Right to Fly
Por: Pam | Beta: Nelloba Jones

People have the right to fly
And will when it gets compromised
Their hearts say "Move along"
Their minds say "Gotcha heart"
"Let's move it along"



Prólogo

Dei um passo para frente, tentando me esquivar da multidão enquanto metade do meu corpo estava sendo espremido em meio a um mar de pessoas e a outra parte tentava, gloriosamente, alcançar a grade. Quando dei por mim, de que as pontas dos meus dedos trêmulos haviam finalmente tocado a grade, soltei um gritinho histérico dos mais pré-adolescentes do mundo.
– Ok. Você já pode cair em si. – Kayla me disse, guiando-se até mim. Segurei sua mão e a puxei com devida rapidez. Ela era inexperiente em relação a shows e mais ainda aos empurrões das pessoas. – Por favor, você está pisando no meu pé. – comentou com uma garota que estava ao seu lado, com o sotaque português lusitano mais bonito do mundo. A menina se afastou um pouco e Kayla encostou-se à grade. – John quem? – brincou ela, rindo para mim.
– Cinco minutos. – chequei no relógio, em seguida meus olhos chorosos fixaram-se ao palco. – Acho que vou desmaiar!
– Não... – ela sussurrou, segurando com força nas barras metálicas. – , eu não vou suportar isso aqui. Por que eles estão me empurrando?
– Relaxa, Kay. – dei de ombros. – Vão parar quando as luzes se acenderem.
John Mayer era o meu grande ídolo desde os meus ingênuos catorze anos.
Faltavam cinco minutos para o show começar e eu já não conseguia me lembrar como se respirava.
As pessoas estavam inquietas e eu não podia culpá-las. John Mayer era o problema!! Vacilei para o lado, sem querer esbarrando em um moço. Moço bonito, muito bonito.
– Desculpe? – cochichei e ele virou-se totalmente para mim, deixando a conversa animada com o amigo de lado.
– Tranquilo. – adiantou-se a dizer e deu um sorriso confiante. – Sotaque bonito, de onde és?
Seu sotaque também era bonito. Gringo. Eu tinha certeza.
– Porto Alegre de nascimento, mas me mudei para São Paulo neste ano. Amo esta cidade e não a abandono por nada. – declarei, minutos depois de saber que seu nome era , que estava longe da Inglaterra há quatro meses e que adorava meninas com cabelos cacheados. Eu, por sorte ou não, detinha a última característica.
E em I Don’t Trust Myself cantou os primeiros versos sussurrados em meu ouvido, numa nota e voz afinadas invejáveis. Não hesitei em beijá-lo e ter a surpresa de gostar. Na penúltima música, Neon, ele abraçou-me forte e pediu que eu imaginasse que estivéssemos a sós. Sentindo-me em chamas, percebi que não o deixaria tão fácil. Era como voar em um sonho, mas em um sonho real.
Eu já estava apaixonada, quando o show acabou e , gentilmente, nos deu uma carona para a casa, permanecendo por lá até de manhã. Nada além de conversas, gritos fanáticos ao nos lembrar de John e beijos carinhosos foram capazes de me prender tanto a ele. Não falamos nada na sexta-feira, mas no dia seguinte, trouxe-me donuts para o café da manhã e uma rosa perfumada.

Rosquinhas.
Disco de Paradise Valley.
O apartamento minúsculo só para nós dois.

Segundo Kayla, em quase um ano de convivência, ela nunca havia me visto tão sorridente e alegre assim. Minha felicidade tinha um motivo.


