Little do you know how I'm breaking
While you fall asleep
Little do you know
I'm still haunted by the memories
Os primeiros raios de sol invadiam o quarto através da cortina e a penumbra silenciosa habitava o quarto. Ao meu lado, dormia tranquilamente, enquanto eu passava mais uma noite mal dormida e com lágrimas no rosto. Já estava acostumada a acordar à noite e ser assombrada pelas lembranças. Esta noite pelo menos eu havia conseguido dormir mais do que cinco horas, mas, ainda sim, havia acordado com minha mente me pregando peças e me fazendo relembrar de coisas que eu queria esquecer.
Little do you know
I'm trying to pick myself up
Piece by piece
Little do you know I need a little more time
Não era a primeira noite que eu passava praticamente metade da noite acordada, com o rosto molhado de lágrimas e com a cabeça com todo o tipo de pensamento. Minha mente era a minha pior inimiga. Fazendo-me reviver aquela cena de novo e de novo. Aquilo era tortura, doía recordar daquela cena como se eu estivesse a presenciando pela primeira vez.
Underneath it all, I'm held captive
By the hallowed sight
I've been holding back by the feeling
You might change your mind
Flashback.
Caminhei pelo jardim da casa de , cumprimentando todos seus parentes a quem eu já conhecia há tanto tempo, então resolvi procurar . Como ele ainda não havia descido, me dirigi até a sala e subi as escadas, chegando ao corredor do quarto dele, que era o último. Abri a porta e tive que me escorar no batente para não ir direto ao chão. estava ali. E sua prima, Madison, também. Ele estava por cima dela na cama, sem camiseta e ela apenas de sutiã e short. Meu peito queimava com aquela cena e meus olhos já estavam cheios d’água. Os dois cortaram o beijo, e Madison começou a distribuir beijos pelo pescoço de , então ela abriu os olhos e o afastou imediatamente. Ele a olhou, confuso, e ela apenas apontou com a cabeça para a minha direção. se virou e me encarou, completamente assustado e surpreso.
- ? – Ele perguntou retoricamente.
- Eu não queria atrapalhar. – Falei, irônica. – Com licença.
- Não, . – se levantou e caminhou até mim. – Aconteceu sem querer.
- NÃO TOCA EM MIM. – Gritei quando ele tocou meu rosto. – Eu vi, .
- Eu sei. – Ele abaixou a cabeça. – Mas não é uma coisa recorrente, é a primeira vez que isso acontece.
- E daí? – Perguntei. – Aconteceu, , e é isso que importa.
- Me deixa explicar. – Ele pediu. – Por favor.
- Não tem o que explicar. – Falei. – Eu vi vocês dois, e nada do que você disser vai mudar isso.
- Me desculpa. – Ele disse, e eu neguei com a cabeça.
- Meio tarde para desculpa, não é mesmo?! – Questionei, e ele abaixou a cabeça.
- Por favor, . – Ele pediu e deu um passo em minha direção, fazendo com que eu desse um passo para trás. – Eu te amo.
- Me ama? – Perguntei, incrédula. – , você estava agarrado com a sua prima e você ainda tem a cara de pau de dizer que me ama?
- Eu te amo desde aquele nosso primeiro beijo enquanto estávamos presos no elevador do seu prédio. – Ele sorriu, e eu fechei os olhos, sendo invadida pelas lembranças do nosso primeiro beijo. Eu sempre tive pavor de lugares fechados, era a pessoa mais claustrofóbica que conhecia, e em um Domingo à noite, quando voltei de uma tarde no parque com e alguns amigos, ele me acompanhou até em casa, e eu o convidei para jantar comigo. Ok, eu confesso, eu já tinha um interesse nele. Na verdade, eu era apaixonada por ele, mas nunca havia tido coragem para contar. E, naquele dia, enquanto estávamos no elevador, caiu a energia do meu prédio e nós ficamos presos. Eu entrei em pânico. Eu estava desesperada, até que me puxou no meio do meu surto e eu me esqueci de tudo. Esqueci que estava presa no elevador, esqueci-me da falta de ar, do desespero. Tudo o que importava éramos nós dois. – Já faz seis anos daquilo e eu ainda te amo.
- Você estava demonstrando seu amor por mim enquanto beijava a Madison? – Arqueei uma sobrancelha, e ele bufou, derrotado.
- Aquilo foi um deslize, coisa que nunca aconteceu. – Ele disse, tentando se explicar. Por cima do ombro de , vi Madison se aproximar de nós.
- Será que eu posso falar? – Ela perguntou, me encarando, e eu assenti.
