Escrita por: Tici
Betada por: Laura Bertão



Londres

"Prometo solenemente consagrar a minha vida ao serviço da Humanidade.
Darei aos meus Mestres o respeito e o reconhecimento que lhes são devidos.
Exercerei a minha arte com consciência e dignidade.
A Saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação.
Mesmo após a morte do doente respeitarei os segredos que me tiver confiado.
Manterei por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão médica...
"

Sim, era o Juramento de Hipócrates.
Diante todas as palavras que os lábios de já proferiram, desde simples diálogos matinais ou as mais calorosas declarações noturnas, confesso que cheguei a duvidar que um dia teria a realização de ouvi-lo proferir aquele juramento. Meu marido estava bem ali, compenetrado nas belas palavras que irrompiam por todas as direções do campo onde sua formatura ocorria. Meu estava formado em medicina.
Exatamente, agora vê-lo de jaleco - e arrancar tal jaleco - não é apenas mais uma de minhas fantasias!
Sorri maravilhada com sua imutável beleza, analisando a forma como a beca e o capelo - ambos pretos - contrastavam impecavelmente com a beleza de seu rosto e a preciosidade que eram seus olhos .
Os anos transcorreram rapidamente, mas não o suficiente para que não fôssemos capazes de desfrutar de cada pedacinho de segundo que tivemos. Lembro-me como se fosse ontem, do dia em que ele acordou sorridente em demasia, perguntando-me o que eu achava dele se inscrever para uma faculdade de medicina. Temendo estar sonhando, eu apenas o olhei surpresa, mas logo tive a confirmação de que falava sério. Não existia ninguém mais feliz por ele naquele momento.
O tempo em que ele passou se dedicando à medicina não fora o suficiente para sequer danificar o laço que nossa família formara com tanto empenho.
Nós realmente éramos uma família muito família, se é que isso faz algum sentido.
Seus olhos refletiam um entusiasmo frenético e contagiante, nunca deixando de me alcançar em meio à plateia, que contemplava a realização do sonho de todos os formandos. Sorrimos simultaneamente um para o outro e, mais uma vez, um filme de nossas vivências fora exibido em minha mente.
Logo quando o discurso fora feito e todos os formandos liberados da cerimônia após uma incrível salva de palmas, veio eufórico em minha direção. Sem pestanejar, finalizei o caminho até chegar a seus braços, beijando seus lábios incontáveis vezes, até fazê-lo rir audivelmente. Desgrudei nossos lábios quando senti três presenças próximas, abrindo um olho e depois o outro, sorrindo de imediato quando avistei nossos três filhos, prontos para dar as mais sinceras congratulações ao pai.
- Meu pai é oficialmente um Doutor! Eu poderia estar mais orgulhoso? Não, é claro que não! - Jamie, com seus surpreendentes um e oitenta e cinco de altura, abraçou fortemente, revelando um sorriso tão - ou ainda mais - feliz quanto o do pai.
Quando foi que aquele garoto havia se tornado um homem? Estive hibernando por todos esses anos?
- Acho que isso é a coisa mais legal do mundo! É sim! - Matthew se colocou ao lado de , recebendo um abraço lateral do mesmo enquanto nos presenteava com um de seus grandes sorrisos. Oh, sim, ele também teria altura semelhante à de um jogador de basquete, eu já podia prever.
Sophie parou ao meu lado, segurando na barra da saia de seu vestido azul rodado, fingindo que não tentava conter lágrimas. Minha pequena era tão sentimental.
- Papai... - ela tentou, esfregando os olhinhos ao receber um olhar preocupado do pai, que rapidamente se ajoelhou para ficar a altura dela. - Eu te amo muito! - dito isso, ela se jogou nos braços de , fazendo com que meu marido lançasse um olhar encantado em minha direção, não hesitando antes de se erguer com a filha em seu colo, sempre tão paternal.
- É oficial, agora eu posso te chamar de MEU DOUTOR! - proferi um pouco alto demais, incapaz de esconder a grandeza do orgulho que sentia. Logo voltamos a nos abraçar, mesmo que Soph ainda estivesse em seu colo, chorando e sorrindo ao mesmo tempo.
- Você sempre soube que eu chegaria até aqui, não é, mulher? - ele me lançou um olhar penetrante, tão convicto de suas palavras.
- Sempre, meu amor. Viu só? Nunca duvide de mim. - proferi jubilosa, ajeitando o capelo torto sobre sua cabeça.
Limitei-me a mordiscar o lábio inferior e ajeitar pomposa e sedutoramente meus cabelos, chamando-o para seguirmos para a real comemoração, que estava prestes a começar.
E quando pensei que já tinha esgotado os estoques de felicidade que a vida costuma fornecer...

Quando e eu começamos a namorar, dançar com ele proporcionava uma das sensações mais prazerosas do Universo.
Quando e eu nos casamos, senti que minhas pernas tremiam feito gelatina, meu coração palpitava loucamente e "eternamente" parecia pouco tempo para tudo aquilo durar.
Quando e eu completamos cinco anos de casados, os passos de dança continuavam com seu ritmo apaixonante, e acredite, nunca havia sido melhor. Quer dizer, eu acreditava que nada podia ser melhor.
Agora, quando e eu já chegamos aos dez anos de relacionamento - contando a partir da data em que começamos a namorar -, é incrível como a melodia continua fazendo sentido. Como minhas pernas ainda não se cansaram de dançar e, aparentemente, nem as dele. E sim, tudo está ainda melhor.
Ri da graciosidade de Sophie ao se colocar entre nós e analisar com olhinhos brilhantes. Era quase assombrosa sua semelhança com o pai, exceto é claro pelos trejeitos femininos que adquirira desde bebê. Os longos e brilhosos cabelos castanhos e o vestido que fazia jus à maneira como adorávamos chamá-la: Princesa.
- Papai, você pode me ensinar a dançar? - Soph pediu docemente, tornando o ato de recusar inaceitável perante qualquer circunstância. sorriu abertamente, como se não pudesse receber convite melhor no mundo, soltando-se de mim após beijar um de meus ombros nus para dedicar toda sua atenção a ela.
- E por que a minha princesa quer aprender a dançar? - ele fingiu não estar muito convencido de que deveria ajudá-la, cruzando os braços na altura do peito. Simplesmente adorável presenciar momentos entre os dois.
Era incrível a magnitude do amor entre pai e filha. É claro que meu marido amava os três filhos igualmente e sem limites, mas a relação que ele tinha com Sophie sempre seria... Mágica.
- Porque eu vi você e a mamãe dançando e achei muito bonito. - sorri toda boba com sua explicação, cedendo lugar a ela nos braços de , que não tardou a estender sua mão na direção da pequena, auxiliando-a a colocar os dois pés cobertos por sapatos de boneca sobre os seus, em uma tentativa de ajudá-la a movimentar o corpo. Então os dois permaneceram vários minutos assim, dançando com a dosagem perfeita de companheirismo e diversão, olhando nos olhos um do outro durante sorrisos inesgotáveis.
Senti meu corpo se esbarrar com outro, virando-me rapidamente e enxergando um Jamie lindo em seu terno preto me oferecer a mão, propondo uma dança.
- Minha mãe é linda demais para ficar apenas olhando uma dança. Vem! - justificou meu filho mais velho, rapidamente iniciando uma dança calma entre nós. Havia algo de diferente em seu olhar, uma espécie de expectativa que despertava um brilho impossível de esconder. Há dias Jamie se mostrava um pouco evasivo, por vezes ansioso e temeroso, sem coragem até mesmo para conversar normalmente com e eu.
Ah, eu estava insana para descobrir do que se tratava!
- Mamãe! - levei os olhos até meu pedacinho de felicidade do meio, notando que Matt tentava arrancar sua gravata e tinha um olhar aflito, correndo até conseguir se esconder atrás de mim e segurando com força a saia de meu vestido. Gargalhei, soltando-me de Jamie para investigar o motivo de suas atitudes. - Caramba! A Claire está olhando para mim! O que eu faço, mamãe? - ele pedia assustado, despertando uma risada alta do irmão mais velho. Claire era uma das filhas de um amigo que fizera na faculdade.
- Meus filhos fazem tanto sucesso quanto o pai... É isso ai! - comemorou, porém ainda focado em dançar com Soph. Como eu sabia que era apenas mais uma de suas deliciosas provocações, sorri enviesado e voltei a me dedicar a ajudar Matthew.
- Vá até lá e chame ela para dançar, ursinho! Tenho certeza que a Claire vai adorar isso. - garanti, determinada a ajudá-lo a adquirir mais coragem. - Quando se trata de enfrentar os vilões mais malvados da humanidade, você sempre está pronto, não está? - gracejei, referindo-me a sua paixão por super-heróis. Ah, ele também gostava muito de música.
- Deixa de ser banana, Matt! - Jamie ralhou comicamente, conquistando um bico enraivecido do pequeno, que saiu de trás de mim e adotou uma pose destemida, extremamente parecido com .
- Você vai ver quem é banana! - dito isso, Matt saiu correndo em direção a Claire, sabendo exatamente como encher de orgulho o coração de uma mãe.
- Falando em ser banana... O que está escondendo, rapaz? - desafiei Jamie, que uniu as sobrancelhas e vestiu sua melhor máscara de inocência. Oh-oh, nunca tente enganar uma mãe. Nossos instintos são aguçados.
- Preciso procurar a Emma, mãe. Te vejo daqui a pouco! - ele respondeu evasivo, afastando-se rapidamente, sem me dar qualquer oportunidade de contrariá-lo.
Arregalei os olhos com uma súbita hipótese que ganhara destaque em meus pensamentos, mas optei por mantê-la presa ali por hora.


