Oi! Tudo bem? Argh, que jeito PÉSSIMO de começar uma história tão bonita, né? Ok. Já sei.
Eu nunca acreditei nele. Sempre que me diziam que quando ele te acertava, era pra vida toda, mas pra mim isso sempre foi balela. Até aquele dia. Você já ouviu falar naquele homenzinho que tem um arco e flecha, loirinho de cabelinhos enrolados, asas e fraudas? Como era mesmo o nome dele?... Ah! Cupido! Você já ouviu falar nele? Desde pequenininho, me diziam que ele existia e quando ele acertava duas pessoas com a sua famosa “Flecha do Amor”, elas se apaixonavam e viviam felizes para sempre, mas isso é ridículo! Quando que um carinha de não sei quantos milênios de idade, sairia por ai só de fraudas ou o que quer que seja aquilo, acertando as pessoas com uma “flecha do amor” e fazendo elas se apaixonarem? Eu respondo. Nunca! Mas como sempre, a gente TEM que se enganar em algo, né? Quem imaginaria que Edward encontraria o amor em uma sessão de autógrafos? Eu não!
Capítulo Único
One Direction estava fazendo uma sessão de autógrafos no shopping. Era um dia comum para mim e os meninos. Ou pelo menos era o que eu achava. Em meio a muitos autógrafos, eu já estava ficando com a mão doendo. Nós amamos as nossas fãs, mas quando elas querem, podem ser bem cansativas. Eu já estava ficando desanimado, quando ela apareceu. Olhei por um segundo para a porta do local e pude vê-la entrar. Era linda! Tinha olhos castanhos escuros, cabelos na mesma cor, mas haviam sido pintados e a tintura já estava saindo, um sorriso lindo, embora usasse aparelho. Foi a partir deste momento que eu passei a acreditar em cupido. Quando meus olhos se focaram nela, senti algo acertar a toda velocidade o meu coração. Era como se ele não mais me pertencesse, pertencesse à ela. Meu estômago se revirou, senti borboletas fazendo festa na minha barriga. Do nada, minha testa estava gotejando suor, minhas mãos estavam frias e quase congeladas, o que me fez parar de dar autógrafos. Meus olhos não se desgrudavam mais da figura feminina que andava em nossa direção. Minha boca ficou seca e eu de repente não pertencia mais a esse mundo. Foi como se todas as pessoas ao redor tivessem sumido e eu só conseguisse enxerga-la. Ela andava sorridente até a mesa de autógrafos, segurando um pacote que eu não fazia a menor ideia do que poderia ser. Mas para a minha completa decepção, eu não era o preferido dela. Ela andou sorrindo maravilhosamente até o Niall, lhe disse algo e entregou o pacote. Se minha cabeça pudesse dar a volta no pescoço, daria, pois meus olhos não conseguiam mais focar em qualquer outra coisa que não fosse ela. A menina que eu nem sabia o nome.
Fiquei na esperança de ela querer falar com todos nós, mas logo esqueci essa possibilidade, quando Niall abriu o embrulho e eu pude ver o presente que ela havia trazido pra ele. Um pequeno homem de pelúcia, com uma blusa branca e por cima um paletó verde, o short até embaixo do joelho na mesma tonalidade, o chapéu também na cor, um sorriso de orelha a orelha, olhos grandes e azuis e, por fim, o cabelo loiro. Claro. Só podia ser. Ela tinha trazido para o Niall, ele mesmo, vestido de duende. Não acreditei. Eu não podia aceitar a ideia de ela ser dele. NÃO! Ela tinha que ser minha e não dele. MINHA fã! MINHA garota! Não do Niall. Ele autografou uma foto e tirou uma com ela. Logo depois, ela sorriu, disse algo para ele e saiu. Como assim? Ela nem falou comigo! Mas... mas... eu... eu preciso...
Será que a reação a Flecha do Amor do cupido tem consequências? Tipo, desmaio, dias sem comer, olhar fixo em algum lugar onde você só consegue ver aquela pessoa? Bom, tomara que tenha, porque se não, eu vou me sentir muito mal por saber que só eu fiquei assim depois daquele dia. Já estavam começando a ficar preocupados comigo. Me perguntavam a todo momento o que estava acontecendo, mas eu não podia responder: “Foi aquele filho da puta do cupido que me acertou e me deixou assim. Ainda mais por uma garota que eu nunca mais vou ver na minha vida!” Me chamariam de louco ou achariam que eu estava delirando.
