Escrita por: Ju Ribeiro
Betada por: Larys







[N/A: Ouça essa música durante a leitura.]


“She had a face straight out a magazine.
God only knows but you'll never leave her.
Her balaclava is starting to chafe.
When she gets his gun he's begging: "Babe stay, stay, stay, stay, stay".”.


Era uma noite fria, as luzes fracas do bar escondiam a podridão humana que se estendia por todo o ambiente. Alguns bebiam junto ao balcão, enquanto nos fundos, em uma porta secreta vigiada por dois caras enormes, o verdadeiro motivo daquele local ainda obter lucro ocorria às escondidas. Eles estavam sentados diante do homem careca de barba ruiva, um russo que possuía uma cicatriz na altura da sobrancelha esquerda e uma feição que assustaria o mais corajoso dos homens, menos ele.
já estava envolvido há muito tempo naquele tipo de ambiente para se assustar com homens como Andrei Levinsk. Saíra de casa aos dezesseis anos, quando seu pai, um alcoólatra hipócrita cansado de seu envolvimento com drogas e traficantes, o expulsou de vez. A mãe havia falecido durante o seu parto e o pai parecia culpá-lo por aquilo durante todos os dias em que viveram sob o mesmo teto, mas ele não se sentia culpado quando enchia a casa deles com putas e as fodia sem se importar com uma criança pequena e faminta que vivia naquela casa. Ao sair de casa, vagara pelas ruas por muito tempo, fizera tudo o que se possa imaginar para sobreviver e ali estava ele agora, exercendo mais uma de suas funções.
A garota ao seu lado, pelo contrário, sempre tivera tudo, os pais eram bilionários, mas esse tudo a sufocava e acabara a levando ao vício. Ela era do tipo que tinha um rosto tão belo que deveria sempre estampar capas de revistas famosas, mas aquele mundo de fama a estava matando aos poucos. A pressão para que ela fosse sempre perfeita a afetava mais a cada dia. Então, experimentou as drogas pela primeira vez em uma festa secreta, e não conseguiu mais se livrar delas. acabou conhecendo , e algo tão estranho e arrebatador os envolveu e os transformou não apenas em amantes, mas também em parceiros em uma atividade que os excitava.
Levinsk examinou a mercadoria mais umas vezes, não demonstrando nenhum tipo de emoção e por fim assentiu, entregando em seguida o pagamento a e já lhe informando qual seria o seu próximo trabalho e também lhe frisando o seu prazo, para que o concluísse logo. apenas ouvia, ela nunca se envolvia com as negociações feitas pelo namorado, nunca opinava, apenas o ajudava a executá-las. Andrei entregou um novo embrulho a e o dispensou, o rapaz fez uma reverência e se levantou puxando consigo em direção a porta.
Eles saíram do bar após comprarem uma garrafa de vodka, recebendo uma lufada de ar frio que dominava a cidade. se encolheu e a abraçou de lado, preparado para aquecê-la. Ele a encarou, ela sorriu. A garrafa foi aberta e eles seguiram bebendo goles do álcool, para que se sentissem aquecidos até chegarem ao prédio de paredes descascadas onde possuía um pequeno apartamento, que não possuía nenhum luxo, mas era o seu lar nos últimos tempos. No local havia um sofá velho, uma mesinha de centro toda arranhada, mas um aparelho novo de televisor na sala, uma cozinha conjugada com apenas uma geladeira e um fogão, um banheiro pequeno, que possuía um espelho quebrado e um quarto com um colchão no chão e uma cômoda na qual ele guardava suas roupas jogadas sem nenhum tipo de cuidado.

abriu o embrulho que Levinsk havia lhe entregado e depositou uma grande quantidade do pó branco que havia dentro ordenado em uma fileira sobre a mesa de centro, apanhou uma nota de vinte dólares do bolso e a enrolou em formato de canudo. Se abaixou diante da fileira e inspirou o pó por uma das narinas, sentiu a droga adentrar o seu sistema e se jogou sobre o sofá, sorrindo e entregando o canudo a , que estava agachada diante da mesa, e executou o mesmo que o namorado havia feito há poucos segundos e logo se levantou, o encarando com um sorriso no rosto.
- Eu adoro esse seu sorriso sacana. – disse envolvendo pela cintura e a puxando sobre o seu colo. Eles estavam chapados, como ficavam na maioria do tempo.
- Você gosta porque é um cafajeste. – ela respondeu ainda sorrindo maliciosa, agora com o seu corpo deitado sobre o dele, e puxou o seu lábio inferior com os dentes, se afastando rapidamente. , inconformado com aquela provocação, levou uma de suas mãos em direção aos seus cabelos e embrenhou os dedos entre eles, os puxando e aproximando novamente o rosto dela ainda mais perto do seu. sentiu o hálito quente dele tocar o seu rosto, o cheiro da vodka que ele havia ingerido misturado ao odor de nicotina do cigarro que sempre fumava a deixou ainda mais inebriada.
- Você gosta que eu seja um cafajeste, linda. – ele afirmou e antes que ela pudesse lhe dar alguma de suas respostas afiadas, ele selou os lábios aos dela com força, invadindo sua boca com a língua, sem ao menos pedir passagem, e se deixou levar por todas as sensações que os beijos ardentes de lhe causavam.
Aos poucos peças de roupas foram jogadas pela sala, gemidos foram emitidos e os dois corpos nus se fundiram ainda mais sobre o sofá velho, que guardava muitas histórias daquele casal incompreendido.

