Redamancy: (noun) the act of loving the one who loves you; a love returned in full.
And I remember when I met him…
It was so clear that he was the only one for me.
We both knew it, right away…
Desde pequena eu sempre quis ser famosa. Por volta dos cinco anos de idade, eu já havia decidido o meu futuro: Eu me tornaria uma cantora famosa. Com uma escova de cabelos fazendo seu papel de microfone e os vestidos enormes de minha mãe em meu pequeno corpo, fazia performances cantando Britney Spears nas reuniões de família. Todos se reuniam na sala, assistindo-me cantar mais alto que o aparelho de som e eu amava toda a atenção voltada somente para mim. Em minha mente infantil, sonhava com aquela atenção se duplicando, triplicando até se encaixar em um estádio lotado, com todas as pessoas gritando meu nome e cantando as minhas músicas.
Por sorte, eu fui agraciada com o dom musical. Eu era realmente boa e se houvesse qualquer instrumento ou nota que eu não pudesse dominar, eu me esforçava até dominá-los com excelência. Aos quinze anos, eu já sabia tocar mais de cinco instrumentos e fazia breves shows acústicos, por toda minha pequena cidade interiorana. Não demorou até que meu talento chegasse aos ouvidos de pequenos produtores e então, no auge dos meus vinte anos, eu já possuía um contrato e um cd lançado. Eu era oficialmente uma cantora famosa, rica e conhecida mundialmente.
Mas desde pequena, também, eu sempre quis um grande amor. Por de trás da mulher ambiciosa, eu era uma apaixonada incurável. Eu sempre quis me apaixonar tão intensamente que eu não teria olhos para outro homem senão ele. Eu sempre quis me apaixonar tanto que eu não conseguiria pensar em outra coisa, senão nele. Queria ter aquela sensação de borboletas no estômago e pensamentos avoados. Queria que, quando estivesse sozinha, não conseguisse pensar em outra coisa senão no que ele estaria fazendo naquele instante. Mas... Um ponto importante sobre a fama que não há escrito em lugar nenhum é: É um mundo vazio.
Os holofotes e o primeiro lugar no Billboard são mais importantes do que um relacionamento real. Você não tem tempo para baboseiras como algo tão banal como o amor. Se você ama, ama o carinha famoso-babaca de uma banda-teen que faz tanto sucesso quanto você, então, obrigatoriamente, vocês têm que se amar porque “meu Deus, vocês nasceram um para o outro”, mas, outro ponto importante sobre a fama que também não está escrito é: Nós somos humanos, de carne e osso, desejos e vontades. Mas isso, meus queridos, não é importante. A sua fama, o seu dinheiro é, mas o que você realmente sente, não.
Contudo, eu não desisti. Cada vez que o vazio do mundo que eu mesma havia escolhido tentava me sugar, eu lutava para manter-me firme. Deixei me levar pelo marketing do cantor-babaca-famoso da banda-teen que faz tanto sucesso quanto você, mas eu sabia, sabia dentro de mim, que não deveria sucumbir às vontades da mídia.
E quando eu o vi pela primeira vez... Quando o ouvi pela primeira vez, eu entendi porque havia suportado por tanto tempo.
Los Angeles, 01 de janeiro de 2009.
Deslizei a meia calça escura pela pele fria da minha perna e calcei as botas pretas que combinariam com a saia amarela que estava vestindo. Blusa manga ¾ preta e um sobretudo, também, preto e eu estava pronta para o Especial de Ano Novo da MTV. O carro da emissora passaria para me buscar no Hotel às oito horas da manhã e mesmo o relógio marcando apenas seis horas, já havia alguns fãs me esperando na porta. Quando decidi tomar café da manhã, pedi para que minha equipe enviasse Starbucks ou qualquer coisa que os mantivessem quentes e alimentados. Já que não poderia atendê-los nem mesmo quando fosse sair do Hotel, era o mínimo que poderia fazer por eles.
Enquanto forçava um iogurte garganta adentro, liguei a TV e, ironicamente, estava na MTV, passando uma propaganda sobre o Especial. Além de mim, contariam com outras três atrações que eu não dei a oportunidade da apresentadora Katherine falar e mudei o canal para o noticiário. No meio de tanta barbaridade e brutalidade, recebi uma ligação de boa-sorte de minha mãe e uma mensagem de texto de Tom, pedindo que eu tocasse uma música específica do último CD de sua banda e desejando boa sorte, também.
Quando o relógio marcou oito horas e fui avisada de que o carro da produção da MTV já estava à minha espera, peguei minha bolsa e celular, mas saí com a sensação de que me faltava alguma coisa.
Faltava-me, realmente.
E eu a encontrei naquele dia.
Eu odiava ter um camarim. Obviamente, no começo, era o maior símbolo de fama que eu ostentava, mas, após algum tempo dividindo um camarim apenas com a sua própria mente, tornava-se uma situação vazia. Então sempre que podia, estava caminhando pelos camarins alheios ou apenas dando uma ajudinha breve na produção. Naquele dia, ajudava Lou, a maquiadora, a finalizar Trisha, a outra atração do programa. Nós duas éramos conhecidas de vista por premiações e festivais, então nossa conversa era, sobretudo, superficial. Ao menos, me fazia ocupar a cabeça com outros assuntos, além do negativismo que andava me rondando nos últimos tempos.
- Você viu quem chamaram de última hora para o programa? – ela me perguntou enquanto eu deslizava com cuidado o pincel em sua pálpebra. Assenti negativamente com a cabeça e só então percebi que ela não poderia me observar. Estava tão acostumada a simplesmente conversar com gestos que às vezes não me atentava a detalhes bobos como esse.
- Na realidade, não. – confessei, dando um breve riso. – Apenas fiquei sabendo que a banda que venceu o The x Factor não virá mais.
- Isso. Os meninos da Union J não poderão vir mais por “problemas pessoais”, então chamaram Harry Styles. – ela me explicou e eu apenas me atentei ao fato de que Trisha era uma garota de dezessete anos se referindo aos garotos de mesma idade que ela como “os meninos” de uma forma tão madura, como se ela mesma fosse dez anos mais velha.
Eu também não era tão mais velha do que todos eles, ainda assim, achei cômico. E eu era legal em todos os Estados Unidos e no mundo.
- Ouvi dizer que ele está fazendo muito sucesso. – respondi vagamente, finalizando com uma última pincelada em sua pálpebra. – Você está pronta, Trisha.
A verdade era que eu nunca havia escutado uma música de Harry Styles. De fato, eu nunca havia escutado sobre Harry Styles até aquele momento.
Quando o horário para o início do programa chegou, Katherine carregava uma expressão preocupada em seu rosto. A sua última atração não havia chegado ainda e ela precisaria dar início mesmo assim. Caminhei até ela calmamente, abraçando-a para acalmá-la e lhe permiti que fizesse algumas perguntas a mais para mim e prometi que se ainda assim o Harry Styles não tivesse chegado, eu cantaria uma terceira música além das duas que estava no roteiro.
- Bom dia, América! Começamos mais um Good Morning, America e hoje temos um Especial de Ano Novo cheio de atrações quentíssimas para esse dia frio de hoje. – Katherine esbanjou simpatia, como sempre, mascarando muito bem o seu nervosismo. O programa começou com Trisha respondendo a algumas perguntas e cantando dois de seus hits de sucesso. Ela era uma garota talentosíssima e linda. Foi abençoada com cabelos naturalmente pretos e olhos azuis, e quando sorria, uma charmosa fenda aparecia entre os seus dentes superiores. Sua voz era poderosa e eu realmente queria chorar de emoção com os seus agudos.
