Quebrando meus princípios
Autora: Bruh Fernandes | Beta-reader: Andy


Capítulo 1 - Estou desperdiçando tempo quando penso sobre isso

Que dia é hoje? Como se resolve uma prova de física? Como entender que o imã tem uma alma? Por que agora estou fazendo isso que é contra meus princípios? Todas as respostas das perguntas anteriores serão não sei. Um simples, vasto, específico e sempre muito esclarecedor não sei.
Acordei hoje pensando ser dia 29 de setembro, mas aí me lembrei de que fui a uma comemoração dos dias das crianças na última semana. Então, bom, teoricamente já é outubro, a menos que tenham feito uma histórica mudança na data dos dias das crianças – sempre comemorada dia 12 de outubro - e, para variar, eu não fiquei sabendo. Ok, eu prefiro ficar com a hipótese que já estamos na metade para o fim de outubro. Esse é o máximo que posso evoluir por agora!
Física nunca foi uma das minhas matérias preferidas. Ah, minto, física sempre foi minha pior matéria. E olha que eu era ruim em muitas, mas física sempre me fez perder festas por ser obrigada a estudar para a recuperação. Ah, falando em escola e suas disciplinas, fora lá que eu aprendi que o imã tem uma alma, segundo a incrível, espetacular e super importante para a sua vida: filosofia! Sentiram o tom de ironia? Isso porque não vou nem falar que sou super contra o uso de, hm, digamos, meios não convencionais para viajar. Ah, nenhum preconceito, mas eu nunca fumaria um baseado, então nem tem como entender esse lance de alma.
Chegamos ao ponto culminante. Afinal, você queria mesmo saber por que eu não sei o dia de hoje, ou a física ou como sou insensível por não compreender a alma do nosso querido imã? Não, você quer saber o que estou fazendo que, repito, quebra todos os meus princípios e, principalmente, o porquê disto! Como eu não gosto de guardar segredinhos, e sou uma garota muito bacana, não vou fazer suspense quanto a isso:
Estou indo a um psicólogo!
Ok, essa é a hora que você pergunta por que ainda está lendo isso. Pois é, isso seria mais uma pergunta pra acrescentar ali em cima, com a resposta não sei, mas, enfim, vou explicar para vocês o porquê de tamanho trauma com a psicologia. Não é bem um trauma, é que quando digo que é contra os meus princípios, eu falo sem exageros! Minha tia, antes de minha mãe ao menos sair do colegial, virou psicóloga, e o que minha maravilhosa mãe fez? Fugiu para outro país!
Quando eu digo fugiu é só para causar maior impacto, sabe, porque na verdade ela só foi fazer faculdade em um lugar diferente de onde nasceu. Mas, bom, minha mãe nunca gostou de psicólogos, já que frequentara alguns quando criança e sempre espantava todos. Admito, às vezes eu dava uma pirada na adolescência. A razão de eu não procurar um psicólogo é porque minha mãe acha que, depois de uma sessão, quem vai precisar de terapia vai ser ele¹! O que convenhamos, não é de todo errado, se você considerar que psicólogos precisam de acompanhamento psicológico. Aliás, como uma pessoa estuda cinco, seis anos para continuar gastando dinheiro com pessoas que fazem a mesma coisa que ela? É como se uma dermatologista precisasse fazer consultas com outro dermatologista para saber se está tudo certo; ou como se um administrador precisasse de um administrador na sua microempresa!
Expressei-me bem? Enfim, vocês entenderam que eu compartilho a mesma opinião que a minha mãe, portanto, são os princípios de berço que me acompanham. Agora a pergunta mais esperada de toda a noite - pausa dramática para o rufar dos tambores – por que eu, sempre obediente, estarei desobedecendo a um de meus princípios?
Não sofri bullying. Não sofri assédio. Não sou doente mental - não que eu saiba, ao menos. E não tenho autoestima baixa – diria que até alta demais. Por que então? Simples! Porque o psicólogo é um gato!

¹ - "A razão de eu não procurar um psicólogo é porque minha mãe acha que, depois de uma sessão, quem vai precisar de terapia vai ser ele” Está frase não é da autora que vos fala, mas é de muito valia para a fic, pois foi dela que surgiu tudo isso, e a quem darei devidos créditos. Li está frase na fic “Isola”, da Fê Moreira, hospedada no FFOBS.



Capítulo 2 - Se eu pudesse rebobinar eu veria em minha mente


Não, vocês não leram errado. Marquei uma consulta simples e puramente pela beleza e gostosura do médico! Oh, sim, ele, além de ter uns belos olhos e uma boquinha sexy, ainda tem grandes músculos nos braços e barriga torneada. Além disso, quando ele fica com vergonha, ele cora de uma maneira muito fofa, abaixa a cabeça, e seu RG é 734... É, eu sei o RG dele. Não de cor, mas acho que na minha carteira eu tenho um papelzinho onde está escrito.
Tsc, tsc, tsc. Que feio, hein! Me julgando sem me conhecer? Ah, vocês devem estar pensando agora que eu sou uma maníaca, serial killer, que persegue o homem que quer, descobre tudo sobre ele, e propõe o sexo em troca do segredo de informações? Que nada! Quem dera se de alguma forma eu pudesse chantageá-lo, porque eu vou ter que levá-lo para cama só com o meu charme mesmo... Parei. Agora é sério, parei mesmo! Pareço além de uma maníaca assassina, um homem falando desse jeito!
Eleéirmãomaisvelhodaminhamelhoramiga. Pronto, falei. De novo, mais devagar? Ok. Um. Dois. Três. Lá vai: ele é irmão mais velho da minha melhor amiga! Ufa, que alívio! Explicado agora como sei esses detalhes, né? Na época do colegial, eu ia para a casa dela e babava por ele. O via na piscina, com seu corpo malhado de um veterano da faculdade e já o flagrei numa cena caliente com uma ex-namorada, por isso descobri que ele cora. O RG já foi algo mais arriscado, mas demos uma de três espiãs demais¹.
Eu nunca escondi de minha amiga, , que tinha uma quedinha, ou um Monte Everest² pelo irmão dela. Ela sempre se empolgara com essas coisas e sempre me ajudava nas minhas missões. Neste dia, nós entramos no quarto dele enquanto o mesmo estava no banho e procuramos sua carteira para anotarmos o número. Conseguimos.
Por que eu tinha o número? Sabe quando você sabe tudo sobre uma pessoa e aí vira um Robert³ e fala: “Ah, só falta você saber o RG!” Pois nem para mim isso faltava! Eu sabia tudo dele, mesmo, até seus pontos fracos com as mulheres. O que, com certeza, vai me ajudar muitíssimo. Eu havia me preparado para a consulta do jeito que ele mais gosta. Havia adotado todas as características possíveis para tornar-me a preferida das mulheres. Agora, era partir para a ação!


¹ “Três espiãs demais” é um desenho onde três grandes amigas dividem seu dia-a-dia entre o colegial e as missões ao redor do mundo como espiãs.
² Monte Everest é uma montanha onde está presente o pico mais alto do mundo. Na história, é uma jogada. Alguns usam a palavra “queda” para expressar que estão afins da pessoa, o Monte Everest seria para mostrar o quão grande é essa queda da personagem principal.
³ Robert, além de nome, é usado para caracterizar as pessoas que aparecem acidentalmente em uma foto, sem ter nada a ver com propriamente a intenção daquela foto quando tirada. Neste caso, equivaleria a um fulano qualquer, uma pessoa sem importância no contexto, por isso Robert.


