Uma versão curtinha da história em que ele é o loser da escola e ela, a garota mais popular. Às vezes, um simples favorzinho pode resultar em alguma gratidão e um pouco de gratidão pode acabar em muita provocação.
entrou no colégio onde cursava o último ano de ensino médio para mais uma manhã que prometia ser o começo de um dia de aulas como outro qualquer. Dirigiu-se ao corredor onde ficavam os armários dos alunos e abriu o seu, pegando o livro de física — disciplina que teria no primeiro tempo — e o trabalho de matemática, que deveria ser entregue durante o segundo. Viu um dos jogadores de futebol passar com um balde de água suja na mão, e comemorou quando ela não foi parar no rosto dele, mas o sorriso que surgira em seu rosto sumiu logo depois, quando ele viu rindo de alguma gracinha que falava em seu ouvido, enquanto procurava algo dentro do armário bagunçado.
Havia anos que e dividiam várias salas de aula de inúmeras disciplinas, mas ele nunca tivera coragem de falar com ela ou de fazer qualquer coisa para que ela tomasse conhecimento de sua existência. Para a garota mais bonita e popular da escola, ele era invisível, assim como os demais nerds eram para todos os populares. Não adiantava ele sentir o que sentia por ela, porque ele jamais teria chance de ser mais do que um colega de escola, cujo rosto sequer seria associado a um nome, se ela o visse fora dali.
Não é que fosse apaixonado por , afinal, ele nem mesmo achava possível gostar de verdade de alguém que só se observa de longe. O que ele tinha por ela era a mesma fascinação que todos os caras têm por garotas gostosas em uniformes curtos e apertados de líder de torcida — agravada pelos fatos de que, além do belo corpo, ela tinha um sorriso maravilhoso e, apesar de ser popular e rebelde como aluna, não participava dos ataques aos nerds, evitando que ele tivesse por ela a repulsa que tinha crescido dentro dele por garotas como Beth, Sarah, Britney e Lauren.
O garoto caminhou até a sala de aula, cabisbaixo, e tentou afastar o sentimento que havia em seu peito naquele momento. Ele não gostava de sentir as vontades que sentia quando olhava para , com aquelas pernas longas e bronzeadas de fora, o seio que caberia certinho na mão dele marcado pelo uniforme, os quadris se movimentando em um ritmo perfeito. Sua mãe o havia criado sozinha e ensinara que um homem deve respeitar uma mulher e não enxergá-la como a dona de um corpo apenas, e ele tentava levar a sério tudo que a mãe dissera, mas despertava o seu lado pecador.
Gostava menos ainda, porém, de sentir o que ele estava sentindo em relação a . A inveja é um sentimento muito ruim e destrutivo, e sempre fora um cara do bem! No entanto, todas as vezes que algum garoto conseguia se aproximar dela, tocá-la, sair com ela e, principalmente, beijá-la, ele queria partir o menino ao meio, fazê-lo sumir, estar no lugar dele. Nessas horas ele dava graças a Deus por não poder ver os beijos evoluírem para outras coisas, porque só de imaginar ele queria socar o armário e chutar cadeiras.
entrou na sala de aula e ocupou sua cadeira de sempre e logo depois Gina, Alfie e Josie se juntaram a ele e começaram uma conversa agradável, fazendo com que se esquecesse de e de , até ela chegar, minutos depois, sozinha, e sentar-se no fundo da sala. Assistiu à aula, normalmente, respondendo a maior parte das perguntas do professor, copiando toda a matéria do quadro e adiantando ao máximo os exercícios, enquanto o objeto de seu desejo, como era de costume, se distraía com mensagens de celular e com suas próprias unhas.
No entanto, o dia não seria comum como parecia até então. Aquele seria o dia em que as coisas mudariam da água para o vinho, e tudo começou no segundo tempo, na hora da entrega dos trabalhos com exercícios sobre polinômios.
“Bom, no final da aula, vocês podem colocar os trabalhos aqui na mesa. Eles não valem nota, mas a entrega é obrigatória. Quem não entregar, como sempre, vai levar advertência.” A professora falou, depois de ter colocado matéria nova no quadro. “Lembrando que os senhores e David House, e as senhoritas Beth Ray, Lauren Gold e já têm quatro advertências cada um, o que significa que, se não entregarem o trabalho de hoje, estarão automaticamente suspensos por três dias de aula.”