No entanto, o que mais me chamava atenção em Trisha era a leveza com que ela enfrentava o palco e os rumores fora dele. Com dezessete anos, já estava envolvida em histórias ridículas sobre casos amorosos com famosos teens e em nenhum momento precisou se esconder por trás de risadas nervosas e mentiras formuladas pelos seus assessores. Ela era pura e sincera e eu a invejava.
- Agora nos deixe uma última mensagem, Trisha! – Katherine pediu, finalizando o quadro de Trisha.
- Sejam vocês mesmos. Não importe o quanto te pressionem para fazer isso ou aquilo... Nunca deixem de dar importância àquilo que vocês querem. Afinal, se eu tivesse dado ouvidos a minha família, eu estaria ordenhando vacas neste momento. – todos nós rimos e então ela finalizou: - Tenha um bom dia, América. Obrigada, Katherine... E agora, com vocês, a princesinha da América: .
Engoli o gosto acre que subia pela minha garganta toda vez que me chamavam pelo meu título e sorri, assumindo o lugar de Trisha na poltrona ao lado de Katherine.
- E então, , como está? – perguntou Katherine, sorrindo.
- Ótima e você, Kath? – respondi, rindo e ela alargou o seu sorriso.
- Estou ótima, querida. Mas nos conte, quais são as resoluções de Ano Novo? – quis saber, ou melhor, a produção e o mundo queriam saber e então demos início a uma breve entrevista que consistiu em perguntas sobre meu próximo CD, minha próxima turnê e uma ou duas perguntas sobre a minha vida pessoal. Como àquela altura a atração final não havia aparecido ainda, decidi fazer o cover da música da banda de Tom e iniciei a breve apresentação com Lonely. Mudei um pouco o arranjo da música e esperava que os outros membros do McFly não se importassem. Tom não se importaria. Então dei continuação com uma música minha, Back To December e mesmo parando para dar oportunidade a algumas pessoas da plateia cantarem comigo, o indivíduo ainda não havia chegado.
- Certo, hoje eu acordei de ótimo humor. – brinquei e todos riram. – Então vou cantar uma música pela primeira vez ao vivo. – peguei o violão e pude ver a expressão de alívio em Katherine.
- Obrigada. – ela sussurrou quando as câmeras focalizaram a plateia.
- Essa música se chama The Lucky One.
New to town with a made up name
In the angel's city chasing fortune and fame
And the camera flashes make it look like a dream
Fechei os olhos e deixei que o violão e a música tomassem conta de mim e preenchessem o vazio que estava instalado em meu peito.
You had it figured out since you were in school
Everybody loves pretty, everybody loves cool
So overnight you look like a 60s queen
Another name goes up in lights
Like diamonds in the Sky
A cada acorde, a cada palavra, a vontade de explodir em lágrimas aumentava. Cada pedacinho daquela música era um pouco do que eu era, um pouco da minha vida e era como dividir com o mundo os meus segredos mais obscuros guardados a sete mil chaves. Não conseguia entender porque, dentro de um cd inteiro, havia escolhido aquela música... A única totalmente escrita por mim.
And they’ll tell you now you're the lucky one
Yeah, they’ll tell you now you're the lucky one
But can you tell me now you're the lucky one?
Quando abri os olhos, no refrão, diferente do que esperava, as atenções da produção e de Katherine estavam na porta do estúdio. Sutilmente, segui os olhares e então... E então, tudo fez sentido.
Now it's big black cars and riviera views
And your lover in the foyer doesn't even know you
And your secrets end up splashed on the news front page
And they tell you that you're lucky but you're so confused
Ele era alto e charmoso. O tipo de homem que arranca um suspiro facilmente vestindo apenas jeans rasgado e uma camisa social branca. Seus cabelos eram o sinônimo de bagunçado, mas os seus olhos... Seus olhos me bagunçaram inteirinha por dentro. Ele me fitou com aqueles olhos verdes durante toda a música. Mesmo quando todos os olhos da sala estavam nele, os dele continuavam fitos em mim.
'Cause you don't feel pretty, you just feel used
And all the young things line up to take your place
Another name goes up in lights
You wonder if you'll make it out alive
And they’ll tell you now you're the lucky one…
Desviei o olhar porque senti os dedos falharem no violão e o meu interior inteiro ferver. Concentrei-me nos últimos versos da música, tentando ignorar a sua presença, mas, toda vez que eu varria o espaço com o olhar, sua expressão intensa e avassaladora me prendia. Era quase magnético.
Quando toquei o último acorde, os aplausos explodiram pelo estúdio e eu tentei me ocupar tirando o violão e guardando-o na case.
Harry Styles continuava a me fitar, sério e intenso. Seu maxilar travado e marcante e seus olhos verde-esmeralda, encarando-me como se pudesse sugar a minha alma. E, talvez, ele realmente pudesse.
O meu quadro terminou com lágrimas de Katherine, dizendo que fora a melhor apresentação que o palco do Good Morning, America já presenciara. Eu não teria duvidado, mas quando Harry Styles abriu a boca para cantar, eu coloquei em dúvida toda a minha carreira. De fato, minha existência estava em dúvida.
Ele cantou apenas uma música por conta de seu atraso, mas fora o suficiente para que a audiência subisse em níveis altíssimos e para que eu me apaixonasse por cada palavra de Don’t Let Me Go. Era o seu primeiro single – o que explicava, em partes, eu nunca tê-lo ouvido – e eu já podia imaginar o quão longe a sua voz rouca e a sua sensibilidade o levariam.
Assisti até a última palavra de sua entrevista e assim que as câmeras foram desligadas e todos seguiram seu curso até o próprio camarim ou sala de trabalho, eu me dirigi até o camarim de Harry. Dei dois toques na porta e não obtive resposta. Ele provavelmente deveria ter outros compromissos, afinal, ele era o novo queridinho do mundo da música – e eu, perdida na bolha vazia da minha vida, não sabia.
Caminhei de volta para o meu camarim, desapontada por não ter conseguido conversar com ele ou, pelo menos, tê-lo parabenizado. Quando abri a porta do meu camarim, no entanto, ele estava sentado no sofá no canto esquerdo, comendo as uvas que eu havia deixado intocadas. Senti as minhas pernas fraquejarem e o meu coração bater com força contra o meu peito. Levei as mãos até o peito, assustada e ele abriu um sorriso de canto.
- Você me assustou. – disse, ainda perplexa, e fechei a porta atrás de mim.
- Desculpe, não era minha intenção. – ele devolveu, o sorriso ainda tímido no canto de seus lábios.
Assenti com a cabeça, no meu silêncio usual e ele apenas me observou um pouco antes de se pronunciar novamente. Enquanto ele me fitava, a sensação de que ele poderia me despir apenas com o olhar me assolava. Era incômoda e me dava formigamento dos pés à cabeça.
- É uma bela música, . – naquele instante, eu decidi que os elogios em sua voz eram a minha nova música favorita.
- . Me chame de . – pedi e ele ergueu uma sobrancelha, desconfiado. – Obrigada, a propósito. Mas não é nada perto da sensibilidade de Don’t Let Me Go. – disse, sincera.