Capítulo 3 - Se eu pudesse voltar no tempo, você seria meu

Dizer que eu chamava atenção seria uma grande mentira. E se tem uma coisa que eu não faço é fumar um baseado, porque uma mentirinha às vezes é necessária, vai. Mas, enfim, estou falando a verdade agora para vocês. Não vou dizer que em meus 25 aninhos de vida eu não fiquei com ninguém, mas meus namorados nunca foram dos mais bonitos ou inteligentes.
Aliás, isso é uma das coisas que eu nunca entendi. Só não ultrapassa meu desentendimento quanto à posição dos EUA depois da 2° Guerra Mundial, e sua postura com as bombas atômicas. Uma coisa que eu gostava era história, e, ah, os caras mexeram com quem estava quieto! Por quê? Eu sei, eles se acham a última Coca-Cola do deserto. Legal, eu sempre preferi Fanta Uva mesmo. Até guaraná. Só pra deixar claro meu ódio.
Enfim, eu nunca compreendi minha situação com os bonitos e inteligentes. Porque, veja bem, no colegial, se o cara é super musculoso e gato e jogador de basquete/futebol/beisebol, ele chega a ser idiota de tão burro. Mas, também, pra que ele quer ser mais inteligente? Agora, se o cara é feio, usa óculos, tem sardas e espinhas e é um pau de vira tripa¹, ele vai ser o melhor aluno da turma. Simples, porque quando Deus te cria ele tem que escolher entre A ou B, ou seja, entre beleza ou inteligência.
Ok, agora por que, então, eu só namorava os feinhos e burrinhos? Era a Lei de Murphy, no qual todos citam, mas ninguém sabe propriamente do que se trata? Ou isso é explicado por Freud, e só por ele, embora eu nunca tenha o visto explicar nada? Talvez seja um fardo a mim imposto porque, oh, eu também sou assim!
Vamos analisar os exemplos: , minha melhor amiga, é linda. Logo, adivinhem? Ela sempre ficava devendo nota. Minha outra amiga, Jennifer, é feinha, mas é a nova Einstein do mundo, sacas? Não, não, o Einstein era ruim em algumas matérias... Quem posso citar, então? Porra, acho que só existe ela assim! É daquelas que você pode falar sobre a guerra na Síria, a vergência necessária para quem tem miopia, as estratégias dos EUA diante da queda do dólar até a conta estrondosa que o professor lançou como desafio, que ela vai saber resolver números, gráficos, tabelas, enfim, um Wikipédia² da vida! Agora pergunta pra ela sobre moda? Coitada!
Já meu amigo é daqueles bonitinhos e espertos. Aqueles que eu costumo falar que são feios arrumadinhos e que passam direto raspando, porque prestam atenção na aula e são inteligentes. É como se a fórmula de Deus tivesse dado certo, o que é raridade, considerando que geralmente as experiências são parecidas com a da criação das Superpoderosas³.
E eu, bom, não sou inteligente. Embora nunca tenha repetido, sempre fui para recuperação. Também não sou bonita, acho-me magra, com pouco peito e pernas finas, e não gosto de meus cabelos cacheados. Apesar dessas observações, eu não ligava para essas coisas nem um pouco, minha autoestima sempre foi alta, porque sempre fui engraçada, mas me fez ver que eu precisava mudar. Para me tornar sua preferida.
Ele nunca me olhou mais que cinco segundos. Olha, eu contei! Nunca tínhamos um contato direto, só na mesa na hora das refeições, ainda que não conversássemos. Mas eu sempre gostei dele, e tentava nos juntar, jogando-me para cima dele, insistindo em nos deixar sozinhos, como no dia em que nós três estávamos assistindo um filme e ela sumiu de repente. Mas nada disso deu certo.
Isso tinha que fazer com que meu sentimento esfriasse, não? Certo, ter, tinha, mas não aconteceu. Quem dera. Esse era cada vez mais acalentado, a cada saudação ou sorriso dele para mim. Oh, porque mulheres são tão idiotas? Ok, vamos centralizar a culpa: , por que você é tão idiota desde sempre?
Peçam-me para fingir que eu estou bem em um momento difícil, e eu irei sorrir falsamente e contar piadas. Peçam-me conselhos e eu te darei milhares e ainda arrancarei sorrisos de teus lábios. Só, só não me peçam para aprender a lidar com amor. Nem a fazer brigadeiro. São tarefas difíceis, e eu nunca fui muito perspicaz. Eu sempre os deixo queimar, e isso me machuca demais.


¹ - Pau de vira tripa é uma expressão usada para quem é muito magricelo.
²- Wikipédia é um site que expõe explicações para diversas coisas, onde as pessoas podem adicionar informações. Não é muito confiável, mas é usado em todo o mundo.
³- Superpoderosas é um desenho onde três irmãs combatem os crimes da cidade onde vivem. Na criação delas, acidentalmente o criador/pai delas deixa cair uma quantidade muito maior do elemento x do que o necessário. Por isso, a brincadeira na história de que jogam ou muita inteligência ou muita beleza.



Capítulo 4 – Eu deveria? Eu poderia?

Entrei na academia faz um ano. E com uma boa alimentação, nossa, meu corpo já está bem malhado. Até demais para mim, mas sei que é para uma causa maior. Comprei lentes de contato azuis e os mais lindos saltos, embora meus pés nunca tivessem gostado deles. Por fim, fui a um cabelereiro distante da minha casa, porque se fosse ao que eu já sou freguesa assídua e conheço a todos, da servente ao gerente, iriam me matar por eu estar fazendo aquilo.
Pintei meu cabelo de um vermelho vivo, pranchei-o até que ficasse um liso bem escorrido e coloquei um aplique do mesmo tom e tipo, para que os fios atingissem minha cintura. Na verdade, quem fez tudo isso foi o cabeleireiro do salão, mas como eu paguei acho que tenho direito de mudar para a primeira pessoa. Unhas postiças bem grandes e grossas pintadas em vermelho, a cor da sedução.
Oh, sim, minha principal mudança. Feita dois meses atrás. Implante de silicone nos seios, para deixa-los maiores. Eles eram pequenos demais, foi um dinheiro bem gasto, apesar de ter acabado com minhas economias. Nunca vi uma mulher com na piscina de sua casa que não tivesse um belo par de seios. Aí, como isso soou gay!
Como um mantra, com um vestido colado que ia até a metade das coxas e no táxi em direção ao consultório, eu só repetia que tudo valeria a pena, toda aquela mudança, no fim, seria justa, porque ele me adoraria, me amaria, ao menos, me olharia de verdade, pela primeira vez na vida.
Já na espera para o atendimento, e vendo meu nome sendo recitado pela recepcionista, eu me ergui da cadeira, pequei minha bolsa e ajeitei meus cabelos, antes de entrar no mesmo ambiente que . Oh, Meu Deus, mesmo ambiente que ele depois de anos. Hora de respirar profundamente. Inspira. Expira. Inspira. Expira. Pronto.
O homem, numa impecável roupa social, estava me esperando em sua cadeira com um breve sorriso. Assim que eu adentrei a sala e fechei a porta, ele me observou dos pés a cabeça disfarçadamente. Aquelas olhadas que você só repara quando está prestando atenção, como eu no momento. Sorri abertamente, andando lentamente até o divã.
- Senhora Manson?
O nome. Bem, eu tinha uma colega na faculdade que era ruiva e, bem, como eu também estava agora, eu peguei sua identidade emprestada. As recepcionistas nem prestam atenção nos detalhes mesmo. Eu não podia usar meu nome verdadeiro. Apesar de tudo, ele saberia quem eu era. E aí, acabou-se o plano.
- Senhorita, ainda quero aproveitar muito a vida – o corrigi, sorrindo, aproveitando para dizer sobre minha solteirice e minha vontade de aproveitá-la bastante. Sentei finalmente no divã e mexi no cabelo sensualmente. Esse método de sedução, ah, não tem erro! – Mas creio que seremos íntimos, – ui, olha eu jogando verde! – então me chame apenas de Louise.
- . Pode me chamar somente de . – anotou algumas coisas no computador e se virou para mim, trazendo a cadeira para mais perto. – Bom, o que te traz aqui?
Outra questão. Eu havia inventado uma história de estresse. Trabalhando como modelo e dançarina, sem tempo para mais nada, e o quão estressada e sem paciência eu estava por causa disso. Podre, eu sei. Ele devia adorar casos sem graça assim. Ah, vai, ele está ganhando para me escutar falar, está bom demais!
- Estou estressada. Não há tempo para nada! – exclamei irritada, o assustando. E assim foi meu discurso, alternando entre picos de ódio e alegria, de calmaria e agitação. Tudo planejado. Eu já lhes disse que sou ótima atriz? Porque com sorte eu sairia com o atestado de bipolaridade dali.