Alguns meses depois

– O que essa tenente quer numa hora dessas, então? – perguntei enciumada. – Por que tu escondeu o celular?
– Mas eu não escondi. – rebateu ele. – Eu não escondi celular nenhum, . Você está pirando! – puxando-me para si, segurou o meu rosto. – Não quero brigar com você, eu juro. São compromissos, , e querendo ou não, tenho de cumpri-los. Você precisa entender que existe um fuso na Inglaterra diferente daqui do Brasil e não, eu não estou te traindo com uma oficial superior da aeronáutica inglesa. Só você consegue pensar nessa hipótese. – dando uma gargalhada, ele acariciou minha pele e beijou-me na bochecha.
– Não quero que você vá... Eu... – e novamente eu estava agindo como uma adolescente imatura e sensível. – Eu não vou aguentar ficar longe de você, . Nem sei como consigo aturar você, na verdade.
fez uma careta, abraçando-me em seguida antes de voltar a arrumar as malas. Neguei-me a ir ajudá-lo, só pelo fato de não conseguir aceitar que ele ficaria longe de mim. Era estranho o quanto eu me prendia a alguém e mais estranho ainda era quando eu não conseguia me desprender de jeito nenhum.
Joguei-me na cama, observando-o cuidadosamente ajeitar as últimas bagagens. Era de partir o coração vê-lo tão animado para a tal missão que fora chamado e eu, reverendíssima péssima namorada, desejando-o comigo e sem pensar uma gota na felicidade dele.
Fora tão difícil achar alguém que me fizesse feliz e agora ele estava indo... esvaindo-se de meus dedos... caindo e caindo sem me deixar segurar a sua mão...
Provavelmente eu estava exagerando um pouco. Só a ideia de imaginá-lo longe por um dia sequer era terrível e eu queria enlouquecer, mas jamais deixá-lo sair de perto de mim.
– Eu não vou deixar você. – ele disse, alcançando o sotaque mais desejável do mundo. Abracei-o fortemente enquanto ele beijava o topo de minha cabeça. Estávamos enrolando no aeroporto há quase duas horas. – Sério, . A gente está bem, você não me disse isso?
– Sim. – eu respondi, não desgrudando de seu corpo. As lágrimas começaram a surgir e em pouco tempo molharam quase que toda a camiseta do meu namorado. – Quando eu fiquei dependente de você mesmo?
Segurando-me pela cintura, ele aproximou nossos corpos, encostando a ponta de seu nariz ao meu. Ele beijou-me da maneira mais suave possível e apertou-me em seus braços. Minha segurança estava partindo e eu só queria achar um método de me livrar dessa dor antecipada.
– Não preciso te lembrar, você consegue sozinha. – disse ele, passando dois dedos por minha bochecha carinhosamente. – Lembra ou não? – insistiu, sussurrando em meu ouvido, ainda com os dedos no meu rosto.
era cruel.
– Não deixe ninguém te tocar. – mandou, despedindo-se de vez ao largar o meu rosto provocantemente e segurar minhas mãos.
– O mesmo pra você.

Voo noventa e sete, rumo a Londres, Inglaterra. Última chamada para o embarque. Dirijam-se aos respectivos balcões.

– Eu tenho que ir? – ele perguntou ao mesmo tempo em que eu voltava a chorar e apertava com força sua mão. Já estava tremendo.
– Você não vai se esquecer de me ligar? – eu o empurrei. – Vá logo antes que perca esse voo. Vai!
Com um sorriso pequeno, soltou uma das mãos e beijou a outra. Ele se virou e aproveitei para arrumar a gola de sua camiseta e alisar seus ombros fortes. Quando tirei minhas mãos de seu corpo, ele deu alguns passos sem olhar para trás, até chegar ao balcão do check-in. Ele sorriu mais uma vez, agora mais longe.
– Juntos? – gritei e ele desviou o olhar do guarda para me encarar.
– Até os fins dos nossos dias! Não se esqueça que você é minha! – seguiu meu grito e então acenou. Passou pelo check-in e daí percebi que estávamos separados. Por pouco tempo. Por muito pouco tempo. Ele prometera.

~*~


A última coisa que me lembrei de ter feito concretamente fora abraçar Kayla e dizer que já sentia a falta de . Ela me preparou um chá verde e baixou cerca de três a quatro filmes para que eu passasse a noite bem enquanto ela tentava terminar o trabalho de graduação. Lembro-me de ter tomado o chá e adorado.

