Psychotic and Determined


“Querida ;

“Eu nem sempre fui assim. Solitária como sou hoje. Uma mulher solitária e triste, por trás dos sorrisos e da fama, e que está virando uma garrafa de Vodka enquanto escreve essa carta em um bar qualquer. Eu tenho 21 anos agora. E, bom, tenho uma filha de 4 anos. Meus 18 anos foram uma loucura, acredite. Nunca larguei meu sonho, minha paixão, não, isso nunca. É tanto que fiz um show no Madison Square Garden ontem. Comecei a cantar aos 13 anos.

Minha voz não era lá essas coisas e eu ainda estava aprendendo a tocar violão. Fiz umas aulas de canto para treinar a voz e pronto, eu já estava afinada o suficiente para o meu sonho. Com um pouco de esforço, treinando sozinha enquanto via DVDs de aulas em casa, treinando com um amigo dos meus pais e treinando com meu professor de violão, consegui aprender violão mais rápido do que eu imaginava. Enfim, aprendi guitarra e baixo. E ainda sobrou tempo para teclado e piano. Quando terminei tudo isso já tinha meus 16 anos. Fiz uma prova e pude pular o último ano do ensino médio.

“Foi aí que tudo começou. Nunca fui dessas que levantam 4 horas da manhã para trabalhar às cinco. Sempre fui preguiçosa. Mas eu tinha um emprego fixo em uma padaria e precisava dele. Não que meus pais não pudessem me bancar. Eu tinha/tenho tudo do bom e do melhor. Mas eu queria começar a subir na vida e arranjar um emprego em plenos quatorze anos era um bom inicio. Trabalhei lá até os 16. Foi quando resolvi que iria para uma boate nova da cidade. Enfim, quando cheguei lá, estavam fazendo um concurso de calouros e resolvi me inscrever. Cantei Skyscraper – Demi Lovato e acabei ficando em terceiro lugar no concurso. Bom, eu chorei durante a apresentação, eu tinha me conectado de uma forma intensa com aquela música. O problema é que eu já sofri bullying e depois do que passei fiz dessa música meu hino. O que eu não sabia era da presença de olheiros na boate. Foi então que minha carreira decolou.

“Shows, autógrafos, fãs, entrevistas e paparazzi. Uma loucura. O sonho de qualquer adolescente. O meu sonho. E não para por aí, com certeza não. Peguei uma lista qualquer, que eu tinha guardada com meus desejos de infância e tratei de realizá-los, um por um. Ir morar em Londres. Fazer um tour pelos museus de todo o mundo. Conhecer um britânico gostoso e de olhos claros (meu ponto fraco). E bom, eu realizei todos eles. Inclusive o de namorar um famoso. Mas eu realmente o amava. E realmente o amo. A sua banda estava no auge na época e nós éramos sensações pop adolescentes. Nós começamos a namorar, eu tinha 17. Engravidei dele aos 18 anos. Ele não era o tipo de cara que curtia camisinha, e vou dizer, eu também não sou o tipo de garota que curte preservativo.

“Enfim, nós nos amávamos e ele assumiu a criança. Imprensa, tudo sobre um bebê que ainda nem tinha nascido. Os fandoms finalmente resolveram parar de brigar e se uniram, dando total apoio ao casamento. E este aconteceu, enfim. Casada aos 19 anos, grávida de 8 meses, rica, famosa, feliz. Uma cantora que ainda tinha sucesso depois de muitos anos. Como eu estava de resguardo, não podia fazer shows, mas isso não me impediu de continuar minhas visitas a creches e orfanatos da cidade, para doações. A criança nasceu linda e saudável. Os cabelos negros da mãe e os olhos azuis do pai. Linda, fofa, carinhosa. Fomos uma família feliz, até a garotinha completar 4 anos. Foi quando meu marido foi morto. Um choque para mim e para .

“Dispus-me então a procurar o assassino. E por ironia do destino, não é que eu encontrei? O assassino: Flack. A garota que fez bullying comigo quando eu tinha 10 para 11 anos. ficará sobre a guarda de Katy, minha irmã mais velha. Enfim, estou lhe escrevendo essa carta porque no momento você não irá entender. Você, desde os dois anos, sempre cantou afinada pela casa, então eu acho que será uma grande cantora um dia. Tão famosa quanto eu, sua mãe e quanto a , seu pai. Bom, está aqui ao meu lado, esperando eu terminar a carta. Ela provavelmente irá me matar ainda hoje, pleno domingo, 04/03/1995. Enfim, eu te amo muito, filha. Se você estiver lendo essa carta, é porque não estive presente em sua vida. Mas tenho muito orgulho de você.


Com amor, sua mãe, .”



***

A morena fechou a carta. Seus olhos azuis estavam vermelhos e algumas (muitas) lágrimas cortavam sua face. Ela tinha acabado de completar seus 18 anos e sua tia lhe entregara a tal carta. A garota redobrou a carta e a colocou de volta no envelope. Enfim escreveu sua própria e curta carta, ainda chorando.

***

“Querido ;”

“Estou escrevendo uma breve carta. Sei que você é um escritor de sucesso. E te peço para que, caso eu não volte, você escreva uma biografia para mim. Por favor, cuide bem de nossa filha e a diga o quanto eu a amo. Estou apaixonada por você, mas preciso encontrar a mulher que matou meus pais: Flack. Enfim, eu te amo muito. E amo muito a também.”


“Beijos, de sua amada, .”



***

A morena fechou a carta, dobrou e colocou em um envelope. Depositou o mesmo em cima de seu travesseiro e saiu do quarto. Sendo parada por , que sorria maldosamente, já com seus 40 anos.

17 anos depois

foi encontrada uma semana depois de seu aniversário de 18 anos, morta a facadas, no sótão da casa. Quem a encontrou? Sua própria filha, . Ao que parece, graças às duas cartas, foi presa. ficou órfã da mãe e hoje, aos 18 anos, é uma garota linda e determinada. , seu pai, fora um grande escritor, hoje é aposentado e vive em sua própria solidão. namora , um antigo colega do Ensino Médio. Será que sua vida vai ser tranquila? Existem boatos de que a filha de quer vingança pela prisão da mãe.

Fim.


Betado por Helô



Nota da autora: Oi gente! Minha primeira Oneshot. Espero que tenha ficado boa. Tentei fugir dos padrões das minhas histórias. Essa fic foi escrita em uma noite, por ser pequena. Estou até pensando em uma continuação, mas isso dependerá da opinião de vocês! Obrigada por lerem. Beijos, Ana K.



Nota da Beta: Qualquer erro nessa fanfic é meu, então me avise por email ou mesmo no twitter. Obrigada. Xx.

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