Capítulo 5 - Como se as palavras escorregassem pela minha língua, saíram estúpidas



Minha mãe falava que sua irmã, e portanto minha tia, ganhava dinheiro fácil. Era escutar o problema dos outros, ou ao menos fingir escutar, e a cada pausa melancólica da pessoa, em que ela olha para o psicólogo procurando um certificado de que não está maluca, o profissional pergunta: “e como você se sente em relação a isso?”, e o paciente recomeça toda a história, jogando toda as suas moedinhas num poço sem fundo.
Eu entrei lá, esperando que todo o estudo de tivesse valido para aprender essa pergunta e somente isso, o que tornaria as coisas mais fáceis para mim. Era só eu fazer uma pausa dramática, ameaçar chorar, e dizer que às vezes tenho vontade de me jogar do décimo andar onde moro. Mas não, ele exercia presença em meus relatos muito mais do que o aceitável, até. Sempre se intrometia no meio de minha fala ensaiada para perguntar “como isso?” “mas por que trabalha tanto, o dinheiro não é suficiente?” “já fez massagens de ofurô?”. O , afinal, nunca seria somente mais um.
Depois de quase duas horas, eu consegui convencê-lo de que já bastava por hoje, embora quisesse ficar com ele o resto do dia e da semana, e do ano e quem sabe da vida? Enfim, não falando sobre uma vida fictícia. Era hora de ele dar o veredito.
- Você está sofrendo por estresse, comum na cidade e mundo em que vivemos. Vou passar só um medicamento para tomar antes de dormir para te deixar mais calma – escreveu a receita enquanto ia falando. – Mas eu ainda acho que o suco de maracujá¹ é o melhor calmante! – e me encarou, sorrindo em seguida. Soltei uma risada contida.
- Eu terei que vir aqui novamente? – inquiri em um fiapo de voz. Era tudo ou nada. Era agora. Que fosse sim, que fosse sim, que fosse sim. Eu já tinha até tudo planejado.
- Hm – ele observou minha expressão tudo-depende-disto. – Você não gosta dessas coisas? – ele perguntou desafiador.
- Não sei, não estou acostumada – dei de ombros. – Tenho que saber para marcar logo.
- Sim, sim. Bom, é, será necessário outras consultas sim, ao menos por esse mês para uma melhora. – fez uma careta. – Tudo bem para você?
- Tudo ok. Daqui a quantos dias?
- Três. – assenti. – Bom, foi um prazer conhecer você. – sorriu.
- Se eu disser que prazer é só na cama² vai ficar muito atirado? – perguntei retoricamente, rindo em seguida. Ele engoliu em seco, sem reação. - Eu falo com todos assim, só que com um médico fico sem jeito... – sorri, me mostrando envergonhada, mesmo que já tivesse dito tudo. Levantei-me rapidamente. – Ai, você ficou constrangido? Desculpe, minha profissão exige isso. Você conhece a pessoa um minuto antes e tem que abraçá-la, beijá-la e fazer poses sensuais. Faço isso para quebrar o clima de desconhecidos. – ou aumentar ainda mais o clima.
- Tudo bem, então. Façamos como o seu trabalho então. – ele sorriu. – O que você faria em uma despedida? – ele levantou da cadeira, se aproximando de mim.
Fiz uma cara de surpresa por seu gesto repentino. Isso fazia parte da psicologia também? Porque se for, adeus princípios, quero ter problemas e me consultar com psicólogos gatos e assanhados todo o santo dia! Aproximei-me dele, sorrindo, lhe segurei o braço musculoso e lhe dei um beijo na bochecha, inocentemente. Como toda eu, né! E saí dali rapidamente, sem nem olhar para trás.


¹- O maracujá é conhecido por ser um calmante. Por algumas substâncias que ele apresenta, é comprovado cientificamente que ele realmente tem esse efeito, embora o mesmo seja fraco comparado a remédios receitados.
²- Prazer é só na cama, é uma frase muito falada atualmente como rebate da famosa “é um prazer te conhecer”. Para quem retruca dessa forma, toda essa, digamos, alegria só é dada na cama. Bem sutil, não?



