Never Grow Up
Por: Joyce | Beta: Nelloba Jones


O berço tomava grande parte do espaço do quarto. As paredes enfeitadas com ursinhos rosa, os pequenos objetos por todo o quarto. As cortinas se balançavam conforme a leve brisa batia nelas.
Observei a pequena dentro do seu berço e me aproximei. As coisas mais preciosas no mundo eram seus filhos, porém, só quando se é mãe se consegue entender esse amor que tanto dizemos. Puxei a cadeira de amamentar para perto do berço, sentei-me e fiquei a observando.
Era uma parte de mim. Era minha menina. Fruto de um amor puro e verdadeiro.
- Está sem sono? - senti mãos em meus ombros e a sua voz rouca soando.
- Eu estava com saudades dela.
- Acredita que também fiquei com saudades?
- Ela é linda, não é? – levantei-me e segurei sua pequena mão.
- Ela é a menina mais linda que eu já conheci.
- Lembra quando ela deu o primeiro chute? E você se gabou todo porque foi quando você colocou a mão? - soltei um riso abafado.

Flashback On

- Está cansado? - perguntei assim que se deitou na cama ao meu lado.
- Hoje foi mais sossegado, mas o cansaço não acaba! - rimos junto. - E você e a nossa pequena, como estão?
- Hoje também foi sossegado no escritório, algumas plantas para analisar, começamos o trabalho semana que vem!
- E você aguenta? - perguntou preocupado.
- Mas é claro! - ri.
Ele colocou a mão sobre a minha barriga e começou a fazer carinho, conversando com Sophie. Ele havia adquirido aquele hábito, agora que já estava maior a barriga. E, ao meu ver, aquilo era extremamente carinhoso.
Sem mais, nem menos, arregalou os olhos, intercalando entre a barriga e eu, e parou com a mão. Eu havia sentido. Automaticamente, meus olhos se encheram de lágrimas e o meu sorriso estava o mais aberto possível.
- Ela chutou minha mão, ! - ele sorria abertamente, mostrando todos os dentes. Logo, ela começou a chutar novamente, e ele não tirou a mão.
- Ela te conhece, ! – aproximamo-nos e selamos os lábios várias vezes, rapidamente.

Flashback Off

Sophie dormia calmamente no berço, enquanto e eu ficávamos apenas a observando.
- Eu ainda não acredito que ela está aqui com a gente!
- Você não aguentava mais esperar, me lembro disso! - comentei e ri baixo.
- Eu não quero que ela cresça.
- Mas se eu pudesse, deixava-a assim pra sempre! Desse tamanho, pequenina, inocente, sem medo.
- Não vou deixar que nada lhe aconteça!
- Sei disso. Eu também.
Ficamos em silêncio por alguns minutos e logo a vimos se mexer toda no berço, um choro começava a se formar.
- Hora de mamar! Pegue-a, .
Apenas ri do cuidado e medo que ele tinha ao pegar a pequena. Logo, colocou-a em meus braços.
- Essa é a melhor coisa de ser mãe!
- Ela depende completamente de você. - comentou sorrindo.
- E de você tambám, papai coruja.

14 anos depois...

’s POV On

A vida te propõem desafios que você imaginou nunca conseguir enfrentar, mas que, surpreendentemente, você se sai melhor do que muitos experientes. Quando chegou dizendo que estava grávida, eu realmente não sabia como reagir. Eu sempre soube que o sonho dela era ser mãe e eu realmente queria realizá-lo. Porém, não pensei que seria com apenas dois anos e meio de casamento.
Enfim, Sophie veio. Foi uma festa só quando nasceu e todos os seus aniversários eram comemorados com festa. Tinha um desejo bobo, tanto eu quanto gostaríamos que ela nunca crescesse, inútil não? Agora ela está com 14 anos e se arrumando para sair com as amigas. Até onde eu sabia, só iriam meninas.
e estavam em casa, costumávamos nos reunir semanalmente. Eles sendo padrinhos de Soph favoreceu muito mais esses encontros.
e Cá estavam na cozinha, preparando algo para comermos. e eu estávamos assistindo a um jogo de futebol que passava.
- Mãe! Onde está meu est... Ah, oi, padrinho! - veio na direção de e o beijou na bochecha.
- Hey, garota! Como está?
- Estou bem...
- Sophie, meu beijo. Já disse que tenho ciúmes e sou seu pai, mereço beijo. - deu um beijo estalado em minha bochecha e eu sorri satisfeito.
- Pronto! - sorriu. Ela era realmente a mistura perfeita minha e de . - Mamãe está na cozinha?
- Provavelmente.
- Preciso falar com ela! – virou-se e seguiu em direção até a cozinha. Acompanhei-a com os olhos, até sumir do meu campo de visão. Não era possível como ela havia crescido.
- Parece que foi ontem mesmo que nós fomos comprar a roupa do batizado dela!
- Passa rápido, cara, muito rápido!

’s POV Off

- Mãe, onde está o meu estojo de maquiagem?! - Soph perguntou gritando, até aparecer na porta da cozinha.
- Olá, Sophie. Prazer, sou , mais conhecida como sua madrinha! - desde sempre teve aquele sarcasmo.
- Desculpe! Mil perdões! – riu, dirigindo-se até ela. – Oi, madrinha, tudo bom?
- Tudo, e com você, Soph?
- Estou igualmente bem! Agora, mãe, onde está a maquiagem?
- Desculpe, eu usei. Deve estar no meu quarto. E se apresse, faltam 15 minutos para o pai de Lauren vir te buscar! - avistei uma menina de apenas 14 anos subindo loucamente as escadas até o quarto.
- Precisamos de outro bebê em casa logo! Sophie já cresceu demais...
- Sim! - sorri fraco.

- Aonde vai, mocinha? - perguntou quando Soph foi se despedir, pois o pai de Lauren já a esperava do lado de fora.
- Padrinho, por favor! - riu e foi até o pai, que lhe deixou um beijo na testa.
- Se cuide, pequena. - sussurrou enquanto a abraçava.
- Pode deixar, papai!
Aquilo era rotina. Toda vez que Soph saía,
dizia sempre as mesmas coisas para ela. Despediu-se de mim e de , que recomendou apenas uma coisa: juízo. foi até o carro e conversou com o homem o horário da volta, preocupação de pais. Voltou para a porta e acenamos juntos. Abraçou-me e entramos.

- Eu apenas queria que ela não crescesse.


| FIM |



Nota de Beta: Se virem algum erro de português/script/HTML, não usem a caixinha de comentários, me avisem por aqui: nellotcher@gmail.com


comments powered by Disqus