Será que ainda pensa em mim?
Será que ainda sente o mesmo que eu?
Seus amigos dizem que não,
Mas seus olhos dizem outra coisa
- Eu não aguento mais essas provas - murmurei, cansada, enquanto encostava minha cabeça na poltrona do apartamento e fechava os olhos, tentando esquecer tantos nomes que, com muita dificuldade, iam entrando na minha cabeça e se fixando como chiclete embaixo de carteira do ensino médio.
- Tá acabando, pensa pelo lado positivo - comentou , com a voz um cansada, enquanto fechava aquelas Bíblias que ela chamava livro de direito e batucava irritantemente na mesa. mode on.
era minha amiga desde... hm, sempre? Nós nos conhecemos quando eu me mudei para Londres e eu tinha cerca de cinco anos, e meu irmão, lindo , tinha nove. A casa dela era na frente da minha casa, e um belo dia – quatro dias depois que eu me mudei, - decidi sair para conhecer a vizinhança, levando meu irmão junto. Uma menininha pequenininha, magricela e com os cabelos loiros totalmente encaracolados saía de casa.
FLASHBACK
- Oi! – acenou a garotinha da porta para os dois irmãos – Vão para o parque? – perguntou, se aproximando – Porque se forem, eu posso ir junto, sabe? O meu irmão tá lá com os amigos dele e vocês podem se conhecer. – falou com uma voz aguda extremamente irritante como se tivesse tido a melhor ideia do mundo. – Você pode ficar amigo deles...
- – falou meu irmão, um pouco intimidado pela menina que o encarava com os olhos verdes e apontava-lhe o dedo.
- Isso... Você pode ser amigo deles, – intimidade – E eu e a... – se virou para mim, esperando eu fazer o mesmo que o .
- – respondi apertando o braço do meu irmão levemente que me olhou um pouco risonho .
- E eu e a podemos ser melhores amigas! Não seria divertido? – continuou a pequenina, divagando enquanto entrelaçava os braços finos no do meu irmão e ia nos arrastando em direção ao fim da rua, onde, de longe, podia se avistar um parque com uma pista de skate cheia de garotos – Nós poderíamos ficar brincando de boneca, eu tenho um monte de barbies. Você também tem? tem um carrinho lá, se você gostar de carrinho igual todos esses meninos idiotas que meu irmão chama de amigos... Mas até que o e o são legais... – e eu a interrompi, rindo levemente da garota, depois de perceber que esse era seu jeito.
- Eu acho que seria legal a gente ser amiga, ... – respondi, um pouco envergonhada por chamá-la por um apelido – E o adoraria conhecer os seus amigos, não é? – e ele somente assentiu com a cabeça, com um sorriso se formando nos cantos dos lábios – Só fale mais devagar, está bem?
- Ok – respondeu, dando de ombros, e puxando-nos mais rapidamente em direção ao parque, enquanto tagarelava, excitada.
FIM DO FLASHBACK
Hoje em dia, não fala mais tanto, mas ainda assim é muito. Coitado do que tem que aturá-la 24 horas por dia... Namorados grudentos, sabe como é, né?
- Pelo menos isso... – comentei, após sair do meu momento nostálgico - Vamos fazer algo hoje? É sexta-feira e não aguento mais estudar. - pedi, um pouco mais animada com a ideia, me sentando no sofá, sorrindo.
- Por favor! - falou, rindo como se implorasse enquanto se atirava no sofá ao meu lado - Podemos ir naquela nova boate que abriu... - parou, tentando se lembrar do nome da boate. Não sei como ela faz faculdade de direito, sendo que é terrível em decorar as coisas...
- Pasô – a lembrei, rindo, recebendo uma almofada na cabeça - Pode ser. Vamos chamar o pessoal quando chegarem do inferno chamado Faculdade – e ela concordou, ligando a televisão e voltando sua atenção pra ela.
xX
- Eu prefiro mil vezes o Jack ao Will. O Jack é esperto, sexy demais. Essas andadinhas me deixam doida - retruquei o péssimo e desnecessário comentário da em relação aos Piratas do Caribe, que passava na televisão durante a tarde. - Ele é melhor e ponto, Mrs. .