Utah, EUA

Existia algo mais delicioso que acordar com a vista esplendorosa de uma manhã totalmente dominada pela neve?
Ah, mas é claro que existia! Ter nu ao meu lado, dormindo tranquilamente, coberto apenas por cobertores quentinhos. Admirei seu semblante de anjo - que tornava impossível qualquer um que não convivesse conosco, acreditar o quão lascivo ele podia ser em noites frias, tendo como maior objetivo esquentar sua esposa -, suspirando apaixonada. Sou ou não sou uma mulher sortuda?
Após as comemorações de sua formatura, viajamos para Utah, determinados a passar alguns dias de descanso em nosso Chalet.
Matthew e Sophie, sendo legítimos filhos de , jamais conseguiriam despertar àquela hora da manhã, especialmente com toda a baixa temperatura que nos rodeava. Jamie dormia no quarto ao lado com Emma, sua namorada. Ambos, até então com dezoito anos, estavam juntos há quase três anos; se conheceram no colegial. Bom, o colegial já tinha acabado.
Quem foi mesmo que disse que amores de colegial não podem durar?
Vesti uma roupa bem quentinha e saí pelo Chalet em busca de algo para fazer, enquanto o restante dos habitantes preguiçosos não despertava.
Enquanto eu me distraía com o preparo do café da manhã, ouvi algo como um baque de uma porta, caminhando um pouco preocupada em direção ao barulho para verificar do que se tratava. Subi as escadas sem produzir qualquer mísero som, constatando que se tratava da porta de um dos banheiros. Sendo mais curiosa que o usual, colei meu ouvido à porta, arregalando os olhos ao ouvir um ser humano praticamente colocar seu fígado para fora.
Dei uma batidinha tímida na porta.
- Emma, tudo bem? - não precisei vê-la para saber que era de fato a garota quem estava ali dentro. Ela logo deixou o banheiro, evidenciando um semblante pálido em excesso e uma reação um tanto quanto acanhada assim que me viu. Nós nos dávamos super bem, então não compreendi o motivo do olhar intimidado que ela me lançou antes de se explicar brevemente.
- Acho que foi alguma coisa que eu comi. Desculpe! - explicou simplesmente, disparando a correr de volta ao quarto onde estava.
Emma estava bem até a noite anterior, então era muito estranho que de repente ela estivesse vomitando daquela forma. Se eu não a conhecesse, suspeitaria que estivesse...
GRÁVIDA?!

