Surname Traitor
by Nath Feuer


[Aqui está a música do capítulo, eu irei avisar quando for para dar play]



Number One


- Me atrair para uma armadilha dessas, Styles? – balançou a cabeça fazendo um barulhinho com os dentes. – É tão ultrapassado. – Seus pulsos estavam amarrados à cadeira no centro do quarto de luxo do hotel de sua família, ela não tinha muito que fazer, a não ser provocar Harry o máximo que pudesse, ele sempre fora fraco quando o assunto era mulher. Principalmente ela.
- Você sabe que eu sou um gentleman à moda antiga. – Harry, por outro lado, estava encostado à parede, encarando o corpo da de lado. A iluminação no local era quase nula, se não fosse pelo pequeno abajur de luz amarelada ligado perto da moça, e de uma lua tímida escondida entre as nuvens tipicamente carregadas, que atravessava a janela aberta da suíte máster. Em outra parede, Niall e Zayn, um ao lado do outro, estes estavam de frente para a bela.
- Eu não teria tanta certeza. – Umedeceu os lábios e cruzou as pernas, deixando a fenda de seu vestido Prada mostrar suas pernas trabalhadas na academia. O olhar de Harry e dos outros dois presentes naquele quarto caíram automaticamente até lá. Sempre funcionava. Com um risinho convencido no canto dos lábios pintados de escarlate, ela voltou a se pronunciar. – Está acontecendo uma festa interessante lá em baixo, Styles, não me faça perder meu tempo. Eu já estava de olho em um alvo. – Tombou a cabeça para o lado, somente para encarar os olhos faiscantes de Harry. A expressão do moreno ficou fechada por alguns instantes, antes de imitar o sorriso convencido de .
- Você terá toda a diversão que precisa nesse quarto por esta noite, querida . – Ela mordeu o lábio inferior, cerrou os olhos e fechou-os logo após, rindo.
- E quem me dará? Você? – O tom de desafio da não o agradava, de fato, mas ele adorava as provocações dela. E sabia que aquela era mais uma.
- Você nunca reclamou antes. – Disse em alto e bom som, apesar de Niall e Zayn saber que os dois já haviam dormidos juntos por várias vezes. Harry não cansava de repetir isso para quem quisesse ouvir. era a herdeira mais cobiçada da alta sociedade de Londres, os homens dariam tudo por uma noite com ela, e ele já havia conseguido mais que uma.
- Exatamente. – Confirmou. – Antes. Agora eu preciso variar, sugar. – Dito isso, ela mirou os dois rapazes a sua frente, até então calados. Zayn não se atrevera a aceitar o pedido mudo de de se aproximar. Já Niall, sim. Ele tirou as mãos dos bolsos e deu alguns passos para frente, diminuindo o espaço entre ele e a . Antes que ele completasse seu percurso, Harry o barrou com a mão, olhando friamente para o amigo.
- Saia do quarto, agora. – Disse seco, mas Niall não se abalou, estava cansado das crises de chefe que Harry tinha.
- Pensei que seu pai havia mandado acabar com ela. – Relembrou, fazendo olhar curiosamente para Styles. - E eu vou. Agora saiam os dois. – Ordenou, ouvindo Niall bufar antes de partir da suíte com Zayn ao seu encalço.
Harry trancou a porta, se dirigiu ao potente som que jazia em cima de uma larga mesa de canto, preta e branca, ao lado de uma das janelas. Demorou um tempo escolhendo a música que queria ouvir. [Dê o play na música] sorriu ao ouvir os primeiros segundos dela, Closer, uma de suas músicas prediletas. Mais cedo, antes de ser levada até a suíte, ela pedira champanhe, umas das marcas mais caras que o hotel da família tinha a oferecer. Era audacioso da sua parte alugar uma suíte no hotel da família de . Com a rivalidade entre suas famílias, deveria agradecer a Deus por sair dali sem levar um tiro. E se o pai de soubesse que ele estava ali com ela, com milhares de ideias pervertidas passando por sua cabeça, provava que ele não dava valor a sua vida. Ou gostava muito de adrenalina. Abriu o champanhe e tomou um longo gole, saboreando cada segundo. Voltou-se para , que mantinha a cabeça um pouco tombada para trás, parecendo aproveitar a música. Seus passos eram lentos em direção a ela, mas obstinados. Com uma mão no bolso e a outra segurando a taça, ele apenas ficou atrás da , vendo-a balançar a cabeça