Capítulo 6 – Ter falado as coisas erradas certas mil vezes


Não vou nem comentar sobre a consulta de três dias atrás. Eu tocando aqueles maravilhosos braços e encostando meus lábios naquela deliciosa e macia bochecha. O sorriso sempre cheio de audácia e seus gestos que me surpreendiam a cada minuto... Ok, eu disse que não iria comentar nada sobre isso. E por quê? Porque hoje tem uma nova consulta! E se vocês gostaram da anterior, rá, essa vai ser imperdível! Porque eu já sei o que fazer e, bom, falar, e vai ser muito melhor do que a clichê ‘prazer só na cama'.
Resolvi ir de calça porque talvez as coisas que eu falarei hoje me deixem molhadinha... Parei. É só porque tinha esfriado, e um vestido faria minhas pernas depiladas se arrepiarem profundamente, além do ventinho gelado incomodo que entraria por baixo. Vocês entenderam. Uma blusinha fina e com um decote na altura dos seios que eu cobri com uma jaqueta de couro marrom. Outro truque. Oh, estou me sentindo o Blade¹, aquele caçador de vampiros cheio de armas no sobretudo, nas mãos, na armadura e todas essas porras, só que em vez de vampiros estou caçando um homem. Meu homem.
Fui chamada rapidamente e me dirigi logo para o meu lugar no consultório. Ignorei totalmente o olhar do para mim, fechei os olhos e comecei a falar, como se estivesse sozinha em casa. Fazendo coisas, digamos, para maiores de 18.
- Chace me imprensou contra parede do nosso camarim, usando uma das minhas mãos para apertar minha coxa torneada e outra para puxar meus fios ruivos para trás. Meu pescoço ficou a mostra e ele avançou sua boca nele, beijando e mordendo ali, o que provavelmente deixaria marcas. Não que no momento eu me importasse. Era tanto prazer, desejo, atração naquele quarto, entre nossos corpos, eu só queria que ele entrasse em mim logo, que me fizesse completa, que nos fizesse um. Com aquele pequeno gesto, minhas pernas já fraquejaram e eu já sentia meu sexo molhado. Eu precisava daquilo como precisava respirar. Talvez trocasse o ar por aquele momento.
- Louise? – pigarreou o psicólogo. – Ei, olhe para mim. Vamos devagar, por favor?
- Doutor, eu preciso falar essas coisas. – sorri por dentro, triunfante. - Não dá para parar agora, tenho que ir até o fim. Nós temos que ir até o fim. Você, não, ele tem que ir até o fim, só parar quando o caralho dele estiver totalmente enfiado na minha buceta! Entende? – não esperei resposta. – Eu preciso sentir prazer... – e então recomecei meu teatro. – Ele puxou minha boca contra a dele, onde nossas línguas brigavam por espaço enquanto tornávamos o beijo mais selvagem, rápido, desesperado. Eu pude sentir seu membro rígido perto de minha vagina e só isso me fez gemer de prazer. Eu gemi para ele acabar logo com isso, e ele foi obediente. Me deitou no chão do camarim, entre espelhos e cômodas e começou a tirar a roupa. Como um strip-tease particular. Vi seus braços torneados, sua barriga chapada, suas coxas e finalmente o que eu mais queria, grande, duro e pronto para trabalhar. Então eu urrei como uma cachorra no cio. Sabe quanto tempo eu não via um daqueles? Eu acho que nunca tinha visto algo tão...tão... Demais.
pigarreou mais uma vez, engolindo em seco. Ai, ai, como adoro essas coisas. Como sou má, cruel, perversa, e ótima atriz.
- O puxei cólera para perto de mim, pouco me fodendo se eu ainda estava de roupa. Aliás, eu queria que me fodessem mesmo! Ele exclamou um “calminha, minha vadia sexy”, e começou a retirar minhas peças de roupas. Estava de vestido e me arrepiei toda quando ele me deixou só com roupas íntimas. Sem saco para abrir o fecho do sutiã e orgulhoso para pedir ajuda para mim, só abaixou o sutiã na altura do meu abdômen e encostou seu corpo ao meu, lambendo, massageando e mordendo meus seios. Eu gemi seu nome incontrolavelmente, puxei o cabelo forte, e pedia por mais, muito mais. Por fim, ele somente afastou um lado da minha calcinha, para ter espaço para introduzir seu pênis ali. Sorrindo presunçoso ele segurou meus peitos e com força e, de uma vez, penetrou todo seu órgão no meu. Eu urrei mais uma vez, gemi muitas outras, pedi e pedi e pedi por mais. Ele deitou-se no chão, mudando as posições, e me fez sentar em seu pênis. Com as mãos na minha bunda, me ajudou a me movimentar para que o pênis caminhasse por toda minha vagina. Eu gritava “ARRRRRR” – gritei de verdade, fazendo-o se assustar. – E cavalgava em cima dele. Depois eu pedi por mais e ele fez. Pela segunda, terceira e quarta vez. Uma sensação indescritível, maravilhosa...
- Vocês não usaram camisinha? – interrompeu , e eu só não ignorei porque já estava quase acabando minha narração e já havia considerado o suficiente de provocação por hoje.
Ele me olhou esperando uma resposta e eu finalmente compreendi que ele havia perguntado algo. O que foi mesmo? Camisinha? Quer dizer que ele havia prestado bastante atenção, né, para saber desse detalhe. Incrível. Bom demais. Só faltava ele ter se imaginado ali, como eu imaginei.
- Ai, não – me controlei para manter minha postura séria e não rir. – Você acha mesmo que eu me importo? Era a melhor experiência da minha vida.
- Agora além de consultas a um psicólogo, talvez tenha que visitar um obstetra. – deu de ombros. – Vou pedir um exame de gravidez para um conhecido meu. – avisou ele, já pegando o prontuário.
- Eu agradeço, mas não precisa. – sorri forçada.
- Como não? Você usa pílula anticoncepcional? DIL?
- Não, nada disso. , isso era um sonho. – revelei, recebendo um olhar espantado em retribuição.


¹- Blade é uma personagem de uma série de filmes que leva o mesmo nome: Blade: o caçador de vampiros, lançado em 1998. Ele tem várias armas diferentes que aparecem do nada, e está preparado para tudo, cheio de truques! Por isso a comparação.


Capítulo 7 – Se esse velho coração pudesse falar, diria que você é único

- Como? – perguntou ele, se recuperando.
- Você não devia olhar para suas pacientes assim. – fiz uma cara falsamente triste. – As faz sentir mal, talvez malucas. – abaixei a cabeça em desapontamento.
- Mil perdões – se apressou em dizer. – É que pelo seu relato pareceu-me bem real.
- Mas foi bem real no sonho também. Tanto que acordei, hm, você sabe, molhada. – respondi envergonhada, claro, fingindo, mas ele pareceu acreditar, tanto que até pigarreou baixo. Oh, por que ele não cora mais com tantas investidas? Ele deve ter aprendido a se controlar com o trabalho né.
- Me desculpe a pergunta, mas há quanto tempo você não... Transa?
- Tem cinco meses, desde meu último namorado. – havia pensado muito na resposta dessa pergunta, para não parecer uma viciada em sexo nem uma colecionadora de teias de aranha lá embaixo.
- E por acaso ele se chamava Chace?
- Não, Brian.
- Por acaso você sabe quem é esse Chace?
- Eu conheço muitos Chaces, mas não com essas características. Mas o nome pode não ser esse, né?
- É. – concordou. – Tem alguém então que te chamou atenção por ter as mesmas características físicas?
- Na verdade, tem um. – respondi, cautelosa.
- É do seu trabalho, prédio... Da onde?
- Não, nem do prédio nem do trabalho. Ele é daqui.
- Daqui? – repetiu, não entendendo.
- Ele é você, Sr. .
Isso, lance o fósforo da paixão. Jogue uma cantada e se finge de santa. Estou virando bipolar. E estou adorando tudo isso.