~*~


Então eu estava numa ilha paradisíaca, sentada em uma duna com os pés esticados e as mãos apoiadas na areia. Ao meu lado, estava uma garrafa de água e um lenço vermelho para a cabeça estilo bandana. Apalpei a areia macia e deslizei minhas mãos até o chamativo lenço, retirando a poeira do acessório. Coloquei-o na cabeça, mas eu não tinha um espelho comigo.
– Já ouviu dizer que é feio mexer no que não é seu? – uma voz masculina disse em tom sério e eu logo me virei para reconhecer o dono.
.
– Não seja bobo. – dei risada.
– Não seja bobo. – ele imitou, sentando-se a minha frente e encarando-me com deboche.
– O que você quer?
– O que você quer? – repetiu mais uma vez e eu dei mais uma risada. Ele continuou sério.
– Como me achou aqui? – perguntei assim que minha crise de risos cessou. Desta vez foi o rapaz quem abriu um sorriso vitorioso e cheio de charme.
– Não, . Você quem me procurou. Eu só deixei você vir. Aqui é lindo, não é? – ele disse, desviando o olhar para a imensidão da pequenina ilha.
O mar azul claro e as ondas baixas quase que nulas eram fantásticas.
– Certo. – concordei, preocupada. – Como você veio parar neste paraíso?
– Estranho, não é? – sorriu e apontou para o que restara de seu pequeno avião. – Parece que mesmo tendo a consciência de que eu sou um ogro como aviador imaturo, você ainda insiste em me acompanhar.

~*~


Outra cena se abriu em minha mente e eu fui caindo para o fundo, em um buraco que eu nunca havia percebido senão depois de ter caído dentro dele.
Uma margarida brilhava em cima de uma mesa de vidro baixa e pequena. Aproximei-me para enxergar melhor a flor e então tocá-la.

Para a minha garota, a minha amada.
Um ligeiro cumprimento pelos maravilhosos anos que vivemos juntos... Isso não é nada perto do que eu devo a você.
Te quero para a eternidade, doce Aurora.

Com amor, .


Dizia o cartão avermelhado com letras prateadas em itálico. “.” provavelmente era a abreviação do sobrenome de . Mas... mas, o quê? Que brincadeira maldosa era aquela? Eu não conhecia nenhuma Aurora. Quem era Aurora, afinal?
Acabara de entender que o cartão e a margarida não eram para mim.
Um barulho novamente me chamou a atenção e uma borbulha de vozes mescladas ao som de portas abrindo e fechando instalou-se no ambiente. Antes que eu pudesse tentar me esconder, bem na hora que eu me virei para trás — largando a flor e o cartão em cima da mesa de qualquer jeito — encontrei com o garoto dos sedutores e a barba malfeita. parou de falar o que estava falando com os amigos e secou-me exageradamente.
Afastei-me para trás enquanto os atores chegavam a montes. Fantasticamente, eu havia me transformado em uma assistente de palco.
– Quem é você? – o rapaz vestido de Santos Dumont questionou.
– Quem é Aurora?
– Do que está falando?
– Eu quero saber quem é Aurora!