- Isso nunca aconteceu antes, , eu juro. – Ela disse. – Foi um deslize, algo de atração, não sei. – Ela suspirou. – Mas nós nunca quisemos te magoar.
- É claro que não. – Ri em meio às lágrimas. – Porque não era para eu descobrir, não é?
- ... – começou a falar, mas eu o interrompi.
- Chega, . – Tentei secar as lágrimas, mas era inútil já que eu não parava de chorar. – Tanto faz se foi à primeira vez ou se isso já vem de tempos. – Respirei fundo. – O que importa é que eu vi e que tudo que eu penso quando olho para você é na maldita cena de vocês dois na sua cama. Então, - retirei minha aliança de namoro do dedo e entreguei a ele. – Acabou.
- , ESPERA! – gritou quando eu dei as costas a ele e sai correndo dali. Passei pelo jardim sem falar com ninguém da família do , embora eles estivessem chamando meu nome. Eu sabia que era errado, mas eu não tinha vontade de explicar nada naquele momento. Tudo que eu queria era minha cama, para poder chorar o quanto eu quisesse. E foi isso que eu fiz, fui direto para o meu apartamento e subi de escada, porque entrar naquele elevador me traria muitas lembranças. Entrei no meu apartamento e fui direto para meu quarto, me joguei na cama e chorei tudo o que estava guardado dentro de mim.
I'm ready to forgive you
But forgetting is a harder fight
Little do you know I need a little more time
As semanas e meses que se seguiram, depois de quando eu e terminamos, foram um martírio. Eu passava os dias em casa, chorando, e só saia para ir ao trabalho. E esse era o único momento que eu via a rua, via outras pessoas que não fossem meus amigos, que iam até minha casa tentar me animar, porém, como eu e tínhamos amigos em comum, eles sempre deixavam algo sobre ele escapar e eu acabava ficando mais mal ainda. não havia me deixado em paz. Ele aparecia todos os dias no meu prédio, mas eu não o autorizava a subir. Ele mandava flores, mandava presentes, cartões, fotos de nós dois, e tudo aquilo acabava comigo aos poucos. Quando eu achava que estava começando a superar e melhorar, chegava um buquê de flores e um cartão com uma mensagem linda que ele havia mandado, e eu percebia que eu estava na mesma, que não havia superado nada.
Cinco meses depois que nós terminamos, apareceu no meu prédio e eu neguei a sua subida, porém ele subiu mesmo assim. Eu me neguei a abrir a porta, e ele ficou meia hora parado em frente à mesma, até que eu abri. Ele estava com olheiras debaixo dos olhos, sua barba estava por fazer e seu cabelo desarrumado. Naquela noite, nós brigamos, eu o xinguei, o expulsei do meu apartamento, desabei com a declaração de , implorei para que ele me deixasse em paz, para que eu pudesse seguir em frente, mas, no fim, depois de todo o choro e raiva descontados, nós acabamos na cama e, no outro dia, pela manhã, tivemos uma conversa séria, e eu o perdoei.
A partir daquele dia, se mudou para meu apartamento e nós passamos a morar juntos. E, naquele dia, eu comecei a ter noites mal dormidas, não que eu não tivesse antes, mas agora, ele estava perto de mim. Eu havia o perdoado, ou estava tentando perdoar, mas esquecer era a parte difícil e todas as minhas noites em claro eram a prova de que eu não havia esquecido e nem sabia se um dia conseguiria.
I'll wait, I'll wait
I'll love you like you never felt
The pain, I'll wait
I promise you don't have to be afraid
I'll wait, love is here and here to stay
So lay your head on me
sempre foi a garota mais incrível que eu conhecia. Ela era linda, espontânea, divertida e inteligente. A faculdade ficou mil vezes mais interessante depois que eu a conheci. Não fazíamos o mesmo curso, mas ela era amiga da , a namorada do meu melhor amigo, , então fomos apresentados. Eu, o futuro arquiteto, e ela, a futura jornalista. Eu me apaixonei por ela gradativamente, a cada vez que saíamos com nossos amigos, a cada festa da faculdade que íamos e sempre voltávamos bêbados demais para lembrar alguma de coisa. Mas foi naquele elevador, em uma noite de Domingo, quando eu a vi ali, tão vulnerável, que eu quis protegê-la, e quando nossos lábios se tocaram e ela se acalmou automaticamente, eu soube que eu estava apaixonado por ela e precisava desesperadamente que ela correspondesse. Eu nunca fui muito sortudo, mas naquela noite de Domingo, quando saímos do elevador, ela me disse que também era apaixonada por mim e eu me senti o cara mais sortudo desse mundo, como se eu não precisasse de mais nada, além dela.
