História por Leila | Revisão por Gabriela Andriani


Finalmente ele estava ali na minha frente e dizendo que me amava. Faltavam poucos milímetros para nos beijarmos.
- Eu te amo. Muito. - Foram as palavras dele antes de selar nossos lábios em um beijo carinhoso.
- , , ... - Uma voz do Além.


- , fresca, acorda logo. - Minha melhor amiga, , gritava enquanto me balançava de um lado para o outro.
- Foi... um sonho? - Perguntei me sentando e coçando os olhos.
- Considerando que você estava dormindo acho que sim. - Disse ela, fazendo cara de sábia.
- Eu sonhei com o . - Disse e bocejei.
- Pra variar né? - Disse ela enquanto se levantava e pegava uma bala em cima da escrivaninha.
- Eu sei que eu sonho todos os... HEY, isso me pertence. - Disse cruzando os braços e fazendo bico.
- Isso não te pertence mais. - Disse ela enquanto apertava minhas bochechas.
- Vai sair? - Perguntei me levantando.
- Não. Não, imagina, em pleno sábado eu quero mais é ficar mofando em casa mesmo! - Ela Disse irônica.
- Não seja má. - Disse e dei um leve tapa em seu braço.
- Sou. - Ela disse e saiu.
- Mais essa. - Murmurei e me atirei entre os travesseiros.

***


- E então, qual o programa de hoje? - Disse, me jogando no sofá e mordendo a maçã.
- Vou sair com o Matthew. - Ela disse e suspirou.
- Não gosto dele. - Disse e fiz careta.
- Quem tem que gostar sou eu. - Deu de ombros.
- Oh, ok, se é assim. - Disse e nós rimos.
- Pode ao menos me contar porque não gosta dele? - Perguntou se sentando ao meu lado.
- Não sei. Só não vou com a cara dele. - Disse e ela me deu língua.
- Mas, e aí? E o ? - Perguntou arqueando a sobrancelha com um sorriso travesso estampado em seu rosto.
- Nada, você sabe, ele nem fala comigo. - Disse e liguei a TV.
- Fala sim. - Ela disse e desligou a Tv.
- Posso assistir? - Perguntei apontando para o controle em sua mão.
- Claro. - Disse rolando os olhos e então me entregou o controle.
"Ding Dong"
- Vai lá. - Disse colocando os pés em cima da mesinha de centro.
- Eu não, vai você. - disse olhando as unhas.
- Pode ser o Matthew. - Disse com falsa cara de apaixonada.
- Há. Você não me pega nessa porque o Matthew não sabe onde moro. - Ela disse com um sorriso vitorioso.
- Ele tem boca pra perguntar não tem? - Disse irônica.
- Não só pra perguntar, meu bem. - Disse com um sorriso malicioso.
"Ding Dong"
- Argh! Eu vou, eu vou. - Disse e fui em direção a porta.
- Boa menina. - gritou e eu dei língua, abrindo a porta.
- Err, oi. - disse quando abri a porta. Por que raios eu ainda estava com a língua pra fora?
- Ahn, oi. Entra aí. - Disse dando passagem.
- Não. Não precisa, eu vim aqui pra...Pedir um pouco de açúcar. - Ele disse corando e caiu na risada, vindo em direção a porta.
- Essa... Essa... Ai,Caramba... Essa é a pior desculpa que eu já ouvi. - Ela disse rindo.
- ! - Disse cerrando os dentes e a olhando feio.
- Des... Desc... Ai, Carai... Desculpa. - Ela disse parando de rir e subindo em seguida.
- Foi para o quarto dela, eu acho. - Disse sem graça.
- Então, será que... - Ele disse apertando um lábio contra o outro.
- Ah, tá. Claro. O Açúcar. - Disse e corri até a cozinha. - Onde coloquei? Onde, onde? - Murmurei enquanto procurava o pote de açúcar.
- Desculpe ter entrado assim, mas está tudo bem? - entrou na cozinha, me fazendo dar um pulo.
- Ah, sim, sim. Ai que susto. - Disse com uma mão no peito.
- Quer que eu te ajude a procurar o açúcar? - Ele disse rindo baixo.
- Não. O ARMÁRIO. - Gritei e ele começou a rir.
- O Que foi? - Perguntou.
- Nada não. - Disse sorrindo e abrindo o armário.
- Achou? - Perguntou arqueando uma sobrancelha.
- Que achar o quê. Eu já sabia onde estava. - Disse colocando o pote em cima da mesa.
- Tudo bem. - Ele disse levantando as mãos na altura da cabeça como um fugitivo.
- Ahn. Aqui está. - Disse entregando a ele uma xícara cheia de açúcar.
- Obrigado. - Ele disse e eu sorri.
- Vocês vão ficar assim? - chegou na cozinha perguntando.
- Ahn, então, eu já vou indo. - Ele disse e eu apenas sorri assentindo.
- Quê isso? Eu vou lá pra cima. - disse e eu o vi sair pela porta.
- É, sabia que seria assim! - disse e suspirei me sentando na cadeira logo em seguida.
- My BFF. - Ela disse com voz afetada e eu ri. - Ele te Ama. Agora vou subir. Beijos. Fica bem,ok? - Disse e subiu.
- Me ama... Me ama. Tá bom ! - Murmurei e ri.

