31 de outubro, o Dia das Bruxas! A festa que eu mais gostava durante todo o ano, pode ter certeza!
Se eu acreditava nesse tipo de coisa? Claro que acreditava! Definitivamente era a coisa mais legal que existia. Podia parecer loucura, mas às vezes eu me imaginava andando na rua e vendo algumas dessas criaturas.
No outro dia à noite iria ter uma festa e eu havia sido convidada, só não sabia com qual fantasia eu iria. O estranho era que o Victor não disse onde iria ser, falou para aparecermos no portão da escola às 23h que ele iria nos levar. Estava tentando pensar em um lugar onde poderia ser.
Terminei de comer e peguei minha bolsa indo na direção da porta de casa. Ao sair, olhei em volta e vi que praticamente todas as casas já estavam decoradas e algumas ainda estavam sendo terminadas. A noite iria ser longa para essas pessoas. Comecei a andar ainda olhando para as casas, uma delas me chamou atenção. Parei na calçada e fiquei a olhando. Ela não estava decorada como as outras estão. O quintal estava coberto por folhas secas e com alguns galhos quebrados, dando o ar de chão de floresta, sabe? Nas árvores do quintal tinha alguns símbolos desenhados com tinta vermelha. Agora a casa. Ela sim estava perfeita. A casa era a mais antiga da rua, então ainda era feita de madeira, da época que ela foi construída. Estava decorada com algumas teias de aranha, muitos legais. Então eu vi bem lá atrás, entre duas árvores, algo que me chamou atenção. Apertei os olhos para enxergar melhor, mas como estava de noite, eu não consegui ver o que era. Curiosa, atravessei a rua e pisei na grama do quintal - que sim, estava coberto com folhas e galhos - senti uma sensação estranha, uma força negativa rondando aquela casa. Balancei a cabeça afastando meus pensamentos e continuei meu caminho até a parte de trás dela. Comecei a ficar com medo à medida que me aproximava. O ar começou a pesar em meus pulmões enquanto eu tentava não sair correndo dali. Eu ainda amava isso, ok? Era só o medo da primeira vez. Olhei para trás e vi as pessoas arrumando as casas. Ok, não estava sozinha, qualquer coisa corria gritando.Olhei para a frente novamente e respirei fundo.
Pra que tudo isso, garota? É Halloween, as pessoas vão decorar as casas com esse tipo de coisa. Continuei andando até chegar em baixo das duas árvores.
Olhei e vi um boneco preso entre elas, como se fosse uma pessoa. O mais legal? Eu fiquei com medo disso. Rindo de mim mesma, fiquei encarando o boneco.
- Viu, ? Não precisava ter feito todo esse escândalo interno, é só um boneco. - Ouvi o barulho de um galho se quebrando e virei rapidamente a cabeça para trás. Não tinha ninguém. - Vish,eu estou ficando louca ! - Balancei a cabeça e me virei para ir embora.
- Não está ficando louca. - Bati no corpo de alguém e olhei para cima para tentar ver seu rosto. Ai meu Deus, é agora que eu morro! Olhei para o homem a minha frente. Isso não era bom.
- Não me machuque. - Pedi começando a andar para trás, ele me acompanhou.
- Não vou fazer nada com você. - Sua voz me fez arrepiar, mas não me deu medo na verdade.
- Então o que você quer? - Perguntei assustada. Esse cara não parava de me seguir.
- O que eu quero? - Mesmo estando escuro consegui ver sua boca se formar numa linha, esboçando um sorriso. Maldito! Tropecei em alguma coisa e caí para trás, deixando-me indefesa caso ele quisesse me segurar. Ele parou de andar e ficou me encarando. Por que não tem luz nesse lugar mesmo? Me levantei rapidamente e continuei andando para trás. O homem voltou a andar. Bati em alguma coisa e olhei para trás para ver. Mais uma árvore. Tem uma floresta atrás dessa casa, só pode. Ele parou em minha frente e colocou os braços em volta da minha cabeça. Olhei para os lados, desesperada, agora eu não tinha mais saída. Se é que antes eu tinha alguma. - Eu quero... você. - Gelei. Ele vai me estrupar, é isso? Então ele começou a se aproximar de mim e roçou os lábios em minha orelha, me arrepiando de novo, e... começou a rir. Como assim? - Você devia ter visto a sua cara, estava muito engraçada.- Falou saindo de perto de mim. Eu realmente estou ficando louca. Ouvi seus passos se distanciando de mim. Permaneci parada na árvore. - Vai ficar parada aí?
- Anh?
- Vai ficar aí na árvore ou vai voltar pra rua? - Perguntou usando um tom óbvio que me fez revirar os olhos.
- Vou pra rua. - Me soltei da árvore e comecei a andar atrás dele seguindo a luz dos postes na direção da rua. Cheguei ao seu lado e parei de andar rápido e entrei em sua velocidade. - Por que diabos você fez isso comigo? - Olhei para ele, que encarava a rua.
- Eu vi você olhando para cá e te vi vindo, então pensei em vir falar com você. Quando vi que você estava assustada pensei em te assustar mais um pouquinho. - Parou bem em baixo do poste e olhou para mim. AI MEU DEUS. Como eu nunca vi esse garoto aqui antes? Cabelo preto jogadinho de lado, olhos verdes, boca rosada e pele bem branca. Olhei-o de cima a baixo e não pude deixar de reparar em seus músculos visíveis mesmo por cima da jaqueta de couro. Ele é incrivelmente lindo! - Não vai responder? - Perguntou rindo. Olhei em seus olhos sem graça e... ele parece estar me hipnotizando! - Hey!
- Ah sim, desculpa! Foi uma brincadeira muito sem graça essa que você fez, eu podia ter morrido de um ataque do coração, sabia? - Rimos.
- Mas você não teve. - Deu de ombros.
- Ok, perdoo essa vez, da próxima não!
- Então eu terei chance para uma próxima? - Perguntou sorridente.
- Eu não disse isso. - Mas bem que poderia. O que é isso menina? Desde quando você fala isso para estranhos? Pare com isso, você já tem 16 anos.
- Tudo bem. Você quer ir em uma festa comigo amanhã a noite? É do meu primo. - Convite tentador.
- Não posso, tenho outra festa pra ir. - Infelizmente, porque eu aceitaria o convite.
- Onde vai ser? Quem sabe eu apareça por lá então. - Colocou as mãos nos bolsos da calça envergonhado, que fofo.
- Eu não sei onde vai ser, meu amigo não falou. - Dessa vez eu dei de ombros.
- Que coincidência! É a festa do meu primo. - Falou sorrindo.
- Como você sabe? - Perguntei desconfiada.
- Ele não disse onde é, o nome dele é...