levemente, envolvida com a música. Por um momento ele se perdeu nos detalhes do rosto perfeito da moça. Harry tirou a mão do bolso e segurou os cabelos de , fazendo-a deitar mais a cabeça para trás. Logo após, um olhar felino da o acertou em cheio. Ele sabia que aquele sorrisinho que ela fazia questão de ostentar do canto da boca era somente para provocá-lo. E como ela conseguia. Tomou mais um gole do champanhe e curvou o corpo, tocando os lábios carnudos da moça com os seus. Ele iniciou um beijo, que parecia mais provocante ainda por suas posições invertidas. Ambos sentiram o corpo esquentar gradativamente, assim como o beijo já estava mais rápido que antes. Harry partiu o beijo contra sua própria vontade, deixou a taça em um canto qualquer da suíte e tirou a gravata lentamente, enquanto refazia o caminho para perto da moça. Voltou a ficar atrás dela. A vendou com a gravata, deixando-a mais excitada que antes. Ela continuava com as mãos amarrada e, agora, vendada. Sentiu um leve medo atravessá-la. E se ele fosse fazê-la algum mal? Seria desonesto, já que ela não podia se defender. Mas ao sentir os lábios de Harry em seu pescoço, aproveitando-se de cada pedaço exposto de sua pele frágil, seu medo foi embora. Ele não a faria mal algum, era somente Harry Styles surpreendendo-a. Ele adorava ouvir cada suspiro alto que a garota dava quando seus lábios atingiam o ponto certo em seu corpo. O vestido já estava completamente embolado no corpo da jovem. Não que ela estivesse se importando com aquilo no momento. Harry conhecia bem o corpo de , ele sabia bem o que fazer para arrancar gemidos daqueles lábios provocantes. Ela se contorcia na cadeira, queria tocá-lo, fazer exatamente a mesma pressão que ele fazia nela. Sentia-se perto do ponto máximo a qualquer instante, e ele não parou até que ela o fizesse. E seu nome não poderia soar mais sedutor em meio aquele gemido estrangulado. Ele a desamarrou, mas não tirou a venda de seus olhos. Levou-a até a fofa cama de casal, deitando-a com um cuidado desconhecido por ele. Não que ele fosse um sádico, mas as coisas nunca eram tão calmas entre os dois. Agora podendo o tocar, chamou-o, e ele deitou por cima do corpo curvilíneo dela, que o abraçou fortemente. E então, a sensação tão conhecida por eles estava ali. Eles eram um só. Cada gemido, cada suspiro, cada abraço... Eles nunca cansariam daquilo. Nunca cansariam um do outro.
*
Aquela manhã não fora a mesma. acordara na suíte... Vazia. Nem sinal de Harry. Era sempre ela a deixá-lo pela manhã, ou mesmo de madrugada. Daquela vez, ele havia dado o troco. A não ser por sua gravata pendurada na maçaneta da porta. Ela sorriu, ele sempre a surpreendia. Pediu um café da manhã reforçado antes de entrar no chuveiro e tomar um banho quente e relaxante. Seu celular não demorou a tocar. Estava até desconfiando do silêncio em que ele estivera durante a noite. Talvez porque ela estivesse em uma missão. Seu pai não sabia seus meios de conseguir informações, e ela esperava que nunca descobrisse, porém, isso era inevitável.
- Ainda está no hotel, ? – A voz do Senhor soou autoritária do outro lado da linha. - Bom dia, papai. Eu estou muito bem! – Disse sarcástica, fazendo seu pai bufar.
- Eu não tenho tempo para isso. Volte para casa imediatamente! – Ordenou, antes de desligar sem nem mesmo dizer ‘tchau’. Se bem que a jovem não esperava por isso. Era seu pai, rígido e turrão.
Vestiu-se e desceu para o carro que seu pai mandara para lhe buscar. Durante o trajeto até sua casa, sua cabeça não parava de pensar em Harry e em como ele ficara nervoso quando Niall se aproximou dela. Sabia que ele não era nem de longe apaixonado por ela, mas já tinha notado esse sentimento de posse que ele tinha. sempre provava o contrário para ele, deixando-o irritado. Mas ela não conseguia se controlar, era engraçado e sempre rendia bons finais para os dois. A verdade é que ela não era de outro homem a um bom tempo, parecia que nenhum conseguia ser melhor, ou sequer igualar-se a ele. Aquele homem era tudo que ela precisava, mas nunca admitia. Também, seria impossível com a briga entre suas famílias.

