Já era outono de novo. Eu encosto minha cabeça na janela fria e observo o pequeno parque que se encontra mais a frente. As folhas amarelas, alaranjadas, e mesmo algumas verdes, criam um tapete maravilhoso sobre o chão. Fico imaginando como podem ter tantas folhas no chão se as árvores ainda parecem cheias. As crianças da casa ao lado brincam naquele tapete. Pulam, espalhando as folhas por todos os lados. A menininha junta um monte nos braços e joga na cabeça do irmão mais velho, que sai correndo atrás dela. Eu rio. Sinto uma pontada de inveja por não ter tido aquilo quando eu era pequena.
É a segunda vez que eu vejo um outono de verdade. Morava no Brasil e na minha cidade existiam três estações no ano: calor infernal, chuva torrencial e mormaço, e, às vezes, as três no mesmo dia. Faz exatamente um ano que me mudei para a Suécia, e a mudança de estações é o que me deixa mais encantada.
Resolvi levantar para pegar um copo de água. Quando me virei estava com o ombro apoiado na porta de nosso quarto, sorrindo e olhando para mim.
- Há quanto tempo está ai? – Perguntei, dirigindo-me para a cozinha, peguei um copo e abri a pia para enchê-lo.
- Tempo suficiente. – Ele se desencostou e veio até mim. Deu-me um beijo na bochecha e sentou-se num banquinho. – Como você está? O que quer fazer hoje? – Dei de ombros, eu não tinha certeza. – Posso fazer uma surpresa então? – Ele disse sorrindo.
- Pode, por favor! – Fiquei feliz por tirar aquela pressão dos ombros. Eu estava aqui há apenas um ano, não sabia como funcionava, ou se os suecos tinham os mesmos costumes que nós quando se tratava de relacionamentos. – Eu não sei como vocês comemoram essas coisas por aqui, não quero acabar fazendo alguma besteira e você ficar uma semana dormindo no sofá! – Eu ri e ele me acompanhou. Puxou-me pela cintura e me encaixou entre suas pernas.
- Não se preocupe, tentarei ser o mais perfeito possível, já tenho quase tudo planejado! A única coisa que você precisa fazer é sair e comprar um vestido bonito, sexy e que seja fácil de tirar, de preferência. – Eu ri e dei-lhe um selinho. Ele me apertou mais contra si e aprofundou o beijo. Pouco depois, afastei-me, dando uma última mordida em seu lábio inferior.
- Pode deixar! Vou me trocar e pegar a bolsa.
Fui para o nosso quarto, coloquei uma calça jeans por cima da meia-calça que já usava, substituí o blusão por uma segunda pele e uma blusa quentinha. Calcei as botas, peguei a bolsa que estava em cima da poltrona, conferindo se tudo o que eu precisava, carteira, nécessaire, óculos, cachecol; estava ali e voltei para a sala.
- Vou sair para comprar alguns bolinhos, quando você voltar a gente faz um fika com Sophie e Hugo, pode ser?
- Claro! Prometo não demorar! – Dei-lhe outro selinho, peguei um casaco preto que estava pendurado atrás da porta e sai.
Estou há um ano aqui e ainda não me acostumei com o clima. Saí do prédio já vestindo o casaco e enrolando o cachecol ao redor do pescoço. Enfiei as mãos nos bolsos do casaco e caminhei até a loja de vestidos de festa que ficava a pouco mais de cinco quadras do meu prédio. Eu podia pegar um táxi, estaria quentinho e sairia barato, mas eu gostava do vento frio nas minhas bochechas e de sentir meu corpo esquentar com o pequeno exercício de andar.
Hoje era um dia especial, e eu tentava conter minha animação desde que acordei. Suecos são muito reservados, e eu acho que minha animação seria incômoda. Hoje é o nosso aniversário de um ano de casamento.
e eu nos casamos há exatamente um ano! Na casa de campo de sua família, no outono, com as folhas amarelas cobrindo o jardim, prendendo no meu vestido, criando o clima mais mágico que eu podia imaginar na hora do ”sim”. Foi um casamento pequeno, comparado com as festas que eu costumava ir no Brasil. As passagens eram caras, então foi só a minha família mais próxima e duas das minhas melhores amigas. A família de não era exatamente grande, mas ele com certeza conseguiu levar mais amigos que eu. A festa durou todo o dia e nossa noite de núpcias foi lá mesmo, no maior quarto da casa, com vista para um lago grande.
Foi o melhor dia da minha vida, e ainda é difícil de acreditar que foi de verdade.
Conheci quando tinha pouco mais de catorze anos, na internet. Ele era apenas dois anos mais velho. Nós conversamos, viramos amigos, nos apaixonamos. E foi horrível. Foi horrível me apaixonar por alguém que estava tão longe. Horrível ter a certeza que aquilo nunca iria pra frente. Passamos anos assim. Não namoramos à distância, não. Era uma coisa idiota para se fazer. Ele tinha namoradas por aqui, eu tive meus namorados por lá, mas quando nós conversávamos, era apenas eu e ele.
