Sequestro Perfeito
Fic by: Sarah Gruen | Beta: Flávia C.

Aquilo era estranho. Muito estranho. Em menos de um dia eu era só mais uma garçonete numa espelunca, e agora estou aqui. A espera de alguém que não faço a mínima ideia de quem é. Em um restaurante caro, com roupas que valem todo o meu salário, com um sapato que não me deixa ficar em pé por dois segundos sem doer, com jóias pesadas, e uma maquiagem que eu, em um juízo perfeito, não usaria. Deixe me explicar, o porquê desse drama todo.
,br> FLASHBACK ON.

Cheguei atrasada no meu emprego pela terceira vez só nesta semana. O Geremy, que é o meu patrão, com toda certeza iria me colocar no olho da rua.
E, poxa, eu preciso desse emprego. Como vou pagar meu aluguel e a parte dos meus estudos na Universidade de Artes? Eu trabalho mais que uma escrava nesse buraco que chamam de Pub. Um Pub bem barato se quer saber, já vi tanta coisa aqui. E a única coisa que ainda não me fez ir atrás de outro emprego são minhas duas melhores amigas, que passam pelo mesmo aperto que eu.
São e . Nós dividimos o apartamento, porque nenhuma de nós tem condição de alugar um e muito menos comprar um sozinha. Elas também estudam na mesma Universidade que eu, só que em cursos diferentes. faz Medicina, trabalha mais que todas nós. O curso dela é muito caro, mesmo com a bolsa que ela conseguiu, assim como eu, para Artes. faz para Fotografia, não ganhou uma bolsa, mas seus pais no Brasil mandam uma parte da mensalidade.
Ah, ia esquecendo. Somos brasileiras, burras e sonhadoras, imaginando que Londres seria só sombra e água fresca. Mil vezes o Brasil, aqui as pessoas são frias e calculistas, só se importam com o próprio umbigo!
Briguei feio com meus pais para vir para esse inferno gelado no meio do planeta Terra, e não tenho contato com eles há 2 anos. O caso da é parecido com o meu. O problema é que ela é muito orgulhosa, não admite que sua viagem foi um fracasso. A , como prefere ser chamada, veio, na boa, os pais deram apoio, mas disseram que só ajudariam nos estudos o resto seria com ela.
E agora voltamos ao Pub chechelento! Geremy estava no balcão contando pela centésima vez o dinheiro do caixa, dude, que homem paranoico! Eu servia as mesas junto com a , e a ficava na cozinha, ela fazia comidas divinamente bem.
Everson, venha até aqui.” Ouvi a voz de Geremy.
Estou perdida! Adeus, comida, cama, casa, universidade... Vou viver na rua da amargura.
“Senhor?” falei com a maior cara de culpada.
“Mais um atraso e rua! Agora vai trabalhar que as mesas não vão se servir sozinhas! GABRIELLE! Anda garota, parece uma lesma. Funcionários de merda...” saiu resmungando.
Cheguei na cozinha morrendo de raiva, estava arranhando a parede como um gato, loucamente.
“Que idiota” falei baixo.
“ Eu ainda vou falar umas boas verdades para aquele velho...” dizia, já vermelha.
“ Um dia, ficaremos ricas o suficiente para esfregar naquele narigão de Mr. Potato, que ele tem.” disse, enquanto fazia um cappuccino.
“ Enquanto esse dia não chega, vamos trabalhar” disse.
Eu e pegamos nossos aventais e fomos atender as mesas. O sininho que tocava todas as vezes que um cliente chegava estava silencioso como sempre. Poucos iam, como eu disse. Somente os mais ‘apertados’ vinham comer algo aqui.
Sentei em uma mesa junto com minha companheira, enxugando o suor da testa. E o sininho tocou novamente.