- Victor. - Falamos juntos. Beleza, mesma festa. Eu + gatinho = Party all day, all night.
- Bom, então nos vemos lá amanhã. - Me virei e comecei a andar quando senti uma mão em meu braço.
- Mas eu não sei nem seu nome.
- .
- .
- Até amanhã, . - Ele soltou meu braço e eu fiz o caminho do centro da cidade. Eu tinha que comprar os doces para minha mãe.
Chapter 1 - I Know About The Curse
Acordei ao ouvir a voz do meu Joey Ramone cantando Pet Sematary. Abri os olhos e pisquei algumas vezes até eles se acostumarem com a luz do dia.
Que dia era? Se você disse 31 errou, ainda era 30. Me sentei em minha cama e calcei meus chinelos. Sexta-feira, dia abençoado. Levantei e fui para a cozinha tomar meu café.
- Mãe? - Entrei na cozinha e vi que ela não estava ali, vi um papel pendurado na geladeira. Ótimo, minha mãe saiu e só volta tarde, quer ver? Andei até a geladeira e peguei o papel. O que eu disse? - Droga! - Eu simplesmente odeio o fato da minha mãe sumir o dia inteiro e voltar só depois da meia-noite! Eu fico sozinha em casa o dia inteiro, não que isso seja ruim, mas eu sinto falta da minha mãe comigo. - Perdi a fome!
Bufei e fui para meu quarto novamente. Ainda tenho escola hoje, depois disso é festa com o gatinho do .
Coloquei meu uniforme e saí de casa indo para a escola, mais conhecida como inferno. Olhando para baixo com meus fones de ouvido não ouvi passos se aproximando de mim. Senti alguma coisa me puxando.
- AAH! - Fechei os olhos com medo de ver quem era.
- ? - Reconheci aquela voz.
- Caramba, ! Vai me assustar toda vez que for me ver? - Ele riu e soltou meu braço indo para meu lado.Continuamos a andar.
- Desculpa, não pensei que você fosse tão medrosa.
- Eu não sou medrosa. - Falei. Só que rápido demais.
- Ah, não é? - Olhei para ele que estava com a sobrancelha erguida.
- É, eu não tenho medo.
- Então vamos fazer alguma coisa divertida amanhã à noite? - Perguntou entusiasmado. Vish, estava ficando com medo desse daí.
- Que tipo de coisa divertida em uma noite de Halloween? Quer invocar a loira do banheiro? - Perguntei rindo.
- Não, eu quero ir no Cemetery Vomico. - Para tudo, onde ele quer ir?
- No cemitério da ilha? Fazer o que lá? - Não quero saber, eu não vou nesse lugar.
- Sim. O Victor falou que quer ir para lá e falou para eu ir, então estou te chamando também.
- Mas vamos fazer o que lá? - Pensando bem, eu não vou estar sozinha lá, e posso me aproveitar da situação para me aproximar do .
- Ele quer ver se a lenda da maldição é verdadeira. - Olhei para ele com a sobrancelha erguida.
- Que maldição? – É, eu estou perdida, que maldição existe sobre o cemitério da ilha?
- Você não sabe? – Neguei. - Como? Todo mundo sabe!
- Mas eu não sei. Me conta.
- Certo. Como você deve saber, o cemitério foi construído lá pelo século 17, então imagina o tanto de gente que deve ter lá. Quando a ilha ainda servia de base para as forças armadas no começo do século 18, alguns índios foram descobertos lá e foram mortos. Naquele dia, o pajé tinha saído da aldeia para ir falar com seu Deus no mar, quando voltou viu que todos haviam morrido. Percebeu então que tinham sido os militares ou, como dizem, homens brancos. Por vingança ele jogou uma maldição, que faria com que todas as pessoas e animais mortos enterrados em qualquer parte da ilha, levantassem de seus túmulos e buscassem por corpos vivos para possuir e voltar a viver. Seria em uma noite, todo ano. Escolheu dia 31 de outubro que, coincidentemente, é o Dia das Bruxas. Desde então, dizem que todo ano, quando dá meia noite do dia 31 para o dia 01, os mortos tem até o amanhecer para possuir um corpo ou voltar para seu túmulo.
- Que lindo, eles sabem ver a hora! - Falei irônica.
- É uma maldição , pode acontecer o que o pajé falou!
- Ok, ok. Eu vou amanhã com você e o Victor para o Cemetery Vomico. - Sorri para ele. - Quero ver se vai acontecer alguma coisa.
- Vamos ver. - Chegamos no portão da escola, me virei para .
- Mas se a maldição for verdadeira, como as pessoas que moravam na ilha saiam de lá?
- Quem disse que elas saiam? - Sorriu malicioso fazendo-me sorrir também.
- Hey, , vamos, a aula vai começar. - Ouvi gritar. Olhei para ela e pedi para me esperar.
- Melhor eu ir. Depois a gente se vê, .
- Tchau, . - Isso soou tão perfeito em meus ouvidos! se aproximou de mim e beijou o canto de minha boca, deixando-me paralisada. - Te vejo no intervalo. - Sorriu e saiu andando.
Me virei para ir pra sala e dei de cara com a me encarando de boca aberta. Andei até ela e a puxei pelo braço quando vi que ela não ia se mexer.
- Quem era aquele? - Perguntou toda esbaforida.
- , ele é primo do Victor, está estudando aqui agora.
- Ele está em qual sala?
- Um ano mais velho, ! - Os olhinhos dela começaram a brilhar e eu comecei a rir dela. - Vem, vamos.
Depois de dormir nas três primeiras aulas, o sinal bateu anunciando o intervalo. Ah, foda-se, estava com preguiça de levantar.
- , não vai comer? - perguntou se levantando.
- Não, vou ficar dormindo. - Ela saiu da sala e fechou a porta. Uns cinco minutos depois a porta se abriu novamente, ela deve ter esquecido alguma coisa. Ela se sentou ao meu lado e eu bufei. – Olha, , não precisa ficar aqui comigo,vai lá pra... - Parei de falar assim que olhei para ela.
- Sério? Eu realmente quero ficar aqui com você. - falou e sorriu.
- ? O que você...
- A falou que você ia ficar dormindo, e como eu disse que iríamos nos ver no intervalo, aqui estou eu. - Sorri.
- Tudo bem então.
- Sabe, acho que amanhã a noite vai ser legal. Já pensou se os mortos realmente levantarem?
- Ai eu chamo a Alice pra nos ajudar.
- Alice? - Como esse garoto não conhece minha musa inspiradora?
- Alice, do Resident Evil. Mas isso nunca vai acontecer.