- Sempre apaixonada pelo Jack, né, ? - comentou uma voz risonha e rouca, muito conhecida atrás de mim. Virei por reflexo e me arrependi.
Ele estava ali. Simplesmente lindo com o cabelo bagunçado caindo pelos olhos e com a jaqueta preta que eu tanto amo sobre os ombros. Os olhos azuis brilhavam pra mim, sorrindo. Mas por outro lado... Estava com a piranha que, desde que nós terminamos, ele costuma chamar de namorada. Frankie, ou Frankenstein como costuma ser chamada por mim.
Frankie já é totalmente o oposto de mim, com exceção dos cabelos loiros que caíam até o meio das costas. A pele bronzeada contrastava com os olhos verdes bem demarcados pelo lápis. O sorriso cínico de os dentes brancos alinhados era direcionado a mim.
- Oi, . Oi, Frank – respondi, sorrindo em uma tentativa frustrada de esconder o que eu estava sentindo. Era sempre assim: ele chegava, falava, sorria e eu me apaixonava ainda mais por ele.
- Oi - respondeu Frankie com o sorriso ainda no rosto e jogando os cabelos, teatralmente, para trás. - Vamos subir, bebê? Lá, com certeza, vai estar mais interessante... - falou com malícia na voz, tentando me provocar. E parabéns, Frankie, você conseguiu!
Abaixei a cabeça, tentando controlar a raiva, o ciúme, a tristeza, a frustração e todos os sentimentos que insistiam em me invadir sempre que ele estava com ela por perto. E, principalmente, tentando controlar as lágrimas que insistiam em vir.
Por que dói tanto? Não dizem que o tempo cura todas as feridas? Então por que as minhas não?
Quando levantei a cabeça, com a feição controlada, encontrei o olhar do nos meus. Aqueles olhos azuis... Como eu amo esses olhos azuis. Ele me fitava do mesmo jeito que antes. Doce. Sincero. Preocupado. E com um pedido de desculpas silencioso sendo acompanhado por uma pequena carreta.
- Vamos. Tchau, e pirralha. - ele disse, se dirigindo às escadas e dando um leve aceno com a cabeça.
- , espera! - gritou um tanto alto pela distância que ela estava dele. - Vamos ao... – e ela novamente esqueceu - Esqueci o nome! – respondeu, demostrando frustração - Mas então... Vamos à nova boate hoje que abriu lá no centro. Quer ir?
- Claro - respondeu um pouco animado, sorrindo verdadeiramente pela primeira vez desde que chegou aqui.
- Pode levar a Frankie, se ela quiser ir - sugeriu, tentando parecer simpática, mas totalmente incomodada com a situação. Fato que me rendeu uma pequena bufada.
- Pode ser - respondeu, indeciso, antes de subir. Quando ele já estava lá em cima, se virou para mim.
- ...
- Nem começa. – interrompi, abalada - Vou pra casa e às 10 eu passo com o aqui. Fui. – terminei, saindo porta afora em direção à minha casa e subi as escadas correndo, querendo apenas me enfiar embaixo do chuveiro e deixar as lágrimas caírem.
Novamente...
FLASHBACK
- ... – me chamou, dengoso atrás de mim, fazendo com que eu me arrepiasse pelo contraste do seu hálito quente na minha nuca fria – Vem me fazer companhia na cama, por favor? Tá frio...
- Eu tenho que terminar aqui, – respondi, me virando pra ele e sorrindo pela sua cara maliciosa ser trocada por um bico emburrado por negar um pedido claro de sexo – Mas eu já estou terminando, eu juro – falei, beijando os dedos e em seguida sua bochecha deixando os ombros caírem.
- Nem quando seus pais viajam e a gente pode ficar junto, essa faculdade não ajuda, né?
- Eles nem sabem que meus pais estão viajando, ...