“Boa!” falou sem pensar e não pode deixar de rir.
“O que foi, Sr. ?” Perguntou a Sra. Gordon, levantando as sobrancelhas.
“Eu quis dizer, que droga, hein? Eu esqueci de fazer o trabalho. Vou perder três dias de aula!” Fingiu incômodo, alisando o topete que tinha no alto de sua cabeça.
“Eu estou ferrada! Meu pai vai me colocar de castigo e eu não vou poder ir ao seu aniversário.” ouviu , sentada duas cadeiras atrás da dele, dizer a Beth, aproveitando que a professora estava distraída com .
“Muito bem! Reúnam-se em duplas e façam os exercícios da página 149.” A velha senhora mandou e começou um burburinho na sala, porque alguns alunos que gostavam de formar duplas, na hora das tarefas, precisaram mudar de lugar para fazê-lo.
levantou-se para fazer dupla com Joe, que era seu único amigo na turma de matemática e gostava de se esconder na última fileira de trás, e foi, então, que ele teve uma ideia. Ela era estranha, arriscada e ousada demais para seus padrões, mas ele nem pensou nisso na hora, apenas colocando-a em prática o mais rapidamente possível. De costas para a Sra. Gordon, ele deixou o próprio trabalho cair da mochila, agachou-se, arrancou a capa que tinha digitado e grampeado na frente das folhas onde havia impresso os exercícios em si, e a colocou de volta na bolsa.
“Acho que você deixou isso aqui cair.” Disse, colocando o exercício sem nome sobre a mesa de , que o olhou confusa. “Seu trabalho pra entregar hoje! Ele tá sem nome, mas é seu, não é?”
“Meu?” Ela até achava que estava entendendo o que ele estava tentando fazer, mas não tinha certeza, afinal, um colega com quem ela não falava não tinha qualquer razão para lhe dar um trabalho pronto.
“Estava aqui no chão e está sem o nome.” Ele enfatizou, de novo, para que ficasse claro que bastava ela colocar seu nome e o trabalho seria dela para todos os efeitos. “Não é seu?” Perguntou de novo, tentando não levantar suspeitas.
“É... é, sim. Obrigada!” Sorriu, sincera e ele fez o mesmo, saindo. “Quem é esse, Beth?”
“Eu também não sei o nome dele, não.” A amiga respondeu indiferente. “Mas claramente ele é mais um admirador seu.” Cutucou-a, rindo.
“O melhor admirador de todos.” Suspirou, aliviada. “Ele salvou a minha pele!”
entregou o trabalho naquele dia, livrando-se da suspensão, e disse à professora que havia perdido o dele, mas não chegou a levar advertência porque tinha tudo em pendrive, e prometeu reimprimi-lo e entregar na hora do almoço. Ele mudou as fontes, a formatação e duas das respostas das questões, e levou o novo trabalho até a sala dos professores, deixando-o em um escaninho. Almoçou um sanduíche, correndo, e foi para a sala onde eram realizados os ensaios do coral, que era sua atividade extracurricular favorita — para a qual já estava atrasado.
A menina, por sua vez, estava no treino das líderes de torcida, naquele horário, e não parava de pensar no gesto de seu colega até então desconhecido. Ele tinha evitado que ela ficasse de castigo e perdesse a festa do ano, e ela precisava agradecer, mas não tinha descoberto sequer o nome dele ainda. Não queria esperar até a próxima aula de matemática, porque essa seria somente três dias depois.
Era, no entanto, uma garota de muita sorte e não precisou esperar, porque o destino deu uma mãozinha, fazendo com que os dois se encontrassem no estacionamento. Ele a viu primeiro e disfarçou, como sempre, mas quando ela o viu, saiu correndo em sua direção, segurando em seu braço e se colocando na frente dele, ofegante. Ele tinha pernas longas, então ela teve que se apressar e, como já tinha saído cansada do treino, a distância fora suficiente para deixá-la sem ar. Ou talvez ela também estivesse atipicamente nervosa?
“Eu preciso te agradecer.” Falou, respirando fundo. “Você salvou minha vida!”
