Autora: Saáh Dias | Beta-reader: Nelloba Jone


Fanfic revisada por Amanda Souza


Prólogo

Faltavam dois minutos para meia-noite. Ela correu até a enorme árvore de Natal que null e ela compraram havia dois anos. Escondeu-se atrás dela e achou um lugar perfeito para a carta ficar, sem que ninguém a visse. Saiu lá de trás sorrindo, indo até todos que já cantavam uma música alegre de Natal.

Um pedido para um velho amigo pode mudar tudo.
Mais uma vez, a magia do Natal está no ar!


Capítulo 1

- Fique longe, null! Tá querendo azarar o casamento? - o som agudo do grito da irmã de null null, null null, chamou a atenção de null. Ela experimentava seu vestido de noiva para que a costureira desse os últimos retoques.
null havia atiçado o desespero da irmã só porque tinha tentado espiar pela fresta da porta onde as mulheres de sua vida — sua mãe, sua irmã e sua noiva — estavam trancadas há mais de uma hora. A curiosidade era grande para saber o que tanto elas faziam ali.
- Pare de bobagem, null! Nada mais me impede de casar com essa mulher! Nem mesmo uma superstição idiota! - pôde-se escutar o bater da porta na cara dele, seguido pelo barulho da chave sendo virada. A gargalhada de null preencheu os ouvidos de null. - Você é paranoica, null!
- Vá pro inferno, null! Deixe-me trabalhar aqui! - um sorriso se apossou dos lábios de null quando a cunhada retornou para perto dela. - Eu não sei como você conseguiu suportar ele por tanto tempo! - null negou com a cabeça, pensando em como os dois irmãos pareciam estar com cinco anos quando estavam juntos.
- Não se mexa, por favor, querida. - a costureira disse e null voltou a se paralisar.
- Onde é que a null se meteu? - perguntou pela a amiga ao reparar que sua ida ao banheiro estava demorando muito mais do que o habitual.
- Vai ver ela encontrou o null no meio do caminho.- null disse com seu maior tom de pervertida, arrancando uma boa gargalhada de null.
- Tomara! Esses dois estavam brigados de novo, pra variar. - a costureira se afastou de null, analisando o vestido e vendo se não havia mais nenhum retoque a ser feito. - Nunca vi um casal brigar tanto igual àqueles dois!
- Está pronto! - disse a costureira, admirada com seu trabalho. null e null pararam para admirar a noiva. null se sentiu envergonhada e ao mesmo tempo curiosa para ver como havia ficado.
- Você está... Incrível! - a futura sogra de null tinha lágrimas nos olhos ao vê-la vestida de branco. - Espere só o meu filho ver isso! - falou animada, indo até ela e a encaminhando até o grande espelho no canto do quarto.
A visão que null teve lhe tirou o fôlego. O vestido caía tão perfeitamente bem que a deixou impressionada, mesmo que já tivesse se visualizado nele algumas vezes.
Ele era feito de um corpete que realçou a cintura de null e a deixou ainda mais fina, saindo uma saia rodada, bem volumosa, como naqueles filmes de princesa da Disney.
Toda a extensão da saia era preenchida por desenhos de flores moldados à mão por pequenas pedras que brilhavam na luz. Essas flores se estendiam até a longa calda que acompanhava a saia e null pôde ver que teria dificuldades em andar pela igreja com aquela cauda enorme. Culpa de null e null. Mas, no fim, ela estava completamente encantada com o vestido.
Ainda havia um colete de renda, de mangas compridas, que cobria totalmente seu busto à mostra por causa do corpete. null sempre quis se casar com um colete daqueles, principalmente em Dezembro. Ela sempre se imaginou tirando fotos com a neve caindo, null ao seu lado com seu terno preto destacando-se em meio ao branco do lugar.
null voltou a encarar o espelho e respirou fundo. null apareceu em seu campo de visão. Em mãos, ela segurava seu buquê de noiva. Rosas.
Rosas vermelhas.
O vermelho era em homenagem ao Natal, ao tão especial Papai Noel que havia lhe ajudado há cinco anos a encontrar null, encontrar o amor de sua vida.

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- Onde é que você estava, null? Eu te procurei em todo lugar! - null sentiu uma revirada em seu estômago. Não sabia se estava preparada para enfrentar aquilo tão cedo, mas sabia que null a ajudaria.
Ela saiu puxando a amiga pela mão, ignorando todas as reclamações da outra. Assim que elas chegaram ao quarto de hóspedes, null trancou a porta e desabou na cama que ali havia, segurando firme uma pequena sacola em suas mãos. Soltou um suspiro pesado.
- Amiga, tá tudo bem? - null sentiu o colchão afundar ao seu lado e a voz preocupada de null adentrar seus ouvidos. Ela conhecia bem a amiga para saber que alguma coisa muito errada estava acontecendo.
- null... Eu... - respirou fundo, tentando se manter controlada. - Eu... Ah, droga! É melhor você ver isso! - entregou à amiga a pequena sacola, desviando o rosto para um ponto qualquer do quarto. null franziu a testa, mas ainda assim pegou a sacola, onde dentro dela encontrou uma caixa aberta. Colocou os dedos dentro da caixa imaginando o que teria lá, com uma leve suspeita que foi confirmada assim que ela elevou aquele pequeno objeto estranho, que mais parecia um termômetro digital, no mesmo nível de seus olhos.
- null isso é... - null hesitou, ganhando uma confirmação de cabeça. - Mas o que essas tirinhas significam? Você sabe que eu nunca vi um desses na vida! – disse, vendo a amiga virar o rosto para olhá-la.
- E você acha que eu já tinha visto? Foi o rapaz da farmácia que me explicou tudo! - falou meio alterada, desviando novamente o olhar. - Eu tô grávida, null. É isso o que essas tirinhas significam. - ela levou as mãos até o rosto para esconder as lágrimas que começaram a descer.
null ficou chocada. Era muita loucura sua amiga estar ali chorando e dizendo que estava grávida, ainda mais faltando apenas duas semanas para o seu casamento.
- Amiga, você não precisa ficar desse jeito! Um filho trás muita responsabilidade, mas você e o null podem...
- null e eu? - null interrompeu, com os olhos vermelhos de tanto chorar. - Eu não quero nada daquele imbecil! - sua voz subiu uma oitava. - Eu te disse, eu não quero mais nada com ele! - as mãos de null foram parar em sua frente, na defensiva. null respirava muito rápido.
- Eu já te escutei dizer isso várias e várias vezes. - um olhar de indignação praticamente a perfurou.
- Desta vez é de verdade, eu te disse! - desta vez null é que a olhou com descrença.
- Mesmo assim, você tem que falar para ele. Você não fez esse filho sozinha, amiga! - null continuou em silêncio por um bom tempo.
- É, você tem razão. – disse, com uma expressão derrotada. null sorriu. - Vou ver se consigo fazer isso hoje. - null concordou com a cabeça.
- Ah, meu Deus eu vou ser titia! - null gargalhou com o leve escândalo da amiga, que logo a abraçou forte. - Nós temos que ir ao médico, marcar um ultrassom, escolher roupinhas e arrumar o quartinho! Tenho certeza de que vai ser uma menina! - a amiga falou tão rápido que foi difícil para null acompanhar.
Toda aquela empolgação acabou tirando de sua cabeça, por um momento, o que lhe esperaria quando fosse contar ao null. Não tinha noção de que reação ele teria. Os dois não se falavam há cinco dias e null tinha uma leve suspeita de que a gravidez tinha acontecido na última vez que eles haviam reatado, há pouco mais de dois meses. Mas isso ela só saberia quando fosse ao médico.

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null respirou fundo antes de tocar a campainha do apartamento. Após um minuto que havia feito isso, null apareceu na porta, com uma cara de espanto ao ver null parada ali. Pela sua expressão amassada, null estava dormindo.
- Desculpe, eu não... Não quis te acordar. - null começou bem baixo, sentindo um enjoo repentino. Respirou mais uma vez para que aquela sensação desaparecesse, apesar de achar que ela não tinha muito a ver com a gravidez e, sim, com null parado em sua frente tão lindo como ela sempre achava depois que ele acordava.
- Não! É só... Eu não esperava que você viesse. - ele disse, os olhos cintilando em direção aos dela. - Entre! - apontou para dentro do aposento. null agradeceu baixo e entrou no lugar.
Reparou no estado da sala de estar. Garrafas de cerveja espalhadas pelo chão e mesa de centro, caixas vazias de pizza e embalagens de tudo o que eram tipo de bobeiras e porcarias industrializadas. O cheiro de cigarro impregnava o local, fazendo null enjoar de novo.
- Você não tem cuidado muito bem daqui. - ela disse com um sorriso tímido. null coçou sua cabeça, ligeiramente envergonhado.
- Bem, isso é o que acaba acontecendo quando a gente... Er... Você sabe! - nervoso, ele andou até a cozinha, deixando null com uma ligeira tremedeira e uma palpitação no peito. Em um minuto ele retornou com duas garrafas de cerveja. Ofereceu uma à null.
- Eu não tô podendo beber. - ela disse, recusando. Mas acabou se arrependendo de ter dito que não estava podendo beber. Isso, com certeza, atiçou a curiosidade dele.
- Por quê? - perguntou bebendo um pouco do conteúdo da sua garrafa. null gelou. Como ela explicaria? Começaria assim, do nada?
- Porque... - ela hesitou, vendo null a encarar com grande curiosidade. - Porque não vai fazer bem pro bebê. - foi praticamente inaudível, mas null conseguiu entender. null levou as mãos inconscientemente até o ventre. null seguiu suas mãos com o olhar, parecendo confuso. - Eu tô grávida, null.