- Que seja, também – respondeu, emburrado, se jogando na cama, fazendo birra e eu suspirei. Maldito trabalho de 50 páginas!
xX
- Amor... – chamei, deitando-me ao seu lado e beijando o seu rosto várias vezes – ...
- Sai, , volta a fazer seu trabalho – reclamou, se virando pro outro lado – Não quero mais. Me deixa dormir.
- Não quer mais? – fiz uma voz tristonha enquanto me sentava na sua bunda, começando a distribuir beijinhos desde a base das costas nuas até o pescoço, aspirando seu cheiro, onde mordi levemente vendo os pelinhos loiros da sua nuca se arrepiarem e ele se mexer um pouco embaixo de mim – Jura mesmo? Que pena... Só porque hoje eu estava usando aquele lingerie preta que você encontrou escondida essa semana. – e saí de cima dele, fingindo estar derrotada.
- A que você disse que a te deu? – perguntou, se virando com os olhinhos brilhando como uma criança que acaba de ganhar um presente.
- Essa mesmo... Mas já que você não quer hoje, né? Deixa pra... – e antes mesmo que eu pudesse terminar a frase, os lábios famintos de vieram de encontro ao meu.
FIM DO FLASHBACK
Te procuro em outros rostos
Tento me enganar, nunca é igual
Brigo sempre comigo mesmo
Por não conseguir te tirar de mim
- Esse lugar tá lotado, dude! – falou enquanto abraçava por trás, que tremia por causa do ar condicionado, e olhava o local em busca de uma mesa para sentar.
- Jura? Eu nem tinha notado – debochou Frankie, cruzando os braços e andando para a pista de dança, puxando junto, deixando todos pra trás.
- Garota insuportável essa Frankie – reclamou, mostrando a língua na direção em que a garota havia ido – Como o aguenta essa mulher? Cinco minutos ao lado dela e eu já quero pegar o pescoço e torcer até ela morrer asfixiada. – disse, fingindo torcer o pescoço de alguém invisível.
- Por amor a gente faz qualquer coisa, minha cara amiga... – comentei com a voz um pouco falha dando dois tapinhas em seu ombro.
- Ele não ama a Frankie, – falou, como se fosse óbvio, sentando-se em uma mesa – Ele ama você. Ele sempre amou você.
- Porém não é comigo que ele está. – respondi, olhando para a pista onde Frankie e estavam.
Uma mão da garota passava pelas costas largas do garoto enquanto a outra o puxava cada vez mais perto, pela nuca. As mãos do garoto seguravam a cintura dela e faziam um leve carinho em seu quadril. Eu queria estar ali. No lugar dela. Aquele lugar é meu. Já foi. Ainda é.
- Eu vou para o bar, até depois – me despedi antes que pudessem dizer mais alguma, e sentei-me no bar, pedindo uma bebida para ver se esquecia, nem que por alguns minutos o que sentia por .
xX
- Não se lembra mais dos velhos amigos, Senhorita ? - sussurrou uma voz um pouco conhecida na minha nuca.
- Pedrinho! - gritei, animada, assim que me virei e o abracei, tentando demonstrar o quanto estava feliz em vê-lo - Quanto tempo, não? - falei enquanto ele se sentava ao meu lado, logo depois de dar um beijo demorado na minha bochecha.
Eu conheci Pedro seis anos atrás. Pedro é um cara lindo, charmoso e nós já ficamos algumas vezes. Também, quem resistiria a um par de olhos verdes, um sorriso contagiante, a mãos grandes e firmes? Ninguém.
- Quase um ano, ... – comentou, dando de ombros - Não nos vemos desde que seu namorado quebrou meu nariz – e soltou uma risada nasalada, passando a mão no nariz, lembrando-se da dor - Seu namorado ainda é muito ciumento? - perguntou enquanto pegava a minha bebida e tomava um gole sobre alguns protestos meus.
- Ex... – corrigi e ele me olhou confuso - Ex-namorado - esclareci enquanto virava todo o conteúdo do copo, sentindo a garganta arder.