“I'll give him one more time.
We'll give you one more fight.
Said one more line.
There'll be a riot, cause I know you.”.


dirigia o seu velho Mustang em alta velocidade com o revolver sobre o colo, as sirenes da viatura de polícia se aproximavam cada vez mais, enrolava um baseado ainda não usado nos dedos tentando conter o nervosismo que a dominava, pois sabia que ele não gostava quando ela ficava descontrolada dessa forma, qualquer deslize e aquilo iria foder com todo o plano. Ela acendeu o cigarro um pouco depois, o tragando profundamente, olhou para trás e viu os faróis da viatura cada vez mais próximos, engoliu em seco, pensando que eles estavam perdidos, nada de bom sairia daquela perseguição, tudo iria acabar ali, mas num movimento inesperado, desligou os faróis e virou o carro a toda velocidade em direção a um beco escuro, estreito e sem saída, o veículo quase não passava pelo local e ficou completamente arranhado, mas isso fez com que eles conseguissem despistar os policiais que passaram direto pelo local, sem ao menos avistá-los. Ela respirava com dificuldade devido a toda a adrenalina que sofrera durante aquela perseguição, socou o painel do carro um minuto depois, assustando a garota ao seu lado, ele estava furioso porque tudo havia dado errado naquela noite. Eles não conseguiram concluir o roubo e Levinsk definitivamente não iria gostar que eles aparecessem de mãos abanando no dia seguinte. Ele precisava pensar, precisa voltar lá e dar um jeito em tudo. Mas ele não poderia agir com nervosa daquela maneira ao seu lado. Ela irá foder com o esquema dele.
- Merda! Caralho! Porra! A porcaria toda deu errado! – ele xingou nervoso com toda aquela história.
se encolheu em seu assento, assustada com a reação repentina do namorado, tentou pensar em algo para ajudar a acalmá-lo, mas antes que as palavras saíssem de sua boca, havia saído do carro e agora estava chutando constantemente os pneus dianteiros, tentando aliviar a raiva que parecia percorrer a corrente sanguínea do seu corpo.
A garota respirou fundo, tragando o resto do seu cigarro, antes de sair do carro indo em direção ao namorado.
- . - chamou tentando chamar a atenção do rapaz, que parou subitamente o que estava fazendo, mas se manteve de costas, respirando cada vez mais de maneira acelerada, tentando conter a raiva.
- Não se aproxime. - ele disse entredentes e parou por um momento, mas logo ignorou o aviso do namorado e continuou seguindo até ele. - Eu disse pra parar, caralho! - ele gritou, a assustando novamente.
- Me deixa cuidar de você, . Nós vamos dar um jeito nisso. - a garota disse em um fio de voz, parando próxima a ele.
- Eu não quero te machucar, porra. - ele disse tentando parecer mais calmo. - E eu tô muito puto no momento pra conter essa merda de raiva, tô querendo socar qualquer coisa. - ele disse soltando um riso fraco e tentando afastá-la. sabia que preferia socar a própria cara antes de levantar a mão para , mas também sabia que os seus acessos da raiva algumas vezes eram incontroláveis e o melhor a fazer antes que se arrependesse de tê-la machucado, era se manter afastado.
Ele sentia aquilo desde mais novo, desde que os problemas com o pai começaram, ele sempre se metia em brigas na escola e sempre as vencia. Se psicólogos o analisassem diriam que ele possuía algum tipo de desvio de personalidade causado pelo relacionamento que tinha com o pai. Aquilo tudo era uma grande baboseira científica, mas fazia sentido.
ignorou novamente o aviso do namorado e colou o seu corpo junto ao dele, o abraçando por trás, estava tenso, a respiração entrecortada indicando que ele ainda não havia voltado completamente ao normal, mas ele paralisou com o toque da garota que envolveu a sua cintura e enfiou as suas mãos geladas por baixo da camiseta que ele usava, causando um arrepio bom, conforme ela percorria o seu peito com seus toques certeiros.
