Six Degrees of Separation

Fic por Andrielle C. | Revisão por Patrícia


You've read the books,
(Você leu os livros,)
You've watched the shows,
(Você viu os programas,)
What's the best way no one knows,
(Qual é o melhor jeito ninguém sabe.)
Ye meditate, get hypnotized.
(Medicado, hipnotizado.)
Anything to take it from your mind.
(Algo para tirar você de si mesmo.)
But it won't go,
(Mas você não sai,)
You’re doing all these things out of desperation,
(Você faz todas essas coisas por desespero,)
Oh, oh, you’re going through six degrees of separation.
(Oh, Oh, você vai passar pelas seis fases da separação)


Pausei o filme e, resmungando, levantei e fui até o telefone. Maldita hora em que resolveram me ligar. Murmurei um "alô" mal humorado, batendo os pés impacientemente.
? Por favor, não me diga que você está assistindo "500 dias com ela" de novo?! — revirei os olhos, mesmo sabendo que ele não veria. Por que ele não me deixava em paz? Eu queria poder ver esse filme quantas vezes eu quisesse. Por que, querendo ou não, ele combina um pouquinho comigo. Ok, nem tanto assim. Mas quem se importa? Eu só quero poder ficar o dia inteiro deitada no sofá, comendo igual uma porca (porque vamos combinar, eu não me importo de engordar. Não agora que estou sozinha), e assistindo um dos meus filmes preferidos de "Finais não tão felizes".
— Qual o problema, Thomas? Você sabe que eu me identifico com esse filme. E você, mais do que ninguém, teria que me entender. — Sussurrei a última parte. Eu sabia que estava extremamente sensível nos últimos dias, devido às coisas que aconteceram. E sabia, também, que logo estaria chorando. De novo. — Você sabe que eu estou passando por uma fase difícil, então nada melhor do que assistir esse filme para descontar minha frustração.
— Pequena... — Ele suspirou, apreensivo — Você tem que seguir em frente. Você sabe que não adianta ficar aí deitada esperando o tempo passar. Eu sei que nada vai voltar a ser como antes, mas você pode fazer melhorar. Você merece ser feliz, . Você sabe que sim. — Pronto. Eu estava chorando. Chorando por lembrar de todas as vezes que meu ex-noivo me fez rir. Por todas as vezes que ele disse que me amava. Por todas as vezes que ele me fez feliz. Funguei. — , não chora. Olha só, que tal mudarmos de assunto? — Soltei um resmungo, concordando. — Você vai vir passar o natal aqui em casa, né? Todos vão vir, já estou avisando. — E eu sabia que ele estava incluído nesse "todos". Me amaldiçoei por fazer parte do mesmo grupo de amigos dele — E isso não é uma pergunta. Estou afirmando que você vai vir. O natal já é semana que vem, e eu quero que você se arrume. Tire um dia pra você, . Fique bonita. Não por ele, não por mim, mas por você mesma. Para você se sentir bem. Você pode fazer isso? — Eu sabia que ele não estava perguntando se eu podia ficar bonita, mas sim se eu conseguiria ficar no mesmo ambiente com o cara que quebrou meu coração.
— Eu... acho que posso, Tom. — Senti ele sorrir do outro lado do telefone, e isso me fez sorrir também. Ele era o melhor amigo do mundo inteiro. — Eu sou uma mulher já, né?! Eu posso. Não sou mais uma adolescente, eu tenho 26 anos. Eu posso. Eu consigo.
— Acabou com as suas frases de superação? — Ele riu. Revirei os olhos novamente. Pensando bem, ele não era o melhor amigo do mundo inteiro. — Vou ter que desligar agora, . Vou passar aí amanhã, vamos sair pra beber.
E então ele desligou.
Me deitei no sofá novamente, em posição fetal, e continuei a chorar. Dessa vez, eu chorei por todas as brigas. Por todas as vezes que ele disse que eu só pensava em mim. Por todas as vezes que terminávamos, e menos de uma semana depois, voltávamos. E, realmente, eu pensei que dessa vez seria igual. Quando ele saiu por aquela porta, dizendo que tinha desistido, eu achei que logo ele voltaria. E por isso eu não me importei, apenas continuei a escrever a minha nova matéria, para a revista da semana. Que tola.
Passou-se uma, duas, três semanas, e eu comecei a me desesperar. Ele não voltava, e eu não tinha notícias. Comecei a me isolar, a não atender mais as ligações. Eu só atenderia se ele me ligasse, mas isso nunca aconteceu. Passou nove meses. Thomas implorava para que eu saísse de casa, mas eu não tinha vontade. Eu sabia que estava deprimida porque eu pensei em me matar. Tola, de novo. Onde já se viu acabar com a vida por causa de um homem? Chorar parecia mais certo. Então deixei de lado a ideia de morrer. Peguei o controle e continuei a assistir ao filme.