Nem mesmo o relaxante ofurô onde e eu estávamos, tinha requisitos o suficiente para conseguir me livrar de um estado interminável de reflexões. Pensamentos e mais pensamentos vindo de diversas direções. Então é assim que uma mãe se sentia com a simples possibilidade da vida de um filho estar prestes a mudar para sempre?
Despertei de meus devaneios ao sentir a pele quente de meu marido em contato com a minha, unindo nossos lábios em um selinho tendencioso a se tornar muito mais.
Criei forças para lhe contar o ocorrido daquela manhã, mas era muito mais tranquilo que eu em relação a preocupações excessivas. Quando nossos filhos eram pequenos, enquanto eu tentava protegê-los da chuva, afirmava que se molhar um pouco faria bem a eles.
Bom, no fim ele estava certo.
- Pode deixar essa suposição de lado por um instante? Estou tentando soltar a parte de cima do seu biquíni, ... - ri encabulada ao sentir suas mãos ardilosas em meu corpo, me arrepiando dos pés a cabeça - por mais que estivesse submergida na água quente - em consequência de sua boca pressionada contra o lóbulo de minha orelha. - Vamos aproveitar enquanto as crianças não aparecem e...
- E AÍ, PESSOAL! - Matt chegou todo feito em empolgação, livrando-se da toalha que antes cobria seu corpo, entrando no ofurô e ficando a nossa frente. rapidamente disfarçou que estava prestes a tirar a parte de cima de meu biquíni, tossindo falsamente. Não consegui fazer nada além de rir, porém fingindo inocência. Matt nos olhava como se, às vezes, acreditasse que seus pais eram um pouquinho estranhos.
- Cadê a Sophie? - investiguei, estapeando a mão atrevida de meu marido que lentamente, apertava minha coxa embaixo da água.
Eu desisto de acreditar com receio que um dia as coisas vão esfriar entre nós.
Ainda bem.
- Sendo uma menina e brincando de boneca. Bleh! Não sei que graça ela vê em ficar colando a cara da Barbie na do Ken! - e eu rimos diante a demonstração de inconformismo de nosso filho, apreciando a sensação de como éramos agraciados por ter pessoinhas como aquela ao nosso redor. Por vezes eu ainda me questionava o que tinha feito de tão bom para ter filhos como os que tinha. - Ah, cara, isso que é vida! - Matt relaxou ainda mais onde estava, mantendo os braços esticados sobre as bordas do ofurô, fechando os olhos e sorrindo. Voltamos a rir. Definitivamente, eram influências de Dominic.
- Cadê o Jamie e a Emma? - aproveitou a deixa, provavelmente tendo conhecimento da inegável cumplicidade sempre existente entre irmãos. E do jeito que meu ursinho era sagaz e sempre determinado a descobrir tudo, imagino que, se houvesse mesmo algo ocorrendo com Jamie e Emma, ele já sabia.
Imagine quando Matthew decidisse nos questionar sobre sexo?
- Eles parecem os bonecos da Sophie, só ficam grudando as bocas. Eca! - Matt adquiriu um semblante enojado, conquistando um erguer de sobrancelhas de .
- Quero ver se vai continuar pensando assim daqui alguns anos, garotão. - desafiou, fazendo com que o filho apenas desse de ombros.
- Por que eu tenho a impressão de que você sabe de alguma coisa, ursinho? - insisti, aproximando-me dele para puxar um de seus pés, consciente de que ele jamais deixaria de sentir cócegas ali.
- Porque você é uma mãe e sempre está desconfiada das coisas. - ele explicou entre risos, arrancando outra gargalhada bem disposta de . Estreitei meus olhos, sentindo-me muito disposta a persuadi-lo a me contar, seja lá o que sabia.
E a julgar por suas bochechas de repente mais ruborizadas, eu estava no caminho certo.
- Oh, Matt... - comprimi meus lábios em um bico muito semelhante aos que ele costumava fazer. Tal filho, tal mãe. - Diz para a mamãe o que você sabe, por favor. Diz, vai?
- Como você resiste a essa cara que ela faz, papai? Eu não sei resistir. - agora fora a sua vez de utilizar um bico irresistível demais para que eu não avançasse em sua direção e beijasse diversas vezes seu rostinho lindo.
- E você acha que eu resisto, Matthew? - fingiu suspirar derrotado, afundando um pouco mais o corpo deliciosamente másculo e molhado na água. - Dez anos acostumado a ceder a qualquer coisa que essa mulher me pede. E eu não poderia estar mais satisfeito! - meu marido sorriu embevecido, lançando-me um olhar conciso.
- Mulheres são controladoras. - Matthew chegou a tal conclusão, induzindo-me a abraçá-lo e depois olhar fundo em seus olhinhos .
Apesar de ele estar prestes a completar dez anos, jamais vou deixar de tratá-lo como um bebê.
- Diga o que sua mãe quer saber, Matt. - voltou a tocar naquele assunto, deixando, aos poucos, nosso filho sem saída.
- Eu... - bingo! Sua hesitação acabara de confirmar minhas suspeitas. - O Jamie vai... Ah, eu não vou contar! - Matt exclamou determinado, cruzando os braços com certo incômodo. Adorável. - Olha, por que vocês não fingem que eu não disse isso, vão até o quarto dele, abrem a segunda gaveta do criado-mudo e procuram lá. É isso! Eu não falei nada. - assegurou com os olhos ligeiramente arregalados e o semblante mais inocente de todos.
e eu nos entreolhamos, como os mais dignos detetives. Quer dizer, pais.

Não que eu me orgulhe disso, mas que outra saída tinha senão seguir o sigiloso conselho de Matthew e investigar aquela gaveta no quarto de Jamie?
se mantinha estagnado, sentado sobre a cama, fingindo que não tinha participação alguma naquilo. Depois de algum tempo em uma busca frenética - porém discreta -, acabei por encontrar a provável evidência do que já estava tão confirmado em minha mente inesgotavelmente bem disposta de mãe.
- , é mesmo verdade! - proferi baixinho, sentando-me ao seu lado na cama. - Estamos sentados em um lugar onde provavelmente nosso filho já transou com a namorada. - notei de repente, imóvel, apenas segurando a caixinha que abrigava um suposto anel de noivado.
- E daí? Nós já transamos em todos os cantos da nossa casa, e nem por isso você vai dizer aos nossos filhos que eles não devem se sentar no sofá, na mesa, na escada, na piscina, na banheira, no piano, no... - estapeei seu braço, porém dei de ombros em concordância, e então voltamos a rir simultaneamente, até que um silêncio esquisito se apossou de todo o recinto.
Vagarosamente - e me sentindo um pouco mal, admito - abri a caixinha, soltando o ar com força ao me deparar com o brilhante anel.
- Parece que descobrimos onde ele gastou as economias. - comentei, metade embasbacada, metade... Feliz?
É, aquilo era felicidade.
- Que mundo é esse em que nós piscamos os olhos e nosso filho está prestes a pedir sua namorada grávida em casamento? - , apesar de um pouco abismado, não tinha talento algum para qualquer encenação, revelando aos poucos um sorriso que explicitava seu entusiasmo perante aquilo.
- Por que ele não disse nada, ? - pedi, um pouco aborrecida. Desde quando Jamie não me via mais como uma amiga?
- Certamente porque está acreditando que vamos repreendê-lo, tentar impedi-lo... - , sempre calmo, tentava me fazer compreender uma obviedade. - Entenda, , ele está passando por esse turbilhão assustador de acontecimentos pela primeira vez. Não é o mesmo que tirar uma nota ruim na escola, quebrar ou perder algo que ganhou de aniversário...
- E desde quando nós somos pais babacas assim? - tratei de interrompê-lo, ficando de pé. - Pais que vão punir um filho por se deixar levar por sentimentos? Educamos nossos filhos para que eles sempre soubessem fazer escolhas certas. Suas próprias escolhas. - relembrei meu marido, que não tardou a concordar.
- Temos que mostrar para aquele garoto que nunca vamos deixar de apoiá-lo. - concordei com um menear enérgico de cabeça. - Temos uma missão, ?
- Temos!