- Mas bem que poderia. - Concordei. – Sabe, , eu gostei de você. - Começou a se aproximar de mim olhando diretamente para mim. O verde de seus olhos me hipnotizou mais uma vez. - Gostei muito. Você é diferente. A maioria das garotas nunca mais olhariam na minha cara se eu a chamasse para ir em um cemitério comigo, ainda mais um que carrega uma maldição em uma ilha abandonada.
- Eu gosto daquela ilha, não tenho medo de maldições e cemitérios me acalmam [n/a: é sério isso, cemitérios me acalmam]
- Faltou uma coisa. - Sorriu de canto.
- Eu também gosto de você. - Me aproximei dele ficando a centímetros um do outro. Fechei meus olhos e esperei seus lábios se encostarem nos meus. Macios, quentes e... - AAAAH! - As janelas da sala abriram, batendo nas paredes e fazendo uma barulho assustador, o vento forte começou a entrar na sala pelas janelas abertas e espalhar as folhas. – Ajuda, . - Corri para a janela mais perto de mim. Ao chegar perto dela senti as gotas frias, pesadas e grandes de água acertarem meu braço, com dificuldade fechei a janela e fui para a próxima. Cometi o erro de olhar para o céu, e li "You'll die" pisquei e as palavras já tinham desaparecido. Fechei a janela e me afastei dela.
- Caramba, o que foi isso? - perguntou se sentando em uma das mesas.
- Eu não sei, mas me deixou assustada.
- Calma, , é só chuva. - Bateu a mão na mesa a seu lado me chamando para sentar a seu lado, andei até lá e sentei. me abraçou e beijo o topo de minha cabeça.
- É só a chuva. - Repeti para mim mesma.
- Ansiosa para a festa de hoje?
- Com certeza. - O sinal bateu.
- Acho melhor eu ir. - Sorriu para mim. Se levantou e ficou parado em minha frente me encarando.
- O que foi? - Se aproximou de mim e me de um selinho, tipo o que havia acontecido naquela hora, tirando as janelas abrindo demoniacamente.
- Até a noite, . - E saiu da sala.
Chapter 2 - I'll To The Party And Wake Up In A Strange Place
Sai de casa às 22h30, tinha que andar rápido se quisesse chegar a tempo. Andando pelas ruas vi todas as casas decoradas e novamente passei na frente da casa de madeira. Olhei diretamente para os fundos dela e tive a impressão de ver o boneco se mexendo. Parei de andar e fiquei olhando. Deve ser o vento, pensei.
Comecei a andar novamente.
Consegui chegar na escola com quatro minutos de folga. Olhei em volta e vi a vestida de bruxa. Andei até ela, e empurrei seu pescoço com força para o lado e ameacei mordê-la.
- Ei, ei, ei, só eu posso morder a aqui, minha senhora! - falou puxando para ele.
- Nós podemos dividir sua namorada, afinal eu não quero o que você quer. - Falei sensualmente.
- Mas eu preciso do que você quer para ter o que eu quero. - Piscou pra mim e eu revirei os olhos rindo quando deu um tapa em seu braço.
- Eu não sou um objeto, !
- Eu sei, meu amor, estou brincando. - Deu um selinho nela.
- Hey, , por que minha senhora?
- , você é uma vampira, e pela roupa, a mulher do Drácula, imagina quantos 100 anos você deve ter. - Balancei a cabeça em concordância.
- Olha quem chegou. - falou apontando em uma direção com o queixo. Olhei e vi andando em minha direção. - E está vindo para cá.
- Quem é esse? - perguntou olhando
- Primo do Victor, amigo meu. - parou a meu lado sorrindo e meu deu um selinho.
- Oi, . , namorado da .
- .
- Oi. - Eu e falamos juntas.
- Se tivéssemos combinado não teria dado certo. - Falei rindo.
- Com certeza não. - Riu também. Estávamos com a mesma fantasia, ele com a masculina e eu com a feminina. Como perfeitos Drácula e sua mulher. Se fosse para ser assim não seria. – , posso falar com você? - Nesse momento Victor chegou na frente de todo mundo e falou para o seguirmos.
Fomos andando até uma casa da rua de baixo. Parecida com um castelo, a casa ficou linda com a decoração de Halloween.
- Que casa linda, Victor ! - falou maravilhada.
- Pois é né, mas demorou até eu conseguir convencer minha mãe a me deixar fazer isso. - Deu de ombros.
- Essa casa é sua? - Perguntei de boca aberta apontando para a casa.
- Sim. - Sorriu piscando os olhos rapidamente.
- Vai dizer que você não sabiam disso? - perguntou.
- Não, nós não sabíamos. - falou e mordeu a bochecha dele.
- Vamos parar porque só tem vocês de casal aqui né. - Falei revirando os olhos.
- Só o Victor está desacompanhado aqui, . - falou sorrindo maliciosamente.
- Por enquanto meu caro, , por enquanto. Agora vamos entrar que a festa é lá dentro. - Victor abriu a porta da casa e entrou abrindo espaço para todos os convidados.
- ? Quer beber alguma coisa? - Olhei para trás e vi Steven parado segurando um copo com alguma bebida.
- Aqui, , pegue seu ponche. - Virei para meu lado e me entregou um copo com um líquido da mesma cor que o do copo do Steven.
- Obrigada, meninos, eu pego os dois. - Olhei novamente pra Steven e peguei o copo de sua mão. Sorri para eles e sai procurando a .
Posso estar ficando louca - ficando? Ok, aumentando a quantidade do meu remédio - mas acho que tem dois caras mais que lindos me disputando. Vamos lá, , quem você quer? O , com toda certeza... vish, esses meus pensamentos. Balancei a cabeça e continuei andando atrás da .
- Hey, Hannah, viu a em algum lugar? - Ela apontou para a escada. - Obrigada. - Segui naquela direção atrás da . Entrei em um corredor com umas dez portas. – Caramba! Agora cadê essa menina? - Continuei andando até passar por uma porta e ouvir alguém gritando. Dei alguns passos para trás e encostei na porta para ouvir então...
- VAI, ... AH! - Arregalei os olhos e mordi os lábios para não rir. Que feio, , a festa nem começou direito! Me virei e fui descer as escadas quando me deparei com encostado no corrimão de um jeito extremamente sexy. Ai meu Deus, eu quero esse garoto!
- ? O que você está fazendo? - Ele me olhou e puta... esses olhos verdes!
- Esperando você. Vamos dançar, minha senhora? - Sorri e dei minha mão para ele pegar... ele pegou, depois a beijou. Respirei fundo e pisquei algumas vezes. Talvez seja o cara que eu sempre sonhei... romântico, fofo, atrevido, sexy... – Heim, ? - Olhei para ele e me perdi em seus olhos verdes mais uma vez.
- O quê? - Perguntei conseguindo enrolar as duas palavras que eu consegui falar.