Ye hit the drink, ye take a toke
(Você pega a bebida, bebe um gole)
Watch the past go up in smoke.
(Vê o passado desaparecer na fumaça.)
Ye fake a smile, ye, lie and say that,
(Finge um sorriso, yeah, mente e diz:)
I'm better now than ever, and your life's okay
("Estou melhor do que nunca", e que a sua vida está bem)
Well it's not, no
(Bem, não está, não)
You’re doing all these things out of desperation,
(Você faz todas essas coisas por desespero,)
Oh oh you’re going through six degrees of separation.
(Você está passando pelas seis fases da separação.)


Sentei em uma mesa, enquanto esperava Tom voltar. Eu estava sem a mínima vontade de me arrumar, então apenas coloquei uma calça jeans, uma blusa simples e uma sapatilha. Meus cabelos, antes lisos e brilhantes, agora estavam ondulados, amassados e sem vida. Essa era a minha fossa particular.
— Trouxe um martini para você, mademoiselle — Tom piscou, sentando-se a minha frente. Dei um sorriso fraco a ele, bebendo um longo gole da minha bebida. Aquilo era extremamente bom, fazia séculos que eu não tomava nada parecido. — Como você está se sentindo?
— Eu estou bem, Tom. Estou me sentindo bem melhor — Tentei forçar um sorriso, mas deve ter saído como uma careta. Achei melhor mentir, parecia mais fácil. Se eu falasse a verdade, Thomas sentiria pena. E quando ele sente pena, ele começa a falar. Não é por mal, mas ele quer me ver bem. Ele iria me dar conselhos e eu iria chorar de novo. Eu não aguentava mais chorar, e não faria aquilo naquela noite. Bem, não na frente dele.
— Ok — ele não estava acreditando. É claro que não, Thomas me conhecia melhor do que ninguém. Quer dizer, não mais do que ele. Senti meus olhos marejarem. Tentei pensar em outra coisa, mas foi inútil. Uma lágrima caiu lentamente, e Tom viu. — ...
— É só... um cisco! Tem um cisco no meu olho — Limpei a lágrima rapidamente, e Tom sorriu tristemente para mim, e levantou.
— Vem, vamos dançar. Como nos velhos tempos. — Não deu nem tempo de negar, ou inventar uma desculpa esfarrapada. Quando dei por mim, eu já estava no meio da pista de dança, com Tom rebolando loucamente. E aquilo foi engraçado. Por Deus, fazia meses que eu não achava nada engraçado! E instantaneamente senti meu corpo formigar e gargalhei. Tom abriu um sorriso enorme, e me abraçou. E então eu deixei a felicidade tomar conta de mim. Eu estava feliz por ter Tom ali comigo, eu estava feliz por ele estar feliz. Eu estava feliz por eu estar feliz também. E naquele momento, eu deixei o passado de lado. Esqueci da existência dele, e de todo o sofrimento que ele me causou. Eu estava me permitindo sorrir, ser feliz, e seguir em frente. Como eu disse, naquele momento.
Sorri abertamente para Tom, e começamos a dançar uma música super animada que tocava. Girávamos, gargalhávamos e pulávamos na pista. Sem ligar para as pessoas que nos olhavam de cara feia.
— Ok, eu acho que estou velho para essas coisas! — Tom falou e me puxou de volta para a mesa. Quando nossos olhares se encontraram, explodimos em gargalhadas. Oh, como isso era bom. — , eu senti falta de te ver assim. Aquela pessoa deprimida e sem graça não combina com você. Mas essa aí, toda cheia de energia, com um brilho no olhar e um sorriso lindo estampado no rosto... Essa sim é a que eu sempre conheci, e escolhi para ser minha melhor amiga. — Senti meus olhos marejarem, e logo eu estava chorando. E, pasmem: eu estava chorando de felicidade! E então eu ri. Eu ria e chorava ao mesmo tempo, e Tom fez uma cara engraçada. Ele ficou meio confuso, e não sabia o motivo do meu choro totalmente descontrolado e engraçado. Oh, com certeza o álcool havia contribuído nisso.
— Ah, Tom... Eu estou tão feliz hoje! — Fiz malabarismo para conseguir me aproximar dele, e o abracei fortemente, deixando minha cabeça descansada em seu ombro, logo depois. Tom ficou acariciando meus cabelos, e eu sabia que logo iria dormir. — Me leva pra casa?