“ Ihh, é aquele cara que vem aqui quase todo dia, . O que você acha fofo.” Falou cheia das segundas intensões.
Eu sabia quem era. Bom, ele sempre vinha aqui entre ás quatro e seis da tarde. Era, sem dúvidas, lindo. Tinha cabelos loiro-escuro, cacheado, olhos azuis, alto e forte. Tinha uma voz rouca que fazia qualquer um tremer, chamava atenção até dos homens, se duvidar. E suas roupas por mais despojadas que fossem, ainda eram de aparência cara.
Sempre me pergunto o que alguém como ele, vem para esse lugarzinho no meio do nada.
“Vai lá atender, eu sei que você quer, pegadora!” falou baixo me fazendo dar um pulo de susto.
“Do que você tá falando?” me fiz de desentendida. Na verdade eu tinha uma leve atração ( bem leve, viu?) por ele. Mas era só besteira da minha cabeça.
“Não se faça de sonsa.”
Ele olhou para nossa direção, e chamou com um aceno. me empurrou ‘discretamente’, e eu dei uma topadinha. Passei a mão nos cabelos presos num coque mal feito, tentando arrumá-los sem sucesso.
“B-boa noite, senhor. O que deseja?” perguntei sorrindo nervosa.
Olá, será que você poderia chamar a outra garçonete, por favor?” sua voz era tão linda que eu nem me toquei no que ele tinha falado.
ESPERA AÍ! Eu ouvi bem, ele tá chamando a ? Mas... mas... Eu sabia! Britânicos são todos iguais, não ligam para o sentimento dos outros, nem nada. São todos frios e calculistas! Idiota! Idiota!
Sorri falsamente e fiz que sim com a cabeça.
Com o ego ferido, dei meia volta e entrei na cozinha vermelha como um tomate.
“O milorde quer ser atendido por você!” falei com raiva para .
Ela e olharam para mim confusas. Expliquei o que tinha acontecido, e a ficou pedindo desculpas, pois ela era irresistível. Humildade manda lembranças!
Saiu e eu fiquei olhando pelo buraquinho da porta.
O idiota começou a rir quando ela apareceu, apertaram as mãos e tudo. Pareciam íntimos demais pro meu gosto. Depois ele entregou para ela um papel e deu uma piscadinha.
fura olho!” resmunguei.
“ O que foi?” perguntou vindo olhar o buraco também.
E aquela outra retardada começou a rir. Sim, rindo!
“ Ah, quer saber, eu não me importo. Não gostava dele mesmo!”
O sininho tocou e eu fui ver o próximo cliente. Ignorando totalmente a última mesa. Era um grupo de três homens, lindos de morrer. Qual é, ein? Todas as encarnações dos deuses vieram para esse buraco! Mas quem sou eu para reclamar! Mande mais, Senhor!
Dois eram loiros, um mais baixinho com rosto de bebê. O outro era estranho, mas ainda lindo, tinha o queixo meio grande e uma covinha muito fofa na bochecha. O outro era moreno, dos olhos azuis, fortão e muito gato. Eles me olharam e começaram a cutucar uns aos outros que nem garotos de treze anos.
Foram para a mesa da minha ex-paixonite. E a toda saidinha, se derreteu toda. Essa daí não muda mesmo. Veio toda animada para o meu lado, e eu fingi que ela nem estava ali.
, o que foi?” perguntou inocente.
“Nada.” Respondi seca.
Entrei na cozinha e ela trocou uns olhares com a , e começou a sorrir. Aquilo estava me irritando. Bufei. O sininho tocou de novo. ia se dirigir à porta, mas fui dizendo logo.
“Eu atendo. Você já trabalhou demais, cuidando de quatro ao mesmo tempo!”
Ela ia me dá aquelas respostas bem mal criadas dela, mas eu saí logo. Era outro homem. Mas esse eu conhecia bem.
“Aaron!” gritei de surpresa.
Pela minha visão periférica, vi os quatro garotos olhando para mim e Aaron curiosos.