Seis anos haviam se passado, e eu que, apesar de ainda ser completamente apaixonado por ela, acabei a magoando da pior forma. Traindo sua confiança. E eu nunca me perdoaria por tê-la feito chorar. Irônico, não é? Eu nunca me perdoaria, mas precisava desesperadamente que ela me perdoasse. Eu era um merda mesmo. Porém, um merda completamente apaixonado por aquela mulher, e eu precisava que ela soubesse que eu ainda era o garoto do elevador e que eu a amaria como se ela nunca tivesse sentido a dor.
Little do you know, I know you're hurt
While I sound asleep
Little do you know all my mistakes
Are slowly drowning me
Nada era pior do que os julgamentos que eu mesmo fazia de mim mesmo. achava que eu não sabia das noites em que ela acordava e chorava madrugada adentro. Ela dormia mal, tinha pesadelos com o dia em que ela me pegou traindo-a, e acordava de madrugada com os olhos marejados. O que ela não sabia era que eu apenas fingia estar dormindo, porque saber que ela estava sofrendo e, pior ainda, que estava sofrendo por minha causa, me tirava o sono. Eu me mexi na cama e, por fim, acabei acordado e com meus próprios julgamentos me torturando. A imagem da parada naquela porta, com os olhos marejados e com a decepção no olhar era meu pior castigo e, por ironia do destino, aquela imagem nunca saiu da minha cabeça. E queria era achar um jeito de reconquistar por completo aquela mulher linda que eu tinha comigo e fazê-la esquecer daquele passado, enterrá-lo para sempre e seguir em frente. Tudo que eu queria era fazê-la completamente feliz, lhe devolver aquele sorriso verdadeiro e maravilhoso que ela tinha e que eu não via a um bom tempo.
Little do you know, I'm trying to make it better
Piece by piece
Little do you know I, I love you 'til the sun dies
Após mais uma noite ouvindo fungar ao meu lado e abafar com o travesseiro, para que eu não acordasse e percebesse que ela estava chorando, decidi que precisava reconquistá-la por completo e curar aquela ferida que eu mesmo tinha aberto em seu coração. Como eu trabalhava na empresa do pai de um grande amigo da minha família e também da família da , foi fácil conseguir o dia de folga. Era uma sexta feira de manhã, e, assim que saiu para o trabalho, eu me troquei e comecei a colocar meu plano em prática. Eu não tinha tudo em mente, na verdade, a única coisa que eu sabia é que eu precisava dela de volta por completo. Eu precisava curá-la daquela dor que a perseguia. Eu precisava relembrá-la de cada detalhe do nosso começo.
I'll wait, I'll wait, I'll wait, I'll wait
I'll love you like you never felt the pain
I'll wait, I promise you don't have to be afraid
I'll wait, our love is here and here to stay
So lay your head on me
Lay your head on me
So lay your head on me
Estacionei o carro na garagem do meu prédio, depois de mais um longo dia na redação da revista. Todos achavam que ser colunista de uma revista teen era coisa fácil, mas não era, não. Assim que a porta do elevador se abriu no meu andar, eu saí e caminhei até a porta do meu apartamento, estranhei o silêncio, já que geralmente, quando eu chegava, já estava em casa e a TV estava ligada. Abri a porta e tive que me virar para olhar o número do apartamento, para ter certeza de que eu estava no meu mesmo, por mais que eu soubesse que sim, já que eu havia aberto a porta com a chave. Porém, eu tinha que confirmar, porque a luz da casa toda estava apagada e havia um caminho de rosas vermelhas, contornadas por velas. Fechei a porta, deixei minha bolsa em cima da mesinha, que ficava ao lado da porta, e fui caminhando por aquele corredor de rosas. Ele levava até a porta do meu quarto, que estava fechada, e havia uma carta colada na porta.
“Ei, meu amor...
Se eu bem te conheço, antes dessa carta acabar, você vai chorar, ou talvez, você já esteja chorando, mas, por favor, leia até o final.