- Filho, os meninos estão ai. – minha mãe, , entrou no meu quarto, de onde eu não saía há alguns dias e disse com um semblante triste. Culpei-me por isso, mas eu não conseguia reagir a minha realidade. A probabilidade de eu vê-la outra vez era quase nula e eu já tinha perdido todas as minhas esperanças. Mas como eu disse, a gente TEM que se enganar, né?
- Eu... – acho que eu não conseguia falar mais do que isso. Meus olhos focados na parede branca do meu quarto, onde eu podia ver claramente a imagem da garota que marcou a minha vida.
- Você nada. Você vai levantar dessa cama, tomar um banho, se arrumar e sair com os seus amigos, que estão mais preocupados com você do que nunca. Anda ! – minha mãe disse firme e brava. Tirei os olhos da imagem da menina e os foquei em minha mãe. Ela parecia abatida e tinha olheiras embaixo dos olhos. Sempre achei minha mãe a mulher mais linda de todas, mas agora ela parecia realmente cansada e mal cuidada. E a culpa era minha.
Resolvi fazer alguma coisa. Olhei de volta para a parede e ela não estava mais lá. Talvez assim fosse melhor. Talvez assim eu a esquecesse. Levantei-me e fui tomar um banho. Resolvi voltar a vida. Olhei no calendário e haviam se passado quatro dias desde o meu encontro, ou quase, com a menina de cabelos longos e olhos brilhantes. Desci as escadas de minha casa e os garotos estavam na sala, conversando entre si. Todos tinham a mesma aparência que minha mãe, cansados e descuidados. Até o estava diferente. Olha o que eu fiz. Andei até eles, que quando me viram, se levantaram muito mais rápido do que a minha percepção poderia captar e me envolveram em um abraço em grupo. Eles gritavam e pulavam, na maior felicidade.
- Até que enfim, ! – disse sorrindo e parecia que tinha ganhado um presente. Sorri o melhor que pude para eles, o que eu acho que não foi bem um sorriso e sim uma careta, mas foi o que consegui fazer no momento.
- Eu tenho que seguir em frente, não é? – perguntei meio desanimado.
- Cara, você consegue. Mas eu ainda quero entender o que houve pra você estar desse jeito. Você não é assim, . Você é um menino alegre que não se deixa abater e do nada você ficou assim? Isso tem que ter uma explicação. – disse com o olhar compreensivo.
- Vamos sair? Aí eu conto pra vocês. – falei baixo. Eles concordaram e saímos, depois de nos despedir da minha mãe. Fomos a pé até uma Starbucks perto de casa. Ela não estava muito cheia e por isso poderíamos ficar a vontade. Sentamos em uma mesa no canto, para não correr riscos de sermos abordados por fãs. Eu sei, estou sendo horrível com as nossas meninas, mas eu realmente não estou em condições de dar autógrafos hoje, o que só vai me lembrar daquele dia.
- Então, já pode nos contar. – disse, impaciente.
- Bom, primeiro eu quero perguntar uma coisa. – disse olhando para todos eles. Eles concordaram com a cabeça. – Vocês acreditam em cupido? – perguntei e eles me olharam como se eu fosse maluco.
- Bom, eu acredito! – disse e isso me fez sorrir um pouco mais.
- Eu acho que isso é mais uma lenda que contam para crianças. – disse , bem racional. Não tiro a razão dele. Eu também pensava assim.
- Eu não tenho certeza. – disse e olhou para o nada, refletindo.
- Eu sim! Acho que ele existe e vive fazendo sacanagens por ai. – Niall disse e eu o olhei agradecido.
- Bom, para quem acredita... Eu acho que esse filho da mãe me acertou, por isso eu fiquei assim. – falei meio cabisbaixo. e Niall me olharam admirados. ainda estava sonhando e colocou a mão sobre a minha testa.
- , você tá bem? – perguntou e eu afastei sua mão. – Você quer dizer que tá apaixonado?
- É. – respondi baixo, balançando a cabeça.
- E por quem? – Niall perguntou e eu dei de ombros num gesto de negação, querendo dizer que não sabia.
- Como assim você não sabe? – me perguntou.
- Eu sei que é confuso, mas eu só a vi uma vez. Nem sei o nome dela. Foi na sessão de autógrafos. – falei pra baixo.