***


- Ele disse isso? - Perguntei rindo.
- Disse. E Ainda disse que você era super gata. - me contava de um carinha de um Pub que nós havíamos frequentado ontem.
- E o que você disse? - Perguntei rindo.
- Disse que seu namorado estava lá e que ele não ia gostar muito de saber que ele estava dando em cima de você. - Ela disse e eu arqueei uma sobrancelha.
- E o que ele respondeu? - Perguntei com um tom entediado na voz.
- Ele disse mais ou menos assim... - Disse e pigarreou. - "Aê, passa meu número pra ela, ok brother? Diz pro macho que ele é besta". - Disse fazendo voz de homem.
- O quê? - Perguntei rindo.
- Isso mesmo queridinha. Então pera aí que eu tenho que dizer pro seu macho que ele é besta. - Ela disse e se levantou.
- Meu Macho? - Perguntei me levantando e me espreguiçando em seguida.
- É. O . - Ela disse como se fosse óbvio.
- Ah, quem dera. - Disse suspirando e nós rimos.
- , eu vou ao supermercado. Não me espere pro jantar. - Ela disse mandando beijo e saindo. Supermercado. Aham. E eu sou um E.T. disfarçado. Será? Naah.
"Ding Dong"
- ESQUECEU A CHAVE DE NOVO ? - Gritei indo em direção a porta.
"Ding Dong"
- GRITEI BAIXO ? - Gritei rindo e abrindo a porta.
- Na verdade, até que você gritou alto. - Fiquei estática vendo parado na minha frente com as mãos no bolso e um sorriso no canto dos lábios.
- Err. Eu pensei que era a . - Disse e sorri amarelo.
- Percebi. - Disse e riu. - Posso entrar?
- Ahm, claro. Err, mi casa es su casa. - Disse e bati a mão na minha testa assim que ele entrou. "Mi Casa es su casa"? Que original. Que original. Onde que tem um buraco pra eu enfiar minha cabeça?
- Então, eu queria conversar e pensei em você. - Ele disse parando no meio da sala.
- Ah, fala aê. - Disse fingindo desinteresse.
- Posso sentar? - Perguntou e eu apenas assenti com a cabeça.
- O que você queria me falar? - Perguntei quando ele se sentou no sofá.
- Er, eu... Eu... É melhor você se sentar. - Ele disse e eu me sentei ao seu lado.
- O que foi? Algo sério? Quer dizer, deve ser, mas fala logo. - Disparei preocupada.
- Eu estou apaixonado. - Ele disse e mordeu o lábio. Meu coração se partiu em mil pedacinhos. Porém, uma leve chama de esperança se acendeu.
- Ahm, por quem? - Perguntei o encarando.
- Uma Garota. - Ele disse e riu da minha cara de "é óbvio!" - Mas eu não sei se ela gosta de mim, entende?
- Amor não correspondido. Claro que entendo. - Disse e olhei pro chão.
- Ahm, você. - Ele disse e pigarreou. - Você está apaixonada?
- Err, enfim, Continua. - Disse tentando mudar de assunto.
- Me conta. Por favor. - Ele disse e eu assenti com a cabeça. - Eu conheço?
- Sim.- Suspirei. - Você conhece. Muito bem até.
- Ahm. Err. Então, acho melhor eu voltar em outra hora. Deixei uma panela no fogão e pode queimar. - Ele disse se levantando e eu ri.