- Eu sei como te acalmar, relaxa, amor. - sussurrou em seu ouvido enquanto arranhava de leve o peito do namorado com as suas unhas pintadas de azul metálico e sentiu sua raiva se misturar com uma onda de prazer repentina causada pela presença da garota. Ela queria ajudar a acalmá-lo? Ótimo. Ele tinha uma ideia em mente que faria isso e parece que compartilhava do mesmo pensamento, pois ela mordeu o lóbulo da orelha do garoto e levou suas mãos em direção ao cinto da calça jeans surrada que ele sempre usava. - Relaxa. - sussurrou de novo e não se conteve mais.
Virou-se e a pegou pela cintura, a jogando sentada sem cuidado algum sobre o capô do velho Mustang. não reclamou da brutalidade do namorado, apenas sorriu de um jeito malicioso para ele que lhe devolveu o gesto com um sorriso sacana nos lábios e a sobrancelha direita arqueada, demonstrando o que ele iria fazer com ela naquele momento.
A garota estava usando jaqueta de couro e um vestido xadrez solto preso com botões na frente, então as mãos de envolveram as suas panturrilhas por cima das botas que cobriam seus pés e foram subindo por suas pernas, se demorando na região das coxas descobertas, que ele fez questão de agarrar fortemente quando puxou o quadril de em direção ao seu, fazendo com que a garota envolvesse sua cintura com as pernas em seguida. Ele a beijou ferozmente, enquanto as mãos de não se decidiam entre agarrar a sua camisa ou os seus cabelos. Ela sentiu o volume entre as pernas do namorado aumentar conforme as carícias se intensificavam e foi surpreendida quando ele abriu o decote do seu vestido, arrebentando todos os botões e logo apalpando os seus seios sobre o soutien que ainda os mantinha cobertos, mas sabia que eles logo ficariam expostos para o deleite de .
A garota logo tratou de fazer com que as coisas ficassem iguais e desafivelou o cinto do namorado, abrindo sua calça em seguida e colocando sua mão dentro dela, acariciando o volume por dentro da boxer que ele usava e logo começou a masturbá-lo. soltou um gemido rouco entre o beijo quando sentiu as mãos da namorada o acariciarem naquele local. sorriu entre o beijo, que logo rompeu, pronto para saborear outras partes do corpo da garota, ele a olhou de uma maneira que a deixou em chamas e em seguida seguiu uma trilha de beijos até os seus seios e liberou um deles do bojo do soutien o abocanhando em seguida, enquanto estimulava o outro com a mão, fazendo agora com que gemesse seu nome loucamente e ele não parou por ali, desceu uma das mãos em direção as pernas da garota e a subiu novamente por sua coxa, fazendo uma trilha de calor subir pelo corpo de e quando os seus dedos avançaram por baixo da saia do vestido e afastaram a calcinha, a penetrando, ela não conseguiu conter as convulsões de prazer que tomaram conta do seu corpo.
- . – a garota gemeu com a voz rouca e o rapaz sorriu, se sentindo ainda mais excitado com as reações que causava no corpo dela.
Mas as preliminares não duraram muito, eles já estavam excitados demais e logo a estava penetrando com seu membro, a princípio lentamente, mas aquilo estava deixando louca e fazendo com que ela empurrasse o seu quadril de encontro ao dele, querendo aumentar o ritmo da fricção. sorriu com o seu desespero e então aumentou o ritmo das estocadas, fazendo com que a namorada gemesse cada vez mais alto, então, para que ninguém os flagrasse, ele a beijou, sentindo agora os gemidos entre os seus lábios e todo o seu corpo tremer anunciando a proximidade do seu ápice, mas ele não iria parar até que gozasse. Ele queria que ela gozasse primeiro. Por isso aumentou ainda mais o ritmo, a tocando nos lugares certos que ele conhecia tão bem naquele corpo, penetrando-a cada vez mais fundo e em pouco tempo o orgasmo de ambos chegou. se recostou no capô do veículo e caiu com a cabeça sobre os seus seios, respirando ofegante, assim como ela. Eles ficaram um tempo em silêncio, apenas recuperando as forças e sentindo o calor dos corpos um do outro.