!” ele fez o mesmo. O loiro, deu uma corridinha até mim, e me abraçou me levantando do chão.
Apertei seus ombros contra mim com força. Que sorte Geremy ter saído!
, ! Corram aqui!” gritei.
“ Que gritaria é es-” parou ao ver nosso visitante . “ Oh Deus, Aaron!”
“Aaron!” gritou.
Nos abraçamos, ele olhou para nós com aquele seu sorriso colgate. Aaron é nosso amigo da universidade, ele faz Artes comigo, mas foi para a Rússia concluir o curso no ano passado. Ele era lindo, legal, fofo, o garoto perfeito. Tirando o fato dele ser gay. Mas ninguém desconfia, eu mesma só soube quando ele me disse. E eu tinha uma quedinha por ele na época.
“Meninas, cada dia mais lindas e gostosas!” e apertou a bunda da .
“Que saudade!” segurei seu rosto e dei um selinho rápido, era um tipo de cumprimento nosso.
, está diva. Cadê aquele seu cabelão ruivo, garota?”
“Mudei um pouco.” Sorriu.
“Vamos lá na cozinha, antes que o Geremy veja você.” Falei.
“Como aguentam aquele velho rabugento, ein?” Aaron trabalhou aqui por seis meses só para ficar com a gente fofocando. Não aguentou mais que isso.
“Não aguentamos” disse.
Eles foram na frente e eu fui atender uma senhora que tinha chegado. O garoto da mesa ao lado, de cachinhos que eu ACHAVA fofo, ficou me encarando sério. Cara mais maluco.
Fui para a cozinha, quando ouvi os cochichos mais altos da minha vida.
“Ela não sabe, está combinado há umas três semanas.” Ouvi falando para Aaron.
“Quem não sabe?” perguntei, e eles pularam de susto.
“Nada, vem cá, sua linda. Está com o rostinho tão triste.” Aaron disse acariciando meu rosto.
“Cansada.” Dei um suspiro pesado.
Aqueles três estavam me escondendo alguma coisa!
“Bom, vou ver se o pessoal precisa de alguma coisa.” Eu disse sorrindo fraco.
O cara, me chamou com a mão, e meu coração acelerou. Que besteira!
“Sim?” perguntei, forçando meus lábios se virarem para cima forçando um sorriso amarelo.
“Um cappuccino, e três xícaras de chocolate quente.” Falou sem me olhar direito.
Os outros rapazes acenaram para mim, e o único moreno, o fortão piscou para mim com um olhar sapeca. Corei fortemente. O rapaz, olhou feio pra ele, que ergueu a sobrancelha lindamente. Oh, assim eu não aguento!
“Já trago.”
Anoitei em um bloquinho de papel, e entreguei para na cozinha.
“Amiga, você não quer ir para casa?” perguntou.
“Serei demitida gente. Cheguei atrasada, e tal. Mas estou perfeitamente bem!”
Eles me olharam torto, mas começamos a conversar. Aaron tinha voltado para Londres, só de férias mesmo. Depois voltaria para a Rússia. E o resto da noite foi assim. Os garotos ficaram por mais meia hora e foram embora, Aaron teve que ir embora, pouco tempo depois, pois havia vindo aqui direto do aeroporto para cá. Estava exausto.
Geremy chegou quando estávamos quase fechando o Pub. foi na frente, já que saia mais cedo que eu e a , que ainda íamos limpar o local. Estávamos caladas quando ela se virou para mim de uma vez.
“Está com raiva de mim? Não que esteja me importando...” se fez de indiferente.
“Claro que não! Só fiquei um pouco... sei lá. Acho que me iludi novamente. Britânicos são idiotas mesmo!” falei emburrada.
“O Danny é legal, .” ela sorriu.
“Quem é Danny?”
“O ‘ Britânico idiota’!”
“Ah, eu não acho.”
Ela sorriu sapeca e tirou um papel amaçado do bolso.
“Toma. Pra você.”
“O que é isso?”
O Geremy nem deixou eu ver. Tomou o papel da minha mão e rasgou no meio.