- Quer beber ou comer mais alguma coisa? - Sorri para ele.
- Agora não, , obrigada. - Começou a tocar uma música lenta, nunca ouvi ela antes.
- Me concede esta dança? - Sorri afirmando.
Quanto tempo se passou desde aquela dança? Não sei. Cinco minutos, meia hora, quatro horas... eu não sei, a única coisa que me lembro é de ter começado a beber junto com , nós disputamos para ver que bebia mais... ou algo assim. Agora eu me encontro sentada na grama do quintal com um lindo ft gostoso deitado do meu lado, olhando para o céu que está incrivelmente estrelado, mesmo pra hora que deve ser.
- , sabe, acho que eu vou embora. - se sentou a meu lado e me olhou.
- Por que, ? A noite ainda está começando. - Falei ainda olhando para o céu.
- , olha pra mim. - Olhei - Você sabe que é especial pra mim, não sabe? - Balancei a cabeça em concordância. - Eu sou especial pra você?
- Com toda certeza. - Sorrimos.
- Posso? - Se aproximou de mim.
- Pode. - Sorri. colocou uma das mãos em minha cintura me puxando para mais perto de si e a outra em meu pescoço. Encostou os lábios nos meus. Ficamos assim, paralisados, um sentindo o toque dos lábios do outro por alguns minutos. Então pediu passagem e eu a dei. Nossa línguas travavam uma luta extremamente excitante. passava as mãos por toda a extensão de meu corpo, me arrepiando. Desceu uma das mãos até minha coxa e começou a apertá-la. Apertei seu pescoço o puxando para mais perto de mim se possível. Com um pouco de dificuldade coloquei minhas mãos debaixo de sua camisa e comecei a arranhar seu corpo totalmente definido. CARALHO, , PRECISA SER GOSTOSO DESSE JEITO?
- A...ach...acho...- Tentou falar entre o beijo. Parei de beijá-lo dando selinhos.
- Oi, . - Sorri para ele.
- Está calor, né? - Ele falou se abanando com as mãos. Que gay isso. Eu ri.
- É só tirar a roupa que o calor passa. - Olhou para mim com os olhos arregalados e sorriu maliciosamente. Eu não falei isso, cara, definitivamente não.
- Tem certeza?
- Tenho. - se levantou e me puxou para a parte de trás da casa. - Onde nós estamos indo?
- Pegar minha moto.
- Você tem moto? - Tenho certeza que meus olhos começaram a brilhar.
- Uma Harley Davidson preta.
- Caramba. - Chegamos na moto e ele me deu um dos capacetes e colocou o outro. Subimos na moto e ele a acelerou. Perdida no tempo, não reparei quando parou a moto em uma casa I-M-E-N-S-A. - Mora aqui?
- Com meus pais.
abriu a porta do quarto e correu para a cama me deitando na mesma, sem parar de me beijar um segundo sequer. Mas como todo ser existente nós precisamos de oxigênio. Paramos de nos beijar e colamos nossas testas uma na outra, assim nos encarando.
- Você é linda, . - Corei.
- Você é gostoso, . - Corei mais ainda pode ter certeza. sorriu malicioso e olhou para baixo. Sem me deixar pensar duas vezes colocou seus lábios nos meus mais uma vez.
Colocou as mãos em minhas costas e puxou os fios do laço abrindo-os com ferocidade. Desceu minha blusa até um pouco abaixo de meus ombros e fez o mesmo caminho dando beijos, mordidas e alguns chupões. Ele quer me deixar marcada, para me lembrar disso. Desceu o vestido até minha cintura expondo meu sutiã preto de renda. Ficou me encarando enquanto eu olhei para o lado envergonhada. O ajudei a tirar meu vestido jogando-o para qualquer lugar. se deitou em cima de mim e me beijou novamente. Com mais fogo do que as últimas vezes, confesso. Sentamos na cama novamente.
Desabotoei sua camisa e fui a tirando devagar, beijando toda a extensão de seu toráx. Me ajoelhei em sua frente e fiquei encarando seu corpo.Passei minhas unhas deixando-o bem marcado, se eu me lembrarei que fui dele, ele também se lembrará que foi meu.Tirei sua camisa e mais uma vez fiquei o encarando. tem uma beleza diferente de todos os garotos que eu conheci. Ele é extremamente bonito, sexy, charmoso, posso dizer que sua beleza é... angelical. Mas ele tem toda essa coisa de bad boy, é possível existir uma beleza demoníaca? Não sei, apenas tenho certeza que é bom. Voei para cima dele agarrando seu pescoço começando mais um beijo. me deitou e se deitou em cima de mim, fazendo-me sentir sua excitação. Abriu meu sutiã e o jogou na mesma direção de meu vestido. Desvantagem, estou apenas com uma peça de roupa. Abri seu zíper e abaixei sua calça, mostrando sua boxer preta. Me ajudou a tirá-la e a jogou no chão ao lado da cama.
Com uma das mãos puxou minha calcinha e tirou, fiz o mesmo com sua boxer. Deitado em cima de mim, me beijou mais uma vez antes de me fazer dele.
Abri os olhos e pisquei algumas vezes seguidas para me acostumar a claridade. Senti alguma coisa subindo e descendo embaixo de mim. Virei a cabeça para frente e vi deitado, comigo deitada em seu peito sendo segurada por sua mão em minha cintura. Sorri.
- Acordei em um lugar diferente. Mas com a pessoa certa. - abriu os olhos e me viu o encarando. - Bom dia, .
- Bom dia, . - Levantou um pouco a cabeça e selou nossos lábios.- Dormiu bem?
- Como nunca antes. - Sorrimos. - Eu estou com fome. - Falei com voz manhosa.
- Então vamos comer, aí eu te deixo em casa.
- E depois você me pega para irmos para o cemitério. - O brilho de seus olhos deu uma piscada. Meu médico tem que acertar a dosagem do remédio, minha gente.
- Acho que eu não quero ir mais, é perigoso, vai que a maldição é verdadeira.
- Nem vem, nós vamos sim. - Ralhei.
- por favor, por que você quer ir?
- Porque você me convenceu. - Pareceu culpado. Bufou.
- Tudo bem, agora vou tomar um banho rápido e nós vamos tomar o café da manhã.
- Ok. - Selei nossos lábios. se levantou e foi para o banheiro. Ouvi o barulho da água caindo ao chão e não aguentei.
Me levantei e caminhei na direção do banheiro, abri a porta tentando não fazer barulho. estava de costas para mim passando as mão nos cabelos. Entrei no banheiro e fechei a porta. Me aproximei dele e o abracei fazendo-o dar um pulinho se susto. – Calma, , sou apenas eu. - Ele se virou para mim e sorriu maliciosamente. Me beijou passando a mão por meu corpo, puxou minhas pernas para cima e eu as coloquei em volta de sua cintura. andou um pouco e me encostou na parede. Soltei um gemido pelo contato de minha pele quente com a parede fria.
