Escrita por: Camila Santos e Letícia Medeiros
Betada por: Lila Zardetto


CAPÍTULOS: [Capítulo Único]



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O olhar dele caiu sobre as roupas da mulher à sua frente, ele não conseguia acreditar que a mulher que um dia ele já chamou de sua encontrava-se em uma situação como aquela, como uma qualquer, aquela não poderia ser sua amada, e se fosse, o que ela fazia ali? Naquele estado? O pequeno vestido preto que mal lhe cobriam os seios e as coxas, a maquiagem carregada escondendo-lhe o rosto de expressão doce que um dia sorriu para ele e onde agora só havia uma mascara dura, severa, com medo. Ele não conseguia se mover, ou mesmo desviar o olhar, queria tocar seu braço e ter certeza de que não era ela. E assim fez, porém a confirmação que queria veio inversa.
- ? Eu... Meu Deus, olha só pra você. - a mulher encarou o homem e quis socá-lo, não conseguia acreditar que depois de três anos ele voltaria a perturbá-la, não depois de tudo o que viveram e viram morrer.
- . – falou com nojo encarando-o. - Veio ver na merda que me deixou? Pronto, viu, agora faça o favor de se foder. - tentou sair dali, mas o homem foi mais rápido e a segurou pelo braço, as palavras da mulher o fizeram ter o coração cortado mais uma vez, sentia o peito diminuir ao saber que ela ainda guardava rancor. - Me solta. Sou pouco pra você, se veio aqui é porque procura algo que lhe satisfaça, eu não me encaixo nisso.
- Eu não... Eu pago quanto você cobrar! Me dá uma chance de falar com você.
- Me solta agora, ! Não fico com você nunca mais, nem se me pagar todo dinheiro do mundo. Me solta agora!
- , pelo amor de Deus, me deixa falar com você, não precisa falar se não quiser, mas me escuta, a gente não é criança pra brincar de dar gelo. ... Pequena...
- Me chama assim de novo e eu te quebro a cara. Ok , você tem uma hora, e espero que tenha muito dinheiro... Coisa que eu tenho quase certeza que sim. – soltou o braço do homem de si e o seguiu pelo beco, durante o caminho olhou as costas do homem, vestido por completo em Louis Vuitton, o mesmo perfume de anos atrás, o cabelo tinha mudado o corte, a barba continuava contornando seu rosto, porém ele estava maior, as costas mais largas, provavelmente tinha voltado a malhar, a bunda continuava a mesma escultura que sempre fora.
O homem parou na frente do carro e abriu a porta para a mulher que entrou sem sequer olhá-lo, entrou em seguida e bateu a porta suspirando, havia parado de fumar, mas a vontade que tinha de pôr um daqueles em sua boca fazia sua mão coçar, assim como sua língua que lutava tanto quanto seu pensamento pra não perguntar como a mulher tinha passado esses anos, como tinha parado naquele lugar, como uma prostituta. Mordeu o lábio com força e a encarou, uma cicatriz que ia de seu lábio ate sua bochecha chamou sua atenção, aquilo nunca esteve ali antes. O olhar da mulher encontrou o seu e logo a mesma desviou, sabia pra onde ele estava olhando e sabia o quanto ele estava se segurando para não perguntar.
- Pergunta logo. Pergunta como eu consegui ter um lado da cara parecida com a do coringa do Batman.
- Eu... Eu...
- Pergunta logo, , to te dando o bônus de saber algo sobre mim. – o homem suspirou e encarou os olhos duros e sofridos da mulher, com certeza o que ouviria o faria sentir tanta dor tanto quanto ela possivelmente teria sentido. Respirou fundo e fechou as mãos em punho.
- O que... O que aconteceu? Como aconteceu?
- Ao contrário de você, eu não fiquei bem vista depois do que aconteceu entre a gente, ninguém ficaria, né ? Não na minha condição, acho que até eu mesma não me olharia da mesma forma. Qualquer mulher no meu lugar perderia a condição, a moral. Umas pessoas me encontraram na rua, me bateram até eu perder as forças... ”Vou eternizar o sorriso que você vivia dando.” – riu fraca e sofrida, mas com aquele tom de ironia muito conhecido pelo homem e permaneceu seu olhar no dele – Acho até que combinou comigo... Não diziam que se minha vida fosse meu filme favorito eu seria o vilão? – deu de ombros e o carro estacionou, o homem ameaçou falar e ela o cortou. – Se disser que sente muito, eu vou embora.
- Vamos... – abriu a porta e saiu do carro sendo seguido pela mulher, foram ate a recepção do hotel pegando a chave de um dos quartos mais luxuosos e logo seguindo pro mesmo. Pra ela nada aquilo importava, o luxo, o lugar... O homem.
