Ela não gostava de carnaval. Não que nunca tivesse curtido, apenas não fazia sentindo “pular Carnaval” depois que perdera sua mãe. Como costureira, ela sempre fazia os trajes da filha e de suas amiguinhas, caprichando mais na de sua pequena, fazendo com que ela sempre tivesse as melhores fantasias. Com 25 anos e após a perda da mãe, encontrava um lugar pra passar o carnaval, longe da bagunça, da multidão, das fantasias. Não era feliz nessa época, não tinha boas lembranças. Na verdade, ela tinha várias. Mas todas elas envolviam sua mãe, tornando-a deprimida em uma das épocas mais alegres do ano: o carnaval.
Todo ano era a mesma coisa, procurava um lugar mais calmo pra passar os cincos dias de festa. E dessa vez o destino era o Sul. Uma cidade chamada Canoas, no Rio Grande do Sul, onde morava uma amiga chamada . Elas se conheceram em um grupo na internet de pessoas que queriam morar sozinha. morava sozinha e queria saber como era essa experiência, ter dicas, saber dos problemas e dos perigos. Daí em diante tornaram-se grandes amigas.
- Eu ainda não acredito que você vem, finalmente! – sorria ao ler a mensagem da amiga enquanto arrumava a mala. Contentou-se em levar uma só, uma missão muito difícil pra ela. Depois que começou a trabalhar e ter seu próprio dinheiro a garota se divertia como todas as outras, com compras. Coisa que teve que aprender a se segurar depois que conseguiu morar sozinha.
- Só mais algumas horas. Não me abandona! – respondeu a amiga e foi ao banheiro montar sua nécessaire.
Sua viagem seria pela manhã e sentia que dessa vez seria uma viagem diferente. Lavaria a alma, ia se permitir conhecer pessoas novas, inclusive , que só a via por Skype. sempre fora reservada e às vezes achava que era isso que a impedia viver grandes romances como lia nos livros. Sinceramente, não acreditava que esse amor dito nos livros pudesse existir. Afinal, com ela nunca acontecera.
Depois do banho, relaxou em sua cama, e por pensamento conferiu sua mala e documentos para a viagem e soube que estava tudo ok. Era hora de curtir, mesmo que de forma diferente o carnaval dela.
Sábado, dia 01 de Março de 2014 08:03 AM
Pela manhã, no caminho para o aeroporto, percebeu sua cidade mais cheia que o normal. Rio de janeiro era conhecida como a cidade do carnaval, dos grandes desfiles, tudo era grandioso nessa época do ano. Enquanto todos entravam no clima, ela sempre fugia. Preferia conhecer novos lugares. Como o trabalho lhe tomava muito tempo, a data comemorativa era a melhor para poder viajar sem usar suas férias.
O aeroporto era intransitável. Por sorte seu voo não atrasou e as dez da manhã ela já se encontrara sentada em sua poltrona respirado fundo preparando-se para mais uma temporada longe de seu lugar, do seu lar doce lar.
- Vamos nessa – pensou.
Algumas horas depois, dormia desengonçada em sua poltrona ouvindo musica. Sentiu a aeromoça tocar-lhe os ombros delicadamente e acordou assustada.
- Perdão, senhora, nós já pousamos e o avião já está quase vazio. – sorriu sem graça e liberando-se de seu cinto ajeitando-se pra sair. Colocou seu óculo escuro, passou rapidamente seu batom e saiu.
Do lado de fora, respirou fundo o ar do Rio Grande do Sul e sorriu, o dia estava ensolarado, era sábado e sabia que tinha ainda até a quarta feira de cinzas pra conhecer o lugar. Ligou o celular não sabendo como conseguiu ficar todo o voo com ele desligado, o único jeito de ficar sem ele e sem falar com a amiga era dormindo mesmo. já havia enviado umas cinco mensagens, uma mais dramática que a outra. A garota gostava desse jeito dramático da amiga, e, por passarem tanto tempo “juntas”, sempre conectadas, pegaram manias umas das outras.
- Em solo gaúcho. – foi o que respondeu, ignorando todo o drama da outra.
Caminhou até a sala de desembarque para buscar sua mala e depois de longos minutos conseguiu pegar sua mala da Minnie. Achava muito infantil, mas era o jeito mais fácil de identifica-la de longe, pensara. não respondera mais as mensagens da amiga, queria fazer-lhe uma surpresa. Sabia exatamente onde ela trabalhava, no balcão de informações turísticas do aeroporto Internacional de Porto Alegre. E perguntando um a outro, encontrou e viu a amiga sorrir, reconhecendo-a. parecia aflita e mexia no celular de forma que não chamasse a atenção. Estava nervosa sem noticias da amiga.
- Moça eu to perdida... – sorria descaradamente quando viu o rosto de mudar repentinamente de aflita para aliviada e logo após de alegria, isso em milésimos de segundos. A amiga sorriu largamente e saindo de seu balcão com seu uniforme quente como ela mesma dizia, a abraçou forte como se matasse a saudade de quem não via há anos. E não como nunca tivesses se visto e estivessem juntas.
xx
- Bah, tchê! Por que tu faz isso comigo? Que matar tua amiga do coração? - perguntou colocando a mão no lado esquerdo do peito, típico sinal de pessoa dramática.
- Claro que não, sabe que eu gosto de surpresas. Amei ver você preocupada olhando o celular - admitiu, rindo.
- Ah, que maldosa. Mas me diz como foi a viagem?
- Foi ótima, dormi a maioria do tempo. Mudando de assunto, 'to impressionada com a quantidade de homem bonito nessa cidade. – a menina olhou em volta e fez cara de tarada para a amiga. Ambas riram da besteira e apesar de parecer muito animada e dada, era sempre tímida nesse assunto. Ela apenas disfarçava a timidez sendo extrovertida. Contraditório. Ela sabia.
- Amiga, tem que ver os guardinhas que tem aqui. Um mais lindo que o outro. – a alertou.
- Vou ver mesmo. Falta muito para irmos embora? To cansadinha, e quero conhecer a cidade.
- Bom aqui tem muita coisa pra você ver, agora em Canoas, eu lamento dizer, mas nem eu conheço direito, com essa vida de vir para o estagio e depois faculdade, quase não me sobra tempo pra sair. – E isso sabia, conversava com a amiga todos os dias e era quase impossível. Elas agradeciam as férias e feriados onde possuíam mais tempo para conversarem.
- Bom, não sei como acha tempo pra namorar – riu da amiga.
- Ah, pra isso achamos rápido um jeito. E ele dorme comigo. Aí dá pra matar a saudade.
- Quanto grude, nossa! – a garota desdenhava, não acreditava nessas coisas. Talvez fosse por culpa dela mesma que só se envolvia com quem não prestava ou por quem não gostasse dela de verdade. Com o tempo passou a ser fria com os relacionamentos, apenas se divertia com os caras. Até conhecer alguém que a amolecia e tempos depois estava ela quebrando a cara outra vez.
– Manda ele caçar a casinha dele nesse feriado, ok? Não vou dividir você com ele - fez um beicinho, provocando riso na outra.
- Ah, , um dia você vai encontrar alguém que vai te fazer grudar e não desgrudar nunca mais. – abraçou-a, fazendo carinho e beijando seu rosto, simulando um namorado meloso. – Mas ele já está avisado, amiga. Ele vai ficar na cidade dele. - riu e ponderou que ao menos uma coisa ela tinha razão, talvez se encontrasse alguém que a amasse ela poderia gostar um pouco de grude. Mas não agora que é carnaval. Quem se amarra no carnaval? Uma festa que era conhecida como “Festa da Carne” não poderia dar em romance, né? Ela não esperava isso.
- Pode ser! – se deu por vencida e a amiga a largou voltando ao seu balcão.
- Mas então qual a sua duvida, senhora? – se pôs no personagem que antes fez de turista perdida e ela a balconista do guichê de informações. – Bem, eu gostaria de saber onde ficam os gatos daqui. Quero passar meu tempo enquanto uma estagiaria não sai do seu trabalho. – riu e disse pra amiga dar uma volta pelo aeroporto. Faltava apenas uma hora para ela ser liberada, então avisaria por sms.