Quando eu mais precisava de alguém, mesmo sem saber disso, você surgiu. Um futuro arquiteto e uma futura jornalista, duas pessoas que aparentemente não tinham nada a ver, mas que, ao passar do tempo e quanto mais eu te conhecia, eu percebia que você era simplesmente tudo que eu precisava na minha vida, e, então, a minha busca pela felicidade terminou, porque você me fazia o homem mais feliz do mundo. Naquela época, eu não sabia, mas foi ali, no pátio da faculdade, quando a chegou até a mesa onde eu estava com e nos apresentou, que o meu amor por você nasceu. Aquela garota cheia de sonhos e planos, tão linda, tão frágil, mas ao mesmo tempo tão forte. Começamos a sair junto com o pessoal e, então, também viramos amigos. Foram tantas noites na casa do , da , na minha e na sua, em que passávamos a madrugada acordados, vendo filmes e comendo besteiras. E mesmo sem eu saber, a cada encontro, aquele sentimento crescia cada vez mais dentro de mim. E finalmente, naquele elevador, quando você estava ali completamente assustada, foi que, como se uma lâmpada tivesse acendido na minha cabeça, e eu finalmente percebi tudo o que eu sentia por você. E quando eu te beijei e senti você se acalmando instantaneamente, eu sabia que você sentia o mesmo. Seis anos se passaram depois daquele beijo, e eu, infelizmente, não cumpri o que eu prometi para mim mesmo naquela noite, que eu te faria feliz sempre. Eu te magoei, eu sei, e eu não acho que algum dia eu vá conseguir me perdoar por isso, assim como eu sei que você não conseguiu me perdoar, porque todas as noites você chora e tem pesadelos com as memórias daquele dia. Como eu sei disso? Eu finjo estar dormindo, porque as lembranças daquele dia também tiram o meu sono. Eu te peço desculpas porque eu falhei na minha promessa, mas não falhei em te amar, porque eu te amo muito e, mesmo tendo te magoado, eu nunca deixei de te amar. Eu te amo cada dia de um jeito novo e cada dia por uma razão diferente. Seja seu sorriso, sua gargalhada, seu beijo, seu carinho, ou simplesmente por você. Eu quero acabar de vez com essa ferida que eu abri no seu coração.
Eu tenho uma pergunta para te fazer e espero fervorosamente que você me ame o suficiente para dizer sim. E se você amar é só abrir a porta, que eu estou do outro lado, esperando para ouvir a sua resposta.
Então...
Aceita se casar comigo, ?
Xx, .”
Assim como havia previsto, antes do fim daquela carta eu já estava aos prantos. Eu precisava admitir que tudo aquilo havia me surpreendido, principalmente saber que ele estava acordado todas as noites enquanto eu chorava e que as lembranças daquele dia também tiravam seu sono. A pergunta no final da carta havia me pegado de surpresa, mas, ainda sim, eu já sabia a resposta para ela. Abri a porta e lá estava , me encarando do outro lado do quarto. Na cama havia rosas formando a frase ‘Eu te amo’. Encarei , que me olhava, ansioso. Caminhei até ele e parei em sua frente.
- É claro que eu aceito me casar com você. – Sorri. abriu o sorriso mais lindo do mundo e me puxou para si, dando início a um beijo.
- Eu te perdoo de verdade. – Sorri. – E também esqueço aquele dia, para sempre.
- Aquele dia está no passado, agora. – Ele disse. – Vamos viver nosso presente, agora. – tirou do bolso uma caixa pequena de veludo preta e abriu, dentro havia um anel de noivado prata com uma pedra azul claro. Ele a colocou em meu dedo, e eu sorri.
- Eu amo você. – Ele disse.
- Eu também amo você. – Respondi.
Já não havia mais noites mal dormidas.
Cause little do you know I
I love you 'til the sun dies
Fim
Nota da autora: (19/08/2015) Ei, pessoal. Tive a ideia dessa fanfic assim que ouvi a música “Little Do You Know” do Alex & Sierra. Eu não conhecia e me apaixonei na hora, já até baixei o CD. Enfim, ouvi essa música e tive mais ou menos a ideia, mas quando vi a tradução eu TIVE que escrever uma fanfic pra essa música que tem uma letra maravilhosa. Tem a letra na fanfic, mas pra quem não entende inglês, joga no Google e lê a tradução. É completamente apaixonante e eu achei que merecia uma fanfic. Espero que vocês tenham gostado e se gostaram, por favor, gastem dois minutinhos do seu tempo para deixar um pequeno comentário aqui. :)
Meu twitter: @_oisoumaa
Minhas outras fanfics:
Change Your Ticket (One Direction – Em Andamento): /ffobs/c/changeyourticket.html
Troublemaker (Restritas – One Shot): /ffobs/t/troublemaker.html
11.Back For You (Ficstape 13 - Take Me Home): /ficstape/11backforyou.html
Qualquer erro nessa atualização são apenas meus, portanto para avisos e reclamações somente no ask.
Para saber quando essa linda fic vai atualizar, acompanhe aqui.
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