First, you think the worst is a broken heart
(Primeira, você pensa que o pior é um coração partido)
What's gonna kill you is the second part
(O que a vai te matar é a segunda parte)
And the third, Is when your world splits down the middle
(E a terceira, é quando o seu mundo parte ao meio)
And fourth, you're gonna think that you fixed yourself
(Na quarta você vai pensar que está bem)
Fifth, you see 'em out with someone else
(Quinta, você os vê com outra pessoa)
And the sixth, is when you admit that you may have fucked up a little
(E a sexta, é quando você admite que talvez você tenha estragado tudo)


E então era natal. Quer dizer, ainda não era. Corrigindo: E então era véspera de natal. Pronto, bem melhor. Eu estava no quarto de hóspedes da casa de Tom e , terminando de me maquiar, quando alguém bateu na porta. Era , minha irmã. Era meio estranho minha irmã ser casada com meu melhor amigo, mas eu gostava. Gostava porque depois de Tom, ela era a pessoa em quem eu mais confiava. E era minha melhor amiga.
, você está linda! — Ela disse, segurando minha mão e me girando. Eu estava usando um vestido vermelho de manga ¾, que ia até um pouco acima do joelho, com um cinto preto na cintura, e sapatos de salto também pretos. Meus cabelos, antes até a cintura, agora estavam na altura dos ombros. E eu gostei de como haviam ficado.
— Obrigada, . Você também. — Sorri verdadeiramente para ela, que retribuiu. E então mais alguém bateu na porta, e murmurou um "entra", enquanto me abraçava.
... OPA! — Tom falou, me medindo dos pés a cabeça. Era a primeira vez que eu o via desde que cheguei do cabelereiro. Senti meu rosto corar com o excesso de atenção que eu estava recebendo naquele momento. — Você está linda, pequena.
— Obrigada, Tom. — Falei, recebendo um beijo na testa dele.
— Vamos descer? O pessoal já chegou. — Ele falou devagar, com medo da minha reação. Senti meu coração acelerar, e uma luzinha de esperança se acender dentro de mim. Seria a primeira vez que eu o veria depois de nove meses. sorriu para mim, me encorajando, e saiu do quarto. Tom me abraçou forte, e segurou a minha mão. — Você consegue, .
E então ele me puxou. Eu podia ouvir meu coração batendo forte demais, alto demais, e por um minuto pensei que Thomas podia ouvir. Quando eu cheguei ao final da escada, foi inevitável não procura-lo com o olhar. Senti alguém se aproximar pelo meu lado esquerdo, e reconheci . Um dos nossos amigos em comum.
, como você está diferente! — Ele falou, me abraçado. — Quanto tempo faz que eu não te vejo? Um ano? Dois?
— Nove meses, . — Eu ri. E ele concordou, ainda me encarando.
— Você está linda, ! — Corei, e olhei para o chão. Me senti extremamente idiota por isso. Ora, era só um elogio! Quando levantei a cabeça de novo, eu o vi. Ele estava perto da árvore de natal, conversando com . E havia uma menina junto. Deveria ser namorada de , ou algo do tipo. E então ele me viu. Seu cabelo estava um pouco mais comprido, mas havia apenas isso de diferente. Ele ainda estava igual. Desviei meu olhar do seu, e olhei para , que rapidamente olhou para mim e acenou, me chamando. Oh, droga.
— Quer que eu vá com você? — Thomas sussurrou no meu ouvido, e eu assenti. Era agora. Segurei na mão de Thomas e comecei a caminhar na direção dele. Minhas pernas estavam bambas, e minha respiração estava mais forte que o normal. Eu poderia ter um ataque cardíaco a qualquer momento.
, é você mesmo?! — disse, me abraçando. Dei um sorriso forçado e concordei. Olhei para as outras pessoas que estavam ali e meu coração parou por um segundo. A garota que estava ali... Ela estava de mãos dadas com o meu ex noivo. Oh.
, essa é a minha namorada, . — E, pela primeira vez em meses, eu ouvi a sua voz. Aquela voz que por anos me acalmou. E naquele instante, pela primeira vez, aquela voz me assustou. Me desesperou. Ele estava namorando. Olhei em seus olhos, e logo desviei. De novo.