A turista deixou sua mala com a amiga e seguiu o conselho. Foi caminhar pelo aeroporto e procurar um lugar pra tomar um café. Um vicio adquirido com o trabalho. De tanto servir seus chefes toda manhã acabou gostando ou viciando, como gostava de dizer. Encontrou uma cafeteria aconchegante e sentiu uma enorme vontade de entrar e se aconchegar ao local, tomar um cappuccino, o seu preferido, e comer pão de queijo. Foi quando lembrara que não comera durante aquele dia e, ao se dar conta disso, seu estomago roncou. Fez seu pedido ao garçom e enquanto aguardava sentou-se próximo à saída e olhava as pessoas que passavam por ali.
Muitos se despedindo, outros chegando e abraçando os queridos, alguns apenas passando por ali, mais outros indo ou vindo de seu trabalho, as situações eram infinitas. Parou pra prestar atenção em um em especial. Era um homem de cabelos claros, alto e magro. Seus olhos pareciam descontraídos, com fones no ouvido, seus mãos batucavam uma bateria imaginaria e sorria, um sorriso lindo ela pensou. Continuou a admirar, já que nunca mais o veria outra vez. E ele estava tão distraído que não percebera que ela o olhava. Passou por ela e seguiu o seu caminho. Foi puxada de volta a realidade quando o garçom trouxe seu pedido, que ela agradeceu sorrindo e logo se pôs a degustar seu lanche.
Não se sabe quanto tempo ficou ali admirando as pessoas. Prestando atenção nas conversas dos outros. Pelo menos as que chamavam sua atenção. Era uma mania feia que tinha, se repudiava por isso, mas nada que atrapalhasse sua vida ou a tornasse uma fofoqueira. Comentava consigo mesma e pronto. Ninguém mais sabia o que ouvira. Sentiu o celular vibrar e era mensagem de avisando que ela já podia voltar, pois estava liberada. Respondeu dizendo que em dez minutos chegaria.
Em quinze minutos estava de frente a , que esperava ansiosa. Saíram do aeroporto e caminharam durante alguns minutos até a estação de trem. Aguardaram a próxima composição, mas essa não tinha lugar para se sentar e decidiram esperar o próximo.
- E aí? Tá gostando daqui? Tipo, não tem nem três horas que está aqui, mas já dá pra sentir, né? – amiga entortou a boca meia sem graça, mesmo sem motivos pra isso.
- Bem faz uns quinze minutos que saímos do aeroporto. E to gostando até aqui, quero conhecer o seu cafofo. – disse carinhosa.
- Meu quadrado! – corrigiu. A nova composição chegou e elas enfim puderam ir pra casa da amiga. Cansadas, apenas tomaram banho e comeram algo rápido, algo mais conhecido como miojo. Depois de descansar, ajudou a amiga arrumar o seu quadrado. Andaram um pouco pela cidade, foram ao mercado, pararam na sorveteria, sempre rindo.
viu alguns canoenses bonitos, mas nada que a fizesse virar o pescoço, não era a preocupação dela encontrar alguém em pleno carnaval. Divertiu-se sem a pretensão de beijar alguém, mas gostaria de fazê-lo, é claro. Mas não estava ligada nisso. Quando chegou a hora de dormir, elas não conseguiram, simplesmente estavam elétricas demais e ficaram conversando. Dormiriam até tarde pela manhã, aproveitariam para passear durante à tarde, já que à noite teria que trabalhar durante 4 horas. ficaria sozinha, mas ela tinha a companhia da internet pra salva-la.
- Eu vou cozinhar pra você amanhã. Comida saudável faz bem sabia? – riu da amiga.
- Não foi minha intenção te dar miojo no almoço, , acontece que me esqueci de ir ao mercado. – tentou desculpar-se, mas viu que ria. – Sua vaca!
- Não precisa se desculpar, eu gosto de cozinhar. Então será um prazer! - Riram tanto uma da outra que finalmente pegaram no sono.
Domingo, 02 de Março de 2014. 13:00 PM
Como previsto, acordaram somente depois do meio dia. sentia preguiça só em abrir os olhos, porém levantou-se rapidamente procurando algo para comer. Estava faminta.
- Sorvete não alimenta ninguém. – disse, ainda deitada na cama improvisada na pequena sala da casa. morava em uma pequena vila com várias casas uma ao lado da outra. Dava pra ouvir o que o vizinho fazia na casa ao lado. Todas as casas eram iguais, inclusive o tamanho, era aconchegante e se sentia encantada.
- Vem. Me ajuda, eu tenho que ensaboar a roupa. – puxou o lençol que a cobria fazendo a amiga esconder o rosto debaixo do travesseiro.
- Não! E o que é ensaboar? Eu costumo lavar as minhas roupas. Você só ensaboa? – debochou.
- Mas é chata, hein? É. Ensaboar é lavar roupa. E pedir é perguntar. Você já sabe. – fingiu estar ofendida, mas a amiga sabia que era mentira.
- Ei que pessoa dramática. – levantou-se e abraçou a menina a sua frente. – Eu sei de tudo isso, mas gosto de implicar com você. Faz o seguinte, lave você suas roupas e eu cuido do almoço. Vamos pular o café.
Enquanto cuidava de sua roupa, procurava o que fazer pro almoço. Apesar de terem ido ao mercado no dia anterior, elas compraram mais besteiras do que comida de verdade. Por sorte encontrou ingredientes suficientes para fazer um almoço de verdade como gosta de dizer. Preparou arroz branco, cozinhou carne, fez salada e suco para beberem. Em uma hora e meia o almoço estava na mesa.
- Não acredito que fez tudo isso enquanto eu lavava a roupa. – priorizou a palavra lavar para a amigar entender.
- Sim, e fiz o que você gosta. Strogonoff de carne.
- Por isso você fez questão de comprar essas coisas ontem, né? Eu amei, amiga. E nossa! Estou faminta!
- Venha, vamos almoçar. – convidou.
- Vou tomar um banho porque depois preciso ir ao banco pegar uma grana. Vou hoje pra não correr riscos com o carnaval, hoje ainda está tranquilo.
- Aqui é perigoso igual ao Rio? – a menina se preocupou.
- Não igual. Mas todo cuidado é pouco.
Almoçaram calmamente rindo das palhaçadas que contava, dos problemas e grudes que tinha com o namorado. Depois do almoço, tomou seu banho enquanto lavava a louça. Levaria a amiga para dar uma volta pela cidade, antes que fosse trabalhar. Sentia-se uma escrava branca naquele estágio no aeroporto, mas gostava de lidar com o publico e com o turismo. Era a área que queria seguir. E seria só por quatro horas, não morreria em ficar sozinha.
Domingo, 02 de Março de 2014. 15:30 PM
Caminhavam pela rua apressadas, conseguiram chegar ao banco para ir ao caixa eletrônico e lembrou-se de seu pai que chamava o caixa eletrônico da farmácia de banco. “ você tem que ir ao banco pegar dinheiro pra mim” lembrou a menina, sentindo falta do pai que só a via em alguns fins de semana e quando precisava de algo e ela o visitava na casa dele. retirou o valor que precisava pra passar o carnaval e a amiga decidiu fazer o mesmo, por sorte tinham contas no mesmo banco.
- Vamos passar pela praça? Quero ver o movimento. Eu sei que você veio pra fugir do Carnaval, mas eu adoro essa época. Quero ver como que vai estar a rua pra mais tarde - disse, empolgada.
- Aqui tem festa? – assustou-se . – E eu não estou fugindo. Só não quero a bagunça que é o carnaval do Rio, quero saber como é o feriado em outras cidades. E você sabe que o do Rio me trazem más lembranças. – A garota choramingou.
- Poxa, amiga, não quis te fazer se lembrar disso. Então mais um motivo pra irmos à praça. Vem. – puxou a mão da amiga até chegarem ao local. Chegaram lá encontraram o lugar todo enfeitado, com cores alegres. Não estava tudo pronto, ainda havia pessoas decorando o lugar e alguns homens montando o palco.
- Parece que vai ter musica ao vivo. – constatou.
- Eu adoro musica ao vivo. Vamos vir? – convidou a outra que a olhou na duvida. - Eu vou trabalhar, mas posso vir pra cá depois e te encontro aqui. – Insistiu um pouco.
– Não sei. – Respondeu a menina.