“ Ei, qual seu problema!” levantei a voz pela primeira vez.
“Muito papo e pouco trabalho!”
“Mas aquilo era meu! Você não tinha o direito de rasgar!”
A foi logo se metendo.
“É, seu imbecil! Quer saber, nós não precisamos disso não! Vamos, !”
Saiu puxando minha mão, mas eu parei.
“Espera. Nós ainda não falamos tudo.” Sorri para minha amiga sorrateiramente.
Fizemos um rosário de reclamações, joguei tudo na cara dele. Que aquela espelunca nunca iria crescer, jogamos praga e tudo. Pegamos nossas coisas e ele ficou só calado.
Saímos batendo a porta com força. O frio era cortante, pareciam milhares de facas em minha pele, meu casaco era fino então abracei meu corpo com força.
“Estava segurando isso há muito tempo.” disse.
Passou um carro em alta velocidade, e eu pulei para o lado de susto. A rua estava deserta, eu estava até acostumada, mas hoje estava tão escuro, sem lua e estrelas, com apenas alguns postes ligados.
Foi quando senti uma mão, que com toda certeza não era da , em minhas costas, colocando algo no meu nariz. Vi somente uma imagem borrada da gritando. E perdi a consciência.
FLASHBACK OFF.
Depois disso, eu estava em um quarto de luxo com um bando de mulheres que passaram o dia me arrumando. Óbvio que eu fiquei desesperada, tinha sido sequestrada junto com minha melhor amiga. Perguntei conde ela estava, e só falaram que ela estava bem.
E a ? Devia está dando nos nervos junto com o Aaron. Me colocaram em um carro caríssimo, com motorista e tudo, e me trouxeram para cá, onde a mesa tinha uma plaquinha escrita : “Mr. Jones”. Quem é Mr. Jones?
Batuquei minhas unhas contra a mesa já de saco cheio para saber quem era esse tal de Jones. Quando ouvi uma voz linda e rouca, totalmente familiar atrás de mim.
.”
Olhei para ele com a maior cara de interrogação.
“Você?”
De todas as pessoas do mundo, ele era última que eu pensei ser meu suposto sequestrador.
Encarei aquele Adônis, na minha frente completamente surpresa. Ele vestia um terno azul marinho, mais caro que o meu salário, o cabelo cacheado continuava rebelde como sempre.
Minha vontade era de estrangular aquele imbecil. De onde já se viu, sequestrar uma pessoa, ele não sabe o quão desesperada fiquei, imaginando mil e uma coisas que poderiam fazer comigo? Subiu um ódio tão grande, que, inexplicavelmente sempre que me vinha raiva, eu começava a chorar. Eu odiava isso. Meus olhos se encheram d’água, ele tirou um lencinho do bolso do seu terno, e enxugou gentilmente, o canto dos meus olhos.
Afastei sua mão do meu rosto bruscamente. Encarei-o com raiva, me levantei da mesa, as pessoas já nos olhavam nem um pouco discretamente. O meu sequestrador, só me olhava meio confuso. Dei um sorriso irônico, tirei aqueles sapatos que incomodam pra caramba, joguei no peito dele com força, fazendo-o gemer um pouco, e comecei falar rapidamente.
“Você é idiota, garoto? Como você faz uma coisa dessa? Eu fiquei completamente desesperada pensando se iria morrer a qualquer minuto! E as minhas amigas, o que elas iriam pensar se eu não voltasse para casa depois do trabalho? E a ? Deve ter ficado desesperada. Nunca mais, nunca mesmo, apareça na minha frente. Não acredito que um dia eu cheguei a cogitar, gostar de você!”
Dei as costas para ele e meu público. Nem sabia como voltar para casa, nem sabia onde estava, e sem dinheiro. Ah como eu odeio aquele retardado.

