Tomorrow is a mystery


Escrita por: Xelly Freire
Betada por: xGabs Andriani




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Prólogo


Maio 2009

Finalmente tinha conseguido meu primeiro estágio da faculdade, afinal trabalhar desde os quinze anos na empresa dos pais não conta, ou conta? Não iria ganhar muito, porém era mais que o suficiente para comprar vários CD´s e livros no final do mês. Sou completamente apaixonada por música com um verdadeiro vício por boybands ou qualquer junção de pessoas com uma pegada pop e atualmente estou viciada em Mcfly, mas eu tenho um lance antigo com o Westlife.
Trabalho numa casa de shows aqui de Fortaleza, nada muito glamoroso, trabalhamos quase sempre com espetáculos culturais e circuitos de teatro. Mas graças aos fã-clubes do Mcfly que me ajudaram a encher a cabeça do meu chefe lotando o e-mail dele com pedidos para trazer os meninos, conseguimos e finalmente Mcfly virá ao nordeste. Por falar do Brandão, aí vem ele...
, você pode me dizer porque tem meninas acampadas aqui na frente? – ele entrou na minha sala e parecia meio furioso.
– Chefinho, ela estão guardando lugar. – normal para qualquer fã.
– Aqui não é albergue, dê um jeito nelas! Ainda falta uma semana pro show! – ele realmente estava furioso.
– Okay! – bati continência, ele riu e saiu.
Fui lá fora tentar fazer com que uma multidão não se aglomerasse ali, o que foi meio inútil elas iriam ficar ali e não tinha mau humor que as fizesse ir embora. Estava há três noites sem dormir quando finalmente chegou o grande dia. Os guys que chegaram de madrugada iriam fazer a primeira passagem de som hoje e o show seria amanhã.
Conseguimos convencer as fãs acampadas a não fazer muito escândalo e quem sabe assim eles a deixariam entrar para a passagem de som. O primeiro da equipe com quem eu tive contato foi com o Tommy, ele chegou logo cedo para combinarmos a rotina do Mcfly naqueles dois dias. Ele deve ter achado estranho minhas mexas, porque ele perguntou umas três vezes para o meu chefe se eu não era uma fã disfarçada.
– Bem Tommy, essa é a , ela ajudará você no que for preciso. – disse meu querido chefe antes de me deixar a sós com o Tommy.
– Você sabe que se algo comprometer a segurança deles, o show será automaticamente cancelado! – ele fala num inglês fechado.
– Claro que sim. Eu pareço nova, mas já tenho experiência com shows e lhe garanto que sairá tudo perfeito. – eu tremia como uma vara verde.
– Acho bom mesmo. – ele seguiu para a vistoria do local, depois acompanhou o Brandão para o almoço que estava servido na área interior do prédio.
Aquela tarde passou voando e cheguei à conclusão que só posso ter desmaiado quando os vi pela primeira vez, porque não me lembro de absolutamente nada daquele primeiro dia, quando forço a memória lembro-me de coisas esporádicas como o sorriso cativante do , alguma brincadeira do sobre eu não falar ou um café derramado na minha calça... Fazer o quê?
O segundo dia começou perfeito, com direito ao meu ônibus chegando no horário e quase vazio, ninguém tentou invadir, os meninos chegaram com bastante antecedência, e eles estavam terminando a entrevista coletiva.
– Você pode deixar entrar três fãs das que estão acampadas? - me pediu o .
– Claro que sim, alguma exigência? – sorri.
– De preferência as mais gatas! – e assim o fiz.
Mesmo morrendo de inveja daquelas garotas sortudas fazendo tudo o que eu não podia fazer, profissionalismo é uma merda, escolhi as mais bonitas. Uma loirinha peituda que gritava mais que todas e outras duas tão bonitas quanto, mas pareciam intimidadas já que a primeira tinha se apossado dos quatro rapazes nos instante que entrou na sala.
, você é tão lindo! Ai meu Deus, me belisca. – a loira falava roçando os peitos no que visivelmente gostava da situação.
– Você pode autografar nossa camisa? – a mais baixinha do trio perguntava ao Tom.
– Claro que sim! Só preciso saber o nome de vocês... – Tom mostrava sua monocova.
– Eu sou a Melissa, a ruiva é a Daniela e a baixinha é a Luiza. – a peituda se pronunciou rapidamente.
– E você não vai pedir autógrafo? – Tommy falou no meu ouvido, quase me matando de susto.
– Ainda não. Vamos terminar o checklist? – falei batendo no ombro dele.
Depois de seguirmos verificando todas as coisas e expulsar as meninas do camarim, começamos os últimos preparativos para entrada no palco. Eu mesma tive que chamá-los porque o Tommy estava segurando algumas fãs que tinham brotado no corredor principal. Quando entrei no camarim fui acertada por uma maçã voadora, segundos depois de recuperar a visão consegui avisar por que tinha vindo ali.
– O Tommy mandou avisar que faltam cinco minutos para o show! – falei massageando minha frente.
– OMG, milhões de desculpas. - me deu um beijo na testa (fofo) aparentemente ele havia arremessado à maçã.
– Tudo bem. Cinco minutos para a ação! – fechei a porta atrás de mim.
Depois de quase duas maravilhosas horas de show nas quais eu pulei e gritei todo o possível, eles se foram sem que eu tivesse oportunidade de pedir um autógrafo. Pensei que não saberia nada mais deles, mas no outro dia chegou lá no trabalho um buquê de rosas amarelas com um cartão de desculpas fofo do e essa foi a minha última lembrança deles. Depois da aparição dos meninos houveram outros cantores, mais peças de teatro durante todo o ano que continuei trabalhando ali. No final de 2010 quando estava no último semestre de relações internacionais ganhei uma bolsa para intercâmbio de seis meses na Espanha (olé) o que me levou a minha primeira excursão à Europa.


Capítulo 1


Alguns Muitos meses depois...
Então era isso, aqui estou eu, depois de tantas mudanças cursos e trabalhos, diante desse lindo prédio típico inglês, quatro andares e uma entrada pequena. Agora só faltava a coragem de entrar e entregar meu currículo, mil coisas passavam na minha cabeça: desde a primeira vez que eu ouvi o Mcfly, quando os conheci, até especificamente o momento que vi aquele bendito anúncio “Island Records necessita de um assistente de turnê para o Mcfly, preferência fluente em três línguas e disponibilidade total de horários, interessados entregarem currículos - 22 St Peter's Square London, Greater London W6, Reino Unido”.
Olhei uma última vez para meu sapato e atravessei a rua.
– Bom dia! – disse para uma loirinha que estava detrás de mesa logo na entrada, no seu crachá estava escrito Amanda Foster.
– Bom dia, em que posso lhe ajudar? – ele respondeu prontamente.
– Meu nome é , vim entregar o currículo para a vaga de assistente de turnê. Posso deixar com você? – perguntei dividindo meu olhar entre o grande relógio que ficava na parede central e minhas unhas que pareciam extremamente interessantes no momento.
– Pode sim, espere um minuto, por favor, o responsável pela seleção estava pedindo pra ver as candidatas que aparecessem quando estivesse aqui, você pode esperar um minuto?
– Claro que posso. – falei me dirigindo ao sofá de couro branco que ela me indicou.
– Suba ao segundo andar e entre na terceira porta a direita, ele já espera por você! – ela anunciou alguns minutos depois.
Subi com o coração apertado e rezando que ele não reparasse em todo o meu nervosismo dei duas batidinhas e escutei um pode passar, girei a maçaneta e entrei.
– Olá, sou Benjamin Lester! – ele me estendeu a mão apertando-a com certa força, para um homem de uns trinta e poucos anos ele era bem bonito.
– Hey, prazer conhecê-lo! . – me sentei e lhe entreguei meu currículo.
– Então, vamos dar uma olhada aqui, você não me parece uma estagiária normal. – ele estava lendo rapidamente minhas duas páginas curriculares.
– Bem, já morei na Espanha e Irlanda, além do Brasil que é de onde venho. Tenho MBA em eventos e falo inglês, espanhol, português e arranho o italiano. – me senti bem ao ver que estava realmente capacitada para aquela vaga.
– Tudo isso com só 24 anos? – ele disse sorridente.
– Vamos dizer que tive sorte, e com intercâmbio aos vinte e dois anos nunca mais parei o ciclo de viagens e descobertas. – sorri.
– Bem , tenho seus contatos, mas ainda tenho que ver algumas coisas até a próxima semana, aguarde um retorno. Currículo esplêndido! – ele disse enquanto me abria à porta.
Na saída cumprimentei novamente a Amanda.
– Espero voltar aqui mais vezes. – falei rindo.
– Boa sorte! Gostei de você. – saldei e sai.
Confesso que foi um pouco decepcionante depois de tantos sonhos, eu tinha imaginado que eles se encantariam por mim e iria sair de lá contratada logo após a primeira entrevista, afinal isso já tinha ocorrido quando busquei trabalho aqui na Europa, mas agora era diferente e deveriam ter milhares de currículos maravilhosos para trabalhar numa gravadora do porte da Island Records e com o Mcfly. Só me restava esperar e seguir dividindo meus dias entre buscar trabalho no jornal, visitas ao mercado e ler minhas amadas fics.
Em pleno maio londrino, coloquei uma roupa confortável e tudo que eu queria era passar minhas tarde primaveris no Hyde Park admirando aquela atmosfera propicia a piqueniques infantis e os pets que ganhavam liberdade nessa época. Minha tentativa de relaxar foi perturbada por um lindo beagle que resolveu se esconder dentro da minha bolsa que estava aberta.
– Hey lindão, você pode sair daí? O seu dono deve estar te procurando. – disse fazendo carinho na cabeça dele, vi uma plaquinha em prata que tinha escrito Bruce.
Soo you’re Bruce? – o cachorro me olhava babando.
Como estava distraída com o dog, não me dei conta num primeiro momento quando um homem alto vestindo um moletom preto e adiddas colorido parou na minha frente.
– Bruce, como você corre rapaz! – ele falou num inglês carregado, olhando diretamente para o cachorro que ele havia tirado dos meus braços.
– OMG, ? – disse muito mais afetada que pensei que ficaria ao encontra-lo novamente.
– Não fale tão alto, estou tentando dar uma corrida tranquilo, aproveitando o sol e se alguém me descobre aqui no meio do parque estou perdido. – ele pedia num tom bem abaixo do meu.
– O que você tem ai na bolsa? – ele perguntou assim que Bruce desceu de seus braços e voltou a se esconder.
– Nada, só muffins que eu fiz essa manhã. – peguei um doce do tapware e lhe ofereci. Ele prontamente pegou um.
– Aí está a explicação! O Bruce é louco por doces... – ele disse antes de comer o muffin todo de uma vez.
– Posso? – perguntei antes de tirar outro muffin para o pequeno peludo.
– Claro, só divide porque ele engasga é tão esfomeado quanto o dono. O que você coloca no recheio é tão gostoso...
– É brigadeiro com crocante. Aceita outro? – perguntei verificando que no tapware ainda haviam quatro unidades.
– Yes, mas você ia comer todos eles? Não parece gorda a ponto de comer seis muffins numa manhã sentada no parque. – ele ria. – Estão deliciosos, se você não vai querer mais eu podia comprar o restante para levar. – ele disse retirando a carteira do bolso traseiro.
– Não precisa pagar, considere um presente. – falei sem acreditar que ele tinha adorado meus dotes culinários, valeu mãe.
– Okay, valeu mesmo! See you... – e saiu correndo, com o Bruce o seguindo.
Duas coisas tinham me chamando a atenção, voltar a ver o assim do nada e o fato dele não se lembrar da minha existência, afinal ele tinha mandado flores de desculpas. Mas isso foi há quase dois anos, ele não deve nem lembrar que foi ao Brasil. Não consegui deixar de pensar naqueles olhos azuis tão perto e ele falando que eu não sou gorda, nem nos meus melhores sonhos teria sido tão espontâneo.
Logo minha rotina voltou a tomar conta dos meus dias, já tinha perdido por completo a esperança do Benjamin me ligar, seguramente tinham encontrado alguém melhor ou com mais curvas que eu, todas lá na gravadora eram mulheres lindíssimas magras e quase sempre loiras. Na terça tirei o dia pra fazer uma faxina na minha casinha, um lindo térreo baixo na tranquila Sussex Garden, depois de dar duro e deixar tudo um brinco, deitei no sofá perdida nos meus pensamentos quando adormeci ao som de 'Sorry it’s not good enough'.
Na segunda-feira da semana seguinte consegui outra entrevista, dessa vez num restaurante no Soho. Como o metrô estava mais lotado que o costume e a minha paciência não colaborava, a verdade era que minhas economias estavam acabando e se não conseguisse emprego até o final de Junho provavelmente teria que voltar pra Madrid para o meu antigo emprego (se eles me aceitassem depois de pedir demissão) ou pior, ter que pedir ajuda aos meus pais, que iriam me encher para voltar para o “meu lar” e toda a ladainha de sempre.
Depois de sair da entrevista e odiar o ambiente, já era um restaurante tailandês muito fedido, decidi aproveitar aquela última semana de Maio e o clima equivalente ao verão para me deliciar com aqueles doces estranhos da Chinatown quando meu celular começou a vibrar na bolsa.
- Alo? – atendi sem conhecer o numero. - ? – a voz do outro lado da linha me deu um frio na espinha, eu a reconhecia de algum lugar.
- Sim, sou eu mesma.
- Aqui é Matthew Fletch, estou ligando pra saber se ainda está disponível para a oferta de trabalho da Island Records?
- E.s.t.o.u. – disse, com um sorriso idiota nos lábios.
- Então amanhã será seu primeiro dia, favor, chegue pontualmente às nove porque não gosto de atrasos e traga os seus documentos. Até amanhã! – ele desligou e eu fiquei imóvel por alguns minutos.
Voltei pra casa correndo, pois tinha que ajeitar todos os documentos, tinha que ir ao salão mais tarde não poderia aparecer diante DELES com minhas pontas duplas. Segui para um cabeleireiro que havia na esquina da minha casa, já tinha visto que os preços lá não eram tão abusivos, acabei colocando tudo no cartão de credito de emergência. Minha mãe iria me matar! Cortei meus cabelos num Chanel longo, fiz uma hidratação revitalizadora, realçando meu cabelo liso castanho. Assim que terminei de selecionar a roupa para o grande dia, encostei minha cabeça no travesseiro e dormi como há muito tempo não acontecia.
Terça-feira, dia 22/05/2012, nem acredito que estava entrando na Island Records e empregada. Coloquei meu vestido creme que chegava um pouco acima dos joelhos e minha sapatilha preta bico arredondado de veludo, pareciam a melhor opção esta manhã, e corri para o metrô já que não poderia me atrasar. Depois de algumas paradas cheguei ao meu destino, fiquei sentada no famoso sofá de couro esperando o Flecth me atender, e agora meu vestido parecia demasiado justo para a ocasião. Esse nervosismo me fazia nada bem.
– Nervosa? - Alicia, a secretaria do Fletch me perguntou.
– Dá pra perceber assim? – sorri nervosa.
– Também já estive igual, só tenho três meses aqui, lembro que fiquei em pânico na apresentação. – ela sorria.
– Pode entrar eles já estão te esperando, boa sorte. – ela fez figa pra mim.
Depois das batidinhas típicas, ouvi um pode entrar. Mal me posicionei dentro da sala o Fletch começou.
– Bem, essa é , nossa nova assistente de turnê. Eu espero que ela aguente vocês tanto quanto o Tommy. Bem , sente-se. Você já deve conhecer os “rapazes”, verdade? – ele me puxou uma cadeira ao lado de .
– Sim, bom dia “rapazes”? – disse com medo de parecer muito amiga para uma primeira fala.
– Bom dia, ! – disseram em uníssono.
– Você não tem um apelido? Já deve saber que adoramos apelidos. – disse Tom mostrando sua covinha, ele estava completamente loiro agora e com aquele cabelo repicado não se parece em nada com o velho gordo Tom dos primeiros CD's.
– Bem minha mãe me chamava de Elle, mas não gosto muito. Mas estou receptiva a um se vocês tiverem algum! – dei um meio sorriso. – Sweet! – prontamente se manifestou. - Vocês lembram aqueles muffins que eu levei outro dia pra casa do ? Foi ela quem fez e pelos melhores doces do mundo eu te batizo sweet.
– Bela historia, , mas não podemos sair chamando a menina de “sweet” na frente das pessoas! – Fletch cortou a gracinha do antes que eu explodisse de tão vermelha que estava.
? Te parece bem? – se pronunciou pela primeira vez naquela reunião. Os seus braços musculosos pareciam ainda maiores sob aquela camisa de flanela branca. A peituda enfartaria se pudesse vê-lo agora.
– Gostei! – Falei agradecida. Ninguém tinha me reconhecido, acho que não descolorir mais os cabelos, tenha sido uma ótima ideia.
– Pois bem, te batizamos , passada as apresentações, vamos às decisões do dia. Aqui tens a agenda oficial dos meninos, de hoje em diante essa é SUA agenda não a esqueça por nada nesse mundo! Esse restante de mês será bem tranquilo e o Tommy ainda estará conosco, será ideal pra você pegar todas as “manhas” desses loucos. E como você terá pouco tempo de adaptação eu mesmo farei a próxima viagem deles.
– Loucos não, somos divertidos é diferente! – se defendia.
– Como preferirem, amanhã tem entrevista na radio e a gravação de um vídeo para os fãs com o anúncio do próximo greatest hits. Você tem carteira de motorista? – ele me olhava do outro lado da mesa.
– Tenho, mas ainda não tenho carro. – disse com medo que isso influenciasse qualquer coisa.
– Sem problemas, aqui está a chave da van, você pode ficar com ela por enquanto, lembre-se de que irá deixar os rapazes sempre que tenham que sair para algum evento. Ela não é sua. E nunca, nunca aceite as bebidas que eles irão te oferecer, você é a responsável por eles agora! – ele disse em tom autoritário.
– Fletch, nós não temos mais quinze anos! – Tom falava.
– Eu sou o agente de vocês e sei bem todo o trabalho que vocês me dão! Agora tenho outra reunião, continuem sem mim. – falou fechando a porta.
Depois que o Flecth deixou a sala, o silêncio se propagou. Logo sendo interrompido pela voz sedosa do .
– Você ainda vai ter tempo pra fazer mais daqueles muffins?
guloso, meu Deus! Posso sim, mas não se acostume porque se não essa sua barriga tanquinho vai por água a baixo! – sorri.
– A mal chegou e já está curtindo com a cara do ! Gostei. – falou risonho.
– Sorry! - foi tudo que consegui responder, depois retomei meus deveres.
– Bem, só pra que eu possa me organizar bem, vocês podem me dar seus telefones e endereços... Não quero ser pega desprevenida! – Falei abrindo a agenda buscando uma folha em branco.
Logo todos me disseram seus dados e saíram dizendo que tinham que almoçar com suas esposas/namoradas. Fiquei no escritório e reencontrei o Tommy.
– Hey, sou Tommy. – disse estendendo-me a mão.
, mas os meninos me apelidaram de . – sorri.
– Você tem uma cara familiar... – ele falava enquanto caminhávamos a garagem onde ele me passou as coisas da van. Depois de um tempo conversando ele se lembrou da promoter com cara de fã de alguns anos atrás. Ele me explicou toda a correria de ser um assistente de turnê e todas as responsabilidades.
– Desculpe perguntar, mas porque você vai sair? – perguntei curiosa. – É minha esposa, ela está com problemas de saúde, e não posso me afastar dela até o próximo ano. Vamos pra Essex fazer um tratamento. – falou triste.
– Melhoras pra ela, e espero poder lhe substituir a altura. – ele logo foi embora e entrei na van.
– Você vai conseguir, pequena! – disse ele saindo. Dei partida e segui para casa.
Meu segundo dia de trabalho começou com um sol “caliente” muito raro em terras londrinas e eu aproveitei, levando um casaco por se esfriava de noite. Estava na porta do Tom quando pude ver ele de despedindo da mulher com um beijo caloroso de recém-casado.
– Hey , bom dia! – ele falou fechando a porta.
Seguimos pra casa do e uma quadra depois esse já estava na porta a nossa espera, a mesma pontualidade não houve nas casas seguintes... Particularmente tivemos que esperar quinze minutos pelo que saiu com uma cara de poucos amigos.
– Cadê a educação, ? – falou.
– Bom dia. – falou sem vontade.
Logo estavam todos envoltos numa conversa sobre o novo single da Jessie J, chegamos a radio pontualmente. Eles seguiram para a entrevista e eu fui descarregar os instrumentos que Tommy tinha deixado na van ontem, coloquei tudo onde a produtora mandou e fiquei na salinha de fora os vendo pela janela de vidro. Depois de esperar e rir um bocado das loucuras que eles faziam a todo instante, após as duas horas de duração do programa na radio, meu celular vibrou na bolsa, atendi prontamente.
- Como estão as coisas por ai, ? - um Fletch simpático do outro lado da linha.
- Tudo tranquilo chefe, alguma recomendação? – perguntei.
- Só liguei para informar que a gravação do vídeo promocional foi adiada pra seis da noite. Parabéns, você teve muita sorte e vai fazer o primeiro cerão justo no primeiro dia! – ele ria.
- Beleza. Até amanhã?
- Hoje eles estão por sua conta e responsabilidade! Até amanhã. – e desligou.
Nossa senhora das dores nas costas, todo esse ritmo justo no primeiro dia e que vim de salto! Agora uma pergunta martelava na minha cabeça: o que faríamos em todas essas horas livres? Não tive muito tempo para pensar logo os meninos se aproximaram fazendo a algazarra comum deles.
– Aonde vamos agora? – perguntava digitando no celular.
– Temos toda a tarde livre, o vídeo foi remarcado pras seis, o Fletch acabou de ligar.
– Estou morrendo de fome! – massageava a barriga.
– Você sempre tá com fome, . – Tom rebateu.
– Se vocês quiserem, podemos comer no Arancina, um italiano em Notting Hill. Tem várias estrelas e nessa hora não estará muito lotado.
– COMER!! – todos gritaram.
Seguimos para Notting Hill, por sorte e por já ter passado da hora do almoço, como imaginei o restaurante estava quase vazio, nos sentamos numa mesa no final e eles começaram a fazer os pedidos. Fiquei com a leve impressão que eles eram extraterrestres, porque como pode eles pedirem três pratos de massa cada um, e continuarem com aqueles corpos maravilhosos? Meus olhos pararam sobre as tattoos do braço do , meu Deus existe tanta coisa ali que teria que ter um manual para decifrar tudo, mas meus pensamentos pecaminosos foram desfeitos pela voz do Tom.
– Não seria ótimo você nos contar mais da sua vida? Você não é inglesa. Como veio parar aqui?
– Sou brasileira, meu pai é irlandês e minha mãe brasileira, mas vim para a Europa com uma bolsa para estudar na Espanha há quase dois anos, e eu sempre vinha a Londres no final do ano com as minhas amigas e me apaixonei pela cidade.
– E onde você mora? – perguntou interrogatório mode on.
– Sussex Garden, o aluguel não é barato, mas as vistas e caminhar no Hyde Park valem a pena.
– Estado civil? – falou.
– Solteira. – falei tímida.
– Amanhã vai ter um almoço lá em casa com todo mundo, você deveria vir. – me salvou do clima estranho.
– Vou sim! – sorri.
Logo que a comida chegou toda a conversa parou e eles só tinham olhos pra comida, pareciam vindos da Etiópia. Depois de ficarem fartos paramos numa loja de brinquedos antigos horripilantes que tinha na esquina do restaurante e eles demoraram tanto ali que quando nos demos conta só faltava uma hora para estarmos na locação. Seguimos para o estúdio e conseguimos chegar a tempo, lá nos esperava um produtor e sua equipe.
– Guys, entrem para a maquiagem temos muita coisa pra gravar hoje! – ele falava.
– Oi, sou , assistente deles. Posso ajudar em algo?
– Prazer, sou Izac você pode ajudar a Lisa nas trocas de roupa, já deve estar costumada a vê-los nus. Agora tenho que ir. – não tive como responder.
Depois de liberarem os meninos da maquiagem fomos para a primeira roupa todos iriam de jeans e camisas brancas com diferentes estampas. Fizeram algumas brincadeiras e um medley, retornaram ao camarim.
– Agora os ternos. Não esquece as gravatas vermelhas. – Lisa me jogou algumas roupas.
– Que tal o primeiro dia? – perguntou.
– Agitado, mas estou adorando e vocês?
– Tommy ficaria orgulhoso. – ele sorria.
– Meninos, sejam rápidos! – Izac gritava na porta.
Eles voltaram às gravações, antes da meia noite saímos do estúdio. Eu segui meu itinerário, deixando por último o que dormia na van.
Conseguimos uma interação logo de cara, aprendi alguns detalhes deles no primeiro mês de trabalho: o precisa de mais tempo pra se levantar, então era melhor pegá-lo por último, o odeia surpresas, então nada de dar aquele sustinho quando ele sai do banho (alguém já saiu com o olho roxo por causa disso), o e sua fixação na dieta macrobiótica e comer quinze bananas ao dia lhe ajuda a pensar em não vai envelhecer e o Tom, esse é o que pode chamar de anjo, calmo e nunca faz exigências, sempre disposto a ajudar e se casou com a menina mais meiga e que o completa.


