Escrita por: Mariani Esteves
Betada por: Ebonny



O Plano da Princesa Salgada


Um belo dia no Reino Doce, todos cantarolando pra lá e pra cá, Jake tirando pedaços da nova árvore de algodão doce sabor limão, Jujuba verificando seu novo sistema de ventilação aromática e Finn simplesmente comendo bolinhos de carne. De carne?
– E ai, Jujuba, já experimentou esses novos bolinhos de carne?
– Não, estou evitando sal no momento. Ei, estão contrabandeando sal aqui no reino? Como você conseguiu isso, Finn? – Jujuba parecia mas raivosa do que nunca.
– Chegou aqui no castelo hoje de manhã para mim e para o Jake. Não sei quem mandou, mas falei com o Homem Banana e ele disse que todos os vizinhos estão recebendo Bolinhos de Carne.
– E ai, galera! Jujuba, você está de parabéns pela árvore sabor limão, acho que vai ter que plantar mais. – disse Jake entrando pela porta.
– Saca só, Jake. – disse Finn lhe mostrando os bolinhos.
– Bolinhos de carne! Não sabia que a Jujuba tinha liberado sal aqui no reino. – disse com a boca cheia mastigando três bolinhos.
– E não liberei, não quero que ninguém veja isso aqui, estou ordenando. Gostaria que vocês engolissem rápido, por favor. Nem mesmo eu quero ver isso!
– Ta bom!
– Hum, hum, hum, está delicioso, Finn!
– Hum, hum, hum – diziam Finn e Jake se deliciando rapidamente.
– Aff!
– Desculpa ai, princesa! – é lógico que Finn dizia todo derretido.
– Ah, foi mal, Jujuba. Mas os bolinhos são deliciosos, não sei como os moradores doces conseguem viver de doces, muito canibalismo faz mal, é como uma galinha comer frango frito. Eles não podem nem experimentar?
– Jake!!!
– Não. Não podem experimentar. Finn, quero que você descubra quem foi o monstro que mandou esses bolinhos pro meu reino.
– Ok, princesa, mas...
– Com urgência, Finn!
– Claro!
– Mordomo Menta, traga-me mais chocolate quente!

Nas escadas do castelo...

– Finn, eu acho que a princesa Jujuba está pirando com esse negócio de sal no Reino Doce. Coitados dos moradores açucarados.
– Jake, se liga. Se estamos passando um tempo aqui, temos que obedecer as ordens da princesa.
– Fala sério, que capacho. Vou me livrar dos bolinhos na saída do reino, passa pra cá!
– Não, espertinho, você vai comer tudo.
– Tenho que obedecer as ordens da princesa. – Jake apenas debochava.
– Tá bom, só na saída do reino. A princesa não quer que ninguém veja esses bolinhos.
– Pode deixar, parceiro, vou me divertir!

Nos portões do Reino Doce...

Jake comia os bolinhos lentamente, mas não havia pensado que ainda estava no reino.
– E ai, Guardas Bananas, tudo numa boa?
– Tudo bem Jake, o que é isso? – observava o primeiro curioso.
– Ah, droga! Nada, eu não posso deixar vocês verem meus bolinhos de carne.
– Bolinhos de carne? – os dois curiosos arregalavam os olhos cheios de desejo, Jake não sabia o que fazer.
– Droga de novo!
– Ah, Jake, deixa a gente experimentar?
– Não, eu vou comer esses bolinhos.
– Por favor? O Guarda Banana 3 saiu a pouco tempo para buscar rosquinhas e estamos com fome!
– Ok, ok, mas não contem para ninguém.
Então, os dois guardas curiosos mastigaram os bolinhos de carne com tanto gosto que arregalaram os olhos como se nunca tivessem comido nada melhor.
– Isso... Isso não é doce!
– Não, isso é salgado.
– Salgado? Nunca tinha comido salgado, é maravilhoso!
– É mesmo, mas não contem para a Princesa Jujuba.
– Não contaremos, Jake!
– Obrigado – Jake então saiu pelo portão com o resto dos bolinhos.
– Ei, Guarda Banana 1, onde ele pegou esses bolinhos?
– Não sei, podemos perguntar para o Bolo Bandejão se ele serve bolinhos de carne. Aliás, ele não é a princesa Jujuba.
– Tem razão.