Quando fiz dezessete, me falou que tinha juntado dinheiro suficiente para passar um tempo aqui. Falei com meus pais, implorei durante semanas, contei a situação pela qual passava há três anos e que eles nem faziam ideia. Eles concordaram em hospedar . No mesmo dia que meu pai cedeu, avisei que ele podia comprar as passagens. Em julho, lá estava me abraçando no aeroporto, tirando o casaco e reclamando do calor. Em casa, ele ficou no meu quarto, enquanto eu fui dormir com minhas irmãs. Em uma manhã, meus pais falaram que iriam para a casa de praia com minhas irmãs no fim de semana, que era para eu ter juízo e não destruir a casa. Foi nesse fim de semana que e eu tivemos nossa primeira noite.
E foi incrível. Eu estava super nervosa, era como se fosse minha primeira vez. As mãos de tremiam levemente enquanto ele tirava minha roupa. Era uma noite cheia de expectativas. Anos de desejos que necessitavam ser supridos. Cada toque era uma explosão de sensações. E, de repente, não era mais um toque, um beijo, uma carícia, era todo o amor, paixão, tesão, desejo, que foram reprimidos pela distância. Era minha sanidade indo embora, um sonho se concretizando, nossos corpos se fundindo e não era mais e . Não era eu e ele, éramos nós. Como um quebra-cabeça se completando, como duas peças quaisquer se encaixando perfeitamente. Como se o mundo todo fizesse sentido quando nós nos unimos, quando eu era dele e ele era meu.
Depois daquela noite, foi como se tudo tivesse mudado. Foi a confirmação que o que nós sentíamos era verdadeiro. No final do mês, com as férias acabando, ele voltou pra Suécia. Quando estávamos no aeroporto, chorando e nos despedindo, eu notei que não conseguiria viver sem aquele homem ao meu lado.
Ficamos um ano separados, de volta a rotina do Skype. Nos meus 18 anos eu juntei minhas economias, meus pais pagaram as passagens, e, novamente nas férias de julho, eu fui visitá-lo. Conheci seus pais e a irmã, Sophie. Sophie tem a minha idade, e naquela época ainda não namorava Hugo. Sem irmãos pequenos como os meus, ninguém viu problema em dormirmos no mesmo quarto. Foi um intensivo ainda maior do que no ano anterior. Dormíamos e acordávamos juntos, raramente nos separávamos. Quando faltava só uma semana para eu voltar pro Brasil, me levou para jantar em um restaurante chique, bem diferente do McDonalds que íamos quase todas as noites. Fizemos os pedidos e depois comemos em silêncio, apenas curtindo a comida e a presença um do outro. Enquanto esperávamos a sobremesa, começou a falar.
- , eu te amo, – Não era o primeiro eu te amo que ele falava, mas todas as vezes eu sorria como boba – mas não posso mais, não consigo mais viver nessa incerteza, nessa insegurança. Eu não posso ficar mais um ano sem te ver, isso é insuportável! Eu não posso ser seu namorado e não te ter perto de mim! – Eu concordava com a cabeça, lutando para segurar as lágrimas que ameaçavam cair. Nós sempre tínhamos essa conversa, e ela normalmente acabava comigo chorando descontroladamente, se segurando, e nós questionando se valia a pena. – Eu não aguento mais essa situação, eu não posso continuar assim!
Eu estava com muita certeza de que aquilo era ele falando que estava terminado. Que depois que eu voltasse pro Brasil nós desistiríamos e seguiríamos cada um a sua vida. Eu não contive mais as lágrimas, o pouco de controle que eu tinha estava sendo usado pra normalizar a respiração e não desabar ali mesmo.
se levantou, veio para o meu lado e se ajoelhou no chão, pegou minhas mãos e me fez olhar em seus olhos.
- , aceita, por favor, se casar comigo? – Ele soltou minhas mãos e tirou uma caixinha preta do bolso da calça, abriu e exibiu uma aliança prateada, com uma pedrinha arroxeada. Simples e linda. Eu estava em choque e fiquei longos segundos com o olhar indeciso entre a aliança ou seus olhos. Escolhi seus olhos.
- Sim. Sim! – Eu soltei um ar que não sabia que estava prendendo. – Sim! – E agora eu ria, e chorava, e tremia.
pegou minha mão direita e colocou a aliança em seu devido lugar. Ele se levantou e eu levantei em seguida, puxando-o para um beijo. E naquela hora eu não liguei se havia pessoas assistindo, não me importei se aquilo as incomodava de algum jeito, eu só o beijei da forma mais apaixonada que podia.
A sobremesa chegou e eu mal conseguia conter o sorriso em meus lábios. Os olhos de brilhavam, sempre sorrindo para mim.
Assim que chegamos em casa eu liguei para meus pais para contar que estava noiva. Meu pai gritou, minha mãe gritou, umas das mais novas declarou logo que ficaria com meu quarto. Meus pais eram totalmente contra, mas isso não importava, eu estava feliz e determinada demais para me abalar.