Chapter 3 - The Night Start
Entrei em meu quarto e abri o guarda-roupa para pegar uma roupa para me trocar. Corri para dentro do banheiro e terminei de me arrumar.
- Vai logo, . - gritou da cozinha. Eu sei que estou atrasada, era pro ter me trazido pra cá de manhã, mas nós meio que enrolamos, enrolamos, enrolamos e viemos só para eu me trocar mesmo. Abri a porta do meu quarto e fui para a sala pulando no colo do e roubando-lhe um selinho.
- Vamos?
- Tem certeza de que quer ir, ? Eu acho melhor nós ficarmos aqui dentro de casa. - Ri dele revirando os olhos.
- Está com medo, ? - Perguntei sugestiva.
- Não tenho medo de nada. - Falou ficando sério.
- Então vamos. - Levantou uma sobrancelha como se perguntasse novamente. – Sim, , eu quero ir. - Me levantei e puxei sua mão levantando-o.
Fechei a porta e dei uma corridinha básica para a moto dele.Subi e coloquei meu capacete. acelerou a moto indo na direção da casa do Victor.
- ? ? ! - Olhei para assustada e vi ele apontando para o outro lado da rua, olhei atordoada e vi algumas crianças pedindo doces em casas. Saudade desse tempo.
- O que vamos fazer na casa do Victor mesmo?
- Ele vai junto, lembra? Ele conhece uma entrada escondida que dá no cemitério. - Não respondi, apenas encostei minha cabeça em seu ombro e fechei meus olhos imaginando como essa noite poderia ser. Ri comigo mesma, seria a realização de um sonho se realmente aparecessem zumbis no cemitério. parou a moto e eu desci para chamar o Victor.
- Tem certeza que é por aqui, cara? - perguntou para Victor quando ele entrou em uma rua de terra que passa por trás da escola.
- Tenho. E, , não vai ficar de frescura quando tiver que atravessar a água, vai? - Victor perguntou rindo.
- Não tenho medo de água, diferente de você. - riu comigo e levou a mão para trás para fazermos um Hi-Fi. Victor deu a língua para mim e eu ri. - Vocês realmente acham seguro deixar as motos de vocês paradas lá atrás? - Apontei virando um pouco meu corpo.
- Não vão mexer nelas, , pode ficar tranquila. - falou me puxando para seu lado.
- Então qual é o plano?
- Que plano, menina? - Victor perguntou me olhando de rabo de olho.
- Pra ficarmos no cemitério.
- Não temos plano. - respondeu.
- Então vamos chegar lá e esperar acontecer alguma coisa?
- Sim. - Responderam os dois juntos. Revirei os olhos bufando.
- Que foi, ? Quer saber como vamos nos defender dos zumbis se eles aparecerem? - Victor perguntou pulando atrás de mim.
- Eu sei como me defender deles, é que não faz muito sentido ficar em um cemitério a noite toda esperando. - Ele colocou as mãos em minhas pernas fazendo-me pular.
- Vai ser legal ficar com você a noite. - Falou rindo, dei um tapa em seu braço. Olhei para e o vi quieto olhando para o chão.
- ? Você está quieto, o que aconteceu? - Ele me olhou e respirou fundo.
- Eu só não quero te perder. - Aw isso foi fofo, muito, MUITO fofo.
- Você não vai me perder. - Peguei seu queixo e o virei para mim encostando meus lábios nos seus. Antes de se virar completa e novamente para o chão eu pude ler seus lábios "eu vou perdê-la, ". Estranho, por que tem tanta certeza assim de que vai me perder?
Victor abriu o portão fazendo aquele barulho de filme de terror e entrou no cemitério, entrei sendo seguida por que fechou o portão. Estava muito escuro.
- Vocês trouxeram lanterna?
- Eu peguei três. - Victor tirou três lanternas de algum lugar dentro de sua jaqueta e nos entregou. Tentei ligar a minha mais não obtive sucesso.
- Ótimo, a minha não funciona. - Bufei.
- Pega a minha. - pegou a lanterna da minha mão e me deu a sua. - Acendi e comecei a olhar para os lados e li a placa "Cemitério de Animais' com uma seta apontando para a direita.
- Vamos lá? – Apontei.
- Acredite em mim, você não quer ir lá essa noite. - Victor falou. Então começou a ventar, o que fez um frio irritante passar por minha coluna.
Depois de exatas duas horas andando pelo cemitério, decidimos sentar em algum lugar pra esperar o tempo passar. O vento daquela hora veio algumas outras vezes e sempre que a gente passava perto de alguma cripta eu tinha a impressão de alguma coisa se mexendo lá dentro. Viagem minha.
- Que horas são? - Perguntei.
- Agora, nesse exato momento 23h27. - Victor falou olhando no relógio. Ótimo,mais alguns minutos.
- ? - Olhei para que me roubou um selinho, só que foi rápido o que fez ele me empurrar. Cai para trás gritando desesperada, depois comecei a rir. deitou em cima de mim e me beijou.
- Eita, dá pra parar de melação aí? Eu estou sozinho aqui.- Comecei a rir junto com e nos sentamos de novo.
- Pronto, pronto. - Falamos juntos. Olhei para e posso jurar que vi um brilho diferente em seu olhar, algo mais... maléfico talvez? Balancei a cabeça e me levantei.
- O que vamos fazer até dar meia-noite? - Victor perguntou jogando umas pedrinhas.
- Andar mais um pouco? - Respondi. Um raio cruzou o céu negro, iluminando o cemitério. Senti mais um calafrio ao ver o estado do lugar onde me encontrava. percebeu.
- Está com medo? Podemos ir embora se você quiser. - Sussurrou em meu ouvido. Me arrepiaria se essas não fossem as circunstâncias.
- Não, querido, só não gostei da paisagem, nós podemos continuar aqui. - Ele balançou a cabeça e me pareceu meio... desapontado. - Tudo bem pra você?
- Sim.
Alguns minutos mais tarde...
- Então, galera, é isso. Dez minutos pra meia-noite. - Victor falou se levantando.
- Você fala galera como se tivessem muito mais que três pessoas incluindo você aqui. - falou se levantando também. Já que estava todo mundo levantando, levantei também.
- Vamos ficar aqui até que horas heim?
- Como eles levantam meia-noite esperamos até 01h, se nada acontecer vamos embora.
- Certo. - Respondi. Começamos a andar para o centro do cemitério, onde tem a igreja. De repente um trovão e algumas gotas. Ainda bem que estou de bota. As gotas começaram a aumentar se tornando logo aquela chuva de fim de mundo.