Capítulo 2


Um mês após a despedida do Tommy, eu deixei os meninos no aeroporto eles iriam para uma cidade do interior no norte da Inglaterra e ficariam fora por um mês para novas composições e terminar suas narrações do livro, além de começar a produzir um novo álbum, já que todo o processo demorava cerca de cinco meses e greatest seria lançado próxima semana. Eles tinham assumido muitas responsabilidades o que levava há um maior período envolvido na produção, além de cantar ou gravar as bases das músicas. Por decisão do Fletch, fiquei em Londres ajudando-o com a pré-produção das turnês já tínhamos fechado datas de setembro até o natal.
Toda quarta eu pegava a van e ia ao norte para levar coisas e notícias do mundo já que eles estavam numa fazendo afastada de tudo que tinha acesso limitado a internet, eles não estavam gostando disso na realidade, mas era uma “punição” que os produtores tinham feito a eles pela última estância na Austrália. Além do que tinha virado meu amigo, também me mandava algumas mensagens com exigências gastronômicas e perguntando como estavam as coisas e contando da rotina de estúdio, quando eu não estava lá. “Quero muffins!” ou “Você poderia passar em casa e me trazer aquela base verde, a minha está falhando” entre outras mensagens pipocavam no meu celular sempre no dia anterior ao que eu iria ao norte.
Confesso que a primeira vez que vi a mensagem dele quase enfartei, era um sonho trabalhar com eles e receber a “atenção” do seu amor platônico torna tudo ainda mais especial. O que não me deixava nada feliz eram as constantes ligações da sempre reclamando ou exigindo coisas. Por falar nela, já está aqui o nome dela piscando no meu celular.
- , avisa pro Fletch que no dia que eles chegam é o aniversário da minha avó e o vai comigo para vê-la. – ela falava seca (educação mandou lembranças).
- , melhor você falar direto com ele, porque eles já têm agendado uma entrevista no TV UK nesse dia! E não acho que irão desmarcar. – eu ria internamente.
-Você sempre dificulta as coisas. Vou contar tudo pro . Não se preocupe, eu ligarei para o Fletch, só gostaria de saber o que você faz aí, porque nunca resolve nada! – a idiota desligou na minha cara.
Que ódio não poder responder como ela merece. Fui até a sala do Fletch antes que ela fosse fazer intriga. Dei duas batidinhas e entrei, mas ele já estava no telefone e pelas caras de ele fazia era a .
– Eu entendo, minha querida, mas ficará a cargo do . Temos essa entrevista marcada e se ele quiser faltar para ir viajar com você ele que o faça, mas eu não posso libera-lo nem remarcar uma entrevista por que é o aniversário da sua avó. – ele acenou para que eu me sentasse.
– Pode deixar eu irei falar com a sobre ela não te tratar bem. Boa tarde. – ele desligou.
, pelo amor de Deus, pare de dificultar as coisas para , pior que agradar um pop star é agradar as esposas deles. Não me crie mais problemas.
– Okay, Fletch. Só falei a mesma coisa que você, que eles já tinham uma reunião marcada.
– Seja mais simpática, só isso. Mais algum problema?
– Nenhum, vou voltar para minhas coisas. O Wembley exige que entreguemos a arena no dia seguinte ao final da temporada às nove da manhã. Estou falando com os montadores, mas provavelmente precisaremos de mais um dia para desocupar. – falei procurando outro assunto.
– Você pode resolver isso, tenho certeza. - sai da sala dele querendo matar a .
Depois da correria das coletivas, quando voltaram do norte, o Fletch me liberou. Aproveitei e fui passar o dia na praia com algumas amigas que tinham vindo de Madrid me visitar.
Estava ajudando minhas amigas com as malas quando recebo uma mensagem sendo convidada para o aniversário do Tom no dia seguinte e sendo intimada para fazer o bolo. Esse dia sim foi estressante. Separei minha roupa e fui para o banho, estava na ducha quando o meu telefone começa a tocar, corri para atendê-lo e era o .
- , você sabe onde eu encontro aqueles legos enormes?
- Acho que na Toys R us! Por quê?
- Estou aqui comprando o presente do Tom e todos os legos que tem aqui na Harrod’s ele já tem. Espero que lá tenha mais, valeu. – não me deu tempo nem me despedir ele já tinha desligado.
Por sorte eu já tinha comprado uma edição limitada dos contos da Disney pra ele há mais de um mês, voltei ao banho e me preparei chegando à casa deles no horário.
– Nossa , você está linda! – Gio foi quem me recebeu.
– Realmente . Obrigado, não precisava – Tom disse pegando o presente.
– É uma lembrança, espero que você ainda não tenha.
– É da série limitada Gio, olha isso! – ele mostrava o livro.
Não demorou muito todos os convidados chegaram, finalmente conheci os pais e a irmã do Tom, assim como o irmão louco da Giovanna. A festa seguia normalmente o coquetel estava muito bom e já estávamos posicionados para o jantar quando o anuncia que já marcaram a data do casamento, foi aquele alvoroço depois do jantar veio a melhor parte o bolo. Depois do happy birthday, Tom se posicionou para o discurso.
– Quero muito agradecer a minha esposa, esses têm sido os melhores meses da minha vida, e os meninos que estamos prestes a mais uma batalha e toda minha família pelo apoio. Vamos comer! – ele ria.
– Giovanna que gostoso, quem fez? – Debbie falava provando do bolo.
– Nossa doceira oficial, ! – eu ruborizei.
– Vocês vão engordar se continuarem a comer tanto bolo! – doce como sempre.
– Acho que eu tenho que ir, amanhã Fletch me quer cedo no escritório, verdade chefinho? – parei ao lado dele.
– Exatamente e não esqueça a Oprah. – ele piscou.
Fletch me escalava para ajudar-lhe com as agendas e fazer uma varredura de como estavam à fama dos meninos pela internet, você encontra cada coisa ao colocar o nome deles no Google, tivemos que pedir para alguns sites tirarem coisas do ar, porque eram puras mentiras. Como ele tinha me pedido a primeira coisa que fiz foi passar o email pra produtora da Oprah, e confirmar a entrevista deles sobre o livro.
Ainda no cotidiano da minha sala pude ver o sol se despedir, e o outono chegar com todo o frio típico londrino, confesso que ter que usar casaco e botas não era tão ruim quanto às pessoas diziam, eu até gostava do ambiente bucólico.
Os meninos foram ao USA por uma semana antes de começar a bateria de entrevistas e photoshoots aqui, o Fletch tinha programado duas semanas sem que tivéssemos tempo nem de respirar no final de Setembro. Fizemos um churrasco na casa do para comemorar algumas musicas extras que eles tinham trazido da viagem tudo ia divino até a chegada do e .
– Que cara é essa, ? – perguntou com a espátula na mão.
– Fala ! – ele olhava a mulher.
– Eu convidei meus pais para passar a semana lá em casa e o está cheio de reuniões, mas isso é implicância dele.
– Eu não posso ficar a disposição dos seus pais! – parecia ainda mais bravo.
– Eu vou embora, não tem quem te aguente. Até mais meninos.
– Isso vai fazer compras! – gritou ao vê-la cruzar a piscina.
– Cara, vamos lá dentro – Tom pegou o amigo pelo braço e saíram de nossa visão.
Depois de uma hora eles voltaram e nada mais do assunto foi falado, depois quase seis meses de trabalho, já os conhecia bem, algo estava acontecendo... Eu eu comecei a me sentir desconfortável ali.
– Bem pessoal, vou indo! – falei.
– Por quê? – Gio perguntou.
– Só tô um pouco cansada. Até amanhã!, beijos! – sai o mais rápido possível. Era estranho, mas sentia o olhar do me seguindo. Devia ser impressão.
Na hora de ir embora foi aquele vexame, a van não queria funcionar de jeito nenhum, a direção estava duríssima.
– Deve ser gasolina. – falava.
– Enchi o tanque ontem, impossível. – me defendi.
, você colocou óleo na direção? – ria.
– E tem gasolina pra isso também? – me assustei.
– Problema solucionado. Amanhã você compra e traz, por hoje eu te levo em casa! – concluiu.
– Não quero atrapalhar, vou de metrô.
– Eu já tinha que ir, não vai ser incõmodo.
– Bye guys! Bye girls.
– See you! – e segui pro carro do .
acabou me deixando em casa, mas não trocamos sequer uma palavra, somente dei o endereço para ele colocar no GPS, ele estava muito estranho. Quando tentei descer ele me deu um beijo na bochecha e sorriu.
– Obrigado pela carona! – sorri.
– Precisando... – ele deu partida novamente no carro.
Dois dias após o churrasco, foi a estreia da Gio no teatro. Ela tinha me dado dois ingressos, mas infelizmente não tinha ninguém para convidar, ser excluída socialmente não é um das credenciais mais legais de se ter. Eu tinha alguns companheiros de trabalho, mas não tínhamos coisas em comum, eu só conversava com a Alicia com quem fui ao último show do Westlife, resumindo se não fosse o me pedir carona eu estaria indo sozinha ao evento.
Me arrumei e segui para a casa do que também não tinha companhia, pois ainda estava tentando conquistar uma garota misteriosa.
- Você está linda, . – ele falou ao entrar.
- Obrigado chefe. – pisquei o olho para ele.
- , como eu digo para uma garota que não está nem aí pra mim que eu estou completamente apaixonado por ela?
- , você é legal... Mas eu não, quer dizer eu te vejo como um irmão... – não sei porque, mas eu pensava que ele estava se declarando pra mim.
- Não é você, – ele ria da minha cara.
- Ufa, acho que qualquer garota se apaixonaria por você!
- Menos você – ele me cortou.
- Deixe-me ver, que tal uma música ou buquê de rosas? Uma viagem? – desconversei.
- Já mandei ovos de lagartos, que ela adorou na última visita ao museu que fizemos, mas ela não se impressionou.
- Romantismo, pequeno, que tal a chamar pra almoçar?
- Boa ideia, . Você é meu anjo! – ele beijou minha bochecha.
Depois de acompanhar algumas músicas que tocavam na rádio, chegamos ao teatro, entramos e demoramos um pouco para encontrar alguém conhecido. Conseguimos ver o Tom ao pé do palco junto a outros parentes da Gio. Cumprimentamo-nos e fomos para os nossos lugares, estavam preparando o ambiente quando , (eca), , e o irmão do , este que mais tarde vim, a saber, que se chamava Thomas. Thomas se sentou ao meu lado por ser o último local vago na fila. A peça transcorreu normalmente, a Giovanna impressionava no palco e seu fila de cumprimentos ao final do espetáculo era gigante.
– Você estava perfeita! – abracei-a.
– Parabéns!! – todos falavam ao mesmo tempo.
– Que tal sairmos para comemorar? – Tom anunciou.
– Vamos. – acompanhei a maioria.
– Eu poderia ir e com você e o ? Estou cansado de segurar vela. - Thomas dizia.
– Claro, por mim... – falei olhando pro .
– Sobe ai cara.
Seguimos acompanhando a comitiva, no caminho ele perguntou como era trabalhar com seu irmão, entre outros assuntos aleatórios. Era impressão ou ele estava tentando puxar conversa comigo? Bem espero que não, pois ele é lindo, mas meu coração já tem dono. E não estava afim dele.
Era um pub pequeno, que os meninos visitavam com frequência, como e haviam parado de beber, brincamos com suco de uva! Já passava das onze da noite quando eu ainda tentando escapar do Thomas Judd, perguntei pro se já poderíamos ir embora. Ele disse que ficaria mais e iria com Tom e Gio, me despedi de todos e não sei porque me mandou ter cuidado quando fui falar com ele. Por último falei com a Gio e segui meu rumo, quando estava pegando a chave no bolso senti uma pessoa me imprensando no carro, os lábios quentes de Thomas agora me tiravam todo o ar, depois de lutar um pouco consegui me separar dele.
– O que você pensa que está fazendo? – perguntei.
– Vai dizer que você não queria isso? Eu sei que nosso lance rolou.
– Não sei do que você esta falando! Me solta! – gritei. Ele continuava me imprensando no carro.
– Você tem que melhorar muito em suas conquistas, não estou nem um pouco afim de ficar com você. Por favor, me deixe ir em paz. – ele foi me libertando.
Abri o carro o mais rápido que consegui e sai dali cantando pneu.
Chorei durante todo meu caminho até em casa, quando entrei no meu apartamento estava com tanta raiva que pensei em ligar para o , dizer para ele mandar o irmão se tratar. Mas me controlei tomei meu banho quente e liguei para o , tentei desabafar, mas acabei só chorando, dei qualquer desculpa e coloquei meu pijama, assistindo um pouco de televisão até pegar no sono.
Na manhã seguinte tínhamos gravação dos novos hits num estúdio próximo ao London Eye para convencer a gravadora do novo som deles. Acordei cedinho, me arrumei o mais rápido e simples possível, e rumei para pegá-los antes que do Fletch quisesse comer meu fígado por chegar tarde ao estúdio.
Depois de pegar Tom, e , ficar dez minutos parada na frente da casa do não tinha nenhuma graça, os meninos ligavam a todo instante para ele que não respondia a nenhuma chamada. Desci do carro e toquei a campainha. Um descabelado e em boxers atendeu a porta.
– Temos meia hora para estar no estúdio, chefe.
– Estou doente não tenho condições, depois explico pro Fletch. – ele realmente não tinha uma cara boa, mas não parecia doente, estava quase fechando a porta na minha cara quando entrei sem convite.
– Eu não posso chegar lá sem você, . Faz o favor de trocar de roupa rápido, as maquiadoras dão um jeito nessa tua cara depois. – falei quase implorando.
, eu estou um caco, não posso gravar hoje!
– Você é um astro de rock e não pode simplesmente não ir. Vamos, eu te ajudo. – fui entrando na casa dele, arrastando-o e pegando alguma roupa no armário para ele vestir, pude notar que haviam coisas quebradas no chão e não parecia estar em casa. Bruce estava ao lado do sofá aparentemente dormindo.
Quando chegamos ao estúdio, com uma hora de atraso – obrigado trânsito londrino – o Fletch começou a gritar COMIGO.
– Muito bem, posso saber que ataque de irresponsabilidade foi esse, ? - os meninos tinham seguido para a maquiagem.
– Chefe, acho que o está doente, ele demorou e nos atrasamos, mas tudo sairá bem.
– Depois conversamos. – ele estava vermelho, não suporta atrasos. - Vamos trabalhar. Cadê aquela lista de confirmações?
– Estão aqui! – Mostrei um resumo das rádios que tinham confirmado o recebimento de Love is easy demo. Ele se acalmou e seguiu para os camarins.
Não tive como escapar de contar toda a história para o , assim que ficamos sozinhos ele começou.
– O que foi que aquele palhaço fez?
– Me agarrou, mas consegui me defender.
– Eu vou me entender com o Thomas!
– Por favor não conta nada ao , ele não merece o irmão que tem.
– Pode deixar, ! Agora vai que o Fletch quer seu fígado de sobremesa. – sorri e segui meu caminho.
Depois de mais de seis horas gravando o clipe, era chegada a hora de levá-los para casa. O não havia trocado uma palavra comigo em todo o dia. Deixei os meninos e segui para a casa do , quando entrei na sua rua ele falou pela primeira vez.
– Por favor, vamos pra outro lugar, não quero chegar em casa agora.
– Eu sabia que você não estava bem, quer ir ao hospital?
– Não! Sua casa não fica longe daqui, verdade? Nunca me convidou pra entrar. – ele deu um meio sorriso, lindo.
– Fica uma meia hora daqui. – falei.
– Vamos pra sua casa, precisamos conversar. – ele estava estranho.


Capítulo 3


Entramos no meu modesto apartamento no subsolo de um triplex branco e pedi que ele sentasse no sofá, enquanto eu ligava o aquecimento e trocava de roupa. Quando voltei, zapeava minha televisão parando num canal de esportes.
– Você quer conversar? Ou uns muffins?
– Os dois. Você tem alguns prontos por aí? – ele sorria.
– Vou bater uma massa é rapidinho e já volto.
– Bela roupa! – ele ria. Talvez não deveria estar tão cômoda.
Fui para a cozinha, coloquei os ingredientes na batedeira e procurei alguma coisa para beber na geladeira. Infelizmente só tinha coca-cola e água, precisava fazer compras. Depois que coloquei a massa no forno, coloquei uma coca-cola na bandeja com dois copos e um copo adicional de água para mim, e voltei pra sala.
– Só tenho coca-cola, desculpe.
– Não tem porque se desculpar, só queria um ombro amigo.
– Aqui tens. – falei me posicionando ao seu lado no sofá, ele deitou a cabeça no meu ombro e começou.
– Ontem você e o Thomas, vocês ficaram?
– Ele te falou isso? – perguntei furiosa
– Na verdade eu o segui e vi vocês se beijando e foi ai que começou tudo...
– Tudo o quê? – falei sem entender.
– A estava incomoda por eu estar me preocupando com você e o Thomas, quando saí pra ver o que estava acontecendo ela surtou, foi pra casa de taxi quando eu cheguei estava tudo daquele jeito, revirado, tivemos uma briga terrível e bem, terminamos.
– Ah meu Deus, mas você já falou com ela hoje? – perguntei.
– As coisas já não vinham bem há algum tempo, isso foi à gota d’água. – ele tinha os olhos cheios de lágrimas.
– Como assim terminaram? – meus neurônios não assimilavam uma notícia assim tão boa com a cara derrotada do .
– Acabando, já fazia um tempo estávamos brigando por tudo, principalmente por você! Ela diz que eu reparo muito em você e isso fez com que eu reparasse cada vez mais.
, você não esta dizendo...
– Isso mesmo, eu estou apaixonado por você! – eu fiquei muda, ali parada como uma estátua olhando o piscar aqueles olhos azuis na minha frente esperando uma resposta. – Eu tinha contado ao e ele prometeu me ajudar a entender tudo o que sinto, mas não consigo mais esconder isso. – ele se aproximou e selou nossos lábios, o que durou segundo.
Para o mundo que eu quero descer, e seus lábios macios, seu hálito de canela estava em contato direto com minha boca e a sensação era maravilhosa, mas ele cortou o beijo logo em seguida me olhando. Depois de alguns segundos foi chegando cada vez mais perto de mim NOVAMENTE e foi colocando a mão no meu cabelo, me puxando, fazendo com que minha boca encontrasse sua boca um vez mais.
Posso dizer que foi o melhor beijo da minha vida, o gosto que a boca dele tem é incomparável, ele foi aprofundando o beijo e eu passei os braços no seu pescoço, deixando meu corpo pregado ao dele. Foram minutos que eu não queria que acabassem nunca. Mas ele finalizou o beijo me olhando.
, eu realmente esperei muito por isso, me desculpa. – ele falou baixinho.
– Não mais do que eu, . Sempre fui apaixonada por você. – voltei a unir minha boca a dele e agora já não tinha pudor, eram beijos fortes, que deixaram nossas bocas vermelhas após alguns segundos.
Quando o sininho do forno avisou que os muffins estavam prontos, tive vontade de afundar o forno com pauladas por atrapalhar meu momento com . Pedi licença e segui para a cozinha para tirar os muffins prontos e rechea-los.
– Posso ajudar? – ele ria.
– Quer rechear?
– Me ensina?
– Claro, pega essa bisnaga e fura. É só apertar e ir tirando aos pouquinhos. – ele começou a me ajudar, não sem me melar inteira no processo, não que eu tenha ficado com raiva dele ou coisa parecida, mas eu iria precisar de um banho agora já que tinha brigadeiro até nos cabelos.
O celular dele tocou e ele disse que tinha que ir, nos despedimos com um selinho rápido e ele pegou uma boa quantidade de muffins, com a desculpa que Bruce estava triste e merecia um agrado.
– Tem certeza que não quer que eu vá te deixar?
– Pego um taxi e você precisa de um banho! – ele mostrou doce no meu cabelo.
– Depois te ligo! – disse entrando num taxi que passou milagrosamente na minha porta.
Fechei a porta e fui tomar meu banho, rezando para agradecer a Deus por mais um sonho realizado: EU TINHA BEIJADO ! Conforme a água lavava meu corpo, eu pensava que aquilo poderia ter sido um erro. Eles só brigaram, amanhã estariam bem e eu teria um enorme problema no trabalho. Depois do banho coloquei um roupão e tentei não pensar mais no , só por aquele dia não pensaria mais nele.
Durante dois dias eu tentei evitar ficar a sós com o , enquanto recebia mensagens ameaçadoras de vocês imaginam quem? Isso mesmo... . Não que eu tivesse medo dela, mas não queria me meter na relação deles, fiquei praticamente colada no e no Tom.
Até receber uma mensagem do : “não importa quanto demore, eu vou continuar tentando e um dia você vai ver que nós somos possíveis!”. Lindo, né?
Era uma quarta e passava das onze da noite quando os deixei saímos de mais uma gravação para especiais de fim de ano, era chegada a hora de deixa-los em suas respectivas casas. Primeiro , depois Tom e resolver ficar na casa do amigo, restando somente e eu no carro.
– Poderíamos conversar... – ele falou quando parei na porta da sua casa.
– Acho melhor não. – falei baixo.
– Só entra! Você não vai se arrepender. – um arrepio percorreu toda a minha espinha dorsal.
Entrei na sua casa, agora perfeitamente reorganizada e me sentei no sofá. Ele deixou sua mochila no sofá e pegou o Bruce no colo.
– Não importa o que aconteça entre a gente, eu não vou voltar para a por motivos que não vem ao caso. Eu entendo que você tenha medo porque trabalhamos juntos, mas isso não pode impedir que você me dê uma oportunidade, para nós.
, é tudo complicado – falei olhando minha mãos.
– Mas esse medo, não te deixa nem tentar?
, porque você faz isso? – ele me olhava pidão e eu não conseguia negar nada.
– Vou só me trocar e vamos jantar.
– É quase meia noite! E eu não estou vestida pra sair.
– Você está linda. – me deu um selinho e subiu.
Fomos jantar no japonês do bairro deles, foi tudo tão calmo, ele segurava minhas mãos em alguns momentos e rolou mais um beijo quando ele foi me deixar em casa.