Capítulo 2

- O quê? - a pergunta assustada fez o coração de null enlouquecer no peito.
- Eu tô... - ela ia repetir, mas foi interrompida pelo rapaz levantando-se nervoso na sua frente.
- Eu entendi! É só... Como isso aconteceu? - perguntou mais para si mesmo. null ficou muda, tentando engolir um choro que entalava sua garganta.
Voltou-se o silêncio desagradável. null estava perdido em pensamentos, parecendo-se lamentar internamente. Já null não estava em condições de dizer nada. O que passava por sua cabeça era que não era essa a reação que ela esperava dele.
- Você tem certeza disso? - a mulher só concordou com a cabeça. null pareceu ficar ainda mais desesperado, começando a andar de um lado para o outro. - O que aconteceu com aquela história de: “Eu não quero engravidar agora”? - perguntou exasperado.
- Não sei se você reparou, mas eu estou tão surpresa quanto você! - null disse, também alterando seu tom de voz. - Não é como se eu tivesse planejado isso, null! - uma grossa lágrima escorreu de seu olho direito.
- Eu sou muito novo para ser pai! - ele explodiu. - Tenho uma carreira brilhante, com muitos compromissos, coisas que eu ainda quero fazer e realizar, mas vou ter que deixar tudo de lado por causa da merda de um filho! - as palavras atingiram null como uma bomba.
- Não se preocupe. Eu vou cuidar da nossa merda de filho. - disse entre dentes, sentindo-se forte o suficiente para sair dali sem capotar. null deixou o apartamento de null às pressas, sem nem olhar para trás.
Assim que adentrou o elevador e viu que estava segura, desabou em lágrimas. Ela reviveu todos os passos daquela conversa, tudo o que havia sido dito, e se sentiu uma idiota por ter ido procurar o null. No fundo, ela sabia que ele não queria ser pai, que nada mais importava para ele do que a gloriosa carreira do McFLY, que só em imaginar algo que pudesse atrapalhar isso, fazia dele outra pessoa.
null enxugou as lágrimas assim que o elevador abriu. Respirou fundo e levou as mãos até seu ventre. Imaginou aquele local enorme, carregando um neném pequenininho que precisava do seu cuidado e proteção. Sentiu-se forte como nunca.
- Não se preocupe, meu amor, mamãe vai cuidar de você. - cochichou, deixando um pequeno sorriso se abrir.
Ela sabia o que fazer dali em diante. Ia ser forte. Engoliria o choro e superaria todo o medo, para que nada atingisse o seu bebê. Mesmo que isso significasse nunca mais ver o pai dele.

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- Ele não disse isso. - null falou baixo, surpresa pelo que havia escutado instantes antes de null. A amiga apenas concordou com a cabeça. - Nossa amiga. Eu... Não sei o que te dizer! - ela se aproximou de null e a abraçou de lado.
- Não precisa falar nada, null. Nada vai mudar o que o null me disse. - um silêncio se apossou das duas amigas por alguns minutos. Não era difícil reparar no quanto null estava abalada com toda aquela situação. Afinal, ela mal havia se recuperado do choque de estar grávida, agora tinha que lidar com o fato de não ter o apoio do pai da criança.
null tentava achar uma solução para toda aquela situação. Como resolver tantas coisas do casamento e ainda achar uma maneira de ajudar o null e a null? Ela sabia que não tinha resposta, mas teria que encontrá-la o mais rápido possível.
- Você marcou o médico para que dia? - perguntou, tentando desviar aquele clima ruim para um melhor, mais alegre.
- Amanhã à tarde. - null respondeu, animando-se ao lembrar que iria saber com quantos meses seu bebê estava. - Você vai comigo, não é? - perguntou. null concordou com a cabeça.
- Você acha que eu vou perder a primeira visão da minha afilhada? Não mesmo! - disse euforicamente, arrancando uma pequena gargalhada da amiga.
As duas voltaram a se calar, mas dessa vez era um silêncio mais agradável.
null se levantou da cama, indo até a janela do quarto de null. Olhou para a rua coberta de neve e sentiu um ar gélido bater em seu rosto. O pensamento logo voltou para a conversa com o null mais cedo e uma raiva misturada à decepção lhe invadiu.
- Eu vou embora de Londres, null. - a amiga virou o rosto para encarar null debruçada na janela, ainda visualizando a rua. - Eu não quero ter o meu bebê num lugar onde eu, nem ele, vamos ter paz. - null girou o corpo e olhou a amiga. - Eu não quero nada que me lembre do null nessa gravidez.
- Amiga, você não pode pensar assim! O null é o pai...
- Não. – ela a interrompeu, com a voz firme. - O pai do meu bebê morreu. Eu prefiro que ele pense assim, do que saber que o pai dele preferiu uma carreira a assumi-lo. - null se levantou, andando até onde a amiga estava. Encarou bem os olhos dela e viu ali a certeza de que sua opinião estava formada. E quando isso acontecia, ninguém além da própria null poderia influenciar naquela opinião
- Certo. Você é quem sabe. - ela deu um sorriso em resposta ao apoio. - Mas aonde você está pensando em ir?
- Pra casa do meu pai, talvez... - null ficou pensativa por uns segundos. - É. Acho que lá seria ideal! - a surpresa atingiu null em cheio. Sua boca abriu em um grande “O” e demorou um pouco para ela se lembrar de que tinha que dizer algo.
- Mas isso é no Canadá, null! - a amiga só deu de ombros em resposta, deixando null mais indignada. - Você não pode fazer isso comigo! Eu tenho que acompanhar os nove meses dessa gravidez! - sua voz subiu uma oitava, fazendo null sorrir de leve com o desespero da melhor amiga.
- null, eu não tenho escolha, me desculpe! - disse firme, deixando null extremamente nervosa. Ela tinha de achar um jeito de mudar aquela situação, mas o que fazer? - Depois do seu casamento eu vou embora daqui.
- Amiga, por favor! Pense melhor. - implorou. - Você está sendo precipitada! - null começou a negar com a cabeça. - Tome essa decisão depois do meu casamento, que tal? - null tentou e a amiga ponderou um pouco. No fim, null acabou concordando.
- Até o casamento! - ela apontou na direção da amiga, que sorriu alegre por ter conseguido ganhar algum tempo. - Agora, vamos voltar ao assunto da sua forca e do null. - brincou null, fazendo null rolar os olhos.

Capítulo 3

- Ele está arrasado, amor. - null comentou e null respirou fundo. - null nunca imaginou que pudesse ser pai por agora.
- Ninguém nunca imagina até acontecer. - ele concordou com a cabeça, parando de mexer no celular onde havia acabado de conversar com o null. - O que ele disse?
- Ele não quer ir. Disse que não está com cabeça pra isso. - null se aconchegou nos braços de seu noivo. - E até ele sabe que a null poderia matá-lo se o visse lá. - null negou com a cabeça.
- Ela poderia xingar, fazer o que quer que fosse, mas ela jamais impediria o null de ver o ultrassom do filho. - null deu de ombros. - Ela só está chateada, amor, mas ela amoleceria se o visse arrependido e comprometido com a gravidez.
- É, você tem razão. - ele deu um beijo no pescoço dela, o que lhe causou imensos arrepios. - A null não quer que o filho fique sem pai no fim das contas. Isso tudo é orgulho. - null concordou com a cabeça e depositou um selinho demorado nos lábios de null. - Tive notícias do Kevin hoje. - ele comentou ainda com os lábios colados aos dela. Ela se afastou para encará-lo. - Ele me disse que está quase certo de que dá pra adiar a audiência mais umas semanas.
- Então ele vai conseguir ir ao casamento? - null sorriu e concordou com a cabeça.
- É o que parece. - deu de ombros. null sorriu largamente. - Mas não é pra dizer nada a ele ainda. Só diremos quando houver certeza. - ela concordou com a cabeça.
- Eu imagino a cara de surpresa dele quando eu disser! - ela disse eufórica, imaginando a reação do amigo, Jefferson.