DANNY JONES ON.
Eu sabia! Sabia que a ideia genial do Harry ia dar merda. Mas a culpa não é dele. É minha, por ter aceitado essa história maluca. E agora eu estou aqui, no meio desse restaurante de gente besta, parecendo um pinguim, com um par de sapatos na mão, e com uma maldita raiva de mim mesmo.
Ela disse que gostava de mim. Poxa, botei tudo a perder. Será que ela não gostou da música que eu fiz especialmente para ela? A disse que ia entregar para ela. O que será que houve.
Bom, isso não importa. Eu botei tudo a perder. Eu tinha que ter falado alguma coisa. Passei quase um ano, indo naquele pub, só para vê-la. Tão clichê, se apaixonar pela garçonete, mas ela foi a única que não veio louca atrás de mim, só por interesse. É eu sou vocalista da banda McFly, mas acho que ela não conhece. O que é ótimo.
Uma coisa estranha aconteceu comigo, quando a vi com aquele loirão metido a galã de novela mexicana. Piorou tudo quando a vi beijá-lo, o tal de Aaron, nem foi um beijo exatamente, foi só um selinho, mas foi íntimo demais para o meu gosto. Minha garganta fechou, formando um bolo estranho, meu coração parecia que ia para de tão rápido que batia, e minha barriga começou a doer. Estranho, né?
O que eu não podia era ficar aqui parado. Eu tinha que ir atrás dela. Corri parecendo um idiota, por meio das mesas lotadas, gritando seu nome. Cheguei na parte da frente do restaurante, e a vi sentada na calçada de cabeça baixa, arrancando uns matinhos que nasciam por ali.
Sentei ao seu lado, em silêncio. Estava tão constrangido. Sabia que tinha achado a minha “Star Girl”, porém falhei feio.
“Sai daqui. Por favor.” disse, sem olhar para mim.
“Deixa eu falar, eu prometo que eu vou embora. Nunca mais apareço na sua vida, se isso te fizer feliz. Mas me escuta!”
Ela levantou a cabeça, rolou os olhos que nem uma garotinha birrenta.
“ Você tem cinco minutos. Nem um segundo a mais.”
Suspirei. É agora ou nunca. Neurônios, eu sei que são poucos, ajudem-me, por favor!
“Há um ano mais ou menos, eu estava cansado. Cansado de tudo, cantar é o que eu mais gosto de fazer, mas tudo sem seu preço. Eu estava cansado da fama, nunca poderia ser eu mesmo. Tinha que ser o ‘Danny Jones, o vocalista do McFly. Rico, cheio de mulheres.’ – nessa parte ela parecia meio surpresa.- A única coisa que eu queria era ser eu mesmo, Danny bobão, que gosta de assistir De Volta Para o Futuro, que odeia lavar roupa, não leva o menor jeito com as mulheres, como pode ver, que canta pelo simples falo de se sentir feliz. E quando eu entrei naquele pub afastado, era o melhor lugar do mundo, as pessoas me tratavam como uma pessoa normal. Eu sou igual a todos, não quero tratamento especial, só quero ser eu mesmo. E quando eu te vi. Ah, eu fiquei encantado, mesmo trabalhando para aquele cara, que, eu já tinha percebido, era muito rígido com você e suas amigas, você tratava as pessoas tão bem! Sempre sorrindo, educada, simpática. E eu sempre ia para lá, te ver. Eu me sentia tão... eu mesmo. Confesso, morria de vergonha, quando você vinha me atender, as palavras não saiam, minhas mãos suavam e você sorria vendo meu embaraço. Desculpe se te magoei, nunca foi minha intenção, e a história do sequestro foi a coisa mais idiota que eu já fiz em toda minha vida. Queria só que você me notasse, e eu tinha um pouco de raiva, você nunca demostrava sentia algo em relação a mim. E depois que você falou que um dia gostou de mim, me senti tão feliz. Mas fui burro o suficiente para acabar com tudo isso. Me desculpe, , eu vou embora. Só quero que você seja feliz.”
Falei tudo de uma vez, coloquei meus sentimentos para fora. E olhei para meus pés, muito constrangido. Ficamos em silêncio. Eu ouvia ela dar uns soluços de leve, e me perguntei se disse algo que a feriu, de certa forma.
“Danny?”
Levantei ao mesmo tempo em que chamou-me.
“Sim?”
Seu rosto estava banhado de lágrimas, e ela sorria. Não aquele sorriso irônico, e sim um doce e feliz. Seus olhos brilhavam. E fez algo inesperado, ela me abraçou. Apertei ela contra mim com força, tentando me lembrar de cada traço seu, seu cheiro, seu rosto... tudo. Estava para pular de felicidade.
“Eu sinto o mesmo, Danny.” Se afastou um pouco e me olhou nos olhos.
Passei as costas da minha mão em seu rosto. Ela não era uma top model, não tinha o rosto perfeito, mas tinha algo que nenhuma mulher no mundo teria, ela tem um bom coração, e o melhor de tudo ela é minha para sempre.
Encostei meus lábios no dela, delicadamente, e algo explodiu dentro de mim, como uma bomba. Eu sem dúvidas era o homem mais feliz do mundo.