Quando voltei para o Brasil, foi uma confusão. Todos sabendo do meu noivado, a maioria da família totalmente contra, metade do mundo me chamando de louca. Mas eu deixei bem claro, eu queria aquilo, eu precisava daquilo, e eu iria me casar com , com o apoio deles ou não.
voltou ao Brasil no Natal daquele ano, conheceu o resto da minha família, que, de acordo com ele, tinha mais pessoas do que ele conheceu em toda a sua vida. Fomos comemorar o ano novo com os amigos que eu tinha feito na faculdade que tinha começado no ano anterior. Fiquei aliviada por ele ter se dado bem com todos. Nos dias que se seguiram nós sonhamos com nosso casamento, eu falei o que eu queria e o que não queria, ele disse que faria de tudo para ser o dia mais feliz das nossas vidas.
- Eu quero casar no outono, .
- No outono? Por quê?
- Porque é no outono que tudo muda de verdade. As folhas velhas caem, as flores vão desaparecendo, e tudo vai se preparando para deixar de lado aquele ano de vida. E o nosso casamento vai ser isso, a preparação para deixar as nossas vidas para trás e começarmos uma nova, juntos.
- Mas depois do outono vem o inverno, e no inverno tudo parece morto.
- Parece morto pra você? Pra mim, o inverno é um estágio em que tudo está sendo pensado e programado pra explodir as cores na primavera. No inverno se guarda as energias e se faz as coisas com mais calma justamente para tudo ser perfeito no resto do ano!
sorriu e balançou a cabeça. Beijou-me os lábios e disse que amava o jeito que eu tinha de encarar as coisas. Mal sabia ele que eu só tinha muita criatividade e grande poder de improvisação, porque eu também achava tudo meio morto no inverno. Mas eu queria casar no outono. Outono me encantava desde que era pequena e escutava Sandy e Junior.
“No outono é sempre igual, as folhas caem no quintal, só não cai o meu amor, pois não tem jeito, é imortal.” E era assim que eu me sentia em relação a ele. Eu acreditava que nosso amor era eterno, que era imortal, que nós fomos feitos um pro outro.
Então, no final de setembro eu fui de novo pra Suécia, ajudar nos preparativos finais do meu casamento. A família de cedeu a casa, a mãe dele cuidou de toda a decoração e só me mostrou o que tinha planejado, e eu não podia concordar mais. e eu fomos conhecer o juiz que nos casaria, e as bandas que tocariam. Eu cacei uma banda brasileira para agradar meus convidados e mostrar um pouco da nossa cultura para a família de .
Nosso casamento foi na terceira semana de outubro. Minha família chegou uma semana antes e foi embora uma semana depois. Foi especialmente doloroso me despedir de meus pais e minhas irmãs, pois nos veríamos poucas vezes por ano, a partir de agora. Mas eu tinha certeza que era aquilo que eu queria na minha vida.
Depois que meus pais foram embora, e eu passamos uma semana em lua-de-mel no interior da França. Quando voltamos, fomos logo para o apartamento que tínhamos alugado. É o que moramos até hoje. É pequeno, uma suíte grande, um quarto pequeno que usamos para escritório, um lavabo, uma sala pequena e uma cozinha pequena. Era perfeito para nós.
Cheguei na loja e fiquei vagando pelas araras, sem ter muita certeza do que eu queria. Acabei achando um vestido tomara-que-caia com body preto e branco e a saia preta, transparente, tipo mullet. Quando experimentei, caiu quase perfeitamente, um pouco longo demais por eu ser tão pequena, mas nada que um bom salto não resolvesse, e eu já tinha o par que combinaria perfeitamente. Saí satisfeita da loja, liguei para e avisei que podia avisar a Hugo e Sophie para irem, pois estaria em casa logo, logo. Passei em um café para comprar o saco de grãos para moer em casa, gostava de café fresco no seu fika.
Fika é um momento que os suecos têm para tomar café. É um coffe-break e não tem uma hora exata, mas é um costume forte por aqui. Eu não tomo café, mas, para não ficar de fora, sempre faz um bom chocolate quente ou um chá para mim.
Cheguei em casa e Sophie e Hugo já estavam lá. colocou alguns bolos e doces na mesinha da sala e eu entreguei os grãos para ele fazer o café. Não demorou muito até voltamos à mesa com três canecas grandes de café e uma de chocolate quente.
- Você tá bem, ? Estou te achando um pouco abatida. – Hugo falou, entre um gole de café e um pedacinho de bolo de chocolate.
- Ela tá doente há semanas, acho que a mudança no clima a deixou gripada. – Foi quem respondeu por mim. Limitei-me a engolir mais um pedaço da torta de morango.
- Doente, né? – Sophie sorriu, recebendo um pontapé meu na canela. – hey! – Ela reclamou.
- É, tem um tempo que não me sinto muito bem – Dei de ombros e bebi mais um pouco do meu chocolate.
mudou de assunto, conversando sobre o clima que se seguiria. Eu ri, lembrando que boa parte das nossas conversas incluía um “então, como tá o tempo por aí?” quando o assunto do dia acabava. Quando Hugo e começaram a conversar animadamente sobre algum esporte que eu não identifiquei qual, desliguei-me da conversa e me concentrei em minha comida. Despedaçava um pedaço de bolo de chocolate quando senti Sophie me tocando o braço. Levantei o olhar.