Domingo, 02 de março de 2014. 19:17 PM
olhava o relógio e tentava decidir se ia ou não. A amiga já estava pronta pra ir trabalhar. Iria cobrir algumas horas para uma colega para poder ficar com a amiga turista no restante do carnaval. Juntaria um dia de folga e um que conseguira trocar com outra colega e pagaria depois. Impaciente, deu um ultimato.
- Você vai. Eu não quero te deixar sozinha aqui, mas será preciso. Então vá se arrumar. Quando estiver pronta, coma algo e depois saia para a praça, o bloco vai sair às nove da noite. Vai dar uma volta pelas ruas e vai voltar para continuar a noite toda. Eu saio meia noite e te mando um sms pra saber de você. E te encontro. Estou levando uma muda de roupas pra ir direto. Quero me divertir também.
- Deixa o seu boy ouvir isso! Ele vai pirar. – brincou com a amiga e ponderou sobre a opinião, vulgo, ordem que deu. – Mas tudo bem. Eu vou fazer o que você disse. Quando você sair eu tomo meu banho.
- Ótimo, deixe a chave com o Sr. Antonio. O “pai de todos” da vila. E cuidado hein, não fale com estranhos. – e se entreolharam e começaram a rir. Como não falaria com estranhos se ela não conhecia nada e se fosse a um bloco de carnaval em um lugar totalmente desconhecido? Ela teria que falar com alguém, era obvio.
- Nem pro cara lindo que me convidou hoje mais cedo? – ironizou.
- Mas ele não estava chamando todo mundo? – entrou na brincadeira. – Ok! Só ele. Espero que quando eu voltar vocês não esteja se agarrando.
- Ta me chamando de que, garota? – dizia as palavras com riso no rosto, sinal que estava brincando.
- De nada. Mas ele é lindo e com certeza vai estar no bloco e se vocês se virem ele vai falar com você, tu viu como ele te olhou quando entregou o panfleto? Ele ia te comer!
- Aff! . Que exagerada! Mas ele é lindo e eu já o vi sabia? Lá no aeroporto - confessou ainda meio tímida.
- Sério? Mas, guria, tu nem me conta uma coisa dessas? Não acredito! - fez cara de decepcionada.
- Ele não me viu, eu estava tomando um café e ele passou pelo lado de fora.
- Mais um motivo pra você ir. Não precisa ser um romance, mas também não precisa ficar casta em pleno carnaval.
- Nossa depois desse seu boy aí, você ficou muito tarada. – deu um tapa no ombro da outra e essa lembrou-se que tinha que ir trabalhar.
- Bem, vou indo, me liga para qualquer coisa, ou grite por socorro aqui. Todos estão avisados que você é minha amiga e que podem te ajudar se você precisar. – deu um beijo em sua testa e saiu apressada.
- Obrigada. Qualquer coisa eu grito. – deitou-se na cama imaginando o que vestir.
Flashback - algumas horas antes Estavam na praça quando um rapaz muito bonito aproximou-se e teve a sensação de já tê-lo visto em algum lugar, mas não sabia de onde. - Ele trazia em sua mão um panfleto que fazia a propaganda de um bloco de carnaval chamada “Se arruma e vem”, riu do nome no panfleto e mostrou à amiga e voltou a olhar o rapaz a sua frente. Ele sorria abertamente e a mulher lembrou-se de onde o vira. O aeroporto. Quando ia dizer algo ele saiu sem falar nada. O convite já tinha sido feito e ela parou pra pensar e reparar que ele a olhou diferente e dirigiu-se somente a ela na hora do convite. Olhou pra amiga ao seu lado a olhando sem entender.
- Bah! Mas você tem que vir nesse bloco. Esse cara é um gato! Você viu? E vou fingir que também fui convidada também porque ele nem olhou pra mim. – fingiu indignação.
- Deixa de ser boba que você namora e nem pode se dar ao luxo de paquerar. Ao contrario de mim que estou livre, leve, solta, linda e loira! – riu de si mesma e mexeu os cabelos loiros que tanto tinha trabalho pra manter.
- Que convencida! Mas você vai, né? Ele te chamou! – dizia toda boba.
- Ele tá chamado todo mundo. – observou que ele ainda entregava panfletos pela praça e quando o olhou ele estava olhando pra ela no exato momento. enrubesceu.
Flashback Off
Domingo, 02 de março de 2014. 20:42 PM
estava pronta e checava a roupa e maquiagem leve. Carioca da gema vestia um short jeans com uma regata folgada e uma sapatilha dourada. Estava um pouco frio, mas sabia que no meio da multidão, se estivesse cheio, sentiria calor. Caso sentisse frio, pularia, dançaria até o frio passar.
Caminhou até o fim da rua da pequena vila onde a amiga morava que dava direto para a praça. Decorou o caminho e por segurança anotou no celular o nome da rua da casa. Pelo menos saberia como chegar em casa, caso algo acontecesse. Quando chegou ao destino encontrou o local cheio de gente. Pelo jeito parecia um bloco bem conhecido na cidade. Animou-se. Ela gostava, sim, da festa. Só que em outros lugares. Na cidade dela ela tinha más lembranças. Olhou ao redor em busca do rapaz que a convidou, ao menos se sentiu convidada pelo mesmo. Andou pela praça olhando para todos, para a bandinha que tocava marchinhas e musicas de carnaval. Tudo muito animado. Um vendedor ambulante parou perto dela vendendo bebidas alcoólicas e ela pediu um Ice. Já que estava sozinha, iria se divertir bebendo.
- Achei que você não fosse aparecer. – ouviu uma voz masculina. Assustou-se. Mas pelo o que dissera, ela imaginava quem poderia ser.
- Ah, eu decidi me divertir enquanto minha amiga trabalha. – sorriu sem graça entortando a boca em sinal de timidez.
- Nossa, você gosta mesmo da sua amiga! – implicou com ela. – Meu nome é . E o seu?
- Me chamo . – corou pelo jeito que ele a olhava. – O que foi? – perguntou ao perceber que ele não parava de olhar para ela.
- Te achei muito linda, sabia? – abaixou o olhar. Não soube o que deu nele, nunca fora direto, gostava de conversar e depois tentar algo.
- Obrigada. – ficaram sem saber o que falar e já ia saindo de perto dele quando ele a segurou pelo braço.
- Você disse que está sem a sua amiga. Posso te fazer companhia? – não quis parecer insistente ou abusado, mas queria passar mais tempo com a menina à sua frente, a conhecer melhor e quem sabe ficar com ela. Ela era linda aos seus olhos. Não seria sacrifício nenhum caso ela aceitasse.
- Que isso, não quero incomodar. – Tentou ser simpática, mas o que ela queria mesmo era que ele fizesse companhia, caso contrario não aguentaria fica sequer uma hora naquele lugar sem companhia.
- Não é incômodo. Será um prazer. – a pegou pela mão e caminhou para o meio da bagunça.- Quer outra bebida? – ela aceitou uma dose de Bacardi Big Apple com bastante gelo que vendia na barraca no canto da rua, não tivera tempo de observa-la ali.
Dançaram juntos e separados, dependia da musica. bebericava sua dose enquanto bebia cerveja. Conversavam bastante, o bloco saiu um pouco depois do horário combinado e eles continuavam juntos, sorrindo um para o outro e tímidos. Algo que não acontecia com eles geralmente. O bloco era bem conhecido na cidade e por onde passavam as pessoas se achegavam deixando-o cada vez mais lotado. Todos queriam chegar ao destino final que era a praça novamente pra curtir o restante da noite.
Segunda, 03 de Março de 2014 00:32
O bloco estava quase chegando à praça novamente quando lembrou-se da amiga e que ainda não havia tido sinal de vida da garota. Olhou em seu celular e não viu nenhuma mensagem dela. Deve estar a caminho, pensou a menina. sempre atento à menina que acompanhava reparou um ar de preocupação e comentou com ela.
- Aconteceu alguma coisa? Quer ir embora? – preocupou-se.
- Não, é só que minha amiga ainda não ligou. Ela já devia estar chegando.
- Enquanto ela não vem, dança comigo. – segurou-a pela cintura e ela ria já por causa do efeito do álcool.
Um clima se estabeleceu entre eles que já não sabiam como disfarçar a tensão e o tesão que estavam sentindo e que tentavam disfarçar por toda a noite. O bloco os deixou para trás e eles nem perceberam. a encostou numa parede do muro de uma das casas da ultima rua antes de chegarem à praça.