- E como ela era? – perguntou e agora ele parecia acreditar mais na minha história.
- Linda. – falei, vendo o rosto da menina em minha mente. – Foi a que te deu o Niall de pelúcia, Niall. – falei e ele se surpreendeu.
- Aquela? – perguntou e eu afirmei com a cabeça. – Ela é muito legal cara, mas eu não peguei telefone nem nada. Só sei que o nome dela era... deixa eu ver se lembro... – ele falou e eu me enchi de esperanças.
- Vai, Niall! Lembra logo! – pedi. Meus olhos já brilhavam, tenho certeza.
- Acho que era... hum... La... la... ... – ele disse incerto. Aquele sim era um nome bonito. Um nome que combinaria muito bem com ela.
- . – repeti para mim mesmo.
- Mas eu não tenho certeza, . – Niall disse e eu sorri.
- Não tem problema. Eu... pelo menos agora eu tenho uma esperança. – falei sonhador.
- Mas nós não temos como achar ela. – disse .
- , você poderia me dar um apoio por favor? – pedi, já de saco cheio da negatividade dele.
- , ela pode ser uma má pessoa, pode ser chata, pode ser tudo que você não espera. Eu só quero te proteger, . Você é o mais novo aqui, todos queremos o seu bem. Você não pode pensar que vai acha-la e vocês vão ser felizes para sempre. Como você mesmo disse, foi para o Niall que ela deu presente e não pra você. O que indica que o preferido dela é ele. – ele respondeu e por mais que eu quisesse dizer que era mentira e que eu ia SIM ter o meu final feliz com ela, eu sabia que não podia, pois não sabia. Além do futuro ser incerto, ela era incerta. Mas eu estava disposto a fazer qualquer coisa para encontra-la e conquista-la.
- Tudo bem, , você venceu. – falei derrotado. O barulho do sino da porta pôde ser ouvido, anunciando que alguém havia entrado no estabelecimento. Olhei por reflexo e petrifiquei. Era ela! Ela estava, de novo, no mesmo lugar que eu. Será que isso era um sinal de que eu poderia conseguir o que queria? De que eu poderia ficar com ela? Ela estava linda. Usava uma roupa bem feminina e a maquiagem bem mulher, o que causava um contraste lindo, a deixando mais perfeita do que já era. – É ela! – falei baixo, mas os meninos escutaram e olharam para trás, dando de cara com a figura maravilhosa que era . – Ela está aqui.
- Uau. – disse impressionado. Não tiro a razão dele, ela era mesmo impressionante.
- Cara. – exclamou maravilhado. Sim, maravilhosa também.
- É, é ela mesma. – disse Niall, indiferente. Acho bom mesmo. Já que ELE é o preferido dela, acho bom que não tenha nenhum interesse, só facilita as coisas pra mim.
- É, ela é realmente bonita, . Agora eu entendo o porquê de você ter ficado tão bobo. – disse e eu quis rir da cara dele de babaca, mas não podia. Estava hipnotizado demais pra tal ato.
- Você não vai falar com ela? – Niall perguntou. Um medo impressionante se alastrou pelo meu corpo, me fazendo suar frio.
- E...e...eu...não sei o que falar. Nem como falar. – disse desesperado. – Me ajudem! – pedi suplicante.
- Ok, você não tem coragem. Quer que eu fale? – ele me perguntou e eu o olhei indignado.
- Se você for falar com ela, é capaz do baixinho me passar a perna e faze-la se apaixonar por você, Niall. Não vou dar esse gostinho a ele. Eu vou falar com ela! Eu vou conquista-la e eu que vou tê-la pra mim! – falei decidido e me levantei, andando até ela em seguida. Com passos medrosos e incertos, cheguei até o balcão, onde ela fazia o seu pedido. Sua voz era como uma música para os meus ouvidos. E eu sei que isso soou extremamente gay, mas quem se importa? Eu não!
- ...com muito chocolate. – ouvi o término do pedido, quando parei ao seu lado. Ela ainda não tinha me visto. Seu sorriso era simpático para o atendente, o que me fez ter um pouco de inveja dele.
- Ahn... Oi. – falei com a voz falha. Ela me olhou e arregalou os olhos, surpresa.
- Oh my God! – disse e colocou as mãos na boca, a cobrindo completamente. Sorri meio sem jeito e cocei a nuca, como fazia quando estava nervoso.