- Eles ainda querem vingar o que aconteceu? – Senhor perguntou, enquanto brincava na cadeira giratória do escritório dele.
- Sim. E parece que o plano de vingança era comigo. – Respondeu distraída, ainda com flashes da noite passada invadindo sua mente segundo por segundo.
- Eu esperava algo do tipo. – Ele segurou o próprio queixo, pensando. – Você deverá ter cuidado com eles de agora em diante. Qualquer um deles. – Apontou o dedo na direção da jovem, vendo-a parar de girar na cadeira.
- Eu sempre tenho cuidado. – Mentiu, sabendo que Harry era um deles, o sucessor de seu pai no gerenciamento dos negócios. Mas ele não a faria nada.
- Eu sei. – Concordou inocente. Se ele soubesse que um dos Styles se aproximava até demais de sua primogênita, as coisas ficariam piores do que já eram.

[Na mansão da família Styles – Naquela mesma manhã]

- Eu ainda não entendo por que não a matou. – O Senhor Styles socou a mesa de seu escritório, enquanto Harry estava jogado na poltrona em frente. – Os rapazes disseram que ela estava amarrada no quarto, com você. Então qual é a desculpa para não tê-la matado? – O rosto branco do Styles mais velho estava vermelho de raiva. Ele queria vingança, tinha sangue em seus olhos. Os pagariam pela morte de seu sobrinho mais promissor, Jeremy Styles. Tudo para fechar negócios com chefe da máfia Russa, que estava dividido entre as duas famílias. – Você com certeza não deve se lembrar do que a família fez com seu primo Jeremy! – Harry sentiu um aperto do peito. Jeremy era o irmão que ele não tinha. Sua irmã Gemma ficara arrasada, já que ela apaixonada por ele.
- Claro que me lembro! – Reclamou, magoado com aquela história de volta. – Mas eu não sei se ela tem alguma coisa haver com isso. pode ser tudo, menos conivente da sujeira que o pai faz... – Tentou argumentar, mas fora impedido por seu pai.
- O sangue que corre nas veias daquela garota é maldito, Harry, abra seus olhos. Ela vai acabar com você como fez com seu primo Jeremy. Ela vai acabar com cada um de nossa família, como vem fazendo todos esses anos. Esse jogo de mortes só começou por causa deles, anos atrás, matando meu pai, seu avô. O pai dela não vai medir esforços para usá-la nesse jogo. E nós somos sua família, e a família nunca passa, mulheres sim. Não nos troque um par de belos seios, filho. – Senhor Styles levantou e tocou o ombro do mais novo. Harry era responsável, saberia o que fazer na hora certa.