Finalizei minha produção antes de sairmos para jantar, ouvindo o som de três batidinhas sutis na porta de meu quarto. estava em uma das salas, jogando Rock Band com Matthew e Sophie.
Imagine a cena.
Demonstrando ter escutado meu pedido que entrasse, Emma surgiu insegura, sorrindo assim que virei meu rosto em sua direção. Ela fazia com que eu me lembrasse da adolescente que fui um dia; um pouco deslocada, mas sempre com aquele brilho sonhador e esperançoso no olhar. Queria desistir logo de todo aquele fingimento e lhe assegurar que ela não passaria por nada daquilo sozinha.
- Senho... - estiquei meu braço imediatamente, negando com um menear contrariado de cabeça.
- Não me chame de senhora, pelo amor de Deus! Em que mundo uma mulher com trinta e quatro anos tem que ser chamada de senhora pela namorada do filho? Você conseguiria chamar a Gisele Bündchen de senhora? Pois é, não. Tenho a mesma idade que ela, Emma! - relembrei em tom de gracejo, apenas para tentar descontraí-la. - Precisa de alguma coisa? Já sei! Você quer um vestido emprestado? Temos corpos parecidos, acho que tenho alguns que vão te servir... - quando ameacei me dirigir até o closet, ela deu passos rápidos em minha direção.
- Não, não precisa! Eu queria te perguntar outra coisa... - percebendo que ela acabaria tropeçando nas próprias pernas se continuasse de pé, sentei-me, induzindo-a a fazer o mesmo. A garota mexeu desconfortavelmente em seus cabelos loiros, porém atendeu minha recomendação.
- Sou toda ouvidos. - garanti, tentando conter a alegria que sentia em meu interior antes mesmo de ouvi-la. Porque eu sabia muito bem o que ouviria.
Era incrível e um pouco assustador, mas acho que eu estava prestes a descobrir como é ser... Uma avó.
Isso deveria fazer com que eu me sentisse velha ou coisa parecida... Mas não fez!
- Olha, eu juro que nunca tive intenção alguma de comprometer qualquer plano que o Jamie fez. Até porque eu também tenho planos, muitos deles! Quero tanto ir para a faculdade, você sabe, já conversamos sobre isso. - concordei tranquilamente, sentindo-me um pouco estranha por estar tão calma com Emma prestes a ter um ataque cardíaco ao meu lado. - A vida adora pregar essas peças na gente, nos surpreender quando estamos desprevenidos... E falando em desprevenidos... - engoli em seco, olhando-a fixamente nos olhos. - , eu... Eu estou grávida.
Aniquilando qualquer cena que Emma provavelmente arquitetou em sua mente segundos antes, uni ambas as palmas de minhas mãos, levando-as até meus lábios ao tentar conter um gritinho de pura empolgação. Ela arregalou os olhos, não conseguindo acreditar no que enxergava.
Na verdade, eu também não conseguia acreditar. Em um modo geral.
- Emma, isso é... - busquei por palavras, segurando uma de suas mãos trêmulas postas sobre a cama. - Isso é incrível, de verdade! Parabéns! Você vai ver... É maravilhoso! - eu jamais deixaria de enaltecer o quanto a maternidade mudou e melhorou minha vida, o quanto havia me realizado com a maternidade. - E sim, eu já sabia. Quer dizer, desconfiava. - revelei com um risinho, vendo-a respirar fundo e fechar os olhos firmemente. - Só não sabia que vocês tinham medo de contar para nós. Até parece que se esqueceram de que o e eu não somos como a maioria dos pais.
- Eu sei, eu sei, mas... Entrei em pânico! - concordei compreensiva, puxando-a para um abraço quando assisti seus olhos claros inundarem com lágrimas.
- Shhh, não chore. - tentei acalmá-la, admitindo internamente que também sentia um pouco da preocupação que a afligia, mas nada que não pudéssemos lidar. Porque nós, os , sempre conseguíamos lidar com tudo. E Emma logo se tornaria uma de nós. - E o que você queria me perguntar, futura mamãe? - surpreendi-me com a voz maternal que irrompera de meus lábios, enquanto Emma tentava se recompor e enxugava os olhos, arriscando um sorriso frágil.
- Você tem algum remédio, receita ou método para amenizar esses enjoos? Sério, eu não aguento mais! - pediu com um riso que beirava ao nervosismo e, ao contrário do que ela previra, novamente voltei a rir, ficando de pé e puxando sua mão para que ela me seguisse.
- Ainda bem que eu tenho certa experiência com isso de ser mãe... - soei modesta, divertindo-a. - Vem!
Eu mal podia esperar para contar a que seríamos avós... Mesmo que ainda tão jovens.
Parece que nossa vida está mesmo programada para fugir de determinados padrões.
Isso sempre soa e se mostra algo tão bom!

Avistei e Jamie sentados próximos à lareira, aproximando-me em passos lentos, deixando que eles notassem minha presença apenas quando já estava sentando meu corpo sobre o sofá, ao lado de meu filho. Ele tinha algumas discretas lágrimas quase secas ao redor dos olhos, as mãos postas sobre seu colo, em um sinal de não saber como reagir. me olhou por algum tempo, concordando com um menear de cabeça a pergunta que mentalmente eu lhe fiz. Os dois já tinham conversado, mas a conversa ainda não estava de fato finalizada.
Levei minha mão até seu ombro até pousá-la do outro lado, deitando minha cabeça em um de seus ombros largos. O som de mais um fungar seu fez com que eu fechasse os olhos e beijasse uma de suas bochechas, lançando o olhar mais compreensivo, encorajador e maternal que tinha. Aquele que ele recebeu desde o dia em que passou a me chamar de mamãe, ou talvez muito antes disso.
- Em que mundo você acha que nós não iríamos ficar ao seu lado, meu amor? - pela primeira vez desde que cheguei ali, Jam ergueu seu olhar assustado em minha direção, entreabrindo os lábios, porém sem coragem para proferir o que queria.
- Não pense que colocar o amor em primeiro lugar é um erro, Jamie. - adiantou-se a deixar bem claro, despertando uma súbita disposição no filho, que se ajeitou sobre o sofá e tomou uma de minhas mãos para si, segurando-a por entre as suas trêmulas. Continuei em silêncio porque queria que ele se sentisse confortável e pronto para nos dizer o que sentia de verdade.
- Não vou. - Jam prometeu, a voz ainda um pouco esganiçada. - Aprendi isso com o melhor! - e então pai e filho trocaram um belo sorriso, o que motivou a se levantar e vir sentar no mesmo sofá que Jamie e eu. Agora nosso garoto estava em volta das duas pessoas que mais o amavam no mundo. Não tinha absolutamente nada a temer. - Mas eu estou com tanto com medo... - ele fechou os olhos com força, expulsando mais lágrimas. Afaguei seus cabelos negros, amparando sua cabeça que se acomodou sobre meu ombro. - Amo tanto a Emma, mas não sei se sou capaz de ser quem ela precisa que eu seja... Eu sou só um menino, mamãe. - de fato, bem ali, ele realmente se parecia apenas com um menino. O sonhador, tímido e encantador menino que aprendi tão fácil a amar.
- Não, James, você é um homem! - garantiu, postando sua mão sobre o ombro de Jamie. - Um homem de verdade, aliás. Outro garoto estaria tentando encontrar qualquer meio para fugir de toda essa responsabilidade, mas você só consegue pensar em como vão fazer tudo isso dar certo, se for possível fazer tudo isso dar certo. E sim, é mais do que possível. - sorri graças às palavras que meu marido proferia com tanta confiança, olhando-me nos intervalos entre uma e outra, passando aquela sensação imensurável de segurança, fazendo-me sentir nada além de amor circulando entre nós.
- Sim, pai, eu sou um homem! - Jamie proferiu em um sussurro, mais para si mesmo do que para e eu. - E eu vou fazer isso, é claro que vou! Sei que não vai ser fácil, mas eu sabia que me casaria com aquela garota desde o dia em que a vi pela primeira vez. Vocês me ensinaram que nada é mais importante que ter uma família, ter a quem desejar bom dia e boa noite, então... É isso. Eu, James Oliver , vou me casar e vou ser pai! - agora sim, um sorriso. Quer dizer, um sorriso tão grande que fez com que meus olhos ardessem imediatamente. O garoto tentou abraçar e eu de uma só vez, livrando-se do medo para dar espaço apenas à alegria que, no fundo, ele sempre soube que sentiria quando o momento chegasse. - Obrigada por tudo, eu amo vocês... Muito!
- Eu também te amo, meu bebê, além da vida, além de tudo! - expus toda a sinceridade que havia em meu interior, beijando seu rosto diversas vezes, arrancando uma risada entusiástica de sua parte.
Apesar das sardas e do olhar cristalino que ainda me remetiam ao menino indefeso que conheci, Jamie agora era um homem. E eu... Bem, me considere a mulher mais feliz do mundo por poder chamar um ser humano repleto de caráter, dignidade, esperança e força de vontade de filho.
- Ei, ... - me chamou, notando que eu já estava chorando feito um bebê com a visão de pai e filho comemorando juntos. Pouco antes disso, Jamie me abraçou como, arrisco dizer, nunca tinha feito antes, perguntando por Emma e disparando a correr em busca da futura esposa. Aquele garoto ainda faria tanto pelo mundo... E grande parte disso apenas com seu jeito de ser. - Para o casamento do Jamie, eu quero que você use um vestido vermelho, certo? Sabe, podemos relembrar os velhos tempos.
E lá estava o sorriso aventureiro, sedutor, sonhador e feito em romance que sozinho, abalava todas as minhas estruturas e fazia a vida se tornar ainda mais valiosa.
Concordei extremamente sorridente, fazendo questão de eliminar qualquer distância entre nós dois, sentando sobre seu colo e cobrindo seus lábios com os meus.