- Vamos voltar pra baixo das árvores. - Victor falou começando a se virar. Fomos atrás dele. Sim, eu sei, não é muito inteligente ficar embaixo de uma árvore com essa chuva, mas não tinha para onde ir.
- Você está bem, ? - perguntou preocupado.
- Encharcada, mas bem. - Sorri ganhando um selinho.
- Acho melhor irmos embora. - falou apressado, olhando para os lados desesperadamente.
- Calma, , não vai acontecer nada. - Ouvi passos em nossa direção, arregalei os olhos e senti meu coração aceleram. Alguém colocou as mãos em meus ombros me fazendo-me pular.
- ? - me puxou para ele me abraçando em seguida.
- Calma, pessoal, somos só nós dois. - falou saindo de baixo da árvore junto com a . rosnou. Olhei para ele com as sobrancelhas franzidas e ele me ignorou. O que o fez para ele? Um calafrio percorreu todo meu corpo e então o vento frio veio bagunçando meu cabelo e jogando a chuva em nossa direção.
- O que você está fazendo aqui, ? - perguntou assustada ao me ver.
- Vim com os meninos saber sobre a lenda, maldição, sei lá que diabo é.
- Sua mãe sabe que você está aqui? - Que isso, ? Virou minha mãe agora foi?
- Não...
- COMO NÃO?
- Meia-Noite pessoal. - Victor falou todo feliz.
- E dai que é meia-noite, menino? - perguntou brava.
- É a hora que acontece tudo segundo...
- Eu sei disso, Victor, foi uma pergunta retórica. Agora continuando, POR QUE ELA NÃO SABE?
- Porque eu não vi ela ontem e porque eu não dormi em casa. - Os olhares foram de mim para , de para mim. Sorrisos maliciosos nos lábios das cinco pessoas presentes no cemitério.
- Gente, acho melhor sairmos de baixo das árvores, vamos lá pra baixo da igreja. - e se entreolharam. Dei de ombros e me virei para sair dali. Victor começou a andar.
- PORRA! - Victor gritou e pulou pra trás quando viu um homem parado a centímetros dele.
Então um raio iluminou todo o cemitério.
Chapter 4 - What We'll Do Now?
Então um raio iluminou todo o cemitério...
Arregalei meus olhos e novamente senti meu coração acelerando junto com meu corpo travando. Como assim? De onde todas essas pessoas surgiram? Como elas entraram aqui? Vamos, , coloque seu cérebro para funcionar.
- Zumbis? - Perguntei atônita para , ele me olhou do mesmo jeito. Deduzi que sim.
- Vamos para a igreja. CORRE. - falou e quando foi começar a andar alguma coisa a segurou. começou a chorar e a gritar. voou para cima dela e a puxou para ele, revelando mais zumbis. Ouvi um latido longe.
- Vamos, gente, rápido. Eles são lerdos mas se ficarmos parados não adianta. - falou e pegou minha mão me puxando para a igreja. Victor entrou em nossa frente falando que a ideia fora dele então ele iria primeiro. Seguimos Victor até a igreja, correndo dos mortos vivos que tentavam inutilmente nos pegar. O barulho que eles fazem é enlouquecedor, ver eles andando até você é realmente assustador. Você fica sem saída.
- Não é um sonho, é? - perguntou abraçada a .
- Não é um sonho, não há uma saída. - Victor falou baixo fitando o chão.
- Eles ficam gemendo. - Sussurrei para mim mesma, mas ouviu.
- Agora você preferia ter ficado em casa, não preferia?
- Com certeza eu prefiria. - Ele riu seco.
- Podia ter me escutado.
- Agora não é hora pra sermão, . - Falei brava.
- Eu sei, me desculpe. - Me abraçou beijando o topo da minha cabeça.
- Vamos ficar aqui esperando eles chegarem perto para sairmos correndo? Isso não faz sentido, temos que sair enquanto eles ainda estão longe. - falou olhando para gente.
- Mas para onde vamos?
- , estamos em uma ilha, ela é grande deve ter alguma cidade por aqui. - falou mais calmo pra ela.
- Vamos então. - Victor falou começando a andar para o lado de trás da igreja. Eu e o seguimos. Ela estava chorando. Isso estava errado, não era pra estar acontecendo nada. Olhei para trás e vi falando para .
- Eu não quero mais fazer isso, deixa eu levá-la para fora daqui. – Espera, sabia que isso iria acontecer? Não, não tem como ele saber. Olhei para e a abracei pelos ombros.
- Calma, nós vamos sair daqui. - Ela me olhou, os olhos inchados de tanto chorar.
- Não vamos, , não vamos. - E olhou para baixo novamente.
Continuamos a andar por mais um bom tempo, quando Victor parou de andar e ficou encarando um ponto fixo a sua frente.
- O que foi? - Perguntei parando a seu lado. Ele apontou. "Por vingança ele jogou uma maldição,que faria todas as pessoas e animais mortos enterrados em qualquer parte da ilha levantassem de seus túmulos" a voz de passou por minha cabeça. Então não estamos fugindo apenas de pessoas, mas também de animais, como esses que estão nos encarando.
- Como vamos passar por eles? - perguntou chegando perto da gente.
- Corremos. Mas para lados opostos para despistá-los, tudo bem para você? - perguntou recebendo murmúrios. - Qual é, se não fizermos isso não sairemos daqui.
- Tudo bem. No 3. 1...2...3 - Victor terminou de falar e só pode se ouvir o barulho dos galhos e das folhas sendo pisoteados por nós.
- Não parem de correr. - Ouvi a voz de falar distante de mim. Ele estava longe, tinha que correr mais rápido se quisesse continuar com a gente. Parei de correr e fiquei olhando para trás. - Por que você parou, ?
- Porque não posso deixar você para trás. - Ele parou do meu lado e me abraçou encostando seus lábios nos meus. Os passos de Victor pararam assim como a chuva e o vento que nos atrapalhava. Olhei nos olhos de e vi lágrimas tentando escapar deles. - Não precisa segurar as lágrimas, , pode chorar. Olha a situação que nos encontramos?
- Eu não vou chorar por isso, , eu só estou com medo de te perder. - Sorri para ele e colei meus lábios nos seus mais uma vez.
- VAMOS LOGO, PORRA! - pegou minha mão e saiu correndo para onde Victor nos esperava. - Daqui a pouco os zumbis acham a gente e ai fodeu.
- Certo, vamos para onde? - Perguntei olhando para trás tentando inutilmente achar a e o .
- Seguimos em frente, não tem para onde ir agora, temos que esperar um pouco até acharmos a e o para irmos embora de uma vez. - falou começando a andar. Seguimos ele.