Horas depois...

Os dois Guardas Bananas aproveitaram seu tempo vago para jantar no restaurante do Bolo Bandejão.
– O que querem, Guardas Bananas? – perguntou o Bolo Bandejão com aquela cara furiosa.
– Bolinhos de carne.
– O que? Bolinhos de carne? Ora, guardas, eu não sei do que estão falando!
– Foi o Jake que nos deu e é uma delícia, iria fazer o maior sucesso. – Guarda Banana 1 não se aguentava de vontade.
– Achamos que ele tinha comprado os bolinhos aqui.
– Pois eu acho que não comprou. Não estou sabendo nada sobre novas mercadorias. Garçom Paçoca, temos bolinhos de carne no restaurante?
– Não, senhor. Por curiosidade, o que são bolinhos de carne?
– Nada. Volte ao trabalho – gritou o rabugento Bolo Bandejão. – Vou recorrer a autoridade máxima.
Enquanto Jake passeava e Finn tentava investigar sobre o mandante dos bolinhos, Bolo Bandejão ia atrás do tão gostoso bolinho de carne. Foi falar somente com a Princesa Jujuba, mas de uma forma fofoqueira, os dois Guardas Bananas do portão contaram para os do castelo, do museu, do chafariz, até mesmo para os moradores que agora estavam sabendo dos bolinhos. Ninguém era a Princesa Jujuba, afinal.
Todos estavam curiosos na porta do castelo esperando a resposta da Princesa.
– O que??? Finnnnnnnn, Jakeeeeee!!!
– Ah, meu Deus, a Princesa Jujuba! – de seu quarto no castelo ele escutava os berros. Ligou seu bip e chamou – Jake, seu herói estúpido, o que você fez? A Jujuba está gritando com a gente agora!
– Espera ai, meu chapa, estou colhendo umas amoras delícias mano!
– Agora!
– Ta bom, amoras delícias, vocês vão pro fogão mas cedo. – disse se esticando até Reino Doce.
– Xim xilim, la ma bababa, nota que moquina ani! (Ai meu Deus, ele é uma babaca, nem estamos maduras ainda!) – falavam as amoras em sua língua desesperadas.

No quarto da princesa...

– Jake, eu não acredito no que você fez. – Jujuba parecia uma monstra enquanto gritava, seus olhos estavam grandes, a pele enrugada e a cabeça do tamanho do mundo.
– Jake, que coisa horrível, amigo, desobedeceu as ordens da princesa. Eu peço perdão, Jujuba, ele é um idiota.
– E você, Finn, já descobriu quem mandou os bo... Boli... Aquelas trevas pro meu Reino?
– Não, Jujuba, me desculpa, pensei em todas as possibilidades. Poderia ser o Rei Gelado mas o Reino Gelado também recebeu bolinhos. Minha cabeça ficou tão dolorida que eu acabei...
– Acabou?? – todos diziam.
– Ah, eu acabei cochilando Princesa Jujuba. Desculpa, mas já estava de saco cheio. Castigue o Jake, ele que deu os bolinhos para os guardas. Princesa, eu fiz tudo o que pude!
– Valeu, hein, Finn.
– Não posso castigar ninguém Finn, o Povo Doce já está louco pelos bolinhos e não estou preparada para aceitar isso, tenho meus motivos. – Jujuba falava agora com aquela vozinha super doce.
– Quais motivos, Princesa?
– Há muitos anos a Febre do Sal contaminou o povo do Reino Doce. Todos ficaram loucos por sal e alguns até morreram pelo vício, foi terrível. Essa febre foi um plano do Rei Salgado para dominar meu povo, ele era chefe de estado do extinto e falido Reino Salgado.
– Extinto Reino Salgado? Jake, me dá o mapa da Terra de Ooo.
Jake então abre o mapa para Finn.
– Reino Doce, Casa na Árvore, Reino de Fogo, Caverna da Marceline, Reino Gelado, Floresta Assombrada, espaço vazio, Ilhas Brilhantes, espaço vazio. É isso, espaços vazios. Pincesa, vamos solucionar seu problema agora mesmo.
– Agora mesmo? Eu já combinei com as minhas amoras, cara!
– Jake, eu ainda estou com raiva.
– Ta bom, vamos solucionar seu problema, Jujuboba.
– Hehehe, bababa! – comemoravam as amoras vermelhas.
– Obrigada, meninos, vou ter um longo debate com o Povo Doce sobre os bolinhos de carne. Mordomo Menta, traga mais uma doze de chocolate quente pra mim e para o Bolo Bandejão!