Um mês depois...

Sophie analisava minuciosamente os sapatos em meus pés, sentada sobre a cama. Aquele era o terceiro que eu estava provando, porém sabia que permanecia longe de uma conclusão para o fútil dilema que tanto faz parte da vida de uma mulher. Minha pequena apontou para o outro par a minha frente, este com um salto ainda maior, sorrindo brilhantemente. Após calçá-lo, coloquei as mãos na cintura e girei em meu próprio eixo, fazendo charme e divertindo-a. Minha pequena já estava se tornando uma mocinha, sempre muito vaidosa e disposta a me ajudar com escolhas como aquela. E que mulher exuberante Sophie seria!
- Temos uma decisão? - arrisquei, vendo-a sair da cama e vir para o meu lado, de modo que o reflexo do espelho revelasse mãe e filha, ambas de vermelho. Claro que os vestidos não eram semelhantes, já que o meu vestido apresentava certo índice de sensualidade - especialmente para - e o dela... Bem, é um vestido vermelho que uma menina de oito anos deve usar, delicado e adorável. Passamos algum tempo assim, sorrindo e fazendo caras e bocas para nosso reflexo, sendo a mãe e filha fascinadas uma pela outra, como jamais deixaríamos de ser.
- Mamãe, eu quero ser igual a você quando crescer... - proferiu minha princesinha, afastando-se apenas para verificar se sua tiara estava devidamente colocada. Meu coração de mãe palpitava frenético em momentos como aquele. Virei-me em sua direção e dobrei meus joelhos, ficando quase a sua altura. Beijei-lhe a ponta do nariz, ajeitando as ondas que seus cabelos longos formavam naturalmente.
- Você não vai ser igual a mim, Soph... Vai ser melhor! - prometi, iluminando ainda mais suas feições.
O que eu pudesse fazer para que ela se sentisse a garota mais especial do Universo, faria sem hesitar. Vou educá-la sempre com o intuito de lhe mostrar que ninguém poderá dizer quem ela é ou deve ser, ninguém jamais poderá fazê-la se sentir inferior. Sophie aprenderia como enxergar o quão importante era e sempre seria para o mundo, a imensa diferença que sempre faria no mundo. Principalmente para nós, sua família.
- ?! - surpreendi-me ao reconhecer a voz de Emma, notando que a futura noiva ainda se mantinha vestida com um simples roupão branco, apesar de seu cabelo e maquiagem já estarem devidamente deslumbrantes.
- Sei que uma noiva deve se atrasar, mas você não acha que isso é um pouco exagerado? - brinquei, trocando um olhar jubiloso com Sophie, que não sabia esconder uma plena satisfação devido ao casamento de seu irmão mais velho. Aliás, ela seria uma das daminhas de honra e carregaria as alianças, na companhia de Matt.
- Eu queria te pedir uma coisa. - revelou ela, dessa vez sem qualquer resquício de timidez. Uma verdadeira . - Desde que nos conhecemos, o Jamie me conta as histórias dos pais. Ele diz como vocês dois sempre lutaram, sempre tiveram momentos difíceis, mas mesmo assim se mostram cada vez mais inabaláveis. Depois de tudo que ouvi nesses últimos três anos, cheguei a conclusão que não pode existir inspiração melhor para mim. - sorri maravilhada com o que ouvia, sentindo uma necessidade absurda de abraçá-la. Emma seria mais ou menos, como uma filha para mim a partir daquele dia. Quer dizer, já era há muito tempo. - Então, eu queria pedir se você pode me emprestar um pequeno retalho do seu vestido de casamento. Sabe, pode ser do forro mesmo, qualquer coisa... É que minha mãe é cheia dessas tradições e vive dizendo que quando a gente vai se casar, deve pegar emprestado algo de alguma mulher que teve prosperidade no casamento, e no amor.
Pensei por um instante, tendo uma grande ideia. Pedi a Emma que aguardasse e me dirigi até meu closet, procurando nos fundos pela caixa que abrigava meu vestido de casamento, retirando parte dele dali de dentro e analisando o tecido, vasculhando por uma tesoura em uma caixa com alguns pertences em uma das prateleiras.
Rapidamente recortei uma pequena parte do tecido, algo que nem mesmo faria grande diferença, procurando com pressa por linha e agulha. Sorri ao encontrar ambas, saindo do closet saltitante feito uma criança.
O pedido de Emma havia feito com que eu me sentisse especial, admito. Servir de inspiração para alguém tão jovem e cheia de sonhos só poderia significar uma coisa... Valeu a pena chegar aonde havia chegado e ser quem eu era. Valeu muito.
Pouco tempo depois, Sophie, Emma e eu já estávamos no quarto onde a noiva se aprontava, fazendo uma pequena mágica em seu belo vestido de um branco impecável.
- Algo novo... - apontei sorridente para o vestido já perfeitamente encaixado ao corpo da noiva. - Algo velho... - apontei para o colar pertencente à avó de Emma, que adornava seu pescoço. - Algo azul... - a garota timidamente ergueu a saia do vestido, revelando um lacinho azul preso a sua meia-liga. - Algo empres... Quer dizer, algo que vai servir de inspiração! E trazer muita, muita sorte! - corrigi, vendo-a erguer todo o tecido novamente, porém agora a parte de trás, tornando visível o pequeno retalho carinhosamente costurado ali.
Sim, poderia ser apenas uma mera superstição, mas era exatamente aquilo que eu desejava aos dois. Que pudessem ser tão felizes quanto e eu estávamos sendo.

- Nossa, a beleza nesse quarto é tanta que fica até difícil de respirar. - um esbanjando charme em seu digno terno preto, surgira no quarto onde Sophie e eu checávamos os últimos detalhes de nossa produção para o casamento. Jamie e alguns de seus melhores amigos se encontravam na casa de mamãe, onde ele poderia se preparar com mais privacidade e evitar que noiva e noivo se vissem antes da hora. Confesso que ainda parecia surreal que meu filho estava prestes a se casar.
rapidamente veio até mim, passando suas mãos espertas por minha cintura, enlaçando-a enquanto beijava meu pescoço discreta e amorosamente, evidenciando o quanto minha escolha de vestido estava mexendo com sua imaginação sempre tão aguçada.
- Mamãe, quando eu vou poder usar um vestido de noiva? - Sophie perguntou empolgada, e um pouquinho impaciente também, sentada sobre a cama e balançando seus pés.
- Daqui a muitos, muitos anos... E talvez mais alguns deles. - se intrometeu, soltando-me para ficar próximo da filha. Ah, papai ciumento... Isso nunca mudaria.
- Por que você é tão ciumento, papai? - Soph demonstrou estar um pouco intrigada com a situação, cruzando os braços enquanto o pai a analisava com um olhar desafiador.
- Porque eu te amo demais, Sophie Elizabeth , então não há como não ser ciumento. - meu marido justificou prontamente, olhando-me com um misto de cumplicidade e diversão, por estar se deparando novamente com indícios do crescimento de nossa filha.
- Prometo que nunca vou te deixar triste, ok? - ela adiantou-se a falar, deslizando uma de suas mãos pela bochecha do pai, beijando-a em seguida enquanto o abraçava.
- Nenhuma tristeza superaria toda a alegria que você já me fez sentir, princesa! - garantiu, fortalecendo ainda mais a certeza de que era o melhor pai do mundo.
E que sorte perceber que o melhor pai do mundo... É o pai dos meus filhos!
- Vamos logo, pessoal! O Jamie vai casar, caramba! Uhul! - Matthew surgiu afobado, novamente arrasando corações com aquele terno preto que o fazia se tornar uma cópia fiel - porém um pouco menor - de . Suspirei, apaixonada pela cena.
Bom, estava na hora do casamento de Jamie.