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- Você tá... Você tá brincando comigo, não é? - null negou com a cabeça, contente por ver a reação de Jeff. - Então, eu posso ir ao casamento? – perguntou, ainda sem creditar. null concordou.
- Não só você irá, como também será nosso padrinho. – agora, sim null viu a emoção tomar conta do rosto do amigo. - Se você quiser, é claro! - ela disse, dando de ombros.
- Não! É claro que eu quero! Eu só... Eu não mereço tudo de bom que vocês estão fazendo pra mim.
- Cara, pare de besteira! - null interrompeu. - Você salvou a vida da null! Salvou minha vida! - ele levou a mão ao ombro do homem. - Eu nunca vou conseguir te recompensar à altura por isso!
- Tudo isso é o mínimo que nós podemos fazer, Jeff! - null continuou. - E você sabe, mais do que ninguém, o quanto eu gosto de você! Seria meu padrinho de qualquer forma, mesmo se o Kevin não tivesse conseguido esse adiamento! - o rapaz sorriu, olhando para a amiga. - Seu lugar ainda estaria ali no altar. - ela sorriu.
- Então... Você aceita? - null perguntou, apenas para confirmação. Já sabia a resposta dele.
- Claro que sim! Nada me daria maior honra! - ele respondeu entusiasmado.
- Certo! - null bateu palmas em animação. - Você será nosso padrinho junto da irmã do null. Nós já conversamos com Tiffany e ela não viu problema nisso.
Uma pequena garotinha veio cambaleando até eles. null a visualizou e logo correu para pegá-la no colo.
- Oi, minha afilhada linda! - ela disse, depositando um beijo no rostinho dela. null viu a mãe dela, Tiffany, aparecer na sala também. – Hey, Tiff! - a mulher sorriu e foi para junto do marido.
- Amor, me deixe vê-la também! - null reclamou e todos gargalharam. - Só porque ela tem o seu nome você fica achando que ela é só sua propriedade. - ele comentou enquanto null colocava a menina no colo dele. - Não é, minha pequena Anna null? - a garotinha riu e levou as mãozinhas ao rosto do padrinho.
- Parece que ela concorda. - Jeff comentou aos risos. - Mas, voltando ao assunto, o que eu preciso saber sobre o casamento?

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null sentiu null segurar forte a sua mão. As duas se entreolharam quando as primeiras imagens do bebê apareciam na tela. null prendeu a respiração e sentiu lágrimas formando em seus olhos. O médico dizia algo, mas ela não conseguiu prestar atenção. O que importava era aquela estranha forma no visor, o seu bebê.
Eles agora se conheciam.
- Está tudo perfeitamente em ordem para o tempo de gravidez. - o médico continuou e, agora, null prestava atenção. - Pelo que posso ver, está com pouco mais de dois meses.
- Podemos escutar o coraçãozinho dele? - null perguntou, os olhos também brilhavam com as lágrimas. O médico sorriu.
- Ainda não há um coraçãozinho, mas logo, logo, vocês poderão escutá-lo! - as duas voltaram a se olhar, uma emoção incrível pairando no ar daquele consultório. - Pronto! O DVD foi gravado. Agora vocês podem rever a ultrassonografia. - ele começou a limpar a barriga ainda pequena de null, retirando o gel que auxiliava no exame.
As duas receberam mais alguns conselhos e indicações do médico obstetra e o DVD recém-gravado. Saíram do consultório juntas, os olhos brilhando ao encarar as pequenas crianças quando passaram pela área do consultório pediátrico. Não precisavam de palavras. null e null se conheciam muito bem ao ponto de lerem o pensamento uma da outra.
E null pensou que não via a hora de ser mãe de um filho do null.

Capítulo 4

Era véspera de Natal. Um jantar havia sido elaborado pela mãe do null, null, e pelo pai de null, null. Seria um jantar incrível e nada poderia deixar null mais nervosa por ter tanta gente em casa. Nada além de seu casamento, ou null indo embora dali a cinco dias.
Ela ainda não havia conseguido tirar aquela ideia da cabeça da amiga e, muito menos, convencer null a ir atrás dela. E agora, não havia ninguém mais desesperada do que null naquela noite. Ela não sabia o que fazer.
- null, fica calma, amor! - null repetiu pela milésima vez naquela noite. Ele se aproximou da noiva e levou suas mãos até seus ombros nus, fazendo uma pequena massagem. null fechou os olhos e tentou apreciar.
Ainda massageando, null levou os lábios até o pescoço da amada, fazendo uma trilha quente e molhada de beijos causar intensos arrepios nela.
- Não se preocupe. Tudo vai ficar bem. - ele sussurrou em seu ouvido. - Esse é o seu mês especial, se lembra? - ela respirou fundo quando ele mordiscou seu lóbulo. - No fim, Dezembro sempre ajeita tudo. Nosso casamento, null e null, tudo vai dar certo. - ela concordou com a cabeça, ainda completamente bêbada de sensações. Queria agarrar o noivo e nunca mais sair daquele quarto.
- Você deveria parar de me provocar dessa maneira. Você acha que essa greve é ruim só pra você? - ela sibilou, não mais do que um sussurro. null gargalhou baixo, o que fez ela se arrepiar ainda mais.
- Foi você que escolheu isso, lembra? - ela virou-se de frente para ele. - Mas fico feliz que essa tortura também atinja você. - ela tentou não sorrir, sem muito efeito.
- Isso é para o bem maior da nossa lua de mel! - tentou parecer indignada. - Depois daquele aquecimento no Brasil, o mais óbvio fosse que nós respeitássemos o fato de estarmos indo nos casar na Igreja. - null sorriu de leve. - É um local sagrado, null, e nós já desrespeitamos um dos mandamentos principais!
- Sim, sim! Eu entendo! - ele lhe deu um selinho. - Castidade e essas coisas. - tentou soar como se aquilo não tivesse importância, mas no fundo, tanto null quanto null viam aquele gesto como um pedido de desculpas a Deus. Uma reconciliação.
- Que tal a gente descer e encarar logo a loucura que está lá embaixo? - ela começou, voltando mais uma vez ao espelho. - Afinal, os noivos somos nós, não meu pai e sua mãe. - ele gargalhou de leve e concordou.

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Não foi fácil para null aceitar o convite de null e null para a ceia de Natal. Ela sabia muito bem que todos estariam lá, sabia muito bem que null estaria lá.
Ela não queria de forma alguma estar na presença dele.
Seria complicado, mas não havia formas de recusar um pedido tão árduo de null. Ainda mais se ela iria embora dali a cinco dias. Não podia recusar o pedido da amiga.
null se descobriu parada à porta da casa de null, sem nem ao menos ter tocado a campainha. Depois do devaneio de seus pensamentos, ela conseguiu escutar o barulho da conversa alta que vinha de dentro da sala. Sem perceber, ela estava procurando pela voz que tanto lhe causavam arrepios. Não conseguiu identificá-la.
Talvez ele desistisse de ir.
- Oi.
Ou talvez não.

null se virou devagar, sentindo o coração martelando loucamente em seu peito. Sua respiração falhou quando pôde visualizar null parado atrás dela, as mãos no bolso do sobretudo bege, um cachecol vermelho enrolado ao pescoço. Seus olhos brilhavam, por culpa da neve, pensou null. Não havia possibilidade de aquele olhar ser para ela. As coisas entre os dois haviam mudado muito nos últimos dias.
- Oi. - ela conseguiu dizer depois de ver o sorriso sem graça que null mostrava em seu rosto vermelho pelo frio.
O silêncio se instalou entre os dois, exceto pelo barulho que vinha da casa.
- Err... - ele coçou a cabeça por cima do gorro preto. - Como você está?
- Ótima! - ela respondeu baixo. - Na verdade, nós estamos ótimos! - null levou a mão direita ao ventre sem perceber. null pareceu notar e ficou ligeiramente sem palavras. - E você? - perguntou sem conseguir conter o seu tom curioso.
- Não tão bem quanto vocês, pelo que parece. - ele deu de ombros, sem olhar ela nos olhos. Depois respirou fundo, andando até onde ela estava. - Acho melhor a gente entrar. - disse ao lado dela. - Não vai fazer bem pra vocês... Er... Ficar aqui nesse frio. - parecendo desconcertado, null tocou a campainha, deixando null atônita pelo o que escutou.
Ele havia se preocupado com ela. Ela e o bebê.
Quando null abriu a porta, reparou pelo o olhar de null em null, que alguma coisa havia acontecido ali, e precisava muito descobrir o que fora.

Capítulo 5

- Isso é ótimo! - null quase gritou. - Ele está se preocupando com vocês! É sinal de que se importa! - null negou com a cabeça e null, de repente, murchou.
- Ele apenas quis ser educado, amiga. Ele não se importa conosco! Se ele se importasse, teria feito mais perguntas, teria perguntado pelo ultrassom, por exemplo, pediria desculpas! - ela se exaltou, algumas lágrimas brotando de seus olhos. - Daqui uns dias ele vai aparecer com uma mulher boazuda de peitos enormes e mais vulgar que a ex-namorada do null. - null tentou não rir. - Não vai demorar, tenho certeza!
- Primeiro, isso não é verdade! O null te ama! Só está assustado com a situação. - Ela rolou os olhos. - Segundo, ele jamais te trocaria por uma mulher pior do que aquela mulherzinha sem escrúpulos. Você está é com ciúmes, isso sim!
- Eu? - null concordou com a cabeça. - Com ciúmes daquele... daquele...? - ela estava exasperada, mas não sabia que palavra completar a frase. - Ah! Esquece! - desistiu, voltando para a sala e largando null gargalhando baixo perto da geladeira.