Harry abriu um sorriso que, sinceramente, poderia iluminar uma cidade inteirinha e levantou-se, indo a minha direção.
- Eu me senti em cada frase da sua música, . Você me leu sem nem ao menos me conhecer e eu acho que é isso sobre o que a música tem que ser. Você tem um dom lindo, .
- Não consideraria lindo o dom de cantar sobre o mundo cruel da fama para apenas não saí-lo dele. Considero apenas triste.
- É exatamente essa a beleza...
E então, Harry Styles abraçou-me com, além de suas palavras, seus braços quentes e grandes e eu finalmente soube. Eu apenas soube por que havia suportado por tanto tempo.
And as the years went on, things got more difficult.
We were faced with more challenges.
I begged him to stay…
Miami, 02 de julho de 2012 – Hilton Miami Hotel.
A notícia de que eu chegaria a Miami cinco dias antes dos shows se espalhou como um vírus letal e três horas antes deu pousar no Aeroporto Internacional de Miami, os meus fãs já me esperavam por lá. Eu nunca entenderia como eles descobriam essas informações, mas, no fundo, não me importava muito. Apenas me sentia agradecida por tantas pessoas reservarem boas horas do seu dia para me recepcionarem e declararem seu carinho por mim. Desci abraçada com meu fiel companheiro travesseiro e parei para autografar e tirar algumas fotos no pequeno percurso do Aeroporto até a limusine. Antes de adentrar o veículo, porém, uma pergunta simples e inocente me atingiu como uma bala certeira em meu coração.
- ! É verdade que Harry Styles recusou a viajar com você pra estar na festa de Maddie de Laurentis?
Era, em partes, verdade. Harold iria comparecer à festa de Maddie no dia seguinte, mas o motivo pelo qual ele não viajara comigo era muito mais do que apenas uma festa. Estávamos no meio de uma crise pessoal e, infelizmente, precisávamos de espaço. Esse era o nosso grande conflito: éramos sensíveis demais. Sentíamos em demasia, tudo, e era exaustivo. Nossos excessos se confrontavam e, muitas vezes, era melhor que passássemos um tempo longe um do outro para que nos esvaziássemos. Por outro lado, era uma situação tão complicada que, ao mesmo tempo em que eu precisava me afastar, tudo o que eu conseguia fazer era sentir saudades dele.
Os rumores que rolavam sobre a antecipação da minha viagem à Miami eram sobre eu comparecer à festa de aniversário de Ellie Vega ou ao desfile da nova coleção da Calvin Klein. Cogitei aparecer ao aniversário de Ellie, mas ela se encaixava perfeitamente no nível de famosos que eu tentava, ao máximo, evitar. Eu, normalmente, não era julgadora ou criadora de pré-conceito, mas, o pouco que convivi com Ellie, consegui aprender o suficiente sobre o seu mundo para entender que eu não me encaixava nele.
Àquela altura da minha vida, eu estava muito perto de desistir de tudo e por um fim a minha carreira. Ir àquela festa, observar a quantidade de superficialidade e mentiras seria um impulso para que eu realmente colocasse tudo a perder. Então decidi apenas relaxar no meu quarto de hotel, aproveitando a melancolia para escrever músicas pra o meu novo cd.
Eram nove horas da noite quando o alerta de mensagem do meu celular me fez parar de tocar o violão. Peguei-o de cima da mesa e o nome de Harry brilhava na tela. Eram duas horas da manhã em Londres.
“Londres é fria. Mas sem você, eu consigo ficar pior do que ela.
Chego quarta-feira a noite.
Todo amor, H. xx”
Bloqueei o celular, fechei os olhos e respirei fundo. Eu não queria respondê-lo porque tinha certeza de que estava bêbado. Por outro lado, meu corpo inteiro formigava de saudades e de ansiedade para vê-lo na quarta-feira.
“Estarei esperando, H.
Miami não é tão divertida sem você.
Todo o amor, sempre, . xx”
Respondi e não esperei por uma resposta. Ela não viria.
E, de fato, não veio.
Na terça-feira, acordei com a notícia de que “Harry Styles esteve com Louis Tomlinson, sem a sua queridinha da América, na festa de Maddie de Laurentis” estampada com uma foto dos três. Harry abraçava-a pela cintura, enquanto ela estava com as mãos em seu rosto e Louis estava atrás deles, como se invadisse a foto. O sentimento amargo de decepção invadiu meu estômago e ardeu os meus olhos. Ele havia mentido para mim, esteve com o seu ex-namorado e aceitou ser alvo de rumores desnecessários ao abraçá-la tão intimamente para uma foto.
Isso não era quem ele realmente é. Esse não era o Harry Styles por quem eu havia me apaixonado.
Miami, 08 de julho de 2012 - American Airlines Arena.
Há aqui uma trágica verdade sobre o mundo da fama: A tristeza não tem espaço dentro dele. Na realidade, somos aplaudidos em pé quando cantamos sobre um coração partido e ganhamos incontáveis prêmios pela belíssima e genial canção, mas permitir que a nossa fraqueza seja exposta é inaceitável. Somos soldados da felicidade e devemos bater continência ao sorriso sempre que estamos em frente as câmera ou ao público. Do contrário, somos egoístas, irresponsáveis e mesquinhos.
Humanos, não, senhor. Máquinas de fazer música, sim, senhor.
Não importa o quanto você esteja despedaçada por dentro, o show tem que continuar. Havia quase vinte mil pessoas esperando que eu não as decepcionasse e proporcionasse a melhor noite da vida delas, então eu tive que recolher os meus pedaços e fingir que não estava decepcionada com aquele que intimamente eu chamava de namorado e a mídia insistia em chamar de sedutor.
Quando a noite de quarta-feira se aproximou, eu esperei com uma impaciência gostosa por ele. Nos afastarmos emocionalmente era, por si só, dolorido, fisicamente era um martírio ainda maior. Eu precisava senti-lo perto de mim; seus toques sempre me asseguravam que, eventualmente, nós acharíamos o caminho de volta para o coração um do outro. Mas não apenas o seu toque; Seus olhares sempre de verdes tão intensos me permitiam ler cada um de seu pensamento. E eu estava cansada de lê-los através das revistas ou de suas atitudes mascaradas pela mídia. Se ele havia mentido para mim, eu queria saber o porquê. Se ele precisava de um tempo para rodar o mundo e encontrar a si mesmo, eu precisava saber. Se ele precisava ter novas experiências, eu tinha o direito de saber. Então eu o esperei. Esperei até três horas da manhã, quando adormeci com o celular em mãos e um coração vazio.
Acordei com uma cama de hotel vazia, um celular sem mensagens e uma notícia de que Harry Styles estava em Doncaster com seu ex-namorado Louis Tomlinson.
- Esse show é pra cada um de vocês que já tiveram o seu coração partido! – foi a minha primeira frase ao entrar no palco na quinta-feira e então ignorando completamente a sequencia da setlist, comecei o show com The Last Time.
Era a primeira de três performances em Miami e eu não podia mentir para mim mesma dizendo que havia sido boa. A música era a minha única distração, mas, naquela situação, apenas dificultava o meu trabalho em esquecê-lo. Ainda assim, as três músicas que havia escrito para o meu próximo álbum eram todas sobre ele.
