Autora: Ana Melo
Beta: Nati

Capítulo um.

’s POV:
Era uma manhã de segunda-feira, estava ensolarado lá fora. Era mais um dia de dar aulas... Ah, eu ainda não falei sobre mim, certo? Bom, meu nome é , tenho 20 anos, solteira, dou aulas de teatro na escola Theatre’s School, uma das escolas de teatro mais famosa de Nova York. Bom, tenho uma amiga chamada e outra chamada Lilly. Conheci há pouco tempo outras três pessoas. É, a Jessie veio do Brasil. A Ruby... Desconfio que ela seja lésbica... E o Aron, ele é gay, é muito divertido e namora.
Levantei-me da cama e fui tomar um banho, fiz um coque solto, vesti uma regata branca com decote “V”, uma legging preta e uma sapatilha branca, aquelas que têm laçinho e são bem confortáveis. Perfumei-me, peguei o roteiro da peça e minha bolsa, então saí de casa. Fui a pé até onde pego o táxi, no meio do caminho passei numa cafeteria para pegar um cappuccino.
Enfim, cheguei lá na escola meus amigos já me esperavam para arrumar as coisas.
- Oi gente! - disse alto e em bom tom.
- E aí Bela Adormecida, vamos logo arrumar as coisas, os alunos já estão pra chegar - disse Aron, me dando a mão para que eu desse uma voltinha. Isso já estava virando rotina desde que ele entrou.
Então arrumamos o palco e os alunos já começaram a chegar. Eu gosto muito do que faço, isso me distrai muito, e me diverte, fazendo com que sempre eu esteja de bom humor. As 4h. a aula acabou, e como de costume fui tomar café com a Lilly, mas dessa vez , Aron, Jessie e Ruby quiseram ir junto.
Chegamos à cafeteria e pedimos torradinhas, café e chocolate quente, conversamos sobre a aula de hoje. Foi uma das melhores aulas que já dei. Entraram alunos novos e todos têm chances de virar atrizes ou atores.
Fui pra casa já eram mais ou menos 6h. Tomei um banho, jantei e fiquei prontinha para dormir. Antes de adormecer a única coisa que me lembro é ter suspirado. Eu estava no meio de um sonho quando meu iPhone toca, era Lilly, atendi.
“Alô, amiga?”
“Oi!”
“Tava dormindo?”
“Sim!”
“Ah desculpa”
“Agora que me acordou... O que você quer?”
“Eu soube que vai entrar uma pessoa nova na escola!”
“Ah, jura que você me acordou só para dizer isso?”
“Sim, mas é um homem... disseram que era O homem.”
“Lilly, eu não tô interessada em saber se é um homem ou uma mulher, só em dormir.”
“Fala sério. Amanhã a gente conversa, tá?”
“Você quer dizer hoje, né?”
“Por que? Que horas são?”
“Quatro da manhã.”
“ Ah tá. Boa noite.”

-*-

No outro dia, eu fiz as mesmas coisas de sempre, já estava cansada de ter as mesmas manhãs de sempre! Então eu não preciso contar o que aconteceu...
Chegando lá, todos vieram correndo até mim falando tudo de uma vez, me deixou maluca!
- Hey, chega! – gritei. - Eu sou uma só, então... Um de cada vez!
- Uma pessoa, MUITO gata, ou melhor, gato, veio aqui de manhã nos conhecer – tomou a iniciativa.
- E o que eu tenho com isso? - disse seguindo até meu armário.
- Nós mostramos uma foto sua... E ele pareceu em se interessar por você! - disse Aron.
- Que ótimo! Vocês não acham que eu tenho problemas o suficiente para vocês me arranjarem mais um? - Bebi um gole d’água e comecei me alongando.
- Problema? A única que tem problema aqui é você, garota! Ele é super gato! - Ruby disse.
- Achei que você fosse lésbica - Lilly disse meio confusa.
- LILLY! - chamou sua atenção. Ela saiu bufando.
- Enfim, qual é a de vocês? Eu não quero conhecer esse tal de...
- , o nome dele é – Aron disse animadinho.
- Tanto faz. Isso não me importa. Sem mais conversas, e vamos começar a nos preparar.
Depois da aula, resolvi ficar mais um pouquinho para ver se esse tal de aparecia. Até que avistei alguém desconhecido. Ahá! Deve ser ele!
- Oi! - meio sem jeito disse.
- Oi, então você deve ser a... !
- Sim, e você deve ser o .
- Então, você pode e dizer onde ficam os armários?
- Claro! Segunda à esquerda.
- Obrigada. - Me esticou a mão.
- De nada – Retribui o aperto.
Segui meu caminho para ir para casa. É, as garotas tinha razão... Ele era MUITO gato.
Cheguei em casa e liguei para Lilly.
“Oi Lilly”
“Oi amiga, o que foi?”
“Eu encontrei com o .”
“E aí?”
“Ele é muito gato.”
“Eu sei.”
“Então, que horas pretende chegar amanhã na escola?”
“O mesmo horário de sempre, às 8h”
“Ok!”
“Beijos.”