“Now If you never shoot, you'll never know.
And If you never eat, you'll never grow.
You've got a pretty kinda dirty face.
And when you're leaving your home she's begging you, "Stay, stay, stay, stay...”.


- Eu preciso voltar lá e terminar o serviço. – foi a primeira coisa que o rapaz disse assim que os dois adentraram o carro novamente. – A gente tem a porra de um prazo a cumprir e ele é hoje.
- A polícia deve estar vigiando, não podemos fazer isso hoje. – disse tentando colocar um pouco de juízo na cabeça do namorado que as vezes era tão insano.
- Não podemos é voltar de mãos abanando até o Levinsk, nós temos uma dívida com aquele russo imbecil e se fizermos isso, já era. – ele disse apontando o seu revolver em direção a cabeça, deixando no ar o que realmente aconteceria com eles. sentiu medo.
- Então o que faremos? – ela perguntou, tentando pensar em algo. também parecia pensar e um tempo depois disse.
- Vamos roubar uma grana em alguma loja de conveniência, eu tenho mais uma boa quantia guardada em casa, eu levo esse dinheiro pra ele como adiantamento pelo pó que ele nos deu e digo que o esquema das joias furou porque os tiras apareceram e ferraram com tudo. Ele vai ter que aceitar essa grana, porque eu sei como convencê-lo e eu vou garantir que no dia seguinte nós daremos a ele as joias que ele quer. – ele disse parecendo estranhamente confiante enquanto ligava o Mustang e dirigia em direção a um posto de gasolina qualquer.
Uma hora depois o carro estava estacionado longe do poste de iluminação do outro lado da rua do posto de gasolina, preparou o revólver, o carregando com as balas. Ele não pretendia disparar nenhuma delas, mas sempre gostava de estar prevenido. vigiava a rua e quando notou o último carro deixar o local, chamou a atenção do namorado indicando que a hora do roubo havia chegado.
- Espera. – pediu quando ela levou a mão à maçaneta da porta. o encarou, confusa. Eles estavam esperando há um bom tempo e agora que o momento perfeito havia chegado, estava hesitando? – Você fica. – foi tudo o que ele disse, a encarando seriamente.
- Como assim eu fico? Não foi isso o que nós combinamos. – questionou, nem um pouco de acordo com as novas ordens de . Mas tudo o que ele queria era protegê-la, sabia que já estava muito envolvida com todas as merdas da sua vida, que já havia o ajudado outras vezes durante alguns assaltos, mas daquela vez ele tinha um mau pressentimento. Poderiam dizer que era frescura, que ele estava agindo como uma mulherzinha com sexto sentindo. Ele não se importava. O importante era que ficasse em segurança e naquele minuto era o que ele faria, a deixaria segura.
- Dessa vez não, . – ele disse decidido e ela se preparou para discutir, mas ele não permitiu. – Esse roubo tem que ser coisa rápida e ter você no meu encalço só iria atrasar tudo, porra. – disse bravo e a garota olhou para ele, magoada. Ele respirou fundo, se amaldiçoando por ter que ser tão estupido com ela, mas aquilo era necessário. – Você fica, senta aqui no lado do motorista e deixa o motor do carro ligado. Eu vou até lá, faço o que tenho que fazer e saio vazado pra cá, entro no carro e você pisa fundo no acelerador e nos tira daqui rápido, entendeu? – ele explicou e mesmo relutante a garota assentiu. – Vou nessa, se cuida. – a beijou rapidamente e logo seguiu em direção a loja de conveniência do posto de gasolina.

caminhou até a entrada da loja, olhando para todos os lados e se certificando de que ninguém iria aparecer e estragar os seus planos desta vez. Tocou a arma que tinha guardada no cós da calça jeans sob a camiseta e puxou a máscara sobre o seu rosto, adentrando de vez o local.
Lá dentro havia apenas um cara gordo sentado no caixa que usava um boné de beisebol, caminhou até ele, anunciando.
- É um assalto, me passa toda a grana! – exigiu apontando o revólver em direção ao gorducho que o encarou assustado. – Anda, cara, tá esperando o quê? Rápido! Coloca tudo num saco e passa pra cá.
chegou mais perto, sentindo a adrenalina que sempre percorria o seu corpo em momentos como aquele ficar a mil por hora, mas algo estava estranho, aquele pressentimento estava de volta e no momento em que ele se distraiu, a bala passou de raspão por sua barriga, rasgando sua camiseta e cortando a pele, ele urrou, não sabia se de raiva por ter se distraído ou pela dor e encarou o gorducho que tinha uma arma inferior a sua, mas bem eficiente apontada para ele.
- Eu não quero te machucar, mas você não vai levar nada daqui. – o cara dizia visivelmente nervoso. – o encarou com raiva e apontou a arma em sua direção, disparando acima de sua cabeça.
- Balofo filho da puta do caralho! – ele esbravejou e quando o gordo disparou novamente em sua direção, tudo o que ele pode fazer foi correr para fora dali, disparando também para se defender, enquanto uma de suas mãos estava sobre a ferida que agora sangrava sem parar, manchando toda a sua camiseta de vermelho.
Com dificuldade, ele correu até o carro e entrou no veículo ofegante, o encarou assustada.
- O que aconteceu? Você tomou um tiro! – ela disse preocupada encarando a mancha de sangue que aumentava cada vez mais no abdômen do namorado. Ela tentou se aproximar, queria cuidar de , mas ele a afastou brutamente. - Eu disse pra você manter o motor da porra desse carro ligado e pra dirigir rápido quando eu entrasse nessa merda direto pro apartamento. Faça logo essa porra, ! – gritou, um pouco além do que queria, mas a culpada era a dor que ele estava sentindo.
A garota ligou o carro, sentindo suas mãos tremerem e um nó incômodo dominar a sua garganta, enquanto seus olhos ardiam devido as lágrimas que ela tentava segurar. Não disse mais nada e seguiu dirigindo da maneira que havia pedido, direto para o apartamento dele. Assim que estacionou, ela se manteve quieta segurando o volante com força e ainda segurando também o choro, o olhar agora distante como se ela não estivesse presente no local, respirou fundo, ainda sentindo dor e se sentindo ainda pior por ter magoado a garota que amava, ele se remexeu no banco, tentando ficar de frente para , mas ela não pareceu notar, pois ainda não o encarava.
- . – ele chamou. – Minha gata. – tentou de novo e ela apenas soltou o ar que estava prendendo nos pulmões. – Me desculpa, eu... – ele parou por um tempo, fazendo careta enquanto sentia uma nova onda de dor. o encarou, a preocupação ainda presente. – Eu não queria falar aquelas merdas, você sabe como eu sou... – pausou mais uma vez tomando fôlego. – Eu sou um imbecil que não te merece, mas eu te amo. Eu só quero que você fique bem e segura e naquela hora... Eu tava com medo que tudo acabasse em merda como acabou e você se ferisse. Desculpa ter descontado o meu nervosismo em você. – ele a olhava intensamente, despejando sinceridade em suas palavras, respirou fundo, soltando o volante e odiando a si mesma por sempre perdoá-lo, porque era aquilo o que ela iria fazer naquele momento.
- Tá tudo bem, vamos entrar pra eu cuidar dessa sua ferida antes que infeccione. – ela respondeu, saindo do carro ainda sem olhar na direção de , correu até o outro lado e abriu a porta do carona e se ofereceu como apoio para que ele conseguisse sair do carro. gemeu ao se levantar e seguiu com para dentro do prédio.