“Você não deveria ter um condicionamento melhor, sendo uma atleta?” Ele perguntou, considerando-se um idiota em seguida, mas ela aparentemente não pensou o mesmo, a julgar por seu sorriso largo.
“Não conta pra treinadora, mas na verdade nos considerar atletas é uma grande bobagem! A gente só treina as danças e mais nada. Não fazemos nenhum outro exercício pra nos dar um melhor condicionamento.”
“Entendi.” Ele disse, passando a mão no pescoço, tenso por estar tendo um tipo de conversa com nada mais, nada menos, que .
“Bom, mas, como eu ia dizendo, eu tenho que te agradecer pelo que você fez. E... depois eu fiquei pensando: você se meteu em encrenca por não entregar o trabalho? Ou você tinha dois?” Perguntou, mesmo achando que aquilo seria estranho.
“Não. Eu não tinha dois, mas por acaso tinha tudo num pendrive e imprimi outra cópia.” Explicou. “Um pouco mudada, pra não dar problema depois.”
“Nossa! Você é bom nisso!” Riu.
“Eu não gosto desse tipo de coisa, pra falar a verdade. Só que eu meio que escutei você falando que ia perder uma festa e tal, e achei que não custava ajudar.” Disse, baixando o olhar, sem jeito por ter ouvido a conversa alheia.
“Obrigada!” Sorriu, procurando o olhar dele com o seu. “Desculpa, mas eu não lembro seu nome.” Foi a vez dela de ficar envergonhada.
“É . .”
“ .” Ela estendeu a mão.
“Como se você precisasse se apresentar!” Ele riu, apertando a mão dela rapidamente.
“O que eu posso fazer pra te agradecer, ?”
“Nada. Não precisa fazer nada.” Assegurou. “Eu não me encrenquei e ajudei alguém.” Deu de ombros e ela acreditou na indiferença dele, o que obviamente a incomodou.
“Nada mesmo?” Perguntou, dessa vez sedutora. “Eu adoraria te agradecer melhor.”
“Não precisa, mesmo! Só não deixe de trazer os próximos trabalhos. A professora tem você na lista negra e eu não vou poder me arriscar uma segunda vez. A minha mãe não é do tipo que espera suspensão pra me colocar de castigo.” Ele fingiu não ter percebido o jeitinho malicioso dela, porque ele nunca ficaria com uma garota só porque ela queria retribuir um favor.
Ela achou até bonitinho ele ser o menino certinho, filhinho da mamãe, coisa que acharia patética em qualquer garoto antes dele. Talvez porque, por ser comportado, ele tivesse sido o primeiro cara a dispensá-la, tornando um belo de um desafio conseguir ficar com ele, quando ela simplesmente amava desafios! Talvez fosse porque tudo mais nele também era fofo ou atraente, como aqueles olhos lindos que não conseguiam encará-la, o sorriso de lado, as mãos grandes, a altura, o cabelo levemente despenteado.
Ele se despediu, dizendo ter hora para chegar em casa, e ela foi para o próprio carro, mas é claro que, para ela, a conversa deles não tinha se esgotado ali. passou a ser a obsessão de e, a todo momento, ela procurava qualquer desculpa para falar com ele, o que o estava deixando confuso, e os amigos dela, irritados.
“Esse cara é um loser, !” Beth reclamou, um dia.
“E daí? Eu não ligo pra isso! Eu ligo pro fato dele ser uma gracinha, isso sim.”
“Mas a gente não se mistura com esse pessoal, amiga!” Lauren falou, como se estivesse enojada.
“Onde está essa regra que eu nunca li?” debochou. “Não é como se eu fosse me tornar uma loser por ficar com ele, nem nada, gente! É mais fácil ele ficar popular por ficar comigo.”
“FICAR?” Beth, Lauren, Sarah e Britney gritaram.
“É! Ficar! Vocês estavam achando que eu queria o que com ele? Tomar chá?” Ironizou de novo. “Eu nunca tinha reparado nele antes, mas ele é gostoso e muito lindo!”
“Até que ele é gostosinho, sim, gente.” Brit concordou.
“Rachel, ele é virgem!” Sarah disse, fazendo careta.
“Virgem, será?”