- Ei... Vai com calma, gatinha - pediu com um pequeno sorriso no rosto - Por que vocês terminaram? - perguntou, carinhosamente, enquanto colocava uma mexa do meu cabelo atrás da orelha, fazendo um leve carinho na minha bochecha e me fitava com aquelas duas esmeraldas.
- Nem eu sei direito... – respondi, dando de ombros, tentando não mostrar a tristeza que me abateu quando tocamos nesse assunto - Mas já foi, não? Ele está com outra há três meses e parece que faz anos. O buraco aqui dentro nunca fecha, só aumenta cada dia mais e eu não sei o que fazer... – continuei, sentindo uma lágrima escorrer e a limpando rapidamente - Deveria doer menos, não deveria? O ditado diz que o tempo cura tudo, mas por que as minhas feridas não? - passei as mãos nervosamente no cabelo enquanto ele me fitava preocupado - Ele evita beijá-la na minha frente, talvez pra não me machucar... Não sei, talvez eu que não estivesse prestando atenção a esses momentos, mas, quando eu olho pra ele, tudo volta, sabe? Como um raio atingindo minha cabeça e me fazendo reviver os melhores momentos da minha vida... Mas por que diabos eu estou falando isso pra você? São problemas meus... Só meus... – terminei, respirando fundo.
- , está tudo bem. Vai ficar tudo bem. - pediu enquanto me puxava para um abraço acolhedor e quente. Enterrei meu rosto na sua camisa, inalando o cheiro do perfume dele enquanto me sentia sendo puxada para a pista de dança - Vamos dançar um pouco, o que acha? – perguntei e eu assenti – Vamos nos divertir, coisa linda! – exclamou, me rodando pela pista de dança, fazendo algumas caretas, o que me arrancou algumas risadas.
Pedro me fazia bem, muito bem, mas não o suficiente pra tampar aquele buraco que meu coração possui. Porém, quando não se tem cão, caça com gato...
- Vamos lá, , se solte! - e foi o que eu fiz.
Meu corpo dançava no ritmo da música. Fechei os olhos e deixei as batidas da música se misturarem com as batidas do meu coração e guiar o meu corpo. Passava a mão pelo corpo, subindo e descendo com o corpo colado ao de Pedro. Sentia vários olhares em cima de mim, inclusive o dele. Mas ele não está com a namorada?
Então por que não vai dançar com ela?
Por que insiste em me perturbar?
Por que ele tem o direto de preencher o vazio com outras e eu não posso preencher o meu com alguém?
Por que o amor é injusto?
Acostumei a te esquecer,
Mas tudo volta quando te vejo
Sabe...
Busquei forças em algum lugar dentro de mim e colei mais meu corpo ao do Pedro, sentindo-o passar as mãos nas minhas costas e continuei a dançar. Minha cabeça já estava doendo e o frio cada vez mais aumentava. O corpo do Pedro exalava calor, mas não me esquentava igual ao dele. As mãos do Pedro na minha cintura não faziam o meu corpo inteiro ter reações estranhas iguais as dele. Os beijos de Pedro na minha nuca não me fazia arrepiar como as mordidinhas dele faziam em mim. Os beijos do Pedro não me levavam ao céu como os beijos dele.
Eu sentia falta dele. Do corpo dele. Do calor dele. Das mãos dele passeando pelo meu corpo. Dos olhos azuis. Do cabelo bagunçado. Da carinha de sono de quando ele acordava. Do sorriso tímido. Da gargalhada. Dos beijos. Eu sentia falta dele e eu sei que só ele poderia curar a dor que se alastrava no meu peito a cada dia que eu passava longe dele.
Quando a música acabou, eu abri os olhos e me arrependi novamente por fazer isso naquele dia. me fitava do outro lado da pista e, por mais que Frankie tentasse chamar a sua atenção, beijando seu pescoço e dançando igual uma vagabunda na frente dele, ele não prestava atenção nela. Ele olhava pra mim. Pra mim.