Fora do Reino Doce...

– Vamos lá, Jake. Atrás de nós tem o Reino Doce, logo ali o Reino de Fogo, ao lado temos a Casa na Árvore, abaixo temos a Caverna da Marceline, Floresta Assombrada e Reino Gelado. Estamos num espaço vazio e...
– Eu sei, não há nenhum Reino Salgado. – dizia Jake observando o mapa com atenção. – Espera ai, cara, olha esse risco, está bem apagado.
– Ei, está apagado, este é o extinto Reino Salgado.
– Percebeu que está a nossa direita?
– Hohohohoho – comemoravam sem saber o que iria acontecer.
Finn e Jake caminharam até essa tal direita, quando chegaram viram somente um portão enferrujado dentro de uma caverna branca e esquisita.
– O Reino Salgado!
– Chegamos, o Reino Salgado fica dentro de uma caverna.
– Sinistro, vamos entrar logo, Finn? Como não estamos no Reino Doce vou querer mais bolinhos de carne.
– Jake!
– Qual é?
– É, eu também.
O portão estava realmente acabado, naquele lugar não tinha nenhum guarda, e as primeiras coisas que avistaram foram minhocas de macarrão saindo do bueiro e frangos fritos com a asa quebrada.
– Cara, isso aqui ta precário! – dizia Jake experimentando o caldo de feijão azedo do chafariz desligado.
– Quando a princesa disse que esse lugar estava falido não foi na brincadeira. A única coisa inteira que tem aqui é aquele castelo, que pelos cálculos óbvios é onde o chefe de Estado fica.
Os dois foram se aproximando do castelo, despistaram os Guardas Cebolas e entraram no castelo.
– Pelos poderes do sal, eu quero sal, sal pra todo lado, sal no Reino Doce e ninguém fica adocicado! – cantava uma voz feminina dentro do primeiro quarto do segundo andar.
Jake e Finn entraram de repente e viram o que esperavam ver, só que de um jeito diferente. A dona da voz feminina era branca como a neve, tinha cabelos cacheados de macarrão parafuso e uma coroa dourada. Era a Princesa Salgada.
Em sua mesa tinha uma pirâmide de bolinhos de carne e uma bola de cristal com imagens do Reino Doce.
– Quem são vocês? O que querem no meu reino? Querem morar aqui? Sintam-se em casa. Emprego? Só não posso pagar ninguém, ok?
– Finn, eu to com medo dela.
– Ela é estranha, mas... − Finn olhou para a cara de psicopata sorridente da princesa, tossiu e continuou – Bom, menina salgada, eu e meu amigo estamos a procura do Rei Salgado, ele vem atormentando o Reino Doce há muito tempo, e agora ele vem atormentando outros reinos com um maravi... Quer dizer, com um bolinho de carne. Vejo que ele tem cúmplices, somos os heróis aventureiros e viemos impedir esse planinho idiota. Tem algo a dizer?
A Princesa não reagiu, não disse nada, somente chorou, ficou aos berros.
– Ei, calma ai, menina salgada. Só viemos falar com o Rei Salgado para parar com esse plano idiota de dominar outros reinos, e é claro que viemos preparados para uma possível luta onde ele vai perder ou será destruído!
Por mas que Finn tentasse acalmar a princesa ela não parava de choramingar.
– Cadê ele, hein?
– Não tem mais Rei, ele morreu. Morreu quando eu era bem pequena, não aguentava ver o reino falido e sem povo, foram todos para os outros reinos pois odiavam o papai. Então ele passou para mim, a Princesa Salgada, a tarefa de dominar todos os reinos, e eu coloquei mais um plano em ação, o plano que pode me levar ao reinado de toda Ooo.