- Tudo bem? – perguntei sem jeito, ainda sem saber como falar com ela.
- Espera. – ela tirou as mãos da boca e fez um sinal de esperar com a mão. Olhei-a sem entender. – Isso é mesmo verdade? Onde estão as câmeras? Isso não tem graça! – falou olhando ao redor, procurando por qualquer vestígio da brincadeira, que não era brincadeira.
- Não existem câmeras. – falei rindo, meio nervoso.
- Então quer dizer que está mesmo falando comigo? – ela perguntou e quando eu afirmei com a cabeça ela corou. Ficou mais linda ainda.
- Eu...na verdade... Já queria falar com você há algum tempo. – falei e senti meu rosto corar.
- Oi? Sério? – ela perguntou no mesmo estado que eu.
- Uhum. Eu vi você na sessão de autógrafos, mas você não falou comigo, então eu que teria que falar com você. – expliquei, me sentindo idiota ao olhar desconfiado dela.
- Me desculpe por aquilo. Eu ia falar com todos vocês, mas quando eu falei com o Niall, em seguida recebi uma sms da minha amiga e ela precisava de mim. Tive que sair correndo e por isso não falei. – disse, visivelmente sem graça. Sorri com aquilo. Meu Pai, como alguém pode ser tão perfeita? Perfeita pra mim!
- Não tem do que se desculpar. Na verdade, eu achei que você não quisesse mesmo falar conosco, somente com o Niall, pois ele é o seu favorito. – falei cabisbaixo. Ela me olhou e sorriu. E que sorriso! Com esse ato, ela exibiu uma linda covinha do lado direito de seu rosto, me deixando, se possível, mais encantado.
- E quem disse que o Niall que é meu preferido? – ela perguntou e eu a olhei desentendido.
- E não é? Você só falou com ele e ainda o deu um super presente. – falei com um pouco de ciúmes transparecendo na voz. E acho que ela percebeu, pois soltou uma risada gostosa. O balconista trouxe o seu pedido e ela agradeceu com um aceno de cabeça.
– Não quer sentar, ? – perguntou, apontando para o banquinho que havia na frente do seu. Assenti com a cabeça e me sentei, virando-me para ficar frente a frente com ela. - Você queria ter ganhado presente também, ? – perguntou divertida e eu senti minhas bochechas corarem. Não era bem isso que eu queria, mas... Nossa, agora que eu percebi o quanto ela fala meu nome.
- Na verdade, eu queria mesmo era que você tivesse ido falar comigo. – falei envergonhado. Não sei de onde esse saiu, só sei que não estou gostando nada dele.
- Eu ia. Mas quando eu voltei, vocês não estavam mais lá. Fiquei até me sentindo culpada por não ter conseguido dar os presentes dos outros. – ela disse, olhando para o seu café. Então ela tinha presentes para todos né? E o Niall não é o preferido dela né? Espera! O Niall não é o preferido dela? Então quem é?
- Ahn... . – chamei e ela me olhou surpresa.
- Como você sabe o meu nome? – perguntou. Puta merda, esqueci que eu não perguntei.
- Perguntei para o Niall e ele disse. – falei. Ela sorriu.
- Fala, . – falou, me incentivando com a mão.
- Primeiro: Como você gosta de falar o meu nome, né? – perguntei e ela riu alto, sem nem se importar com quem estivesse vendo e ouvindo.
- Bom... – disse simplesmente, dando de ombros.
- Segundo: Se o Niall não é o seu preferido, então quem é? – quis saber e ela pareceu tensa.
- Eu...ahn...vou mesmo ter que falar? – perguntou sem jeito e suas bochechas, de rosadas, passaram a vermelhas.
- Uhum. – falei, balançando a cabeça e com um sorriso no canto dos lábios.
- Bom... – ela disse e falou baixo, mas eu não consegui entender.
- Quem? – perguntei.
- Você, ! Você é e sempre foi o meu favorito! – disse sorrindo sem jeito. Que linda!
- Nossa, nunca pensei que pudesse ser eu. – falei sorrindo bobamente. – Ganhei meu dia. – ela me olhou franzindo a testa.
- E por quê? Só por que você que é o meu preferido? – perguntou.
- ...
- Me chama de . – pediu e eu sorri, concordando.
- , você acredita em amor à primeira vista? – perguntei temeroso.
- Bom, sim. Mas acho que é uma coisa meio rara. – ela falou e eu senti meu coração dar um solavanco.