“Será, não. É! Eu ouvi uma conversa, há pouquíssimo tempo, no vestiário masculino.” Todas olharam para Sarah, confusas, e ela continuou. “Eu estava com o no chuveiro, e esse garoto estava com um amigo. O tal amigo estava justamente dizendo que ele precisava parar de ser certinho e transar, sem esperar até ter uma namorada. Ele não concordou, então ele não vai transar com você, .”
“Isso é o que nós vamos ver. Eu sou , ok?” Piscou e as amigas riram, mas pelo menos a partir de então entenderam que não iam convencê-la do contrário.
Os garotos, por sua vez, não sabiam o que estava acontecendo, mas não estavam gostando nada do comportamento dela. , com quem ela tinha ficado algumas vezes recentemente, já convidara a gata algumas vezes para sair sem êxito, e sentia-se frustrado porque não estava acostumado a rejeição. Outros com quem ela sempre flertava porque gostava de receber atenção e paparicos, não estavam conseguindo que ela lhes desse mais do que poucos segundos ao longo dos dias.
“Eu vou ao salão com a minha mãe hoje. Já tá combinado.” Ela deu mais uma das suas muitas desculpas quando a chamou para ir ao cinema, depois de saber que ela não estava mais ficando com .
“Tudo bem, mas no outro final de semana, pra festa, a gente podia ir junto, né?” Ele perguntou, referindo-se à festa de aniversário de Beth. “O vai com a Britney... o David com a Sarah...”
“E você deveria ir sozinho. A aniversariante ia preferir assim... você não acha?” Questionou. “Além do mais, eu já tenho companhia.” Disse, mesmo não sendo verdade, pelo menos por enquanto.
“Quem?”
“Você verá na hora, curioso!” Riu, vendo aparecer no corredor para colocar suas coisas no armário. “Tchau, tchau.” Se despediu do amigo e foi em direção ao outro garoto, cumprimentando-o.
“Oi, .” Ele respondeu ao cumprimento dela, formal.
“Tudo bem, gatinho?”
“Tudo bem. E com você?”
“Eu estou legal, mas eu posso ficar bem melhor.” Afirmou, passando a mão no braço dele.
“Eu... espero que fique.” Sorriu, simpático, mas sem jeito.
“Você devia parar de se fazer de desentendido e relaxar, . Você sabe que eu estou me referindo a você melhorar o meu dia.”
“...” Ele respirou bem fundo. “A gente é muito diferente! Mais da metade dos seus amigos já fez todo tipo de bullying comigo! Você não precisa falar comigo porque eu te ajudei... muito menos... dar mole pra mim.”
“Você acha que eu dou mole pra você só porque você me ajudou, é?” Ela mordeu o lábio inferior. “Você tá muito enganado, ! Eu quero você! E eu vou ter você!”
estava mais nervoso do que nunca tendo aquela conversa! Era óbvio que ele desejava e que, um tempo antes, se ele parasse para imaginar uma situação como aquela, teria absoluta certeza de que esta seria tudo o que ele poderia almejar. Porém, agora, ele não queria ceder às investidas dela, por várias razões. Primeiro, porque, sendo virgem, achava que poderia fazer papel de bobo se ficasse com uma garota tão experiente. Segundo, porque temia que os amigos dela não gostassem da novidade e o bullying com ele piorasse. Terceiro, porque acreditava que, se experimentasse, ao invés de ficar satisfeito, corria o enorme risco de querer muito, muito mais.
“, você é linda... você sabe disso. Mas, justamente por isso, não vai rolar! Não ia ser bom pra nenhum de nós dois.”
“Eu sei o que é bom pra mim, tá? E eu sei que ia ser bom! Você tá sendo injusto comigo em não me dar nem uma chance só por causa desse lance idiota de pirâmide social.” Reclamou. “Mas fique sabendo que eu não vou desistir, . Eu não vou mesmo!” Ela saiu, batendo o pé, e ele passou as mãos no rosto, frustrado.
mostrou, apenas dois dias depois, que não estava falando da boca para fora! Na aula de geografia, sentou na cadeira ao lado de e, sempre que o professor se virava para usar o quadro negro, ela arranhava a coxa dele, que era obrigado a parar de escrever para impedi-la. Não havia como falar muita coisa sem chamar a atenção do mestre, por isso o máximo que fazia era tirar a mão dela de sua perna.