- O bloco tá chegando ao fim. Já estamos chegando à praça e você vai poder ir embora. – dizia, ofegante, olhando intensamente para a boca da garota. Ela acompanhava seus lábios que pareciam sedentos pelos os seus.
- Verdade. Mas já não sei se quero ir embora. – a mão da menina se apoiou na cintura do rapaz. Ele riu, olhando em seus olhos.
Ele continuou olhando-a e aproximava seu rosto do dela bem devagar e quando seus lábios iam se tocar e tornar-se um beijo, o telefone da garota tocou. bufou de raiva. Só porque fugira do carnaval não queria dizer que não poderia ficar com alguém. Ainda mas alguém lindo como ele.
- Oi. – já sabia que se tratara da amiga. – Onde você está, eu já estou preocupada!
- Amiga, me perdoa? Mas eu estou passando muito mal e tive que vir para o hospital.
- Hospital? O que aconteceu, ? Como que eu chego ai? Eu não conheço nada aqui. – se sentiu desesperada com a noticia da amiga e queria ir urgentemente estar com ela.
- Essa hora não tem como você vir. Quando não quiser mais ficar na rua. Vá para casa. Eu volto pra casa assim que me liberarem. Foi um mal estar. Te ligo mais tarde, beijo. - A amiga desligou o celular deixando a outra completamente desesperada e nervosa.
- O que houve? – ele quis saber.
- Minha amiga tá no hospital. Disse não ser nada grave, mas eu queria ir lá. Só que não sei ir. – derrotou-se jogando o corpo contra a parede.
- Eu te levo. – puxou-a novamente pela mão até chegarem a seu carro estacionado. achou um pouco longe de onde estavam até o carro, por segundos teve medo de que ele pudesse abusar dela. Mas ele a olhava com tanta segurança e procurando passar calma para a menina que ela passou a confiar nele.
- To parecendo uma louca indo atrás da minha amiga. Quem vê pensa que ela tá morrendo. E segundo ela é só um mal estar... – pensou alto.
- Você não conhece ninguém daqui, é justificável você querer ficar com sua amiga ao invés de um desconhecido. A propósito, não me disse de onde veio. – tentou distraí-la. Ela parecia bem preocupada. Não queria ficar sozinha numa cidade desconhecida, e ele sabia muito bem o que era isso.
- Você não me perguntou. Quis saber o sabor preferido do meu sorvete, mas não de onde eu venho – sorriu descontraída e ficou feliz. Um ponto pra ele. – Sou do Rio de Janeiro. Meu sotaque não entrega?
- Verdade. Eu conheço esse sotaque. Não vou mentir, mas não prestei atenção em seu sotaque... – a menina ia pestanejar, mas ele continuou a tempo. – fiquei encantado com sua beleza e simpatia que o sotaque virou um mero detalhe.
- Que você não prestou atenção. – Olhou para ele dirigindo e sorriu abobalhada pelo elogio recebido, além de lindo, ele era galanteador. Maldita hora que a amiga ligou. Eles iam se beijar. Via-se ansiosa por uma nova oportunidade. – Você não me disse de onde é.
- Você não quis saber. – parafraseou a garota e riu. – Vai me dizer que tava admirando a minha beleza? Eu sei que sou lindo. – E convencido a garota pensou, mas sabia que era um jeito dele a distrair.
- Ah, nós conversamos sobre tantas coisas que esse detalhe não me passou pela cabeça. Vai me diz de onde você é?
- Sou de São Paulo. Mas moro aqui há três anos. Já até perdi meu sotaque paulista. Vim a trabalho. E agora eu tenho meu próprio negocio. Só vou a São Paulo a passeio e quando precisa a negocio também.
- Trabalha em quê? Se não for me meter demais na sua vida, claro. – ela olhou pela janela e não fazia ideia de onde estava, mas viu que a cidade toda estava ligada no 220 por causa do feriadão.
- Tenho uma rede de lanchonetes. Não foi fácil no começo. Vim para Canoas para abrir uma franquia de uma loja de São Paulo. Vi que aqui daria muitos frutos, acabei ficando e já tenho três lojas por todo o sul. Uma em Porto Alegre, uma aqui em Canoas e outra em Santa Catarina. Estão me sondando para abrir outra em Londrina no Paraná.
- Então eu to pegando carona com o Rei das lanchonetes do sul? – brincou.
- O filho do rei. Na verdade os negócios são do meu pai, eu só sou responsável por essa região. – ele a olhou nos olhos e o clima de mais cedo apareceu novamente.
- Por isso te vi no aeroporto ontem? Estava cuidando das suas lojas? – ele a olhou assustado. Onde ela estava que ele não a viu? Se tivesse visto teria se lembrado. E com certeza já teria tentado se aproximar ali mesmo e não do jeito que mais cedo a convidado para o baile de rua.
- Onde me viu? – atentou-se para a curva que faria. Já estariam na rua do hospital e eles teriam de parar um pouco com a conversa. Ele não queria. Queria ter seus lábios colados aos dela e sentir sua pele junto a dele, ele ia pirar se não ficasse com ela.
- Eu estava em uma cafeteria e você passou por ela, todo sorridente, com fones de ouvido. Todo largado. Não imaginava que seria um príncipe dos negócios no sul. – ela insistia com aquele apelido, ele achava graça.
- Minha franquia é logo do lado, não acredito que você comeu na minha concorrente. – Ele parou o carro e pensou em pregar-lhe uma peça - Saia do meu carro agora! – fingiu se ofender. Ela o olhou serio não acreditando no que ele dissera, seria tão mesquinho a ponto de fazer isso com ela? Ele fora tão simpático a noite toda. Mas ele sorriu, na verdade gargalhou a deixando sem graça. – Desculpe, não resisti à brincadeira. Já chegamos, por isso pedi pra você descer.
- Que susto! – ela bateu em seu ombro como forma de estar em contato com ele mais uma vez. Ele segurou em seu braço, não deixaria escapar dessa vez. Aproximou mais uma vez daqueles lábios que ele tanto queria beijar e antes que algo o impedisse ele o fez. Ela parecia assustada, mas correspondeu o beijo calmo e seguro. As mãos de seguraram sua nuca em um pedido inconsciente de não deixa-lo sair de perto. Seu celular tocou. E o beijo foi partido, contra vontade dos dois.
- É a . Oi amiga, como que você tá? – sua preocupação voltou.
- To saindo do hospital. Você está em casa?
- Eu to na frente do hospital amiga, vim te ver. Agora vou te levar pra casa. – riu da coincidência e por ver a amiga na saída.
– Como? – a amiga quis saber.
- Consegui uma carona. – olhou para e sorriu. – eu to te vendo olhe para o outro lado da rua e venha, vamos embora. – A amiga a viu e caminhou em direção ao carro sem entender nada. – Depois vai me explicar tudo, ok, mocinha? – ainda estavam na linha mesmo ela quase entrando no carro. riu e desligou o celular.
- Oi! Ah é o garoto do panfleto! – reconheceu e olhou para a miga querendo explicações.
- É o , amiga, ele me fez companhia no bloco da praça e estava comigo quando você ligou. Ele me ofereceu carona e aqui estamos.
- Obrigada, , por salvar minha amiga do tédio e trazê-la até aqui, não sei o que seria dela sem mim. – ele riu do que a menina disse e gostou dela, se a amiga dela era assim, deveria ser também. Não que achasse ou visse que ela era desse jeito, pois passou um bom tempo com ela. Mas saber que tinha uma amiga parecida com ela era legal ele estava cansado de pessoas serias perto dele. E pelo o que sabia era do mesmo lugar que ele, poderia ser amigos e de quebra veria quando ela voltasse. Oi? Mas ele já está pensando na volta da menina pra Canoas?
- Mas o que você teve, ? – perguntou, preocupado, assim que deu partida no carro, sabia que ia querer saber e se adiantou.
- Eu comi alguma coisa que me fez muito mal. Depois do almoço eu mal tive tempo pra comer hoje. – se lembrou do mal estar e automaticamente colocou a mão em seu estomago.