Os próximos shows foram levemente melhores. Recebi apoio de Trisha que levou as irmãs mais novas ao show na sexta, e no sábado a melhor amiga que o mundo da fama me trouxera voou de Vancouver até Miami para me dar apoio nos últimos dois shows. Perrie Edwards era integrante de uma girlband vencedora do X-Factor e nós tivemos uma ligação extremamente forte desde o início, embora fosse amiga em comum de Louis.
O show de sábado foi relativamente melhor e ainda arrisquei tocar o refrão de Little Me da banda de Perrie. Os fãs pareceram amar e vibraram com o trecho e aquilo aqueceu meu coração.
Mas observando a grande arena iluminada, escutando os gritos ensandecidos dos fãs e sentindo o carinho, o amor exalando de cada um deles... Eu... Eu percebi que o meu segundo maior sonho estava sendo realizado. Eu havia conseguido. Eu estava tão apaixonada que tudo o que conseguia pensar era no que ele estava fazendo enquanto todas aquelas pessoas estavam ali para me assistir. Eu estava tão cega de amores por Harry Styles que nada me completava plenamente.
Uma pena o meu sonho vir mascarado de pesadelo.
Era uma benção amá-lo.
Mas era uma maldição não saber viver sem ele.
Apoiei os cotovelos na mesa e enterrei o rosto em minhas mãos. Estava na companhia apenas da minha decepção que, àquela altura, já era tão palpável que havia se tornado a presença física. Minutos antes Lauren havia feito minha maquiagem, tendo que retocá-la toda vez que alguém aparecia para perguntar-me sobre Harry – e Louis – e então, quando ela finalmente terminou, pedi que me deixasse sozinha.
Era o último show e eu precisava dar o melhor de mim. As críticas começavam a crescer e eu tinha que provar, acima de todos, para mim mesma que eu era melhor do que toda aquela situação e podia sim ser a , princesinha da América e ostentar o título de melhor show da América do Norte.
Eu já possuía o título de princesa antes mesmo de Harry aparecer em minha vida. Eu não precisava dele para continuar o mantendo. Mas junto dele vocês podem se tornar reis.
Levantei a cabeça, chacoalhando-a para espantar os pensamentos impertinentes e a porta atrás de mim se abriu.
Era Harry.
Nós ficamos cinco minutos presos em uma intensa troca de olhares. Seus olhos queriam me dizer tantas coisas e eu queria que ele lesse tantas outras nos meus... Mas nós travávamos eternas batalhas dentro de nós mesmos. Ele foi o primeiro a sucumbir e correr em minha direção. Seus braços me roubaram para um abraço e eu não tive forças para relutar.
- ... – a voz rouca e profunda de Harry soou em meu ouvido, sua boca roçando em minha orelha. Suas mãos agora agarravam meus cabelos com avidez e meu peito queria explodir em chamas.
- A verdade, Harold. – pedi num vacilante silvo e ele colocou meu rosto entre suas mãos, segurando-me com tamanha delicadeza como se eu fosse feita de porcelana. Seus olhos, em um tom claro de verde, estavam fitos no meu com intensidade. O tipo de olhar que faz seus pelos arrepiarem e seu coração bater mais rápido. – Por que Louis?
- Maddie o convidou. Ele é um grande produtor, .
Abaixei o olhar, sentindo-me estúpida. Era tudo interesse e ganância. Sempre. Sempre.
- E nós somos amigos. Eu te juro que não aconteceu nada. Fui até Doncaster com ele apenas por... Mídia, marketing.
- E por que não me avisou, Harold? O mundo talvez não saiba o que vocês tiveram, mas eu sei.
Seu polegar acariciou cautelosamente minha bochecha, enquanto sua outra mão passou pela minha cintura, levando-me para um abraço intenso.
- Fiquei com medo da sua reação. Eu sou um covarde, , eu sei.
Ele deslizou o polegar pelo meu rosto levemente, levando-o até o meu queixo, forçando-me a olhá-lo. Seus olhos estavam marejados e eu engoli a vontade de me desfazer em lágrimas em seu abraço. Era horrível olhá-lo nos olhos e já não saber mais se podia confiar em suas palavras.
- Te amo hoje, ontem, amanhã e pra sempre. – ele se inclinou para beijar a minha testa, minha bochecha e sussurrou em meus lábios a nossa frase antes de beijá-los.
- Te amo pra sempre, Harry. – fiquei na ponta dos pés para alcançar os seus lábios novamente, selando-os levemente e sussurrei de volta.
- E hoje? – suas mãos voltaram a segurar meu rosto e acariciar minha bochecha com o polegar. Não consegui fitar os seus olhos brilhantes de expectativa e desviei o olhar. Ele estava usando a minha camiseta preferida e, por alguma razão, esse pequeno detalhe fez o meu coração se comprimir.
- Hoje não, Harry... Hoje não. – selei nossos lábios mais uma vez, deslizando o meu polegar por eles logo em seguida. Ele inclinou o rosto para melhor sentir o meu toque e então eu o deixei no camarim.
Miami, 09 de julho de 2012 - Hilton Miami Hotel.
Eu estava encostada no batente da varanda do quarto do hotel. A madrugada estava quente, então apenas permaneci ali após o show, sentindo a brisa gelada balançar o fino tecido do meu vestido. Meu corpo estava exausto, mas a minha mente só conseguia pensar no corpo coberto apenas por uma samba canção deitado na cama do quarto.
Ele tinha esse detalhe bobo e pequeno de seu caráter, de sua singularidade, que sempre me deixava de baixa guarda. Quando a situação atingia um nível péssimo entre nós, ele não ia embora.
Era diferente quando ambos precisávamos de um espaço, como na semana passada, mas naquele momento, o espaço que eu precisava era o dentro do abraço de Harry. Ele só precisava ser honesto e então, nós preencheríamos o vácuo entre nós.
- Por quê? – a pergunta sussurrada numa voz rouca cortou o silêncio e abraçando meus próprios braços para evitar mais arrepios, voltei-me para Harry.
- Por que o que, H.?
Ele abriu um sorriso triste, as suas covinhas quase não apareceram. Nós sabíamos que eu sabia qual era a pergunta, mas eu precisava ouvir de sua boca.
- Por que não me ama hoje, ? – ele se sentou com as pernas cruzadas na cama, indicando o lugar vazio ao seu lado num pedido implícito.
- Você não está sendo o Harold Styles por quem me apaixonei, Harry, mas isso não significa que eu não vou amar o verdadeiro você pra sempre. – o observei travar uma luta em sua mente. Uma ruga vincou no meio de sua testa e por alguma razão, meu coração se aqueceu vendo-o tão sério e compenetrado em sua própria luta. Deixei um suspiro lento e resignado escapar.
Ele era lindo.
Em seu rosto, ainda havia resquícios de sua adolescência. Seus traços eram levemente juvenis, mas seus olhos carregavam uma intensa maturidade. Naquela noite, banhado apenas pelo luar que invadia o quarto pela varanda, eles brilhavam em uma intensa variação de verdes-escuros. Fitavam-me veementemente e eu não conseguia manter o olhar fixo neles.
Sua pele clara estava exposta e algumas de suas tatuagens me encaravam, também. Um sinal de sua imaturidade gravado em seu corpo. Não que eu não as amasse... Eu realmente as admirava. O significado por trás delas, às vezes, me abalavam... Ele possuía inúmeras para Louis. Nenhuma para mim.
Ainda assim, amava cada pequena parte de seu corpo. Os seus ombros, seu torso, suas costas. Cada pequeno pedacinho, eu amava.