Capítulo 4


Na manhã do dia seguinte coloquei meu look like Jones, e depois de engolir meio pote de cereais com leite, segui para a casa do Tom sem deixar de sorrir como uma idiota apaixonada. Só teria um evento mais tarde, mas precisava contar para alguém tudo o que estava sentindo ou se não ia explodir. Gio me recebeu sorridente.
– A cara de vocês é incrível. – fiz cara de interrogação.
– O esteve aqui ontem a noite. – ela completou.
– Não acredito que ele veio aqui de madrugada.
– Você ainda não conhece o hiperativo? – ela ria. – Agora me conta tudo! Resumi tudo o que tinha acontecido num monólogo e ela ria em alguns momentos quando eu comentava sobre o gosto de canela que o tinha, ou como meu estomago revirava quando ele beijava minhas mãos.
eu te apoio, mas você sabe que não será um mar de rosas. Tenha cuidado com o , pois já vi muitas garotas incríveis se darem mal por amá-lo... Não me leve a mal, vamos pensar positivo: vocês fazem um casal lindo e você não é boba, vai colocar aquele malandro na linha! – ela fazia caretas engraçadas enquanto listava minhas qualidades. Depois de um abraço forte, fomos para a cozinha.
Durante o chá que ela me servia, lembrei que trocava de namorada como uma pessoa normal troca de roupa. Será que ele iria mudar? Ou talvez só fosse a minha vez até a próxima conquista dele. Tomei o chá com os Fletcher’s e segui com e Tom até a casa do , depois rumamos para casa do que milagrosamente já estava fora nos esperando.
– Bom dia! - falou todo animado.
– Bom dia! – respondemos uníssono.
E seguimos para um clube, onde eles teriam um photoshoot para a Attitude. Até aí tudo normal... Até que eu soubesse que seria um ensaio NU!!!
Não sei se fiquei com mais vergonha quando eles apareceram segurando os documentos ou quando eles começaram a brincar com água para as fotos. Eu estava mais vermelha que um pimentão e não conseguia me concentrar em todas as coisas que eu teria que fazer. Não consegui fazer nada mais, além de admirar todas aquelas belezas.
Eu estava perdida olhando a bunda do , quando uma voz conhecida falou ao meu ouvido:
– Você agora é comprometida, nada de ficar admirando o idiota do . – tapou meus olhos.
A partir daquele momento TENTEI não secar tanto aos rapazes, mas algumas vezes era impossível, sou somente uma jovem de vinte e quatro anos e meus hormônios não ajudavam em nada.
No intervalo das fotos, num corredor escuro, voltou a me agarrar e não posso dizer que foi uma situação fácil, visto que ele estava somente com uma toalha amarrada na cintura e minha legging lhe dava fácil acesso as minhas coxas, me fazendo arrepiar cada vez que ele me prensava contra a parede. Se não fosse o Tom aparecer chamando-o para voltar às fotos nem sei o que teria acontecido.
Bebi pelo menos dois litros de água de uma vez para me acalmar e durante aquela tarde, preferi ficar perto das produtoras que ajeitavam os locais de fotos do que precisamente onde estavam acontecendo os shoots. Era pela minha própria sanidade aquele distanciamento. Os meninos quase não comeram, pois não queriam parecer gordos nas últimas fotos e quando deram o ok para que fôssemos embora, eles me obrigaram a ir diretamente ao McDonalds.
Alguns menus mais tarde, fui deixá-los em casa e como sempre restamos somente e eu na van em frente a sua mansão.
– Você quer descer? Não sei, assistir um filme? – ele parecia um anjo, piscando aqueles enormes olhos azuis.
, é tarde e acho melhor ir para casa. Amanhã tem mais eventos. – conclui tentando fugir do óbvio, que seria me render aos encantos do .
– Você gostou tanto quanto eu daquele amasso hoje mais cedo? – respondi fazendo que sim com a cabeça e ele voltou a me beijar.
Aí já não tinha mais volta. Só paramos de nos beijar para que ele abrisse a porta. Logo após ele me prensar na porta, as roupas foram saindo de nossos corpos e ficando pela sala. Quando esbarramos com o sofá, ele puxou minha legging e desafivelou seu cinto e antes de se livrar das calças pegou uma camisinha. Enquanto ele me dava chupões no pescoço eu arranhava suas costas. Era impressionante como as mãos do conseguiam chegar a locais que eu nem imaginei que tinha sensibilidade. Cada vez que ele beijava o encontro dos meus seios um arrepio me invadia.
Eu confesso que peguei um pouco pesado nas costas dele, certamente amanhã teriam marcas por toda sua extensão. Quando ele me invadiu, tive certeza que tinha feito a escolha certa e esperando por ele, aproveitei ao máximo o momento e a dor rapidamente foi substituída pelo prazer que me invadia cada vez que ele aprofundava o movimento de vai e vem. Quando chegarmos ao ápice, ele deitou pesadamente sobre mim, sua respiração descompensada batia no meu peito e finalmente tive que encarar a realidade.
Ele me olhava, evidente que ele se deu conta que eu era virgem, ele passou a mão pelo meu rosto e beijou meu ombro.
– Você devia ter avisado, teria feito tudo mais especial. Se soubesse desse “detalhe” tudo teria sido diferente.
– Já foi especial exatamente como foi e como avisar qualquer coisa se até ontem eu nem sabia que você e eu... – fiquei vermelha.
– Eu gosto muito de você! Não vou te largar nunca mais. – ele me apertou entre seus braços.
– Não gosta mais que eu Sr. . – sorri.
Depois que nos acalmamos, eu me vesti.
– É melhor eu ir, amanhã não podemos nos atrasar. – falei olhando-o ainda deitado confortavelmente no imenso sofá.
– Dorme aqui, te empresto uma roupa. – ele falava me puxando.
– Eu não posso. – nao sei porque, mas tinha vergonha dele. Com todas as garotas que ele já ficou, eu deveria ser a única idiota virgem, queria sumir um pouco.
Despedimos-nos com um beijo e segui para casa. Aquela noite, passei em claro, e mesmo sendo madrugada no Brasil não resisti e liguei para a minha mãe. Ela me ajudou a entender, não antes de me recriminar por me entregar tão fácil a um rock star, mas ela também me ajudou a encontrar forças para encará-lo pela manhã.
Acordei com outra mensagem da : “não pense que com você irá ser diferente, depois da emoção da conquista, ele vai te dar um pé na bunda! Como faz com todas e voltará para mim”.
Pensei em fingir que estava doente, mas não iria adiantar. Ninguém acreditaria, já que nem voz de doente eu conseguia fazer ao telefone. Criei coragem, coloquei meu agasalho fofo e fiz um coque rápido, segui com a van para pegar os guys. A mesma sequência de sempre e posso dizer que meu coração parou no momento que vi sair de casa mais lindo que nunca e com um sorriso estampado no rosto. O burburinho começou:
– Só alegrias, hein ! – zombava.
– Dormiu na varanda foi, ? – ele bateu na cabeça do . – Bom dia, AMOR. – e me deu um beijo no ombro. – Como assim, , na frente de todo mundo? Certo que o Tom tinha pegado a gente se agarrando no dia da sessão de fotos, mas custava fingir? Eu queria um buraco para enfiar minha cabeça, ou melhor, me esconder inteira.
– Bom dia, ! – tentei não olhar mais para os passageiros.
– Ui – foi o grito que recebi deles. E começaram músicas idiotas sobre casar quando se formar.
Tínhamos uma entrevista ao vivo no Hyde Park, os deixei na porta mais próxima e fui estacionar a van na entrada leste. No caminho para onde estava montado o stand da entrevista se podiam ver as folhas se amontoando pelo chão, o que me lembrou da primeira vez que vi o aqui alguns meses atrás. Eu estava feliz e com medo dessa felicidade não durar. A entrevista já estava no final quando a velha pergunta surge.
, é verdade que o romance com a acabou? Ela esta dando declarações que é só um mau momento e que em breve o veremos juntos novamente. – a entrevistadora pergunta.
– Não estávamos mais nos entendendo e achamos melhor seguir por caminhos separados. Mas prefiro não comentar sobre isso. – ele dizia.
– E esse coração já bate mais forte? O que podemos esperar?
– Posso dizer que ele está sendo conquistado. – ele piscou pra mim. – mas realmente não quero falar sobre isso agora.
Depois de todos os fãs atendidos e toda a burocracia de fotos para essa página ou para outra, fomos embora. Ainda era cedo, então Fletch me mandou levá-los para o escritório. Quando todos saíram da van, aproveitou para me roubar um selinho. Era difícil negar qualquer coisa a ele, então demos mais alguns beijos e entramos.
Era uma reunião para discutir a turnê, na verdade seria a primeira vez que iria fazer o que tinha sido contratada para fazer. Sairíamos em turnê em duas semanas. Seriam dez países e vinte cinco noites de concertos. Com um grande final de uma semana de Wembley justo duas semanas antes do Natal e alguns dias antes do casamento do . Minha mãe iria me matar por não ir passar as festas com ela, mas era meu trabalho, certo? Anotei na minha agenda todas as coisas que ainda tinha fazer e providenciar.
– Mas Fletch e as entrevistas? – perguntei ao ver que alguns shows chocavam com as datas já fechadas com rádios e revistas aqui de Londres.
– Vamos separá-los alguns dias entre os shows. Não sei como esqueci as entrevistas antigas, muito obrigado por me lembrar, .
– Meu trabalho, chefe. Estamos liberados? – falou.
– Até depois de amanhã no aeroporto! Aproveitem o final de semana. – Fletch falou.
– Mas hoje ainda é quinta! – falou.
– Forma de falar já que temos dois dias livre, nanico! – Tom falou dando um pedala no pequeno.
– Então não diga final de semana! Vou aproveitar e ligar pra . – ele saiu primeiro da sala de reuniões. Nós seguimos atrás dele.
Deixei os meninos em suas casas e segui para a minha, quando estacionei o carro pude ver uma mensagem no meu telefone:, estou indo para sua casa. Beijos. .”
Foi uma correria para colocar tudo em ordem. Afinal, não seria nada legal que visse minhas calcinhas estendidas no banheiro. Peraí, mas por que o iria ir ao meu banheiro mesmo? Loucuras de uma apaixonada querendo causar as melhores impressões. Troquei de roupa e esperei sentada no sofá.
Ele chegou às sete e meia e eu tive a ideia de ver o filme “Um porto seguro”. Aí confirmei que realmente queria me conquistar para assistir a esse tipo de filme sem reclamar. Ele fazia carícias na minha mão quando uma cena do filme ficava mais romântica. Demos uma pausa e fui à cozinha.
– Sua roupa me deu fome, você tem o telefone da pizzaria?
– Aqui na geladeira. Mas já estou fazendo pipoca. – falei da cozinha.
– Você não vai querer falar sobre ontem? – ele começou sentando-se ao meu lado na mesa, enquanto olhava os milhos estourarem na máquina.
– Não é uma coisa que eu não tenha planejado, é só que eu não encontrava um cara legal e nem achava que estivesse no momento certo. Os anos foram passando e cada vez ficava mais estranho.
– Não diga estranho, foi lindo, especial. – ele segurava minhas mãos e eu desviei o olhar – Eu só queria ter sabido antes, para planejar melhor, mas haverá outras oportunidades. – ele falava com quintas intenções.
– Então quer dizer que você acha que iremos fazer amor de novo? Você nem me pediu em namoro. – falei dramática.
– Não só acho – beijo – como, agora mesmo – beijo – vamos. – mais beijos.
E foi assim que conheceu meu quarto. Não que ele tenha dado muito importância ao ambiente. Depois que fizemos amor, ele ficou deitado na minha cama analisando o entorno.
– Você tem muitas fotos da cidade e poucas de pessoas. Não tem muitos amigos por aqui?
– Sou bicho do mato, não me socializo fácil. – ri.
– Eu sei como é! E seus pais? Nunca vem te ver?
– Ainda estão no Brasil. – comecei a rir lembrando-me da cara de minha mãe o dia que cheguei em casa com as rosas.
– Por que esta rindo? – ele se sentou na cama.
– Você se lembra de quando me enviou rosas?
– Eu? – ele falou engraçado.
– No Brasil, quando fizeram um show na minha cidade, você quase me matou com uma maçã e quando foram embora você me mandou flores, não lembra?
– Ah, claro. Foi invenção do Tommy, eu só tive que assinar o cartão. Mas agora me pareceu uma grande ideia, você nunca tinha dito que já tinha trabalhado conosco.
– Foi tão rápido. Mal nos falamos. E minha mãe surtou com as rosas pensou que eu estava de caso com um pop star! – ri.
– Agora está! – ele me beijou, nos aconchegamos e, dormir abraçada ao peito nu de era de longe a melhor sensação que tive na vida até aquele momento.
Embarcamos para Essex num sábado nublado. A viagem era curta e os meninos tinham chamado suas respectivas noivas, mulher e namorada, para seguir viagem com eles naquela semana. Resumindo, parecíamos um grupo de colegiais de excursão ao campo. Passados os compromissos com a rádio local tivemos algumas horas livres e fomos tomar um chá da tarde com as famílias de e , que também iriam ao show naquela noite. Reencontrar o Thomas não foi nada fácil, especialmente por que ele não parava com as indiretas de que eu merecia um cara mais do tipo ele, de sangue real.
Tentei me manter a margem de tudo, mas às vezes a vontade de responder as provocações dele eram maiores. Então escrevia mensagens ao , que ria horrores. O show foi empolgante, os meninos realmente davam tudo no palco. Eu pulei como uma verdadeira adolescente e foi aí que o se lembrou de mim, de quando meus cabelos ainda tinham mexas e eram mais curtos... Risadas a parte aproveitamos ao máximo aquela noite.
No restante do mês fizemos: Portmouth, Sheffield, Manchester, Oxford, Leeds, Bristol e Birmingham. Todas com um intervalo de apenas dois dias entre cada cidade. Uma maratona e, se levarmos em conta que ainda tínhamos que voltar a Londres para entrevistas... Não tínhamos tempo nem pra respirar.
Faltavam só duas semanas para o natal e ainda tínhamos três noites do Wembley lotadas para terminar. O meu romance com o estava cada dia melhor, isso incluía: mensagens românticas no espelho do banheiro ou encontrar chocolates escondidos na minha bolsa, o que estava virando rotina e eu adorava. Algumas mensagens ameaçadoras da ainda apareciam ocasionalmente, mas quase sempre eu as excluía sem lê-las por inteiro.
Eu mandava mensagens agradecendo cada coisa que fazia, e rezávamos todas as noites para que nosso sentimento ganhasse força. Há dois dias eu estava tendo uns sintomas estranhos como se fosse gripar e nenhuma comida ficava no meu estômago. Quase vomitei nos meninos na última noite do Wembley e prometi ao Fletch que nas festas iria me cuidar.
No dia vinte de dezembro fizemos um jantar de despedida de solteiro para o e uma confraternização pelo Natal, já que ele estaria de lua de mel em breve. Comprei uma roupa especial verde, típico de Natal, e veio me pegar aquela noite, pois não estava bem para ir dirigindo.
O jantar foi na casa mais badalada da turma, mais conhecida como residência dos Fletcher. Fizemos nossa ceia juntos e os meninos foram para a despedida de solteiro, enquanto nós meninas fizemos uma noite de cinema romântico regada a muita pipoca de chocolate. Eu já deveria imaginar que como não me sentia bem, aquilo não iria me ajudar. Resumindo, meia hora depois de me entupir de pipoca estava no banheiro colocando até os bofes para fora. A Gio bateu na porta.
, você está bem?
– Acho que vou gripar ou alguma coisa, estou me sentindo estranha.
– Dorme aqui comigo, os meninos certamente não voltam hoje. É perigoso você ficar sozinha.
– Obrigado.
Mandei uma mensagem pro avisando que iria dormir com a Gio, mas ele não respondeu talvez estivesse sem o telefone. Adormeci.


Capítulo 5


Finalmente chegou o grande dia do . Os meninos todos elegantes em seus ternos de padrinhos e eu estava convidada, mas a madrinha com o seria uma prima da . Nada mais justo. Nós estávamos juntos a menos de dois meses. Eu escolhi um tomara que caia preto e verde, quando terminei de me arrumar, começou com os olhares de tirar pedaço o que me fazia morrer de vergonha.
– Vi esse anel ontem e não resisti, quero que você use hoje! – ele me deu um beijo calmo enquanto colocava o anel no meu dedo, um lindo anel preto e enorme.
– Que lindo Danny, mas ele não é muito caro? – falei admirando o anel.
– Você merece muito mais que isso. – ele me beijou.
Quando chegamos para a cerimônia, meu novo acessório não passou despercebido pelas meninas que ficaram impressionadas com o detalhista que estava sendo o nosso velho . Logo depois da linda cerimônia e suas danças esplendidas, fomos para o hotel onde seria a recepção. Tudo estava lindo e com a delicadeza típica da .
A orquestra de cordas que estava recepcionando o Buffet era preciosa, confesso que chorei um pouco por participar de um momento tão lindo de alguém que eu gostava tanto como e . Depois de tomar uma taça de champanhe, o mal estar que vinha sentindo foi ainda mais forte, pedi ao que me ajudasse porque não conseguia ficar de pé. Fomos à enfermaria do hotel e depois de medirem minha pressão, ela disse que eu tinha tido uma queda de pressão e então tomei uma pastilha que me ajudou muito. curtiu a noite, eu preferi ficar mais sentada com umas tias do que tinham problemas no joelho e também não podiam dançar tanto.
Curti a noite toda e meu mal estar parecia ter se acabado definitivamente. Já era manhã quando a festa deu sinais de que iria acabar e fomos para o quarto. Os drinks que o tinha bebido unidos a minha melhora fizeram com que mesmo exaustos, fizéssemos amor como se aquila fosse a última vez que iríamos estar juntos, adormecendo logo em seguida.
A luz da janela me fez acordar antes do que eu queria. Fiquei admirando o dormir e resolvi levantar, fiz minha higiene matinal e coloquei uma roupa confortável e meu estômago estava reclamando de fome. Escrevi uma nota para caso o acordasse e segui pro refeitório eram pouco mais de nove da manhã e o ambiente estava lotado, coloquei uns ovos e algumas torradas num prato e sentei numa mesa vazia quando se sentou na minha frente.
– Lindo anel! – ela falava com ira.
– Obrigada.
– Ele já disse que te ama? Geralmente é no primeiro mês.
– Não acho que seja da sua conta. – me doía admitir, mas ele nunca tinha dito que me amava.
– Você vai ser se lembrar de mim, eu te juro. – ela saiu depois de bater na mesa.
Deixei meu prato pela metade e segui para a nossa suíte, ainda dormia, então peguei minha mala e joguei as coisas de qualquer jeito. Rasguei o bilhete que tinha escrito antes e escrevi outro “Tive que ir, depois te ligo!” e peguei o primeiro taxi pra casa.
Liguei para minha mãe, já chorando.
, o que houve? – minha mãe falou.
– Não sei o que fazer. A ex dele está tornando minha vida um inferno! – falei chorosa.
– Meu amor, você tem que enfrentá-la. E principalmente contar ao rapaz sobre a situação toda, ele é o único que pode colocá-la no seu lugar.
– Mas se ele ainda gostar dela?
– Então é melhor que você saiba de uma vez e não fique se iludindo.
– Mãe, por que amar é tão complicado?
– Por que só assim você sabe se vale a pena sofrer. Cuide-se, bebê. Mamãe te ama. – Beijo pro papai também.
Coloquei uma roupa qualquer e meu vans roxos, segui pro Hyde Park, aluguei uma bicicleta e extravasei minhas dúvidas admirando a paisagem. Quando meu estômago roncou alto, olhei no relógio e passavam das quatro da tarde. Tirei meu celular do silencioso e vi cinco ligações do , então retornei.
– Já estava preocupado. Onde você se meteu, já fui à sua casa e você não estava. – ele falou meio afoito.
– Estou no Hyde Park andando de bike. Desculpe.
– E por que não me atendeu? Estou uma pilha.
– Estava no silencioso. Onde você está?
– Em casa! Vem pra cá, vamos conversar. Por favor. – ele tinha a voz cansada.
– Estou indo.
Entreguei a bike no posto e segui de metrô. Algumas paradas depois, desci na estação que ficava a duas ruas da casa de . Bati duas vezes na porta antes dele abrir e me abraçar.
– Nunca mais faça isso, eu estava morrendo de preocupação.
– Desculpa, não era a intenção. Só acordei estranha e tinha que sair. Você tem planos pra hoje?
– Está esquecendo do jantar com Tom? E amanhã vamos pra Bolton!
– Vamos?
– Você não pensou que eu fosse te deixar sozinha na noite de Natal. Ou pensou?
– É muito cedo para eu conhecer sua família, .
– Você já conhece minha mãe e minha irmã, esqueceu?
– Você sabe o que eu estou falando. – sentei emburrada no sofá.
Meu estômago roncou alto acabando a conversação. me fez um super omelete com pelo menos uns quinze ingredientes e almoçamos tranquilamente. Ele sempre fazia piadas com os tios e o que eles iriam dizer da brasileira. Tentei ficar com raiva, mas era inútil ele começava com as palhaçadas e eu ria.
Umas sete da noite, depois de dormir a tarde inteira, o começou a se arrumar. Eu aproveitei e fui mandar umas felicitações de Natal no face. Quando ele avisou que estava pronto quase caí pra trás. Eu estava acostumada com a beleza do , mas ele saiu do banheiro com o cabelo perfeitamente penteado com um topete charmoso e o cheiro do Jean Paul Galtier que ele usava preencheu todo ambiente, e para finalizar o look, ele usava uma camisa social branca por baixo de um suéter preto.
– Eu sei que sou lindo, mas você ainda precisa se arrumar. Vamos? – ele me deu um beijo rápido e eu o segui em direção ao carro.
Depois de entrar em casa corri para o banheiro e tentei ficar o mais apresentável possível, mesmo que em comparação com meu namorado aquilo era bem difícil. Escolhi outro look verde, mas com muitas peças escuras e sem me esquecer das luvas, pois hoje a temperatura tinha baixado consideravelmente. Reapareci na sala.
– Gata! – ele me puxou pra um beijo com segundas intenções.
– Tarado! – falei caminhando para a porta.
– Ainda bem que você sabe. Hoje a noite vai ser longa. – ele ria.
– Menos, , bem menos. – ele deu partida no carro.
– E quero dizer que vi que você não está usando o anel que eu te dei.
– Ele é muito chamativo, , fica todo mundo pensando que estamos noivos ou coisa assim!
– Noivos com um anel preto? Não me importa o que os outros pensarem, eu comprei ele pensando em você somente.
– Mas a mim sim! – olhei pra ele seria.
– Eu te darei seu tempo. – ele beijou minha mão.
Ao chegar a mansão dos Fletcher, o cheiro invadia a casa. A Gio e o Tom estavam fantasiados de família Esqueceram de Mim, muito engraçado com seus suéteres de tema natalinos.
linda como sempre!
– Gio, menos! E quem vem mais?
– Meu irmão. Quer beber alguma coisa? – ela voltava pra cozinha.
– Cadê o Marvin? – perguntei rindo.
– Esta lá em cima, fez mau criação.
– Tadinho! – ri. – Quer ajuda?
– Você pode levar a salada? O peru está dourando.
– Vou indo. – segui com a tigela de salada.
Logo chegou o irmão da Gio e fomos ceiar. Acabei sabendo que o importante para os ingleses não é a véspera como para os brasileiros, mas o almoço do dia vinte e cinco que é quando abrem os presentes. Depois do jantar fomos trocar nossos presentes já que amanhã estaria com suas famílias.
– Se o me der meias de novo eu mato ele. – Tom desafiou.
– Qual é bro, a Gio adorou! – ria.
– Eu posso começar? – falei, pois não gostava de suspense.
– Meu presente vai pra menina/mulher mais linda que eu conheci. GIO. – ela levantou do sofá chorando e pegou minha caixa.
– Que lindo, , adorei. – ela segurava o óculos da Guess eu tinha dado pra ela.
– O meu vai pro meu amor! – sorria pra mim.
– Obrigado. – ele tinha me chamado de amor? Morri. – Que linda! – falei tirando uma bolsa da MK do pacote.
– Agora é minha vez! – Tom gritava.
– Pra você, chapa! – ele mostrou uma caixa pequena pro .
– Caralho, uma sunga? Não tinha nada mais broxante não? – ele falava.
– Meias! – falamos.
Os seguintes foram Gio dando uma coleção do Michael Jackson pro irmão e ele dar um disco LP dos Beatles pro Tom. Logo depois seguimos pra casa do . Ainda viajaríamos pela manhã, mas isso não impedia o em querer fazer aquela noite com pouco mais longa, dessa vez conseguimos chegar ao seu quarto, eu adorava a atmosfera rock do quarto dele. Adormecemos abraçados.
Na manhã seguinte enquanto ele abastecia e revisava os níveis do carro, eu fui me ajeitar e fazer uma malinha pra dormir essa noite. Aproveitei que ele iria demorar um pouco e caprichei no visual, algo bem delicado, mas com charme para uma primeira aparição em família. Quando ele buzinou, eu saí.
– É só minha família, amor, não vai estar o primeiro ministro não! Só avisando. – ele ria.
– Primeira impressão é a que fica – pisquei pra ele.
Depois de duas horas de viagem, e muitas trocas de emissora, justamente quando cruzávamos a fronteira de Bolton, Love is Easy começou a tocar.
– Isso é um bom sinal. – falou apertando minha mão direita.
– Espero que eles gostem de mim.
– Impossível não amar você! – ele beijou minha mão.
Alguns quilômetros depois, chegamos numa casa antiga que imitava um castelo e com lindos jardins na frente, , como um bom cavalheiro, abriu minha porta me dando um beijo gentil na testa. Agarrei sua mão e seguimos em direção a porta principal. Logo a Kathy abriu a porta com um sorriso simpático.
– Quanta demora. Sejam bem vindos! – ela me deu um beijo e abriu espaço para que entrássemos.
– Família! – falou saudando a todos.
A sala estava lotada. Deviam ter ali umas trinta pessoas pelo menos. Seguimos sua mãe e sentamos ao lado da Vicky que jogava uno com os primos na mesa de centro.
– Lembra de mim? Trabalho com o . – falei querendo puxar conversa.
– Sei muito bem quem você é! – ela falou seca. Acho que ela preferia a miss como cunhada.
– Um pouco de educação seria ótimo, irmãzinha! – se meteu.
– Sem problemas, . Vou ver se sua mãe precisa de ajuda. – segui para a cozinha.
– Kathy, quer ajuda?
– Não precisa, querida... Mas se quiser dobrar os guardanapos na mesa, a Vicky está me enrolando há um bom tempo.
– Agora mesmo. – segui pra mesa principal, comecei a dobrar os guardanapos quando meu celular vibra no meu bolso.
“Natal em família? Não esqueça... Quanto mais se sobe, maior a queda! O só está usando você!”. Meus olhos se encheram rapidamente de lágrimas e procurei o banheiro mais próximo, o enjoo voltou e não pude aguentar. O café da manhã rapidamente saiu do meu corpo. Logo após, ouvi batidas na porta.
, você está bem? – era o .
– Estou bem, vou já. – tentei disfarçar a voz de choro.
– Estou na cozinha com a minha mãe. Não demore já vão servir.
– Ok.
Depois de ouvir os passos do se afastando, liguei para a Gio, pois talvez ela me ajudasse. Ela não atendeu, provavelmente estaria com as coisas da ceia. Segunda tentativa... Liguei pro .
“Alô! Feliz Natal, .”
, você sabe dizer se o ainda está com a ?” – falei tremendo.
, que loucura! Ele está com você e completamente apaixonado. Por que isso agora? Onde vocês estão?”
“Estamos na casa dos avós dele aqui em Bolton. Simplesmente entrei em pânico, desculpa. E você está aonde?”
“Essex com a família. Beijos, se cuida e nada de pensar besteira.”
Desliguei o telefone e passei uma água no rosto tomando cuidado para não borrar ainda mais o rímel. Guardei o telefone na bolsa e segui para a cozinha, mas antes de ser vista pude ouvir:
, ela só quer seu dinheiro! A te avisou que ela estava dando em cima de você e o que tu faz? Cai na dela como um patinho. – Vicky realmente não tinha me aprovado.
– Vicky, as coisas já não iam bem com a antes de eu me ligar na . E meu sentimento por ela é maior e muito puro, preciso que você entenda que eu sei o que é melhor para mim.
– Bobagem. Pelo menos eu sei que esse seu fogo de palha não dura mais um mês. – ela ria.
– Meninos parem, ela entra a qualquer minuto. – Kathy dizia.
Achei que seria o momento, afastei a porta e me mostrei a eles. Logo Kathy os trouxe até mim, dizendo que tínhamos que ir para a mesa. Fizemos a prece e o avô do agradeceu por ter a família reunida. Eu fechei os olhos e contive as lágrimas de saudades de meus pais. Comemos em paz, apesar do comentário de alguns primos pequenos do sobre o fato de, ao contrário de toda a família, eu ser morena... Todos eles tinham um padrão branco com sardas alternando entre braços ou rosto ou, como no caso do , sardas no corpo inteiro.
Logo após a comida, alguns parentes se foram por ainda terem que visitar outros parentes. A quantidade de visitantes agora se reduziam a oito pessoas: os avós, Kathy, Vicky, eu, , Tio Andy e seu filho Alexander. Sentamos-nos e Andy começou.
– Como uma menina linda como você foi se apaixonar pelo trapalhão do ? – ia responder, mas fui cortada pela Vicky.
– Tio a ex dele era uma miss!
– Obrigado pelo elogio, senhor. Nunca cheguei nem perto de concursos de beleza, até porque, com meus quadris eu seria expulsa na primeira entrevista. – ri sem graça.
– Brasileira, tio! – falava.
– Já que vão fingir que eu não existo vou indo! – Vicky saiu.
– Não liga, ... É que ela era amiga da . – Kathy falou.
– Talvez seja melhor eu ir, esse é um feriado de família. – falei sem jeito.
– Nada disso, ainda quero aprender a “samba”! – o avô do ria.
Brincamos de sambar, mas logo se cansaram e, em seguida, eles começaram um desafio nas cartas, uma espécie de tucro ou buraco que eu não entendia. Fiquei admirando a destreza do com as cartas. Outra coisa que reparei é que mãe do quando se chateava com ele, o chamava pelo segundo nome e ele ficava vermelho. Fui até a cozinha tomar um copo d’água e eis que encontro com a minha cunhada ali.
– Vicky, posso falar com você? – perguntei.
– Já está falando! – ela sentou-se à mesa e eu fiz o mesmo.
– Você acha que seu irmão era mais feliz com a ? Ou melhor, você acha que ele ainda a ama?
– Ele está encantado pela conquista. Eu já vi isso várias vezes, mas com era diferente, ele amava ela. Você não é mulher pra ele.
– Eu realmente não sei o que dizer, eu realmente amo seu irmão. Mas as coisas estão... – nesse momento entra .
– Posso saber o que as donzelas conversam?
– Tentando nos entender... – falei em dúvida.
– Verdade Vicky, que bom, essa tarde foi estranha. Eu amo as duas. – ele falou nos beijando na cabeça. Vicky se levantou e saiu da cozinha.
, acho que estamos precipitando as coisas em nossa relação e talvez... – ele tapou meus lábios com o indicador.
– Confia em mim. – nos beijamos.
A noite passou mais harmoniosa, a Vicky até cantou comigo no karaokê e fomos dormir quase quatro da manhã. Fui acordada pela perna pesada do prensando minha bexiga. Nos filmes isso nunca acontece! Fui ao banheiro e aproveitei para fazer minha higiene matinal, separei minha roupa e voltei para o banheiro para tomar um banho. Graduei o chuveiro com a água pelando e entrei, a água quente me acalmava. Estava ensaboando o cabelo quando tomei um susto com a visita inesperada. estava atrás de mim e beijando meu ombro.
– Que susto, . Você fechou a porta? – falei tirando o xampu.
– E a adrenalina? – ele ria.
– Saia agora mesmo! – empurrei-o.
– Está tudo trancado, agora vem aqui. – ele me puxou e selou nossos lábios. Era inevitável! Quantas vezes ele quisesse, ele iria me ter. Eu o amava e seus toques faziam com que eu perdesse completamente a noção do sano ou certo. Depois de fazer amor, nos arrumamos e descemos para o café. Logo depois pegamos a estrada.