- A culpa não foi minha. – lembrou que passearam a tarde e realmente não comeram ate ela ir trabalhar. - Você trabalha muito, amiga, se empenha demais para apenas um estagio, sempre vejo você cobrindo os seus colegas, nunca ouço você falar de uma folga ou de que vai fazer algo e alguém vai te cobrir. Ser responsável é bom, mas fazer loucuras às vezes faz bem também. Liga o foda-se. – olhou rapidamente para , assustado pelo palavrão que saiu da boca da menina. Ela era uma das dele. Era responsável quando tinha que ser, mas não deixava de viver quando era pra viver, ele gostava disso e estava cada mais interessado nela.
Seguiram o caminho rindo e falando besteiras, era divertido estar com elas ele pensou, poderia convida-las para passar a tarde e almoçar com ele na sua casa. Morava sozinho mesmo. Chegaram à casa da mais rápido que o imaginado. sentindo o clima entre os dois, coisa que já tinha reparado desde o convite dele para o baile à noite. Sabia do interesse dele só pelo jeito que ele a olhou. Pensando bem, lembrara-se dele do aeroporto onde trabalha. Ele tinha uma lanchonete ótima por sinal, ela já comera varias vezes lá. Responsável na medida. Ele não era o cara que brinca com as mulheres. Se estiver afim da amiga, estava mesmo e não via mal algum em eles se aproveitarem nesse carnaval. Já na frente de casa, deixou os dois se despedirem, ironizou a frase, pois sabia de alguma forma que eles ficariam essa madrugada, isso se já não ficaram.
- Boa noite, carioca. – ele a encostou na parede da frente da casa de .
- Boa noite, príncipe das lanchonetes. – ela o olhou como se pedisse para ser beijada. E ele o faria, não queria mais ficar longe dela. Ele a beijou. Puxando-a com força pela cintura tirando todo o fôlego dela que se entregara completamente ao beijo, sem medo de alguém os pegar no flagra. Pelo feriado o que mais iriam encontrar pelas ruas eram casais se beijando. Uma das mãos do rapaz segurou com toda força o cós do short da menina, era o autocontrole. Ele não queria avançar tão rápido com ela. Ela o puxou pra mais perto parando para respirar e o olhar nos olhos, sorriu e voltou a beija-lo. O beijo estava cada vez mais intenso e a idade e experiência de ambos já não os deixavam ficar apenas em beijos como dois adolescentes virgens, eles percebiam isso com o controle de ambos. Não queriam perder o controle e estragar tudo. Estavam sendo cuidadosos um com o outro. A outra mão de a segurou pelo pescoço aprofundando o beijo. Deslizou a mão pelo colo quase chegando a seu seio. Fechou a mão em punho se controlando mais para não desrespeitar a menina. Ela riu entre o beijo pegou na mão dele e colocou no mesmo lugar de antes e deslizou a mão dele até seu seio direito, para ele sentir seu bico rijo de excitação. Ele arfou e colou seu corpo com força ao dela a empresando na parede. Era tortura para ele. Ele cortou o beijo.
- O que foi? – ela fingiu inocência.
- Não vou conseguir ficar só nos amassos, eu sou homem, ! – olhou-a suplicando por mais.
- É mesmo? Jurava que você era um garotinho. Eu sou mulher, , se é difícil pra você, também é pra mim. – voltou a beija-lo com carinho dessa vez. - É melhor você ir. Tenho que ficar com minha amiga hoje. Ela passou mal tenho que cuidar dela. E eu vim pra passar o carnaval com ela, né?
- E não com um desconhecido. Tudo bem, entendi. Mas passa a tarde comigo amanhã? Eu venho buscar vocês para almoçar comigo e passar a tarde na piscina. Tá um calor danado.
- Danado, ? Vê-se que você é velho. – descontraiu a tensão do lugar, ele riu aberto para ela.
- Trinta anos tá bom pra você, novinha? – levantou uma das sobrancelhas. E deu um beijo em sua bochecha. – Eu tenho vinte e cinco anos . Não sou nenhuma novinha.
- Parece que tem dezoito, mas é bom você ter essa idade, não queria de jeito algum ser preso por pedofilia.
- Rá! Eu, uma menina de 17 anos? Quem me dera. E obrigada por me dizer que pareço bem mais nova do que sou. Merece um beijo. – sorriu se insinuando pra ele.
- E eu quero. A-go-ra. – envolveu-a em seus braços recebendo o beijo que merecia. Despediram-se com o combinado de se verem no dia seguinte.
Segunda, 03 de Março 01:48 AM
- Achei que não ia entrar mais. Que ia me trocar pelo cara da lanchonete. – reclamou com a amiga.
- Como sabe que ele tem uma loja de lanches – se jogou na cama ao lado da amiga.
- Eu sei que ele trabalha em uma lá no aeroporto. – ela virou-se de lado para olhar para a amiga, sua boca estava vermelha entregando que estava aos beijos com ele. – VOCÊ ESTAVA SE AMASSANDO COM ELE? – amiga gritou e ria. – Vai me contar tudo.
- Não tem o que contar, , só que ele beija muito bem, se controla maravilhosamente, do contrario, estaríamos em uma cama ou num lugar escuro agora. Ele tem trinta anos – olhou espantada para a amiga vendo a mesma reação no rosto dela. – É filho do dono da rede de lanchonetes e a que tem no aero é uma das franquias que ele toma conta aqui no sul. Tem mais duas em dois estados. – prestava atenção boquiaberta. Não imaginava que ele fosse tudo isso. Sempre fora tão simples, simpático...
- Nossa, ele nem parece ser tudo isso, poxa amiga, amarrou seu burro muito bem, hein? – riu do ditado que dissera.
- Puta que pariu, , que frase é essa? Quantos anos você tem? Cinquenta?
- Só se for tons de cinza. – fez referencia ao livro. – Brincadeira. Não sei de onde tirei isso, acho que me minha mãe que dizia isso. Mas enfim. Aproveite ele, amiga, ele me parece ser bem legal.
- É sim. Enquanto estávamos no bloco ele era bem bobo e me fazia rir, me distraiu bastante. Ah e ele nos chamou pra almoçar com e ele e passar a tarde na piscina amanhã.
- Nos chamou quem? Eu e você? Ai, amiga, não sei se vou, o boy ligou quando eu estava no hospital eu contei o que houve e ele disse que vem amanhã me ver, vai ficar chateada comigo?
- Claro que não agora tenho o pra me distrair. – jogou um travesseiro na cara de e começaram uma guerra de travesseiro como se fossem duas meninas de dez anos. – Chega! Cansei. Agora que tem o rei dos lanches você nem me quer mais né? – fingiu ciúmes, mas no fundo estava feliz, pois assim a amiga esqueceria a morte da mãe e curtiria mais feliz o carnaval.
- Ai amiga, vamos comigo mesmo assim? Não quero ir sozinha. Que horas seu namorado vem? O disse que vem buscar a gente meio dia.
- O boy disse que vem de tardezinha, acho que dá tempo de ir com você, ao menos pra almoçar, não quero cozinhar.
- Mas quando o marido chegar vai ter que fazer. – brincou com a amiga como sempre fazia, dizendo que ela e o namorado pareciam mais marido e mulher por causa de algum comportamento dela. – Ah isso ai a gente resolve, eu o chamo pra comer fora.
- Isso, aí depois fica ai passando mal e parando no hospital. – brigou com ela.
- Aí falando nisso, posso ir dormir? To cansada mesmo do trabalho e depois aquele clima de hospital. Aff. Preciso dormir.
- Tudo bem, eu também vou. Me deixa só tomar um banho e já venho deitar.
- Ok. Ainda bem que amanhã é meu dia de folga e ainda tem a terça. Vou poder enfim curtir você.
- Que mentira! Você vai ficar com o namorado e me abandonar na casa do . Não to vendo você me curtindo nisso não.
- Não vou te largar lá. Mas é que eu quero passar um tempo com o meu boy. Ele vem só pra me ver.
- , eu to zoando! Pode passar o restante do dia com ele e até a noite se quiser, só não pode dormir aqui porque eu estarei aqui e não quero ser vela.
- E quem disse que será vela? Ou você acha que o sabendo que você vai ficar sozinha, vai te deixar sozinha. – riu da inocência de , ou do que ela fingia ser inocência.
- Acho que eu ia adorar que ele não me deixasse sozinha. riu com a amiga e se imaginou passando a noite com ele.
Segunda, 03 de Março 12: 16 PM.
- Seu amigo está atrasado. – bufava sentada no sofá.