- E em cupido? – perguntei e ela me olhou como se eu fosse maluco.
- Bem, , ai já é mais difícil, né? – perguntou e riu.
- Eu acredito. – falei simplesmente e ela pareceu surpresa.
- Sério?
- Muito. Até porque, eu já fui acertado pelo carinha em questão. É uma coisa horrível, porém, muito boa quando estamos com a pessoa que amamos. – falei e ela pareceu desanimada.
- Então quer dizer que você está namorando? – perguntou visivelmente triste. Bom, se eu era o preferido dela... Ah! EU SOU O PREFERIDO DELA! UHUL!
- Não. – falei e ela me olhou sem entender.
- Como assim? – perguntou confusa.
- Eu não posso namorar com ela, porque eu ainda nem a conheço direito. O cupido resolveu me pregar uma peça muito bem pregada viu. Me fez me apaixonar por uma garota que eu nem conhecia e não sabia se veria de novo. – confessei e ela parecia bem interessada.
- Mas e ai? Espera! Por que você tá falando isso logo pra mim que sou sua fã? Você não tem medo de eu sair por ai contando pra Deus e o mundo isso? – perguntou. Sorri com isso. Ela se preocupava.
- Não. Eu confio em você. Mesmo não te conhecendo direito. Você me passa confiança. – falei. O sorriso que ela me dirigiu compensou os quatro dias que eu fiquei mal.
- Obrigada, . Fico muito feliz com isso. – falou sorrindo lindamente. – Mas você não vai me contar quem é a menina, né? – perguntou arqueando a sobrancelha. Ela ficou linda demais daquele jeito.
- Vou. Mas e se você não acreditar e disser que eu estou falando isso só pra me aproveitar? – perguntei inseguro.
- Eu nunca falaria isso, . Jamais. – falou beijando os dois dedos indicadores, colocando-os na frente dos lábios em x.
- Ok. , desde quando eu te vi entrar naquela sessão de autógrafos, foi como se algo tivesse acertado em cheio o meu coração, sabe? Vou te dizer que até doeu um pouco. Eu nunca acreditei naquela historia do carinha de fraudas que acertava as pessoas com uma flecha e fazia-as se apaixonar, mas quando eu senti aquilo, sem nem mesmo te conhecer, eu comecei a acreditar. Amor à primeira vista seria uma expressão fraca demais para o que eu senti por você. Foi...foi... Surreal! – eu falava gesticulando e ela me olhava com os olhos arregalados e a boca aberta. Linda. – Eu não sabia mais o que fazer, parei de dar autógrafos e, se fosse possível, minha cabeça teria dado a volta no pescoço só para eu não desgrudar meus olhos de você nunca mais. Mas quando eu vi você ir falar com o Niall, uma tristeza gigantesca se instalou no meu peito. Depois, quando você foi embora e eu não tive a oportunidade nem de te perguntar o seu nome, foi como se meu mundo desabasse. Foi terrível. Eu fiquei quatro dias trancado no meu quarto. A única imagem que passava pela minha vista era você, você e você. Eu só sabia pensar em como era lindo você andando, como o balanço dos seus cabelos era gracioso e em como você sorria lindamente. Ai hoje, os meninos foram lá em casa e me arrastaram para cá. Eu pensava que nunca mais ia te ver e quando você entrou por aquela porta, – apontei para a porta da Starbucks – eu pensei que não podia deixar passar a minha, talvez, única chance. Você pode estar me achando um louco, mentiroso, e até que eu esteja inventando essas coisas só pra tirar alguma vantagem, mas você pode perguntar para os meninos, eles vão confirmar. Eu sei que é cedo pra dizer que eu te amo, mas eu te amei desde a primeira vez que te vi, quatro dias atrás, com aquela blusa do One Direction e a calça jeans. O All Star vermelho e o batom rosa. É precipitado? É! É inconsequente? É sim! Mas o amor é tudo isso, e por essas e outras que eu acredito que seja verdadeiro. – terminei de falar, já quase sem ar. Ela me olhava com uma expressão indecifrável.