Quando os recém-casados chegaram à recepção, não houve um único ser que não limitou sua existência a aplaudi-los veementemente e sorrir, fazendo com que o casal percebesse a grandiosidade da felicidade e amor que sentíamos por eles. Resistir às lágrimas, talvez pela centésima vez, se mostrou uma tarefa impossível quando Jamie veio em minha direção, abraçando-me fortemente. Era quase assombrosa a maneira como ele estava bonito... Parecia que o casamento lhe caíra muito bem, aliás, em ambos. Emma estava deslumbrante, feito uma princesa. Os dois não conseguiam largar um do outro, sorrindo e rindo de coisas que apenas importavam aos dois.
Todos os medos que os afligiram por dias simplesmente se dissiparam. Simples assim.
- Mal posso esperar para casar! Casamentos são muito maneiros! - Matthew comentou de repente, distraído com o docinho que degustava.
- Você não disse que beijar era nojento, Matt? - tratou de relembrá-lo, estranhando a maneira como rejeitei uma taça de vinho posta a minha frente.
- Beijar sim, casar não! - explicou nosso filho, encolhendo os ombros.
- E o que você acha que os casais fazem, ursinho? - pedi risonha, controlando-me para não devorar toda aquela bandeja com típicos quitutes de casamento.
- Eles dão muita risada juntos, ficam dançando sem motivos, estão sempre sorrindo um para o outro e... - o garoto enumerava em seus dedos, adquirindo um semblante digno da criança inteligente que sempre foi. - Fazem muitas guerras de travesseiro!
- Guerras de travesseiro? - arqueou as sobrancelhas em pura confusão.
- Sim, pai. Esses dias eu ouvi vocês dois no quarto, estavam fazendo assim "Ooooh", igual se faz quando alguém acerta o rosto da gente com um travesseiro!
e eu nos entreolhamos, depois nos seguramos para não explodir em gargalhadas.
E pedidos de socorro.
- É exatamente isso que sua mãe faz quando eu acerto um "travesseiro" no "rosto" dela. - meu marido fez aspas com os dedos duas vezes, deixando-me boquiaberta, precisando segurar um de seus ombros e esconder meu rosto sobre o mesmo, ainda sem capacidade para cessar minha crise de risos. - Aliás, ela adora o meu... Travesseiro.
- Claro que adoro, ele é tão... Confortável. - respondi sorridente, ouvindo a risada gostosa de tomar conta da área onde estávamos. Matt riu inocentemente. Felizmente é claro, ele não tinha qualquer mínimo conhecimento da cortina de malícia que envolvia seus pais naquele instante.
- Eu vou ser um marido legal igual o papai! - nosso filho voltou àquela questão, todo pomposo.
- Legal?! Eu sou um marido maravilhoso! - porém o corrigiu, ainda mais pomposo. Deus, esses homens da minha vida...
- Tudo bem, quase igual o papai. - Matt refez sua promessa, estreitando os olhos . - Meu ego não vai ser tão grande. - concluiu, rindo da expressão surpresa de .
- É aí que você se engana, garotão. Isso é genético! - o homem se defendeu, cruzando os braços a altura do peito, sem deixar de demonstrar que estava muito satisfeito com tal conclusão.
Pouco tempo depois, Matthew se cansou de comer e foi brincar com as outras diversas crianças que circulavam por ali - inclusive Sophie -, deixando e eu a sós. Permanecemos em silêncio por um tempo, até que fora necessário apenas uma troca íntima de olhares para que uma decisão fosse tomada.
- Slutty Wedding Sex?¹ - sugeri, mordendo meu lábio inferior com certa força ao enxergá-lo respirar fundo, concordando com um olhar irresistível; um olhar que, aos poucos, tinha poder até mesmo de fazer minha calcinha cair. Ops.
- Agora! – determinou. E então nós nos levantamos e seguimos para uma área mais reservada do enorme campo onde a recepção acontecia, sendo outra vez o casal adolescente cujas chamas de desejo não se apagariam por nada.
Ninguém notaria nosso sumiço repentino, certo?

não demorou a pressionar meu corpo contra uma árvore, e em seguida contra o seu, afundando as pontas de seus dedos famintos em minha cintura. Roubando meu fôlego e compostura de uma vez só, enquanto me beijava como se eu fosse o ar que ele passara tempo demais sem ter. Dez anos beijando aqueles mesmos lábios irresistíveis, que sabiam como me fazer a mulher mais feliz do mundo - em todos os sentidos que você quiser considerar -, e a sensação nunca mudaria. Pelo contrário, ela crescia progressivamente, cada vez mais.
- Eu acho que nós chegamos, ... - já arfando, cessou a própria fala para olhar fundo em meus olhos, tão perto de conseguir alcançar o que queria: O zíper do vestido.
- Chegamos onde, ? - pedi um pouco desnorteada com as chamas que sua boca alastrava por minha pele em beijos cálidos.
- No ponto certo! - então ele revelou um sorriso, este digno de estar entre os melhores que já presenciei. - Deus, você nunca esteve tão atraente como está agora... Eu sinto como se agora tudo estivesse completo. Apesar de termos vivenciado grandes experiências, é agora que eu sinto como se estivéssemos completos em tudo que envolve nosso relacionamento. Agora estamos prontos para vivê-lo de verdade, com tudo que há direito. Sabe por quê? - demonstrei curiosidade extrema, desistindo por segundos - apenas segundos - de livrá-lo daquela gravata. - Porque já passamos por muita coisa e quanto mais eu luto ao seu lado, mais eu me sinto pronto para mais.
- Acho que esses obstáculos foram para nos preparar e deixar a nossa cumplicidade no ponto certo. - concluí admirada, embrenhando meus dedos entre os cabelos de sua nuca eriçada.
- Quer ir ainda mais longe? - ofertou sedutoramente meu marido, já voltando a atacar meu pescoço.
- Por favor!
A fórmula, a real definição da felicidade estava nos dias em que eu passava com ele.
Porque nós éramos e , nós jamais desistiríamos de buscar sempre mais. Nós escalaríamos qualquer montanha e chegaríamos ao topo, eufóricos pela vista. Nós afundaríamos até as profundezas mais assustadoras de um oceano, mas emergiríamos com o auxílio um do outro e seria o sol quem nos receberia de volta.
Nós sempre seríamos muito mais que um homem e uma mulher que trocaram alianças e dividem uma cama. Nós sempre seríamos a prova que finais felizes existem, sim, mesmo que não seja como muito se imagina.
Quanto eu estava com ele, a palavra "impossível" se dilacerava em mil fragmentos dispensáveis. Eu me sentia pronta para o que quer que o destino tivesse reservado para mim, eu me sentia pronta para ser quem ele precisasse que eu fosse, de amante a melhor amiga. Eu reorganizaria as constelações, se isso aumentasse o brilho em seus lindos olhos. Eu escalaria a mais alta das montanhas, se o seu maior sonho estivesse lá em cima. Eu poderia mover a terra e modificar a direção dos céus, mesmo que o mundo tivesse que se adaptar a seguir girando em uma nova direção. E mesmo que isso aconteça, eu tenho certeza que vamos encontrar uma maneira de continuar juntos, de continuar a viver o que nós temos. E ainda teríamos.