– Desiste disso, princesa, vai querer lutar?
– Querem bolinhos de carne?
– Eu quero!
– Não, Jake, olha só Princesa Salgada, se você parar com isso agora eu...
– Vai me atacar com esse corpinho magrelo? Pois saiba que eu sou mais poderosa, rapazinho.
A Princesa cresceu imediatamente e começou a ataca-los com um grande estilingue de bolinhos. Jake comia todos e Finn procurava sua espada.
– Jake, cadê minha espada? – dizia Finn gritando no embalo da luz branca.
– Hum...hum...hum... Que espada, cara?
– Minha espada de aventuras, você pegou?
– Foi mal, os galhos da amoreira estavam horríveis para se cortar, deixei dentro da minha mochila. – Jake pegou a espada e jogou para Finn que atacava a Princesa Salgada com os pratos.
Finn pegou a espada e fez um pequeno corte em seu joelho, o tamanho de corte suficiente para enfraquecer a princesa. A espada estava suja de amora, uma coisa não salgada, é claro.
– Ah meu Deus, princesa!
– Você me cortou e isso é caldo de amora. Preciso do D.R Salsichão.
– Olha, eu odeio machucar princesas, mas você estava fazendo o mal.
– Só queria sobreviver.
– E você vai sobreviver, princesa.
– O que é isso, Finn? Vamos pegar bolinhos e nos mandar.
– Não, ela vai sobreviver. Princesa, promete que vai parar com esses planos malucos e reconquistar o Povo Salgado de outra forma?
– Eu... Eu... Humm – a princesa perdia a força – Sim, eu prometo!
Finn então pegou o kit de primeiros socorros de sua mochila e fez um curativo na princesa.
– Obrigada... Qual é o seu nome?
– Finn, princesa, e esse é o meu amigo Jake. Agora que está tudo bem, amei os bolinhos de carne.
– Muito obrigada mas ainda estou triste. – dizia aos prantos. – Quase não tenho povo, meu pai deixou o reino falido e o povo com raiva, era um ditador mas eu o amava, queria somente realizar seus desejos.
– Você não precisa dominar ninguém, somente mudar a antiga forma de reinado. E eu sei a primeira coisa que pode fazer.
Finn pegou seu bip e chamou a Princesa Jujuba. E é claro, ela chegou rapidamente com Manhã no castelo.
– Princesa Jujuba?
– Princesa Salgada? É você que vem tentando dominar os reinos? Cadê o rei?
– É uma longa história, princesa. A Princesa Salgada prometeu que vai mudar e desistir desse plano. E pensei que a primeira coisa a fazer era uma reconciliação do Reino Doce com o Reino Salgado. – disse Finn esperançoso.
– É claro, Princesa Salgada? – Jujuba estendia a mão para a Princesa Salgada.
Depois de um minuto pensativo ela pegou na mão de Jujuba e se levantou, uma coisa mágica aconteceu. Aquele risco no mapa que estava na mão de Jake indicando o Reino Salgado tinha virado o retrato do reino de quando era lindo, mas sem a caverna.
Descobriram que na verdade essa caverna era de açúcar e estava dominada pelo popular Reino Doce. Depois daquele dia, o Reino Salgado nunca foi o mesmo, Jujuba liberou apenas bolinho de carne no restaurante do Bolo Bandejão e voltou a comer sal moderadamente. Finn e Jake se divertiram com a união das princesas. Na hora do almoço era filé do Reino Salgado e de sobremesa era torta de amoras não maduras do Reino Doce.
Tudo acabou bem mas... Mas... As amoras morreram!


FIM



Nota da autora: 19.10.2014 – Sem nota.

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