Capítulo 6


Os meninos fizeram alguns eventos enquanto o estava de lua de mel. Minha rotina junto do estava cada dia melhor, ele praticamente morava lá em casa e tínhamos contado quase tudo pro Fletch (que surtou) e ainda escondíamos da impressa. Volta e meia tinha um paparazzi em minha rua, mas conseguimos gerenciar, as fãs, já que elas estavam apoiando a nova “onda” reservada do sem tantas festas e badalações, tirando, é claro, as fãs da que queriam me ver assada com uma maçã na boca, mesmo sem saber quem eu era.
Passamos o réveillon num clube, junto com e , e os outros estavam viajando. Ao ver os fogos do ano novo, liguei para meus pais desejando um ano maravilhoso para nós. Eles felicitaram ao , bebemos e dançamos toda a noite.
Para começar bem o ano, depois de três dias de folga, hoje ia produzir um cd com os meninos do Busted, não entendi bem. Dormir sozinha era estranho, faltava o cheiro e o calor dele.
Para a minha surpresa, assim que cheguei, um buquê gigante de rosas vermelhas me esperava em minha sala. Peguei o cartão: “pelas nossas noites e todas as noites que passaremos juntos!” sem assinatura, liguei imediatamente para o .

adorei as rosas, mas por que você não assinou o cartão?” – falei eufórica.
“Que rosas?” – ele parecia realmente surpreso.
, o buquê enorme de rosas que está em minha mesa! Espera, vou te mandar uma foto.” – bati a foto do cartão com o buquê ao fundo.
“Muito bonito, mas eu não te mandei nada!” – sua voz estava diferente.
, não tem graça. Com quem eu passo as noites além de você?” – falei irônica.
“Certamente com alguém mais romântico. Conversamos mais tarde, agora eu tenho que ir trabalhar!” – ele estava puto, desligou na minha cara.
Fiquei ali sentada, admirando o buquê sem saber o que fazer. Interfonei para Alicia vir até minha sala, ela certamente sabia quem trouxe isso. Depois de duas batidas ela entrou.
, que lindas! – ela sorria.
– Você viu quem trouxe?
– Um entregador. Por quê? Não gostou? – ela se sentou.
– Não são do e não estão assinadas. – falei séria.
– Estranho, muito estranho! – ela falou pensativa.
– Tenho medo que seja um louco. – ri de nervoso.
– Ou um admirador secreto?
– Logo agora que estou namorando?
– Tenho que voltar pra recepção, mas se perceber alguma coisa estranha por aqui te aviso. Se cuida! – ela piscou.
Guardei o bilhete na bolsa e voltei as minhas obrigações, tentei falar com o no almoço, mas ele não atendeu. Depois de uma serie de reuniões com o pessoal da gravadora deixei meus papéis na sala e segui pra casa. Como cheguei e não havia ninguém, coloquei uma roupa esportiva e fui correr no parque. Tinha aprendido com o que quando alguma coisa me estressava, colocar a música no último volume e correr no parque era a melhor solução.
Depois de andar por mais de uma hora, voltei para casa suando, abri a porta e o silêncio anterior permanecia. Olhei no relógio e passavam das nove da noite, resolvi ligar novamente para o .
, hoje vou dormir em casa. Estou cansado e amanhã temos que seguir trabalhando” – ele falou grosseiramente, sem nenhum cumprimento. Estava estranho.
“Tudo bem?” – perguntei.
“Só quero descansar. Se você quiser vir...”
“Acho melhor ficar em casa, qualquer coisa me liga. Ou se preferir manda mensagem. Beijos” – ele desligou sem responder.
nunca tinha sido tão ríspido comigo e tinha duas possibilidades para isso: ou ele não queria falar comigo pelas rosas ou ele realmente só estava comigo pela conquista e agora estava se desinteressando. Aquele último pensamento me assombrou toda a noite sem me deixar pregar os olhos ou parar de chorar. Quando o despertador tocou, quase arremessei pela janela, me ajeitei com preguiça, coloquei o primeiro jeans que vi e complementei com uma blusa preta. O mau humor não saía de mim. Segui para o escritório e Fletch me chamou na sala dele antes que eu pudesse entrar na minha.
– Bom dia! – ele falava feliz.
– Bom! E esse sorriso todo? – sentei na frente dele.
– Os meninos estão de volta ao número 1, sentimos sua falta ontem na celebração.
– Estava mal. – tentei disfarçar que não tinha sido convidada.
também não estava no seu melhor dia. Mas vamos ao que interessa, quero que você vá com eles amanhã ao CD:UK, pois terei reuniões o dia todo.
– Sem problemas. Algo mais?
– Por hoje é só! – me levantei e segui para a minha sala.
Foi só encostar a porta e comecei a chorar, escrevi uma mensagem aos meninos “Nada melhor que começar o ano com mais um sucesso! Vocês merecem! Love u all... .” Mandei aos quatro, sem nenhuma distinção. Tentei me concentrar na pilha de contratos que tinha em minha frente. Era quase hora do almoço quando o nome do começou a piscar na tela do meu celular.
“Sim” – atendi.
, eu estava confuso. Precisamos conversar. Estou passando aí em meia hora e vamos comer juntos.”
“Estarei pronta!”
“Beijo” – dessa vez eu desliguei sem responder.
Adiantei o máximo possível meu trabalho e na hora que ele marcou, estava na recepção conversando com a Alicia sobre os gatinhos do One Direction quando o buzinou.
– Você está linda. – ele beijou minha mão.
– Obrigado, você também. – ele sorriu.
– Quer ir a algum lugar? – ele parecia o de sempre, e não o de ontem.
, melhor irmos para minha casa, temos que conversar e quanto menos gente vendo melhor. – o sorriso dele sumiu e pegou o caminho para casa.
, sobre ontem, eu estava com raiva pelas rosas, eu não sei o que me deu.
– Você ficou com raiva de mim?
– Ciúmes, para ser mais exato. Ninguém gosta que fiquem mandando rosas para a sua mulher.
– Eu não sei quem foi. Até imagino, mas isso é uma idiotice e você acha que se eu tivesse um admirador secreto eu iria te mandar uma foto com o buquê de rosas que ele me mandou? – falei incrédula.
– Achei que você queria me fazer ciúmes!
– Você realmente não me conhece, . – cruzei os braços e me calei até estacionarmos em frente a minha casa. Desci o mais rápido que pude e abri a porta, entrando.
– Não era isso que você queria? Me causar ciúmes?
– Deixa de ser infantil, , eu estava feliz pensando que VOCÊ tinha me mandado rosas, só esqueci que você não faz isso. Esqueci que sou só mais uma na sua lista! – falei exaltada.
, não. Pare de dizer isso. Eu te amo.
– E a confiança e o companheirismo, onde estão?
– Foi um erro. Eu estava bebendo e os guys começaram a fazer graça que estavam mandando rosas pra ti, eu fiquei com raiva e a noite não queria te ver.
– Pois agora eu não quero te ver. – sentei no sofá tapando meu rosto com as mãos.
– A me avisou que você não suportaria a pressão...
– Já que ela te conhece tão bem, não sei o que você está fazendo aqui! – cortei-o enfurecida. – Com a SUA namorada perfeita é com quem você deveria estar!
– Já que você quer assim, acabou. Acabamos por aqui. – ele gritava tanto quanto eu.
– Sai da minha casa! – ele saiu batendo a porta e eu desabei chorando.
Só consegui me levantar do chão horas depois. Coloquei o pijama e mandei uma mensagem para Alicia avisando que não voltaria ao trabalho. Disquei os números da Gio, aguardando que ela atendesse.
, boa tarde.”
“Gio acabou, e está doendo tanto. A ganhou.”
“Meu amor, ai meu Deus... Onde você está?”
“Em casa.”
“Estou indo praí, me espera.” – desligou.
Nem me dei conta quando ela chegou, só a vi ali na minha frente me abraçando.
– Vou fazer uma água com açúcar pra ti. – ela voltou alguns segundo após com um copo nas mãos.
– Ele te disse alguma coisa? Quem terminou?
– Me mandaram rosas ontem no trabalho, sem assinatura, pensei que era ele e fui ligar para agradecer. Ele acha que estou com outro ou sei lá, começou a falar da e eu explodi.
– Ele estava estranho ontem. Nem me deixou ligar para saber por que você não iria à festa.
– Não fui porque ele não me convidou, fiquei sabendo hoje porque Fletch me disse, ele nem sequer me avisou. Eu não sei o que fazer, eu nunca traí ninguém, muito menos a ele, mas ele começou a falar que a tinha avisado a ele. – a raiva voltava a tomar conta de mim.
– O que ela queria era um motivo para jogar veneno e conseguiu. – Gio estava sabendo de algo mais.
– Claro, como eu não pensei nisso antes! Foi ela quem mandou as rosas e eu caí como uma palhaça. Que ódio!
– Você tem certeza disso? É uma coisa muito grave para acusar alguém. – Gio falou cansada. – Vamos comer alguma coisa. E você tentar me explicar melhor.
Depois de repassar cinquenta vezes com a Gio os momentos que nos levaram aquela briga, chegamos à conclusão que o mais lógico seria que a tivesse mandando as rosas. Mesmo com toda a raiva, não consegui dizer para a Gio que ela me mandava mensagens ameaçadoras, como tinha apagado todas, ainda corria o risco que ela não acreditasse ou pior me achasse uma louca.
Gio ligou para o e ficou branca de repente, foi quando ela ligou o viva-voz, eu entendi o porquê.
, tudo bem? Posso falar com o ?” – Gio estava constrangida.
“Ele está dormindo, Gio. Peço pra ele te ligar quando acordar?” – a voz de felicidade dela me matava.
“Acho que não precisa depois passo na casa dele.”
“Ele está aqui em casa, sabe como é...” – meu sangue ferveu, era ela o tempo todo, aquela vaca.
“Eu me comunico com ele depois, até mais.” – ela desligou.
Eu engoli o choro e fui até a minha bolsa procurar meu telefone quando encontro uma caixa azul que eu não havia colocado lá, abri a caixa e lá tinha um lindo relógio com um cartão “Sei que nem sempre sou o melhor namorado, mas saiba que todas as horas do dia penso em ti! ”. Mostro o bilhete a Gio e choramos juntas, seria tarde demais para que nos entendêssemos?
Por que ele tinha que ir se consolar justo com ela? A Gio foi embora rápido, porque logo começaria o ensaio da sua peça e eu resolvi fazer uma porção gigante de muffins de brigadeiro, talvez mais tarde pudesse ir até a casa do e solucionar tudo, tinha um plano só dependia dele agora.
Terminei de decora-los umas seis da noite, fui tomar um banho e me preparei o melhor que pude. Coloquei um roupa bem feminina do jeito que gosta, tentando disfarçar as olheiras. Achei melhor não ligar, coloquei os muffins num tupperware e rumei para a casa de rezando para não encontrar a por ali.
Dirigi atenta ao trânsito e sorri imediatamente ao ver somente seu carro na garagem. Peguei os muffins e bati na porta, do outro lado se escutava o latido do Bruce, então a porta se abriu relevando um de samba canção e havaianas. Ele tinha uma grande marca avermelhada próxima ao pescoço.
– Eu... Eu, eu fiz muffins. – gaguejei.
– Quer entrar? – ele estava envergonhado.
– Posso? – ele abriu espaço para que eu passasse. Bruce lambeu minha perna e em seguida subiu abanando o rabo.
– Gostou do presente? – apontou para o relógio.
– Gostei ainda mais do cartão. , estou mal por termos brigado tão feio por uma coisa que provavelmente foi montada. – falei baixo.
– Eu sou esquentado e ciumento, eu não queria te perder e o que fiz foi perder o que tínhamos.
– Tínhamos? – olhei nos olhos dele. Ele deixou o espaço entre nossos corpos quase inexistente, eu podia sentir sua respiração bater na minha pele.
, eu fiz muita besteira ontem. Eu sei que talvez não seja certo, mas eu ainda quero te beijar. – ele tocou o meu nariz com o seu e sorriu ao me beijar.
, o que estamos fazendo pode ser perigoso para os dois... – ele cortou minha fala com outro beijo dessa vez mais forte e entregue.
Depois de alguns minutos nos separamos completamente sem fôlego, ele tinha um sorriso nos lábios e eu deveria estar igual porque minhas bochechas ardiam. Eu sentei no sofá, pois já não sentia minhas pernas e estava ao meu lado, não falávamos nada, logo os latidos do Bruce encheram o ambiente.
– Bruce, você deve estar com fome, com toda essa loucura nem coloquei nada pra você. Vem – e Bruce seguiu o caminho do seu dono.
Quando adentrei a cozinha detrás dos dois, uma música do Justin Timberlake invadia o ambiente.

Aren't you somethin' to admire
Cause your shine is somethin' like a mirror
And I can't help but notice
You reflect in this heart of mine
If you ever feel alone and
The glare makes me hard to find
Just know that I'm always
Parallel on the other side


também começou a prestar atenção na música, se virou e me olhava fixamente, andando devagar em minha direção.

Cause with your hand in my hand
And a pocket full of soul
I can tell you there's no place we couldn't go I'll be tryin' to pull you through
You just gotta be strong


Ele colocou sua mão sobre a minha e colocou-a sobre seu coração, seus batimentos eram fortes e rápidos, fazendo minha pele se arrepiar em pensar que ele me desejava tanto quanto eu o desejava.

Cause I don't wanna lose you now
I'm lookin' right at the other half of me
The vacancy that sat in my heart
Is a space that now you hold
Show me how to fight for now
And I'll tell you, baby, it was easy
Comin' back into you once I figured it out
You were right here all along
It's like you're my mirror
My mirror staring back at me
I couldn't get any bigger
With anyone else beside me
And now it's clear as this promise
That we're making
Two reflections into one
Cause it's like you're my mirror
My mirror staring back at me
Staring back at me
Aren't you somethin', an original
Cause it doesn't seem really as simple
And I can't help but stare, cause
I see truth somewhere in your eyes
I can't ever change without you
You reflect me, I love that about you
And if I could, I
Would look at us all the time
Cause with your hand in my hand
And a pocket full of soul
I can tell you there's no place we couldn't go
Just put your hand on the glass
I'll be tryin' to pull you through
You just gotta be strong

Juntou nossos corpos e começou a me embalar no ritmo da música, acompanhando com sua voz doce as palavras que agora tinham todo um sentido para nós.

Cause I don't wanna lose you now
I'm lookin' right at the other half of me
The vacancy that sat in my heart
Is a space that now you hold
Show me how to fight for now
And I'll tell you, baby, it was easy
Comin' back into you once I figured it out
You were right here all along
It's like you're my mirror
My mirror staring back at me
I couldn't get any bigger
With anyone else beside me
And now it's clear as this promise
That we're making
Two reflections into one
Cause it's like you're my mirror
My mirror staring back at me
Staring back at mebr>
Yesterday is history
And tomorrow's a mystery
I can see you lookin' back at me
Keep your eyes on me
Keep your eyes on me

Ele voltou a me beijar e já não tinha como voltar a trás. Eu sou completamente apaixonada pelo e ele não parece disposto a desistir de mim tão facilmente.

Cause I don't wanna lose you now
I'm lookin' right at the other half of me
The vacancy that sat in my heart
Is a space that now you hold
Show me how to fight for now
And I'll tell you, baby, it was easy
Comin' back into you once I figured it out
You were right here all along
It's like you're my mirror
My mirror staring back at me
I couldn't get any bigger
With anyone else beside me
And now it's clear as this promise
That we're making
Two reflections into one
Cause it's like you're my mirror
My mirror staring back at me
Staring back at me

You are, you are the love of my life


, eu te amo! – sussurrei em seu ouvido.
– Só você dá sentido a minha vida. – outro selinho.
– Você promete confiar em mim?
– Sempre, e você me desculpa por ser tão esquentado? – ele sorria.
Voltei para a sala eu tirei meu casaco. , que estava só de bermuda e camiseta, fez menção em tirar a parte de cima e riu, deitou no sofá com a cabeça no meu colo.
– Só queria saber quem foi o filho da puta que fez a gente brigar! – ele falou.
– Eu desconfio, mas até saber exatamente prefiro não acusar ninguém. , você esteve com ela? – queria limpar tudo definitivamente.
– Ela me ofereceu apoio quando todos só riam de mim.
– Vocês... – não consegui terminar.
– Não vou mentir, ... Eu fiquei com ela, mas te juro que não significou nada. – eu me levantei imediatamente.
– E o que você diz sentir por mim, onde ficou todo o “amor”?
– Álcool. – ele silenciou.
, não vou dizer que estou surpresa. Eu estava rezando que você não tivesse me traído, eu acreditava no nosso amor. Você tem certeza que não sente mais nada por ela? – perguntei olhando pra ele.
– É só carinho, eu juro. Ela sempre está por perto quando preciso. – ele parecia uma criança que havia quebrado algo e não sabia o que fazer.
– E eu não? – entristeci.
, eu não sei o que dizer. – o silêncio tomou o ambiente.
Eu ficava pensando em todas as coisas que a Gio me disse, se eu não me esforçasse ao máximo ela iria me tomar o . Eu o amava com todas as minhas forças, mas o amaria tanto ao ponto de perdoar uma traição? Fiquei alternando o olhar entre a parede e meus sapatos, meu coração batia acelerado e a respiração pesada do ali junto a mim era difícil.
– Você gostou? – juntei toda minha coragem e o indaguei.
– Depois de nós, nada é igual ou se pode comparar. Eu juro que nem me lembro da metade do que aconteceu. Eu te amo! – ele chorava.
, não chora, por favor. – o abracei. – Mas vocês se protegeram? – minhas mãos tremiam.
– Ela sempre tomou remédio. Como eu disse, não me lembro de muita coisa, tudo isso parece um pesadelo. , fica comigo, volta pra mim. – meu coração não era de ferro, o beijei e me entreguei a ele.
Naquela noite pedimos o jantar no japonês que eu gostava e não nos desgrudamos por nada. , até cantou para que eu dormisse e Bruce se encheu de muffins.
No dia seguinte, acordei cedinho preparei o café e deixei a mesa posta para o , deixei um bilhete e segui para me arrumar em casa. Depois de ficar no engarrafamento matinal típico de Londres, tomei um banho rápido e coloquei um vestido bem alegre combinando com a meu astral, fiz uma trança bonita e maquiagem leve, segui meu caminho para pegar os rapazes. Primeira casa como sempre do Tom, a Gio saiu um minutinho pra me cumprimentar.
– Pelo que vejo as coisas se acertaram. – ela ria abraçada ao marido.
– Special night! – pisquei para ela.
– Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – Tom indagava.
– Coisas de meninas, Tom! – sorri. – Agora vamos que a gravação não espera por nós.
– Muito obrigada pelo apoio Gio. – mandei um beijinho.
Nas seguintes casas foi só alegria, QUASE todos prontos e dispostos.
– Só queria saber porque acordar tão cedo! – falava sonolento.
– Ossos do ofício, pequeno, e como estão se sentindo para a primeira entrevista do livro? – estacionei em frente a casa .
– Bom dia! – meu namorado entrou distribuindo alegria.
– Menos entusiasmo, ! – ria.
– Eu nem quero pensar nas perguntas que vão me fazer! – falava triste.
– O importante é que você venceu! – todos bateram palmas para o .
Logo que chegamos ao estúdio, eles foram para a maquiagem e eu fui com a produtora acordar o que NÃO poderia ser mencionado na entrevista. Depois de todas as questões acertadas fui ao camarim ver como estavam os guys.
– Nervosos? Que lindos, todos iguais.
– Não sei por que isso! – não gostava do uniforme.
– Eu acho bacana. Be, temos que ir amor, te amo! – eles saíram para o set.
Afinal, não houve nenhum problema. A apresentadora foi profissional e eu dei graças a Deus não estar no livro porque as perguntas mais insistentes eram sobre os relacionamentos. Também obrigaram o a dançar e Tom teve que improvisar um novo discurso, duas horas depois estava livre.
Liguei para o Fletch que mandou levar todos ao escritório que eles teriam coisas a tratar. Seguimos e chegamos antes do horário do almoço, me despedi dos meninos e fui para minha sala. Tinha muita coisa pendente com a história do e acabei acumulando trabalho, tinha alguns emails de produtores estrangeiros e um que eu não identifiquei de primeira. Ao abrir, vi a foto do Alejandro, antigo colega do museu onde trabalhei em Madrid. Ele viria a Londres no final de semana e queria me ver, respondi dando meus contatos e estando a disposição para mostrar a cidade, mas esperava que estetivesse em turnê quando ele chegasse.


Capítulo 7


O ano de 2013 tinha começado movimentado, as meninas tinham decidido que merecíamos umas férias em um paraíso tropical e depois de muito pesquisar, tínhamos decidido pelo paraíso da América Central. Como sempre, todo o operacional tinha ficado por minha conta, estava em casa fazendo as reservas de um hotel em Aruba onde passaríamos a Páscoa, quando meu celular toca no andar de baixo.
– Amor, é numero estrangeiro! – gritou.
– Atende, por favor, deve ser da empresa. – falei descendo as escadas.
“Só um minuto!” – me passou o telefone com cara de poucos amigos.
, desculpe se estou atrapalhando, é que vou embora amanhã e queria te ver!” – do outro lado da linha, Alejandro, meu amigo espanhol com seu sotaque carregado.
“Não atrapalha, Alejandro. Podemos ir ao Picadilly esse final de tarde, você já foi?” – falei animada, ele tinha sido um anjo pra mim em Madrid quando não conhecia ninguém.
“Claro, por mim está ótimo, que horas?”
“As seis?”
“Perfeito até mais, guapa” – desliguei o telefone sorrindo.
– Posso saber com quem você falava tão animada? – bravo mode on.
– Com o Alejandro, meu amigo madrileño. Ele está aqui até amanhã e queria me ver. Combinei hoje no final da tarde no Picadilly, você vem? – sentei animada ao seu lado no sofá. – Amigo espanhol? Claro que eu vou, não tem perigo deu te deixar sozinha um sábado com um “amigo” bronzeado. – ele riu ao final.
, eu te amo, seu branquelo sardento! – eu beijava sua bochecha.
– A negona falando. – ele ria.
Terminei com as reservas e mandei os emails com as confirmações para os outros três casais, recebendo vários agradecimentos por mensagem. Depois do cochilo do almoço, meu despertador tocou anunciando que era hora de me arrumar para o encontro com o Alejandro. Fui para o banho e quando voltei vi um look juvenil na cama.
, o que é isso? – perguntei a ele que escrevia algo em seu bloco.
– Sua roupa, baby! – ele ria.
– Okay, vai logo tomar banho se não vamos nos atrasar! – coloquei a roupa e me surpreendi. Além de confortável, tinha tudo a ver comigo, embora fosse um tanto infantil. Coloquei minha máquina e um livro dos meninos na mochila e fui fazer a maquiagem.
Enquanto me arrumava, comecei a olhar o quarto do . Desde que tínhamos voltado, eu quase nunca dormia na minha casa e já se podiam ver mudanças no ambiente, como dois porta retratos com fotos nossas que decoravam a pequena escrivaninha que ele tinha. No armário, uma parte já estava preenchida com minhas roupas e meus sapatos formavam uma pequena pilha. Meu pensamento foi cortado pelos beijos do em minha cabeça.
– Vai desmanchar meu penteado.
– Não estou gostando nada desse camarada e ainda nem o conheci. – ele ria. Ao contrário da roupa que tinha escolhido para mim, ia todo produzido exalando o perfume amadeirado que era típico dele.
Estacionamos seu carro alguns quarteirões antes do ponto de encontro e seguimos caminhando de mãos dadas. Parei para fazer alguns clicks e fizemos outras fotos nos beijando quando chegamos ao local e Alejandro ainda não havia chegado. Depois de pedirmos um frappuccino de caramelo na Starbucks, nos sentamos na fonte central, milagrosamente poucas pessoas tinham nos reconhecido e tinha feito algumas foto, quando ao longe vi Alejandro procurando-nos.
– Alejandro! – gritei acenando.
– Você continua linda menina! – ele me abraçou forte.
– Esse é o , meu namorado e esse é o famoso Alejandro! – fiz as apresentações, eles se cumprimentaram e sentamos novamente na fonte.
– O que te trás aqui?
– Vim fechar um contrato para o museu, por isso volto amanhã mesmo. E você, gostando dessa cidade congelante?
– Você sabe que sempre adorei Londres e aqui tenho tudo, trabalho, amor... – falei apertando a mão do .
– Fico feliz, lá não é a mesma coisa sem a sua alegria. O que vamos fazer, estou congelando aqui.
– Que tal visitarmos o museu dos horrores? É logo ali na frente. – falei empolgada.
Depois de comprarmos os ingressos e fazermos fotos com o gigante, a cartomante que dançava ao som da Shakira, entramos. Na verdade não era um museu dos horrores, era como um Guinness book em forma de esculturas e tinham umas realmente bizarras, como a mulher com o maior cabelo do mundo e nada a falar dos comentários dos “melhores amigos” quanto as maiores seios, detalhe que a moça tinha que ser loura.
– Bem, acho que vou ter que ir, eu ainda tenho que arrumar minha mala. Viajo amanhã cedo. – Alejandro se despedia quando saímos do museu.
– Não que jantar? – perguntou.
– Não vai dar. Como um sanduíche no hotel mesmo. Foi um prazer te conhecer. E como sempre linda e gentil, nunca a perca essa garota, ela vale ouro. Até a próxima. – ele me deu um beijo e apertou a mão do .
Pegamos o carro e seguimos para minha casa, tinha que pegar algumas roupas e ver como estava o ambiente. Havia algumas correspondências e uma pequena caixa dos meus pais, abri rápido e um lindo colar com meu nome apareceu no fundo da caixinha, típico da minha mãe; liguei pra ela, mas ela não atendeu. Depois de arrumar mais uma mala voltamos ao carro.
– Você deveria entregar seu apartamento, está pagando aluguel a toa.
– E quando você quiser me colocar pra fora da sua mansão, vou morar na rua? – falei rindo.
– Não brinca com isso, amor, vamos ficar velhinhos juntos! – ele sorria me abraçando.
– Que romântico. Mas ainda temos muito que viver antes disso.
, você aceitaria ser minha mulher? – ele falou parando o carro no meio da rua.
– Isso é um pedido? – levantei a sobrancelha direita.
– Se você responder que sim, é!
– Sim, sim, mil vezes sim! – nos beijamos. E quase não chegamos a casa a cada semáforo ou trafico nos agarrávamos.
Assim que cruzamos a porta principal, começou a puxar meu moletom, e eu fiz o mesmo com o seu. Camisas e calças ficaram espalhadas no caminho do quarto, eu me enlacei ao tronco de para subirmos as escadas e enquanto empurrava a porta, ele desabotoava meu sutiã. Quando ele me colocou na cama e começou a distribuir beijos por minha cintura e quadris, descendo pela coxa até meu joelho, senti aquele velho arrepio que só ele conseguia me causar.
, eu quero ser sua sempre! – sussurrei.
– Enquanto eu tenha vida, serei seu. – ele estava ali perfeito e quando chegamos ao ápice, ambos suados e cansados, ele se jogou com certa indelicadeza sobre mim. Adormecemos abraçados, e poderia jurar que não haveria melhor sensação que ter a respiração dele no pescoço e sentir o meu coração batendo forte como resposta.
No dia seguinte, voltei a usar aquele anel que ele tinha me dado no casamento do . Passei quase três horas no telefone contando tudo a minha mãe, depois de ouvir todo o sermão do meu pai e em seguida fomos à casa dos Fletcher e contamos a novidade. Os meninos ficaram de chamar o pessoal para uma reunião intima no dia seguinte.
Eu e Gio fomos para o mercado organizamos o cardápio ali mesmo e seguimos para a casa do , para começar os preparativos. Tudo ficou encaminhado antes das cinco da tarde, Gio foi para casa e eu fui me arrumar, ainda não tinha voltado de um compromisso que tinha tido naquela tarde. Felizmente o tinha convencido a não contar nada sobre nós para a imprensa por enquanto. Coloquei o vestido rendado que tinha comprado para uma ocasião especial em cima da cama e segui para o banho. Logo a voz do encheu o banheiro.
– Onde está a noiva mais linda? – ele abriu o Box.
– Amor, eu vou te molhar todo... – ele me beijou e entrou no chuveiro de roupa e tudo.
– Você fica linda rindo, sabia? – ele colocou a mão no bolso e tirou uma linda caixinha da macys e dessa vez sim, era nosso anel, lindo com um brilhante enorme no meio. – Agora sim, Srta. , aceita ser minha esposa e me amar por toda a vida?
– SIM!!
– Vamos ser muito felizes, meu amor! – ele me beijava e já sabe onde paramos... Depois de toda a ação, me enrolei na toalha e tentava convencer o a sair da banheira.
, temos que ir. Daqui a pouco estarão todos aqui... – falei secando meus cabelos.
– Tudo que me importa no mundo está aqui, e é você! – ele falava galante.
– Agora ninguém derruba meu ego. – falei dando um selinho nele.
– Por falar nos convidados, vi Gio lá em baixo e ela pediu para você descer logo, mas eu não estou achando boa ideia não. Que tal um banho longo com o noivo mais sexy? – ele piscava.
– Tenho que ir, depois do jantar a gente toma esse banho sexy! – bati na bunda molhada dele e sai do banheiro.
Coloquei a roupa e fiz a maquiagem o mais rápido que consegui focando nos olhos, por falta de opção deixei meu cabelo ao natural com seus cachos caindo sobre meu ombro, coloquei os saltos e desci.
é realmente um homem de sorte! – falou e ganhou um pequeno tapa da . – Eu também sou amor! – beijou a esposa.
– Meninos, que bom que vieram. O disse que só tinha chegado a Gio. – falei cumprimentando a todos na sala.
– Só estava eu, mas você demorou tanto no banho que eles chegaram! – fiquei vermelha na hora.
– Agora vamos terminar que eles já estão colocando a mesa. – Gio me carregou pra cozinha.
Estava tiraram o suflê do forno quando a campainha começou a tocar, logo as vozes na sala se faziam mais fortes e ainda não tinha dado o ar da graça. Coloquei os canelones para dourar e fui até a sala cumprimentar o pessoal e depositei o suflê no seu devido lugar a mesa.
– Kathy, Vicky, sejam bem-vindas. – falei dando beijinhos nas duas.
– Cadê o noivo? – minha sogra perguntou.
– Ainda se arrumando. Acho que ele pensa que o casamento é hoje. – brinquei.
– Se forem reclamar volto e troco de roupa! – falou do alto da escada, lindo com um jeans escuro e uma camisa branca com os primeiros botões abertos e um blazer escuro por cima.
– Meu bebê vai casar! – Kathy apertava as bochechas do .
– Mãe, o povo está olhando. – ele me deu um beijo e os deixei na sala, voltando aos meus afazeres domésticos. Gio tinha ido pegar umas rosas que ela tinha esquecido no carro quando minha cunhada entrou na cozinha.
– Finalmente conseguiu fisgar meu irmão. Só espero que o faça feliz, mas ainda acho que a era mulher pra ele. – ela disse enigmática – E ainda haverá muitas mudanças, cunhadinha! – saiu rindo.
Controlei a vontade de chorar e coloquei os últimos pratos na mesa. , , , , Tom, Gio, Vicky, Kathy e se sentaram à mesa e eu o fiz por último, checando se não faltava nada. Fizemos uma oração e começou o discurso.
– Obrigado a todos que estão aqui nesse dia tão importante para nós – ele segurou minha mão. – Sei que para alguns essa atitude pode ser precipitada, – ele olhava pra Vicky – mas o que eu sinto e tenho com a nunca imaginei sentir por ninguém. Eu consigo ver com clareza que estaremos juntos e velhinhos numa fazenda.
– Fazenda? – falei risonha.
– Ou numa praia deserta. Tanto faz! Um brinde ao nosso amor. – todos levantaram a taça e se uniram no brinde e ele colocou o lindo anel de diamantes no meu anelar direito.
O jantar foi muito mais do que o que eu esperava, elogiaram muito minha comida e ficamos jogando conversa fora até que o cansaço começou. Lá pelas cinco da manhã, os guys foram para suas casas e Vicky e Kathy dormiram aqui por ser tarde (ou cedo demais) para voltarem para Bolton. Eu terminei de colocar a louça na máquina e encontrei com uma taça de vinho encostado na soleira da porta da cozinha.
– Eu te amo! – ele disse chegando próximo a mim.
– Eu te amo mais. – uni nossos lábios num selinho demorado. Meu celular fez um barulho de mensagem e fui ver quem era. Uma foto do nu, numa cama desconhecida encheu minha tela, minha expressão de alegria sumiu imediatamente.
– O que foi? – ele se aproximou. Eu rapidamente apaguei a foto.
– Nada, propaganda idiota. – nada acabaria com minha noite.
– Temos coisa melhor para fazer lá em cima! – ele me puxava escada acima.