~*~


Diante de uma grande tela de TV eu assistia a um episódio de um seriado comum, sem ao menos prestar atenção às falas das personagens. Olhei para o relógio duas ou três vezes até que a campainha tocasse.
Eu não estava em casa. Era outro lugar, outra casa completamente diferente. Mas ainda assim, mesmo que abusadamente, eu atendi a campainha.
– Demorei muito? – novamente era , não mais vestido do épico aeronauta, mas com roupas esportivas e do século atual.
– Só uma eternidade. – respondi, puxando-o pela camiseta. – Entre logo.
– Ótimo, é esse o tempo que quero passar com você para o resto de nossas vidas. – disse ele num murmuro decidido. Beijou-me os lábios com ternura e corremos para a sala de estar, o espaço onde eu estava pouco tempo antes assistindo TV. – Você tem certeza de que eles não vão notar? – perguntou com um sussurro sobre meus pais.
– Tenho certeza que não, fique despreocupado. – eu sorri, soltando-me dele para pegar minha mochila. – Um final de semana inteiro sozinhos. Isso é uma dádiva!
– Você tem certeza, ? – voltou a perguntar, agora vinte minutos mais tarde, quando pilotava sua bicicleta. Estávamos chegando ao galeão do aeroporto.
Corremos em direção ao lugar onde ocorriam os saltos de asa delta, atrasados habitualmente, enquanto tremia dos pés à cabeça.
Segurei sua mão quando o instrutor se posicionou atrás de nós e dei um grito libertador, tentando acalmar o meu namorado ao mesmo tempo – claramente sem sucesso.
People have the right to fly and will when it gets compromised, – recitei, fazendo-o sorrir de canto. – Me mostre sua aliança de compromisso! – levantou a mão direita rapidamente, em seguida voltou a segurar minha mão. – Finalmente pronto para voar. Eu te amo!
O instrutor acenou para pegar o impulso e caímos, surgindo no ar em segundos e sentindo o vento aliviar nossas faces. Eu não podia afirmar com toda a certeza, mas praticamente era certo que quase chorara.

~*~


Acordei com o barulho do telefone. Tivera três sonhos malucos com e estava sem realidade temporal. Levantei-me assustada, pegando e colocando-o no ouvido. Meu coração se aliviou e acelerou simultaneamente ao que pude ouvir a voz da pessoa do outro lado da linha.
– Caralho, tô tentando ligar aí faz tempo. Caramba, ! Eu já estava preocupado!
– Meu amor .– sussurrei como resposta, não me importando no quão puto ele estava comigo. Olhei de relance para o relógio que indicava que eu só dormira quatro horas a mais do que o normal.
– Escute, . Preciso de um favor seu, rola? – ele disse com a voz embaçada. – Eu tenho que falar rápido. Escute antes de qualquer coisa e depois faça o que eu mandei. Ok?
– Ok. – disse eu.
Pelo seu tom de voz, não era nada grave, mas era sério e quando tinha algo sério para falar, qualquer interrupção era crucial.
– Daqui a doze horas exatamente, preciso que você esteja no aeroporto. Às duas e meia da manhã. Eu vou voltar pra casa.
, o quê? O QUÊ??
Meu coração praticamente explodiu depois de ouvi-lo falar as últimas palavras.
– Aconteceu alguma coisa? , tá tudo bem?
– Tudo tranquilo, amor, eu só quero voltar. Não esqueça. Às duas e meia da manhã, sem atrasos... – tu! tu! tu! A linha caíra.
estava voltando. Voltando porque não conseguiria me deixar. Por mais que fosse por muito pouco tempo, ainda assim, era tempo e o tempo nós não podíamos deixar passar.

And airports
See it all the time
Where someone's last goodbye
Blends in with someone's sigh
Cause someone's coming home
In hand a single rose