- ... – notou o olhar mortal da mulher e suspirou se consertando - , por favor, eu peço que me perdoe, eu fiquei com medo quando li a matéria, quando escutei o que diziam, quando vi como me olhavam... Minha vida dependia daquelas pessoas, fiquei sem ação. Eu queria poder ter feito algo por você! Ter dito a verdade... Mas... Não consegui.
- Não vou comentar sobre isso, ficar calada vai ser a melhor coisa.
- Por favor, deixa eu falar até o final.
- , eu conheço a merda da história, ela faz parte do caralho que se tornou minha vida, fale logo tudo o que tem pra falar e me deixe em paz.
- Eu ainda amo você.
- Não me importo com seus sentimentos, não me importo com nenhum sentimento.
- Por que virou prostituta?
- Queria que a namorada por contrato do seu melhor amigo que tinha um caso com você se tornasse o que? Atriz? Ah, me poupe... – sentou na cama e os dois se calaram – Ele suspirou passando as mãos nos cabelos e se aproximou da mulher a puxando pelo braço e antes que a mesma começasse a falar, a beijou com vontade e o beijo demorou a ser retribuído. Mas vencida pelo cansaço e saudades, a mulher beijou o homem com a mesma vontade e logo foi deitada na cama com o homem sobre ela abraçando seu corpo. Ambos tinham a pele arrepiada, sentiam falta daquele toque, do cheiro, das sensações. Os lábios dele desceram por seu pescoço formando uma trilha quente que fazia seus poros se ouriçarem e o local formigar, ele nem ao menos conseguia explicar a falta imensurável que sentiu de causar aquilo na mulher que um dia já foi sua. As mãos dela tinham como alvo seus cabelos, onde constatou que ainda tinham a mesma maciez de antes e, por um segundo, apenas um, ela se permitiu admitir que sentia saudades de tudo aquilo. O vestido já encontrava-se no chão em algum lugar distinto do quarto, que pra eles ela dispensável, já seus corpos eram como ímãs que se atraíam como velhos conhecidos, as mãos dele ainda passeavam por seu corpo, porém foi ela quem resolveu agir, mudou seus corpos de posição ficando por cima dele logo depois de tirar primeiramente seu paletó e em seguida sua camisa social, arrebentando todos os botões sem paciência para tirar um por um, com as unhas compridas pintadas recentemente de um esmalte vermelho que havia encontrado no quarto de uma das meninas do quartinho que dividia no mesmo beco onde o homem a encontrou, ela arranhou seu peito nu o fazendo arfar, ela sabia todos os pontos fracos dele, e ele sorriu de lado, satisfeito em saber que ela não tinha os esquecido.
Seus lábios voltaram a colidir em um beijo surpreendentemente novo para eles, talvez fosse a saudade ou a falta que sentiram, mas aquele beijo tinha algo a mais. trocou suas posições mais uma vez e se prontificou em tirar a própria calça jogando para longe assim como seus sapatos, ele não se importava em perder o que quer que fosse, ele a queria e ela era seu único foco. Os lábios molhados e quentes dele foram famintos até seus seios e enquanto mordiscava e lambia um, não deixava de dar para o outro a mesma atenção, e o fez com a mão o apertando e prendendo o bico de seu seio entre os dedos. Um gemido contido escapou pela garganta da mulher, ela nem ao menos se lembrava mais o significado da palavra prazer. Tudo o que ela fez e teve que fazer fora por necessidade, todos os homens com quem ela havia se deitado só se importavam com seu próprio prazer, mas ela sabia que era diferente, com ele havia o que nunca iria ter nos outros. Seus olhos se encontraram em uma fração de segundo antes que ele voltasse a descer os lábios por seu corpo, beijou seu umbigo, lambeu sua virilha e em seguida ela esqueceu seu próprio nome. Com a calcinha afastada para o lado ele lambeu seus grandes lábios e em seguida os menores, sugou seu suco e mordiscou seu clitóris. Ela gemeu seu nome e ele a chupou com desejo.
O membro do homem pulsava dentro de sua calça enquanto o mesmo sugava a intimidade da mulher, o gosto dela era como seu Oasis particular. Sua calcinha fina e já gasta foi rasgada e jogada para algum canto, a língua dele a penetrou o fazendo urrar contra a sua intimidade, a barba dele roçava em sua intimidade e ela perdeu a noção de por quanto tempo gemeu sentindo seu corpo febril enquanto seus músculos se contraíam, o alivio não veio e o prazer só aumentou quando ele a penetrou com o dedo do meio e o anelar voltando a pirraçar seu clitóris com a língua. As costas dela se arquearam e a mulher gritou o nome do homem gozando em seus dedos, ele engoliu seu suco lambuzando ainda mais sua intimidade. Com a respiração ofegante e o corpo ainda tendo espasmos ela o puxou para cima o beijando. Sua boca estava impregnada com seu próprio gosto e o modo do jeito como ela sugou seu lábio inferior o deixou extasiado.