Capítulo 8


O calor primaveril chegava tímido em Londres, qualquer dia sem amanhecer chovendo depois de um inverno forte era motivo de alegria. Já estávamos de malas prontas para nossa Páscoa em Aruba e nosso voo saia às sete e meia da noite, então madrugar era preciso, havia muito que organizar no escritório.
O sol ainda não tinha nascido quando peguei o taxi para o escritório, tinha muitas coisas que fazer antes de relaxar. Comecei respondendo os emails e imprimindo os croquis do novo palco que seria mandado para a empresa responsável, os guys tinham aprovado os layouts há dois dias, mas não tinha conseguido uma folga para organizar essas coisas. Fui a maquina de café e encontrei a Alicia ainda sem maquiagem.
– Posso saber o porquê dessa cara de desanimo? – falei contente.
– Ainda não são oito da manhã e já estou com dor de cabeça, hoje o dia promete. – ela entrou no banheiro.
– Quanto mal humor... – falei voltando com meu café para a sala.
Estava terminando de acertar os detalhes de photoshoot com a Cosmopolitan, quando um Fletch branco entra na minha sala, peço que ele sente e termino a ligação.
– O que foi chefe? – falei sorridente.
– Vou ter que viajar hoje mesmo. Minha mãe está doente e não sei quando poderei voltar!
– É grave? – meu sorriso se desfez.
– Ela teve uma parada cardíaca. Eu sou filho único e meu pai morreu há alguns anos, tenho que ir ficar com ela... – ele passava a mão pelo cabelo. – o problema é a viagem para a América que tinha programada para os contratos do McBusted.
– Posso lhe ajudar em alguma coisa?
– Na verdade, preciso que você vá a toda as reuniões por mim, não terei concentração para estar do outro lado do oceano com minha mãe assim. Sei que você tem as férias programadas, mas considere isso um favor pessoal.
– Claro, Fletch, você sempre me apoiou e não vou faltar com você. Viaje em paz e eu sigo suas negociações. – ele não esperou nem dois segundo e se levantou, me abraçou e saiu correndo como um louco.
Eu fui até a sala dele e comecei a pegar as pastas que ele tinha separado para a viagem. Sorte minha que ele era superorganizado, então seria fácil me colocar a par de tudo. Chamei a Alicia pelo interfone. – Você pode acreditar no que aconteceu com a mãe do Fletch? – ela entrou rapidamente.
– Bem que você pressentia um dia turbulento. Você já conseguiu modificar todas as reservas pro meu nome?
– Pelo menos o da primeira parada, sim, mas estou tendo alguma dificuldade com outros hotéis já que lá ainda é madrugada.
– Continue tentando, por favor. Agora vou a casa enfrentar o .
– A viagem de vocês... – dei um beijo nela e saí rumo a casa.
Quando entro em nosso quarto quase caí para trás, pois tinha tudo fora do lugar e se o conhecia bem, estaria procurando algum caderno perdido.
– Amor, ... – chamei, mas ele estava entretido demais com sua busca. – !
, já de volta? Pode me ajudar? Eu perdi meu caderno com aquela música que tinha feito e agora tenho a melodia.
, eu tenho uma notícia não muito boa. – ele parou e me olhou pela primeira vez.
– O que houve?
– A mãe do Fletch adoeceu e ele não poderá fazer a viagem a América e bem, eu terei que ir por ele. – falei sentando na escrivaninha.
– Como assim? – ele se aproximou com uma cara ainda não decifrável.
– Eu terei que ir negociar os contratos na América e não poderei viajar com vocês. Acho que vai ter que encontrar uma substituta para mim. – falei fazendo manha.
– Você é insubstituível. E agora, cancelamos a viagem? – ele me apertava.
– Claro que não. Já está tudo reservado e PAGO. Ligue para a sua irmã ou se preferir levar o James... – tentei ajeitar.
– James está na nova Zelândia. Vou ligar para a Vicky. Agora me ajuda com o caderno? É um de capa azul. – ele saiu do quarto e eu fui até a pilha onde antes ele buscava o tal caderno, ali não encontrei nada, mas num relance pude ver algo azul debaixo da cama, e ali estava. Peguei o caderno e rumei atrás do .
– Que bom que você achou, já consegui companhia, embora não seja como a sua... – ele falou caminhando até mim, tirando o caderno das minhas mãos e jogando em qualquer lugar da sala, posso dizer que foi uma ótima despedida.
Naquela mesma noite fui deixá-los no aeroporto e bateu uma solidão quando voltei para a casa e somente Bruce me esperava ali, comemos alguns muffins enquanto eu relia todas as anotações e os contratos que eu teria que propor, peguei o cartão de embarque no envelope que a Alicia tinha deixado aqui pouco antes e vi meu primeiro destino. Toronto.
Depois de uma noite conturbada, às sete em ponto já estava no aeroporto, malas em punho e pronta para mais de doze horas de viagem. Tive uma pequena parada em Frankfurt e acabei recebendo uma mensagem do . “Baby, já estamos aqui, as vistas são lindas e só falta você! Beijos” e em anexo vinha uma foto do lobby do hotel lindo como em todas as propagandas que havia visto no site.
Cheguei a Toronto no final da tarde, a cidade era linda, mas tinha que descansar já que na manhã seguinte era minha primeira reunião. Mandei algumas mensagens para o , que respondi com fotos e carinhas. Recebi uma ligação do Fletch e graças a Deus sua mãe estava fora de perigo, mas ainda ficaria em observação por pelo menos uma semana, pois tinham que avaliar as sequelas e definir um tratamento. Ele me deu algumas dicas e eu acabei apagando ainda de roupa.
Acordei com “Lies” no último volume. Não sei porquê colocava despertador progressivo se sempre acordava quando ele já estava berrando. Depois da devida higiene matinal, coloquei minha calça de couro preta e uma blusa de manga longa rosa com detalhes em pérolas. Dei aquela última olhada no espelho e estava bem apresentável. No caminho para a cafeteria, escrevi uma mensagem pro . “Amor, já me esqueceu? Estou morrendo de saudades. Passa bastante protetor. Indo para minha primeira reunião, reza por mim. Te amo.”
Minha reunião foi tensa. Patrick, o diretor da principal produtora americana/canadense, era extremamente lindo, o que me desconcentrava bastante na hora de expor todas as considerações que tinham que ser feitas antes de assinar o contrato. Depois de horas debatendo sobre algumas coisas, mas sem abrir mão de nossa equipe íntegra, conseguimos acertar as coisas e fechamos seis datas no Canadá. Ele me ajudaria com a negociação em Nova York, já que a produtora de lá também pertencia a ele.
Estava almoçando quando uma mensagem vibra no celular. Era do . “Baby, aqui está tudo ótimo. Passamos muito tempo no mar, por isso não podia te responder antes. Você se sairá muito bem, como em tudo que você faz! Estou com saudades também. XO”. Eu respondi o mais melosa que podia: “Te amo meu lindo. A primeira reunião foi um sucesso, só Deus sabe como eu queria estar aí contigo!! XO”.
Naquela mesma noite, voei para Nova York. Foi uma verdadeira odisseia, em cinco dias visitei quatro cidades e, até o momento, sem perder nenhuma negociação. Posso dizer que o Fletch ficou bem surpreso quando passei os relatórios de confirmações, e não gostou nada dos prazos que nos deram, já que teríamos que deslocar as duas equipes para a América, pois a média entre os dois shows seria de menos de três dias e eles tinham aceitado sem nenhuma objeção a vinda do McBusted.
Minha primeira decepção foi em Vegas. O senhor barbudo, chamado Joseph Stanford, não quiz nem me receber e simplesmente mandou o recado que não fazia trato com mulheres. Flech já tinha me alertado sobre o velho babaca, mas pensei que teria pelo menos uma oportunidade. Liguei diversas vezes para o em busca de consolo, mas ele não me atendeu. Resolvi ligar para a Gio ou morreria ali naquele hotel de tanta tristeza.
, finalmente sabemos de você!” – Gio atendeu contente.
“Gio, só você para me alegrar...”
“O que houve?”
“Acabei de perder um contrato aqui em Vegas. Um fulano nem quis me receber, só por que sou mulher. Que ódio!” – desabafei.
“Minha linda, não se preocupe. Vão aparecer outras coisas melhores. E ainda tem muitos lugares para ir?”
“Ainda sim. Estou chegando pertinho de vocês! Quem sabe possa dá uma escapada.”
“Mas quando?” – a voz dela tinha mudado, parecia apreensiva.
“Estou brincado, Gio. A agenda é apertada e estava pensando em visitar meus pais se sobrasse algum tempo. E por aí? O foi comido por um tubarão? Quase não tenho notícias dele.”
“Uma piranha, talvez! – ela ria - Estamos bem. Espero que isso termine logo, estou sentindo falta do meu frio londrino e estou sentindo uns enjoos muito estranhos!”
“Melhoras, Gio. E confirma logo que você está esperando um mini Tom” – já tinha umas semanas que ela reclamava que estava diferente eu disse que era gravidez, mas ela não diz nada. – “Agora vou voltar para minha tristeza e fazer minhas malas. Avisa pra essas piranhas que o tem dona, viu!” – tentei rir da situação, mas aquele comentário da Gio tinha acendido uma luz vermelha alerta no meu subconsciente.
“Sorte, flor” – desligou.
Naquele dia ainda tentei falar com o umas duas vezes sem sucesso, então decidi que ele teria que me procurar. Concentrei-me ainda mais no trabalho. Dois dias depois desembarquei um São Paulo e tive três longas tardes de negociação, mas infelizmente as datas que os produtores queriam já estavam fechadas e o Fletch não autorizava trocas. Por mais que houvesse petições para que eles voltassem ao Brasil, era muito complicado trabalhar aqui.
Estava com a cabeça tão cheia que parecia que iria explodir a qualquer minuto, e juntou tudo: o que não dava notícia, os contratos cada vez mais enrolados, a conversa com Gio que ainda girava na minha cabeça e meu sexto sentido me avisava que as coisas não estavam nada bem. Depois de terminada a última reunião no Rio, liguei pra o Fletch e avisei que iria tirar o restante da semana de folga e voltaria para Londres na segunda seguinte. Combinei com a minha mãe e passamos um ótimo fim de semana em Jericoacoara.
Foi bom ter esse tempo com minha mãe, colocamos toda a conversa em dia, mas infelizmente meu pai tinha muitas coisas de trabalho e não pode vir. Ela me ajudou a entender o distanciamento do e principalmente a me preparar se esse distanciamento fosse uma forma dele querer desacelerar as coisas. Ela nunca viu bem misturar trabalho e prazer.


Capítulo 9


Quando desembarquei em Londres meu coração me avisou que nada seria igual. Fazia exatos seis dias que não recebia qualquer sinal do e ele já haviam chegado a Londres há dois dias. A primeira coisa que iria fazer era resolver isso. Peguei um taxi para a casa do e quando rodei a chave na fechadura meu coração começou a palpitar. Tudo estava calmo, Bruce comia sua ração na cozinha e a casa estava até arrumada para os padrões do . Tomei um copo d’água e subi. A porta do quarto estava semiaberta e entrei tentando não fazer barulho, e logo eu vi o dorso do dormindo tranquilamente na cama. Coloquei minha mala ao lado da porta e me aproximei dele, quando ia dar um beijo nele a voz mais horripilante que ouvi na vida se pronunciou:
– Não falei para você aproveitar seu tempo? Seu tempo acabou, fulaninha! – a voz da cortava meus ouvidos em alto e bom som, e nesse momento acordou. Seu corpo estava bronzeado e uma nova tatuagem se apresentava na sua mão.
! – ele parecia não acreditar que eu estava ali em sua frente, ainda não tinha tido coragem de me virar e encontrar a presença da . – Sai já da minha casa! Suas malas eu mando deixar depois, mal posso acreditar em quantos cacarecos você trouxe pra cá em tão pouco tempo. – ela cruzou minha vista e sentou ao lado do na cama. Queria correr dali, mas minhas pernas não me obedeciam. Uma lágrima teimosa escorreu pelo meu rosto.
Finalmente meu corpo se habilitou a me salvar e corri o mais rápido que pude. Quando me dei conta, estava a três quarteirões da casa do e na porta de Gio e Tom. Bati e logo a porta se abriu.
– Me desculpe, Tom, mas eu preciso falar com a Gio. – falei entrando.
– Ela foi ao mercado, você chegou quando?
– Acabo de sair da casa do . – não consegui mais me conter comecei a chorar compulsivamente.
, ele não merece que você sofra. Por favor, pare de chorar – Tom me abraçava.
Depois de alguns minutos e muita água com açúcar consegui me acalmar. A Gio logo chegou e me contou o que havia acontecido em Aruba. A miss Inglaterra tinha aparecido lá dois dias depois que eles chegaram e não quis dizer para eles, mas os dois tinham voltado sem que ninguém soubesse o porquê. Gio para me animar me deu uma notícia de primeira mão que me deixou muito animada apesar de tudo. O primeiro mcboy já estava a caminho.
No jantar eu tive que falar novamente...
– Gio, mas e aquele amor? Será que eu não merecia uma simples chamada?
, eu acho que ele ainda vai te procurar. Na viagem, nós nos separamos e ele ficou com a Vicky e a , e mal pudemos falar.
– Acho melhor eu ir para casa. Amanhã volto ao escritório e não quero dar mais motivos para o Fletch... Sei que ela vai pedir minha cabeça.
– Nós não vamos deixar você sozinha, já falei com o e com o e enquanto você quiser trabalhar com a gente, estaremos com você. – Tom me abraçou.
– Obrigada, Tom. Espero que amanhã seja mais fácil, por que agora está doendo muito.
Peguei o metrô e somente quando cheguei frente a minha casa, me dei conta que a minha mala tinha ficado na casa do . Que seja! Eu agora teria que recomeçar com os pedaços de coração que ainda tinha. Girei a maçaneta e quase voltei quando vi a televisão ligada. Será que para completar meu dia teriam invadido meu apartamento? Abri a porta e logo a televisão perdeu a voz. A imagem do sentado no meu sofá fez meu corpo inteiro se arrepiar e pela primeira vez não por prazer, mas sim de ódio.
– Pensei que esse ainda era meu apartamento! – falei irônica.
– Vim deixar suas coisas e conversar. – ele apontou três malas.
– Sou toda ouvidos. – Falei me sentando na poltrona o mais longe possível dele e só quando cruzei minhas mãos me dei conta que ainda carregava o anel que ele havia me dado. Tentei não dar atenção a isso.
, a está grávida! – ele falou sereno.
– What? – gritei.
– Aquela fatídica noite. Ninguém sabe ainda, mas ela está grávida e o filho é meu. Eu não poderia deixar ela sozinha agora, sei que não usei o melhor método para fazer as coisas, mas não queria te dizer por telefone... – ele se aproximou. – Eu te amo com todas as minhas forças, mas não posso abandoná-la agora.
– Espero que você não esteja pedindo que eu me torne sua amante. – falei olhando nos seus olhos.
– Eu nunca te pediria isso, . Você me conhece, eu sei e você sabe que nosso sentimento é puro, mas infelizmente não pode ser. Eu sinto tanto, tudo é minha culpa. – algumas lágrimas escorriam por sua face e eu não estava muito longe disso.
, ela foi mais inteligente e mais forte que nós. Acabamos. – tirei o anel e coloquei na mão dele.
– Não, ele fica com você. Guarde, dê, venda, faça o que você quiser. Eu te dei de coração e meu coração será para sempre seu. – ele me beijou e não posso negar, correspondi. Suas mãos logo percorriam minha cintura e buscavam o interior do meu suéter . Logo meu cachecol e todas as outras peças encontraram o chão do meu apartamento. Eram beijos forte, um verdadeiro sentimento de despedida. Nossos beijos mesclavam paixão e raiva, pelas atitudes tolas que nos levaram aquela situação toda.
Quando terminamos de fazer o que nossos corpos mandavam e ceder pela última vez aos desmandos de nossos corações, a realidade caiu como um balde de água fria. O celular dele tocava histericamente e ambos sabíamos que era ela. Ele me deu um último beijo, se vestiu e saiu correndo, não sem antes sussurrar um “para sempre”.
Por mais que eu tivesse passado toda a noite em claro rezando para que o dia não amanhecesse, o sol apareceu e meu despertador avisava que era hora de ir ao escritório e voltar a minha rotina. Me arrumei no modo automático com tons corais e quando me olhei no espelho com meu look, voltei a chorar porque a sua presença era tão evidente até no meu estilo e ele tinha escolhido a calça que eu vestia. Por pura falta de tempo ou coragem, segui para o escritório.
Nem sequer cheguei perto da van. Meu ânimo não dava para enfrentar o trânsito londrino. Segui de metrô e cheguei junto com o Fletch, que ao contrário dos meninos bronzeados, estava três ou quatro quilos mais magro e tinha aparência cansada da última vez que o vi.
– Também passou a noite em claro? – me cumprimentou na recepção.
– Jet lag. E sua mãe? – falei acompanhando-o até a sua sala.
– Ontem foi um dia difícil. Ela está andando com ajuda de uma bengala, mas ontem caiu novamente. Parece que não aceita que agora tem limitações.
– Aproveitando o tema de limitações, Fletch, o voltou com a e, como você deve compreender, queria a minha relação com os guys fosse o mais restritamente profissional possível.
– Todo aquele silêncio, você sabe que principalmente agora você irá vê-los mais que ninguém, mas tentarei evitar os eventos sociais aonde eles irão acompanhados pelo menos. Você está bem? – ele segurou minha mão.
– Ficarei, não se preocupe. Vou terminar os relatórios e já te apresento o esquema da próxima turnê. Você tem alguma outra novidade para mim? – sorri.
– Essa semana inteira eles estarão em estúdio, preparando a o set-list. E se prepare para James e Matt, agora somos definitivamente McBusted.
– Pronta para o CAOS!! – falei me despedindo.
Quando entrei em minha sala, a primeira coisa foi engavetar meu porta retrado. Já bastava a marca da aliança que eu tinha guardado na noite anterior ainda viva no meu dedo. Concentrei-me ao máximo nos meus relatórios e só me dei conta da hora quando a Alicia veio avisar que estava saindo para o almoço. Agradeci e segui com meu trabalho.
Aquela semana foi abençoada graças à rotina de gravações e todas as coisas que tinham pendentes com o Fletch. Não tive que ir ao encontro deles nenhuma vez, mas o instagram me deixava até bastante informada, bem mais do que eu desejava para ser sincera. tinha feito uma exclusiva falando do retorno deles e anunciando o casamento para menos de dois meses. Claro que ela não iria querer entrar com o barrigão na igreja. Gio também já tinha anunciado a gravidez, em outro boom da internet com um vídeo lindo.
Estava escrevendo uma nota para uma revista francesa que queria fazer um especial para o McBusted quando me dei conta do dia 17/05. Amanhã seria o aniversário dele. Estava viajando nas lembranças, quando meu telefone começa a tocar.
, vamos fazer um churrasco no final da tarde e não adianta inventar histórias, você vem!” – Gio falava animada.
“Gio, quem são os convidados?” – falei decidida.
“Eles vão estar aqui, é claro, mas não é justo que você não venha por eles. Prometo não te deixar só e o disse que passa para te pegar...”
“Já que vou ter motorista não tenho como recusar” – aceitei mesmo sabendo que iria me arrepender.
Já que iria ao circo, vamos aproveitar a pipoca! Era meu lema no momento. Sempre que pensava que estava me arrumando para um jantar na casa do Tom e bem na véspera do aniversário do , minha espinha se arrepiava. Saí do trabalho mais cedo e fui me produzir. Nada de aparecer na frente da miss com essa cara de derrota que tinha. Procurei o vestido mais alegre, cabelo meio preso e sapato colorido. Duas checadas no espelho e desse jeito eu estava bem. , às quatro da tarde, já buzinava na minha porta e eu desci correndo.
– Pequeno, quanto tempo! – dei um beijo na bochecha dele.
– Nem venha com essa história, foi você que me abandonou... E essa roupa? Vai matar você sabe quem de raiva.
– Deus te ouça, baby – pisquei pra ele.
O caminho para a casa Fletcher foi bem animado, não tinha reparado como a amizade do me fazia falta. Estava tão afogada pela decepção do que não lembrava que tinham coisas maravilhosas acontecendo na minha vida todo o tempo.
– Uma moeda pelos seus pensamentos. – estalava os dedos na minha frente.
– Estava pensando que não podemos passar tanto tempo separados. E a menina que você estava afim? – fiz cócegas nele.
– Afinal não era pra ser, estou bem conhecendo gente nova.
– Conquistador e garanhão... – ele estacionou na porta do Tom.
Como sempre a alegria da Gio era evidente, a gravidez tinha feito dela uma pessoa ainda melhor e mais feliz...
– Você está linda! – falei empolgada. Uma semana sem vê-la e seu corpo já tinha mudado.
– Viu, meu bebê já quer aparecer... – alisava a barriga.
– E o dono da casa? – perguntei.
– Na garagem tentando montar a churrasqueira que ele tinha desmontado – rumou para a garagem e eu e Gio seguimos para a cozinha.
– Quer que eu faça alguma coisa? – perguntei sentando ao seu lado na mesa.
– Sabe que se quiser fazer muffins ninguém vai reclamar... – ela ria.
– Pois vá ajudar seu marido que eu tomo conta aqui.
Ela saiu e eu comecei a colocar os ingredientes na batedeira, liguei o forno para pré aquecer e untei as formas, a campainha tocou e ouvi o gritar da Gio anunciando que ia atender. Logo a casa já estava cheia de sons e por mais que eu quisesse não prestar atenção o doce som do já invadia o ambiente.
– Quando você vai me ensinar essas suas maravilhas, ? – tinha vindo me cumprimentar na cozinha.
– Quando você quiser... É tão simples, o segredo está no brigadeiro... Que por sinal vou começar a fazer agora, quer mexer?
– Claro – coloquei os ingredientes e ela começou a dar o ponto do doce. Preenchi as formas e coloquei no forno.
Logo o cheiro de bolo encheu o local, e apareceram atrás de alguma comida, mas não tinha nada pronto, então os expulsei o mais rápido possível.
, e você? Quando vai nos dar um mini ? – ela ria.
, eu estou muito ocupada com o trabalho e o ainda se acha muito novo para ser pai.
– Sei! – falei pegando a panela que ela tinha terminado e colocando no freezer. Preparei o saco para confeitar e tirei os bolos do forno. – , se quiser ir, em cinco minutos termino.
– Estou lá fora, se precisar de mais alguma coisa... – ela cruzou a porta que dava para o quintal, tirei meu casaco para não sujar e coloquei o avental.
Comecei a desenformar os bolinhos e peguei a panela no freezer. Quando fui fechar a porta, dei de cara com o ali.
– Posso ajudar? – ele falava um tom abaixo do seu normal.
– Acho melhor ficar com a sua esposa, não quero problemas. – fui um pouco grossa, eu sei.
– Ela está no banheiro vomitando pela milionésima vez...
– E você ao invés de apoia-la esta aqui tentando fazer doces? – coloquei a mão na cintura.
, para de fingir que você não está sofrendo tanto quando eu – ele deu um passo fazendo que ficássemos a centímetros de distância.
, meu sofrimento não deve te importar, e você me ajudaria muito se não ficasse me provocando cada vez que nos vemos. – ele levantou uma sobrancelha.
, eu te afeto tanto assim? – distanciamento zero.
, por favor... – eu me derretia inteira, DROGA.
Ele pegou a panela da minha mão e colocou sobre a pia, me puxou até a dispensa e no mesmo instante em que fechava a porta, calou minha boca com um beijo. Apertou minhas coxas, me forçando a enrolar minhas pernas em sua cintura. Cada vez que ele me dava um pouco de ar, o sussurro saia da minha boca inevitavelmente, sua mão encontrou o zíper do meu vestido mais rápido que eu conseguia desabotoar os botões da sua camisa, logo sua boca oscilava entre meu pescoço e meu colo, eu forcei minha descida da sua cintura e ele aproveitou para desafivelar sua calça. Tentei não ceder ao jogo dele, mas tudo era perda de tempo, porque meu corpo era seu e minha mente seguia completamente rendida aos seus encantos.
Mesmo depois de chegar ao ápice, continuávamos nos beijando, embora minhas pernas já não sustentassem meu peso a pressão que ele me mantinha contra a parede fazia com que eu não tivesse que empreender nenhuma força para estar de pé. Logo duas batidas na porta nos assustaram.
– Time is over! – a voz doce de do outro lado da porta denunciava que possivelmente todos já soubessem onde estávamos.
– Já saímos! – falei perto da porta. – Que vergonha! – falei dessa vez para o .
– Eu te amo – e me deu outro beijo.
– Mas vai se casar com outra! Isso tudo é errado... – concluí fechando meu vestido, e abrindo a porta, estava ali como imaginava.
– Vamos, a já está detrás de você sabe quem. Vem, você estava comigo no terraço. – demos a volta na casa enquanto ela me ajudava a me recompor, minha boca certamente ainda estaria vermelha. Cinco minutos depois voltamos à região da piscina que ficava no quintal Fletcher’s.
– Pensei que não iriam voltar de tanta conversinha... – se aproximou numa falsa indignação pela nossa demora e a cara da de ódio era impagável.
– Estava falando das nossas férias para a , ainda não tínhamos nos visto desde a viagem e como tinha sido ela que planejou tudo... – se juntou ao marido e eu sentei ao lado do .
– Que bom que todos gostaram! – falei ironicamente olhando para o que, por incrível que pareça, ainda tinha aquela riso idiota que recém comido.
– Tom, que horas sai a carne? Estamos com fome! – se pronunciou passando a mão pela barriga.
Inventei qualquer desculpa e fui para dentro de casa. A companhia dos gatos era mais interessante que ficar brigando com a por algo que já não era meu, por algo que eu suspeitava que jamais tivesse sido meu. Graças à implicância do Tom, o jantar só tinha saído próximo das oito da noite, não preciso comentar que os muffins foram comidos antes do jantar... me deixou em casa, logo depois que cantamos parabéns ao , e enquanto eu me determinava a não me deixar levar pela sedução do , me dei conta de que havíamos transado sem camisinha esta tarde, será que ele também teria pensado nisso depois? Com a lembrança do gosto doce do beijo dele adormeci.
O mês seguinte passou correndo, os preparativos para o casamento movimentavam todos no escritório. Embora fosse algo pessoal, a havia nos encarregado da logística do evento, já que com a pressa não tinha encontrado nenhum salão. A festa seria numa tenda no meio do bosque que eles gostavam e estávamos fazendo tudo, cada vez que tinha que falar dos noivos, meu coração morria um pedacinho por vez. Houveram algumas ligações do , mas todas foram parar na caixa postal e as apagava antes mesmo de ouvi-las sabia que se ele me falasse de amor ou qualquer promessa só iria sofrer mais.
Embora não tivesse sido convidada fiz questão de ir ao seu casamento religioso. Vê-lo entrando na igreja e nossos olhares se cruzarem fizeram tudo ter um fim, ele seria dela para sempre. No momento dos votos, eu jurei que jamais deixaria meu sentimento falar mais alto que minha consciência novamente.