Number Two


Harry havia ligado para pela tarde. A promessa de uma conversa séria entre os dois deixara ansiosa. Ela pretendia que ele dissesse algo sobre a situação dos dois. Se encontrar por acaso, ou nem tanto, era legal, mas não ter a certeza de que o veria novamente em breve a deixava desconfortável. Dessa vez, nada de hotéis de luxo ou champanhes caros. Marcaram em um hotel de beira de estrada já na saída de Londres, ela entendera aquilo como uma conversa muito séria. Deixou seu carro no estacionamento improvisado e precário daquele hotel quase caindo aos pedaços. Torceu os lábios, Harry não precisava ter descido tanto o nível, pensou. Mas, pensando no fato de que em todos os lugares de Londres havia alguém conhecido de suas famílias, não era seguro. Aquele era o melhor lugar, mesmo que ela não gostasse. Apertou o sobretudo contra o corpo, numa tentativa inútil de se aquecer com o vento gelado que fazia do lado de fora. Ao dar uma segunda olhada na fachada do hotel, percebeu que Harry a observava em uma das varandas, provavelmente a do quarto em que estava. Ele sorriu, como nunca havia sorrido para ela antes. Não tinha segundas intenções por trás daquele simples gesto, era somente um repuxar dos lábios, deixando-o com um ar infantil. Foi impossível não retribuir, ela se viu com um sorriso singelo nos lábios, mais focada em notar cada detalhe dele. Harry a chamou com a cabeça, indicando que ela já estava a tempo de mais parada ali. Ela passou pelo atendente do local, que a olhou dos pés a cabeça e sorriu com seus dentes podres. Entortou a boca e passou direto, provavelmente ele já havia sido informado que ela viria. Pelo menos as escadas pareciam em boas condições, não era muito alta. Encarou o corredor, tinha várias portas, ela não fazia ideia de qual era a que Styles estava. Caminhou, passando por três portas.
- Procurando por alguém? – A voz de Harry soou atrás dela. Deu meia volta e o encarou. Estava na segunda porta. Ela sorriu e se aproximou, Harry deu passagem para ela e fechou a porta, sem trancá-la. andou até a varanda onde ele estava a pouco, voltando a segurar firme o sobretudo sobre o corpo. Ele a acompanhou, ficando ao seu lado na grade de proteção.
- Você foi embora cedo hoje, pensei que quem fazia esse tipo de coisa era eu. – Começou ela, quebrando o silêncio chato entre os dois.
- Só me preveni. – A encarou, fisgando seus olhos sem piedade. Ela sentiu uma ponta de culpa por aquilo.
- Eu não planejava ir embora hoje. – chegou mais perto, diminuindo o espaço entre os dois corpos. Ele segurou sua cintura junto ao corpo dele.
- Eu fiquei confuso. – Admitiu. – Eu não sei o que houve de diferente ontem à noite, mas... Mexeu comigo. – O coração de esquentou com tais palavras. Há muito tempo ela não queria dar o braço a torcer, mas entendeu exatamente o que ele estava falando.
- Eu já venho me sentindo assim há um bom tempo. – Abaixou a cabeça, encarando seu peep toe. – Mas com toda essa confusão, com a morte do seu... Primo Jeremy. Eu não sabia se você ia me perdoar. – Harry a olhou seriamente, ainda tentando entender o sentido de tal frase.
- Mas você não teve nada com isso... Teve? – Ele a soltou bruscamente, ganhando certo espaço. queria o encarar, mas não conseguia. Ela não teve culpa na morte do primo de Harry. Ela não podia lutar contra a força de seu pai.
- Não. – Suspirou. Levantou a cabeça e olhou-o. – Mas eu sabia que ele estava planejando isso. Eu estava com meu pai no dia de toda a conversa que ele teve com um dos capangas que mataram seu primo. – Harry deixou o queixo cair.
- E por que não me contou? – Segurou o braço dela fortemente. Ele sentiu os olhos se encherem de lágrimas. Ela sabia da importância de Jeremy para ele, mas não tinha contado nada. tivera oportunidades, e ainda tinha a audácia de se sentir surpresa quando soube sobre do ocorrido.
- Meu pai nunca mais confiaria em mim, Harry. Tente entender, por favor. – Ela buscou o braço dele, mas era tarde, a distância só tinha aumentado. – Por que você não pode esquecer essa história de uma vez por todas? – Disse, já cansada daquele assunto que ele insistia em relembrar a todo o momento. O descaso da garota fez Harry ficar irritado com o modo com o qual ela tratava a morte de uma pessoa. Ela nunca se importou, na verdade.
- Você preferiu a confiança do seu pai, a minha? – Ele só precisaria daquela confirmação para acabar com tudo aquilo.
- Ele é minha família, Styles. O que você esperava? – Ela sabia que tinha errado, mas que outra escolha ela teria? Não passava de mais uma confusão em família. Apesar de sentir que devera ter dito algo, ela nunca tinha gostado de Jeremy mesmo, ele vivia a tratando mal, e mentindo para Harry. Talvez por isso ela nunca tenha sentido remorso por sua morte, não iria fingir isso só por causa do Styles.
Harry suspirou cansando e se aproximou, ainda sem encará-la. Passou um braço por sua cintura e a outra descansava dentro do bolso. estranhou, mas aceitou o abraço que ele dera.
- Eu entendo, . – Ela suspirou aliviada. Sorriu e buscou o olhar dele. Mas era frio, sem vida. Antes que ela pudesse perguntar algo, ouviu o barulho do disparo e um impacto em sua pele da barriga. Olhou para baixo, sentindo o braço de Harry abandonar-lhe a cintura, o líquido escarlate já havia manchado todo o vestido até a região do ventre, e não parava de aparecer mais. O mundo aos poucos ficava distante demais, sem sentido. Ela caiu. Harry agora tinha as duas mãos dentro do bolso, olhando-a magoado.
- Por quê? – Ela perguntou com a voz fraca, sentindo que suas forças não durariam por muito mais tempo.
- Porque se não, meu pai nunca mais confiaria em mim. – Usando sua própria frase contra ela, ele deixou o local, antes que ela fechasse os olhos, sendo envolvida em um sono profundo, e talvez sem volta.

As mãos dele tremiam, o coração batia numa velocidade alucinante. Ele nunca pensou que usaria uma arma um dia, apesar de, na maioria das vezes, ter uma ao seu alcance. Muito menos imaginou que atiraria em . No final, seu pai estava certo, ela não se importaria se matassem cada membro de sua família, mesmo sentindo qualquer coisa por ele. Daquele momento em diante, Harry sabia que não deveria se deixar apaixonar por uma pessoa que tivesse um sobrenome traidor.

FIM?



Nota da autora: Wow, minha primeira fanfic postada aqui no site, admito, dá um friozinho na barriga. ST também é minha primeira fanfic com o 1D, já que costumo escrever com o Tokio Hotel. Enfim, espero que leiam bastante e comentem. Se quiserem conversar comigo é só dar uma passadinha lá no meu twitter @NathFeuer ;D

Nota da beta-reader: Encontrou algum erro? Mande um e-mail para drainnotes@live.com ou me avise pelo Twitter.
Xx

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