- Aren't you somethin' to admire, cause your shine is somethin' like a mirror; and I can't help but notice, you reflect in this heart of mine. If you ever feel alone and the glare makes me hard to find, just know that I'm always parallel on the other side... - oh, é claro. Um casamento das pessoas que eu amava não estaria completo sem um pequeno show de minha parte. Iniciei um cover acústico de Mirrors do Justin Timberlake, dedicando-o totalmente aos noivos e conquistando a atenção de todos os convidados, mesmo que alguns preferissem dançar lentamente ao redor. - Cause with your hand in my hand, and a pocket full of soul, I can tell you there's no place we couldn't go. Just put your hand on the glass, I'll be tryin' to pull you through... You just gotta be strong. - meu olhar perpassou por toda a área, chegando exatamente ao lugar certo no instante seguinte. Aquela música dizia tanto sobre e eu também. Demonstrando ter pensamento semelhante, ele sorriu, sem deixar de morder os lábios e evidenciar de todas as formas que podia o quanto adorava me ver ali, sobre um palco, fazendo uma das coisas que mais amava. - Cause I don't wanna lose you now, I'm lookin' right at the other half of me. The vacancy that sat in my heart is a space that now you hold. Show me how to fight for now, and I'll tell you, baby, it was easy comin' back into you once I figured it out you were right here all along. It's like you're my mirror. My mirror staring back at me...
Oh, não posso deixar de mencionar quem era o responsável pelo violão. Matthew. Sim, meu Matthew.
Fiz questão de ensiná-lo com dedicação quando o pequeno, há alguns anos, se aproximara com seu pequeno violãozinho e aqueles olhinhos pidões irresistíveis. Desde então, nada poderia segurá-lo. O talento era certeiro. E lá estava ele, totalmente concentrado ao meu lado, dedilhando seu violão com mãos de um verdadeiro artista. Sabia tocar direitinho! Passamos dias ensaiando, e o resultado não poderia ser melhor.
Bom, acho que alguém puxou a mãe, mas só um pouquinho.
Os filhos, definitivamente, nos ensinam muito sobre a vida. Crianças sempre ensinam mais do que aprendem, essa é a verdade.

Todos dançavam em uma pista de dança comandada pelos noivos e alguns outros mais corajosos.
Dirigi-me até um espaço próprio para que casacos, bolsas e outros pertences fossem guardados, vasculhando em minha bolsa até encontrar o que procurava. E não acreditava estar, de fato, procurando.
Quase pulei de susto ao girar em meus calcanhares e me deparar com Emma, esta ofegante e com as bochechas coradas, provavelmente por ter dançado demais.
- , você é um gênio! Não senti mais enjoo algum, acredita? - garantiu a noiva, demonstrando-se muito aliviada.
Antes que eu pudesse respondê-la, senti meu estômago embrulhar, lançando um olhar que transmitia um pedido de desculpas e que aguardasse um instante, pois eu precisava muito encontrar um banheiro naquele momento.
Felizmente ninguém me viu quando praticamente empurrei meu corpo dentro de um dos banheiros, trancando-me em uma das cabines.
Fiz o que tinha que fazer e, um pouco tonta e trêmula, não encontrei outra saída senão fazer aquele teste de uma vez. Mais uma vez. A terceira vez.
Até a semana anterior, eu mal consideraria a hipótese de estar grávida. Tinha trabalho para me dedicar, filhos para cuidar, um marido para cortejar e permitir que me cortejasse mais ainda. Tanto é que, após tantos cortejos, lá estava o provável resultado.
Já estive grávida duas vezes, então como pude não notar sinais tão característicos e evidentes?
- Deus, eu sou uma coelha! - exclamei sozinha, porém um pouco alto demais, encarando boquiaberta o teste de gravidez positivo a minha frente.
E então, todo um turbilhão de sensações e emoções retornara, depois de anos adormecido.