Capítulo 10


Eles estavam há dez dias na viagem de lua de mel e eu tremia só de pensar que hoje minha paz acabaria. e estavam me ajudando a não pensar mais em e a minha vida começava a entrar nos eixos. Fiz uma limpeza geral na minha casa e qualquer coisa que me lembrasse a ele foi para doação, até a camisa da Inglaterra que tinha esquecido depois de assistir um jogo estava na caixa que entreguei num abrigo esta manhã. Alicia entrou na minha sala.
, o Fletch está te chamando.
– Já vou! – peguei minha agenda e corri para a sala do chefe. Bati na porta e entrei.
– Chefe, queria falar comigo? – me sentei em frente a ele.
, essa conversa demorou, mas acho que temos que deixar tudo bem claro. Amanhã começa a promoção dos meninos como McBusted, o que significa horas na van com os guys e com o . A Georgia já veio me pedir sua cabeça inúmeras vezes e eu avisei que enquanto você não me desse motivo nada aqui mudaria, você está me entendendo? – ele me olhava como um pai que vai tirar o brinquedo preferido da filha por castigo.
– Entendo. Você quer que eu peça demissão? – falei.
– Não! – ele se assustou.
– Então não estou entendendo.
– Quero que você não me dê motivos para demiti-la!
– Não se preocupe por isso, pra mim o será como um irmão a mais, como qualquer um dos outros, e procurarei estar o mais longe possível.
– Sabia que você não me decepcionaria... – ele sorriu e me abraçou.
Depois da conversa no mínimo estranha com o Fletch, me concentrei ainda mais em não pensar no , o que era difícil já que a cada dez minutos alguém me lembrava de que ele estava chegando ou o que eu iria fazer na presença dele. Disquei os números do , ele estava me aguentando como um verdadeiro irmão.
“Dougie, você está ocupado?” – falei rápido.
, estou no veterinário Zukie, mas em meia hora tô livre! Quer almoçar?”
“Ótimo, estou te esperando no escritório.”
“Assim que sair te ligo, para você me esperar lá fora.”
“Te amo, pequeno!”
“Todas me amam, mas já falei que entre a gente não rola nada.”
“Besta, te espero.”
Fiquei batendo papo com a Alicia ao lado da máquina de café, já que não tinha nenhum trabalho me esperando. Ela tinha deixado a ilusão de agarrar o Matt numa esquina e arrumou um namorado que, segundo ela, era a melhor pessoa do mundo –o amor, ah o amor–. Eu ia dar alguns conselhos mais realistas, porém minha carona tinha chegado e resolvi deixá-la com a ilusão.
– Já falei que adoro essas suas calças. – mal entrei no carro e ele começou os comentários da minha roupa, andar com dono de marca tem suas inconveniências.
– O que o Zukie tem? – perguntei ao reparar que o reptil não estava no carro.
– Consulta de rotina e deixei-o em casa. Está muito quente pra deixar ele no carro e você sabe que os restaurantes não gostam dele. – ele ria.
– Vamos dizer que ele não é muito sociável, .
Quando estacionou em frente a um vegetariano da rua detrás do escritório, quase pirei.
– Te ligo pedindo companhia e você me trás para comer salada? – falei irônica.
– Você tá precisando! Cadê aquele corpão? – ele ria.
– Está me chamando de gorda?
– Você que está dizendo, só ia comentar que seus peitos estavam maiores... Mas já que você está reparando... – Verdade, ? – me toquei preocupada. Será que estava assim tão baranga?
– Para de ficar se pegando que o povo está olhando... – ele se escondia na cadeira.
Depois de essa sessão de análise com o , pedi salada sem molho, só com azeite e água, e a refeição mais saudável que tinha tido em anos, sem direito a sobremesa. Ele me deixou no trabalho e tomou seu rumo.
Assim que entrei na sala chamei a Alicia, que logo apareceu.
– Eu estou gorda? – falei tocando minha barriga e minhas pernas.
– Que ideia... Você está linda, queria eu uma bunda como a sua! – ela ria.
– Obrigada, o que fica me colocando umas neuras. Vamos trabalhar...
A tarde transcorreu rapidamente, falei com a minha mãe que há semanas não dava notícias e depois de ouvir muito sobre a minha falta de coração ao deixá-los tanto tempo sem notícias, tive que dar um relatório completo de como estava fazendo para esquecer o . Depois de ouvir muitos conselhos, comecei a arrumar minhas coisas. Estava fechando minhas gavetas quando a porta da minha sala se abriu.
Ele surgiu lindo como sempre e sorrindo como se ainda fossemos namorados. Fiquei paralisada e ele seguiu seu caminho até sentar-se de frente a mim.
– Pensei que iria morrer se não te visse, eu não aguento ficar longe de você! – ele deu a volta na mesa, agora parado na minha frente.
, você é um homem casado e aquilo que aconteceu na casa do Tom não ira se repetir, estou logo avisando. – cruzei meus braços.
, eu não estou pedindo isso, estou implorando pelo direito a desfrutar da sua presença, de sentir seu cheiro... – ele pegou minha mão – De me sentir vivo ao seu lado.
, você não imagina o quanto será difícil trabalhar com você. O que sinto é tão forte e tão impossível. E a sua esposa já pediu minha cabeça, se houver qualquer reclamação eu estarei na rua, o Fletch já me alertou. – me levantei e comecei a andar para longe dele.
– Isso nunca, você ficará aqui sempre, sempre que quiser. Eu juro!
– Você não pode me jurar mais nada. Infelizmente nossos caminhos se separaram e acho que o que devemos fazer é aceitar e tentar ajeitar nossas vidas a essa situação.
Saí da sala sem esperar resposta da parte dele, corri o mais rápido que pude e segui chorando até em casa. Quando seria o dia que poderia esquecê-lo e me libertar de todo esse sentimento, sendo que ele era impossível? Eu tinha ilusões, mas agora só restaram medos e raivas entre nós e todo o sentimento que tenho parece sujo e errado.
Na manhã seguinte, teríamos a primeira entrevista oficial do McBusted. Aproveitei o sol do final de julho e coloquei uma roupa fresca: calça azul e uma camiseta branca. Tinha que sair mais cedo, já que minha nova rotina incluía mais duas casas para que eu passasse e como eles moravam próximos ao local da entrevista, peguei os meninos e segui para a casa do Matt e finalmente James, com aquele murmurinho típico dos seis, me distraí de todas as dúvidas que estejam me afligindo. Ao chegar ao local, eles desapareceram mais rápido do que eu me lembrava. Procurei a produtora e especifiquei os temas que o Fletch tinha me passado.
Logo eles começaram com as fotos e a pergunta típica do por que da união, só que agora tinha ainda mais bagunça e frenesi por parte de uma série de fãs que tinham sido escolhidas para fazerem perguntas para eles também. Foi quando uma moça passou ao meu lado com um perfume tão doce que corri imediatamente para o banheiro, nunca tinha sentido um impulso tão grande para vomitar. Era estranho, o cheiro era forte e doce. Logo que saí do banheiro e eles aparecerem dizendo estar livres, saudei a entrevistadora e seguimos para o escritório.
– O que houve que você sumiu de repente? – perguntou.
– Um enjoo louco, um perfume super doce. Quase não consigo chegar ao banheiro. – completei.
– Vixe, está parecendo a Gio. Quando descobrimos a gravidez, foi porque ela ficava sentindo cheiros em todo lugar... – Tom mencionou, e riu.
Uma luz vermelha se acendeu em minha mente. Primeiro o diz que estou gorda e agora tenho enjoos sem motivo? Claro que não estaria grávida, eu tinha menstruado mês passado, ou não? Nota mental: checar minha agenda assim que chegar ao escritório. Como não respondi, o assunto morreu aí e eles começaram a falar de música como em 90% das conversas deles. Estacionei a van e com as mãos tremendo peguei minha agenda na bolsa, busquei por todo o mês de Junho e Julho, mas nada da minha estrelinha que marcava minha menstruação. Como não tinha notado nada antes? Eu não poderia estar grávida!
– Por favor, Senhor, eu não posso estar grávida. Não do e muito menos agora. – estava com a cabeça encostada no volante quando me dei conta que ainda esta sentado no banco atrás de mim.
– Isso é verdade? – ele falou tímido.
– Não pode ser, ! – falei desesperada.
– Vamos à farmácia agora! – ele falou decido, tomou meu lugar no volante e seguiu para a farmácia.
Ele colocou os óculos e passamos no drive-thru pegando o teste de gravidez e rumando para minha casa. Nesse caminho, o Fletch me ligou perguntando onde estava e por que o tinha sumido. Falei que tinha tido um problema e não sabia do , então ele desligou com voz de pouco amigos. Descemos quase correndo, peguei a caixa e comecei a ler...
– Aqui diz que só é efetivo se feito com a primeira urina da manhã. – falei sem olhá-lo.
– Agora, por favor. – ele estava estranho de uma maneira como nunca o havia visto antes, meio preocupado e com um sorriso no rosto.
Entrei no banheiro, fiz o que tinha que ser feito e calculei os dez minutos que a embalagem pedia, ainda faltavam dois minutos e já esmurrava a porta impaciente.
– Olha você – falei saindo do banheiro, havia chegado a hora.
– Aqui tem duas listas! Pregnant! – ele ria.
– POR QUE VOCÊ ESTÁ RINDO? – não sei por que queria enforcá-lo naquele exato momento.
– Nos vamos ter um filho!
– Eu estou perdida!! – comecei a chorar.
– Eu vou me separar – ele falava me abraçando.
– Nada disso, . Você pensa que matrimonio é brincadeira? Você não vai se separar coisa nenhuma. Nós temos que pensar, por favor, vai embora. – falei firme. – Uma vez na vida, vamos fazer as coisas certas. Não mencione nada disso com ninguém e amanhã conversamos. Agora vai!
– Não pense que eu vou fugir, por que meu destino é você – ele falou fechando a porta.
Caí sentada no sofá e minha cabeça girava sem que eu houvesse bebido uma só gota de álcool. Pensei em ligar para a Gio, mas ela é romântica demais e o , bem, ele não me ajudaria também. Pensei um pouco mais e disquei os números da minha mãe e depois de alguns toques...
, bom dia, meu amor!” – mamãe estava feliz.
“Mãe, você está sentada?”
“Estou aqui no sofá com seu pai.”
“Vai pro quarto, preciso falar algo com você e agora não quero que ele saiba de nada.”
“O que houve? Você esta me assustando. Já estou no quarto” – ela respirava forte.
“Eu estou grávida do ” – minutos de silêncio. -“Mãe! Mãe”
“Ele sabe?”
“Descobrimos agora a pouco juntos. Quer dizer, ele viu o exame”
“Vocês estão novamente juntos?”
“Não, claro que não. Ele só estava comigo quando desconfiei e veio aqui comigo. Mãe, o que faço? Ele é casado, e o Fletch vai me demitir, certeza!”
“Calma, agora não tem muito que resolver. Se seu emprego está em risco, esconda isso de quem seja. E avise ao rapaz para não fazer mais loucuras. Você precisa de mim aí?”
“Só precisava de uma luz. Ele está falando em se separar, mãe. Afinal, ele só casou por causa do filho deles...”
, você sabe que essa moça não o deixará assim tão fácil, e você precisará de paz para seguir essa gravidez. Converse com ele, estabeleça o nascimento do filho deles como prazo, nada de atropelar as coisas. Você me entende?”
“Claro que entendo. Vou fazer o que a senhora está dizendo, mãe. Eu o amo tanto!”
“Minha filha, as coisas não serão fáceis, mas garanto que se Deus escreveu a vida de vocês juntos tudo sairá bem. O importante é você procurar um médico e encontrar alguém de confiança para lhe ajudar.”
“Obrigada, mãe. Te amo, e não conte nada pro papai, senão ele enfarta.”
“Eu sei cuidar dele, não se preocupe. E dê notícia, se não quiser que eu chegue por aí.”
Quando desliguei o telefone, me sentia mais leve. Procurei um médico e consegui consulta para dois dias. Permaneci pelo menos duas horas no espelho em busca de algo que denunciasse minha gravidez. Se houvesse sido no dia do churrasco do Tom, estaria de pouco mais de dois meses. Como havia dito, meus seios pareciam maiores, mas minha barriga seguia igual. Quando me tranquilizei, peguei o celular e disquei os números do .
, tudo bem?” – sua voz era abafada.
, amanhã podemos marcar algum lugar para conversar? Já tomei uma decisão.”
“Vou à sua casa agora.” – ele falou rápido.
“Não. Amanhã no escritório, depois de chegarem da gravação, me procura e por favor, não diga nada a ninguém.”
“Eu te dou minha palavra. Eu te...” - Desliguei antes de ele me disse outra vez à coisa que mais me doía de toda essa situação.
Coloquei a televisão no canal de músicas e tomei um copo de leite. Quando “Everything I do” tocou, as lágrimas foram inevitáveis e comecei a pensar que talvez essa fosse a melhor notícia dos últimos tempos. Eu já não estaria sozinha e meu apoio seria uma parte de mim e do . O que mais eu poderia sonhar? Talvez a presença dele comigo... Mas a vida não é tão perfeita...


Capítulo 11


Passavam poucos minutos das cinco da tarde quando a porta da minha sala se abre, passa e tranca a porta. Ele se aproxima, mas durante longos segundos, ninguém pronuncia nenhuma palavra. Ele passa a mão na minha barriga e com o contato das suas mãos quentes, se arrepia, dou um passo para trás.
, ontem conversei com a minha mãe e tomei uma decisão.
– Não diga que você... – ele me olhava assustado.
– Claro que não, , nunca. Ele é parte de nós, mas não aceitarei que você se separe, não agora...
– Então... – ele estava confuso.
– Você continuará com a Georgia e cuidará da gravidez dela. Quando seu filho nascer, nós voltaremos a conversar. Ou serei obrigada a ir embora...
– E o nosso filho, não poderei acompanhar? – ele segurava minha mão.
– Se você quiser e se isso não atrapalhar nossa rotina, poderá ir comigo nas consultas, mas se lembre de que ninguém deverá saber disso. NINGUÉM. Vou esconder ao máximo a minha gravidez, acabo de fazer dois meses e ainda demorará até que minha barriga fique visível, então, até lá, acho que seu filho terá nascido e decidiremos outros passos.
– Eu aceito suas decisões, mas eu quero ser presente na sua vida e na vida dela. – ele acariciava novamente minha barriga.
– Dela?
– A Georgia vai ter um menino, descobrimos hoje, mas eu sempre sonhei em ter uma filha e você me dará ela, por que nosso amor vai renascer com ela.
, você gosta de me ferir? – falei tristemente.
– Claro que não!
– Então para de dizer que ama, por que isso me faz ainda mais triste com toda essa situação. Vamos cumprir nossas palavras. – estendi a mão para ele.
E ele aperta-a com força, me puxando para ficar abraçada a ele, beijando minha cabeça enquanto me abraçava, sussurrando...
– Jamais duvide do meu amor, respeitarei sua decisão, mas eu vou te provar que te amo.
, eu preciso de paz para ter uma gravidez saudável.
– E falando em saudável, para quando marcou o médico?
– Amanhã de noite.
– Eu vou com você. – falou piscando.
, imagina você entrando no hospital, com essa companhia ninguém vai saber que VOCÊ é o pai!! – falei irônica.
– Eu dou meu jeito! Amanhã te pego em casa.
Desisti de lutar com ele e aceitei, marcamos uma hora antes da consulta para ele passar em casa, ele se foi e eu comecei a arrumar minhas coisas. A Alicia veio pouco tempo depois dizer que já iria embora eu apaguei tudo e fechei o escritório.
Ao despertar na manhã seguinte, a primeira coisa que passou na minha cabeça que hoje teria a certeza da minha gravidez, por que eu ainda não conseguia conceber que dentro de mim estava crescendo uma vida... Trabalhei como uma louca, parecia realmente que o Fletch imaginava quando eu ia pedir para sair mais cedo. Tive que redigir três notas de lançamento para revistas e pular o almoço para terminar umas negociações com casa de espetáculo do interior que não tinham como guardar nosso material entre os dias de transferência, pura dor de cabeça.
Às sete da noite, que por ser Agosto ainda era dia, eu peguei minha bolsa e segui para o metrô, relaxei e fiz uma coisa que há algum tempo não me satisfazia. Coloquei uma boa balada mexicana, cantei em silêncio com Jesse & Joy. Era impressionante como algumas vezes você passa tempos sem escutar um cd e quando você escuta o primeiro acorde de uma música, seu coração palpita como se voltasse ao momento em que você a escutou pela primeira vez, que, no caso, foi numa das viagens que fiz com as meninas do museu, uma delas era mexicana e nos mostrou a música. E nesse momento, “Aquí voy” dizia muito da minha vida, a lei de Murphy estava implantada nos meus últimos movimentos.
Cheguei em casa mais relaxada e fui diretamente para o banho, afinal restava pouco mais de meia hora para que o aparecesse. Coloquei os cabelos úmidos enrolados numa toalha e fui ver uma roupa. Sem muita preocupação peguei um jeans e uma camiseta branca, vans vermelhos e para disfarçar qualquer sombra da saliência na minha barriga coloquei um agasalho gigante. Sequei os cabelos e peguei um livro para me distrair até a chegada do , que estava atrasado, e quando terminei a segunda página, meu celular tocou anunciando que ele havia chegado.
– Boa noite. – falei quando entrei no carro.
– Não está muito abrigada para a época do ano... – ele ria.
– Estava com frio – menti.
– Desculpe o atraso, é que o Matt estava errando umas gravações e não pude sair antes.
– Não tem problema, ainda falta meia hora para a hora marcada. – coloquei as mãos embaixo das minhas coxas, o cheiro da Georgia era forte e vívido dentro do carro.
– A Gio estava perguntado de você, disse que você sumiu e nem liga mais para ela, eles estão todos muito desconcertados com o seu afastamento. – ele falou.
– Vou ligar para ela amanhã, é que agora estou com medo de falar qualquer coisa e que descubram você sabe o que. – apertei minha barriga.
– Acho que não vai poder esconder por muito tempo... Gio esta muito sensível e está lendo muito sobre a gravidez, vai descobrir fácil e bem, estamos todos em clima maternal.
– Eu só queria que nada disso tivesse acontecido. Não pelo meu filho, mas pela situação. Estou sozinha aqui e vamos dizer que não era a melhor hora. – uma lágrima escorreu sem pedir licença.
, meu Deus, se você soubesse que todos os dias me perguntou como fui fraco de dormir com ela aquele dia! Minha maior dor é que eu tinha tudo perfeito até eu estragar tudo como sempre. – ele batia forte no volante.
, todos temos nossa parcela de culpa, e agora enfim temos que seguir...
Ele começou a manobrar quando entramos no prédio, subimos ao vigésimo andar, ele colocou um boné e uma echarpe que quase tapava sua boca, resumindo, ótimo disfarce. Parecíamos dois loucos agasalhados com a temperatura agradável de final de verão. Preenchi o cadastro e me ajudou com alguns dados dele. Impressionante como depois de anos trabalhando juntos não sabia seu tipo sanguíneo ou as doenças contagiosas que ele tinha tido, então como nós dois éramos O positivo, o tipo sanguíneo do bebe está quase decidido, se eu bem me lembrava das aulas de genética.
Meia hora de espera e a Dra. Melissa nos pediu que entrasse.
– Boa noite, como estão todos? Faz tempo de não tenho uma consulta dupla por aqui. – ela brincou.
– Bem, doutora, eu fiz um teste de farmácia e bem, deu positivo. Minha menstruação desse mês não veio, então...
– Mais uma vida que seja bem vinda. Como você não é minha paciente, preciso fazer um interrogatório, ok? – fiz que sim com a cabeça e ela continuou – Pelo que vejo a gravidez não foi planejada, você faz uso de algum anticoncepcional?
– Parei há alguns meses... Como usávamos camisinha... – fiquei um pouco sem graça em lembrar os momentos com o .
– Muito bem, anemia ou alguma doença crônica? – ela seguiu.
– Não! Tive uma gripe no final do ano passado. – resumi.
– Terminado o interrogatório, , agora quero que você vá ali atrás e tire sua roupa, vou conversar um pouco com o senhor – falou lendo nossa ficha.
Fui para detrás do biombo e enquanto me despia escutava os dois comentando sobre minha mudança de rotina. mentia muito bem ao dizer que iria ficar atento a qualquer mudança na minha rotina, não sei por que ele não tinha dito que já não estávamos juntos. Deitei na cama e aguardei que ela chegasse alguns minutos depois.
– Muito bem, pode ficar ao lado dela se quiser. , vamos fazer uma ultrassom para ver como está tudo. – ela ligou o aparelho e começou o exame. – Querem escutar o coração?
– Sim! – falamos uníssono.
Quando ela abriu o áudio e ouvi aquelas batidas fortes, comecei a chorar instantaneamente, o que antes não entrava na minha cabeça agora enchia meu coração. Eu teria um filho com o , um símbolo do nosso amor. Não importa a situação, aquela era a melhor coisa que poderia me acontecer.
– Atenção, vamos fazer a primeira foto do nosso modelo. Então, na tela a nosso lado se pode ser vista algumas imagens, e eu só conseguia distinguir a cabecinha. – a doutora ia assinalando os braços e as perninhas.
– Agora ele ou ela tem o tamanho de uma uva, por isso você ainda não tem barriga, mas logo seus seios ficarão maiores e pode ser que você se sinta desconfortável usando jeans.
– É, meus seios cresceram. – concluí.
– Bem, isso é o que podemos ver por hoje. Coloque sua roupa e papai, aqui tens a primeira foto. – ela o entregou uma pequena impressão que saiu da máquina.
Voltei a me trocar e sentei novamente ao lado do , escutando as recomendações.
– Então por hoje é só, quero que você tome essas vitaminas e o acido fólico, faça os exames e espero você no mês que vem. Se sentir qualquer coisa, me ligue.
Despedimos-nos e rumamos para o carro sem falar nada. ainda segurava a foto na mão. Quando entramos no carro ele não deu partida.
, está tudo bem? – toquei em sua mão.
– E se eu não conseguir amar o meu filho com a Georgia? – ele tinha os olhos cheios de água.
– Que conversa ilógica, . É seu filho, você o ama.
– Eu juro, , nunca senti nada do que senti hoje em todas as consultas que fui com ela. Quando ouvi o meu filho, não tive essa emoção, era como se fosse um filme e com você é real. Minhas mãos estão suando até agora. – ele me mostrou as mãos – ... – colocou a mão sobre a minha barriga – essa criança é nosso laço.
, calma, o seu filho com a Georgia também é seu laço com ela. Me assusta que você não sinta nada como você está me dizendo, essa criança vai precisar muito de você. Nós dois sabemos que a Georgia vai usar ela como moeda de troca e que ele será seu maior vínculo com a sua esposa! – tentava acalmá-lo, mas a verdade é que tinha ciúmes.
Ele ligou o carro e tomou o rumo da minha casa, o caminho ocorreu no mais completo silencio, até que o viva-voz do carro mostra o nome da Georgia no painel e ele responde a chamada.
“Sim...”
, onde você está? O jantar está esfriando. Fiz o risoto que você gosta.” – ela falava doce.
“Chego em uma hora, estou resolvendo umas coisas”
“Okay, não demora. Estamos com fome, sabe que o bebê não gosta de esperar.”
“Tchau” – desligou.
– Se já estamos na porta da minha casa, por que disse uma hora? – perguntei intrigada.
– Precisamos conversar um pouco mais. – ele falou abrindo a porta do meu lado.
, melhor você ir para sua casa. – odiava a proximidade que me deixava sem ar.
Ninguém conseguia tirar uma ideia da cabeça dele. Enquanto abri a porta, ele me acompanhou. Joguei a bolsa no sofá e fui tomar um copo d’água; impressionante como a água me fazia bem, ofereci um copo e ele também tomou. Sentou-se a mesa e me puxou para sua frente, fiquei entre suas pernas.
– Sei que tínhamos conversado que só falaríamos de nós depois do nascimento do meu filho, mas vou ficar louco se não voltar a sentir seus beijos, . Isso – ele fez uma ponte imaginaria entre seu coração e o meu – não se escolhe, eu posso dominar minha cabeça, mas meu coração tem dona e só você pode me fazer feliz.
, você está casado! – falei derrotada.
– Por que você quer. , não me nega sua presença, seu corpo e seu amor.
– Você sabe que eu não posso te negar nada, mas não é certo. – ele calou minha boca com um beijo.
O caminho natural foi seguindo quando me dei conta estava na cama e ele já tinha se livrado na minha regata, buscando agora o fecho do meu sutiã.
, não! –falei arfante.
, me diga olhando nos meus olhos que você não acredita que eu te amo e somente amo você. Porque os olhos nunca mentem – ele disse antes de me beijar novamente.
Enquanto os beijos doces dele me saciavam, a falta que sua presença me fazia, enquanto suas mãos quentes me invadiam e nossos corpos não deixavam qualquer dúvida que só poderíamos amar, minha cabeça me dizia que eu tinha me tornado a amante oficial de . Passado todo o calor do momento, enquanto eu estava deitada sobre o peito nu dele, o celular dele volta a tocar antes que ele falasse qualquer coisa, me enrolei no lençol e entrei no banheiro.
Quando saí, ele já não estava e restava somente um bilhete: “Nosso amor é tudo. ”. Fiz algumas torradas e tomei com leite enquanto não conseguia saber até quando meu coração aguentaria toda aquela pressão.