“Você não contou pra ele?” Ela moveu os lábios discretamente, sem produzir nenhum som. Neguei com a cabeça, séria. Aquele não era um assunto muito feliz, no momento.
Passada uma hora, Sophie e Hugo foram embora, sem antes puxar a irmã para conversar longe de nós. Ela me olhava desconfiada, mas não me falou do que se tratava quando a mandei uma mensagem no celular.
Sozinhos em casa, falou que tomaria um banho rápido e sairia para resolver os detalhes da minha surpresa, mas voltava logo para me pegar. Concordei com um sorriso, e depois que ele me beijou e saiu pela porta, soltei um suspiro algo e fui tomar meu banho.
Eu evitava banhos quando estava por perto. O motivo é bem simples, eu estava extrassensível e banhos sempre me fizeram pensar demais em tudo. Não era algo bom, quando eu pensava demais, só pensava coisas erradas.
A coisa errada da vez era Kathy. Kathy era amiga de Sophie desde que eram pequenas, e pouco depois que conheci ele e Kathy tiveram um... caso? Não sei se era a palavra certa. me falou que eles só dormiram juntos algumas vezes, nunca houve sentimento de nenhuma parte. Não que isso faça eu me sentir melhor.
Eu fico péssima, na verdade. Penso que quando se interrompe algo, esse algo fica mal resolvido. Como eles não tinham uma relação de verdade para acabar, o que quer que fosse foi interrompido. Provavelmente por minha causa. E eu não gosto de assuntos mal resolvidos.
E eu não gosto de Kathy. Não gosto de Kathy porque ela já provou do que hoje é meu. Não gosto de Kathy porque ela não se conformou de ter preferido ‘aquela brasileirinha’, como ela me chamava, a ela. Não gosto de Kathy porque até hoje, mesmo depois de um ano casado, ela continua se insinuando para . E eu não sei de é ingênuo ou se faz de idiota, mas ele diz não perceber essas insinuações. ”É coisa da sua cabeça”, ele diz.
- Não é coisa da minha cabeça, ! Você leu a mensagem que ela acabou de te mandar?! ”Aqui tá tão frio! Saudades do seu chocolate quente me aquecendo...”. Você não pode ser tão estúpido assim, acha que ela realmente tá falando de uma xícara de chocolate?! – Eu gritei com , jogando seu celular em cima da cama.
- , não viaja! Ela é só uma amiga, e ela sabe disso!
- Eu que estou viajando, ? Diz uma coisa, quando vocês transavam, você não recebia exatamente o mesmo tipo de mensagem?
- Eu não sei, , isso foi há tanto tempo!
- Como não sabe? Você sempre atendia correndo, não era? Eu tenho certeza que ela sempre te atraía com a desculpa mais ingênua possível. E você ainda é patético o suficiente para cair no joguinho dela!
- Eu sou patético? Eu deixei bem claro pra você que ela aconteceu na minha vida, mas que nunca foi nada além de sexo! E você? Que fingia que os seus namorados não existiam?
Aquele era um ponto sensível para mim. Eu nunca consegui ficar sozinha, e sabia disso. Antes de ele ter viajado para me visitar eu tive alguns namoros. Não duravam muito, eu sempre enjoava de ficar com a mesma pessoa, então acabava e descontava minha carência física na próxima vítima. Eu não conversava sobre meus namoros com , mas conversava sobre com meus namorados. Eu nunca fui desonesta com eles, eu sempre deixava clara a existência de assim que as coisas tomavam um rumo ‘mais sério’. Mas não achava necessário comentar sobre eles com . Primeiro, não acrescentaria em nada. Segundo, ele também não me falava de todas as meninas com quem ele ficava, mas não era exatamente um segredo que ficávamos com outras pessoas, só não comentávamos sobre isso. E exclusividade nunca esteve no “contrato”, principalmente porque, na época, não tínhamos nem expectativa de nos encontrarmos.
- Tem motivos para a Sophie não falar mais com ela, e você deve saber disso. Não acredito no quão estúpido você pode ser!
tentou argumentar algo, mas eu não ouvi. Bati a porta do quarto, peguei um casado e saí do apartamento. Pouco me importava de descer para a rua de pijamas, estava tarde o suficiente para não ser vista por muitas pessoas. Fui para a praça em frente ao prédio e sentei em um dos balanços. Bagunçava as folhas caídas com a ponta dos pés quando cansei de controlar a respiração e desabei em lágrimas. Era a segunda ou terceira vez naquela semana que Kathy mandava algo que me deixava louca. só podia ter algum tipo de retardo sério! Outro dia ela mandou uma foto em um vestido super provocante e perguntou como estava, quando questionei ele disse que não achou aquela atitude nada de mais. Como assim nada de mais? Eu tive vontade de ir até a casa de Kathy e dar-lhe uma surra, e só não fui porque não sei onde ela mora.