- Eu te amo, linda. – ele disse a encarando profundamente, deitado sobre o colchão no chão do quarto enquanto ela limpava sua ferida com suas mãos delicadas e colocava o curativo sobre o local onde a bala havia passado de raspão. – Me perdoa. – pediu de novo, levando a mão em direção ao queixo abaixado de , fazendo com que ela olhasse para ele de volta. – Eu te amo. – repetiu e não conseguiu conter o sorriso que despontou no canto dos seus lábios. – Isso, é desse sorriso lindo que eu gosto. – ele comemorou e assim que ela terminou o curativo a puxou para perto, não resistiu e o abraçou com cuidado para não relar no curativo recém feito. – Minha . – pronunciou o seu nome se deliciando com cada sílaba e ela sorriu estranhamente constrangida com aquele momento carinhoso. E então ele a beijou, de maneira apaixonada, de maneira diferente, inédita. De maneira carinhosa. E juntos naquele abraço eles adormeceram um tempo depois.

“Well, now that you've got your gun.
It's much harder now the Police have come.
Now shoot him If it's what you're worth.
And if you just take off your mask.
To find out that everything's gone wrong.”.


e despertaram com um barulho alto de tiro que atingiu a fechadura da porta da sala do apartamento. se levantou em alerta, apanhando a arma que estava sobre o criado mudo e logo praguejou baixo pelo movimento, sentindo dor na região do abdômen. o encarou com os olhos arregalados, surpresa pelo barulho. Ele levou o dedo aos lábios em um pedido mudo para que ela ficasse quieta e ela assentiu mesmo estando assustada. caminhou devagar em direção a porta do quarto com a arma engatilhada em mãos e a trancou, pediu com o olhar para que se escondesse atrás dele e eles logo ouviram o barulho de coisas sendo quebradas do outro lado da porta. sentiu seu coração disparar quando outro barulho de tiro invadiu o ambiente e abraçou por trás, assustada.
- Calma. – ele sussurrou muito baixo, mas a garota conseguiu compreender e com isso respirou fundo, tentando ser corajosa por ele.
Alguém forçou a fechadura da porta e a garota se afastou automaticamente, com medo. não sabia o que fazer, tinha certeza de que quem estava do outro lado da porta eram os capangas de Levinsk, ele os mandara para dar um aviso ou até mesmo para executar o acerto de contas, cobrar a dívida que ele deveria ter pago no dia anterior e mostrar a que com caras como ele não se brincava, ele engoliu em seco quando esmurraram a porta mais uma vez e temeu pela garota que amava. Ele não iria deixar que se machucasse.
- Nós sabemos que você está aí, . Não adianta se esconder! – uma voz grave anunciou do outro lado da porta.
- A janela, vem. – ele sussurrou, a puxando em direção a janela do quarto. – Tem a escada de incêndio, eu vou ver se algum deles está vigiando e se não tiver ninguém, você desce por ela. – ele continuou explicando ainda em um tom de voz extremamente baixo.
- Mas e você? – questionou, notando que ele havia dito que apenas ela iria descer. colocou a arma no cós da calça e levou as mãos em direção ao rosto de , olhando para ela de uma maneira intensa e cheia de significados. Ela não podia questioná-lo dessa vez, ele queria que ela se salvasse.
- Eu preciso me livrar desses caras, vou pensar em algo para segurá-los enquanto você foge por ali e nós marcamos de nos encontrar naquele motel na saída da cidade onde houve aquela festa onde nos conhecemos, você lembra? – ele perguntou a encarando, assentiu com um sorriso fraco no rosto. – De lá, nós fugimos, minha . Não vai dar mais pra ficar nessa cidade devendo pro Levinsk. – ele finalizou selando seus lábios aos dela, a beijando com força, querendo senti-los por mais um tempo, querendo gravar o seu gosto, mas sabendo que eles infelizmente não teriam tempo para isso e então ele logo se afastou, deixando parada onde estava com um aperto enorme no peito.
olhou através das cortinas e viu que havia um capanga vigiando, mas ele não estava exatamente próximo a saída de emergência, se fosse cuidadosa passaria por ele sem ser vista. Ele remexeu na gaveta do criado mudo ao seu lado e de lá tirou outra pistola, entregando a garota que segurou o objeto, receosa.
- Leve isso com você. Eu sei que apesar de nunca ter precisado, você aprendeu bem quando eu te ensinei a usá-la. Agora venha até aqui. – ele a chamou. – Eu preciso que você desça devagar, sem fazer barulho, tem um capanga mais a frente, mas se você descer como a linda ladra gatuna que você se tornou ele não vai notá-la. – ele sorriu para ela pela primeira vez desde a noite anterior e correspondeu com um sorriso nostálgico. Ela estava pronta para abraçá-lo quando um tiro acertou a porta, fazendo com que pulasse novamente de susto, a empurrou em direção a saída, sabendo que eles teriam pouco tempo agora, era questão de segundos até que o próximo tiro abrisse de vez aquela fechadura.
- Vai! – ele ordenou e o olhou pela última vez.
- Eu te amo. – ela murmurou o encarando intensamente antes de se virar e sair pela janela, sorriu, mas era um sorriso triste, aquela talvez fosse a última vez que ele iria vê-la, que iria ouvi-la dizer aquelas palavras que ninguém nunca havia dito ou demonstrado a ele, ninguém, com exceção de . Iria doer tanto ficar sem ela.
