo - falei.
- Eu sei disso - falou. - Se eu pudesse eu o mataria. Ele nunca vai te amar como eu te amo. Ele nunca vai te dizer todos os dias o quanto você significa pra ele.
- Não, não vai - respondi, os olhos marejados e o coração batendo a mil por hora - E nem vai me fazer sentir que somos invencíveis, como você fazia, com cada palavra que você me dizia.
- Me promete que você não vai jogar isso fora? - perguntou, pegando a minha mão.- Você pode fazer isso?
- Prometo - me aproximei dele. Ele colocou as mãos na minha cintura e eu coloquei meus braços em volta do seu pescoço - Vamos voltar a ser como antes.
selou nossos lábios. Nos beijamos demoradamente, completamente apaixonados e felizes.
Finalizei o beijo com um longo selinho.
- Você não jogou a minha meia fora né? – perguntei. - Eu ainda tenho muito frio nos pés.
- Claro que não - ele respondeu, rindo. - Ela sempre esteve no mesmo lugar, esperando você voltar.
Nos beijamos mais uma vez e, dessa vez, nada mais poderia nos atrapalhar.