Epílogo

Seis anos depois....

Everson On.
Depois daquele sequestro maluco, mudei meu conceito sobre britânicos. Na verdade, eles não são todos frios, calculistas, nem nada do tipo. Como o meu Danny, que é uma pessoa maravilhosa. Sim, MEU Danny, depois do que houve, nós começamos a namorar. E ele é o homem dos sonhos. Lindo, fofo, atencioso... Claro que nós brigamos muito. Temos opiniões total e absolutamente diferentes!
Qual casal não tem, certo? E minhas melhores amigas se deram bem! mostrou suas asinhas e não perdeu tempo, Dougie Lee que se cuide... mas eles fazem um casal perfeito!
A , que era a mais “santinha” do grupo, não resistiu aos encantos de Harry Judd, foi a que demorou mais a se entregar. Mas depois de serem pegos se agarrando na despensa, não teve como negar!
Nos reunimos no apartamento do Tom, que agora namorava uma garota muito simpática, chamada Giovanna. Estavam todos presentes, menos o Danny. Ele disse que ia ter um compromisso, mas não disse onde. E claro, fiquei aqui, morrendo de curiosidade.
Peguei o celular pela milionésima vez, vendo se havia chegado um torpedo, ou chamada não atendida (o que era praticamente impossível, já que eu não largava o telefone), foi quando bateram na porta.
Levantei em um pulo, e fui correndo pra lá. Abri com um sorriso gigante, pensando que seria o Danny, mas só eram flores! Lírios, minhas favoritas. Olhei para os lados e não tinha ninguém. Fechei a porta, quando voltei para dentro, todos tinham sumido!
- Hey, pessoal! – falei.
Quando um violão começa a ser dedilhado, por ninguém menos que o meu sequestrador. Sua voz linda cantava, olhando diretamente nos meus olhos.

It’s only bee a day
Só se passou um dia
But it’s like can’t go on
Mas parece que não consigo seguir em frente
I just wanna say
Eu só quero dizer
I never meant to do you wrong
Que eu nunca quis te fazer mal
And I remember you told me baby
Eu me lembro que você me disse baby
Something‘s gotta give
Alguém tem que ceder
If I cant’t be the one to do hold you baby
Se eu não posso ser aquele que te abraça baby
I don ‘t think I cold live
Eu acho que não poderia viver
Now I’m so sick of beig lonely
Agora eu estou muito cansado de ficar sozinho
This is killing me slowly
Isso está me matando tão lentamente
Don’t pretend that you don’t know me
Não finja que você não me conhece
That’s the worst thing you do
Isso é a pior coisa que você poderia fazer
Now I’m singing such a sad song
Agora eu estou cantando essa música triste
These things never seem to lest song
Essas coisas nunca parece durar
Some thing that I never planned, no
Algo que nunca planejei, não
Help me baby, I’m so sick of being lonely
Ajude – me baby, eu estou cansado de estar sozinho.


Eu já estava com lágrimas escorrendo pelo rosto, e um sorriso bobo nos lábios. Ele parou de cantar, e todos saíram de seus “esconderijos”.
, eu fiz esta música para você, há seis anos. Eu queria guardá-la para uma ocasião especial.” Ele respirou fundo. “ Gostaria de ser minha Star Girl, e nunca mais me deixar sozinho, para o resto da minha vidinha medíocre?”
Meu queixo deve ter batido lá no pé, de tão surpresa que fiquei. Fiquei calada, meu cérebro de ervilha, absorvendo a informação.
, responde logo porra!” gritou, me fazendo despertar.
“Sim, seu idiota. É claro que eu quero!”
Pulei em seus braços, me sentido a mulher mais feliz do mundo.
“Eu te amo, eu te amo, eu te amo!” Falei enchendo seu rosto com beijinhos.

Dois anos depois...

Danny Jones On.

Estava muito muito muito, nervoso! Minha garotinha ia nascer, meu anjinho. Agora definitivamente eu sou o cara mais feliz do mundo. Os guys estavam sorrindo vendo minha aflição, que pessoas sem coração! Quando for a vez deles eu quero ver se vão ficar cheio de risinhos.
apareceu no fim do corredor, sorrindo. Ah, ela se formou em medicina e fez o parto da minha .
“Danny, Aurora nasceu!”
Corri, mas parecia que tudo se movia em câmera lenta. Entrei no quarto e estava, mesmo com aquele rostinho cansado, linda. Beijei sua testa e ela apontou para um montinho de pano que estava no colo de .
Cheguei pertinho e coloquei minha Little Star Girl no colo. Dormia tranquila. Levei até minha esposa, com um sorriso de orelha a orelha.
Em pensar que se não fosse aquela ideia estúpida do Harry, eu nunca estaria aqui. Com as mulheres mais importantes da minha vida.

Fim.


Nota da Beta: Qualquer erro de português e/ou html/script, me informe pelo e-mail.

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