Outro tiro invadiu o cômodo e ele apanhou a arma engatilhada novamente e a apontou em direção a porta. Ele poderia morrer, mas faria um estrago antes de se entregar para aqueles filhos da puta. A porta se abriu com um chute e se surpreendeu ao notar que do outro lado não estava um simples capanga sozinho, e sim o próprio Levinsk acompanhado por eles. O russo o encarou com um sorriso maldoso nos lábios e caminhou até ele sem demonstrar nenhum resquício de medo pela arma que mantinha em mãos.
- Acho que alguém se esqueceu do meu pagamento. – Andrei disse de maneira irônica. – E esse alguém sabe muito bem o que acontece com quem não cumpre os meus prazos. – um de seus capangas se colocou ao seu lado, também armado como .
- Eu vou te pagar, Levinsk. Você sabe que eu sempre cumpro os meus tratos. Ocorreu um problema ontem à noite, os tiras apareceram e não deu pra roubar as joias. Mas eu prometo que hoje isso se resolve. – disse tirando força de Deus sabe onde para enfrentar o russo psicopata a sua frente.
- Você sabe que não é assim que funciona, . – Andrei disse com o seu sotaque arrastado. – Se eu abrir uma brecha pra você vou ter que abrir exceções pra todo mundo e eu não gosto disso. – ele se aproximou do rapaz, ainda sorrindo. – Você sempre trabalhou direito, eu realmente não tinha do que reclamar, mas desde que você conheceu aquela garota parece que agora você deixou de pensar com o seu cérebro pra pensar apenas com o seu pinto. Veja bem, eu até entendo, ela é uma vadia gostosa e deve saber como chupar um cara como nenhuma mulher, mas nós sempre devemos priorizar os negócios, meu caro. – ele continuou e sentiu o sangue em suas veias ferver quando o ouviu dizer aquelas coisas sobre a sua .
- Lava essa merda de boca suja antes de falar qualquer coisa sobre ela, seu russo do caralho. – o rapaz esbravejou apontando a arma para Levinsk que gargalhou diante dele.
- Você deveria tomar cuidado com as coisas que diz e deveria também tomar cuidado com quem se envolve. – ele comentou aos risos. – Peter, traga a garota! – Andrei exigiu e alguns segundos depois, um dos seus capangas adentrava o quarto segurando em seus braços, ela estava assustada e queria muito abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem, mas ele não podia. Não naquele momento.
- . – gritou e se debateu tentando se soltar daquele orangotango e correr para os braços do cara que amava. Se eles iriam morrer naquele dia, era nos braços dele que ela queria padecer, mas o brutamonte idiota apenas a apertou mais em seus braços, a impedindo de se mexer. – Me solta, seu idiota! – ela gritou novamente, cheia de raiva.
- , fique quieta. – pediu com medo de que o capanga babaca a machucasse e ela o encarou, aflita.
- Mas que cena mais comovente. – Levinsk comentou, mas seu rosto estava sério. – Chega desse drama barato, vamos tratar de negócios. – ele anunciou, caminhando até e passando sua mão áspera pelo rosto da garota. – Realmente, um homem se perderia entre as suas pernas, delícia. Talvez eu devesse me divertir um pouco com você na frente do seu namoradinho de merda, gracinha. Antes de cometer alguns assassinatos. – ele disse sorrindo maliciosamente para ela, que se encolheu, sentindo nojo do seu toque e logo o barulho de um tiro atingindo a parede os surpreendeu. havia disparado o seu revólver e por pouco não acertara a cabeça do russo mafioso.
- Uh, alguém aqui parece bravo. – Levinsk tirou sarro, mas logo encarou furioso. – Se tentar isso mais uma vez, te mato com um tiro no meio da cara, pra estragar essa tua carinha de James Dean barato, ao invés do tiro no peito que eu estou planejando. – ele esbravejou, ficando visivelmente vermelho. – Agora vamos revelar logo essa porcaria toda. Bob! – Andrei chamou o outro capanga que entrou no quarto também acompanhado, mas ele não segurava o homem que aparentava ter por volta de cinquenta anos nos braços.
Esse homem estava vestido de maneira elegante, usava terno e gravata e parecia ser mais um figurão rico da cidade, o encarou confuso, enquanto o olhava, pálida, não acreditando que ele estava realmente ali.
- Pai? – a garota sussurrou, tremendo ao ver a figura paterna que há meses não via, desde que havia saído de casa para viver com após conhecê-lo e ter se apaixonado por ele e por seu estilo de vida arriscado.
Seus pais eram bilionários e esnobes e não admitiram ver a filha perfeita acabando com a própria vida e o prestígio da família daquela forma, se entregando as drogas. Eles ameaçaram interná-la a força em uma clínica de reabilitação e antes que o fizessem, já havia fugido de casa e ido morar com o cara que conhecera há pouco tempo em uma festa, caída na saída da cidade. Ela achava que os pais haviam desistido dela, eles nunca a procuraram, pelo menos não até aquele momento em que ela encarava Phillip diante de si. desviou o olhar em direção a e notou como ele olhava para ela, parecendo confuso pela primeira vez com tudo aquilo.
- Que merda tá acontecendo aqui? – o rapaz perguntou e Andrei se aproximou dele novamente.