— Prazer, . — Falei para a garota loira que parecia ser simpática demais.
— O prazer é meu! — Ela disse, sorrindo abertamente. Eu queria que ela fosse feia, nojenta, gorda. Qualquer coisa.
— Eu... Vou tomar um ar. — Forcei um sorriso e puxei Tom. Olhei para trás uma última vez, antes de sair para o jardim. E nossos olhares se encontraram, ele sorriu e virou para a namorada, sussurrando algo para ela e indo na direção oposta a minha. Eu desejei que ele viesse falar comigo, dizer que tudo não se passava de um engano. Eu desejei que ele viesse correndo ao meu encontro, dizendo que me amava e que me perdoava por tudo que eu fiz. Mas não foi isso que aconteceu. Encolhi meu corpo quando cheguei ao jardim, por causa do frio. Tom passou os braços por meus ombros.
— Ele seguiu em frente. — Falei, encarando o chão e sentindo lágrimas caindo. — Ele está feliz, Tom. Ele me esqueceu.
, você sabia que isso poderia acontecer. — Ele disse, e eu concordei internamente. Eu sabia. Eu sabia, mas tinha medo. Escutei a porta bater, e em menos de cinco segundos Tom não estava mais ali comigo, senti um perfume excepcionalmente familiar.
. — Sussurrei, levantando o rosto e o olhando nos olhos. Sem desviar. "Seja forte, seja forte, seja forte". Fiquei repetindo mentalmente, na esperança de que desse certo.
. — Ele estava tenso. E eu quase sorri, percebendo que ainda provocava algo nele. — Nós precisamos conversar.
— Tem certeza de que você quer? Na última vez você simplesmente disse que desistiu e saiu. — Falei, me segurando para não derramar nenhuma lágrima na frente dele, mesmo sabendo de que ele sabia que eu estava chorando antes de ele chegar.
— Você sabe que não foi bem assim. , nós ficamos juntos por cinco anos. CINCO ANOS! E em que momento você deixou de pensar apenas no seu trabalho? Em que momento você pensou em mim, me deu um pouco de atenção? — Senti meu coração apertado. Dei um passo para trás, e segurou meu braço. — Em nenhum momento, . Você ficava até tarde escrevendo suas matérias, e me deixava sozinho. , eu pedia para você deixar seu trabalho de lado por um minuto, mas você me ignorava. Eu passei 5 anos aguentando isso, até que não aguentei mais. Você tem que me entender!
, agora eu te entendo. Por favor, eu juro que eu mudei. Você não pode me dar mais uma chance? Você não tem noção de tudo que eu estou sentindo! É como se uma parte de mim tivesse sido arrancada. E parece que isso não cicatriza nunca! Eu sinto tanto a sua falta... — Solucei, e as lágrimas começaram a cair desesperadamente. Respirei fundo e fechei meus olhos.
— Não tem como dar uma chance, . Eu te amava tanto e vivia para você e por você. Mas eu aprendi a me amar também, e é por isso que eu desisti. Eu vi que nunca ia dar certo, . Nós não estávamos felizes!
— Eu não estou feliz agora também. — Sussurrei. Ele não me amava mais? Ele dizia que ia ser para sempre.
— Você amava apenas a si mesma, . Você tem que aprender a amar os outros agora. Você tem que deixar de ser egoísta. E quando isso acontecer, você vai conseguir ser feliz.
— A culpa disso tudo foi minha, ? Eu... Eu sinto tanto... Me desculpa, por favor, eu... — Meu coração começou a bater freneticamente, e eu senti que agora eu estava o perdendo. A culpa foi inteira e somente minha. Eu lembro que quando eu chegava do trabalho, eu corria para o computador para escrever a matéria do dia seguinte. E quando chegava, ou eu já estava dormindo, ou eu ficava trabalhando em casa até o sono vir. Eu o ignorava. Eu o amava, sempre o amei, mas eu queria ter um futuro mais concreto para nós dois. E eu pensava que se trabalhasse e juntasse um bom dinheiro, nós poderíamos ser felizes. Juntos. Mas agora... Eu não tenho mais meu trabalho, não tenho mais .
, você vai ficar bem. Nós vamos.