Chegamos em uma cidade pelo visto. Casas completamente acabadas, tudo caindo aos pedaços. Há quanto tempo ninguém morava aqui?
- Tem uma casa em melhor estado ali na frente, vamos ficar lá? - perguntou voltando para perto de mim e logo depois Victor surgiu vindo de outra direção.
- Tem um cemitério para aquele lado. - Falou apontando. - Não deveríamos ter vindo para cá.
- Acho melhor entrarmos na casa.- Falei olhando de um para o outro.
- Vamos. - Fomos para a casa e eu abri a porta para entrarmos. - E agora? - Perguntei sentando no chão perto de uma janela.
- Ficar aqui até amanhecer me parece uma boa ideia. - Victor falou sentando a meu lado.
- Não podemos! Vamos morrer se esperarmos, que horas são, Victor?
- Agora é 01h45. Até que passou rápido.
- Sim, mas ainda temos quatro horas e quinze minutos para esperar...
- E muita coisa pode acontecer em quatro horas. - Interrompi .
- Mas então vamos ficar andando pela ilha esperando o tempo passar? Isso é mais perigoso do que ficar aqui. - Victor falou olhando bravo para .
- Você decide. Ou morre aqui dentro por ficar encurralado, ou fica andando pela ilha para confundi-los. - falou no mesmo tom que Victor havia usado com ele.
- Vou deixar o casal discutindo aqui e vou andar aqui por fora. - Me levantei e fui para a porta.
- , tem zumbis aí fora. Fica aqui dentro. - falou mais bravo.
- Que seja, , eu sei me defender. - E saí.
Olhei para os lados me certificando de que não tinha ninguém por perto. Caminhei com o mínimo barulho possível até chegar em outra casa. Abri a porta e entrei. Cheguei em um cômodo parecido com uma cozinha. - Ótimo, um armário. - Corri até ele e comecei a abrir as gavetas procurando por algo que pudesse me ajudar. - Isso serve. - Uma faca de cozinha. Todo mundo sabe que para matar um zumbi você tem que dar um tiro na cabeça dele ou quebrar o pescoço. Já que eu não tenho uma arma e não vou encostar nele, eu perfuro o cérebro com uma faca.
Sai da casa e olhei para onde o Victor falou ter visto o cemitério. Sorri maliciosamente e inclinei meu corpo nessa direção, quando ouvi o uivo de um cachorro, ou lobo, não sei. Parei onde estava e fiquei esperando. Nada aconteceu. Então fiz o caminho que era para já estar sendo feito.
Entrei no meio das árvores com cuidado para não me machucar e fui sem medo algum. Ok, com um pouco de medo claro.
Cheguei ao cemitério uns cinco minutos depois de ter me enfiado no meio das árvores. Olhei em volta para ver se havia ninguém. Sozinha.
Andei um pouco até chegar perto de um túmulo e li:
"Louise Elizabeth
24/05/1876 - 24/05/1885"
A menina morreu no dia do aniversário! Que horror.
Ouvi vozes. Tinha mais gente aqui? Corri atrás de uma árvore e fiquei escondida. e apareceram no cemitério vindo do lado oposto de onde estava. Ia sair de lá para chamá-los para a casa, quando deu um tapa no rosto de , fazendo-a cair na lama. Abri a boca em protesto, mas nenhum som foi ouvido.
- , por que você fez isso? - perguntou tentando se levantar quando recebeu outro tapa, caindo ao chão novamente.
- Porque eu tive que aguentar um ano inteiro com você até hoje, . Eu vou poder então fazer o que era para ter sido feito há muito tempo atrás.
- O quê? Você vai me matar? - Perguntou chorando.
- Eu não, querida, eles vão.
- Eles quem?
- Zumbis, menina burra. - E deu outro tapa no rosto dela.
- Por quê, ?
- Você é uma ameaça para todos nós, , você e a sua amiguinha . Amiguinha não, irmã.
- Irmã? Ameaça? me explica isso direito. - Ele bufou e revirou os olhos.
- Você e são irmãs, as duas pessoas mais poderosas da face da terra. Vocês duas são filhas de um demônio, , e quando chegar o fim, vocês devem escolher um lado para lutar. O lado que vocês estiverem ganha. E uma profecia disse que vocês escolherão o bem e nós não podemos perder essa guerra.
- Nós não podemos perder essa guerra? Nós quem?
- Os demônios, !
- Os demônios não podem vencer a guerra. Eles são do mal, vão acabar com a Terra. - falou entredentes.
- Quem disse que somos maus? Os anjos? , quem ganha a guerra faz a história. Os que perdem sempre são os maus.
- Olha o que você está fazendo, , vai me matar. Acha que alguém do bem faria isso?
- CALA A BOCA!
- Então por que os zumbis? Não seria mais fácil ter me matado assim que me viu?
- Teria, mas todos cumprimos ordens. Ou você acha que eu e o já não pensamos em matar vocês duas em um ato de distração? - O ? Ele vai me matar também? Eu sou filha de um demônio? é minha irmã? Olhei novamente para os dois no centro do cemitério e vi abrindo suas asas. Magníficas. Ele levantou voo deixando caída no chão. Olhei para ela e vi os zumbis começando a comê-la. Gritei e sai correndo na direção da casa. Tinha que tirar essa história a limpo.
- ME EXPLICA ESSA HISTÓRIA DIREITO, . - Bati a porta na parede e entrei na casa. Ele me olhou assustado.
- Que história? - Perguntou se levantando.
- ESSA DE EU SER IRMÃ DA , DE SERMOS FILHAS DE DEMÔNIOS, DE VOCÊ E O SEREM DEMÔNIOS, DE TERMOS QUE SER MORTAS... - Ele parou a minha frente me abraçando. - NÃO TOCA EM MIM, , EU QUERO EXPLICAÇÕES. - Me desvencilhei dele.
- É uma longa história, não temos tempo para eu te contar, temos que ir atrás do Victor.
- VOCÊ VAI ME MATAR, ? VAI ME MATAR IGUAL O FEZ COM A ?
- Eu não vou matar você, e não vou deixar que nada te aconteça. Vou te tirar daqui. Mas antes temos que achar o Victor.
- Não posso confiar em você, você sabia que isso iria acontecer, me fez acreditar que você gosta de mim. E tudo isso pra quê? Pra me matar e salvar o seu lado na guerra.
- EU NÃO VOU TE MATAR, CARALHO! ENTENDA ISSO. Não era para eu ter me apaixonado por você, , NÃO ERA. Mas aconteceu e agora eu não posso mais te matar, eu não quero viver sem você. Não quero viver sabendo que eu te matei. - Lágrimas invadiram meu rosto. Corri até e o abracei.
- Eu te amo, .
- Eu te amo, .
Peguei sua mão e o puxei para fora da casa.