- É simples, meu caro. Como eu disse antes, você deveria ter prestado atenção as pessoas com quem estava se envolvendo. – o russo sorriu, indicando a garota com a cabeça. – Essa gracinha aqui que você fode todas as noites é ninguém menos que a filha patricinha de um dos caras mais ricos e poderosos da cidade. – ele então indicou o homem de terno. – Enfim, o Sr. aqui entrou em contato comigo há um tempo quando o detetive que ele havia contratado para descobrir o paradeiro de sua herdeira dissera que eu provavelmente poderia ajudá-lo. E quando ele me descreveu a sua garotinha, qual não foi minha surpresa ao notar que ela era ninguém mais, ninguém menos que a nossa adorável . A garota viciada que de repente passou a te seguir para todos os lados e se meter nos nossos esquemas de roubo. – Andrei fingiu surpresa e seus capangas riram. – O Sr. então pediu que eu me livrasse do mau elemento que estava fazendo com que sua filha desgraçasse sua vida. E ele óbvio iria me pagar muito bem por isso. Com isso eu tive a ideia de matar dois coelhos com uma única facada. Eu precisava da grana que ele havia oferecido e já queria me livrar de você há um bom tempo, já que o seu serviço anda deixando a desejar. Denunciei o esquema para alguns amigos da polícia, imaginando que você se meteria em uma troca de tiros e rezando para que se ferrasse durante o roubo das joias. Mas como sempre você foi um ladrãozinho esperto, conseguiu se safar da emboscada. Então eu desisti de deixar o trabalho nas mãos dos porcos fardados e decidi fazê-lo eu mesmo. Só assim as coisas sairiam como eu quero. – o russo finalizou sorrindo de uma maneira maldosa.
- Vamos logo com isso, Levinsk. Não tenho o dia todo. – Phillip disse, visivelmente desconfortável com o local onde estava. – Quero levar embora. – ele concluiu e Andrei assentiu.
- Claro, Sr. Brown. Mas o senhor não prefere presenciar o espetáculo antes de partir? – Andrei sorriu, achando graça de suas próprias palavras.
- Não, eu não prefiro. Peça para o seu capanga não agarrar a minha filha dessa forma se quiser receber o seu dinheiro. – Phillip disse nervoso. E Andrei o fuzilou por um momento, cogitando meter um tiro na cabeça daquele riquinho nojento, mas o valor em dinheiro que ele havia lhe prometido só cairia em sua conta quando o outro serviço tivesse sido feito, então ele decidiu engolir o seu orgulho, mais uma vez em prol do dinheiro, e pediu para que Peter afrouxasse o aperto sobre a garota.
- Já que é assim, então vamos logo acabar com isso. – e sem aviso o russo sacou um revólver e disparou em direção a , que em um reflexo não deixou barato, atirando de volta e acertando Levinsk de raspão, que o encarou parecendo ter sangue nos olhos.
- ! – gritou quando viu o namorado ser baleado com um tiro no peito e cair no chão, respirando com dificuldade. – Não! – de maneira inesperada, conseguiu apanhar a arma que estava no coldre do capanga que a segurava e sem pensar disparou diversas vezes em direção a Andrei, que acabou sendo atingido na testa, caiu desfalecido fazendo um estrondo no chão e espalhou os seus miolos pelo local.
Seus capangas logo reagiram e apontaram revólveres em direção a garota que agora havia se soltado e corria em direção a , que murmurava coisas desconexas deitado no chão frio do quarto. Em um último ato de heroísmo para com , ele ergueu novamente a mão que ainda segurava o revólver com certa dificuldade e atirou na testa de um dos capangas que havia mirado em naquele segundo, salvando-a. O segundo capanga foi surpreendentemente atingindo por Phillip Brown, que apesar de ser um rico esnobe e aparentemente um pai desinteressado e fútil, nunca permitiria que algo tão ruim acontecesse com sua única filha, por isso ele havia ido preparado, havia levado uma arma consigo e agora agradecia por isso, pois ela o havia ajudado a salvar de levar outro tiro.
- . – caiu sentada no chão, ignorando tudo o que se passava a sua volta, ela parecia estar em transe enquanto encarava o namorado agonizar a sua frente, enquanto lágrimas rolavam desenfreadas pelo seu rosto. – Não. Por favor, baby, não. – ela murmurou diversas vezes e tentava reunir forças para lhe dizer o que mais queria pela última vez. Ele sabia que aquele era o seu fim.
- . – ele sussurrou o seu nome com esforço e segurou a sua mão, lhe transmitindo um aperto fraco.
- Não, não fala nada. Eu vou chamar uma ambulância, eles vão te curar. Pai! – ela gritou para o homem que encarava a cena, chocado e ainda mais enojado. – Chame logo a porcaria dos paramédicos! – a garota exigiu, mas o pai a ignorou.
- Ele não vai resistir, querida. – Phillip disse sem se importar com a cena. olhou para aquele homem frio e calculista que havia ajudado a lhe pôr no mundo e sentiu nojo dele naquele momento.
- Seu filho da puta. – ela xingou, sentindo seu corpo todo tremer de raiva.
- . – chamou novamente, agarrando a mão dela com toda a força que possuía no momento.
- Não, fique quietinho. Eu vou dar um jeito. – ela dizia acariciando o rosto dele que fechou os olhos como um reflexo ao sentir o carinho. – Não feche os olhos, por favor, . – ela pediu nervosa e logo o beijou, querendo aliviar aquela dor através do carinho que sentia por ele. – Seus lábios estão gelados, sua mão está tão fria, você inteiro parece estar tão frio. Eu vou dar um jeito. – repetiu o que havia dito antes. – Eu sei como te aquecer. – e então ela o abraçou, o envolveu em seus braços tentando transmitir o pouco calor que havia em seu corpo para o corpo dele, tentando mantê-lo vivo. Mas respirava cada vez com mais dificuldade, ficava cada vez mais frio. Ele já não conseguia manter os olhos abertos, mas ele se forçaria a olhar pra ela por uma última vez.
- Eu te amo, minha . – ele sussurrou e com um último suspiro o seu coração parou e tudo ficou escuro, tudo ficou em silêncio. O único barulho que emanou pelo quarto foi o grito de uma garota fodida que havia acabado de perder o grande amor bandido da sua vida.