- Quanto drama, você nem está pronta. E é coisa de quinze minutos. Não considero atraso se eu ainda não estiver pronta. – saiu correndo pro quarto, lembrou-se de pegar o biquíni que comprou às pressas mais cedo. Vinte minutos depois ele estava batendo a porta da casa.
- Ai, amém. Eu to com fome. – pegava suas coisas, seu namorado ligou de manhã dizendo que ia busca-la por volta das três da tarde para darem um passeio e que dormiriam fora.
- Eu ainda não acredito que vai me abandonar mais tarde, vou dormir sozinha. – dizia enquanto abria a porta dando de cara com apenas de bermuda e tênis. Cadê a camisa dele? Perguntou-se em pensamento. – Tem certeza? – sussurrou em seu ouvido se referindo sobre ela dormir sozinha.
- Oi, meninas! Desculpa a falta de camisa, mas tá muito calor hoje. Importam-se? – empurrou para fora da casa, parecia bem hipnotizada pelo físico do rapaz.
– Nenhum problema, tá muito quente mesmo, alias obrigada por nos convidar para um banho de piscina. Pena eu ter de ir embora antes. Meu namorado e eu vamos sair. Incomoda-se de cuidar da minha amiga? De novo? – deu um empurrãozinho para os dois, deixando a tarde e a noite livre para os dois.
Saíram da vila e seguiu caminho a sua casa. A casa era simples, porém de muito bom gosto. Grande, a piscina ficava na parte de trás da casa junto a uma churrasqueira que estava funcionando, assando algumas carnes para o almoço. Deixaram seus pertences no quarto de hóspedes. A casa possuía mais dois quartos, um ele fez de escritório, o maior era o dele. ficou abismada a casa. Simples em tudo desde a decoração até os empregados. Quem visse de longe acharia que ele fosse um filhinho de papai, ao contrario do que ele era, já que batalhara por aquilo, ao menos ali no sul.
- Fiquem à vontade, podem usar o banheiro dos quartos ou o da piscina pra se trocarem. Eu vou avisar a Luana que pode servir o almoço, as convidadas já chegaram.
e escolheram o quarto de hospedes, se trocaram aos risos. sempre boba dizia que logo ela conheceria o quarto principal da casa. O dele. E que não demoraria, pois logo ela iria embora curtir o namorado e conhecer mais um motel da cidade vizinha. pensava seriamente se cederia as investidas que viesse. Mas por que não? Ele é um cara legal, e mesmo que não fosse. Só restava esse e mais um dia na casa da amiga. Iria embora na quarta feira de cinzas.
- Estão prontas? – bateu na porta. – Almoço está servido.
Voltaram para a área da piscina, seguida por e . Ele segurava mão da menina à sua frente, acariciando discretamente. À mesa serviram-se. Apenas os empregados da casa estavam no local além delas.
- Seu pai não vem aqui te visitar? – puxou assunto.
- Vem quando precisa por causa dos negócios. Eu que costumo ir a São Paulo visita-lo. – apenas apreciava a iguaria que era o churrasco do sul. Completamente diferente do carioca. O sabor era maravilhoso. - , você pode participar da conversa se quiser. – mexeu com a garota, implicando com ela como forma de chamar sua atenção. Parecia um adolescente na frente dela.
- Podem me zoar, eu nunca comi churrasco gaúcho. É maravilhoso. – sorriu satisfeita por ter entrado na conversa.
- Fique à vontade. – retribuiu o sorriso e por um momento se sentiu sobrar naquele lugar e torcia para que seu namorado não demorasse a ligar.
Segunda, 03 de Março de 2014 15:56 PM
O telefone de tocou e ela radiou de alegria pois era seu namorado e sabia que era hora de ir embora, ela sentia o clima de romance de longe daqueles dois e sentia-se atrapalhando tudo, o que ela queria era sair logo dali pra os deixar mais a vontade. Despediu-se dos dois, estava sentada à mesa enquanto preparava caipirinha para beberem. Antes de sair pegou uma que já estava pronta. Iria embora, mas não deixaria a bebida ser desperdiçada.
- Ainda não entendi o porquê de você vir para o Sul, se o melhor carnaval do Brasil é no Rio. – sentou-se de frente pra garota servindo-a com a bebida.
- Eu tenho meus motivos. E como sabe sobre o do Rio ser o melhor? Já foi lá? – ele a olhou como se dissesse que não, mas ela não acreditou – Você era de São Paulo até três anos atrás, já deve ter ido. Até eu já fui a São Paulo no carnaval...
- Ok, eu já fui ao Rio no feriado. Assim como no da Bahia e eles estão empatados. – bebeu sua caipirinha para dar fim ao assunto não queria lembrar-se do carnaval no Rio, se envolvera com uma garota e a levara com ele na viagem e a garota o traiu. Não tinha boas lembranças. Ao contrario da viagem a Bahia. Lá ele estava solteiro e aproveitara muito bem seus vinte e dois anos.
não sabia o que dizer. Apenas observara o homem à sua frente. Ele parecia pensar ou lembrar-se de algo que pelo jeito ele não a contaria. Ele ainda estava sem camisa e ela aproveitou para observar seu abdômen definido. Ele percebeu que estava sendo vigiado e olhou pra ela a pegando no flagra. Ela sorriu sem graça, mas ele balançou a cabeça em negação como se a permitisse a continuar. Que homem nos seus trinta anos não ia gostar de ter mulheres admirando sua beleza?
Ele se levantou segurando a mão da menina que não entendia nada. – Vamos pra piscina. Está muito quente aqui fora. – Eles ainda não haviam tomado banho apesar dos trajes. Almoçaram e depois jogavam conversa fora apesar das trocas de olhares confessarem que queriam estar juntos de corpos colados e não conversando com . Por sorte ela já havia ido, e ele esperava por esse momento desde a hora que ela disse que não iria poder ficar ate o fim do dia. Dentro da piscina aproveitaram o frescor que a água dava. Ela tentava permanecer longe dele, se ficasse um pouco mais perto ela o agarraria, era tudo o que ele queria e ela não ajudava ficando longe dele. Até que ele tomou atitude, não aguentaria mais. E nadando de uma ponta a outra, onde ela estava a encurralou em um dos cantos com suas mãos em sua cintura.
- Não foge, não. – ele olhava pra seus lábios, e após umedecer os seus passou a língua de leve nos dela a fazendo suspirar, com as mão apalpou a bunda da menina a puxando para cima para que ela o agarrasse a cintura, quando ela o fez imprensou mais contra a parede e a beijou. arfou segurando os cabelos de com força. Não demorou muito para que ele esfregasse sua excitação na intimidade dela. As mãos dele em sua coxa a arrepiava, ele movimentava ela em um sobe e desce lento, apenas para provoca-la, jogou a cabeça para trás e aproveitou para beijar seu pescoço. Seus corpos ferviam mesmo dentro d’água. Ele a levantou colocando-a sentada a beira da piscina e beijava-lhe as coxas direcionando seus beijos para a parte interna. Ela segurou sua cabeça em pedido para que parasse. Ele a olhou e ela se afastou para trás dando espaço para ele a sua frente, que em um impulso saiu da piscina deitando-se por cima dela. Eles se ajudaram para retirar as poucas peças de roupas que ainda tinham. Úmida de prazer ela o esperava dentro dela. Mas foi surpreendida por seus dedos tocando-a primeiro. Ela mordia os lábios dele e vez ou outra sugava-os mostrando-o o que gostaria de fazer em seu órgão. O homem estava ficando louco com esse estimulo e a estimulava cada vez mais. – Não consigo esperar mais. – esbravejou correndo até sua bermuda e de dentro do bolso tirou um preservativo. sorria, ele já havia pensado em tudo. Ela gostara disso. Quando ele voltou a estar com ela, fez ele se sentar na beirada da piscina com seus pés dentro da água e sentou-se em seu colo, esfregando-se nele, e encaixando-se lentamente. Era a melhor sensação que ele poderia ter.