Capítulo 12


Tinha planejado ir à estreia com um vestido tubinho azul, mas nem pela graça divina ele entrou, então optei por um vestido preto com a cintura marcada e depois afrouxava, por mais que não fizesse tanto frio coloquei um casaco preto por cima para disfarçar qualquer volume, fiz uma trança lateral mais elaborada, usei a mínima maquiagem e acessórios pretos. Quando me dei conta, o primeiro anel que havia me dado estava no meu dedo anelar, decidi não tira-lo, afinal, o dia que o ganhei foi tão maravilhoso e queria que hoje se repetisse.
O trânsito ajudou e cheguei no O2 antes que os guys tivessem voltado. Fletch já estava uma pilha e estalava os dedos a cada cinco minutos. Os portões foram abertos e, em poucos minutos, a arena estava cheia. Podia-se ver as lanternas e o barulho típico de um show deles, corri para os camarins quando o segurança avisou que já haviam chegado. Cumprimentei a Gio, e os meninos que estavam naquela eletricidade.
– Gio, você está linda. – ela usava um vestido bege e deixava em evidencia à barriga, uma echarpe de renda e sapatos baixos – , você nem precisa falar, parece uma Barbie. Não é verdade, ? – pisquei pra ele.
– Por isso que eu casei com ela, Ken e Barbie... – sorria abraçando a mulher.
Nesse momento a porta se abre e adentram , , James e Matt.
– Posso saber o porquê de toda essa alegria? – simpática mode on.
– Todo mundo como sempre achando minha mulher linda! – respondeu.
– Quero ver quando vão encomendar a cegonha. – alisou a própria barriga, um pouco maior que a da Gio.
– Por agora temos muito mcbabys para cuidar. – riu.
– Volto em meia hora e espero que comecem a se trocar. – falei saindo.
– Odeio quando ela pensa que manda em vocês! – comentou.
– Mas ela manda! – respondeu.
Não tinha exatamente muita coisa que eu pudesse fazer longe do camarim, mas a presença da não era algo que eu pudesse aguentar por muito tempo, fui à cozinha e tomei um chá gelado com limão e avisei que poderiam subir com o jantar. Fletch chegou para comer algo e se sentou ao meu lado.
– Você não tinha que estar no camarim? – me olhou tomando chá.
– Clima pesado por lá, eu vou tentar me distanciar um pouco. – recordei.
– Você que sabe, mas falta uma hora para começar – falou olhando para o relógio.
– Estou subindo! – falei batendo continência.
Subi e pude ver as meninas saindo do camarim, graças a Deus. Entrei e peguei e James de cueca, não que fosse surpresa, mas coloquei as mãos nos olhos.
– Quando todos estiverem apresentáveis, me avisem. – dei meia volta fitando a porta.
envergonhada nunca tinha visto. – James ria.
– Respeito, James. – ralhou.
, como esta lá fora? – Tom mudou de assunto.
– Lotado!!! – quase gritei. – a banda de abertura já esta no palco.
– Acho que vou vomitar – fez uma cara estranha.
– Por favor, não! – falei.
– Okay, guys prontos para estreia? – juntou-os.
– MCBUSTED! – gritaram.
Seguimos pelo corredor escuro e ficamos na beira do palco, as meninas gritavam com qualquer palavra que dissesse o locutor, então tudo ficou escuro e a introdução do show começou. Todos correram a seus postos e começaram os acordes... Uma hora e meia de pura energia e magia. Quando o primeiro “the end” aconteceu, fui pegar as ganhadoras de promoções e escolhidas que tinham passes para o camarim; seguimos para o camarim e eu disse as doze moças selecionadas que poderiam ficar à vontade, pois em breve os seis estariam ali suados e “lindos”.
Voltei à zona de saída do palco e distribui as toalhas.
– Belo trabalho, guys. Vocês me matam de orgulho. Agora, fãs no camarim. – bati no ombro de cada um. Logo chegou Fletch que também os cumprimentou e seguimos para o camarim.
– Sorte aí, galera. Vou indo, , até amanhã! – me deu um beijo.
– Elas são muito escandalosas? – Matt ria.
– Estão muito emocionadas...
Abri a porta e já escutei as respirações profundas, era mágico vê-las ali com olhos cheios de lágrimas e tremendo. Os meninos como sempre atenciosos e simpáticos. Entreguei os kits promocionais e eles começaram a se dividir com quem tirar fotos e dar autógrafos, saí da sala e fiquei junto ao segurança esperando o tempo de avisá-las que o sonho tinha acabado, o que para mim era a pior parte. Ao longe avistei e Gio vindo em nossa direção.
– Ainda estão aí? – Gio perguntou.
– Sim, ainda tem quinze minutos. – falei olhando no relógio.
– A foi embora, disse que a barriga já pesa muito, mas eu quero sair para comemorar. Os meninos estiveram fantásticos no palco!
– Gio é só disposição. – falei e a concordou.
– Vamos, ? – chamou.
– Acho melhor não.
– Os meninos a convencem, não se preocupe. – Gio me pegou pelo braço.
– Bem, já é hora de deixar algumas meninas tristes. – avisei entrando na sala.
– Meninas, eu sinto muito mais vocês agora tem que ir. – entre abraços e choros o segurança acompanhou as moças a saída.
– Te arranharam de novo? – falou rindo.
– Estou inteiro, amor! Dessa vez o Matt que foi atacado. – falou.
– Nossa, que roxo enorme. – falei olhando o pescoço dele.
– Meninos, nós queremos sair para comemorar... A foi para casa, não estava bem, acho melhor você ir para casa logo, . – Gio finalizou.
– Vou ligar pra ela – respondeu.
Eles ficaram debatendo por pelo menos quinze minutos onde deveriam ir para comemorar e eu estava concentrada na conversa do ao telefone; quantos mais gestos ele fazia mais meu coração se apertava. Era evidente que eles estavam brigando uma vez mais e por mais que a tivesse me feito tudo que fez, eu me sentia mal, afinal, ela estava grávida e eu sei agora o quanto essa situação muda você... Ele desliga e vem em minha direção.
– Preciso ficar a sós com você, é urgente. – ele falou ao pé do ouvido e saiu.
– Guys, eu vou indo, estou cansada, amanhã tem mais! – falei saudando a todos.
– Tchau! – falaram uníssono.
Fui diretamente à garagem, desarmei o alarme e quase morri de susto quando o saiu do escuro de trás da van. Peguei minha bolsa que tinha caído com o susto e entrei no carro, ele ainda não tinha me dito uma só palavra.
– Você não acha que devia ir para casa? A não está bem. – falei ao fechar a porta, ele tinha entrado no lado do passageiro.
– Ela quase me engole no telefone, não vou voltar para casa agora, não sem me acalmar ou vou matá-la. Eu juro que não aguento mais! – ele baixou a cabeça e se apoiou no painel do carro.
, seu filho nascerá em pouco mais de um mês, você tem que aguentar por ele. – passei a mão na sua cabeça.
, eu vou ficar louco. Eu não consigo nem chegar perto da , é uma mistura de raiva e angústia, eu juro que não sei, nem mais uma amizade legal conseguimos ter.
– Vocês... – não queria ser tão invasiva, mas era inevitável.
– Eu nunca mais toquei nela, nem na lua de mel, eu só consigo pensar em você, vou enlouquecer, te amo e não posso te ter. E tenho a ela e não posso ama-la.
... – minha voz foi calada pelo beijo dele, ansioso e sedutor como sempre.
Trocamos de lugar e ele dirigiu, tinha a mão em sua coxa e ele aproveitava cada parada para beijar meu pescoço, me causando cada vez mais arrepios. Estacionou de qualquer maneira e abriu a porta do apartamento, não foi preciso esperar a porta fechar para que ele já estivesse me beijando e tirando meu casaco. Quando me desfiz dos meus saltos, ele puxou a liga que prendia minha trança, fazendo que meus cabelos desfizessem o penteado, tiramos toda a roupa antes de cruzar a fronteira do quarto.
Eu poderia negar o quanto quisesse, mas as sensações que ele me trazia ao invadir-me eram a prova de que um amor assim não aconteceria duas vezes na vida de uma pessoa. Como de costume, quando meu coração desacelerou, fiquei deitada no peito dele sentindo seu coração voltar aos batimentos normais.
... – ele falou me puxando para olha-lo nos olhos. – eu te amo.
– Não mais que eu, meu amor – falei selando meus lábios aos deles.
Pela primeira vez desde que começamos, fizemos amor por duas vezes seguidas e posso confessar que não estava nada mal, deitamos exaustos e em questão de segundos o celular dele começou a tocar nos tirando do sonho. Ele correu para a sala e atendeu, fiquei deitada e por puro instinto comecei a acariciar minha barriga, será que o bebê poderia sentir todo o medo que eu tinha de que nunca pudesse ser plenamente feliz com o .
Adormeci e nem me dei conta quando o saiu da minha casa naquela noite, só me dei conta que estava novamente sozinha quando levantei no meio da noite para ir ao banheiro. Desisti de tentar resistir ao meu amor e minha maior alegria que era estar nos braços dele, era definitivo, eu tinha me tornado a amante de , uma lágrima escorreu no meu rosto antes que eu pudesse voltar a dormir.
Na manhã seguinte, meu celular descarregou, fazendo com que meu despertador não tocasse o que gerou uma belíssima bronca do meu querido chefe quando eu apareci com duas horas de atraso no O2. Corri como uma louca para conseguir dar conta de todas as entrevistas que eles teriam que dar naquela manhã. estava mais lindo do que nunca, eu amava quando ele colocava aquela camisa jeans preta de botões e dobrava a ponta deixando os dois primeiros botões abertos, adorava admira-lo quando ele não percebia. Senti alguns toques no meu ombro e me virei.
– Sei que você nunca irá esquecê-lo. – Gio estava ali.
– Por mais que eu tente, Gio, meu coração sempre volta a me cegar quando falamos do . – baixei a cabeça.
– Não se envergonha, mas se prepare para a briga. A me ligou atrás dele ontem à noite, por sorte consegui despista-la.
– Gio, não sei como te agradecer. Eu queria acabar tudo, mas não consigo e... – estava prestes a dizer a ela da minha gravidez quando o chega pulando entre nós.
, você está intimada para ir comigo ao VMA, não quero ir sozinho e já sabe que ninguém me quer. – ele fazia cara de gato do Shrek.
– Claro que aceito, , mas você tem que me ajudar a escolher a roupa, Gio. – falei abraçando-a, tocando sua barriga.
– Vamos juntas comprar, mas no meu estado nada fica legal. – ela falava tristonha.
– Você está linda! Verdade, ?
– Claro. Só mulher linda aqui! – nos apertou.
Os dias seguintes foram ótimos, três dias lotados em Londres até rumamos para o tour: Glasglow, Liverpool, Newcastle, Leeds e Cardiff passaram antes que tivéssemos dois dias de folga e viajássemos para o VMA.
Confesso que todo o meu corpo se arrepiou quando na reunião com o Fletch, avisou que a não tinha tido permissão para a viagem. Gio e sim iriam conosco à Los Angeles, James e Matt não iriam, pois tinham programado um final de semana em família.
, eu acho melhor que você também não vá, seu filho pode nascer a qualquer momento e convenhamos que quando estiver ali, não se pode voltar em cinco minutos. – Fletch deu seu conselho.
– Sinto muito, bro. – bateu nas costas dele.
– Eu concordo, Fletch, ficarei em Londres, afinal serão somente dois dias. – falou vencido.
– Melhor. O restante da rapaziada e nossas damas já estão de malas prontas? – Fletch ria.
– A também vai? – me olhou assustado.
– Ela vai ser meu par. – me abraçou rindo.
– Como assim? – levantou uma sobrancelha, típico de quando fica com raiva. Levantou-se e chegou próximo ao e eu.
– Eu convidei a para ir comigo, já que como sempre, estou sem par. – ele sorriu e a sobrancelha do só subiu mais.
– Como amigos, Sr. ! – concluí.
está com ciuminho! – começou a gritar e foi acompanhado por Tom.
– Sem brincadeiras, guys. O sabe que agora ele é CASADO! – Fletch finalizou enfatizando a última palavra, fazendo meu corpo se apertar um pouco mais na cadeira.
nada disse, ele somente se retirou da sala e eu fui atrás dele, porém não consegui alcança-lo. Como tinha combinado com a Gio, passamos toda à tarde no shopping e cheguei carregada em casa no final da tarde, atenta ao fato de metade do meu armário não me cabia mais. Meu cartão de crédito estava exausto. Quando abri a porta de casa e a luz da televisão avisava que eu não estaria sozinha, coloquei as sacolas na poltrona e me sentei ao seu lado no sofá; observei que a minha mesa de centro estava trincada e que tinha um pano na mão, me aproximei para ver a mão dele.
– O que houve? – perguntei desenrolando o pano.
– Era sua mesa ou a minha sanidade. – a mão dele estava roxa. – Não acredito que o está dando em cima de você.
, não pira, ele só me convidou como amiga. Você sabe que sou uma irmã pra ele e que não estou sozinha. – falei colocando a mão na barriga.
– Mas ele não sabe e você continua tão gostosa como sempre, você não sabe o que eles falam de você quando não está. E eu não quero te perder! – ele chorava.
– Por mais eu tente, jamais conseguirei te esquecer, você está dentro de mim e eu te amo. – o beijei.
– Não mais que eu. – ele se pôs sobre mim e todo o caminho para me levar ao céu foi percorrido a perfeição.
Não pude deixar de sorrir como uma idiota quando ele me avisou que iria passar a noite ali comigo, dormimos abraçados e o calor dele me bastava para pensar que poderia morrer naquele instante em que tudo estava perfeito. Acordei cedinho e terminei de enfiar as coisas na mala o voo sairia às onze da manhã. me levou ao aeroporto e não desceu por um motivo óbvio. Nos despedimos e eu desejei sorte para aqueles dias com sua querida esposa. Não me importa como nossas vidas tenham sido invadidas pelos desmandos da , eu não conseguia sentir raiva dela agora. Só podia ser a gravidez, que outro motivo eu teria para deixar o com ela e desejando sorte?
Quando cheguei à zona de embarque encontrei todos ali. veio logo me ajudar com a mala e sentamos lado a lado no avião. Depois de intermináveis horas de voo, chegamos ao solo californiano e o calor local me fez duvidar se tinha sido uma boa escolha o vestido de manga longa que a Gio tinha escolhido comigo. Fomos diretamente para o hotel e jantamos cedo, os meninos foram jogar no cassino que havia no hotel e nos ficamos de conversa mole até altas horas. Eu fui a primeira a subir aos meus aposentos. Minha mente ansiava por saber do , mas preferi me manter a margem, deixa-lo tranquilo.
Na manhã seguinte acordo com o telefone da recepção, era o que tinha comprado ingressos para a Disney, avisando que eu tinha meia hora para estar lá embaixo pronta para o dia de diversão. Despedi-me e me dediquei a buscar uma roupa confortável para todo aquele calor, por sorte minha jardineira ainda me cabia e com uma blusa do Mickey, coloquei algumas coisas na mochila e desci. Quando cheguei ao saguão só estavam Gio e Tom.
– Cadê o restante do pessoal? O parecia tão apressado... – falei.
– Ainda estão tomando café. E você, não vai? –Tom avisou.
– Adorei o lenço. – Gio comentou.
– Vou pegar só um leite com chocolate, não vou me empanturra para ir ao parque. – ri.
Quando preparei minha caneca de leite, vi os três ao fundo rindo abertamente.
– Qual é a piada? – falei sentando de frente a ao lado do .
– Queremos ver quem vai a mais brinquedos... – respondeu.
Nesse momento veio a minha mente, que não poderia subir nos brinquedos já que quase todos eram proibidos para gestantes.
– O que houve? – se pronunciou.
– Eu tenho medo de altura, acho que vou ficar fazendo companhia a Gio. – falei.
– Pelo menos em um você vai me acompanhar... – brincou.
– Veremos. – nesse momento chega Tom dizendo que o “taxi” que irá nos levar já chegara.
O caminho foi bem animado, era um parque lindo com Mickeys por toda parte. Para desespero dos meninos e loucura das meninas, fizemos pelo menos cinquenta fotos nos primeiros quinze minutos que entramos no parque e logo nos dividimos. Eu fiquei com a Gio e os aventureiros seguiram para a sequência de montanhas-russas. Fomos ao carrinho de bate-bate e na roda gigante que não oferecia risco algum, quando sentamos na praça principal para comer um cachorro quente, a Gio fica olhando como eu devoro minha salsinha com o dobro de mostarda de qualquer pessoa normal.
– Quando você vai me contar? – ela falou e fiquei olhando com o cachorro no caminho de comer outro pedaço.
– Do que você está falando? – me fiz de idiota.
, você está grávida. Eu sei disso faz tempo, mas vê você continuar se entupindo de mostarda quando você sempre odiou, vai deixar claro para todo mundo.
– Gio... eu... Oh my God! – deixei o sanduíche e segurei a mão dela. – Por favor, por tudo que você ama, não conta pra ninguém.
– O sabe? – ela se ajeitou na cadeira.
– Sim. Na verdade fizemos a promessa de não contarmos nada até que a tenha o filho deles e bem, pensarmos na melhor solução.
– Você sabe que o Fletch vai comer seu fígado como patê no café quando souber.
– Gio, nem me fale eu tenho um frio na espinha quando chego perto dele, por isso estou disfarçando o máximo e graças a Deus estou tendo poucos sintomas.
– E não engorda uma grama. – ela ria.
– Minhas calças não entram, mas os vestidos ainda fecham – sorria.
– De quantas semanas você está?
– Quatorze semanas – fiquei um pouco vermelha, e ela sabia o porquê.
– No churrasco lá em casa!
– Não grita, Gio. Foi sim, e já que estou te contando... Nós continuamos a nos encontrar, eu sei que é horrível, mas não resisto ao . Só de falar nele minhas mãos suam.
– Prefiro não comentar, vocês saberão o que fazem. – ela rolou os olhos.
– Eu morro de vergonha por ter me convertido na OUTRA, eu juro. – segurei as mãos dela.
– Muda de assunto eles estão chegando. – ela riu.
Depois de acompanhá-los em dois ou três brinquedos mais, fomos assistir ao Toy Store III e depois seguimos para a parada da fantasia. Quando o sol foi se escondendo no horizonte, a lembrou que ainda teríamos que nos arrumar para o VMA, voltamos para hotel e seguimos para o salão que havia no térreo os guys desapareceram.
Depois de duas horas no salão, saímos com maquiagem e cabelo prontos. Eu subi e tomei um banho rápido, coloquei o vestido e os acessórios e pensei que seria à primeira em descer.
– Finalmente pensei que iria me deixar plantada. – falei quando vi sair do elevador.
– Você está linda! – ele piscou – Vem, vamos matar os outros de inveja.
Ele tirou uma foto nossa, colocou a legenda “melhor companhia não há!” e em instantes várias mensagens começavam a aparecer debaixo de nossa foto. Até que vi o comentário do : “Linda!”. Algo tão simples, porém vindo dele mexia tanto comigo. Logo apareceram os outros casais e subimos na limusine que nos levaria ao tapete assustador. Quando estávamos chegando ao local, meu celular vibrou avisando que tinha uma mensagem. “Eu daria tudo para ser o nesse momento, você é minha vida e ainda poderemos estar juntos para sempre, te garanto! Te amo”. Uma lágrima surgiu no meu rosto, disfarcei e voltei a prestar atenção na conversa sobre quem ganharia o prêmio principal.
Logo depois de cruzarmos o tapete vermelho e pousarmos para fotos, encontramos os meninos do One Direction, que como sempre foram simpáticos. Ficamos numa fileira afastada dos principais já que eles não concorriam a nenhum premio. comentava dos vestidos e eu e Gio dos gatões que cruzavam nossa frente, o que logo gerou crítica dos guys. A noite foi uma das melhores dos últimos tempos, curtir um evento sem ter nenhuma responsabilidade era relaxante. No final da noite, o telefone do Tom toca e ficamos apreensivos com quem ligaria àquela hora e minutos depois de muitos parabéns, ele resolve matar nossa curiosidade.
já é pai! – ele grita.
– Queria ver o baby ! – completa.
– Amanhã voltamos. – concluiu e como um balde de água fria, me dei conta que amanhã iria encarar a família perfeita do em todos os tabloides ingleses.
Para mim, a noite acabou ali. Decidimos voltar mais cedo para estarmos descansados para voar no primeiro horário. Minha noite foi bem longa, peguei o telefone umas cinco vezes para ligar para o , mas, no final, a coragem faltava. Por não haver dormido durante a noite, dormi quase todo o voo. Os guys foram direto do aeroporto para o hospital e eu peguei um taxi para casa. Estava relaxando na banheira quando meu celular começa a tocar, me estico um pouco e coloco no viva-voz sem sair da banheira.
, eu preciso te dizer uma coisa. Está sentada? – Gio falava em tom de segredo.
– Estou na banheira, Gio, o que houve?
– O filho do não parece nada com ele!
– Deve ser a cara da mãe... – fiz careta.
– Ele é loiro, mas os olhos são castanhos e umas feições que não lembram em nada o ... – falou e eu sentei imediatamente, se minhas aulas biologia não me falhavam, dois loiros de olhos azuis não podem ter um filho de olhos castanhos.
– E ele? – indaguei.
– Está furioso. A irmã tenta acalmá-lo, mas você conhece o . Ele está dizendo que o filho não é dele. E você e eu sabemos porque dessa reação.
– Porque ele não lembra o que aconteceu na noite que ela diz que eles estavam juntos! – terminamos a frase juntas.
– Eles já fizeram a coleta para o DNA, agora imagina se esse bebê não é do ? A jura que é dele. – ela terminou com a explicação. – E ele não para de dizer que quer o divórcio.
– Gio, pede pra ele vir aqui, preciso falar com ele. – pedi.
– Ok, vou falar com ele. – desligou.
Durante toda a tarde aguardei por notícias, porém ninguém tinha se lembrado de acabar com o meu desespero. Quando ouvi o barulho da fechadura da porta corri para a sala, um com enormes olheiras apareceu na minha frente.
, vem, senta aqui. Quer tomar alguma coisa? – me preocupei. – Só esteja comigo, por favor, fica aqui. – ele falou me levando para o sofá abraços. – Claro, meu amor. – falei fazendo cafuné.
Esperei ele se tranquilizar e busquei o momento para tocar no assunto. – ... – ele se virou e me olhou.
– Você tem noção que se provar que o filho é seu, você vai ter cometido a maior injustiça da sua vida com essa criança? – falei delicadamente.
, se você olhar pra ele vai ver, não temos nada em comum e os olhos dele... Quando olho pra ele, não consigo ama-lo. – ele estava triste como eu nunca tinha visto.
, não repita isso. A criança não te nada com a situação que nos estamos metidos. Ele não pediu pra nascer.
– Em dois dias as coisas se resolvem, o teste sai. E finalmente poderemos ser felizes. – ele me beijou e resolvemos esquecer o mundo, até que sua mãe ligou solicitando-o no hospital.