No no there ain't no help, it's every man for himself
(Não, não tem nenhuma ajuda, é cada um por si)
No no there ain't no help, it's every man for himself
(Não, não tem nenhuma ajuda, é cada um por si)


virou as costas, pronto para sair dali. Ele não podia! Ele não podia simplesmente me deixar. De novo não.
! — O segurei, abraçando-o forte. — Não me deixe de novo, por favor. Eu preciso de você. Não me deixe, não me deixe, não me deixe.
, você me deixou há muito tempo. Nós apenas morávamos juntos. — Não, isso não era verdade. Oh, Deus. Eu queria tanto voltar no tempo. — Nós deixamos de ser um casal. Eu apenas concretizei isso. Estava na hora de ir embora, tente entender. Não ia mais dar certo. Nunca deu.
— Mas eu te amo! E você me ama, não ama? — Perguntei, e o encarei. Uma lágrima. Apenas uma lágrima caiu de seus olhos, e ele assentiu.
— É claro que eu te amo. Sempre vou te amar, . Mas como eu disse antes, eu me amo também. E não adianta apenas nos amarmos, . Você sabe que não.
— É claro que adianta! — Ele apenas balançou a cabeça negando, e virou as costas novamente. — Não me deixa, , por favor...

You tell your friends, yeah, strangers too,
(Você conta aos seus amigos, yeah, estranhos também,)
Anyone will throw a arm around you
(Qualquer um vai tentar te confortar)
Tarot cards
(Cartas de tarot)
Gems and stones,
(Pedras e jóias,)
Believing all that shit's gonna heal your soul.
(Acreditando que essas coisas vão curar sua alma)
Well it's not, no
(Bem, não vai)
Your only doing things out of desperation,
(Você só faz essas coisas por desespero,)
Oh oh, you’re going through six degrees of seperation.
(Você está passando pelas seis fases da separação)


Senti minhas pernas fraquejarem, e caí de joelhos no grande gramado de Tom. Ele havia me deixado de novo, mesmo que eu tenha pedido para ele não fazer isso. Fiquei chorando, completamente sozinha, quando Tom parou ao meu lado.
— Oh, ... — Ele me pegou no colo, e passei meus braços em volta de seu pescoço. Eu estava completamente fragilizada, e meu choro não cessava. — Vou te levar lá pra dentro.
Eu sabia que para isso, teríamos que passar por todos. E eu não queria que me vissem assim. Nem ele. Enterrei minha cabeça no pescoço de Tom, e funguei. Tentando parar de chorar, o que não adiantou muito. Logo que adentramos a sala, tudo ficou em silêncio. Ouvi passos, e então escutei a voz de . Ela foi nos acompanhando até a escada, onde Tom me colocou no chão. Sentei no primeiro degrau.
, você quer um copo de água? — falou, passando os dedos pelos meus cabelos.
— Quero. E quero o também. — Sussurrei, deitando minha cabeça em meus próprios joelhos e chorando desesperadamente. De novo.
— Nós estamos aqui com você, pequena. Nós sempre vamos estar. — Tom falou. Levantei minha cabeça e percebi que ele tinha se sentado ao meu lado.
— Não... prometa o que você não pode cumprir, Fletcher — Solucei. Tom negou. Olhei para , seus olhos estavam marejados, e ela saiu rapidamente dali, indo em direção à cozinha. — prometeu que me amaria para sempre. Ele não me ama, Tom. Se ele me amasse ele não teria me deixado. Ele não me deixaria sofrer desse jeito.
— Ele te ama, . Mas vocês juntos não estava dando certo. Vai ser melhor assim. Você só tem que se permitir, pequena. Você tem que se permitir ser feliz.
— Sem ele eu não consigo. — Sussurrei — Sem ele simplesmente não dá. Tom, ele partiu meu coração.