- Senta aqui, por favor. – ele verbalizou o seu pedido, apontando o espaço vazio novamente. Eu hesitei por um instante e o vi morder os lábios e fechar os olhos fortemente. Estava segurando as lágrimas.
Sentei-me silenciosamente em sua frente e ele me puxou para o seu colo, encaixando-me de lado em suas pernas. Agarrei o seu pescoço com as mãos e enterrei meu rosto em seu ombro.
- Eu o amei, . – sua voz soou cautelosa, seu hálito quente atingindo meu cabelo para logo em seguida ele beijar o topo de minha cabeça. Respirei fundo porque eu apenas soube que não gostaria de escutar metade do que estava por vir, embora fosse necessário. – Quando nós nos conhecemos, eu estava perdendo Louis, você sabe disso. Eu estava destruído porque, nossa, , ele foi o meu primeiro amor e você entende o quanto pode ser assustador amar um homem a primeira vez que você ama na vida?
Ele deu uma pausa. Desci uma mão até seu peitoral e senti seu coração bater acelerado contra ela. Com a outra, embrenhei meus dedos nos cachos perdidos em sua nuca e comecei um carinho, encorajando-o a continuar.
- Mas ele não me amou, . Não como eu precisava ou como eu queria e então... Então eu conheci você. Foi insano perceber o quanto você sabia de mim sem nem me conhecer naquela apresentação da MTV. Foi ali que eu senti que você era alguém especial. E você se provou assim pelo resto do ano, .
Os ombros de Harry estavam molhados com as minhas lágrimas. Doía saber que eu fui o seu band-aid para Louis. Eu não sabia o porquê. Apenas doía. Ouvi-lo dizer que amou outra pessoa não era a melhor sensação, também.
Levantei a cabeça para encará-lo e ele já me olhava. Um olhar apreensivo e esperançoso me queimando inteirinha. Levei a mão que estava em seu peito até o seu rosto e o acariciei cuidadosamente. Deslizei o polegar por suas bochechas até alcançar o seu lábio e me demorar um pouco ali. Harry fechou os olhos, mergulhando em meu toque.
- Isso não explica porque você me deixou sozinha por quatro dias, Harold. – contrapus e seus olhos ferozes se abriram.
- Eu não terminei, você que está me distraindo. – ele respondeu sério, mas um sutil sorriso brincava no canto direito de seu lábio. A covinha graciosamente aparecendo. Deslizei o polegar até ela e então ele sorriu abertamente.
- Continue. – falei simplesmente.
- Toda às vezes em que eu pensei que fosse ser fraco e voltar para ele, você esteve lá me provando que eu merecia muito mais do que me humilhar por alguém que não me amava.
- Certo, eu fui o mertiolate da ferida que Louis abriu em você. E aí?
- Ei... – ele soou um pouco ofendido e inclinou a cabeça em direção à mão que ainda o acariciava. – Não foi nada disso. Só estou querendo dizer, , que você me fez enxergar que o amor não é destrutivo. O amor é pura salvação e você me salvou de mim mesmo. Eu era cego por tudo que Louis podia me dar materialmente, mas você abriu meus olhos e me mostrou que um sentimento puro é muito mais valioso do que qualquer contrato.
Lentamente eu saí de seu colo e fiquei de joelhos a sua frente. Peguei o seu rosto com as minhas mãos e lhe dei um beijo na testa.
- Você quem se salvou, Harry. Você abriu seu coração para mim mesmo estando magoado e isso foi tremendamente corajoso.
Harry levou suas mãos até as minhas e as abaixou. Ele plantou um beijo simples e rápido nos meus lábios.
- Essa é a questão, . Eu sou um tremendo covarde. – ele sussurrou ainda perto do meu rosto e naquele instante o meu coração se partiu em um milhão de pedaços. – Eu sou covarde porque eu não sei me controlar. Eu sempre volto pra ele... Não do jeito que você pensa. Eu amo você, eu não tenho dúvida alguma disso, e eu nunca me abaixaria ao nível de te trair. Mas eu não sei dizer não quando se trata do Louis e o seu mundinho. Eu sou fraco, fraco demais e entendo se você precisar de um tempo longe de mim.
Quando ele terminou de falar, soltou as minhas mãos com delicadeza em meu colo e abaixou a cabeça, seus cachos caindo e roçando de leve em minha pele. Ele agarrou os próprios cabelos e seu corpo começou a tremer como se estivesse chorando. Ele estava, eu sabia.
A sua maior fraqueza era ele mesmo e eu não conseguia amá-lo menos por isso. Harry era a pessoa mais maravilhosa que eu conheci em minha vida, mas até mesmo ele, possuía defeito. O seu... Não saber a hora de parar a sua ambição.
- Harry… - o chamei com o máximo de carinho e o enlacei em meus braços. Ele enterrou a cabeça em meu colo e passou as mãos pela minha cintura numa posição completamente desconfortável. – Eu não posso te culpar por isso. Eu seria uma pessoa horrível se fizesse isso... Só... Você entende que eu estou apenas chateada por você não ter confiado em mim, certo?
- Eu confio em você. – ele contrapôs e levantou seu olhar até mim. Ajeitou-se na cama, fazendo-nos voltar a nossa posição inicial. Encaixei-me em seu colo e só então ele continuou. – Eu só não gosto de te decepcionar quando cedo a isso.
- Você me decepciona muito mais quando não me conta. Eu não vou te dar bronca, não vou te repreender por querer estar na mídia, Harry. Seja ao lado de Louis, de Maddison, da Rainha da Inglaterra... Eu só quero que você confie em mim pra dizer como está se sentindo e o que você quer naquele momento. Quando você me deixou no silêncio por quatro dias, eu achei que você estivesse com Louis. Não que eu não confiasse em você, Harry, eu realmente queria estar errada, apenas... Sabe? Se você apenas tivesse me dito, eu não teria me sentido rejeitada. E como eu disse, a mídia só sabe sobre a amizade de vocês, então pra eles está perfeito que vocês saíam juntos... Mas e eu, Harry? Como eu supostamente tenho que me sentir quando sei a verdade e tenho que mentir de novo e de novo na frente das câmeras?
O silêncio foi a minha resposta. As lágrimas quentes dele molhavam o meu vestido e eu apenas me permiti abraçá-lo e esperar que passasse. Eu podia sentir o quanto ele estava magoado com as minhas palavras, mas, acima de tudo, magoado consigo mesmo. Estava com a cabeça encostada em seu ombro e após algum tempo, ele inclinou sua cabeça na minha. Seus cabelos fazendo cócegas em meu rosto.
- Se você precisar de um tempo longe de mim, vou entender. – ele repetiu.
- Harry, meu discurso é quase uma súplica pra que você não me afaste e que você queira ficar. – minha voz saiu mais falha do que o esperado, e a minha confiança foi quebrada no meio da sentença quando ele me abraçou mais forte e aspirou meus cabelos carinhosamente.
- Eu quero ficar, é claro que eu quero. Só queria ter certeza de que você não estava cansada de mim.
Com um impulso, eu o joguei na cama, forçando-o a deitar-se de costas e posicionei-me em cima dele, as pernas uma de cada lado de seu corpo. Inclinei-me para frente e Harry me fitava espantado, mas com um lampejo de excitação em seu olhar.
- Eu te amo hoje, amanhã e pra sempre, Harry Styles. – sussurrei próximo de seus lábios e Harry se apoiou em seus cotovelos para levantar seu rosto até mim.