Não sei exatamente quanto tempo passei naquele balanço, mas quando subi já havia deitado. Eu odiava dormir brigada com ele, mas meu orgulho estava ferido demais e não cederia desta vez. Entrei no quarto, peguei meu travesseiro e um edredom no armário e fui dormir no sofá. Não era o sofá mais confortável do mundo, mas eu não dividiria a cama com naquela noite.
Acordei dolorida, claro. Quando abri os olhos encontrei uma bandeja de café-da-manhã em cima da mesinha de centro. Suco de laranja, algumas torradas com manteiga e geleia, e um pedaço de bolo. Junto à bandeja tinha um bilhete: “Desculpe-me pelo que fiz. Volta pra cama?” Eu ri. Aquele era o jeito dele falar que não fazia ideia do que estava errado, mas que pediria desculpas do mesmo jeito. Comi a refeição que me fez e voltei para o quarto. ocupava quase a cama toda, e eu sorri ao imaginar que teria de empurrá-lo para me deitar. Foi o que fiz, dei um empurrão em suas costas e ele se mexeu mais pro centro da cama. Deitei ao seu lado e o abracei por trás. “Desculpa”, sussurrei ao deixar um beijo em seu pescoço. Moldei meu corpo ao dele, encaixei meu rosto na curva de seu pescoço e voltei a dormir.
Acho que a única coisa que eu gostava ao discutir com era saber que, no final, os dois estavam errados. Não importava o assunto ou quem tivesse começado a discussão, quando um pedia desculpas, o outro também se desculpava imediatamente.
“Desculpa ser tão idiota, ?”
“Desculpa ser exigente demais?”
“Desculpa por ter derramado café no sofá?”
“Desculpa por ter gritado com você?”
Ele sabia que eu era difícil e me entendia de um jeito que eu mesma não conseguia. Como quando eu falava pra ele que não precisava se desculpar por isso ou por aquilo, mas ele se desculpava do mesmo jeito porque sabia que eu ficaria irritada se não o fizesse. Ou quando ele agradecia por algo e eu falava que não precisava agradecer, e quando ele não dizia um “obrigado”, eu soltava um irônico “não precisa agradecer, tá?”, e ele só ria da minha atitude boba.
Eu estou chorando e esse banho está demorando demais. Não sei por que teimo nesses banhos quentes e demorados que deixam meu cérebro a mil.
Enrolei-me na toalha e abri a porta do banheiro para o vapor sumir mais rápido. Vesti a calcinha preta de renda que usaria e coloquei um pijama limpo. Voltei para o banheiro para secar o cabelo e me maquiar. Não deixei o cabelo liso, dizia que gostava das ondas bagunçadas dos meus cabelos. Enrolei todo o cabelo e prendi com uma piranha no topo da cabeça, para não atrapalhar a maquiagem. Muitos podem achar besteira, mas maquiar os olhos, para mim, é quase um ritual. Fiz um degrade de sombras do prata ao preto, deixando o canto interno do olho bem iluminado. Passei um batom bem vermelho porque sabia o quanto gostava daquela cor em mim. Depois de checar a maquiagem três vezes, soltei os cabelos e fui vestir o vestido novo. Acabava de calçar os saltos quando entrou no quarto.
- Uau. Você caprichou mesmo, não é? – Eu apenas sorri, sendo acompanhada por ele. – Espera dez minutos lá na sala? Só preciso trocar de roupa.
Quando ele cruzou a porta de nosso quarto, foi minha vez de ficar maravilhada. Ele era extremamente perfeito em sua simplicidade. Usava jeans escuros, uma camisa de botões branca com listras azuis e um blazer preto. Meu olhar encontrou o dele e sorrimos ao mesmo tempo.
- Sei que você vai detestar isso, mas quando chegarmos no carro eu vou ter que te vendar.
- Ah não, ! Passei horas fazendo essa maquiagem! – Implorei com os olhos para que mudasse de ideia. Falhei.
abriu a porta do carro para mim, fechou quando eu entrei e deu a volta. Quando se sentou tirou um lenço vermelho do rosto e me mandou virar. Ele não apertou muito, então não estava forçando o pano contra meus olhos. Acho que não estragaria tanto a maquiagem, afinal.
Ele dirigiu por um bom tempo. No som do carro tocava um CD que ele tinha gravado e me dado na primeira vez que foi me ver. Eram minhas músicas favoritas e algumas sugestões dele. Eu adorava aquele CD. Encostei a cabeça na janela do carro e cantarolava algumas músicas junto com . Confesso que quase cochilei naquela situação, mas assim que o carro parou meus sentidos despertaram.
- Chegamos!
desceu do carro, e pegou-me pela mão quando abriu minha porta.
- Cuidado, tá? – Ele foi me guiando pelo que parecia terra, meus saltos afundavam e, às vezes, prendiam um pouco.
- Você podia ter falado que eu ia ter que pisar em terra, não teria colocado um salto tão alto!
Ele apenas riu.
- Você tá linda assim. Agora, para de reclamar que a gente já tá chegando.