Capítulo 8 – Não é tão ruim quando você pensa sobre isso

A ligação do consultório do para mim foi uma grande surpresa. Mais ainda foi ele virar, depois de minha revelação, e perguntar se eu podia aparecer lá na próxima quinta. Oi? Era para deixa-lo constrangido, sem fala, mas ele se recupera muito rápido! Depois, explicou que é normal confundir as pessoas que acabaram de conhecer nos sonhos que têm, como se pegassem o corpo de com o rosto de outra pessoa para montar um desejo. Nada mais do que uma mistura de lembranças com desejos. Não necessariamente nessa ordem, eu queria acrescentar, mas deixei-me quieta.
O telefonema da recepcionista para meu celular foi para confirmar minha consulta do dia seguinte e avisar que seria necessário um biquíni, porque seria uma massagem relaxante. Preciso dizer que só faltou eu pular e cantar de alegria em todo o meu apartamento? Eu fiz isso, na verdade. Biquíni, uau, será que ele já estava na minha? Que espécie de massagem seria aquela?
Uma série de perguntas ecoavam na minha mente, o que tornou difícil meu sono. No dia seguinte eu acordei inspirada a me produzir toda. Fiquei horas no banho me depilando para entrar bonita no biquíni verde florido e pequeno. Assim que o vesti me olhei no espelho. Até que não estava tão mal.
Sorrindo por ter me aprovado com a peça, pensei em uma maneira de provoca-lo. Aliás, mais uma das minhas provocações. Eu estava me divertindo com tudo aquilo. Aproveitando que o dia estava fresquinho, eu me cobri ao máximo: além da calça jeans de uma blusa e de um suéter bem masculino, eu coloquei uma blusinha bem fininha e decotada em cima do biquíni e um shortinho micro.
Finalizei prendendo meu cabelo em um coque mal feito e coloquei um tênis qualquer, levando um chinelo na bolsa. Eu estava parecendo um homem por fora com toda aquela roupa, digamos, nada sensual. No mínimo uma mulher desleixada com a própria aparência. Ah, mas sobre toda aquela roupa estava uma mulher de matar!
Preciso dizer que desde o porteiro do meu prédio até a recepcionista do consultório do estranham minha aparência? Só não tiveram coragem de falar algo além daqueles olhares surpresos. A última, só me perguntou se eu já estava com o biquíni e recebendo uma confirmação, me levou a uma sala especial, informando que Sr. logo estaria ali.
A sala era bem diferente da outra que havia sido atendida nos dias anteriores. Era ampla e com uma luz toda especial, mais escura para trazer um ambiente de calmaria. Não tinha mesas, somente duas cadeiras, mas o que realmente chamava atenção era as duas banheiras de hidromassagem que havia no centro da sala.
Aproximei-me de uma delas depois de despejar minha bolsa em uma das cadeiras, e passei a mão lentamente pela água, sentindo como ela estava quentinha e pegando alguns pedacinhos de sais que grudaram em meu dedo. Os cheirei. Eram deliciosos, um aroma bem sutil, mas com algo especial. Como os pães de queijo de minha mãe.
Senti uma movimentação atrás de mim, onde ficava a porta, e logo alguns passos. Não me preocupei em olhar, mas sabia que ele estava com um olhar curioso pelas minhas roupas.
- Qual é o segredo desses sais? – perguntei direto.
- Por que teria um segredo? – ele perguntou, curioso.
- Oras, o aroma é diferente. – dei de ombros. - Os pães de queijo de minha mãe também tinham um cheiro especial. Ela usava um recheio de catupiry junto ao queijo, eis o segredo. Qual é o seu? – Verde nunca foi uma das minhas cores preferida, mas eu só estou jogando verde. Eu sei, péssima piada!
- Engraçado, esse seu segredo, ou de sua mãe, não é uma novidade para mim. Não me lembro de onde agora, mas eu já comi algumas vezes esses tipos de pães de queijo, e são deliciosos! – sorriu.
E eu quase tive um ataque fulminante. Engoli em seco, mordendo o lábio inferior. Ele se lembrava, em algum canto obscuro da sua mente, dos pães de queijo. Bom, era a primeira verdade que eu falava para ele. Os pães de queijo da minha mãe eram realmente daquele jeito, e eu tanto adorava que sempre fazia na casa de Luce. E de . Viram por que eu não posso contar uma só verdade? Ele descobrirá! Foi um grande erro.
- São mesmo. – sorri. – Então qual o segredo das ervas?
- Não é bem um segredo, só tem algumas ervas indianas no meio. – deu de ombros. Assenti. – Bom, está de biquíni? Pode se trocar ali – apontou uma porta na frente. – E depois eu explico no que consiste a massagem.
- Você se importa de eu tirar aqui? Tenho um compromisso logo depois da consulta, não posso me atrasar. Aí você vai me explicando.
- Se você prefere. – ele deu de ombros.
Eu assenti, ele devia concordar com os pacientes de forma geral. Primeiro porque ele se sustentava por eles e segundo, principalmente, porque não se deve contrariar os loucos. E digamos que quem frequenta os psicólogos não são os que compartilham de uma saúde mental de se invejar.
Antes que ele recuasse a minha proposta, eu já estava tirando meu suéter. Lentamente, erguendo os braços e deixando que meu corpo fosse descoberto pouco a pouco. Logo depois, a calça, desabotoando e a fazendo deslizar-se por minhas pernas sedutoramente.
Ele falava, recitava as explicações da massagem, às vezes pigarreava e parecia se perder no assunto, mas retornava como se nada tivesse acontecido e como se não houvesse uma mulher seminua em sua frente.
Em poucos instantes, toda a região das minhas pernas, colo e parte da minha barriga estava descoberta. Só tinha mais dois empecilhos, a blusinha e o shortinho. Ah, e um truque especial neles.
- Doutor, pode me ajudar? – pedi, suplicante, quase instalando um biquinho na minha boca.
A verdade era que aquelas peças tinham fivelas na parte de trás sendo, assim, difíceis de serem tiradas pela própria pessoa. Repito, difíceis, não impossíveis. Era só uma ajudinha em meu show de striper particular! Ok, eu tenho que parar com essas coisas.
Ele pigarreou, mas concordou, se aproximando de mim e parando por um instante de passar as informações necessárias. Aliás, explicações essas que eu não fazia ideia, porque eu não estava prestando a mínima atenção!
Joguei o cabelo para o lado, juntando-os com as mãos e os segurando. Fechei os olhos e segurei o suspiro, quando senti a palma da mão fria de às minhas costas. Cheguei a tremer pelo contato, e ele percebeu.
- Minha mão está gelada? Desculpe-me.
Eu assenti, respondendo que não havia problema. Então ele pegou o fecho e o deslizou por minhas costas, até minha cintura, e acabou deixando a mão por lá, num deslize. Entretanto, rapidamente, quebrou o contato, colocando-as de volta no bolso.
Eu sorri, vitoriosa, e retirei a blusa, jogando-a na cadeira mais próxima, onde minha bolsa estava. Virei para ele e vislumbrei sua cara envergonhada. A cara que eu tanto amava, quando ele corava!
- Desculpe por isso, eu não conseguiria tirar. – mordi o lábio inferior, o olhando insegura, como se o que eu houvesse pedido não tivesse sido bom. É, não foi bom mesmo, foi muito mais que isso! Maravilhoso é pouco, até.
- Tudo bem. – ele respondeu rapidamente, firme, tentando mostrar que não se abalara. Pena que eu já sabia o quão sacudido ele estava.