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A conversa durante o jantar era focada no casamento que estava por vir. null e null davam atenção a todos os assuntos relacionados ao casamento e, até mesmo, a lua de mel que teriam e o futuro que estava por vir.
null tentava acompanhar a conversa, sem muito sucesso. Não havia possibilidade, já que null estava sentado bem à sua frente, com um sorriso contagiante no rosto. Às vezes os olhares dos dois se encontravam e null rapidamente desviava seu olhar para seu prato de comida. E, às vezes, quando ela levantava o olhar para vê-lo, percebia que os olhos dele ainda estavam sobre ela. E sentia que todos na sala poderiam escutar seu coração batendo tão fortemente.
Depois de alguns minutos comendo, null se sentiu satisfeita. Um minuto depois sentiu aquele enjoo repentino que a acompanhava. Não havia tempo para pedir licença, ou avisar alguém, ela apenas se levantou rapidamente e correu para a escada, subindo os degraus de dois em dois para chegar mais rápido ao banheiro de hóspedes.
Quase não deu tempo de chegar ao vaso sanitário.

null percebeu a repentina saída de null e seus olhos se cruzaram com os de null. Ele parecia assustado. Ela percebeu que aquela, talvez, fosse a chance que aqueles dois precisavam. Sibilou um “Vá atrás dela” e null nem precisou pensar. Levantou-se rapidamente e refez os passos de null.

Quando null encontrou null, viu que ela estava vomitando na privada, sentada no chão frio do banheiro da casa de null. Seu coração deu um salto ao vê-la daquele jeito.
Ele correu até ela e segurou seus longos cabelos pretos com suas mãos. Ela só teve tempo de encará-lo para depois voltar a vomitar. Assim que ela acabou, seu corpo ficou mole e null, percebendo isso, trouxe-a para mais perto. Ela relutou um pouco no início, mas depois cedeu. Encostou sua cabeça no peito dele, respirando devagar, os olhos fechados.
- Você está bem? - ele perguntou, tirando o cabelo do rosto dela e acariciando suas bochechas. null entreabriu os olhos, ainda fraca.
- Estou. - voltou a fechar os olhos. - Não se preocupe, passa rápido. - ela sussurrou. null a abraçou mais forte e ficou imaginando como ela estaria passando por aquilo em casa. Será que tinha alguém para ampará-la assim quando aqueles enjoos aconteciam? Sua mãe trabalhava constantemente durante a noite, era enfermeira. Tremeu só de imaginar null sozinha naquele estado.
null voltou a respirar normalmente. Suas forças voltavam, mas ela sentia que poderia dormir ali no colo de null, com suas mãos a lhe fazer carinho nos cabelos, aquele seu olhar assustado quando a viu vomitando. Era o seu null que estava ali, do jeito que ela sempre quis que ele estivesse quando ela soube que estava grávida. Havia noites e noites em que ela imaginava os dois morando juntos, ele a ajudando quando passava mal, aquele mesmo olhar assustado no rosto. Imaginava ele acordando no meio da noite, indo a algum 24h para comprar qualquer baboseira que estivesse lhe dando desejo. Imaginava ele conversando com o bebê, deitado em sua barriga, dizendo besteiras como: “Vou te ensinar futebol e como chegar nas garotas”. Ou, se fosse menina: “Os rapazes não são legais, fique longe deles! Ir para o convento é a coisa mais bela da vida!”.
De repente, ela quis chorar.
- Hey! O que foi? - ele perguntou, assustado por vê-la chorando. - Dói em algum lugar? - ele levou a mão à barriga de null e esse gesto fez com que ela chorasse ainda mais. – Ah, meu Deus, eu vou te levar no médico! - percebendo seu desespero, null respirou fundo e negou com a cabeça.
- Não, null! Eu estou bem. - ele não pareceu muito certo. - É sério! É só... - por pouco ela contaria, mas achou melhor dar uma desculpa. - É só que eu fiquei muito emotiva com a gravidez. - ela disse baixo, olhando para a mão dele pousada em sua barriga de um jeito protetor. Deu de ombros para que ele se convencesse de vez. O que acabou acontecendo.
Os dois ficaram em silêncio. null se levantou um pouco para dar descarga, com null ainda com as mãos em torno de si. Ele tinha medo que ela voltasse a passar mal. Ele a fez voltar para o mesmo lugar em que estava antes, mas agora ela estava entre as pernas dele, ele com a mão direita ainda na barriga dela.
null sentiu a respiração de null em seu pescoço e estremeceu. Olhou para ele e viu que ele encarava fixamente seu ventre. Resolveu continuar calada. Pela primeira vez em dias os dois estavam juntos como um casal outra vez. E agora, estavam compartilhando um pensamento em comum. Iam ter um filho.

Capítulo 6

- Eu tenho um chiclete aqui. Você quer? - ele perguntou baixo depois de um longo tempo. null apenas concordou com a cabeça. O gosto de vômito em sua boca realmente não era bom. Pegou o chiclete e o colocou na boca, nas primeiras mastigadas conseguiu sentir o gosto de morango. Sentiu-se melhor.
- Obrigada. - ele sorriu de leve. Voltou seu olhar para a barriga dela.
- Como ele é? - null perguntou. null tentou não sorrir.
- Ele é apenas uma forma estranha, bem pequena. - ele a encarou. - É como uma bolinha, mas cheia de formas irregulares nela. - ele tinha um olhar muito fixado. Estava realmente interessado. - Eu gravei o ultrassom, se você... - ela hesitou. - Se você quiser ver. - deu de ombros, sentindo o coração bater forte em expectativa.
- Se não for incomodar você, eu gostaria sim! - ele sorriu largamente e ela fez o mesmo. - Dá pra saber o sexo? - ela negou com a cabeça.
- Ainda não, só a partir do quarto mês. - ele concordou com a cabeça e pareceu estar pensativo mais uma vez.
- null, eu...
- Hey, gente! - null percebeu que havia atrapalhado alguma coisa quando viu os dois abraçados daquela maneira. Deu seu melhor sorriso de desculpas. - Tá tudo bem, amiga? - null concordou com a cabeça, dando uma olhada em null. - Que bom! Então... - null hesitou. Ela não queria mesmo atrapalhar os dois. - null, tem uma pessoa te chamando lá fora. - ele franziu a testa. Não havia chamado ninguém. - É a Melanie. - null realmente não queria falar, mas não tinha escolha. null não ia gostar nada.
null deu uma olhada em null. Ela até tentou, mas não conseguiu conter a pergunta em seu olhar. Ele respirou fundo e se levantou, puxando null com ele.
- Eu realmente preciso ir. Desculpe. – disse, coçando a cabeça e saindo apressado do banheiro.
null e null se entreolharam. As duas se abraçaram por um tempo até que null estivesse pronta para descer.
null sabia. Não havia ninguém nesse mundo que null odiasse mais do que a Melanie. E null sabia bem disso.

#


- Hey! - null disse assim que saiu da casa do null e fechou a porta da frente. - O que faz aqui? - perguntou. Ela sorriu de leve.
- Foi mal, null, não queria atrapalhar o seu Natal, mas... - ela hesitou. - Você me pediu para te avisar quando conseguisse. - ela deu de ombros. null abriu um enorme sorriso.
- Você conseguiu? - ele perguntou, apenas para confirmar. Ela concordou com a cabeça, tão contente quanto ele. - Mas isso é ótimo! - ele ficou tão feliz que correu e a abraçou, rodando-a no ar três vezes. - Onde está? - perguntou com os olhos brilhando. Melanie mordeu o lábio inferior.
- Não é tão longe daqui. A gente pode ir amanhã...
- Não! - ele a interrompeu. - Eu quero ir hoje! Quero ter certeza, quero ver! - ela concordou com a cabeça.
- Imaginei que sim. Vou te esperar no carro, ok? - ela apontou o veículo estacionado e ele confirmou.
- Vou pegar as chaves do meu carro. - null apontou a porta da casa. Assim que Melanie virou-se, ele entrou no local. Acabou dando de cara com null.

Os olhos dela estavam cheios de lágrimas. O momento mágico que ela e null haviam compartilhado, de repente, desapareceu de sua mente. A única coisa que ela via era a felicidade de null com Melanie. Eles estavam juntos. Era a única explicação.
Quando null entrou, não houve tempo de null se recompor. Ele viu a decepção, a mágoa e a raiva nos olhos dela.
Resolveu que não poderia se explicar, afinal, não havia condições de dizer por que ele estava com Melanie. Porque ela havia o procurado. Se tentasse se explicar, teria que dizer a verdade, mas ainda não estava na hora de null saber.
null percebeu que ele não iria dizer nada. Iam continuar ali, olhando um para o outro tentando responder perguntas silenciosas. Mas ela não tinha mais paciência para aquilo.
Não tinha mais paciência para o null.
Não tinha mais paciência para nada.
null deu meia volta e saiu, indo até as escadas novamente. Não queria que ninguém a visse chorando. Não queria piedade de ninguém.
Ela tinha o seu bebê e ele agora era o que importava.

Capítulo 7

- O que ela estava fazendo aqui? - null entrou no campo de visão de null enquanto ele ainda encarava as escadas que null tinha acabado de subir. Piscou algumas vezes para poder se concentrar em null. - null, o que a Melanie fazia aqui? - ela quase gritou. Estava irritada. Mas é claro que não seria diferente, pensou null.
- Ela veio tratar uns assuntos comigo. - ele disse. - Eu não sabia que ela viria. É um pouco urgente, null. - a testa franzida de null dizia a ele que ela não estava aceitando muito bem aquela explicação. As mãos na cintura diziam que ela estava à beira de um ataque histérico. Ele quase sorriu com a semelhança de null e null.
- Será que você não poderia ter dito a ela pra ter te procurado amanhã? Caramba, null! Você sabe que a null a odeia! - null olhou para os lados, tentando encontrar a amiga. Não a viu em lugar algum.
- Desculpe, null, mas não tinha outro jeito. - ele disse exausto. Quanto antes resolvesse tudo, melhor. - E eu preciso ir agora. - passou por ela e foi até a mesa de centro da sala de estar, pegou suas chaves e voltou, achando null no mesmo lugar. - Dê um feliz natal para todo mundo por mim. - não esperou um resposta de null. Deu um beijo no rosto dela e saiu pela porta.