- Pensei que já tínhamos chegado! Quando vai tirar essa coisa do meu rosto?
- ! Calma! – Ele ria.
A noite estava fria, mas quando parou de andar e me segurou no lugar, pude sentir ondas de calor. Uma fogueira, talvez.
- Feliz aniversário de um ano! – Ele sussurrou em meu ouvido quando tirou o lenço de meu rosto. Quando pude ver, pensei que era um sonho. Fiquei totalmente sem reação.
Estávamos em um terreno gramado, com muitas folhas secas espalhadas, e um lago ao fundo. A lua cheia refletia no lago, poderia jurar que o seu brilho era o que iluminava toda aquela área, se não fosse o professor de ensino médio que insistiu tanto na afirmação de que a lua não tinha luz própria. Se ele visse a mesma lua que eu vejo, também duvidaria. Desviei meu olhar para o chão a minha frente. Uma grande toalha vermelha o cobria. Por cima dela, várias almofadas coloridas, mantas, duas pequenas bandeja, com prato, copo, taça e talheres; uma cesta recheada de comida e um balde que resfriava uma garrafa de vinho. Ao redor da toalha havia várias velas em copos coloridos, suficientes para iluminar melhor o local e também nos aquecer um pouco. Eu estava maravilhada. Eu queria falar algo, mas nenhuma palavra saía da minha boca.
- Você gostou?
Eu sorri, e então ri. Ri porque gostar não passava nem perto do que eu estava sentido naquele momento. Ri porque pensei que era uma pergunta retórica. Seria possível qualquer sentimento menos forte que amar para aquela situação? Eu o abracei e beijei seus lábios com força. Essa era minha resposta. Eu havia amado.
Sentamo-nos com cuidado sobre a toalha, colocou uma música calma para tocar em seu ipod e serviu os pratos. A comida era simples, alguns pães, geleias e muitos queijos. Eu servi o vinho nas taças e um pouco da água nos copos.
- Como você fez tudo isso? – Perguntei enquanto pegava um pedaço de queijo para mordiscar.
- Sophie, Hugo e Elias me ajudaram. Elias conseguiu quase tudo, Sophie e Hugo me ajudaram a montar o cenário. – Ele respondeu sorrindo e bebeu um gole do vinho. Elias era amigo de desde que eram crianças e foi o único a não tentar dissuadi-lo quando ele falou que queria casar comigo.
- Lembre-me de agradecer a cada um amanhã pela melhor e mais bonita noite do ano.
apenas riu e concordou com a cabeça. Começamos a comer, tudo parecia ser feito bem lentamente. Um pão com geleia de laranja que tinha no meu prato poderia ter levado uma hora para ser comido. Eu não saberia dizer se os segundos estavam correndo no tic-tac certo. Nós não falávamos muito. Aproveitávamos o máximo possível a companhia do outro. Eu não conseguia parar de sorrir nem quando mastigava e os músculos de meu rosto já doíam, mas eu não conseguia relaxar.
Foi-se embora mais de meia-garrafa de vinho e nós não conseguíamos colocar nem mais um quadradinho de queijo no estômago. guardou o que tinha sobrado na cesta e levou para o carro. Agora era só eu, ele, mantas e almofadas, velas, e o ipod na caixinha com mais uma música instrumental.
- Eu te amo, . E eu vou sempre te amar. Desculpa por todas as bobagens que tenho feito e dito. Eu não vou prometer que não vai acontecer de novo porque você sabe que vou fazer exatamente a mesma coisa da próxima vez que a gente brigar. – Eu ri, tendo plena noção de era verdade, que seria sempre assim. – Mas eu prometo que vou me esforçar para te fazer a mulher mais feliz do mundo, por todos os outros anos que ainda temos pela frente, já que não pude fazer isso quando não estávamos juntos. Vou sempre tentar compensar as merdas que fiz e as que vou fazer também. E eu vou baixar a cabeça e concordar com você, mesmo quando estiver errada. Porque eu te amo e não posso suportar a ideia de te perder, muito menos por uma besteira.
Eu sorria e ria e meus músculos doíam tanto que eu já não aguentava. E eu chorei. Meu corpo tremia na tentativa de se controlar para não desabar. Eu não desabei dessa vez. Eu chorei, mas não foi feio como das outras vezes. Talvez porque eu estivesse tão feliz que não poderia me controlar só no choro. Eu estava tão feliz.
- Eu te amo. Eu te amo. – Eu repetia as três palavras enquanto engatinhava até onde ele estava. – Eu te amo! – Beijei seus lábios com urgência.
Foi um beijo intenso e furioso desde o início. Levantei a saia do vestido e sentei no colo de , enlaçando minhas pernas ao redor de sua cintura e apertando seu pescoço com força, para ter certeza que ele não ficaria nem mais um centímetro longe de mim.
Pouco depois nos deitou por cima das almofadas. Ele apertava seu corpo contra o meu e eu sentia cada vez mais calor. Calor das velas, calor do vinho, calor do atrito entre nossos corpos e os tecidos que nos rodeavam, calor que irradiava a partir de meu ventre, calor que o corpo de transferia para o meu a cada vez que me tocava. Tanto calor que eu ficava sem ar.