Capítulo 9 - Eu teria ultrapassado todos os sinais

Depois de toda a cena, eu decidi tirar o short sozinha. Ainda virada de costas para ele, me concentrei no fecho do short. Ele era enviesado, o que o tornava mais fácil de ser aberto. Assim, o fiz.
Espero que vocês ainda não se surpreendam comigo. Quer dizer, eu sempre tenho algum truque na manga, e dessa vez não foi diferente. O que eu fiz? Quase ao final, já com o short caindo por minhas pernas, eu fingi um tropeção, caindo para trás.
Uma das minhas tramoias mais fáceis de se fazer. Eu não sei vocês, mas eu nem precisaria fingir uma queda, porque eu simplesmente sempre caio quando tiro ou coloco um short/calça em pé. Vida sofrida essa a minha.
Só que dessa vez eu não estabaquei no chão ou tive que usar todo o meu vasto conhecimento de equilíbrio, pelas duas aulas que fiz de ballet aos quatro anos de idade. Como resposta ao suposto desastre, eu senti mãos em minha cintura e meu quadril, segurando meu corpo.
Eu soltei um gruído de pavor. Depois, me ajudou a me reerguer, segurando minha cintura até que eu ficasse novamente em pé, firme, no chão. Já ia agradecer e surpreendê-lo como sempre fazia, só que, dessa vez, fora ele que me surpreendeu.
Me virou lentamente para ele, ainda com as mãos em meu quadril, e eu encarei seus olhos. Pisquei algumas vezes, tentando entender o que estava acontecendo ali. Eu ameacei falar alguma coisa, mas eu não consegui fazer mais do que abrir a boca.
A próxima coisa era ele me soltar e falar para começarmos a sessão, certo? Talvez fosse, mas o que ele fez foi muito melhor. , ao invés de tirar suas mãos de minha pele, grudou mais nela, a apertando levemente. E, em seguida, simplesmente me beijou.
O choque foi tanto que eu demorei alguns segundos para perceber que , o psicólogo tão profissional que eu sempre amara, tinha avançado contra a minha boca, acabando com a distância dos nossos corpos que, particularmente, me torturava.
Surpresa, sim, mas nada que fizesse alguma coisa ali tomar outros planos. Eu apoiei meus braços em volta de seu pescoço, os apoiando em seus ombros, e sorri levemente, já com seu lábio imprensado contra o meu. Senti que ele retribuiu um pequeno sorriso. Depois, ele passou uma de suas mãos para minha nuca, e puxou minha boca a sua.
Se eu falasse que depois de tanto tempo com nossas bocas grudadas, a língua daquele homem pediu passagem, eu não estaria passando os fatos com veracidade. Era mais como uma ordem do que um pedido. Era tanto desejo, que tudo fora agressivo.
Sua língua debatia-se com a minha, batalhando por espaço, enquanto eu fazia o mesmo, não querendo ficar pra trás. Determinada hora, não me pergunte o quanto tempo depois, ele aprofundou ainda mais o beijo – acreditem, é sempre possível ficar melhor -, e mudou sua mão que estava em minha cintura, a instalando na minha bunda, fazendo carinho por lá.
Eu, claro, não deixei isso por si só. Joguei minhas duas pernas entre sua cintura, fazendo-o segurar minha bunda com as duas mãos para que nós dois não caíssemos. Assim, eu fiquei em seu colo, com a mão em sua camisa, a puxando para a cima, enquanto ele mordia meus lábios, me fazendo gruir levemente.
Soltei um gritinho quando ele me jogou na banheira de hidromassagem. É, isso mesmo. Nada de parede, chão, mesa. Ele me joga logo na banheira cheia de água! Tudo bem que no momento eu estava só de biquíni e a água se encontrava morna, mas a surpresa foi grande.
Obviamente, ele caiu junto comigo, pois eu me recusei a desgrudar-me de seu corpo. Ele riu, meramente abalo pela água que inundou sua roupa, e eu ri junto, logo lhe trazendo para um beijo.
Ao final dele, ele partiu para o meu pescoço, mordiscando e chupando ali. Eu ria de nervoso. Er, sim, o pescoço é meu ponto fraco, tipo o ponto G¹, sacas? E quando atacavam ali, eu não grunhia ou gemia, eu ria de nervoso! Era como se fossem cosquinhas, só que mais contida.
Eu me concentrei em sua blusa que, agora molhada, agarrou-se a seus músculos. Oh, Deus, tinha anos que não via o corpo dele! E, não, eu não estava, apesar de tudo, preparada para aquilo! Ar, Senhor, ar! Eu preciso de ar e não posso respirar agora, porque estava enfiando a sua língua na minha boca novamente... Pelo menos ele não reparou que eu estou babando por ele!
Resolvi assumir um pouco aquilo. Afinal, sou contra aquilo de que a mulher é frágil. Ah, eu sou forte e tão capaz de levantar 10 quilos de cimento como um homem... cara, eu levanto na academia o peso, porque não o cimento? Ok, parei. Mas a questão é que na cama a mulher também pode e, acrescenta-se, deve dominar.
Mordi os lábios dele, meneando a cabeça negativamente, dizendo silenciosamente que não era a hora de me beijar agora. Sorrindo como as bruxas malvadas, eu puxei sua camisa, passando a mão por cima dela e sentindo seus músculos. Cada curvinha, cada volta. Deus, é perdição!
Concentrei-me em abrir os botões de sua blusa social e ele riu pela minha mordida de lábios ao ver tudo aquilo. Veio para cima de mim e puxou meus lábios com a boca. Depois, minhas orelhas, nariz, bochecha... Enquanto eu acariciava e beijava alguns pontos do tórax, pescoço, braço...
Paraíso, né? É isso. Eu sempre obedeci minha mãe, tirei notas boas – ou não-, e sempre rezava a noite. Não roubei nada – ok, tirando umas balas da confeitaria ao lado da minha casa -, e sempre fui uma boa garota. 25 anos de respeito, dignidade e perdão. Não sei por que morri tão cedo, mas sei que fui pro lugar certo. Aliás, se eu soubesse que o paraíso era desse jeito, não monótono com arpas e anjinhos cantando, eu já tinha vindo pra cá antes.
Só que nada é perfeito, nem mesmo o paraíso que eu me encontrava com no momento. Diante da minha grande concentração, eu não escutei da primeira vez, mas ela foi bem insistente.
- Doutor , há uma entrega de medicamentos esperando sua assinatura. Doutor, está tudo bem? – a senhora insistente nos interrompeu, batendo na porta.
- Sim, Jane, sim. Faça-me um favor, traga uma roupa limpa para mim, por favor.
- Sim, senhor. – concordou ela, e eu senti a voz que denotava estranhamento.
Aff, por isso que odeio secretárias. Ah, já citei que já fui uma? No momento eu estava odiando, além de o Deus e o mundo, eu mesma. Mas tinha um pódio, e Jane com certeza estava lá em cima. Desgraçada, filha de uma puta, empata-foda do caralho, mal comida! Pronto, estou melhor! Ok, não estou não. Deixa só eu chegar em casa para fazer um bonequinho de vodu dela e tortura-la com espadas e fogos!
Nem sou exagerada, né? Pois é. Tenham medo de mim.
me olhou visivelmente frustrado. Ainda se permitiu me beijar mais umas vezes, rapidamente, e finalmente se afastou, saindo da banheira e vislumbrando minha careta triste. Ele sorriu e estendeu os braços, me ajudando a sair dali.
- Obrigada – agradeci.
Ele me abraçou e me deu um selinho. Em seguida, segurou meu rosto com suas mãos e me encarou, só olhando em meus olhos e boca.
- Você é linda. – revelou, eu ri envergonhada.
- Você também é lindo.
- Incrível, - ele parou, fazendo carinho em meus cabelos – você tem um rosto familiar. – eu fiz uma careta e ele continuou: - Eu acho que te conheço de algum lugar.
Eu gelei. Tentei não esbugalhar os olhos. Tentei fazer com que minha respiração não se acelerasse. Tentei não tremer. Tentei parecer normal e, por sorte, consegui. Controlando-me, e usando somente o cérebro, lembrando para que estava ali e o porque da importância de ele não saber quem eu era, me recompus.
- Admita, você nunca viu uma mulher assim - Voalá. E eu joguei o ás mais uma vez.


¹- Ponto G - Para algumas mulheres, é uma área erótica extremamente sensível que pode propiciar horas de prazer. Em outros casos, não é bem assim. Na verdade, não existe nada comprovado que ele exista, mas se existe encontra-se dentro do órgão genital da mulher.