- Ainda bem que o ontem já não importa mais... – ele aproximou sua boca da minha e sussurrou de volta e sorriu contra os meus lábios, roçando-os numa carícia tentadora. - Eu te amo todos os dias da minha vida, . – Seus lábios macios tomaram os meus num beijo lento, intenso e apaixonado. O gosto de álcool, menta e felicidade misturando-se em minha boca e me lembrando do porque eu esperara tanto tempo. Harry apenas valia qualquer mísero esforço. Ele me beijava, sua língua traçando os caminhos certos para me dizer, sem proferir uma palavra se quer, que ele também me amava de volta. Na mesma intensidade, mas com milhares de outras complicações.
Try to remember what we had at the beginning
He was charismatic, magnetic, electric, and everybody knew it
When he walked in, every woman's head turned
Everyone stood up to talk to him…
Londres, 17 de julho de 2011 – Thomas Fletcher’s Party.
O reflexo que me encarava de volta no espelho estava deslumbrante. Pela primeira vez durante um longo período de tempo, eu estava me sentindo a vontade com meu corpo e comigo mesma. Eu não fazia parte da porcentagem de garotas inseguras, longe disso, mas, mergulhar no mundo da fama era se molhar com a insegurança pelo menos uma ou duas vezes na vida. A cobrança para ser perfeita é real e é feita todos os dias. Sempre vai ter um jornalista sem noção para criticar a sua escolha de maquiagem, corte de cabelo ou estilo de roupa. Cor muito extravagante, cabelo muito curto, roupas que não favorecem o corpo. E, pior, se de repente você precisa emagrecer ou engordar, os tabloides não se demoram em apontar: anoréxica ou gorda. O motivo por trás do seu formato corporal não importa... É o seu dever permanecer perfeita, digna de ostentar a posição de Miss Universo. Felizmente, esse era um dos poucos assuntos que eu preferia ignorar. Eu me apegava aos comentários de bom coração dos meus fãs e era isso o que importava. Mas, às vezes, eu sucumbia a ser o que apenas sou: humana.
Os primeiros meses com Harry foram a fase mais obscura durante a minha carreira em questão de autoestima. Eu não era boa o bastante para o precioso Harry Styles e éramos somente uma estratégia de marketing para que pudéssemos permanecer na mídia. As críticas eram fortes e pesadas e por meses eu cobrei mais de mim do que eu realmente poderia me oferecer. Pequenos detalhes como um simples corte de cabelo eram motivos para preocupação. E eu me odiei por possuir um corpo desproporcional com seios pequenos e cintura larga.
Eu era horrível.
Eu não era boa o bastante para estar com Harry Styles.
Não importava o quão duro eu tentasse, não importava o quanto eu me cobrava, eu simplesmente não me achava digna de estar ao seu lado diante das câmeras.
Até eu conhecer a Giovanna Falcone, nova namorada de Tom. Ela era uma mulher comum, vivendo fora dos limites da mídia e embora parecesse completamente despreparada para encarar o sujo mundo da fama, era forte e destemida. Ela não se adequava aos padrões que a sociedade nos impunha. Não era magra, loira e maravilhosa. Seus cabelos eram enrolados e bagunçados e até mesmo em premiações de Thomas, ela aparecia com pouca ou sem nenhuma maquiagem. Ela era ela mesma, independente de a acharem imprópria para Thomas. As críticas lhe pegavam as vezes, mas se alguém como ela, simples e desconhecida poderia lidar com aquele mundo, porque eu, que estava vivendo nele desde os quinze anos, deveria mostrar medo e insegurança quando o homem eleito o mais cobiçado da América do Norte deitava-se na minha cama no fim da noite?
Giovanna nunca soube o quanto me ajudou. Eu apenas a admirei em segredo e fiz questão de criarmos uma amizade sincera.
Encarei o meu reflexo no espelho por longos minutos. Um vestido preto moldava-se perfeitamente ao meu corpo. Ele era fechado na altura dos seios, abria-se num magnífico decote em minhas costas e o seu cumprimento alcançava o meio de minhas coxas. Eu estava me sentindo magnífica e até mesmo estava admirando as duas covinhas que enfeitavam a parte inferior da minha espinha.
Eu subi o olhar de minha cintura até o meu cabelo e pelo espelho, vi Harry me observando encostado ao batente da porta, os braços cruzados no peito e um sorriso contemplativo em seus lábios. Eu sorri de volta ainda o olhando pelo espelho e ele veio até mim, passou os braços pela minha cintura, abraçando-me por trás e descansou o queixo em meu ombro.
- Você está... Uau, você está perfeita. – ele plantou um beijo lânguido em meu pescoço e voltou seus olhos admirados para o espelho, fitando-me com intensidade. A sensação gostosa de várias correntes elétricas percorrendo meu corpo e arrepiando cada pelo me atingiu e Harry abriu um sorriso satisfeito. Ele era elétrico e eu amava isso.
- Olhe para nós... – eu pedi e ele sorriu ainda mais. – Nós somos perfeitos juntos. – nós encaramos nossos reflexos por alguns segundos. Suas mãos posicionadas em meu ventre, sua cabeça encaixada perfeitamente na curva do meu ombro, minhas mãos em cima das suas.
Éramos um belo casal. Não havia como negar. Mas, no fundo da minha alma, eu precisava que nos provassem isso. Era ridículo e eu odiava cada parte de mim por fazer da aprovação uma necessidade, mas, eu precisava.
Não qualquer aprovação. Uma específica. E eu sabia que Harold também necessitava.
Então, Harry me virou de frente para ele. Seus dedos se embrenharam nos cabelos da minha nuca, puxando-os para trás com agilidade e força. Deslizou seu nariz pelo meu pescoço, levando-o até o meu queixo e parando ali. Aproveitei minhas mãos livres e o puxei para perto de mim pela cintura e seus lábios roçaram nos meus. Ele sorriu ainda sobre meus lábios e me beijou. Nossas línguas logo encontraram o caminho até a outra e nossos gostos já tão conhecidos se misturaram. Intenso e apaixonado sempre definia a nossa troca de carícias.
- Vamos? – sussurrei contra seus lábios.
- Eu não sei se quero dividir a sua perfeição com os outros. – ele choramingou, entrelaçando nossos dedos, e eu rolei os olhos.
- Harry...
Levei a taça de champanhe até a boca, bebericando um pouco das estrelas em forma líquida e recostei-me a parede próxima do bar. A música tocando ao meu redor parecia estar saindo debaixo da água. Os sons lentamente se dissipando até tornarem-se um perfeito silêncio em minha mente. As poucas luzes coloridas do ambiente se transformaram em uma baixa luz branca localizada em um local específico. De repente, ele era tudo o que meus sentidos conseguiam capturar.
Observá-lo era de tirar o fôlego.
Ele estava vestido com uma calça jeans skinny preta e uma camisa branca com os botões abertos o suficiente para deixar a tatuagem de dois pássaros em seu peito e o colar de cruz visível. Os cabelos começavam a crescer, então a franja não mais tinha espaço, dando lugar a um penteado com os cabelos puxados para trás.
Simples, mas seu charme pouco se resumia a isso.