“Você é doida?” Ele perguntou a ela, quase sussurrando, no corredor, depois da aula.
“Eu te disse que não ia desistir, gatinho!” Ela respondeu, virando as costas e saindo, rebolando ainda mais do que o normal e o deixando enlouquecido.
No outro dia ela pegou o celular dele, antes da aula de biologia, sem que o rapaz percebesse, olhou o número e gravou no dela e, durante toda a aula ficou mandando torpedos, como:
Eu sonhei que você estava comigo na minha cama hoje. Tão bom! Acordei tão excitada!
Eu estou aqui só olhando essas suas mãos grandes e imaginando as duas no meu corpo, gatinho! Estou tendo que me controlar pra não gemer gostoso.
Pare de resistir! Eu tenho certeza de que iria ser muito gostoso essa sua boca na minha.
Não morde o lábio de novo lendo meu torpedo, senão eu vou ter que ir até o banheiro me tocar.
Ele sentiu as calças se apertando a cada mensagem, mas se manteve firme. Não respondeu nenhuma além da primeira e da segunda, para as quais mandou apenas:
Você não deveria me mandar mensagem no meio da aula.
Você não deveria me mandar mensagens!
“Gostou dos meus torpedos, gatinho?”
“, por favor! Tem tanto cara querendo ficar com você! Me deixa em paz!”
“Eu deixaria, se achasse que você quer, de verdade, se livrar de mim.” Disse sincera. “Como eu acho que você tá só sendo bobo e teimoso, eu vou até o fim.” Prometeu.
Seu próximo ataque ocorreu naquela mesma noite, quando trocaram mais mensagens, por uma conversa que ela criou no WhatsApp.
: Oi, gatinho! Boa noite! Eu estou na minha cama, deitadinha, pensando em você.
: , eu vou ignorar suas mensagens. Sério!
: Eu sei que não vai. Enquanto eu estou aqui pensando em você, vestida com uma camisolinha bem pequena, bem rosinha, você tá aí, me imaginando também. Me diz o que você imagina, hum? : Tudo bem se você não quer falar, mas eu vou! Eu stou aqui pensando em como seria gostoso o seu corpo em cima do meu, a sua boca na minha, as suas mãos nos meus seios.
: O que eu tenho que fazer pra você parar com isso?
: Sair comigo, . É tão simples! : ?
: É melhor não!
É claro que ela continuou mandando mensagens, e que ele continuou lendo e ficando excitado com cada uma delas, mas ela era ousada demais e isso o assustava! Ele via isso como mais um motivo para se manter afastado e não respondeu mais nada, fingindo não estar interessado.
Dois dias depois, no entanto, eles tiveram educação física e ele falhou em disfarçar que estava olhando para ela de maiô, na beira da piscina. Ela fez questão de sorrir para ele, mostrando que tinha percebido, e ele desviou o olhar, mas o estrago estava feito. ficara ainda mais decidida, porque tinha certeza de que ele estava apenas com medo, e resolveu lançar mão de armas mais poderosas. Pediu a um dos garotos que comiam na mão dela que pegasse para ela a chave do carro dele e, quando todos já haviam ido embora e ele estava procurando o chaveiro feito um louco no vestiário, ela entrou, trancando a porta.
“Estpa procurando isso?” Perguntou, maliciosa, mostrando o chaveiro em forma de PI que denunciava o gosto dele pela matemática.
“Você tá louca, garota? Pegar a chave do meu carro? Eu estava desesperado!” Brigou.
“Desculpe, gatinho!” Ela fez bico, aproximando-se e tocando o tórax dele, que se afastou. “Foi uma medida desesperada, ! Eu precisava ficar sozinha com você.”
“Você tá louca!” Afirmou, dessa vez virando-se para sair, mas ela o segurou pelo braço.
“Eu estou louca, sim! Por você!” Disse e começou a abrir a blusa de botões que vestia. “Eu quero você, gatinho. Alguma garota já fez um strip pra você antes?” Sorriu.
“Não.” Ele engoliu seco, vendo a garota tirar a blusa e jogar para o lado.