- Eu preciso de você! – a mulher admitiu em um tom fraco e ofegante ainda de olhos fechados. Ela não pôde ver o sorriso que tomou conta do rosto do homem, mas sabia que ele estava ali. O próprio se livrou do resto das suas roupas e tocou a cabeça do seu membro na entrada da mulher, ela ainda estava sensível devido ao recente ápice de prazer e ele tinha plena consciência disso. Mas o olhar de segurança que ela o lançou foi o suficiente para que ele colasse suas testas e a invadisse por completo fazendo barulho com o atrito entre seus corpos. Ela conteve o grito, mas ele fez questão de urrar roucamente. Seu membro latejava dentro da intimidade quente e molhada da mulher, ele segurou sua cintura e sincronizou seus corpos em um ritmo só deles. Eles se conheciam mais do que bem e quando seus olhos se encontraram eles sabiam que ainda se pertenciam mesmo que ela se negasse a admitir. O homem beijou a boca da mulher e continuou a investir forte e preciso, ela gemia entre o beijo enquanto suas unhas deixavam uma marca vermelha por onde passavam a fim de descarregar o tornado de sentimentos que tomavam conta dela naquele momento. Ela se derramou sobre o homem e pouco depois ele gozou dentro dela parando aos poucos os movimentos, seus corpos pingavam em suor e ainda estavam febris. jogou o corpo ao lado da mulher e deixou um sorriso satisfeito tomar seus lábios, puxou-a para seu peito e a mesma não relutou em ir. O observou beijar sua testa e fechar os olhos em seguida permitindo que o sono tomasse conta de seu corpo, ele adormeceu e então ela se permitiu sorrir, não podia negar para si própria o que aquele homem fazia consigo, e talvez, bem lá no fundo, ela não quisesse fazer isso. Mas levantou ao notar o sono pesado e relaxado e começou a catar suas coisas, não levaria dinheiro do homem, naquela noite não se comportaria como a puta que havia se tornado, seria apenas a mesma mulher que um dia o fez sorrir e que guardava um segredo.
Terminou de se vestir e saiu do quarto, mas antes deixou pro homem algo em cima da cama, no travesseiro onde descansou a cabeça mesmo que por pouco tempo. Sem fazer barulho ou chamar atenção a mulher saiu do quarto, as lágrimas queimavam seus olhos, mas não seria ali que ela as deixaria escapar. Decidiu ir andando pra casa, passaria pelo menos uma hora andando, mas não se importava, não tinha pressa para chegar. Durante todo caminho relembrou os momentos felizes ao lado do homem, de quando fizeram a coisa mais importante em sua vida atualmente. Abriu a porta do quartinho e viu o seu motivo de viver e sorrir, o pequeno riu de volta ao olhar a mãe e pediu colo que logo o foi dado. Abraçou aquele pedaço de si.
- Mamãe? – o pequeno encarou os olhos úmidos da mãe, sem entender e completamente inocente.
- Oi, meu amor... A mamãe chegou, vamos dormir? - o pequeno pôs a pontinha do dedo sobre uma lágrima que escorreu pelo rosto da mulher e sorriu antes de dar um beijo em sua bochecha. - Amo você, meu pequeno . - Amu tu, mamãe.

acordou ainda sentindo o cheiro da mulher, mas não sentia mais sua presença, abriu os olhos alarmado e tudo o que encontrou foi uma foto da mesma no travesseiro, sentiu o coração bater como nunca quando leu o que tinha atrás da foto, com as letras da mulher.

“Três meses depois que fui embora, num hospital qualquer soube que seria mãe... De um filho seu.”


Encarou a foto novamente e se deixou sorrir enquanto as lágrimas já lavavam seu rosto. Na foto estavam a mulher e o pequeno, era uma foto recente, os dois riam se olhando enquanto trocavam um selinho carinhoso. Aquilo não tinha acabado naquela noite. Não tinha acabado e nunca acabaria. Eles tinham uma vida juntos, e o que acharam que um dia acabou renasceu nos olhos do filho.

Fim.



Nota da autora: Oi meus amores, obrigada por lerem ate o final. Desculpem-nos se não agradamos em alguma coisa, bom, essa fic veio meio que do nada e decidimos escrever, espero realmente que tenham gostado; Qualquer coisa nosso twitter: @HarrytooDrunk e @Vodkastommo
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comentem suas opiniões, todas serão bem vindas, beijão, tia Camis e tia Let <3


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