Durante o tempo em que o observei, ele conversava com Tom, dando inúmeras gargalhadas de fechar os olhos e limpar as lágrimas. Lambendo os lábios toda vez que começava a falar e jogando os cabelos de um lado para o outro, vez ou outra. Eu não era a única a perceber o seu charme. Homens e mulheres ao seu redor tiravam um segundo ou dois de seus momentos para fitá-lo. Algumas mulheres o paravam, tocavam-no nos braços e cochichavam em sua orelha e então ele sorria simpático e elas iam embora. Harry é carismático.
A última pessoa que observei abordá-lo foi Louis. Ele era no mínimo dez centímetros mais baixo do que Harry, então precisou ficar na ponta dos pés para abraçá-lo. Harry inclinou a cabeça na direção de sua nuca e sussurrou algumas palavras ali que o fizeram sorrir. Meu coração deu um pequeno looping no meu peito. Louis manteve as mãos no braço de Harry durante todo o tempo em que conversaram e Harry se despediu com um aperto em seu ombro. Porém, antes que Louis o deixasse, ele o cutucou e apontou em minha direção. Como numa explosão, a música e as luzes da festa voltaram a invadir meus sentidos e minha alma encontrou meu corpo. Senti uma ardência em meu rosto quando os dois olhares se direcionaram para mim.
Levantei a minha taça em direção a eles e Louis chamou-me sibilando para mim. Caminhei confiante até eles e, após cumprimentá-lo educadamente, embrenhei-me nos braços de Harry. Sua mão agarrou a minha cintura com avidez e assisti o olhar de Louis descer até ali e voltar com um sorriso genuíno nos lábios.
- Eu estava aqui comentando como você está maravilhosa hoje, . – Louis falou um pouco alto entre Harry e eu.
- Obrigada. – devolvi o sorrio e levei minha mão até o casaco de Louis. – Você está lindo também.
Ele respondeu abanando a mão no ar, como se não fosse nada.
- Vocês formam um belo casal. Desejo o melhor pra vocês, espero que saiba disso. – Louis abaixou a cabeça, dando um passo para trás, hesitando por um segundo ou dois e então, deixando um longo suspiro escapar, colocou as mãos nos bolsos e ergueu novamente o olhar até nós.
Seus olhos eram de um azul profundo e, secretamente, costumava dizer que eram tão frios como o inverno. Mas naquele instante eles estavam quentes, calorosos... Um sorriso iluminou o meu rosto.
- Sabemos, Louis. – Harry e eu dissemos em uníssono, colocando a mão em seu ombro. – Mas os créditos também vão para o Harry, não seria um casal bonito sem ele. – brinquei e pisquei para Harry.
- Estava comentando também que Harry está a cada dia melhor. Mais carismático, também, quase não consigo cumprimentá-lo. – Louis adquiriu uma feição séria e eu não pude dar espaço para o ciúme. Ele estava irrevogavelmente certo.
- Todo mundo quer um pedacinho do Styles. – levantei meu olhar até Harry e ele sorria sem graça. Uma leve curva no canto dos seus lábios e uma covinha.
E então, a necessidade de aprovação não mais existia.
He was like this hybrid, this mix of a man who couldn't contain himself
I always got the sense that he became torn
Between being a good person and missing out on all of the opportunities that life could offer a man as magnificent as him…
Los Angeles, 03 de abril de 2015 – Harry Styles’ House.
Harry Styles tinha o mundo em suas mãos.
O seu andar ainda era tranquilo e a sua postura ainda era leve como se peso nenhum caísse sobre seus ombros. Ele abria as mãos e o mundo escapava pelos seus dedos, abrindo um leque de oportunidades para ele. A sua vida se tornou uma eterna estrada de tapete vermelho.
Eu o admirava com os olhos brilhantes de uma criança admirando o seu grande herói. Honestamente, Harry não conseguia evitar, mas se esforçar para ser o herói de todo mundo.
E ele era.
E ele é.
Mas, o que todo mundo finge não ver, o que os cegos por conveniência não enxergam, é que heróis não são perfeitos.
Harry também não era.
Houve um instante, então, um milésimo de segundo, na verdade, aquele pequeno segundo que, se você pisca, o perde... Houve esse breve momento e eu entendi. Eu apenas entendi que Harry era o que era.
Um grande complexo do que esperavam que ele fosse e do que ele realmente era.
(You're still all over me like I wine-stained dress I can't wear anymore)
O quarto estava relativamente escuro. O único fio de luz entrava pela varanda aberta do quarto; a luz branca da lua ultrapassando o meu tronco e iluminando a linha do corpo nu de Harry deitado ao meu lado. O desenho das suas costas banhado por um contraste de branco e preto. Não contive o impulso de tocá-lo e deslizei as pontas de meus dedos desde os seus ombros até o final de sua espinha, sentindo seu corpo reagir ao meu toque, colocando seus poros em alerta e arrepiando-o inteiro embaixo do meu toque. Ele não despertou imediatamente, então fiz o caminho inverso, dessa vez levando minha mão até os seus cabelos e perdendo meus dedos em uma carícia delicada.
Harry não se virou, mas eu soube que ele estava acordado. Suas costas se arquearam levemente e um suspiro pesado saiu de sua boca. Eu daria tudo para saber o que ele estava pensando.
- Está tarde, você deveria estar dormindo. – ele finalmente se manifestou. A voz profunda e rouca de sono arrepiando-me por inteira.
- Não consigo. Muita coisa na cabeça. – ouvi Harry suspirar mais uma vez e então ele se virou de frente para mim.
Os seus olhos estavam vermelhos. Se não por sono, porque estivera chorando horas mais cedo. Ele piscou seus grandes olhos verdes para mim, abrindo um ligeiro sorriso quase não mostrando a sua covinha.
- Compartilhe. Quem sabe assim será menos coisas para pensar e você volte a dormir. – uma mão de Harry acariciou com delicadeza a minha bochecha enquanto a outra descansou em minha coxa, seus dedos criando desenhos imaginários em minha pele.
Uma das qualidades que eu mais admirava em Harry era a sua capacidade de conversar olhando diretamente em seus olhos. Isso demonstrava honestidade e toda a nossa relação era sobre isso.
- Você vai aceitar o contrato de Louis e você vai pra mais uma turnê seguida.
Não foi uma pergunta. Harry soube disso e enquanto eu falava, ele nem ao menos piscou.
- Junto com você. – seu lábio se comprimiu numa linha fina e sua testa se vincou numa linha de expressão austera. Seus dedos continuaram a carícia em minha coxa, no entanto.
- Você sabe as regras da produtora de Louis. – abaixei o olhar até a sua mão em minha perna e ele cravou suas unhas de leve ali.
- O problema não é o Louis, então. – ele pontuou.
- O problema nunca foi Louis. Você sabe.
- Qual o problema, então, ?
Harry sentou-se de frente para mim. Nossos joelhos se tocando, suas mãos espalmadas em minhas coxas. Sua testa colada na minha.
- Você não é assim. Eles vão te pedir matérias e você irá dar para eles, Harry. Isso vai me machucar e eu vou fingir que não é nada porque, no fim, você volta pra mim.
- Eu não vou fazer nada que possa te machucar, . – sua voz se quebrou no meio da frase. Profunda, rouca e triste. – Tudo sempre foi do jeito que é. Nós nunca precisamos disso.
- Mas eles precisam e eles não entendem, Harry. – sua mão descobriu o caminho até a minha boca; seu polegar gentilmente deslizando pelo meu lábio inferior.
- Eu não vou deixar nada ficar entre nós dois. Você não confia em mim?