Quando deixei o banheiro, congelei meus passos ao avistar meu marido se aproximando. A rosa que seus dedos seguravam, fora prontamente estendida em minha direção, então não hesitei antes de tomá-la em mãos, sentindo seu aroma suave e encantador.
- Flores, ? Alguns diriam que isso é algo um pouco ultrapassado... - gracejei, certa de que aquilo jamais seria verdade.
- Ultrapassado seria pensar que a minha garota não merece o melhor, não merece se sentir a mulher mais amada do mundo. E ela é. E se quiserem me chamar de ultrapassado, tudo bem. - me puxou para si, unindo nossos lábios em um selinho duradouro. - Posso até dizer que vim de outra época, porque soube que houve uma confusão e o amor da minha vida foi parar no futuro, então construí uma máquina do tempo e aqui estou. - explicou brilhantemente, conquistando risos de minha parte em seguida.
Que criativo esse meu marido, não?
- Ah, essa seria uma história e tanto para contar aos nossos netos. - arregalei os olhos assim que finalizei a frase, ainda incrédula com o que aconteceria em alguns meses. Quer dizer, duas coisas aconteceriam em alguns meses. Dois bebês, mais precisamente falando. - Eu disse netos?! - verifiquei, divertindo , que já estava sem gravata e com os cabelos sedutoramente bagunçados.
- Disse. - garantiu risonho. - Não é mais uma realidade tão distante. Quer dizer, é uma realidade extremamente próxima. - concordei, contagiada por sua alegria infindável.
- E quer saber? Você está certa. Vamos lá, vamos viver o máximo que pudermos de cada dia, afinal, precisaremos de muitas histórias para distraí-los, certo?
Quando o chamei para irmos dançar, segurou uma de minhas mãos, impedindo a continuidade de meus passos até a pista. Meu corpo fora virado em um rodopio, até que o homem me capturou em seus braços novamente, mantendo os olhos intensos fixos aos meus, como se seu maior objetivo fosse ler e desvendar pedacinho por pedacinho de minha mente.
- O que foi, meu amor? – pedi, um pouco receosa com a estranha análise que ele fazia de mim, da cabeça aos pés.
- Esqueceu que eu sou formado em medicina agora, mulher? Eu sei o que está acontecendo com você. Oh, e como sei... - por um instante, pude jurar que seus olhos estavam marejados. Como nas outras duas vezes. Exatamente igual, ou ainda mais. - Mas quero ouvir da sua boca. Vamos, ... Me diga.
A esperança e expectativa moldaram e iluminaram seu rosto.
Encarei o céu acima de nós, rindo embevecida com suas palavras. Claro, como pude tentar esconder uma suposta gravidez de meu doutor?
- Você venceu, Doutor ... Eu estou grávida! - ergui ainda mais o nível de minha voz, levando as mãos até o rosto em uma manifestação de pura surpresa e euforia. - Acabei de descobrir, meu amor. Dá para acreditar nisso? - mordi o lábio, esperando fervorosamente por suas reações seguintes.
O homem avançou em minha direção, conseguindo nos derrubar sobre a grama enquanto se mostrava determinado a beijar todo meu rosto quantas vezes fosse capaz. Já com a barriga dolorida de tanto rir, desfrutei de alguns segundos de silêncio, chegando a uma conclusão.
- Pois é, parece que nossa fábrica ainda produções pendentes. - soprei com ansiedade, já imaginando toda aquela linda rotina que viveríamos. Sophie já estava crescida o suficiente para que, eventualmente, e eu considerássemos fazer outro bebê, certo?
- Vou poder relembrar como você fica ainda mais gostosa quando grávida. - o homem ao meu lado soou extremamente provocante, apesar do olhar cativado. Olhei-o sedutora, fingindo que não sentia as borboletas dominarem meu coração com comentários como aquele. - Já pensou se tivermos gêmeos dessa vez, ?! - arregalou minimamente os olhos, expondo uma vontade que fez meu coração acelerar. Um pouco assustada, limitei-me a entreabrir os lábios e sugar a máxima quantidade de ar que consegui. Bom, só nos restava esperar.
- Isso é sério?! - Jamie surgiu do nada, vindo a passos vertiginosos em nossa direção, arriscando até mesmo se sentar sobre a grama conosco. - Vou ser pai e novamente irmão ao mesmo tempo? - quando aquele garoto deixaria de me hipnotizar com seu sorriso sempre tão cheio de vida? Por Deus!
- Não necessariamente ao mesmo tempo, porque eu devo estar de poucas semanas, enquanto a Emma já está de quase quinze, então...
- Gêmeos, mãe. Definitivamente! Lembra o que eu disse quando a Sophie nasceu? - a memória surgira imediatamente, fazendo todos os meus poços eriçarem, dos pés a cabeça.
- Viu só, ? - se manifestou, se esforçando em vão para conter a felicidade que se mostrava visível até mesmo em suas mãos inquietas.
- Ei, rapazes! Vamos deixar meu útero trabalhar em paz, certo? - exigi, fingindo um bico entristecido.
- Querem apostar? - Jam desafiou, de repente ainda mais entusiasmado, porém entrou em um mar de reflexões pessoais logo em seguida, ao avistar Emma vagar de um lado para o outro com algumas amigas que foram suas madrinhas. - Vocês vão ter que ensinar muita coisa para a Emma e eu. Sério, muita coisa! Por exemplo, como não desmaiar quando sua mulher estiver em trabalho de parto. - Jamie constatou impressionado, olhando distraidamente para o chão, provavelmente imaginando as sequências de imagens de seu futuro.
- Acredite, Jam, de bebês nós entendemos muito bem. - garanti, ficando de pé. E lá vamos nós de novo... Comer para dois, viver para dois, amar para o infinito.
- E de fazer bebês mais ainda! - a disposição explícita na frase de me fez abraçá-lo por trás, rumando até a área onde daríamos continuidade à comemoração.
Agora em dobro.

Já no fim da festa, Jennifer, Karlie, Charlotte e eu estávamos no banheiro feminino, presas entre papos dignos de um clube da calcinha e retoque de nossas maquiagens. Cada uma ocupava um espelho, e as risadas eram garantidas. Elas não cansavam de me parabenizar pela gravidez, alegando que logo e eu teríamos que abrir mão de nossos carros comuns e investir em uma van durante as viagens em família. Bom, talvez fosse mesmo verdade.
Observei todas elas bem ali, minhas melhores amigas. Jennifer era uma estilista de sucesso, sempre tão linda com seus cabelos loiros e o jeito sempre cômico de se portar. Karlie escolhera permitir que os cabelos castanhos crescessem; não que tamanho de cabelo fosse interferir em seu trabalho como jornalista de uma das maiores redes da Inglaterra. Charlotte, a caçula de nosso grupo, já havia se tornado uma mulher, uma talentosa arquiteta com a vida plenamente feita. Estava casada com meu irmão Peter, aliás.
Aos risos escandalosos e sussurros hipersecretos, deixamos o banheiro, nos deparando com uma das cenas mais épicas que poderíamos querer enxergar.
Dominic vinha em um dos cantos, segurando o pequeno Tyler, seu filho único - por enquanto - com Jennifer. Caleb vinha ao seu lado, trocando um sorriso amoroso com Rose, sua filha mais velha com Karlie, mas sem deixar de dar a devida atenção que Kimberly, a bebê em seu colo, exigia. Peter, ainda um pouco inexperiente com a paternidade, tentava fazer Mason, seu primeiro filho com Charlotte, cessar o chorinho com o auxílio de um de seus brinquedos.
Por último, um de óculos escuros, que surgira em meu campo de visão correndo com Matthew e Sophie, como se fosse uma terceira criança entre ambos.
Realmente, a paternidade lhe caía excessivamente bem.
Imaginei como seria nossa vida em alguns meses, quando tivéssemos mais um pinguinho de gente entre nós. Ou dois? Será? Dessa vez seriam gêmeos? Mistérios, mistério...
Os homens se aproximavam todos cheios de si, exibindo a paternidade em sua pura essência, como uma charmosa e divertida liga de super-heróis. Super pais, no caso.
Semelhante a uma cena de filme, nós transformamos os dois grupos de pessoas em apenas um. Os pais do século encontrando as mães do século, e então todos seguimos pela mesma direção, em uma enorme família que não se abalaria por nada.
Adultos, apesar das infantilidades. Exageradamente felizes, apesar de tantas cicatrizes para guardar. Amigos, em qualquer circunstância.
Na vida são poucas as coisas que refletem a eternidade, mas quando você encontra uma delas, ou talvez mais de uma... É impossível desviar os olhos.
E vivê-las, com dedicação.

¹ - O termo foi muito usado na série finalizada "One Tree Hill" (vulgo: a melhor de todas!) A explicação seria mais ou menos essa: em um casamento sempre há um casal fazendo sexo, digamos, quente! hahahaha


FIM



Nota da autora: E ai, gente, tudo belezinha? Nossa, quem diria que eu estaria enviando algo relacionado à Secretary novamente para o FFOBS. Foi uma surpresa muito grande quando recebi o convite pra participar do Especial da Saudade. Coloquei os dedinhos rapidamente pra trabalhar e o resultado foi esse. Bom, nada muito elaborado, mas digamos que a faculdade não me forneceu muito tempo pra bolar algo melhor. Mesmo assim, espero que seja o suficiente pra matar um pouquinho da saudade que S. deixou, né? As meninas lá do meu grupo no facebook já vinham sendo preparadas pra essa surpresinha, e espero que os acontecimentos de Lucky tenham feito vocês perceberem que eu não sou uma criatura tão maldosa assim HAHAHAHA Fiz de coração, meus amores <3
Enfim, é um short pra ler sem grandes pretensões e adoçar um pouquinho o dia.
Muito obrigada ao site pela oportunidade, de verdade, até porque sem ele toda a saga de Secretary jamais teria começado. É isso! Beijos, pessoas, até qualquer dia!
P.s.: Essa última cena foi inspirada em uma do filme "O Que Esperar Quando Você Está Esperando". Quem já assistiu, vai saber exatamente qual é!

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