#


- Como ele... teve coragem... de trazer... aquela vadia aqui? - ela soluçava tanto que, se null não estivesse a abraçando, não teria entendido nada. - Ele saiu... com ela... deve ter ido... passar o natal... com aquela puta! - null respirou fundo. null havia errado, mas ela não podia dizer nada para não alimentar ainda mais a raiva e indignação da amiga. - E sou eu que carrego o filho dele na barriga! - ela gritou desesperada, voltando a chorar em seguida.
- Shh... Calma, amiga. Vai passar. – era a única coisa que null podia dizer naquele momento. - Tudo vai ficar bem. Eu tô aqui... - e ficou repetindo por um bom tempo, até null adormecer em seu abraço.
- Amor? - null reconheceu a voz de null vindo do corredor.
- Aqui! - falou um pouco mais alto do que um sussurro. null apareceu na porta em seguida.
- O que houve? - ele disse depois de ver null dormindo no colo de null, os olhos inchados por causa do choro.
- O null. - null se sentou ao lado dela. - A Melanie veio aqui atrás dele, a null viu. O null saiu com ela agora hà pouco. - null respirou fundo, levou a mão até a cabeça de null e fez um carinho ali. - Ela tá arrasada. - ele concordou com a cabeça.
- O null não tem juízo nenhum! – ele disse irritado. - Trazer a ex-namorada aqui, ainda mais a que null odeia mais que tudo... - ele hesitou. - Ela vai achar que eles têm alguma coisa!
- Ela não acha, amor. Ela já tem certeza. - os dois respiraram fundo ao mesmo tempo. - A situação tá complicada. - ela comentou.
- É. Acho que só mesmo um milagre pra ajudar esses dois. - null disse. null parou subitamente e se perdeu em pensamentos. – Vamos, amor. Já está quase dando meia-noite. - ela olhou para o noivo e concordou com a cabeça.
- Eu vou, em um minuto. Vou só... Ficar um pouco mais com a null. - cochichou. null sorriu de leve e lhe deu um selinho. Beijou a testa de null e saiu do quarto.

Um milagre!
Aqueles dois precisavam de um milagre!
E de repente, null sorriu. Havia uma chance.

Capítulo 8

null deu mais uma olhada na amiga. Ela ainda dormia pesadamente.
Voltou a encarar a mesa de escritório do null, onde ele escrevia suas músicas na maioria das vezes. Pegou a caneta e se concentrou. Fazia tempo que não fazia aquilo. A última vez... Bom, a lembrança ainda estava fresca em sua mente. Era uma de suas preferidas.
Respirou fundo e encarou o papel. Tinha de ser rápida.

Querido Papai Noel,

Faz muito tempo que não escrevo para o senhor, e eu realmente espero que não seja muito tarde!

O último pedido que lhe fiz, no Natal de 2010, foi realizado. Desculpe se eu não agradeci como deveria, mas aqui estou eu e vou dizer: Muito obrigada!
null e o Mcfly foram os melhores presentes que eu já ganhei na vida! Não existem palavras para descrever o quanto eu estou feliz, de verdade!

O caso é que ainda há um problema, não é comigo ou null, mas me deixa triste. Muito triste.
Não sei se o senhor conhece a minha melhor amiga null. Ela é uma das pessoas mais incríveis que eu conheci e está passando por um momento difícil. Ela está grávida do null e os dois tiveram um desentendimento muito grave. E por causa de tudo isso ela vai embora depois do meu casamento com o null.
Sabe, eu sei que eu já pedi demais e o senhor foi tão legal que me deu tantas coisas incríveis! Mas eu não posso simplesmente ficar parada vendo a vida da minha amiga desmoronar. Eu acabo desmoronando junto.
Então, lá vai o meu pedido! Eu quero que o senhor resolva as coisas entre eles. Que o null e a null voltem a ficar juntos e deem uma família legal para o meu afilhado que está por vir! Que ela não vá embora para o Canadá! Que os dois voltem a ser felizes!
Enfim, acho que é isso!

Desculpe por essa carta atrasada, mas o senhor era o meu último recurso!
(Mais uma vez).
Eu sei que já são 23:54 e daqui a seis minutos será Natal. Sei que o senhor não pode fazer um milagre imediato e juntar esses dois até amanhã, mas nós temos até o meu casamento. Depois disso ela vai embora. O senhor tem até o dia 29 de Dezembro.

Espero mesmo que o senhor realize mais esse milagre de Natal.
Obrigada por tudo mesmo!

Ah! Feliz Natal!

Com amor,

null.



null desceu as escadas depois de cochichar um “Feliz Natal” para null. Faltavam dois minutos para meia-noite. Ela correu até a enorme árvore de Natal que ela e null haviam comprado há dois anos. Escondeu-se atrás dela e achou um lugar perfeito para a carta ficar, sem que ninguém a visse. Saiu lá de trás sorrindo, indo até todos que já cantavam uma música alegre de Natal.

Capítulo 9

28 de Dezembro de 2015

- Você está linda, amiga. - eu sorri para null, vendo-a pelo reflexo no espelho. - Eu estou tão feliz por você! - ela disse com um sorriso no rosto.
Eu sabia que ela estava se segurando, mas ela nunca poderia me enganar. A tristeza estava estampada no rosto dela. E acho que agora também estava no meu.
- Você não precisa ir embora, sabe? - eu disse baixo. - Posso te pedir em casamento e ser o pai do bebê. null não ligaria se formássemos um triângulo amoroso. - ela gargalhou de um jeito triste.
- Eu tenho que ir, mas obrigada pela oferta. - brincou. Eu sorri. - Quando eu estiver de oito meses, mando um jatinho te buscar. - dessa vez quem gargalhou fui eu. null me abraçou. - Vou sentir sua falta amiga. Muita! - eu respirei fundo e a apertei em meu abraço.
- Eu também.

- Está na hora, garotas! - null apareceu na porta do quarto, linda em seu vestido azul marinho longo que realçou seus grandes olhos azuis. - Os homens já chegaram à Igreja e eu tive notícias de que o null está quase tendo um colapso nervoso! - ela parecia muito satisfeita com a informação, o que fez eu e null gargalharmos.
null pegou a ponta da cauda do meu vestido e sorriu para mim. Começamos a andar.
Todas as mulheres haviam se arrumado ali em casa, enquanto os homens ficaram na casa de null. Seria mais prático e espaçoso se nós estivéssemos na casa dele, mas o salão de beleza era mais perto da minha casa e assim facilitava para que a gente não precisasse sair.
Havia muitos paparazzi na porta de casa. null me fez sair pelos fundos, onde o carro de meu pai estava. Foi um pouco difícil entrar por causa do vestido, mas consegui. null foi dirigindo e null foi no outro banco da frente. Eu ocupei todo o espaço dos bancos de trás.
Quando conseguimos despistá-los, paramos no estacionamento da Scotland Yard onde Kevin me aguardava com a minha “Guarda Real”, como ele brincou.
Os três policiais e Kevin estavam vestidos com uma espécie de uniforme branco, realmente parecendo da realeza. Devia ser o uniforme de gala ou algo assim.
Desci do carro com certa dificuldade e me aproximei dele, que sorria.
- Permissão para dizer que a senhorita está linda. - ele bateu continência, o sorriso nunca deixando o seu rosto. Eu gargalhei.
- Permissão concedida. - ele abaixou a mão e me puxou para um abraço.
- null é um homem de muita sorte. - começou quando nos separamos. - Espero que você o faça feliz, e ele o mesmo.
- É isso o que eu mais quero, Kevin. - ele concordou com a cabeça.
- Vamos? - estendeu o braço para mim e eu o peguei. Saímos andando pelo estacionamento. - Eu acho que você vai adorar o seu transporte real. - brincou. Eu realmente estava morrendo de curiosidade para saber com que carro eu iria até a Igreja. Até então, a única pessoa que sabia era o null, e agora, o Kevin. E toda a Scotland Yard, é claro.
- Seu transporte. - ele apontou para o local. Segui sua mão e perdi o fôlego.
Era uma carruagem branca. Nela havia uns detalhes na madeira pintados de vermelho. Havia quatro lindos e deslumbrantes cavalos brancos, que logicamente puxariam a carruagem. Ela era bastante luxuosa e não daria para ninguém me ver, já que ela era daquelas carruagens bem antigas, parecendo sair de um filme do ano de 1900, ou até menos! Era toda tampada. Eu só conseguiria enxergar por uma pequena janela na porta da carruagem.
null e null sorriram para mim, tão impressionadas como eu.
- Acho que é melhor eu ir. Afinal, vou entrar com o noivo! - null disse todo empolgada. - Te espero no altar, querida. - beijou-me no rosto e saiu, indo em direção ao carro de meu pai. null iria comigo na carruagem.
- Vamos, null. Já estamos atrasados! - eu sorri para Kevin e aceitei a ajuda que ele ofereceu para que eu entrasse na carruagem pelos pequenos degraus de uma escadinha. A carruagem branca era bem alta.
- Acho então que estamos seguindo a tradição, não é mesmo? - ele gargalhou em resposta e foi ajudar null a subir. O que também foi difícil, se contar o vestido longo vermelho que ela usava.
Vermelho era a cor escolhida por mim para as madrinhas do casamento. Em homenagem ao Natal. Sabendo disso, null não poderia ter escolhido carruagem tão perfeita até nas cores!
- Não abra a cortina da janela! Não podemos deixar que te vejam. - Kevin explicou, segurando a porta da carruagem com a mão direita. - Fiquei sabendo que muitas fãs estão pelas ruas, esperando você aparecer. Já vai chamar bastante atenção essa carruagem. Não podemos deixar que descubram que é você que está dentro dela! - disse autoritário e eu concordei com a cabeça. Ele fechou a porta em seguida.
- É claro que não. Seria um desastre. - null cochichou. - Noiva de null null é morta a caminho do altar por fãs malucas! - fingiu estar apresentando um jornal de televisão. O rosto impassível, como se estivesse se lamentando. - Seria uma bomba para os jornalistas!
- null! - repreendi, mas não consegui esconder o sorriso em meu rosto.
Gargalhamos juntas, mas paramos subitamente quando sentimos um movimento repentino. A carruagem estava se movimentando.