“Então aproveite.” Disse, empurrando-o para que se sentasse em um banco. “Podia ser bem mais divertido se tivesse uma música, mas você me obrigou a fazer isso aqui, então...” Deu de ombros, virando-se de costas para ele e abrindo a saia, que foi ao chão.
virou-se de frente novamente e caminhou para mais perto, ficando entre as pernas dele. Passou o nariz pelo dele, que não resistiu, fechando os olhos.
“Isso, gatinho! Se entregue!” Falou, sentando-se no colo dele, que deslizou as mãos por sua cintura, enquanto ela beijava o nariz dele, as maçãs do rosto, o queixo e, finalmente, os lábios, sutilmente.
“Ah, Deus, babe...” Ele disse, louco para agarrá-la de uma vez, mas ainda tentando se manter equilibrado como sempre fora. Eles estavam em plena escola e não era assim que ele queria transar pela primeira vez.
“Me chama assim de novo?” Pediu.
“Babe... babe... baby...” Ele sorriu e deu vários beijinhos no pescoço dela, sucumbindo ao que sentia. A verdade era que, com tantas investidas da parte dela, ele acabara gostando da morena ainda mais, mesmo que não quisesse admitir, e ela ali, sensual e provocadora, mas também de certa forma doce, pedindo para que ele repetisse o ‘apelido’, foi demais para ele!
“Você ainda vai tentar resistir, ?”
“Não.” Ele disse, puxando-a mais para si e grudando seus corpos ao mesmo tempo em que a beijava com vontade, provando a língua dela pela primeira vez.
Ficaram assim por um tempo e ele ousou até tocar um pouco da pele exposta dela, mas quando ia alcançar as partes mais interessantes, ela surpreendentemente o interrompeu.
“Eu preciso ir, mas eu tenho um convite pra te fazer e, se você aceitar, a gente pode continuar o que começou.” Afirmou e ele franziu a testa. “Vai comigo ao aniversário da Beth?”
“Eu não fui convidado, . Eu nunca falei com ela na minha vida e... ela já até me deu uns banhos de lama de propósito!”
“Ela sabe que eu ia te chamar. E, se você não quiser ir por causa do bullying, eu entendo... a gente marca outra coisa. Mas se for pelo que ela ou qualquer um dos meus amigos irá pensar, eu não estou nem aí pra eles!”
“Tudo bem, então. Eu vou! Vamos ver se são mesmo divertidas essas festas dos populares.” Riu e ela deu um gritinho animado e o abraçou, levantando-se em seguida para se vestir. Os dois foram juntos, de mãos dadas, para o estacionamento, se despediram com um beijo e, quando se viram no dia seguinte, ficaram trocando olhares, sorrisos e indiretas sem parar, apesar de não terem ficado juntos. A tensão sexual poderia ser percebida por qualquer pessoa um pouquinho atenta.
O dia da festa chegou e ela já havia avisado a todos os amigos com quem iria, porque não queria causar nenhum constrangimento para ele. Apesar de o considerarem um loser, os amigos dela colocaram a amizade em primeiro lugar e não fizeram nada com ele. Na verdade, depois de um tempo de festa, já não sabiam direito porque ele era chamado de loser e eles eram populares, visto que não eram tão diferentes assim! apenas não gostava de aprontar, mas eles mesmos, agora que estavam no último ano, já não faziam as mesmas besteiras de antes, e estavam até entregando os trabalhos em dia e estudando para as provas, pois queriam se formar e ir para faculdades.
dançou com as meninas, mas não perdeu seu acompanhante de vista e, depois de servido o bolo de aniversário da melhor amiga, levou-o para o quarto de hóspedes, que já estava reservado para ela naquela noite. Podia sentir que ele estava nervoso, pois suas mãos estavam suadas, frias e um pouco trêmulas, mas não o viu hesitar um só momento. Mesmo que fosse só naquela noite, tinha decidido saber como seria ter todinha para ele. Tinha decidido que, mesmo eles não sendo namorados, não poderia haver ninguém melhor do que a garota por quem ele babara durante todos os anos do ensino médio para tirar sua virgindade.
