Prólogo

Quando você encontrar seu ídolo, o que vai dizer? Para falar a verdade, eu nem conseguiria responder essa pergunta, mas definiria se você já se imaginou conhecendo aquelas pessoas que foram tão especiais para sua vida e que te fizeram sorrir só de olhar para suas belas imagens ou que te fizeram rir em momentos desnecessários e constrangedores. Mas, mesmo assim, te tornaram a pessoa mais completa do mundo. Cada fio de cabelo te fazendo arrepiar por completo e ainda deixando aquele friozinho na barriga irritante que todo mundo tem depois de passar por uma situação implicante, as pessoas que fazem parte de sua vida, mesmo não sabendo de sua existência, e, acredite, todo mundo me dizia isso. E, mesmo assim, você os considera a melhor coisa do mundo e o motivo de sua existência. Não querendo ser dramática nem nada, mas é exatamente isso que esses cinco meninos fizeram comigo.


Dia 3/11/2013 – Aeroporto de Guarulhos.

Imagino-me entrando numa sala de embarque às presas, de maneira desengonçada e energética. Minha mãe gritando comigo por algum motivo que minha consciência não me deixava raciocinar, e provavelmente devia ouvir, mas com aquele coração acelerado, o ar sufocante não entraria por meus pulmões tão cedo. Mais tarde ao mais cedo, iria entrar naquele avião e, dali para frente, o destino me aguardaria.
Permanecer no aeromóvel atônica, estática ou simplesmente eufórica seria meu porto seguro e pousar da mesma maneira será inevitável. Talvez ou, quem sabe, as ações que me disponibilizassem fossem um hotel para descansar e repor emoções para o resto do dia. Uma ducha, um lanche farto e um bom livro seria o mais confortável para minha pessoa.
O tempo passaria rápido e, antes que me desse conta, estaria posicionada na entrada do local. Entrar no prédio de algum estúdio seria, por incrível que pareça, a tarefa mais corajosa que faria. Pelo menos, melhor que ficar parada em frente ao local como uma estátua humana, mas ainda pensaria a respeito desse ato.
A sala seria grande cheio de meninas desconhecidas, descontroladas e chorosas ou, resumindo em uma única palavra, “irmãs”. Olharia para cada uma com um amor parentesco no coração. Elas seriam iguais a mim, todas sentiam aquilo no coração, que apertava a cada segundo. Todas amavam as pessoas que eram responsáveis por estarmos ali e foram fisgadas por cinco rostos que invadiam nossas mentes 24h por dia. Entretanto, nada é inevitável, e a gritaria que passava por meus ouvidos só podia significar uma coisa, aquela que tentava sair como um trovão de minha mente: eles estariam perto de mim.
Olhar era meu único ato com sucesso e, mesmo assim, o conseguia fazer de maneira descarada. Analisar o moreno que conquistou meu coração com o simples olhar penetrante e sua paixão pela música provava que tudo aquilo era real e ele estaria mesmo ali. Ao me deparar com os cabelos mais perfeitos e belos que já tinha visto, sempre me faria imaginar como seria tocá-los, mas meu chão se perdeu quando avistei aquele sorriso, as covinhas a mostra e me fazendo ter certeza que aquele era o melhor momento de minha vida.
Andar mais para frente era a meta, conseguir ficar a apenas metros de distância era a esperança. Olhar novamente e... Olhos azuis, esses que observava as minhas irmãs com alegria e carinho. Meu amor por esse menino sempre foi enorme, mas a maior coisa que sinto é, e sempre será carinho. O loiro era um anjo entre nós.
Uma risada me tirou de concentração e imediatamente olhei para ele. Sorri com a ação, que sabia que era automática. Só de ouvir o som proferido de sua boca, gostaria de ouvir essa risada a vida toda e até ficaria, se não fosse o simples fato de saber quando uma coisa tinha que chegar ao fim. Então, não fiquei nem mais um segundo encarando o menino risonho e olhei para minha paixão infantil. Era ele, ali, em minha frente, e com seu semblante sempre feliz. Ver a tristeza daquele ser humano podia causar minha destruição em questão de segundos, e, por mais que queira enganar a mim mesma, ele sempre será o meu primeiro amor.
Olhei para os lados num impulso e esperei até o momento, o meu momento. Gostaria de falar mais coisas para esses anjos que entraram na minha vida, gostaria de dizer todos os meus pensamentos desde o momento que entrara naquela sala, mas tinha plena consciência de minhas limitações, e, por impulso, fiquei frente a frente com eles e disse as únicas palavras convenientes e que me eram proporcionadas pelo entender daquela outra língua, mas que conseguirá com meu esforço e convicção pronunciar.
— I love you...