Capítulo 10

A rua havia sido interditada. Havia uma grade de contenção colocada a mais ou menos dois metros da entrada da Igreja.
Fiquei impressionada com a quantidade de gente que estava ali.
As duas motos da polícia que haviam nos acompanhado na frente da carruagem pararam a certa distância. Em segundos, a carruagem também parou.
Parei de espiar pela cortina e encarei null. Ela sorriu acolhedoramente para mim.
Escutamos uma batida na porta e em seguida ela se abriu. Kevin sorria.
- Pronta? - eu respirei fundo. Fechei meus olhos.
Lembrei-me da primeira vez que vi null. A primeira vez que senti seus lábios nos meus. Aquele beijo roubado. Depois, o beijo consentido. A primeira vez que dançamos juntos. Nosso primeiro jantar. A primeira vez que ele cantou para mim a nossa música predileta. A primeira vez que fizemos amor.
Sim. Eu estava pronta.
Pronta para dizer “Sim” ao meu amor.

Concordei com a cabeça e abri meus olhos. Um sorriso estampado em meu rosto.
- Então, venha! As fãs querem te ver. E eu acho que mais alguém também está ansiando por isso. - ele deu uma piscadela e estendeu a mão para eu pegá-la.
Saí da carruagem com certa dificuldade. null segurava a cauda do meu vestido para não atrapalhar. Assim que desci, começou a gritaria das fãs.
Olhei ao meu redor e dei um pequeno aceno na direção deles. Vários flashes me atingiram nessa hora. Voltei a olhar para a entrada da igreja e vi meu pai andando em nossa direção.
- Você está tão linda, filha! - ele disse ao me abraçar. Senti que iria chorar a qualquer momento. - Está pronta? - acho que eu já havia respondido aquela pergunta um milhão de vezes naquele dia, mas não importa. Eu estava pronta!
Concordei com a cabeça.
- Amiga, eu vou para o meu lugar. - null disse com um sorriso nervoso nos lábios. E eu sabia bem porque ela estava nervosa. Ela estava indo para o lado de null. Os dois eram padrinhos juntos e nem null ou eu tivemos intenção de mudar isso. Concordei com a cabeça mais uma vez.
Dei uma olhada para o céu, que estava pintado com as cores do pôr do sol. Nuvens com tons de laranja e vermelho riscavam o céu e o deixava com uma visão mágica. Era um dia lindo.

#


null sentiu suas pernas tremerem quando avistou null. Ele, assim como os outros padrinhos, estava com o terno preto, uma gravata vermelha destacava na parte que aparecia de sua camisa social branca. Uma rosa vermelha estava no bolso do terno.
Os cabelos dele haviam sido penteados em um topete lindo, com o auxílio de muita pomada modeladora. Ela se pegou sorrindo ao encará-lo, mas esse sorriso murchou assim que seus olhos se encontraram. Ele sorriu, mas ela não quis retribuir o sorriso.
Não havia se esquecido do que acontecera.
- Vamos, vamos! Em fila, padrinhos à esquerda e madrinhas à direita! - null, que puxava a fila dos padrinhos e madrinhas, organizou. null se viu obrigada a ficar ao lado do null.
- Oi. - ele disse baixo. Ela não respondeu.
null respirou fundo. Sabia que ela estava chateada, mas quando lhe dissesse a verdade depois do casamento, ela iria reconsiderar. Iria perdoá-lo.
A fila começou a andar ao som de uma música tocada pela orquestra. null respirou fundo e se concentrou na cabeça de null que estava a sua frente, junto de sua esposa.
- Está na hora de enforcar o null. - Harry cochichou para null e null. Ele estava atrás dos dois com Izzy. null riu baixo e null acompanhou.

#


A marcha nupcial iniciou. Todos os olhares se voltaram para a entrada da Igreja.
null e null iam passo a passo. Depois de andarem por um caminho de velas, avistaram a entrada, onde as pessoas estavam. Onde null a esperava.
null sorriu, sorriu como nunca ao ver o noivo no altar. Ele também sorriu, deslumbrado ao vê-la em seu vestido de noiva. Sua beleza ainda mais destacada com auxílio dele e do véu que caía atrás de sua cabeça por cima do penteado de uma cascata de cachos por seus ombros. null nunca se sentiu tão feliz na vida como naquele momento.
Ele estava indo se casar com a mulher mais linda do mundo! Não acreditava em sua sorte.
null olhou para os lados e viu rostos amigos. Todos sorriam, felizes por eles dois.
Ela viu a mãe de null, suas amigas do Brasil, alguns colegas de infância de null, viu Fletch, James, os garotos do One Direction e do The Wanted. Havia artistas de televisão, do cinema, do teatro e, claro, da música.
Ela sorriu para todos eles e voltou sua visão para quem realmente importava: null.
Ao chegarem ao altar, null desceu os degraus que os separavam. null estendeu a mão direita e o puxou para um abraço.
- Cuide bem da minha menina. - ele disse baixo. Eles se separaram e null sorriu para o sogro.
- Sempre. - foi o que respondeu antes de receber null pelas mãos de null.
Quando as mãos dos dois se uniram, a música cessou. Eles sorriram um para o outro e se viraram para o padre.
Ele deu seus cumprimentos a todos e iniciou o casamento.

Capítulo 11

- As alianças? - null e null viraram-se para a entrada da Igreja após essa fala do padre. A música dos dois, “Take Me There” começou a ser tocada pela pequena orquestra ali presente. Tiffany apareceu com seu lindo vestido rosa de mãos dadas com a pequena Anna null, que levava na outra mão uma almofada branca. Em cima dela se encontravam as alianças de null e null.
A garotinha tinha um pequeno sorriso no rosto. Seu cabelo estava lindo com ondas nas pontas, e seu vestido branco com rosas vermelhas a deixava com um ar angelical. Uma pequena coroa de flores vermelhas estava pousada em sua cabeça.
null e null olharam para Jefferson e viram a surpresa estampada em seu rosto. Quando os olhares se encontraram, ele sorriu. Jeff não fazia ideia de que a esposa e a filha teriam aquela participação tão especial no casamento dos dois.
Quando as duas chegaram até o altar, Tiffany disse para a filha ir entregar as alianças para a madrinha. A garotinha foi até o casal e esticou a mão para eles. null e null abaixaram-se ao mesmo tempo.
- Hey, princesa. - null cochichou.
- Obrigada. - null deu um beijo na bochecha dela e ela sorriu. A música cessou e Tiffany pegou Anna null pela mão, indo se sentar em seus lugares no primeiro banco da esquerda.
- Bom. Então vamos ao juramento. - disse o padre.
Os dois estavam cada um com uma aliança na mão. O padre indicou que estava na hora deles darem as mãos.
- Certo! - o padre voltou a falar. - Como todos sabem, eu preciso fazer a pergunta mais importante da noite para esses dois. - null e null sorriram. - Mas antes eu tenho que dizer. Se existe alguém que tenha um bom motivo para que eles não se casem, fale agora ou se cale para sempre! - um silêncio absurdo surgiu. null e null olharam ao redor para as pessoas na Igreja.
Poderia parecer impossível, ou clichê, mas todo casal quando está se casando teme mais do que tudo aquela parte da cerimônia.
- Como eu pensei. - o padre disse, arrancando risadas aliviadas da multidão e dos noivos. – Então, agora. - virou-se para null. - null, você aceita null como sua esposa? - ele colocou o microfone nos lábios de null. Ele olhou profundamente nos olhos de null, que aguardava com ansiedade pela resposta dele.
- Sim. Eu aceito. - a Igreja explodiu em vários “Awwn”.
- E você, null? Aceita null como seu esposo? - o microfone foi parar nos lábios dela. E a resposta veio como a de null.
- Sim. Eu aceito! - outros “Awwn” saíram das bocas dos presentes.
- Então, podem fazer o juramento. Primeiro, o noivo. - o padre falou.
null respirou fundo.
Tanto ele quanto null escolheram fazer seus próprios votos matrimoniais.
- Eu, null, prometo que vou amar você, null, por todos os dias da minha vida. Como amei você na primeira vez que te vi, como amei você mesmo quando estivemos separados. - null sentiu os olhos encherem de lágrimas. - Você sempre foi a minha metade que andava perdida pelo mundo. A metade pela qual minha alma pedia loucamente para que eu encontrasse. - ela sentiu a lágrima teimosa escorrer por sua bochecha. null logo a limpou de um jeito delicado. - Eu até hoje pergunto a Deus o que eu fiz para merecer uma mulher tão incrível como você. Eu me sinto honrado por ser seu marido e nada, absolutamente nada fará com que eu me afaste de você, que eu deixe de te amar. Porque eu acho que isso seria totalmente impossível. - ele pegou a aliança e a deslizou lentamente pelo dedo dela. – Obrigado, null, por ser a melhor parte de mim. Eu te amo! - a Igreja explodiu em palmas. null viu o padre mover o microfone para ela.
Assim como null, ela respirou fundo.
- Bom, eu não sei se consigo bater um juramento tão lindo como esse, mas vou tentar. - ela escutou as gargalhadas de todos e se sentiu mais relaxada, mesmo que suas mãos ainda estivessem suando loucamente. - Eu, null, prometo amar você, null, por todos os dias da minha vida. Você que sempre foi um dos meus sonhos impossíveis, uma pessoa inalcançável, era o que me diziam. Só que ninguém jamais teve noção do meu amor. - ela fez uma pausa para tentar se controlar. - Eu amei você desde a primeira vez que te vi em um programa de televisão e te amei ainda mais quando te conheci pessoalmente no aniversário do Harry há cinco anos.
- Eu fui o cupido! - Harry falou alto, arrancando algumas gargalhadas.
- Várias pessoas foram responsáveis por esse encontro e eu jamais vou poder retribuir à altura. Porque você foi a melhor coisa que me aconteceu! O melhor presente que eu pude ganhar. Também fico perguntando a Deus por que ele me escolheu, já que você sempre foi um dos caras mais cobiçados e amados do mundo, então por que eu? Mas eu descobri o porquê. Quando as pessoas estão predestinadas umas as outras, não há nada nesse mundo que possa impedir que fiquem juntas. E foi assim com nós dois. - ela deslizou a aliança pelo dedo dele. Assim que finalizou, os dois entrelaçaram as mãos. - Pode parecer clichê, mas você é minha alma gêmea e eu amo você mais do que tudo no mundo, e vou continuar amando em todos os momentos, para sempre! - as palmas voltaram a explodir pela Igreja. null e null se encararam em meio às lágrimas de emoção.
Finalmente estavam casados!
- Então, agora, eu os declaro, marido e mulher! null, pode beijar a noiva! - os dois sorriram e se aproximaram, os lábios se tocaram com delicadeza e um beijo apaixonado surgiu.