- OI? – ela disse arqueando uma sobrancelha. Pude ver lágrimas se formando em seus olhos castanhos, que estavam ainda mais brilhantes. Eles estavam presos nos meus, mas logo se desvencilharam, quando ela passou o olho pelo local. Fiz o mesmo e vi que todos estavam nos olhando. Acho que falei alto demais. Mas eu não ligo, quero mesmo que o mundo saiba. Os garotos me olhavam com rostos em mistos de surpresa e orgulho. Sorri pra eles e me voltei para a garota a minha frente, que agora sorria abertamente. – Eu não posso acreditar. Isso...isso é muito bom pra ser verdade. – ela falou sorrindo radiante. Me levantei do banquinho e andei os poucos metros que haviam entre nós. Segurei suas duas mãos e olhei bem dentro dos seus olhos.
- Mas é. Pode acreditar, linda! – falei baixo, para que só nós ouvíssemos. Ela sorriu e pulou no meu pescoço, me dando um abraço apertado, enquanto ria no meu ouvido. Aquilo me confortou. Eu não sabia qual seria a reação dela. Estava esperando até mesmo um tapa na cara, mas isso foi bom demais.
- Sério, isso só pode ser um sonho. – ela falou “descendo” do meu pescoço e me olhando sorrindo.
- Só se for meu. – falei me aproximando lentamente dela. chegou a ficar vesguinha quando eu cheguei bem perto. Ela era extremamente cheirosa. Encostei nossos narizes e fechei meus olhos, só apreciando a proximidade. Depois de alguns segundos, voltei a abri-los e estava com os olhos também fechados. Pus uma das minhas mãos em sua cintura, a puxando para mais perto e com a outra, acariciei sua bochecha macia. Ela passou seu nariz perfeito no meu, num beijo de esquimó e eu sorri com isso. Ela parecia ser do tipo de menina carinhosa, porém, determinada. Encostei nossas testas e fiquei sentindo o seu perfume e sua respiração pesada, batendo em minha boca. Já anestesiado demais com aquela demora, encostei levemente meus lábios nos seus, que se aproximaram ainda mais com o toque. Sorri de lado e pedi permissão para aprofundar o beijo. Vi que ela estava meio apreensiva, mas mesmo assim, ela deu. Sério, aquela foi a melhor sensação do mundo. Nem tacos era mais gostoso do que aquilo. Nem brincar com o Dusty. E olha que eu adoro brincar com o meu gatinho. Agarrei sua cintura com força, a colando em meu corpo, enquanto ela colocava os braços, timidamente, em volta do meu pescoço. Aquela garota sim beijava bem. Não, bem não. Bem DEMAIS! Acho que ficamos nos beijando por um bom tempo, já que eu já estava sem ar. Afastei-me minimamente, permanecendo com lábios e testas encostados. Abri meus olhos devagar e dei de cara com olhos castanhos me encarando. Sorri para ela, que retribuiu no mesmo instante. Ela parecia tensa com a situação. Se afastou de mim e me olhou com as bochechas coradas.
- . – ela falou baixo, me chamando com o dedo. Sorri e fui até ela. – Tá todo mundo olhando. – ela falou e eu olhei para trás, onde todas as pessoas presentes nos olhavam, alguns com expressões apaixonadas, outros felizes, outros (os de mais idade) com cara fechada e meus amigos, que sorriam para mim, piscando, Niall, e sorrindo grandemente.
- Não liga não, linda. É normal. Quando as pessoas veem duas pessoas lindas juntas, são essas as reações. – falei baixo pra ela que riu, olhando para as pessoas.
- Vou ser taxada de vadia. – falou.
- Só por me beijar e ser HOT? (n/a: ESSA É PRA VOCÊ LARIII!!!! KKKKK) – perguntei e ela riu gostosamente.
- Ok. Pode parar. – pediu com o rosto vermelho.
- Esses jovens de hoje em dia viu. Não respeitam mais nem estabelecimentos públicos. – ouvi uma senhora dizendo.
- Deixa eles, meu bem. São jovens, deixe-os aproveitar a vida. É o amor. – o senhor que a acompanhava disse.
- Isso não é amor. É safadeza, John. – a senhora disse.
- Hey! – chamei-a e ela me olhou com desdém. Ô velhinha difícil. – Se amar não for se arriscar. Se amor não for você se sacrificar pelo outro. Se não for se entregar completamente, sem se importar com o que os outros vão pensar ou dizer. Se amor não for um sentimento perigoso e bom, louco, insano e ao mesmo tempo, só para os fortes, eu não sei mais o que é. – falei e ela me olhou surpresa. – E eu amo essa garota. Acreditem vocês ou não!