Segunda, 03 de Março de 2014 22:43 PM
Estavam deitados na cama, exaustos. Ele admirava seu rosto enquanto ela contava algo muito engraçado. Seu estomago roncou demonstrando fome, ela parou de falar na hora e os dois riram feito crianças. Ela se sentia bem ao lado dele e vice versa. levantou-se e foi ate a cozinha preparar algo para comerem enquanto ela tomava um banho relaxante. Não que ela precisasse relaxar, queria mesmo era entender o que acontecera aquela tarde, ele a deixava tão à vontade que se achou uma tarada por tanta disposição que teve e ele a acompanhou, todas as vezes. Precisava mesmo era se alimentar e dormir, de preferência abraçada com ele, seu abraço era tão reconfortante. E os beijos? Ah, cada vez que ele a beijava ela queria ser dele de novo e de novo e de novo. Afastou os pensamentos maliciosos dizendo a si mesmo que isso teria fim, pois o carnaval para ela acabaria no dia seguinte à noite, quando arrumaria suas coisas para voar de volta para o Rio na manhã seguinte. Fazendo com que toda a história vivida ali virasse cinzas assim como aquele dia era nomeado. Quarta-Feira de Cinzas. Ele voltou ao quarto com uma bandeja com sanduiches, suco, café, iogurte, bolo. Parecia um banquete e ela não acreditara que pudesse comer tudo aquilo, mas comeram. Enquanto conversavam sobre eles, o que já viveram, as burradas e mancadas que deram ao longo da vida. Quando viram a hora, pois bocejava e seus olhos pareciam pequenos, já se passava da meia noite.
- Dorme aqui comigo? – Pediu enquanto levava a bandeja para uma mesa que havia no quarto. – Sua amiga com certeza vai dormir com o namorado, então você pode dormir comigo. Eu te deixo em casa amanhã. – Ele voltou para a cama e alisou o rosto da menina, ela segurou a mão dele e a beijou.
- Você fez isso de propósito né? Me segurar até mais tarde só pra eu dormir aqui. – fingiu-se de vitima.
- Não tenho culpa se você é linda, gostosa. Me atiça apenas com um beijo, um olhar e um pedido de mais. – beijou o pescoço da mulher puxando-a pela cintura e mais uma vez a colocando em seu colo. Queria outra vez aquela noite e desejava fazer isso todos os dias, dormir exausto ao lado dela.
Terça, 04 de Março de 2014 10:01 AM
Ela remexeu-se na cama, seu organismo pedia para ela acordar, porem ainda se sentia cansada e sentia como se um peso sobre o seu corpo a fizesse continuar na cama. Porém, esse peso era o braço do . Apenas abriu os olhos e sorriu lembrando-se da tarde que tivera com ele. O homem também se remexeu ao seu lado e aproveitando a folga que seu braço deu a ela, virou-se de frente pra ele. O rapaz abria seus olhos com preguiça e sorria, pois sabia que ela o olhava.
- Não me olhe assim, eu to um monstro de cara amassada! – fez voz afeminada e cobriu o rosto. Logo pela manhã ele já a fazia rir.
- Você é lindo, ! – ela sentia-se nas nuvens depois do dia anterior, sentia-se romântica e boba, coisa que não se permitia ser com os caras que ficava ainda mais os ocasionais assim como ele estava sendo. Mas não sentia que ele era ocasional. Sentira vontade de tê-lo por perto para sempre, mas sabia que não seria possível.
- Huum! Diz de novo? Essa sua voz sexy logo de manhã me chamando de lindo. Repete? Quero gravar pra acordar ouvindo sua voz todos os dias.
- Vai enjoar logo no segundo dia. Mas você é lindo, mesmo de cara amassada. – ameaçou levantar-se. Ele a segurou pelo braço. – Aonde vai? – Ele disse, preocupado, não queria mais ficar longe dela, estava parecendo uma bicha insegura e tava se achando um chiclete agindo assim e a soltou. – Vou preparar nosso café da manhã. Ajeitar a bagunça que fizemos ontem... – ele a interrompeu.
– Isso se conseguir levantar da cama, eu acabei com você. – ele inflou-se com pose de garanhão e ficou perplexa. – Brincadeira, . Pode ir. – ela fingiu dificuldade pra levantar e gemia a cada passo e ele teve ataque de risos assim que ela começou a andar normalmente. Era incrível como se davam bem em tudo.
A tarde ele a deixou em casa, com pesar, mas ela precisava ficar com a amiga, ele não podia ter ela só pra ele. Ou podia? Ao menos desejava. Enquanto voltava ele recebera uma ligação do pai, ele precisaria viajar no dia seguinte para outro estado, parecia que os negócios estavam cada vez melhor, havia a promessa de abertura de mais uma franquia, ele apenas precisava ir pra acertar alguns detalhes e talvez dar o treinamento preciso aos donos da nova franquia. Ele só iria saber quando chegasse lá.
***
A tarde de com a amiga foi bem divertida, pois ela fez contar cada detalhe da tarde anterior desde a hora que teve de sair de lá até a hora que voltara para casa. Enquanto contava, elas estavam tendo um dia de beleza, com direito a cabeleireiro e manicure. Tudo para poder curtir a ultima noite da amiga na cidade, na manhã seguinte ela voltaria para casa. Elas iriam a uma boate do centro da cidade. Como era o feriado propriamente dito, o tema da festa não podia ser outro, baile de mascaras.
Terça, 04 de Março de 2014 22:34 PM
As duas encontravam-se dentro do baile mais conhecido de Porto Alegre, lindas. Cada uma usava um vestido preto curto com salto alto. usava cabelos soltos, escovados com pontas levemente enroladas. Seu tom de loiro contrastou muito bem com a mascara pink que cobrira metade de seu rosto. também usou o cabelo escovado, colocou de lado e sua mascara era dourada com uma pena longa e preta ao lado esquerdo.
- Não te contei, mas tomei a liberdade de convidar o pra vir à festa. O meu namorado vem também. - se assustou, não esperava vê-lo. Gostaria, mas depois do dia que teve com ele achou que seria pedir demais estar novamente com ele esta noite. Apesar de ser sua ultima noite na cidade. Ela queria despedir-se dele.
- Não acredito que você fez isso! Ele deve estar enjoado da minha cara, . Ele não vai vir. - Enquanto estava sendo pessimista ou apenas se preparando para o pior e não se decepcionar, ela olhava ao redor tentando talvez encontra-lo. Ao contrario do que disse a amiga ela não estava enjoada dele.
- Ah! Mas se a tarde e noite de vocês foram do jeito que você me disse, ele vem. Ainda mais sabendo que é sua ultima noite aqui.
- E como você o chamou se nem eu tenho o numero do celular dele. - Alias depois que ela buscou a amiga no hospital ela mal encostara no telefone dela. – Ontem no almoço enquanto você se trocava, eu falei com ele que pareceu gostar da ideia. Eu acho que ele vem. - Aproximaram do bar da boate para pedirem suas bebidas. Um desconhecido mascarado se achegou junto a e tentou seduzi-la. Em vão pois agora ela espera por e não flertaria com mais ninguém naquele lugar.
Depois de uma hora curtindo a festa, o namorado de chegou fazendo companhia às duas, ele era divertido e se sentia bem perto deles, mas faltava algo. Faltava ele. Afastou os pensamentos, o que ela queria? Que depois da noite anterior ele a pedisse em namoro? Ele apenas teve o que queria e agora deveria estar procurando outra pra se divertir. Não queria aceitar essa constatação ele não parecia ser assim. Pediu mais uma bebida ao garçom enquanto e o namorado dançavam na pista de dança. Por instinto olhou mais uma vez para a entrada e por mais que houvesse muita gente, ela conseguiu visualizar um homem entrar, vestindo um terno preto e com uma mascara também preta, mas que só cobria os olhos que parecia procurar por alguém. Ela conhecia aqueles lábios e o sorriso que ele deu quando a encontrou. Era ele. caminhou calmamente até ela. Vestido deste jeito parecia ser mais alto e magro do que realmente era. Ele não era nenhum baixinho gordo, muito longe disso. Mas estava mais esguio e alto, ele estava elegante e muito charmoso.
- Desculpe o atraso, mas eu tive que comprar esse traje e a mascara. E digo que não foi fácil. Mas vejo que esta se distraindo muito bem sem mim.
- Não esperava você por aqui. – ela não mentiu, quando foi ao baile ela realmente não esperava que ele fosse.
- Tá brincando? Depois do nosso bloco de rua, esse baile é o mais conhecido do lugar. Não necessariamente nessa ordem. – riu debochado. – Quer dançar? – Convidou a mulher. deixou o garçom que nesse momento servia seu pedido e foi para a pista de dança.