~.~

encarou os olhos de que a fitavam da mesma maneira travessa. O sorriso nos lábios era idêntico a tantos outros que ele havia lhe dado, mas esse possuía toda a inocência característica do pequeno garotinho de três anos que estava em seu colo com a boca toda lambuzada de sorvete.
- Quero mais, mamãe. – ele pediu sorridente e ela o abraçou forte, feliz por ter aquele pequeno ser contigo, aquele pequeno pedaço que havia deixado para trás para que cuidasse dela, para que a mantivesse sã após tudo pelo que ela havia passado quando o perdeu naquele dia terrível.

Um mês após a morte de ela havia descoberto a gravidez, estava internada em uma clínica distante, onde seus pais lhe forçaram a ficar quando sentiu os primeiros enjoos. Assustada e paranoica devido a desintoxicação pelo uso de drogas, ela tentou esconder os sintomas de todos, mas uma das enfermeiras que era incrivelmente carinhosa com ela acabou descobrindo. suplicou para que ela não contasse aos seus pais, que a haviam abandonado ali após a internação. A enfermeira hesitou, mas acabou concordando e ajudou pelos meses que se seguiram. Quando ela parecia ter se recuperado do vício, tentou convencer a mulher a ajudá-la a fugir do local. Ela queria mudar de cidade, ir para um lugar onde pudesse criar o filho, aquele fruto do seu amor por , em paz. A enfermeira, que já sabia da história de vida da garota, viu sinceridade em seu olhar quando ela garantiu que não iria mais se envolver em problemas e que agora só viveria para cuidar daquela criança que crescia cada vez mais em sua barriga. Mesmo assim a mulher não garantiu ajuda, ela tinha um emprego a zelar, mas deu a algumas dicas e em um sábado ensolarado, na hora do passeio pelo jardim da clínica, ela conseguiu fugir, mesmo com aquela enorme barriga.
E agora, três anos depois, ela estava ali. Longe de tudo e de todos, cercada apenas pela única pessoa que a mantinha feliz e guardando memórias do jovem ladrão que roubou seu coração e o levou consigo, mas se sentindo mal por isso, havia lhe deixado o seu filho como presente.
estava morto, mas ele viveria para sempre no coração daquela jovem garota desajustada.

“Now everybody's dead.
And they're driving past my old school.
And he's got his gun, he's got his suiton.
She says: "Babe, you look so cold, you look so cold, you look so cold...”.



FIM



Nota da autora: Shortfic restrita, baseada na canção de mesmo nome da banda britânica The 1975.
História dedicada a minha amiga Nat que pediu que eu escrevesse algo envolvendo essa música pela qual nós somos apaixonadas.
Agradecimento especial as minhas amigas e leitoras que leram spoilers dessa short e me incentivaram a postá-la.
E um enorme obrigado também a Lou por ter feito quatro capas lindas relacionadas com essa fic.
Beijos, até a próxima história!
Ju.


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