- Para onde o Victor foi? - Ouvimos o grito de alguém vindo de algum lugar por ali. Olhei para e entendi seu olhar. Corremos um para cada lado a procura de Victor. Um arrepio passou por minha coluna quando eu vi Victor urrando de dor e sua carne se decompondo. Abaixei ao seu lado. – Victor, o que foi? O que aconteceu? - Ele me olhou como se pedisse desculpa. Ele foi mordido. Comecei a chorar desesperadamente, não podia ver mais um de meus amigos morrer. Mas não posso fazer mais nada. Acabou.
Levantei e sai correndo na direção de pedindo por ajuda. - ? ?, SOCORRO! APARECE, ?. - Dei a volta por uma casa quando bati em um zumbi e caí, tentei levantar mais fui surpreendida por mais zumbis, cada vez mais e mais. As lágrimas vieram com mais força, embaçando minha visão. Então é assim que se morre? Onde está a minha vida passando diante dos meus olhos? Senti a primeira mordida em minha perna e gritei. Gritei o mais alto que pude. Gritei a plenos pulmões e amaldiçoei este dia. Ouvi passos rápidos vindo em minha direção e antes de fechar os olhos vi tentando me tirar dali.
Um ano depois...
- Hoje, dia 31 de outubro, está completando um ano do desaparecimento de cinco jovens entre 16 e 18 anos do Colégio Secundário. Pelo que se sabe, , Soares, e Victor e foram ao Cemitério Vomico ano passado para passar a noite de Halloween por causa da lenda. Depois disso nunca mais foram vistos, a família ainda os procura... - Desliguei a televisão antes do jornalista terminar a matéria falando sobre nosso desaparecimento. Fui em direção a cozinha e sentei em uma das cadeiras enquanto comia seu cereal.
- Nós vamos voltar algum dia? - Ela perguntou.
- Não, nós não vamos voltar. - Respondi suspirando. - Ninguém pode saber o que aconteceu aquela noite.
- Que noite? - Victor entrou na cozinha.
- Aquela noite. - Ele me olhou exasperado.
31 de outubro de 2012, 04:45 AM
Acordei com a claridade em meu rosto. Odeio a luz do Sol de manhã. Espera, eu estava viva? Sentei rapidamente olhando para os lados. Vi , , Victor e ainda dormindo. Chacoalhei ao meu lado e ele abriu os olhos.
- O que aconteceu? - perguntou embolado.
- Não sei, nós estamos vivos. Conseguimos sair vivos, ! - Falei feliz.
- Onde eu 'to? - Victor perguntou esfregando as mãos nos olhos.
- No cemitério, dude.
- EU MORRI? - Ele sentou desesperado acordando e .
- Não morremos, dude, disso eu tenho certeza. - falou.
- Mas o que aconteceu, então? - começou a tremer e do nada caiu ao chão novamente. rolou para cima dela e tentou acordá-la.
- Eu não me lembro. - Coloquei a mão a meu lado para me levantar e senti algo embaixo dos meus dedos. Peguei e vi uma pepita. - Nos drogamos?
- Por quê? - perguntou. Mostrei a pepita para ele.
- Acho que sim. - parou de tremer e conseguiu acordá-la.
- Então tudo o que aconteceu ontem foi...
- ...foi alucinação. - Deduzi.
- Pelo menos estamos vivos. - falou. - Consegue andar, meu amor?
- Sim. - respondeu.
- Vamos embora então. - Victor se levantou e me ajudou a me levantar.
Chegamos perto da igreja onde nós tínhamos ido nos esconder da chuva.
- Ai meu Deus! - falou e abraçou fechando os olhos.
- Mas o que é isso? - Victor perguntou assustado.
"A luz do helicóptero caiu sobre o cemitério revelando todas as pessoas que estavam lá para a festa de última hora que eu e decidimos dar. A polícia deve ter descoberto e veio tirar a gente daqui. É proibido, sabe?
- Se eles nos pegarem, adeus, seremos presos. - falou aparecendo de trás das árvores.
- De quem foi a ideia de trazer as drogas mesmo? - perguntou séria.
- Minha. - Victor falou.
- Certo, vamos fugir, não podem nos pegar. - Falei. Victor saiu correndo na nossa frente indo na direção da igreja. As pessoas passavam correndo atrapalhando a nossa movimentação.
Entrei dentro de uma casa e peguei uma faca na cozinha. Se esses zumbis tentarem chegar perto de mim eu mato.
- , vamos sair daqui, os policiais vão pegar a gente. - Steven falou entrando na casa. Sem pensar duas vezes enfiei a faca em seu lóbulo temporal espirrando o sangue em mim.
- , vamos sair... - Britanny parou na porta ao ver Steven caído ao chão e a faca em minha mão. Deu passos para trás pensando em sair correndo, mas fui mais rápida e acertei a faca em sua coluna fazendo-a parar. Retirei a faca e a afundei em sua cabeça. Depois disso voltei para a cozinha e peguei mais facas levando-as para , Victor, e . Assim iria ficar mais fácil matar todos."
- Nós fizemos isso. - Falei.
- Como é? - soltou de e veio para cima de mim. - Eu não matei ninguém, .
- , estávamos drogados, drogas alucinógenas. Podemos ter visto qualquer coisa ao invés de pessoas. Vão dizer que não se lembram de nada? - Perguntei olhando para cada um ali que tinha a expressão de culpa. - Viu, eu também me lembro. Nós matamos todos que estavam na festa junto com a gente.
- Ninguém precisa saber disso. - falou decidido. - E quando digo que ninguém precisa, quero dizer ninguém vai.
- Vamos fugir. Para qualquer lugar, só não podemos ficar aqui porque seria suspeito demais. - Victor falou.
- Ninguém jamais, em hipótese alguma poderá saber do que aconteceu essa noite, entendido? - falou.
- Sim. - Falamos todos juntos.
- Vocês ainda acham que podem descobrir o que nós fizemos? - perguntou.
- Poder podem, mas não vão. Todos acham que estamos desaparecidos, então assim ficaremos. - falou.
- Nós matamos quantas pessoas aquela noite? Umas cinquenta? - perguntou sorrindo maliciosamente.
- Por alto sim. - respondeu com o mesmo sorriso.
- Eu nunca falei, mas eu gostei disso. - Victor falou.
- Eu também. - e eu falamos juntos. Roubei um selinho dele.
- Atacaremos hoje novamente? - perguntou.
- Se estivermos sobre o efeito de drogas, sim. falou.
- Primeiro no Maine, agora em Wyoming. Vou pegar as drogas. - Victor falou se levantando.
- O que você acha? - perguntou me olhando.
- Isso é errado, mas não temos mais saída. - Sorri maliciosa.