Capítulo dois.

No dia seguinte, eu tinha chegado ao mesmo tempo em que Lilly, fomos para o armário juntas para pegar nossas coisas. Havia um bilhete em formato de coração lá. Estranho.
- Lilly? - disse confusa.
- O quê? - Olhou para mim sorridente.
- O que é isso? - disse tirando aquele bilhete do armário.
- Huum... Recebendo cartinhas de amor, eim? - disse dando risada.
- Claro que não, tá louca? É a primeira vez que isso me acontece! - disse dando minha carta a ela.
- É anônima! - Ela me devolveu a carta.
- Óbvio, né! É uma carta de amor, por que falariam quem foi que escreveu?
- O que diz na carta?
“Foi amor a primeira vista, teus olhos são perfeitos, tuas bochechas rosadas, teu sorriso, teus cabelos pretos compridos e lisos, seu jeito marrento... Deixou-me louco por ti. Pensei em você a noite inteira. Seu olhar iluminou minha mente. E me fez com que me apaixonasse pra sempre...
Assinado: Anônimo”

- Nossa, amiga, tá podendo. Quem será? - perguntou curiosa.
- Eu não sei... Eu vou deixar a carta no armário. - Coloquei a carta no armário e o fechei.
- Vai ver amanhã aparece outra! - disse sorridente.
- Deus que me livre, eu eim!
- Nos filmes são assim.
- Acontece, Lilly, que isso não é um filme, e sim realidade.
- Ainda bem... Isso comprova que isso não é só nos filmes.
- Isso é brega, não acha, não?
- Sim, eu acho.
Pensei na carta durante o dia todo. Isso vai virar uma investigação, eu ia descobrir quem era... Como nos filmes de Sherlock Holmes. Ai que romântico...

-*-

No outro dia mal podia esperar para receber outra carta... Mas o que eu estou falando? Isso é tão... Brega... Ridículo... Quem faz isso nos dias de hoje? Ah, fala sério.
Cheguei e fui correndo para meu armário. Lilly me esperava.
- Lilly, o que tá fazendo aí?
- Te esperando, quero ser a primeira a saber o que está escrito no bilhete secreto de hoje.
- E quem disse que hoje tem bilhete?
- Não tem? – Lilly falou indignada.
- Eu lá sei... Vamos ver.
Abri o armário com medo de ter mais um absurdo daqueles. E assim foi, tinha... Mas dessa vez o coração rosa! Ah, fala sério, além de ele ficar com essa putice de mandar cartinhas anônimas vai ter cor pra cada dia da semana?! Enfim, hora de ver o que estava escrito.
“Uma noite pior que a outra, sem poder te ver, nossos horários não se batem. E isso me dói no fundo do peito... Mas então, já que não posso ter ver, pelo menos posso ver sua caligrafia? Minha paixão aumenta por ti, minha bela flor” – Bela flor? Assim não dá, Lilly.
– Vai logo, garota, continua.
“Meu segredo vai continuar, não vou revelar quem sou até descobrirmos nosso amor verdadeiro. Um grande beijo.
Assinado: Anônimo.”

- Own, amiga. Vamos escrever pra ele, né?
- Não, nunca! - Fechei o armário com força.
- Nossa, por favor.
- Tá bom, depois que tomarmos café você vai pra minha casa.
E assim foi, tomamos café da tarde e fomos para o meu apartamento. Papel sulfite e caneta colorida (rosa), e ‘bora escrever.
“Querido... Anônimo. Não sei o que dizer a você, então agradeço por todas as cartas, muito obrigada mesmo. Estou curiosa para te conhecer” – Lilly, mas eu não tô curiosa para conhecê-lo...
– Mas finge que tá... Continua.
“ Estou curiosa para lhe conhecer e espero que tudo isso passe logo. Nosso amor verdadeiro vai se encontrar. Eu sei. Só não sei quando... Afinal, você sabe meu nome?”
Argh, isso é tudo tão ridículo, li e reli a cata várias vezes à noite. Bom, idéia da Lilly. Pensei em algumas coisas. Já que ele disse que nossos horários não se batem, então pense comigo... Eu trabalho de manhã e volto no fim da tarde... Então ele só pode trabalhar de noite. Ótima ideia, . Tenho que conversar com a Lilly.