Ele sempre piora as coisas... Por quê?
- Venho já - avisei ao Pedro, dando um leve selinho em seus lábios macios, me dirigindo ao banheiro. Não conseguia mais encará-lo, não mais.
Antes que eu pudesse entrar, senti meu braço ser puxado e me prensar na parede, e um corpo rapidamente se encaixou ao meu. Como quebra-cabeça. Chave e cadeado. Calor e piscina. Chuva e guarda-chuva. Abraço e conforto. Beijo e bochecha. O corpo dele.
Desde quando foi embora,
Do meu pensamento você nunca saiu
Não superei, mas tive que aceitar
Acho que meu ponto fraco
Sempre vai ser você
- O que você quer? - perguntei enquanto levantava o rosto e encarava os olhos azuis profundos que me faziam esquecer até meu nome. Aqueles olhos que tanto me fazem falta.
- O que foi aquilo, ? - perguntou, furioso, prendendo minhas mãos acima da minha cabeça e grudando mais seu corpo no meu. Seu hálito fresco de menta batendo contra meu rosto me impedia de raciocinar direito, o que me fez demorar alguns segundos para formular uma resposta.
- Aquilo o quê? - perguntei, me fazendo de desentendida e tentando soltar meus braços, o que rendeu um aperto mais forte.
- Aquela sua ceninha com aquele desgraçado, aquele filho de uma... - o cortei antes que ele pudesse continuar com acusações e calúnias.
- Não fala isso do Pedro, - falei, furiosa, me mexendo um pouco desesperada, tentando fugir do que ele me fazia sentir quando ele estava por perto - Cadê a sua moral, garoto? Você tem a sua namorada, que, por acaso, não sou eu. Então isso quer dizer que eu posso fazer o que bem entender da minha vida e você não tem absolutamente nada com isso. Vá cuidar da Frankenstein.
- Claro que não, . Eu me preocupo com você – começou carinhoso, fazendo carinho pelo meu pulso - E por que você estava beijando aquele cara? Por que ele voltou? Aquele muro não tinha quebrado o nariz dele? Ele quer o quê? Que eu quebre o que sobrou dele? Estou à disposição, é só ele chegar perto de você de novo que eu arrebento a cara dele em um piscar de olhos. – mas terminou como um verdadeiro cavalo.
- Por que você faz isso? - perguntei, com algumas lágrimas já se acumulando em meus olhos. Maldito seja ! Maldito seja o que eu sinto por ele!
- Isso o quê? - perguntou, preocupado, levando uma mão ao meu rosto. Segurei-a antes que ela pudesse me tocar e ele me prendeu novamente na parede, me olhando confuso e com medo que eu pudesse fugir.
- Não encosta em mim, - pedi, tentando me controlar. Ele me olhou mais confuso ainda. - , toda vez que parece que vai dar alguma coisa certa na minha vida, você vem e estraga tudo. Você não está lá com a Frankie? Você não está bem com ela? Você não a ama? - cada palavra saía com mais dificuldade que a outra. Eu tentava buscar o ar, mas, cada vez mais, ele estava escasso em meus pulmões. Já sentia o gosto salgado das lágrimas em minha boca. - Vocês estão juntos. Não nós. Às vezes eu fico me perguntando: por que a gente terminou? MELHOR! Por que a gente começou a namorar? Eu queria tanto saber o que seria do meu futuro, porque, quem sabe assim, eu não te encontrava, me apaixonava mais e sofria como estou sofrendo com o fim do nosso namoro. – ele afrouxou o aperto em meu pulso, o que daria para eu me soltar, mas não me importei com isso, não naquele momento - , me esquece. Deixa-me seguir em frente. Eu não aguento mais isso. Eu não quero que sinta pena de mim ou se sinta culpado. Longe disso. A culpa é minha por algum dia ter olhado para o seus olhos e ter fraquejado quando estava tentando reconstruir a minha vida. A culpa é minha por toda vez que você sorri pra mim, eu me apaixonar mais. A culpa é minha por você ser o meu ponto fraco. Mas, agora, não vai ser mais assim, não pode mais ser assim. Volta pra lá e me esquece, por favor. – pedi, afastando seu corpo do meu e sentindo falta do contato dos nossos corpos.