Capítulo 12

- Se preparem! - null gritou de cima do palco. Uma multidão de mulheres solteiras fez barulho, ansiosas para que ela jogasse logo o buquê. Ela viu o lado em que a amiga se encontrava e virou de costas.
“Por favor, na null!” Pediu em seu pensamento.
null fez a contagem até três e jogou o buquê de rosas vermelhas.
- Na mosca! - disse com um sorriso de satisfação quando viu em quem caiu.
null encarou o buquê que voara diretamente para seus braços. Olhou para a amiga em cima do palco, que apenas sorriu e deu de ombros.
- Acho que alguém aqui vai se casar. - escutou a voz de sua mãe e sorriu, balançando a cabeça em negação. Era um complô, pensou.
- Mãe. Pare, ok? – pediu, desviando o seu olhar, e dando de cara com a última pessoa que queria ver. null.
Ele sorriu para ela. Parecia feliz por ela ter pegado o buquê. Na mesma hora, o coração de null doeu. O buquê de nada importava. Ela não tinha null mais.
De repente, sentiu que iria chorar. Não queria mais passar por aquilo. Ela iria embora no avião do dia seguinte, mas não podia mais permanecer na festa da null e do null. Não com o null ali.
- Mãe, importa-se de irmos embora? Eu não estou me sentindo muito bem. - a mãe dela franziu a testa. null percebeu o olhar dela desviando, indo de null para ela algumas vezes. Respirou fundo e concordou.
- Tudo bem, querida. Despeça-se da null e do null então.

null chegou até o casal que conversava com o James, Fletch, Harry e null. Puxou a amiga de lado.
- null, eu tô indo embora. - null franziu a testa sem entender. - Eu estou um pouco cansada, não me sinto muito bem. - null explicou. null pensou: “Você quer dizer: não quero ficar no mesmo lugar que o null”. Mas não disse isso em voz alta. Apenas concordou com a cabeça e lhe deu um abraço.
- Amanhã te vejo antes da viagem, então. - null concordou com a cabeça, feliz de não ter que responder mais perguntas como null normalmente faria.
- Até amanhã, null! - abraçou o rapaz. - Não se atrase amanhã! - null sorriu em concordância.

#


- Aonde ela foi? - null apareceu logo que null saiu da vista de null.
- Embora. - respondeu. - Foi para casa, disse que estava cansada. - ela explicou quando viu a preocupação atingir o rosto dele. – Sabe, null, vocês dois precisam parar com isso! Tá na cara que essa separação não tá fazendo bem algum!
null respirou fundo, concordou com a cabeça e puxou null para mais longe, para um lugar com menos gente.
- Eu sei, null, mas ela está muito brava comigo! Não quer me escutar. - null bufou com raiva.
- Mas não era pra menos, né, null? Você aparecer com a Melanie logo agora? Ela te perdoou aquela vez porque vocês estavam separados e você estava bêbado, mas ficar com a Melanie com a null grávida? Até eu estou puta de ódio de você! - ele parou subitamente, um olhar confuso no rosto.
- Espera! Ela tá achando que a Melanie e eu... - hesitou. null concordou com a cabeça, impaciente. - Meu Deus! Então é isso? - agora quem estava confusa era null. - null, vocês entenderam errado! A Melanie e eu estávamos...

null explicou toda a história para null, que de confusa e com raiva, passou para a compreensão e felicidade.
- Pelo amor de Deus, corre e vai atrás dela! - ela disse assim que ele acabou sua explicação. - A null vai pegar o primeiro avião amanhã para o Canadá! Ela já está com tudo pronto. Não quer ficar mais em Londres por causa desse desentendimento de vocês!
- O quê? - null praticamente gritou, nervoso. – Por que você não me disse isso antes?
- A null me fez prometer que não ia dizer, é óbvio. - ele levou a mão aos cabelos, bagunçado o trabalhoso topete. - E eu achei que vocês dois iam se resolver antes de ela ir embora. - null deu de ombros.
null deu um beijo no rosto dela e saiu correndo. null nem precisou perguntar aonde ele estava indo. Ela sabia.
Finalmente tudo iria ficar bem.
Mais uma vez, Papai Noel não a decepcionou.
Ela sorriu e sibilou um “Obrigada” para ele antes de voltar para o lado do marido.

Capítulo 13

Era a quarta vez que null tocava a campainha. A espera estava lhe deixando louco. Ele estava desesperado e o medo de null não escutá-lo piorava tudo. Ele não podia suportar a ideia de perdê-la.
De perdê-los.
A porta se abriu quando ele estava a caminho de tocar a campainha de novo. Uma null de moletom veio lhe receber. Quando ela viu que era ele, ficou paralisada.
Os dois ficaram um bom tempo se encarando.
null de repente resolveu que não queria escutá-lo. Começou a fechar a porta da casa. null, percebendo sua intenção, colocou o braço para impedir.
- Eu preciso falar com você. - disse, empurrando a porta devagar para que null a abrisse.
- Mas eu não tenho nada para falar com você. - foi o que ela respondeu. null viu que ia ser mais complicado do que ele havia imaginado.
- Então você não precisa falar! Apenas me escute! - ele rebateu. null bufou, mas parou de tentar fechar a porta. Cruzou os braços na altura do peito e esperou.
null respirou fundo.
- Eu sei que você está chateada comigo. Eu entendo! - ele disse sem olhá-la. - Mas o que você está pensando que há entre mim e a Melanie está errado! - null franziu a testa com raiva. Só mesmo o null para ser idiota o bastante para achar que ela acreditaria em desculpas baratas.
- Ótimo. Você já disse, agora vá embora... - ela falou com ódio, indo fechar a porta mais uma vez.
- Mas eu não terminei! - null quase gritou. - null, por favor, me deixe explicar tudo, ok? Eu prometo que se depois disso você nunca mais quiser me ver, eu vou entender. - null sentiu seu coração doer ao dizer aquilo. - Por favor. - implorou. null nunca havia visto null implorar tanto.
- Ok. - ela respondeu hesitante.
- Então, venha comigo! - ele pegou a mão dela e puxou. null puxou a mão no mesmo segundo, como se tivesse levado um choque.
- Tá maluco? Uma coisa é te escutar, outra muito diferente é sair com você!
- null, por favor, não tem como eu te esclarecer tudo se você não vier comigo! - ela o encarou, vendo em seu rosto sinceridade. - É importante. - ele estendeu a mão mais uma vez, agora esperando que ela pegasse.
- Eu estou de moletom! - ela exclamou, querendo achar uma desculpa.
- Não tem problema. - ele respondeu com um sorriso. - Você está ótima assim. - ela se sentiu ruborizar.
- Pra onde vamos? – perguntou, ainda relutante.
- Você vai ter que confiar em mim. - ela pensou por um bom tempo, mas acabou cedendo. Pegou a mão que ele ainda deixava estendida. O toque fez os dois arrepiarem.