First, you think the worst is a broken heart
(Primeira, você pensa que o pior é um coração partido)
What's gonna kill you is the second part
(O que a vai te matar é a segunda parte)
And the third, Is when your world splits down the middle
(E a terceira, é quando o seu mundo parte ao meio)
And fourth, you're gonna think that you fixed yourself
(Na quarta você vai pensar que está bem)
Fifth, you see 'em out with someone else
(Quinta, você os vê com outra pessoa)
And the sixth, is when you admit that you may have fucked up a little
(E a sexta, é quando você admite que talvez você tenha estragado tudo)


Depois de muito chorar e ser reconfortada por Tom e , que tinha voltado, eu me acalmei e fui até o banheiro lavar o rosto e passar uma maquiagem. Quando voltei para a sala, veio me abraçar. Quase chorei de novo. E então eu o vi com a nova namorada. Ela sorriu para mim, e tive vontade de soca-la até a morte. acompanhou seu olhar e me deu um sorriso triste. Nem isso eu fui capaz de dar a ele, apenas olhei para o chão. Então eu percebi: ele estava feliz. Todas aquelas noites discutindo pela atenção que ele queria, coisa que eu achava bobagem, foi minha culpa. Ele apenas queria curtir sua noiva, mas eu não enxergava isso. Tudo aconteceu por causa do meu egoísmo, e agora eu estava pagando por isso. Eu estraguei tudo.

No there's no starting over,
(Não há como recomeçar,)
Without finding closure
(Sem um encerramento,)
You'd take 'em back
(Você pegaria de volta)
No hesitation,
(Sem hesitar,)
That's how you know you've reached the sixth degreee of separation
(E é assim que você sabe que atingiu a sexta fase da separação)


Nesses nove meses separada dele, todas as noites que eu passei chorando, dizendo para mim mesma que a culpa era dele... Nunca foi. E esse sofrimento todo teria que acabar. Eu iria começar de novo. Sem ele. Mas antes, teríamos que conversar.
Aproveitei o momento em que foi até o banheiro e chamei . Fomos até o quarto de Tom.
— Eu... só queria dizer que te entendo — Falei. Respirei fundo e continuei. — E também queria dizer que eu vou recomeçar. Mas antes eu quero que você me responda uma coisa.
— Qualquer coisa. — Ele falou, sentando-se na cama.
— Se... se algum dia tivermos a chance de ficar juntos de novo... Não hoje, nem amanhã, mas algum dia... Nós poderíamos voltar? Você voltaria? — Perguntei, sentindo meu coração parar.
— Só o tempo pode dizer, . — Ele falou, sorrindo. Em seguida, levantou-se e me abraçou. Ele me abraçou! — Eu te amo muito, e quero muito que você seja feliz.
— Obrigada, . — Falei, sentindo as lágrimas caírem — Eu também quero muito que você seja feliz, e eu sei que a te faz. Eu vou te esperar, ok? Vou te esperar até o fim dos tempos.
Ele sorriu verdadeiramente, e pude ver seus olhos brilhando. E então ele virou as costas e saiu do quarto. Mas não foi como das outras vezes. Agora, eu sabia que tudo ia dar certo. Eu sabia, também, que no final iríamos ficar juntos. E eu deveria ser feliz, assim como ele. Todas as fases que eu passei... tudo isso serviu para o meu aprendizado. Eu só vou esperar ansiosamente pelo futuro. Estamos nos lugares em que deveríamos estar, do jeito que deveria ser. Bem, não totalmente. Por mim estaríamos juntos desde sempre. Mas as coisas tendem a ser complicadas. Esse é o mundo real, afinal.

First, you think the worst is a broken heart
(Primeira, você pensa que o pior é um coração partido)
What's gonna kill you is the second part
(O que a vai te matar é a segunda parte)
And the third, Is when your world splits down the middle
(E a terceira, é quando o seu mundo parte ao meio)
And fourth, you're gonna think that you fixed yourself
(Na quarta você vai pensar que está bem)
Fifth, you see 'em out with someone else
(Quinta, você os vê com outra pessoa)
And the sixth, is when you admit that you may have fucked up a little
(E a sexta, é quando você admite que talvez você tenha estragado tudo)

Fim


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