- Panela? Essa é a pior desculpa que alguem pode dar. - Disse ficando em pé e vendo ele morder o labio inferior.
- Ta. Mas, é melhor eu ir. Está ficando escuro.
- Você mora aqui do lado. Na porta do lado. - Disse e ele suspirou derrotado.
- Por que a gente sempre se apaixona pela pessoa errada? - Perguntou me encarando.
- Não sei, não sei. Talvez o coração goste de sofrer. - Disse e ele sorriu.
- Ou ele não saiba ver o que está na sua frente. - Disse sorrindo e eu suspirei.
- Pode ser. - Disse e ele deu um passo em minha direção.
- Talvez ele deva tentar...- Disse andando mais um passo em minha direção.
- Talvez. - Disse e ele deu mais um passo. Logo eu dei um pra trás.
- Talvez ele possa ser feliz ao menos uma vez. - Ele disse baixo como se fosse para si mesmo, se aproximando cada vez mais de mim. E eu recuando como uma covarde.
- , acho que está tarde mesmo, né? - Perguntei e ele não me respondeu. Bati minhas costas na porta e ele ficou muito perto de mim.
- Se eu ao menos tivesse a chance... - Disse e deu mais um passo. Ficamos tão próximos que eu conseguia sentir o calor do seu corpo.
- Que chance? - Sussurrei sem ter forças pra fazer mais nada.
- Shiiiu. - Chiou e acariciou meu rosto, fazendo um arrepio correr por toda a extensão do meu corpo. - Eu sempre quis... - Ele disse e se aproximou. A porta se abriu, me empurrando e nós caimos no chão.
- AAAAH...Err..Desculpa. Eu volto outra hora. Esqueci... Desculpa. - Ouvi a voz de e logo após o barulho da porta fechando.
- Ahm. Desculpa. - Disse olhando abaixo de mim.
- Eu que tenho que pedir desculpas. Mas, será que você pode sair de cima de mim? - Ele disse e nós rimos.
- Claro. - Disse e me levantei, vendo ele ficar de pé em seguida.
- Err, eu já vou indo. - Ele disse e eu segurei seu braço.
- Eu estou apaixonada por você. - Disparei e ele arregalou os olhos.
- Me belisca. Por favor. - Ele disse e abriu um sorriso maior que a cara. - Me diz que isso não é um sonho. Mas se for, eu não quero acordar.
- Nem eu. - Disse e ele me beijou. Minhas pernas ameaçaram me derrubar no chão, mas logo que isso aconteceu ele colocou seus braços em minha cintura me puxando para perto.Logo minhas mãos já estavam Bagunçando cada fio de cabelo de sua cabeça.
- Eu sou completamente apaixonado por você. - Murmurou com nossas bocas coladas.
- E eu não fico atrás. - Disse e nós rimos.
- Finalmente. - disse batendo palmas.
- Escutando? Que coisa feia. - Disse e ela me deu língua.

2 MESES DEPOIS


- Senti tanto a sua falta.Você trabalha demais. - disse fazendo bico.
- Você me viu todos os dias. - Disse e ele sorriu.
- Mas não foi por muito tempo. - Disse e me beijou.
Agora a minha vida é assim. Quem diria que o amor estava realmente na porta ao lado?

FIM


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