-*-

De madrugada liguei para Lilly.
“Lilly?”
“Oi amiga! O que foi?”
“Eu li as cartas que ele havia me mandado...”
“Ele quem?”
“Ele quem? O anônimo!”
“Ah tá. E aí?”
“Ele disse em uma das cartas que nossos horários não batem, então não tem como ele me ver.”
“Sei, e aí?”
“Aí que, se eu trabalho de manhã e volto à tarde, ele só pode trabalhar...”
“De noite!”
“Sim, e é por isso que ele consegue colocar as cartas no meu armário!”
“Claro.”
“Precisamos ficar escondidas até de noite para poder descobrir.”
“Não, , se não estraga a surpresa.”
“Que surpresa?”
“Ai, você é uma lerda mesmo, a surpresa de quem ele é.”
“Ah, isso sim.”

-*-

Os dias foram se passando, enquanto eu continuava a receber cartas de amor. Posso confessar que estava me apaixonando por esse cara. Eu briguei com a Lilly por causa dele. Ela está mais apaixonada que eu. E ele está mandando cartas pra MIM, e não pra ELA. Só eu posso saber, então quem está me ajudando nessa é o Aron.

Capítulo três.

Já havia se passado um mês. E, bem, eu estava totalmente apaixonada por aquele cara. Eu tentei ficar até a noite, mas sem sucesso. Foi a última carta que recebi, então eu ia abrir o jogo em querer saber quem era ele.
“Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Mas confia em meu amor.
- William Shakespeare-”

Foi a resposta que recebi quando falei que queria conhecê-lo. Eu chorei, achei lindo e agora mesmo eu ia o encontrar. Era um sábado de manhã quando bateram na porta, eu atendi, era o porteiro Ele estava me entregando um buque de flores, com uma carta que dizia “Hoje às três no Central Park”. Eu podia jurar que era ele, então eu vou aceitar o pedido
(N/A: Eu não vou dar detalhes do que aconteceu até lá, então vamos partir para as quinze para as três da tarde).
Eram quinze pras três da tarde, ah meu Deus, eu tinha que correr. Tomei banho, coloquei uma regata branca, uma saia rodadinha preta um pouco acima do joelho, com um cinto fino bege e uma sapatilha branquinha. Peguei a bolsa, os óculos de sol e parti ao encontro.
-*-

Eu sentei em um banco perto da entrada e comecei a mexer no iPhone, até que avisto de longe alguém muito conhecido. Eu dei um grito, e essa pessoa olhou pra mim e acenou, foi chegando mais perto... E eu o reconheci, era ... Que esquisito. O que ele faz aqui uma hora dessas?
- Oi ! - ele disse se sentando ao meu lado.
- Oi . Então, tudo bem?
- Claro... Bom, é, o que faz aqui?
- Esperando alguém... E você?
- Esperando alguém. - Ele deu um sorriso.
- Parece então que... Conhecidência... - Fiquei sem graça.
- É, pois é - ele falou meio sem jeito.
Ficamos um tempo em silêncio, então resolvi quebrar aquele silencio de uma forma mais agradável.
- Você quer um... Sorvete?
- Claro... Creme, por favor.
- Ok, eu vou buscar. - Sai correndo.

“s POV:
Ainda bem que ela quis quebrar aquele silêncio. Eu tinha que abrir o jogo... Mas ainda não.
Ela enfim chegou com os sorvetes, com seu jeito meigo e delicado. Entregou-me o sorvete, e ficou realmente em silêncio total.

“s POV:
Ele já estava demorando muito para chegar, se ele realmente me ama, por que demora tanto? Eu já havia terminado meu sorvete, e também... Não sei o que me deixava deslocada ao ficar perto dele.
- Porra. Eu vou embora - disse já sem paciência.
- Bom então... Tchau – ele disse assustado.
Ao me retirar, correu e me pegou pelo braço.
- Espera!
- O que foi? - disse me soltando.
- Eu... Eu... Sou... O...
- O...? O que, ? Fala.
- Cara que te entrega flores e cartas... Pronto, falei.
Nesse momento cai na risada, ele ficou muito sem graça.
- , fala sério. Você... Não... Pode.
- É sério... EU TE AMO, . Pra sempre e sempre.
Fiquei completamente confusa.
- E por que não me disse antes?
- Eu não tive coragem...
- Você tem coragem de fazer aquilo, mas não tem coragem de dizer qu...
E enfim o beijo... Foi o beijo que mais precisei a vida inteira.
- Eu realmente precisava disso. Desde quando te vi pela primeira vez... Apaixonei-me...
E então repetimos juntos, no mesmo ritmo:
“Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Mas confia em meu amor.
- William Shakespeare”


Fim


Nota da Beta: Qualquer erro encontrado, me avise pelo e-mail.

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