Capítulo 10 – Distorci a verdade, mas não menti


Vocês têm aquele aparelhinho para asma? Aquela bombinha para ajudar a respirar. Assim, não que eu tenha asma, é porque só é difícil respirar depois de todo o acontecimento com . Parecia que, mesmo depois de alguns dias, sua boca ainda estava grudada na minha, prendendo minha respiração.
Foi um ótimo momento. Mentira, maravilhoso. Não, sensacional. Incrível, inesquecível, tudo de bom? Ainda não representa bem... Talvez o melhor dia da minha vida. É, com certeza. Se você contar que ficar com era tudo que eu queria desde... bom, desde que eu o vi pela primeira vez! Eu, afinal, havia mudado por ele! Era tudo isso que eu queria, né? Estava me sentindo leve, bem!
Boa notícia! Hoje tem consulta novamente. Vai que hoje ninguém nos interrompe? Logo depois, naquele dia, a secretária voltou a bater e ele pediu que eu me vestisse no banheiro enquanto ele trocava de roupa em seu consultório. Depois, quando eu saí de lá, ele já estava com outra consulta e não pude me despedir. Por isso, a segunda dose hoje seria tão esperada!
Eu me vesti sem grandes intenções. Afinal, eu já sabia que ele me queria, então a roupa nem adiantava muito. E como hoje não teria nada de massagens ou algo assim, o que me fez ficar tristonha por um momento, eu só coloquei um vestido preto que descia junto as curvas do meu corpo até o joelho e mangas até os cotovelos.
Meus pés, acostumados durante anos a tênis, estavam vermelhos e doloridos pelos saltos dos últimos dias, mas ainda assim eu catei um sapato fechado azul com um salto de sete centímetros. Tudo por uma causa maior. E talvez aquele filme tivesse razão ao dizer que o diabo veste Prada¹, porque, também, quem não fica mal sentindo tanta dor?
Cheguei ao consultório poucos minutos depois. Dei meus documentos a recepcionista, que sorriu em resposta, e me sentei. Logo, eu estava sendo chamada. Eu adentrei a sala com um sorriso malicioso, andando rapidamente até e avançando contra a mesa dele.
Mas, aí, eu encarei seu rosto e, diferente do que eu esperava, eu não avistei um sorrisinho, com ou sem dentes, nem uma cara estilo Chuck Bass² quando está dando o bote; ele estava sério. Sério demais para o meu gosto. Eu parei e segurei minha bolsa com as duas mãos, colocando-a em frente e encostada as minhas coxas.
Acho que nunca, nunca me senti tão insegura. Eu me lembro de estar insegura, no meu primeiro beijo, de não saber como mexer a língua lá dentro da boca do garoto; também quando perdi minha virgindade, porque eu não sabia exatamente o que fazer. Até quando eu prestei vestibular; mas nada se comparou a enxurrada desse sentimento que me balançou no momento.
E eu sempre achei que o psicológico e o emocional da pessoa não estavam ligados em nada com a saúde física dela, sabe, propriamente dizendo, dos órgãos funcionando direitinho. Eu sei que é burrice minha, mas eu sempre fui cética quanto a importância da psicologia e afins. Entretanto, naquele momento em que ele olhou para mim, como nunca havia me olhado, eu senti.
Senti enjoo. O café da manhã revirando em meu estômago. Instantaneamente me senti mal. Me senti fraca, mais do que isso, me senti cansada. E veja, era uma grande ironia eu estar cansada, porque eu estava completamente descansada um minuto atrás e não gastara essa energia com sexo, nem beijo, que eu pretendia. Era como se o Imhotep³ estivesse cansado quando foi achado! O que acabaria com todo o filme, diga-se de passagem!
Eu percebi. Havia repreensão no seu olhar. Então eu abaixei a cabeça e passei minha língua por meus lábios. Não sabia o que pensar, mas também não queria ficar pensando.
- O que foi? – nada de cumprimentos, nada de sorrisos, nada de nada. E eu sabia que fingir que a expressão dele não havia sido percebida por mim, nem me atingido, era carta fora do baralho. Simplesmente era perda de tempo.
- Eu sei de tudo. – ele respondeu. Os olhos dele brilhavam em uma mistura de raiva e decepção. É, antes eu não sabia que podia ler o olhar e interpretar os sentimentos por ele, até achava meio exagerada as pessoas que faziam isso, mas agora era tudo tão claro.
- Tudo o que, Sr. ? – eu tentei. Tentei por uma última vez. Tentei teatrar a personagem Louise mais do que nunca. Rezei mentalmente por, num toque de mágica, eu virar realmente ela e não mais a . Mas meneou nãos seguidos com a cabeça e eu vi que tudo estava se acabando.
- Eu sei que é você, . – e soltou um suspiro pesado.

¹- “O diabo veste Prada” é um filme que mostra o quanto a personagem principal sofre nas mãos da chefe. As roupas dessa chefe, são, também, da Prada, uma marca caríssima.
²- Chuck Bass é um personagem da série Gossip Girl, que pertence a Cecily Von Ziegesar. E o “sorriso” dele é, basicamente, cafajeste. Dispensa comentários.
³- Imhotep é nada mais, nada menos, que a múmia do filme Mummy. Um grupo de arqueologistas o encontra dentro de uma tumba. E a curiosidade deles os deixam em uma enrascada.



Capítulo 11 – Eu deveria ter fechado minha boca, as coisas pioraram


Eu fechei os olhos ao máximo. Era assim que tudo terminava. Tudo que eu fiz, tudo que eu mudei, tudo que eu abri mão por ele, no fim de nada adiantara. Ele iria me odiar. Cada vez mais. E eu sou uma idiota.
- Por que você se transformou toda? – ele perguntou transtornado, meneando a cabeça a toda hora.
A partir daí, eu me tornei patética. Sabe, patética mesmo. Como a Pequena Miss Sunshine¹. Me desculpe, mas eu nunca vi uma criança tão bobona e idiota, até eu virar a mesma coisa. Meus vinte e cinco anos tornaram-se cinco.
- Pra ficar como você gosta. – murmurei, gruindo. - Eu observei as mulheres que você saía e peguei a melhor característica de todas. – fiz biquinho. – Me desculpe. – saiu como um gemido.
Ele mordeu o lábio inferior e soltou um bufo, irritado. Colocou as mãos na mesa e me olhou com um olhar horrível... Era como se eu fosse um ET. Se bem que o ET² era tão fofo que acho que ninguém o olhava daquele jeito, só chorava.
Eu me senti a pior pessoa do mundo. Na verdade, talvez eu fosse a pior pessoa do mundo.
- Pra que tudo isso? – inquiriu, me olhando espantado, apontando para minhas roupas.
- Pra você me dar uma chance. – fechei os olhos e reuni todas as minhas forças para declarar-me. - Eu sempre gostei de você e você nunca nem olhou pra mim.
Minha voz saía como de uma criança pedindo desculpas aos pais por quebrar o vaso histórico da família. Miada, fraca, doce e, ao mesmo tempo, cheia de medo. Eu me senti, além de tudo, ridícula.
- Claro que eu te olhei, ! – ele rebateu, aumentando seu tom. - Você vivia na minha casa, todo dia lá com a ! – ele suspirou, passando as mãos pelo cabelo. - Sinceramente, eu sempre achei você linda. Não estou acreditando que você fez tudo isso.
- Você me acha linda? – uma lágrima escapou e cruzou meu rosto. – Por que nunca me disse antes? – um soluço esvaiu-se.
- É complicado. – expeliu ar pela boca - Eu seria o idiota que chegaria para uma pirralha a elogiando.
- Por que ? Por quê? – eu gemi, levando minhas mãos ao rosto. Idiota, idiota, idiota.
- Eu também queria entender o porquê.
- Podemos ficar juntos agora, felizes para sempre? – eu perguntei como se eu fosse uma garotinha daquelas que acha que a realidade se mistura com a ficção. Já falei que sou idiota?
- Não. Eu achava você bonita: com seus cabelos cacheados e curtos e brilhosos, da cor original. Gostava de seus olhos mel, de seu piercing no nariz, de seu corpo não musculoso, de seus shorts e all stars inseparáveis. Não assim.
- Mas eu fiz tudo por você! – soltei sem pensar. Bati meus braços na lateral do meu corpo, o metal da bolsa batendo na minha coxa e me fazendo soltar um gruído.
- Quer saber, ? De verdade? – eu assenti. Sua voz aumentou. - Você está parecendo uma prostituta. – acusou, sua voz repleta de amargura. - Esses cabelos vermelho fogo, esses saltos altos enormes, esse peito enorme. – o ódio escorria da boca dele. Não sei como, mas ele me fez sentir pior. – Essas características podem ser bonitas separadamente, ou em uma determinada mulher, mas não em você. Isso não tem nada a ver com você! Eu nem sei no que você se transformou! – seria menos doloroso se eu tivesse recebido uma facada no coração.
- – respirei fundo, as lágrimas caindo como uma tempestade. – Será que você tem um psicólogo para me indicar? Depois disso tudo eu vou precisar de muita terapia.