- Eu confio. Confio no seu coração, no seu sentimento e no seu caráter. Confio no meu Harry Styles. Eu não confio no Harry Styles da mídia.
- Ignore esse Harry Styles. Se foca nisso. – sua voz saiu num sussurro suplicante. Algo desmoronou dentro de mim, e eu não soube dizer o que. Harry levou minha mão até o seu peito. As batidas do seu coração batiam fortes contra a palma de minha mão. – Consegue sentir?
- Eu te amo hoje, ontem, amanhã e pra sempre, Harry. Eu sinto cada batida do seu coração e sei que ele me ama de volta... Mas foram seis anos vivendo na sombra do que nós não somos. Você era a única parte sóbria disso tudo e agora que você tem a chance de fazer o mesmo por mim... Você foge. Ou melhor, você volta. Eu não estou te culpando, você sabe, não sabe?
Harry levou minha mão até a sua boca, beijando-a levemente.
- Eu espero que você entenda, então, que eu te entendo e te amo, mas eu já não sei mais lidar.
Não foi necessária nenhuma palavra ou olhá-lo para eu saber que as lágrimas já desciam sem vergonha nenhuma pelo seu rosto. O silêncio se seguiu por um espaço indecifrável de tempo.
- Isso não é um adeus, .
- É um até logo, Harry.
Os braços de Harry me envolveram num abraço quente e eu me senti acolhida em meu lar. Nós nos deitamos na cama fria naquela posição. O corpo nu de Harry se chocando contra o meu; seu calor me envolvendo enquanto ele sussurrava pequenas palavras doces em meu ouvido. Naquele milésimo de segundo quando estamos entregando a consciência para o sono, as palavras de Harry se transformaram numa promessa.
- Um dia eu vou provar a você que não há nada no mundo que mude o Harry Styles que eu sou quando estou com você.
And in that way I understood him
And I loved him
I loved him, I loved him, I loved him
And I still love him I love him
Los Angeles, 20 de dezembro de 2015 – Private Location.
Oito meses e dezessete dias foi o meu limite; o nosso limite. Quando eu abri a gaiola e o libertei, nós provamos a nós mesmos que o amor é sobre isso: ser livre; deixar ir. Eu o deixei partir, mas ele não me soltou. O que éramos, o que nos tornamos... Juntos; isto apenas nos unira em um laço indestrutível. Eu fui a âncora de Harry por muito tempo, mas, após oito meses e dezessete dias, ele me provou que o nosso amor era a única âncora de que ele precisava. Ele me provou que num momento perdido do passado, eu estive errada; Provou para mim que, apesar do vislumbre com a fama, ser apenas o que ele é era o que importava. É necessário mergulhar para saber que a água encharca e é gelada, e eu soltei a sua mão quando ele precisou mergulhar.
Oito meses e dezessete dias e uma quebra de contrato depois, meu coração batia na mesma sintonia do que o de Harry. Mergulhávamos no mesmo mar, provando das mesmas sensações.
A temperatura era relativa naquele dia. Os termômetros beiravam os nove graus, mas meu interior pegava fogo; as mãos transpirando. Uma venda cobria meus olhos e o toque conhecido das mãos de Harry me guiava por alguma rua, poderia dizer pelo barulho de buzinas e motores que alcançavam meu ouvido.
- Pronta? – sua voz carregada de ansiedade e animação sussurrou próximo ao meu ouvido e meu interior se congelou. Segundos atrás eu estava fervilhando, agora eu estava convicta que teria uma hipotermia por dentro.
Harry Styles me bagunçava.
- Pronta. – assegurei, pousando minhas mãos em cima das suas em minha cintura.
- Ok. Antes... – meu corpo girou um pouco e quando a venda caiu de meus olhos, logo encontrei os grandes olhos verdes que tanto confiei. – Te amo hoje, ontem, amanhã e pra sempre. – primeiro ele beijou minha testa, depois cada bochecha, o meu queixo e então, os meus lábios.
Quando ia respondê-lo, suas hábeis mãos me viraram e um prédio grande e moderno me encarava de volta. Tentei processar inúmeras informações, mas nenhuma parecia fazer sentido.
- O que é isso? – esperei que o meu tom de voz tivesse saído mais surpreso do que rude e dizendo pelo abraço em que fui levada, eu havia conseguido.
- É meu prédio. Eu o comprei e bom... Veja bem, é seu também, se você quiser. – Harry encaixou seu rosto em meu ombro, o abraço apertado em minha cintura.
- Louis não pediu muito pela quebra de contrato e é um investimento. Na realidade, é apenas o começo para realizar o sonho de ter uma produtora com você... Se você quiser.
Enquanto Harry se explicava num nervosismo atraente e meigo, eu sentia meu coração pular todas as batidas possíveis e meus olhos encherem de lágrimas.
A gaiola fora aberta, mas ele sempre soube o caminho de volta para casa.
- Eu acho que devíamos chamá-la de Lucky Productions. – Harry parou no meio de sua frase quando falei. Fez-se silêncio por alguns segundos e então senti um beijo leve embaixo da minha orelha.
- É um belo nome. Posso saber por quê?
- A primeira vez que nos vimos, você entrou no estúdio e eu estava cantando uma música sobre como nós somos chamados de sortudos. Pensando hoje, talvez nós sejamos mesmo sortudos, Harry.
- Por que nós temos um ao outro, certo? – ele sussurrou. – Finalmente.
- Não... – virei-me de frente para ele, colocando seu rosto em minhas mãos e dando um leve beijo em seus lábios. – Porque, finalmente, nós superamos tudo o que eu tive medo durante a minha vida inteira e, secretamente, você também. E agora... Agora nós realmente somos sortudos, Harry.
Fim.
Nota da autora: (09/08/2015) Olar, cupcakes. Como vocês estão?
Não sei nem por onde começar a falar dessa shortfic. Mas, vamos lá... Ela é o meu xodozinho no momento, porque eu absolutamente AMO o monólogo do clipe de National Anthem da Lana. Eu sempre o achei lindo, profundo e tão... verdadeiro, mas, ao mesmo tempo, tão triste e tão digno de uma relação de duas vias e aí, I came up with the idea. Eu fiquei hesitante porque é um assunto que – PRA MIM – é bem delicado e eu nunca consegui passar do segundo capítulo quando tinha essa temática numa fanfic, mas daí eu descobri que era apenas porque o meu conceito dos behind the scenes é bem... diferente e eu quis expô-lo na fic. Confesso que eu imaginei um final totalmente diferente, um pouco mais drama mexicano, mas eu acho que deu pra entender que eu quis dizer que o amor still a thing e que ele pode, sim, existir dentro de um mundo tão sujo quanto esse e que, most of the times the rumours are terrible and cruel, but most of them are true. Right?
Eu acho que vai rolar um preconceito por ser 100% baseado nas músicas da Taylor, mas, veja bem... a mulher é caralhuda demais pra escrever sobre o assunto. Apenas. Reconheci seu valor como compositora e sem as músicas dela, Redamancy não existiria. Hahah So, come come along with me e sinta a vibe da fanfic. (E não vou comentar sobre a participação do Louis T. porque isso não deveria ser algo pra me desculpar or whatever)
Espero que tenham gostado e que deixem amor embrulhado em forma de comentário ali embaixo. Hahahah Aceito críticas, xingamentos, choros, tudo é bem-vindo, really.
Yours sincerely,
Laura xx
@ grupo no fb das minhas fanfics.