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- O quê...? - null não escutou a pergunta não terminada de null. Abriu a porta do carro no segundo em que estacionou, em um bairro desconhecido por ela, na frente de uma enorme casa. No outro segundo ele estava abrindo a porta para que ela saísse.
- Vem. - ele a puxou pela mão em direção a enorme casa. null deu uma olhada no lugar completamente escuro e sentiu medo. O que eles faziam ali?
- null... - tentou mais uma vez, só que null fez sinal para que ela fizesse silêncio.
- Está lá em cima. - foi o que ele falou com um sorriso no rosto.
Os dois subiram uma escada que se localizava em um cômodo enorme. A casa estava sem nenhum móvel, e null se sentia cada vez mais confusa.
Lá em cima, null andou com ela por um corredor largo, com várias portas em cada lado. No fim do corredor, null parou na frente de uma porta à direita.
- null. A Melanie foi me procurar aquele dia porque eu havia lhe pedido um favor. - ele hesitou, vendo a reação dela. null estava mais curiosa do que nervosa. - Quando você me disse que estava grávida, no início eu não aceitei muito bem, e eu te peço desculpas por isso. - ele sorriu nervoso. - Mas depois que eu pensei melhor, eu vi que não havia nada que me fizesse mais feliz do que ter um filho, principalmente se a mãe dele fosse você. - ela sorriu ao escutar aquilo, sentindo o coração bater forte. - Então eu fui atrás da Melanie. Eu teria ido atrás da null, mas por causa do casamento, eu não queria atrapalhar... - ele hesitou mais uma vez ao ver as feições confusas de null. - Enfim. Eu pedi para ela me ajudar a encontrar uma coisa, que fosse perfeita pra você e pro nosso bebê. - ele sorriu.
null abriu a porta do quarto e apontou para que null entrasse. Assim que ela o fez, teve vontade de cair no choro.
O quarto estava todo pintado de branco. Nele, havia um berço branco com um ursinho de pelúcia com roupinha azul e uma ursinha de pelúcia com um vestido rosa dentro dele. Ao lado, na parede, duas prateleiras estavam ocupadas com vários brinquedos. Em uma havia coisas de menina, e na outra, coisas de menino. À esquerda do quarto havia um sofá-cama branco com almofadas azul e rosa e ursinhos costurados nas fronhas dos travesseiros. Ao seu lado, uma cômoda branca se encontrava e em cima dela vários porta-retratos vazios. Havia também uma grande porta de vidro com uma cortina branca com detalhes em azul e rosa. Aquela porta parecia dar acesso a uma sacada.
null se aproximou do berço, as mãos no ventre e lágrimas nos olhos.
- Eu sei que nós não sabemos o sexo ainda, mas eu não me aguentei e tive que comprar essas coisas. - ela sorriu, pegando os ursinhos de pelúcia de dentro do berço e alisando com carinho. - Você pode trocar tudo e escolher o que te agradar. - null estava nervoso. null ainda não havia dito nada. - null? - chamou. Ela o encarou com os olhos cheios de lágrimas.
- Então, você não estava com ela? – sussurrou, sem conter as lágrimas que caiam. Ela estava tão feliz.
- É claro que não! - ele se aproximou dela aliviado. - Eu amo você, null. - ela fechou os olhos com força ao escutá-lo dizer aquilo. Pensou que nunca mais ouviria aquelas palavras saírem da boca de null.
Eles se abraçaram fortemente.
- Eu quero comprar essa casa pra gente. - ele disse no ouvido dela. - Mas só vou fazer isso se você aceitar o meu pedido. - ela se afastou dele para olhá-lo nos olhos. Não acreditava que ele estava fazendo o que ele estava fazendo.
null se ajoelhou lentamente. Tirou de dentro do bolso do paletó uma caixinha vermelha de veludo. Quando a abriu, null pôde ver o anel.
- Eu pretendia fazer isso lá na festa do null e da null, mas você foi embora daquele jeito... - hesitou. null tossiu, como se estivesse limpando a garganta. - null, eu sei que eu sou um imbecil, só faço merda atrás de merda, mas o que eu tenho certeza é que eu amo você mais do que tudo, e eu quero muito ser um pai para esse bebê. Eu quero muito ser o seu marido! - null soluçou, as lágrimas tomando conta. - Casa comigo, null?
Ela olhou atônita para o rapaz ajoelhado a sua frente.
Estaria ela sonhando?
Seria mesmo o null ali, em carne e osso?
Bem, se fosse um sonho, a última coisa que null queria era acordar.
- Sim, null, apesar de você ser um completo idiota e muito imbecil... - ela hesitou. - Eu aceito, sim, me casar com você! - ele soltou o ar aliviado e se levantou. Pegou o anel e colocou no dedo de null, beijando-o em seguida.

Capítulo 14

20 de Maio de 2016

- Se a gente não ficar de olho, esses dois vão aparecer aqui com o castelo da Disney e vão querer colocar nesse jardim! - null gargalhou, sem tirar seus olhos de null e null, que estavam absortos em discutir a reforma da casa da árvore da casa do null e da null.
- O castelo da Disney não, mas talvez o parque inteiro! - as duas gargalharam juntas e concordaram. - E como vai o pequeno Phillip hoje? - null alisou a enorme barriga da amiga, que sorriu. - Você não está cansando demais sua mãe, está? Porque, olha, ela está com uma cara... - null deu um tapa na mão da amiga, que gargalhou.
- null! É claro que eu não estou com nenhuma cara de cansada! - null fingiu não dar ouvidos para a amiga.
- Hum... Se a culpa não é sua, só pode ser do seu pai! O que esses dois andam aprontando, hein? - null rolou os olhos. Não adiantava contrariar null. Quanto mais chamava sua atenção, mais palhaçadas ela fazia.
- Acho que você tá ficando igualzinha ao null. Tenho até medo de você, sabia? - null gargalhou, mas null parou no meio de sua risada.
Ela levou a mão à barriga e franziu a testa.
- O que foi? - null perguntou, notando o desconforto da amiga. - null, o que foi? - perguntou de novo quando viu a amiga se contorcer e soltar um pequeno gemido.
- Eu acho... Acho que... - ela não terminou, olhou para baixo e viu um liquido escorrendo entre suas pernas. Era como se ela estivesse fazendo xixi, só que o líquido era igual à água. - Tá nascendo, null! - disse com um sorriso no rosto.
null desesperou-se. Levantou em um salto.
- null! null! Tá nascendo! - eles viraram a cabeça ao mesmo tempo ao ouvir os gritos de null. - TÁ NASCENDO! - ela gritou de novo. Os dois pareceram perceber o que estava acontecendo e correram ao encontro das garotas.
O desespero tomou conta de todos. null fazia gestos para null respirar. Tentava acalmá-la.
null ligava para o médico de null, avisando desesperadamente que seu filho ia nascer.
null corria para o segundo andar da casa para pegar no quarto do bebê a mala preparada para aquela ocasião, enquanto ligava pelo celular para null e Harry.

Exatamente às 23h43 do dia 20 de maio, Phillip nasceu com três quilos e seiscentos gramas. Um bebê enorme e saudável com os olhos verdes do null e o cabelo preto da null. Além de muitas outras semelhanças que apareceriam ao decorrer do crescimento dele.
E parecia que não havia pessoas mais felizes naquele mundo, naquele dia, do que aquele pequeno grupo reunido em um quarto de hospital.
Em meio às lágrimas e sorrisos.

E pensar que tudo poderia ter sido bem diferente se certa carta não tivesse sido escrita no Natal...

FIM


N.A:Oie! Como vão vocês?
Mais um Natal que estamos juntos. Aê! A fanfic chega a sua terceira parte, que gracinha!
Desculpem se não foi como vocês haviam imaginado, se eu decepcionei, mas eu tive tanta coisa pra fazer nesse fim de ano que me atrapalharam a escrever a fanfic com calma e tals... Tive que correr pra ela entrar no site há tempo!
Bem, obrigada por vocês lerem Merry Christmas mais um ano.
E ano que vêm vou ter uma surpresa para nossas queridas Judd's que foram tão “excluídas” porque o Harry era fixo :)
AGUARDEM... haha
Muitos beijos pra vocês e mais uma vez, desejo um feliz natal e um excelente ano de 2013! E muito McFLY é claro!
Amo vocês!

Galera do Obsession: Como tive um probleminha com a beta ano passado, a fic não entrou no especial de Natal, mas agora entre nesse ano! Espero que vocês tenham gostado! :)
;*
@SahDiias
saahdiaas.tumblr.com

Minhas outras fanfics:
Who Said It Could Not Be Forever?
Merry Christmas With McFly
Merry Christmas With McFly II – The Kiddnaper
Merry Christmas With McFly III – The Wedding
Merry Christmas With McFly IV – The Judd's Story
That Dress
The Power Of Greed
Our Son
Our Son II – Custody
Our Son III – Family
A Primeira Vez do Jacob e da Renesmee


Nota de Beta: Se virem algum erro de português/script/HTML, não usem a caixinha de comentários, me avisem por aqui: nellotcher@gmail.com


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