- , espera. Por favor, espera. – ele segurou meu pulso novamente e me prensou de novo na parede.
- Me deixa ir embora, por favor. Se você ainda sente alguma coisa por mim, se tudo o que a gente teve foi de alguma forma importante pra você, me deixa ir – pedi num sussurro quase como que uma súplica.
- Eu não posso, . E sabe por quê? Porque eu amo você. – começou a desatar a falar antes que eu pudesse impedi-lo - Eu não consigo mais ficar sem você. Eu não aguento ver nenhum menino falando com você, que meu sangue ferve. Eu sinto ciúmes de todos que se aproximam, até do e do . Você não sabe o que você faz comigo. Você sabe ou tem noção do que aconteceu comigo quando eu vi você dançando, sorrindo e beijando aquele Pedro? - neguei com a cabeça, atordoada pela proximidade, pelo toque, pelo cheiro e, principalmente, pelas palavras que ele despejava quase como que uma necessidade – Eu achei que tinha perdido você pra sempre e isso eu não posso suportar. Você é minha, , minha. A sua boca é minha. Os seus beijos são meus. O seu rosto é meu. Seu corpo é meu. – ele soltou os braços do meu pulso e colocou as mãos na minha cintura, apertando levemente, o que me fez estremecer - Eu achei que conseguiria ficar sem você, mas é impossível ficar sem sentir a sua pele. - ele tocou as minhas costas por baixo da blusa e eu me permiti fechar os olhos e sentir sua mão fazendo leves círculos no local - Eu não aguento mais olhar os teus lábios vermelhos e convidativos sem pensar que não poderei mais beijá-los - e ele, delicadamente, passou a mão pelos meus lábios e, logo em seguida, levando as mãos aos lábios dele, como se quisesse provar os sabor deles novamente - Eu não aguento mais ficar sem ter você, porque sem você eu não sou nada, . Porque eu preciso de você todos os dias, todas as horas, todos os minutos do meu dia. Quando eu olho pra você, tudo ao meu redor desaba. Todos os muros, incertezas e certezas que eu tenho dentro de mim, vão por água abaixo. Você é minha e só minha. E eu sou seu, só seu. É você que eu quero ter pra sempre comigo. Fica comigo, só hoje, só até o fim dos nossos dias... Fica comigo. - e eu aproximei seu rosto do meu e beijei seus lábios macios. Céu. Era onde eu estava.
Não pensei em nada enquanto ele me prensava mais e mais na parede. Não pensei em nada quando suas mãos passeavam pelo meu corpo. Não pensei em nada além dos seus beijos e dos seus toques. Não pensei em Pedro, em Frankie nem em ninguém quando mais tarde fomos pra casa dele. Não pensei em nada quando nós dormimos juntos de novo. Não pensei em nada e nem em ninguém. Porque, agora, nada mais importava. Só nós dois.
Ele é só meu e eu só dele. Como sempre foi.
Fim!
N/a (12/05/2013): Essa song eu já escrevia a algum tempo (lê-se muito tempo, mas de decadas), mas com outros casais, e esses dias eu decidi reescreve-la como McFly. E aumentei ela um pouco, porque ela era mais que miniatura. Espero que tenham gostado e comenta ai! Não vai cair o dedo né? Qualquer coisa, entra em contato comigo pelo @is_dpoynter ou @mah_segura. Marcella xx
Nota da Beta: Que amor! E vou repetir: merecemos uma parte dois.<3
Nota da Beta e NÃO da Autora: Encontrou algum erro de script/html/português? Avise-me através deste e-mail ou pelo twitter. Não use a caixa de comentário com essa intenção. Obrigada.
Agradecimentos sobre a fiction? Somente com a autora!