Ela ficou de um lado da cama e tirou a roupa, enquanto ele fazia o mesmo, e quando estava de calcinha e sutiã se enfiou embaixo dos lençóis, então ele também se deitou com sua cueca boxer no corpo. Os dois começaram a trocar beijos afobados e ele tocava todos os lugares nela que podia alcançar, inclusive os ainda cobertos, começando a fazê-la gemer e repetir seu nome. Tirou o sutiã dela com ajuda e beijou os seios com certa pressa, mas quando ia largá-los e descer para o abdômen, ela o guiou de volta, pedindo que ele tivesse calma, porque eles tinham a madrugada toda pela frente.
Ele tomou os mamilos dela entre os lábios e sugou delicadamente, passando a língua por eles, em seguida, e, por fim, chupando um pouco mais forte. O tempo todo brincava com o outro mamilo e, percebendo que ambos já estavam bem durinhos, continuou apenas acariciando um e passou a beijar a barriga dela, indo em direção à sua intimidade, tirando a calcinha, e, finalmente, provando o gosto de uma mulher.
Decidiu que aquele gosto superava qualquer outro que já havia experimentado e teria ficado se lambuzando nele de bom grado, por um bom tempo, se não o tivesse puxado pelos cabelos, fazendo com que ele se deitasse sobre ela. A menina era quem estava impaciente agora, e foi logo tirando a cueca dele e lhe entregando um preservativo. Ele já havia treinado antes e conseguiu colocar a proteção rapidinho, deitando por cima dela de novo e penetrando-a devagar.
Por ser a primeira vez dele, a transa não demorou muito, sendo necessário começar tudo de novo para que ela pudesse realmente aproveitar. No entanto, a química entre os dois era muito grande e havia algo mais do que isso que eles ainda não sabiam muito bem se era paixão, mas estavam mais do que dispostos a descobrir. Ele compensava a falta de experiência com muito carinho e considerou aquela noite a melhor de sua vida, bem longe de qualquer uma que pudesse ocupar o segundo lugar.
Alguns dias depois, durante uma aula de matemática, estava muito ocupado em mandar mensagens de texto para , e não percebeu que a professora tinha passado um trabalho. Então, pela primeira vez em toda a vida de , ele não fez os exercícios que deveriam ser entregues e correu o risco real de tomar uma advertência. Ao perceber, ele ficou gelado, paralisado, e já estava formulando milhões de desculpas para dar à mãe, quando alguém parou ao lado dele.
“Você deixou junto com o meu, gatinho!” afirmou, colocando um trabalho pronto sobre a mesa dele. “Você tá muito distraído, porque também se esqueceu de assinar!” Sorriu com malícia, e ele sorriu de volta, pegando os papéis, assinando a primeira folha, e indo colocar na mesa da professora, enquanto ela fazia o mesmo com os seus. “A sua sorte é ter uma namorada responsável como eu!” Brincou, quando já estavam no corredor.
“Como eu posso te agradecer, gatinha?” Questionou, com a voz rouca e quente.
“Você sabe, babe!” Ela piscou para ele e os dois riram.
Ele realmente havia aprendido, muito mais do que direitinho, o que e como fazer, para agradecer por ter tomado coragem e salvo a pele dela, um dia!
Fim
Nota da autora: Muito obrigada por ler!! Se tiver gostado, comente, ok? Ter retorno dos leitores significa muito pra mim!! De coração!!
Fics da autora:
De ficstapes:
03. The guy who turned her down (Memory Lane)
03. Earned it (50 shades of Grey)
05. All You Had To Do Was Stay (1989)
05. Up all night (Up all night)
06. All I have to give (Backstreet boys)
07. Night changes (Four)
07. In your pocket (V)
09. Fire Starter (Demi)
10. Better than revenge (Speak now)
11. This Moment (Prism)
12. I want to write you a song (Made In The A.M.)
14. Blue (Beyoncé)
15. Starlight (Red)
15. Do it (For You)
Outras shorts:
A bruxa tá solta, Insane Mardi Gras e Easter Game (em continuidade)
Corações em pedaços
Fly me to the moon e Moonlight Serenade (continuação)
Nem tudo é relativo
Provocadora gratidão
Season of love
Longas (e médias capituladas):
A Chave Para O Coração e Momentos chave de nossas vidas (continuação)
Dos Tons Pastel Ao Vermelho
Herança De Grego
No teu corpo
Quando nossos corpos falam
Segura, peão
Um (nada) santo remédio e O que não tem remédio (continuação)