Estacionei o carro faltando cinco minutos para as duas e meia, e saltei do automóvel, quase que voando na mesma velocidade em que um avião estava para pousar. Provavelmente o voo de .
– Caramba, moço. Dá licença, poxa, eu quero passar! – reclamei quando um rapaz travava meu caminho e nem esperei sua resposta, já correndo sem fôlego.
Dirigi-me ao andar que recomendara enquanto tentava recuperar o ar dos pulmões. Respirei fundo.
Eu não sabia o que esperar, na verdade, eu só sabia que estava cerca de três dias sem vê-lo e meu corpo parecia querer desabar se não recebesse o toque e a sustentação imediatamente de . Eu não estava gostando, mas obviamente estava mais apaixonada do que nunca imaginara estar. Era bom, eu concordava, porém, tudo melhoraria assim que ele passasse pela porta de chegada e corresse para mim.
Ao meu lado, dezenas de cenas paralelas aconteciam. Certamente emocionantes e fofas. Pais e filhos se reencontrando; maridos e mulheres; amigos com amigos; e familiares com um parente só. Chegavam por todos os lados, dedutivamente de todos os lugares e eu os observei, sem exceção, com um carinho ligeiro, segurando-me para não chorar antes da hora.
estava vestindo a minha roupa preferida quando saiu pelas portas. Sua jeans velha e a camiseta xadrez que eu lhe dera no dia do aviador, tamanha a paixão que ele sentia por aquela data.
Ele demorou um pouco para me achar, mas quando me avistou em meio às sonolentas pessoas, deu o melhor e mais lindo sorriso do mundo, jogando para o lado a mala que arrumara, poucos dias antes, com tanto capricho e veio ao me encontro de braços abertos. Esperei-o se aproximar para gritar finalmente. Senti seu toque e me senti viva. Eu estava reacendendo das chamas.
– Você veio por vontade própria, amor? ... você não precisava... – eu disse, mal conseguindo terminar. – Não vou deixá-lo ir sem mim, entendido?
. – ele sorriu, beijando-me com vontade. Era maravilhoso sentir seu gosto depois de alguns dias fora. – Eu é quem não quero ter de ir sem você e eu... , eu definitivamente amo você. Mais do que eu imagino, mais do que toda a tribulação aeronáutica inglesa imaginava e até mais do que você espera.
– Ótimo. – falei, abraçando-o num esmago. – Sonhei com você. Você não saiu da minha mente por um minuto, , não me deu trégua nenhuma.
Ele riu de jeito carinhoso.
, eu voltei porque não conseguia pensar em algo que não fosse você e estar com você e poder ficar perto de ti.
– Juntos? – sussurrei desta vez, esperando-o responder.
– Talvez. Quem sabe. – e mais uma vez gargalhou. Eu não sabia o quanto de saudade sentia da sua risada. –Tô zoando, amor! – ele me abraçou e selou nossos lábios. – Juntos. Por todo o tempo.

Epílogo

! , cara, vem logo! – gritei por cima de meia dúzia de pessoas que me encararam com raiva. – A Kayla conseguiu grade!
– Boa menina, Kayla. – a parabenizou, aproximando-se com dificuldade. – Desculpe a demora, amor. – ele segurou o meu rosto para um beijo. – Fiquei preso na cabine. Só saí com a ajuda de uma comissária de...
– Ajuda de quem?
encarou-me e depois olhou em direção ao palco.
– Cinco minutos!
– Quem é ela, ? Quem é a vadia?
– Não é vadia nenhuma, meu amor. Não pira! Ela só destravou a trava e eu saí em disparado para conseguir um táxi até aqui. Não me olhe assim, , cara. Nem agradecer eu agradeci.
– Certeza? – eu perguntei só para provocá-lo e ele me puxou para mais perto, prendendo-me num abraço frouxo. – Amo você. Será que tem como se apaixonar pela segunda vez no mesmo lugar pela mesma pessoa?
Ele deu uma gargalhada e depois beijou minha testa.
– Podemos tentar... Shhh, amor. O John vai entrar!
As luzes se acenderam espetacularmente e John Mayer entrou no palco de maneira maravilhosa como de costume.
E em I Don’t Trust Myself cantou os primeiros versos sussurrados em meu ouvido, numa nota e voz afinadas invejáveis. Não hesitei em beijá-lo assim como fizera no primeiro dia em que o conheci. Eu não me arrependia em nada por tê-lo atacado naquele tempo de surpresa. Ele abraçou-me fortemente e sussurrou em meu ouvido:
– Imagine só você e eu. O John é mero detalhe e só toca para nós.
E eu estava sentindo-me em chamas como da primeira vez.


FIM



Nota de Beta: Se virem algum erro de português/script/HTML, não usem a caixinha de comentários, me avisem por aqui: nellotcher@gmail.com


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