Empurrei o paletó de com tanta urgência para tirar que ele riu, se afastando e se livrando da peça. Não o deixei voltar a me beijar. Segurei seu tronco longe de mim, e quando ele parou de tentar se aproximar, levei meus dedos aos botões de sua camisa. Meus dedos tremiam e eu tinha dificuldade de passar cada botão por sua casa. Finalmente consegui abrir a camisa e jogá-la para longe, puxei para mais um beijo. Minhas unhas passeavam por todo seu tronco, arranhando especialmente o meio das suas costas, que se arqueavam a cada ameaça. Girei, ficando por cima, direcionou suas mãos para a parte de trás de meu vestido, procurando o fecho. Depois de aberto, deixei o vestido cair, deixando a mostra meus seios. Quando fez menção de se aproximar deles, o impedi. Inclinei-me sobre ele, beijando-o delicadamente, enquanto guiava minhas mãos para seu pescoço, onde finquei minhas unhas. Mordi o lábio de e arranhei seu tronco, desde o pescoço até o umbigo, ouvindo-o gemer de dor, o que me fazia sorrir. Mas isso o irritou, segurou minhas mãos e me empurrou para ficar novamente sentada. Ele puxou meus cabelos e sentou-se para dar atenção aos meus seios. beijava-os, mordia, chupava e voltava a morder. Ele gostava de causar o misto de dor e prazer tanto quanto eu. Quando meus seios já estavam doloridos, levantei-me para deixar cair ao chão o vestido, fez o mesmo para tirar a própria calça. Em pé, logo senti o vento frio longe do calor das velas, então voltei a deitar na tolha, esperando por . Ele se deitou por cima de mim. Beijava-me o pescoço e tocava-me por cima da calcinha. Aquela expectativa era quase melhor que o sexo em si. Deslizei levemente minhas unhas por suas costas até chegar na barra da cueca, puxei o elástico com força, o que fez me morder o ombro. Empurrei a sua cueca até onde pude e ele se livrou dela com os pés. A única peça de roupa entre nós era minha calcinha, e parecia não ter previsão de tirá-la, mas a tensão daquele momento já estava me incomodando. Forcei sua mão para dentro da calcinha e foi um alívio quando ele me tocou de verdade, seus dedos logo deslizando para dentro de mim e se movendo devagar. Mas aquilo não era suficiente, nem para mim e nem para ele, que cansou de só provocar e arrancou minha calcinha.
Mordi seu ombro com força quando ele finalmente me penetrou. Começou com estocadas lentas e profundas, que quase me faziam gritar. O ritmo e a força foram aumentando aos poucos. As mãos de não se decidiam entre passear por meu corpo, apertar minha cintura ou arranhar minhas coxas, e as minhas estavam igualmente indecisas entre sua bunda, costas e cabelos. Mas sabia exatamente como me tocar e conduzir, e não demorou muito até eu sentir aquele calor na barriga e o frio na pele. Eu estava prestes a gozar quando simplesmente parou, o que me fez soltar um gemido de frustração.
- Por que você faz isso comigo?! – Ele sempre fazia aquilo. Eu não sabia se para prolongar o próprio prazer, para prolongar o meu, ou só para me irritar.
Empurrei com força para ele sair de cima de mim. Quando ele deitou ao meu lado, segurei suas mãos aos lados de sua cabeça e sentei em seu membro. Ele não me impediria novamente de gozar. Eu ditei o ritmo exatamente do jeito que eu precisava para recuperar o estado de excitação onde ele tinha me abandonado. Ora devagar, ora rápido. Ora superficial, ora profundo. Provocando-o tanto quanto a mim. Finquei minhas unhas em seus pulsos, procurando o apoio que precisava para me mover com mais rapidez. Deitei meu corpo sobre o dele, quase perdendo minhas forças, então ele começou a se mover junto comigo, ajudando-me. Colei nossas testas e as respirações se misturavam, os gemidos se combinavam, os desejos se multiplicavam. Quando anunciou que estava para gozar, aumentei ainda mais o ritmo, deixei minha cabeça cair para o lado da sua e mordi seu ombro para abafar meus próprios gemidos. Quase ao mesmo tempo que parou de mover-se e gozou dentro de mim, meu corpo começou a contrair-se de prazer. O calor na barriga e o frio na pele voltaram. Então veio o frio na barriga e o calor na pele. E aqueles calores ficavam se intercalando e eu não sabia o que sentia. Eu praticamente convulsionava enquanto me segurava firmemente pela cintura. Ao fim do orgasmo as lágrimas escorriam por meu rosto e eu me deixei cair exausta sobre meu marido. Ficamos naquela posição até que meu corpo decidisse a que temperatura queria ficar e que minha respiração quase voltasse ao normal, então, deitei-me ao lado de e descansei minha cabeça em seu peito.
- Eu te amo, . – Ele beijou minha testa e ficou brincando com os dedos em meus cabelos.