¹- “Pequena Miss Sunshine” é a personagem principal do filme de mesmo nome. É uma criança que sonha em participar de algo relacionado a um desfile de “modelos” infantis e o automóvel que a levaria até lá quebra no caminho e acontece uma série de coisas a partir disso!
²- “ET: O extraterrestre” é um filme, de anos luz – nem tanto, mas é bem antigo. E é muito fofo. E segundo a minha família, todos os caras choraram nesse filme.



Capítulo 12 – Você chorou, eu morri


Finalmente eu tomara coragem. Coragem para ligar para o e dizer-lhe tudo que havia mudado nesses dois meses. Que a , que ele tanto adorava, estava de volta. E que daquela mulher medíocre, só sobrara o senso de humor.
- Eu pintei o cabelo de volta, retirei o aplique, e os cachos voltaram ao natural. Eu saí da academia há um mês e venho comendo porcarias para voltar ao meu corpo. Doei todos meus saltos altos para a minha mãe, que me agradeceu com um vale de duzentos reais na livraria, o que, convenhamos, é a única parte do shopping que realmente me agrada. Joguei pela janela as lentes e foi um alívio, porque elas faziam meus olhos arderem e coçarem bastante. – fiz uma careta. - Refiz o furo no meu nariz para a pedrinha do Piercing, e aproveitei a viagem e fiz logo furos na orelha, na sobrancelha e no lábio inferior. Só tem uma coisa... O silicone dos seios. Eu fui ao médico para pedir a retirada. Ele me deu uma bronca, e disse que como a cirurgia é recente o novo procedimento iria deixar uma cicatriz enorme, por reabrir os pontos. E agora eu estou com cicatrizes eternas perto dos seios – ri – Brincadeira! Eu não fiz. Sinceramente, foi a única parte de minha transformação que eu realmente gostei, eu nunca tive muito peito e sempre tive vontade, sabe. Estava em dúvida quando fui ao Laden, o psicólogo gatinho que você me indicou, e ele me disse para não me importar com o que você quer, mas sim com que eu quero. Se eu me sentia bem ou não daquela forma e, se você gostasse mesmo de mim, você ia aceitar. Sabe, eu saí de lá com uma baita impressão que ele está querendo meu corpo nu – ri mais uma vez. – É – suspirei, voltando a minha posição séria. – Estou bem, só liguei para falar isso. Queria que você soubesse que eu voltei a ser eu mesma, não por você, por mim mesma. Obrigada por me abrir os olhos. Desculpe ser patética – uma lágrima rolou do meu rosto. – Eu... – escutei uns ruídos do outro lado. – Está aí, ? – esperei. Só silêncio. – Enfim, eu vou viajar, fugir dos psicólogos como minha mãe fugiu – ri em meio ao choro. – Não sei nem porque estou te contando isso, já que é uma fuga, mas acho que é porque eu estou fugindo de te ver novamente, como eu mesma, porque todo aquele sentimento vai voltar, além do mico que paguei para você vestida como uma prostituta. Eu não vou aguentar você me dispensando mais uma vez, com palavras ou apenas a ignorância. Posso parecer forte, mas sou feita de vidro e agora estou toda rachada, uma só coisinha e eu quebro toda. – um minuto de silencio. – Espero que você escute isso e peço que não me responda. Quem sabe até um dia? Quando eu levar meus filhos para conhecer sua irmã e reveja você e conheça seus filhos... E
- Você já vai conhecê-los. – a voz dele interrompeu minhas esperanças.
- Ahn? Como? – o desespero tomou conta de mim. - , você está aí? Oh, meu Deus, eu vou desligar...
- Não faça isso! – suplicou, me obrigando a ficar com o telefone na orelha. – Você vai conhecer meus filhos, porque eles serão os mesmos que os seus, serão as mesmas pessoas. – suspirou. - , eu te amo. Casa comigo?

Epílogo – Fiz o melhor que eu pude


- Por que me pediu e casamento, seu louco? - perguntei, assim que ele abriu a porta do seu apartamento. Ele havia pedido que eu passasse lá para resolvermos tudo.
Ele sorriu e me deu bom dia. Me puxou pela cintura e me abraçou forte. Despejou beijos no meu pescoço. Encostou nossas testas e sorriu novamente, pronto para finalmente responder.
- Eu estava desesperado, você ia desligar e fugir e eu nunca mais ia te ver, precisava fazer alguma coisa! – rimos. - Meu pedido continua de pé! – acrescentou ele, e eu lhe dei um selinho.
- Você é louco! – repeti, sorrindo.
- Você achava que eu era normal? – ele inquiriu, fingindo estar magoado. - Ei, você sabia que eu era psicólogo, devia saber que eu tenho parafusos a menos!


N/A: Hey garotas! Chegamos ao fim!
Eu resolvi mandar tudo de uma vez porque, primeiro, os caps. são bem curtinhos e tem muito tempo que eu não atualizava a fic (embora eu tivesse prometido E a tivesse pronta no notebook) e, principalmente, eu sempre me esquecia de mandá-la pra Andy e tudo mais. Novas ideias foram surgindo e tal e eu estava a colocando de lado. Não que eu não goste dela, eu adoro ela, o jeito da personagem, a louca que ela é, mas já faz tanto tempo que eu escrevi que já perdeu o sentido um pouco pra mim. Ela foi criada para ser uma short, afinal, e acho que no fim eu não deveria ter dividido-a em caps. Mas, ok. Passou. E o que importa é que ela finalizou e, embora eu não goste muito do final, bom, me digam o que acharam, ok?
Beijos, beijos e obrigada por acompanharem <3
Querem ver outras fics minhas? Entra no grupo: https://www.facebook.com/groups/392061090888737/
Agradecimento especial a Marília, por ser uma completa fofa, indicar a fic e, assim, se tornar minha louca amiga hahaha E a Andy, a beta dessa bagaça e de praticamente todas as minhas fics no FFOBS. Obrigada, querida, por sempre aceitar minhas loucuras com animação <3

Beijos!
xx


Nota da Beta: Caso encontre algum erro nessa fanfic, entre em contato comigo por email.

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