- Eu adorei sua amiga ter me convidado. Ou eu daria um jeito de ir te ver. – sussurrou em seu ouvido enquanto dançavam a musica lenta que tocava. – Você viaja amanhã, não é? – separou-se um pouco dela para olhar em seus olhos.
- Sim. Viajo pela manhã. – colou os corpos novamente, queria aproveitar o máximo que podia dele.
- Ah que pena que é de manhã, eu ia adorar ficar com você essa noite. – segurou o queixo da garota e beijou-a suavemente. As mãos dela percorriam por suas costas e parou na cintura do homem. – Eu viajo amanhã à tarde pra tratar de negócios. Deixa-me o numero do seu telefone, ao menos pra eu te ligar pela manhã e te desejar boa viajem. – pegou seu celular e deu na mão de pra ela anotar seu numero. Ela o anotou porem acreditava que aquilo tudo era desculpas. Ele viajaria no dia seguinte e nunca mais teriam contato. Ao menos teria boas lembranças da sua ida ao Sul.
Quarta, 05 de Março de 2014 2:09 AM
e descansavam na sala enquanto o namorado da segunda tomava banho. Ele dormiria na sala enquanto dividiria a cama de casal com a amiga. Era a ultima noite dela na casa da amiga mesmo, não via mal algum do boy dela dormir lá, até porque ele se ofereceu para leva-las ao aeroporto. Talvez quisesse se ver livre da amiga da namorada.
- O que os coelhinhos tanto conversavam naquele bailei, hein? E o que era aqueles beijos todos? Até eu queria se beijada daquele jeito. Meu namorado é muito fofo. – reclamou.
- Ao menos você tem um namorado e você pode o beijar daquele jeito se quiser. E sobre o , ele vai viajar a amanhã à tarde a negócios e pediu meu numero de telefone. Mas acho que não vai me ligar.
- Eu aposto que sim, ele gostou de você, tá na cara dele, amiga.
- , fui uma distração pra ele nesse carnaval, do mesmo jeito que ele foi pra mim. – olhou para amiga, tentara se enganar, mas a verdade era que se sentia muito atraída por ele, e gostaria muito que acontecesse o mesmo com ele.
- Não me faça rir, , você tá caidinha no rei das lanchonetes. E ele também. Maldita distancia. Mas como os negócios dele fluindo muito bem, não vai demorar ele ir para o Rio, não. Daí vocês se encontram novamente. - ponderou e concordou com a amiga, pondo fim ao assunto.
Quarta, 05 de Março de 2014 06:02 AM
De má vontade, acordou com o despertador do celular tocando TKO de Justin Timberlake a amiga riu, sabia da quedinha que tinha pelo cantor/ator e aproveitou a voz do sedutora dele para despertar também.
- Poxa, acordar todos os dias com essa voz no meu ouvido, eu trabalharia mais feliz. – espreguiçou-se e caminhou para a cozinha para preparar o café, sairiam em uma hora para o aeroporto.
- Tá ai o motivo do meu sorriso pela manhã. - beijou a tela do celular, onde o papel de parede era o homem que ainda cantava. – Mas vamos ao que interessa. Preciso estar pronta em uma hora. Certo? – a amiga concordou.
Uma hora depois e já estavam os três tomando o café da manhã. olhava para o celular a cada cinco minutos na esperança dele ligar, o que ainda não acontecera. tentava não rir da cena que presenciava. Ele ia entrar em contato, ela sabia, pois via que ele gostou da amiga.
Já no aeroporto as amigas se despediram. Passara tão rápido que nem acreditaram já era hora de partir. O voo de foi chamado e ela despachou sua mala. Dentro do avião conferiu mais uma vez o telefone para ter certeza que ele não ligara ou mandara um sms. Não encontrou nada, desligou o celular e acomodou-se em sua poltrona, queria chegar em casa e descansar para poder trabalhar no dia seguinte. Tentou não pensar em , mas era muito difícil. Tentou dormir para que a viajem fosse o mais rápido possível.
Quarta, 05 de Março de 2014 16:34 PM
Finalmente já estava em casa, tomara um banho. Preparou um café para tomar enquanto comia biscoitos. Lembrou-se de seu celular e foi busca-lo em sua bolsa. Quando o celular ligou e se iniciou, o telefone começou a vibrar. Um numero desconhecido apareceu e seu coração acelerou.
- Alô? – sua respiração era ofegante, queria confirmar suas suspeitas.
- ? É o . – ela enfim pode respirar.
– Oi , tudo bem?
- Claro! Advinha onde eu estou? – tentou manter suspense.
– Onde? Já viajou?- ela realmente esta curiosa.
- Estou no Rio de Janeiro, vamos abrir uma franquia na cidade! – ela não podia ver, mas ele sorria ao dar a noticia, tinha esperanças de que ela o quisesse ver assim como ele queria vê-la.
- Mesmo? Por que não me disse ontem? – ela corria pela casa, se ele acabara de chegar ela poderia ir busca-lo no aeroporto. Precisava abraça-lo outra vez, não entendia essa necessidade, apenas sentia.
- Eu não sabia meu pai só me disse hoje de manhã quando me enviou o email com os dados do voo. Vou ficar uma semana por aqui.
- Ainda está no aeroporto? Eu posso te buscar se quiser.
- Eu cheguei faz quinze minutos, mas posso esperar você vir me buscar, estou no Galeão. – ria abobalhado.
- Chego ai em quarenta minutos. – a mulher desligou o telefone no calor da emoção sem saber se ele ainda falaria com ela. Será que se hospedaria por perto? Certamente se hospedaria. Correu em procura da chave do carro e apressou-se em sair de casa.
Quarta, 05 de Março de 2014 17:51 PM
Enquanto estacionava o carro ligou para para avisar que já chegara. Ele disse que caminharia ate ela e desligou o telefone. E ela o esperou ansiosamente. Parecia que não se viam há dias e não no dia anterior. Era tudo muito recente para ela. Mas gostou da ideia de vê-lo outra vez. Agora em sua cidade. Não demorou muito para ver o elevador do estacionamento se abrir e ele sorridente aparecer para ela. Era um deus grego em sua visão. Não sabia que era capaz de sentir tanta saudade e vontade de alguém como tinha com ele. Seria possível se sentir atraída por alguém daquela forma? Ela que sempre achara isso tão impossível.
- Achou que ia se livrar de mim? – Ele sorria para ela enquanto ela saia do carro para abraça-lo. Ela o fez com força e a vontade que ele teve foi de beijá-la na boca. Olharam-se por alguns segundos. Ele não resistiu. Empurrou a mulher contra o carro e tocou os lábios ao dela.
- Eu adorei a surpresa. Quase que viemos no mesmo voo. – ela se recompunha enquanto ele colocava sua mala no banco de trás do carro.
- Surpresa foi a minha quando li o e-mail e vi o destino. Eu quase te liguei, mas decidi fazer surpresa.
- E eu achando que já tinha me esquecido. – fez manhã enquanto envolvia o rapaz pelo pescoço. E ele a enchia de selinhos.
- Agora você tem uma semana pra enjoar de mim. – sussurrou no ouvido da garota.
- Não enjoaria nunca. Por mim você não voltava mais pra Canoas. – beijou-o.
- Isso é uma proposta? Eu posso aceitar e aí fodeu! Não te deixo nunca mais! – Diziam em entrelinhas que se queriam e para sempre. Não sabiam o porquê, mas depois que se conheceram e ficaram não queriam mais outra pessoa.
- E quem disse que eu quero deixar você ir?
O mais novo casal entrou no carro e deu partida em direção a seu apartamento, não quis saber se ele se hospedaria ou não em hotel. Ele passaria a semana com ela e se ele quisesse o resto de suas vidas também.
Fim.
Nota da autora: Má oeeeee! Nossa essa história quase que não sai hein! Quero agradecer a minha amiga Mari por ter tentando me ajudar e a melhorar o inicio dessa história, espero não ter te decepcionado com o restante hihihihi. Agradecer a você que leu e chegou ate aqui nessa N/A corajosas né... Enfim. Muito obrigada por lerem, comentem. Façam-me feliz. Sou uma autora carente. *-*
Beijos Cherry.
Nota da beta: Ei, você aí! Achou um erro? Mande-me um email avisando!
Ah, aproveite e deixe um comentário, é de graça e deixa a autora feliz! ;)
xx