- Eu te amo, . – Adorava esses nossos momentos de amor, quando podíamos passar horas falando apenas ‘eu te amo’s porque nada mais era necessário e nada mais faria sentido. Eu tinha vontade de chorar.
Quando notei que estava quase caindo no sono, resolvi me levantar. estava com os olhos fechado e um sorriso no rosto, o que me fez sorrir mais ainda. Pus a mão em seu rosto e fiz um carinho para acordá-lo.
- Está tarde. Vamos para casa? Eu ainda tenho um presente pra você – Eu disse, aquilo fez alargar o sorriso.
- O que é?
- Surpresa!
Levantei-me e vesti minha roupa, sendo acompanhada por . Andei por aquela área, apagando as velas que ainda estavam acesas e recolhendo seus copos. precisou de mais de uma viagem para levar todas as almofadas para o carro. Virei-me e dei mais uma olhada na direção do lago, nem um pouco menos maravilhada do que quando cheguei.
Entrei no carro e praticamente me deitei no banco, apoiando os pés no painel. começou a dirigir e, novamente, não pude apreciar a vista do caminho, pois caí no sono. Quando acordei já estávamos estacionados em nosso prédio.
No apartamento, pedi a para me preparar um chocolate quente e separar um copo com água, só iria pegar o seu presente e já voltava.
O cheiro do chocolate impregnava o ambiente, e senti que não poderia ficar mais feliz que aquilo. Enfiei as mãos por entre a bagunça de roupas no meu armário e tirei a pequena caixa branca que tinha recebido de minha mãe no começo da semana. Respirei fundo, abrindo e conferindo se estava do jeito que eu esperava. Sorri, segurando mais uma vez o choro. Voltei para a sala, segurando a caixinha atrás das costas. estava sentado no balcão da cozinha, bebendo uma xícara de chocolate. Deixei a caixinha em sua frente, dei-lhe um beijo na bochecha e sentei-me ao seu lado, pegando a xícara que tinha deixado para mim.
- É esse meu presente? – Assenti com a cabeça, soprando meu chocolate. – Posso abrir? – Assenti novamente, pondo-me a beber.
Ao abrir a caixa, sua expressão era de confusão. Ele olhou para os sapatinhos de crochê amarelados, que um dia foram brancos. Olhou para mim, sem entender.
- Isso é pra mim? Desculpa te desapontar, , mas esse não é meu número! – Eu ri para dentro da minha xícara.
- Não, eles não são para você! Eles eram meus, assim que nasci. Saí da maternidade com eles.
Ele não parecia entender.
- Por que está me dando isso, então?
- Porque, daqui a uns meses, eles vão sair da maternidade nos pés de outro bebê.
- O que? – ficou de pé, olhando-me quase assustado.
- Eu estou grávida, . – Eu sorri.
Ele ficou sem reação por longos segundos. Encarava-me com olhos assustados e respiração irregular. Então ele me abraçou, abraçou com muita força, quase me machucando.
- Eu não acredito! Eu não acredito! – Ele me levantou do banco e me rodou pela sala – Eu não acredito! Você tá grávida?! Tem certeza?! – Eu apenas ria e assentia com a cabeça, finalmente deixando cair as lágrimas que estavam presas desde que descobri, há umas semanas.
me pôs no chão e me beijou. Ele me beijou com paixão, com amor, com ternura, com carinho. Foi um beijo calmo e pude notar que ele também chorava.
- Eu te amo, .
- Eu te amo, .
Ele me deu mais um beijo e ajoelhou-se, beijando também meu ventre. Segurei em seus cabelos enquanto ele beijava e conversava com minha barriga, fazendo carinho e encostando o rosto, numa tentativa irracional de escutar ou sentir qualquer coisa. Sabíamos que era cedo demais para isso, mas podíamos imaginar.
- Eu amo vocês.
E era outono de novo, quando tudo mudava e nós nos preparávamos para começar nossas vidas novamente, dali a uns meses.
Nota da Autora: Vamos todas agradecer à linda da Vanvis que leu tudo desde o começo, releu, leu novamente, e meu dicas e ideias para desempacar quando não sabia exatamente como fazer alguma cena. Vanvis, sem você, SF não teria saído <3
A outra pra agradecer é a Vicky, que me ajudou a desenvolver a cena da briga, porque tinha ficado curta demais e eu não sabia como alongar e tornar mais séria. Obrigada, Vicky!
E obrigada à Lili, que fez essa capa linda em pouquíssimo tempo!
Por último, mas não menos importante, obrigada Gabee, que recebeu Sweden’s Fall tão em cima do prazo pra mim! Você é a melhor <3
Agora, vocês que leram, serão umas lindas de morrer e vão deixar um comentário pra me dizer o que acharam, tá bom? Pode xingar, pode ameaçar, pode elogiar também, que eu gosto, só me deem um feedback!
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Nota da intrusabeta: Magina, é um prazer betar suas fics! Pode mandar quantas quiser e em cima do prazo ou não. <3
Nota da Beta: Caso encontre algum erro, não use a caixa de comentários, entre em contato comigo pelo twitter ou por e-mail.