Foram às quarenta e oito horas mais longas da minha vida. não dava notícias e Gio estava terminando os preparativos do quarto do bebê, sem poder me ajudar muito. Nós estávamos indo às entrevistas sem o e fugíamos de qualquer assunto que se tratasse do nascimento. Fletch tinha reforçado que eu não me intrometesse na vida dos , era constrangedor que o Fletch viesse me falar disso, mas estava contornando bem a situação.
A secretária da Dra. Melissa me ligou avisando que os resultados estavam prontos e se poderia ir à consulta hoje à noite, já que houve uma desistência. Aceitei e comecei a adiantar meu trabalho, me veio à cabeça que o queria ir a todas as consultas, mas nesse momento não havia possibilidade de falar com ele. Como tinha passado a manhã na rádio com os meninos e quase não consigo me livrar da reunião com o Fletch no final da tarde, corri e consegui passar em casa para me arrumar e tomar um banho. Escolhi um vestido grosso caramelo e uma legging preta troquei de bolsa e segui em taxi para a consulta.
Cheguei um pouco atrasada, mas ainda tinham duas pessoas na minha frente para atendimento, me sentei e ao meu lado alguém havia deixado um livro de nomes, comecei a folhea-lo. Entre muitos nomes, um me chamou atenção, Joanna - agraciada por Deus. Com aquela descrição, tinha certeza que se tivesse esperando uma menina esse nome seria ideal, por que desde que descobri que estou grávida é como se Deus estivesse comigo protegendo a mim e a ela.
A doutora perguntou pelo meu namorado, eu disse que ele estava fora, checou comigo todos os exames e eu estava perfeita, disse que eu tinha nascido para ser mãe, me avisou que nas próximas semanas já não daria mais para esconder a barriga que me incomodaria ainda mais as roupas apertadas e que na próxima consulta provavelmente já poderíamos ver o sexo do bebê. Despedimo-nos e segui de metrô para casa, jantei uma sopa de galinha bem quente e adormeci tranquilamente.
Eram pouco mais das oito da manhã quando meu telefone toca assinalando o nome do no identificador.
“Oi.” - falei atendendo.
“Eu tinha razão! Estou chegando à sua casa, não saia.” - ele falou e desligou.
Ainda atormentada, fiz minha higiene matinal e tomei um suco de morango, aguardando com o coração na mão, nada que ele tinha falado fazia sentido, a menos que o resultado do DNA tivesse saído. Ele entrou correndo e me abraçou.
– O FILHO NÃO É MEU! – ele me girava no ar, me deixando feliz e enjoada.
, para, me explica e principalmente me coloca no chão se não eu vou vomitar. – falei manhosa.
– Desculpa – me colocou no chão – acabei de falar com a advogada e ela me assegurou que menos de dois meses terei o divorcio e que é possível anular o casamento para que possamos nos casar! – os olhos dele brilhavam.
, isso é maravilhoso!! – o beijei com gosto e quando as carícias foram ganhando magnitude, meu estômago começou a roncar.
– Se importa se comermos algo antes? – falei sedutora.
– Antes de... Já quer se aproveitar do meu corpo Srta. ? – ele falava com aquela cara que você tem vontade de apertar.
– Sabe Sr. , agora não quero mais. – falei sentando-me à mesa e me deliciando com uma pêra na melhor pose sedutora que eu consegui.
– Não seja má! – ele fazia o percurso do meu ombro até minha orelha com beijos quentes e doces, típicos dele.
Antes que ele fazer qualquer outro movimento, meu telefone começa a tocar, saio em busca dele pelo quarto o nome da Gio aparece no visor.
“Oi” – atendi.
“Você já sabe da bomba?” – ela tinha uma voz misteriosa.
“Se tem algo a ver com certo ruivo que conhecemos, ele está nesse momento tentando me convencer a deixar minha pêra pela sua boca” – falei mais para provocar o que para assustar a Gio.
“Deus me livre desse fogo de vocês, depois de te ligo, estou super feliz por vocês!” - desligou.
– Posso saber com quem é essa intimidade toda? – ele me abraçava.
– Giovanna Fletcher! – ele riu.
– Ótimo saber que vocês falam sobre nós.
– Menos , bem menos. Agora ocupemos sua boca com algo mais importante. – puxei-o para um beijo, não sei o que tinha me dado, não era tão assanhada assim, mas saber que poderíamos ser felizes novamente tinha me deixado bem animada.
Depois de deitarmos completamente esgotados, meu celular recupera a vida e minha espinha se arrepia quando leio o nome Fletch no visor.
“Chefe, sei que estou atrasada...”
, quero você aqui em meia hora, e pode dizer ao que ele também está citado.” – falou curto e grosso.
– Coloca a roupa e vamos para o escritório, o Fletch está puto! – avisei rumando para o banheiro.
– Ele já sabe que o filho não é meu! – ele falou.
Ele dirigiu o mais rápido possível e eu tremia como uma vara verde. No momento que girei a maçaneta da sala do manager, ele fez sinal que sentássemos e abriu uma gaveta, tirando um jornal e posicionando a nossa frente com a grande manchete: “ , deixa casamento por assistente grávida. conta tudo!” Minha vista escureceu e apaguei.
Conseguia ouvir vozes ao longe, mas não era capaz de distingui-las, minhas mãos formigavam e um cheiro horrível me tirava o ar, depois de tossir consegui abrir os olhos. , Fletch e Alicia estavam frente a mim com caras de assustados.
, por Deus, está tudo bem? – passava a mão no meu rosto.
– Deem um pouco de espaço a ela. – Alicia afastava os dois.
– Ai meu Deus, que cheiro horrível. – falei.
– Amor, vocês estão bem? – beijava minha testa.
– Amor? – Alicia parecia incrédula.
– Pode ir, Alicia. Eu sigo daqui. Obrigado por tudo. – ele a guiou até a porta.
– Agora que estamos todos despertos... – ele não parecia tão furioso quanto antes, mas bem longe de ser o Fletch que todos conhecemos. – Como vocês vão ter um filho e eu não sei? E , como você se casa, se não sabe se o filho é seu?
– Ela jurava que era, Fletch e eu acreditei como um idiota. Eu não lembrava nada e ela me enganou bem, já pedi a anulação do casamento e como vingança ela fez isso. Só não entendo como ela saiba da gravidez da .
– E principalmente como ela ainda não mandou me matar, mas acho que ela deixou essa parte para você, chefe. Eu juro que iria contar, só queria que o filho dele já tivesse nascido quando a coisa toda fosse parar no ventilador.
– E deu a ela a oportunidade de manchar a sua imagem, . – nos mostrou o jornal mais uma vez – Aqui diz que você sabia que o filho não era seu e que depois de casado começou a se envolver com a e que como agora tinha um filho legítimo iria abandonar a ela e o bebê.
– Mentira! Você sabe muito bem que me casei pelo meu filho! Que ódio, como pude confiar na ?
– Bem, agora não temos que provar que você não sabia e essa discussão nos meios seria ainda mais prejudicial, quero que você saia de casa hoje mesmo e vamos nos afastar de Londres por umas semanas. Viagem para compor, eu ainda estou pensando.
– E a tour? Teria que voltar em uma semana. – falei.
– Você vai me ajudar nisso... Comece as negociações. Quero pelo menos quinze dias fora, e vou ligar para os outros. Reunião hoje à tarde. , vá a sua casa e sem brigas, pegue suas coisas e saia de lá.
– Pensei que ele iria comer meu fígado. – falei quando saímos da sala do Fletch.
– Ainda não acabou, . – ele não me olhou e saiu.
Demorei pelo menos duas horas pra me concentrar em como remarcar doze shows que teríamos no período de reclusão. Muitos já tinham lido a matéria e concordaram em adiar os concertos, mas um produtor de Bournemouth se negou a modificar a data e começamos a negociação de quebra de contrato. Quando pensei que as coisas não poderiam piorar mais, meu celular mostra uma mensagem da : “Você acha que venceu a guerra, mas essa foi só uma batalha. Prepare-se, querida. A artilharia pesada começa agora!”. E como sempre meu sangue ferveu só de pensar naquela modelo de meia tigela.
Senti um calor grande percorrer meu corpo e minha barriga fez uma contração estranha, não permitiria que ela fizesse qualquer mal ao meu bebê. Tomei um chá para me acalmar e tive que resumir a história para a Alicia que, cada vez que explicava que e eu estávamos sim juntos, abria mais a boca. Almocei na companhia da Gio que veio ao escritório tentar me dar apoio e também me contou que o bebê já estava pronto para nascer, segundo seu ginecologista, mas ela queria que demorasse um pouco mais. Marcamos o jantar nessa semana quando decidissem para onde os guys iriam e como ficaria tudo. Era tão importante para mim ter o apoio dela naquele momento. Quando me despedi dela, peguei meu ipad e segui para a sala de reuniões, ali estavam os seis e Fletch vinha logo detrás de mim.
– Quietos, hoje o clima não está pra festa, principalmente para você, ! – Fletch sentou o que poucas vezes fazia nas reuniões. – , os dados das negociações? – lhe passei o ipad com a agenda.
– Tivemos duas desistências, Stefan de Dublin concordou de ter lugar na próxima temporada já que nesse ano já não tínhamos nenhuma data livre que coincidisse com a dele, e o Davi, o produtor de Bournemouth quer o dinheiro mais a multa até amanhã. – falei.
– Pode ir fazendo o cheque, , são 300.000 libras. Mas alguma notícia que eu deveria saber, senhores?
– Fletch, eles não podem ir para muito longe já que a Gio está liberada para o parto a qualquer momento. – falei timidamente. – Vocês irão para Sligo, fica à uma hora e meia de avião, então quando a Gio tiver qualquer coisa você virá. – ele se direcionou ao Tom. – E para terminar, , você está demitida! – ele falou curto e grosso.
– Não, Fletch! – os guys tentavam interceder por mim, mas ele saiu rapidamente sem deixar margem para que ninguém falasse.
Como uma boa grávida, eu desatei a chorar e fiquei lá sem saber o que fazer. veio me abraçar e eu usei seu ombro amigo. Todos estavam atordoados com o novo posicionamento do Fletch e minha vergonha era ainda maior diante do James e Matt, com os quais eu não tinha tanta amizade.
– Eu sei que ele vai reconsiderar. – falava.
– Acho difícil. Ele tinha me avisado várias vezes para eu me manter longe do , e eu fiquei grávida dele. Eu sou uma idiota. O que eu vou fazer agora? – chorava.
– Quando voltarmos de Sligo, ele terá que reconsiderar. Agora é melhor você ir para casa. Cadê o ? – Tom replicou.
– Ele sumiu. – Matt concluiu.




Não tinha disposição para procurar o àquelas alturas. Tom fez o favor de me deixar em casa, já que deixei a van e as chaves junto com as coisas deles no escritório. Ver a cara da Alicia enquanto encaixotávamos minhas coisas foi ainda mais dolorido. Ele me ajudou a colocar as caixas na sala e se foi, me dando um beijo na cabeça; sentei no sofá e as lágrimas não paravam de jorrar como se eu fosse uma fonte. Logo um barulho conhecido da fechadura girando me fez secar as lágrimas e prestar atenção ao entrando.
– Onde você se meteu? – o abracei.
– Estava falando com o Fletch de homem pra homem. Infelizmente até que você tenha nosso filho, ele não quer que você volte ao escritório, mas consegui esclarecer que você não teve culpa, que nós nos amamos e que não importa que provas nós tenhamos que passar nosso futuro é estar juntos.
, eu estou tão mal e essa multa que você terá que pagar, se eu tivesse, eu... – ele apertou minha boca com os dedos como se faz com uma criança, me impedindo de falar.
– Esse dinheiro é o de menos, o que maltrata é que vamos ter que ficar longe justo agora e, quanto a isso não tive como argumentar. Amanhã embarcamos para Sligo.
– Sem problemas, meu amor, nós estaremos aqui te esperando. – ele abriu um sorriso e me abraçou.
– Outra coisa, eu deixei o Bruce na casa da minha mãe e queria que você fosse vê-lo enquanto eu estiver fora. Ele deve estar maluco com tantas mudanças.
– Farei isso, e cuidarei da nossa pequena. Agora vem, vamos dormir... – fomos para o quarto e naquela noite foi puro carinho, sem nada mais que carícias e beijos.
Eles embarcaram na manhã seguinte e eu combinei de almoçar com a Gio, cheguei a sua casa pouco antes das onze e lhe ajudei a preparar uma salada e comemos na cozinha mesmo.
– Gio, e o bebê? Você acha que ainda falta muito? – perguntei.
, pra ser sincera, todas as noites sonho que ele está nascendo e agora com o Tom longe, tenho medo de tê-lo de madrugada e sozinha. – ela falou triste.
– Gio, se quiser me ligue, em dez minutos chego aí de taxi.
, você não queria ficar aqui esse dias? – ela sorria.
– Se você quiser aguentar meus suspiros pelo todas as noites quando ele me liga. – brinquei.
– Será um prazer e se você cozinhar, aí vai ser melhor ainda! – ela piscou.
Naquela tarde fiz minha mala e me “mudei” para a mansão dos Fletchers. Ali tinha paz e o ambiente pré-natal me fazia bem. Durante alguns dias, tive que ficar trancada porque os paparazzi já sabiam onde eu estava. Aproveitamos para chamar a para algumas tardes de cinema.
– Trouxe “a culpa é das estrelas”! – falou animada.
, quer matar a gente de chorar? – perguntei.
– Ou está querendo muffins de brigadeiro como eu? – Gio brincou.
– Vou pra cozinha, vão ajeitando tudo, eu volto com a pipoca. E muffins só de noite. – falei rumando para a cozinha.
– Chata! – fizeram coro.
Foi incrível sentir todo aquele apoio e o modo como me assegurava seu amor por telefonemas, mensagens e fotos bobas no instagram fez com que aquela semana passasse voando. Meu pai finalmente tinha sido avisado de toda a situação e por algum milagre divino, minha mãe o convenceu a não vir me pegar aqui pelos cabelos. Tive que ficar umas três horas no telefone explicando-o como tudo tinha acontecido, inclusive que estávamos comprometidos quando a tinha armado toda aquelas mentiras. Não que ele entendesse como estava grávida sem haver me casado, mas pelo menos respeitou a situação.
Outro milagre aconteceu quando fui visitar o Bruce. Vicky tinha me tratado super bem, mas eu preferi não abusar da sorte e não demorei nem vinte minutos em Bolton, voltei com a desculpa que não poderia deixar a Giovanna sozinha.
, depois da última mensagem, tinha sido abduzida. Nem nos tabloides ela saia mais, mas algo me dizia que ela não iria se esquecer de mim tão facilmente. Estava pegando o enxoval da Gio na lavanderia do bairro, quando a visão de um carrinho de bebê e uma loira muito conhecida fez com que eu deixasse as sacolas caírem no chão.
– Tudo isso é emoção por me ver? – ela sorria.
– Não se valorize tanto, . Com licença, já estava indo. – ela colocou o carrinho na minha frente.
– Já recebi a intimação para o divórcio. Finalmente você será a senhora , pelo que vejo. Desejo tudo de bom para o feliz casal, eu estarei bem com meus milhões. – ela sorria ainda mais diabolicamente.
– Toda a felicidade para você e seu filho. Só quero paz. – falei.
– Aí eu já acho mais difícil. Mas diga ao meu marido que ele não complique as coisas no tribunal... – ela saiu como se nem me conhecesse.
Quando cheguei a casa, não contei nada pra Gio. Dedicamos-nos a montar as coisas do quarto, aquele menino já tinha mais brinquedos que qualquer criança normal, o fato do pai ter uma coleção particular de livros infantis também ajudava.
Estava colocando uma lasanha no forno quando meu telefone toca.
“Amor, que bom ouvir sua voz logo cedo.” – falei colocando no viva-voz.
, como estão meus amores?” – ele ria.
“Amores? Vou começar a ter ciúmes...” – entrei na brincadeira.
“Você é meu amor principal, e nosso bebê vai ser a continuação do nosso amor. Agora deixa eu te contar a novidade...” – fez uma pequena pausa – “O Fletch teve aqui ontem e nos liberou do castigo, voltamos hoje à noite! E parecia mais calmo, acho que talvez vá procurar você também.” – se notava em sua voz a alegria.
“Não acredito, meu amor, a Gio vai amar a notícia!”
“E você não?” – ele disse enigmático.
“Eu já estou pulando. Volta logo” – ele se despediu e desligou.
Corri para o segundo andar e comecei a procurar a Gio. Confesso que quando terminei as escadas, uma dor estranha se apossou do pé da minha barriga, parei um pouco e me curvei.
– Gio. – gritei.
– O que houve? Já sabe que eles estão voltando? – ela chegava perto de mim.
– Gio, eu estou sentindo uma dor estranha, acho que subi a escada rápido demais. – falei segurando meu ventre.
– Vem, deita um pouco. Pode ser isso ou essa sua roupa apertada. – ela sempre implicava que eu continuasse a usar jeans.
Abri os botões do jeans e me deitei, a dor melhorou consideravelmente.
– Você veio me fazer companhia e se sente mal. Espera, vou ligar pra .
– Não precisa. – reclamei.
– Temos que ter alguém se tivermos que pegar o carro. Já que eu não posso mais dirigir. Descansa, volto já.
Ela sumiu do meu campo de visão e eu estava com vontade de ir ao banheiro. Levantei com alguma dificuldade e percorri o pequeno espaço até o sanitário, depois que fiz xixi, a dor quase que desapareceu completamente. Resolvi tomar um banho e relaxar um pouco mais e quando saí, Gio e me esperavam sentadas na cama.
– Hora de vestir-se como uma verdadeira grávida. – Gio ria.
– E eu estou aqui pra registrar tudo. – falou com celular em punho.
– Vocês venceram, o que tem pra mim? – olhei desconfiada.
Gio abriu espaço para que eu visse o look que ela tinha montado pra mim na cama, um vestido preto de mangas com estampas, botas e cachecol, completei o look com o cabelo quase todo solto e maquiagem natural.
– Amei Gio, é lindo! – falei pegando minha lingerie e em seguida colocando o vestido, que evidenciava uma pequena barriga.
– Agora a foto! – se colocou entre nós e fez uma selfie: “Agora é só esperar os sobrinhos!! :)” – Instagram! – ela ria.
– Agora que tal um lanchinho? – minha barriga roncava.
– Starbucks? – Gio concluiu.
Aproveitamos a tarde divertida no shopping, com direito a cinema, pipoca e depois daquele maravilhoso frappuccino com muffins de groselha; quando nos demos conta, já era hora de pegar os meninos no aeroporto. Seguimos pra lá mais saltitantes que gazelas no cio, Gio nem parecia estar com aquela barriga enorme, efeito Tom suponho.
Depois de esperarmos dez minutos, eles apareceram no portão desembarque. Quase desmaiei quando senti novamente o abraço do . Parecia irreal que pouco mais de uma semana tivesse deixado tanta saudade. Depois dos devidos abraços, fomos indo para a zona dos taxis, já que não caberíamos todos no carro de . James, e Matt já haviam pegado um taxi, quando a Gio me puxa pro lado e fala baixinho.
– Você se lembra de como eram as coisas das contrações?
– Começa com o peso e a vontade de fazer xixi... – falei distraída, ela aperta meu braço.
– Conta! – ela gritou e todos nos olharam.
– A Gio tá em trabalho de parto! – gritei para o Tom.
Ele rapidamente a pegou no colo e corremos para o carro da . foi dirigindo e Gio no carona, por pressa fomos os quatro apertados no banco de trás. saltou pelo menos dois sinais e Gio gritava cada vez que ele desviava de um pedestre. Quando chegamos ao hospital, ela seguiu na cadeira de rodas. Tentei agilizar as coisas na recepção, enquanto a se comunicava com os familiares dela – os guys andavam em círculos.
Depois de duas longas horas e mais de vinte pessoas esperando no hall, veio à boa noticia Buzz já estava entre nós. Foi aquele chororô e começamos a gritar, até a que enfermeira nos ameaçar de nos expulsar de lá. Fomos avisados de que somente a família poderia permanecer e seguimos para casa. caiu exausto, eu estava tão elétrica com todos os últimos acontecimentos que fiquei até às cinco da manhã na frente da televisão.
Senti um calor próximo ao pescoço que foi subindo até acabar na minha boca, a princípio não distinguia, mas com o passar do sono, os beijos do eram o melhor despertador.
– Bom dia, princesa. – falou quando viu meus olhos abrindo-se.
– Bom dia, amor. – respondi me espreguiçando.
– Nem pude dizer como você estava linda... – ele se deitou sobre mim.
– Mas pode dizer agora! – sorri.
Começamos uma ótima sequência de beijos, que certamente iriam parar mais além daquele sofá se o não tivesse ligando dizendo que eles estavam de saída pro hospital. Fui me arrumar e foi se “resfriar” na banheira. Coloquei outro dos vestidos que tinha comprado com a Gio e seguimos para a maternidade; Buzz era um bebê lindo, completamente careca e sorridente. Todo o quarto estava enfeitado com balões e flores, Gio sorria como uma criança que tinha ganhado o presente mais esperado de aniversário e me assegurou que toda a dor se esquece no momento que vê o bebê.
Na saída do quarto encontramos Fletch e a namorada, que também tinham vindo visitar os Fletcher, era impressionante como depois de anos trabalhando juntos ele somente me cumprimentou com um simples aperto de mão. Sua frieza era palpável. me abraçou e saímos logo do ambiente, preferi não comentar muito sobre o tema. Durante aquele primeiro mês, fiquei muito tempo com o pequeno Buzz enquanto os meninos voltaram às sequências de entrevistas e preparatórios para a volta a turnê que ocorreria em alguns dias.
Alicia me ligou duas ou três vezes para tirar dúvidas e perguntar como eu estava. Aparentemente Fletch não quis contratar outra pessoa, Tommy topou ajudá-lo na tour e ele estava se desdobrando para fazer o meu trabalho e o dele. Segundo Alicia, ficava no escritório até altas horas da noite e estava muito rabugento. Rezei para que ele um dia aceitasse me escutar e quem sabe me perdoasse. Sei que por mais que fosse a causadora de tudo não posso me esquivar da minha culpa em ter desobedecido às ordens dele.




Era uma linda sexta de Outubro. O Mcbusted estava em turnê pelo norte, minha barriga de sete meses estava gigante, Buzz era o bebê mais bochechudo que a terra já tinha visto e de resquício do pesado só restava à pensão que o teria que pagar pelos próximos cinco anos a ex-miss Inglaterra. Hoje teria minha sexta consulta com a Dra. Melissa e dessa vez não poderia estar comigo, pois estaria em Birminghan. Escolhi uma legging e um vestido mais estampado, rasteirinha e caprichei na maquiagem, já que as idas ao médico e compras no supermercado eram os únicos eventos que estavam na minha agenda.
Estava pressentindo que hoje a Joanna iria se mostrar, embora já tivéssemos feito cinco ultras em busca de confirmar o sexo, meu bebê continuava com as perninhas fechadas. A doutora brincava que ele ou ela queriam matar a mamãe de curiosidade. Não seria nenhum problema se confirmássemos uma menina já que tudo que comprava era rosa ou com flores, já se fossemos surpreendidos com um little boy, ele iria ser um menino muito “rosa”.
Milagrosamente quando cheguei para a consulta a Dra. Melissa não tinha ninguém. Depois dos exames de praxe, seguimos para a sala do ultra e minutos de suspense, ela começa a rir.
– Quer saber o sexo?
– Estou ansiosa. – falei tremendo.
– Deus foi misericordioso em não fazer um menino vestir rosa nas suas primeiras semanas de vida. Bem vinda a primeira foto íntima, Joanna. Não era esse o nome?
– Sim. – ela fez um close e se podia ver que não tinha nada de pintinho ali. – Que alívio. – ri.
– Muito bem, diga ao senhor que se acabaram as noites tranquilas, agora tem que vigiar duas garotas! – ela brincou e logo nos despedimos.
Troquei-me, e logo que saí do consultório, comecei a mandar as mensagens com a grande notícia. Alguns retornaram com carinhas e outros com piadas ao , mas quando recebi uma mensagem da Vicky dizendo que já amava a sobrinha, meu corpo relaxou. Parece que finalmente ela tinha aceitado minha história com o . Segundos depois o nome do aparece no meu visor.
– Você sabe que faz o homem mais feliz do mundo? – ele ria.
– Não mais feliz que eu! Desculpe pelo Joanna, mas desde que vi a descrição do nome, me apaixonei.
– Eu preferia Daniella, mas a mãe pode escolher. – podia sentir que ele estava piscando pra mim daquele jeito sexy dele.
– E o show? Já ensaiaram?
– Você nunca vai conseguir relaxar mesmo que não esteja em turnê? – ele parecia estar menos risonho.
– Amor, durante anos isso foi minha vida, não posso desintoxicar assim tão rápido.
– Você tem que se concentrar na nossa menina e em me esperar linda como sempre. Eu tenho certeza que logo que a Joanna nasça o Fletch te amarra de novo, ele está ficando louco aqui sozinho. Nem o Tommy aguenta mais ele.
– Sorte! Agora vou pra casa descansar que essa barriga...
– Te amo, linda. Beijos. – nos despedimos.
Amanheci preguiçosamente e quase morro de susto quando a campainha toca às oito da manhã. Abro a porta e o susto é completo, uma linda jovem de cabelo lilás estava do outro lado.
– Vicky? – dei espaço para ela passar.
– Bom dia! – ela passou a mão na minha barriga. – Bom dia, princesa.
– Veio só? – falei procurando sua mãe ainda lá fora.
– Foi. Na verdade fui meio obrigada, mamãe leva um bom tempo me enchendo que eu te tratei mal e que logo minha sobrinha vai nascer e que ela não acha certo... Você sabe como ela consegue ser persuasiva quando quer... Bem, ficarei com você até amanhã quando o chegar. – ela sorria.
– Nossa, você me pegou de surpresa. Eu tenho que ir ao supermercado e colocar algumas coisas do enxoval na lavanderia para bordar. Aceita um café? – caminhei para a cozinha.
– Aceito sim. A mãe me deixou ainda dormindo na estação de trem. – ela se sentou ao meu lado na bancada.
– Depois do café me arrumo rápido e vamos. Vai ser ótimo se você puder dirigir por que com a barriga fica cada vez mais difícil. – tentei amenizar o clima.
– Pode contar comigo.
Tomei um banho rápido e bem morno, separei meu macacão jeans e uma blusa manga longa listrada, fiz uma maquiagem alegre e forte, troquei a capinha por minha capinha de pinguim e coloquei minhas coisas na bolsa e fui ao encontro da Vicky. Deixamos a malinha da Joanna na lavanderia e seguimos para o shopping. Iria aproveitar além de ir ao supermercado passar na loja de vinis que o gostava e vê se tinha alguma novidade pra ele. Infelizmente, na loja não tinha nada que ele tinha selecionado, então seguimos para o supermercado. Antes mesmo de pegar o carrinho uma repórter se colocou ao meu lado com seu gravador.
– Verdade que já temos confirmação que a little será uma menina?
– Como soube disso? – perguntei impressionada e Vicky foi andando mais a frente.
– Temos nossas fontes. Você confirma? – ela continuou.
– Sim, será a Joanna. Agora tenho que fazer minhas compras, licença. – o tinha me ensinado a ser gentil, mas a dar poucas informações, somente o necessário para que nos deixem em paz.
Ao sair do corredor de alimentos, ainda sem encontrar a Vicky, estavam mais a frente na seção de frutas e Luis. Como assim o roadie do Mcfly estava de abraços com a ex do ? Era possível que ela tivesse traído o com ele? Tirei uma foto da cena e enviei para a Gio.
“Você acredita nisso?” – escrevi junto a foto.
“É o Luis o roadie? =O”
“Para mim parece, mas acho que estou alucinando... :/ E a Vicky que sumiu, quero ir embora daqui!”
“A Vicky está contigo? E ele não tinha que estar viajando com os guys?” – ela duvidou.
“Está sim, depois te explico. Verdade. Luis tinha que estar em Birmigham agora... Será que ele saiu? Vou perguntar pra Alicia...” Liguei para a Alicia para ter mais informações do Luis, ela me confirmou que tinha umas duas semanas que o Fletch tinha dispensado ele, e que tinha contratado outra pessoa às pressas.
Passei as informações para a Gio, mas ainda não sabíamos por que daquela aproximação. Finalmente encontrei a Vicky próximo aos iogurtes, apressei-me para terminar as compras e sair daquela situação. Graças a Deus a não me viu e acho que nem a Vicky. Quando chegamos a casa, Vicky foi guardar as compras e eu comecei a preparar nosso almoço, um pouco de salada e lasanha de frango em pouco mais de uma hora tudo estava servido e nos sentamos à mesa.
, posso te perguntar uma coisa? – ouvir meu apelido na voz dela ainda era estranho.
– Claro que sim. O que eu souber responder.
– Como você se interessou por um homem comprometido? – Boom! A velha guerra tinha voltado. – Não me leve a mal, já entendi que vocês se amam, mas com toda a história do meu pai, queria saber como tudo acontece.
– Vicky, eu não planejei me apaixonar pelo seu irmão. Na verdade, durante muito tempo tentei esquecer e matar esse sentimento. Mas quando o homem que você ama bate na sua porta e diz que sente o mesmo, tenho que te confessar que na hora não pensei que ele tivesse noiva ou que aquilo era loucura, era só o meu sonho sendo realidade por algumas horas. – ela me olhava sem expressar qualquer opinião. – Logo em seguida eles acabaram e bem quando surgiu a história que ela estava grávida eu já estava muito envolvida pra resistir ao seu irmão.
– Então você está me dizendo que o foi o culpado?
– Não, não tiro minha culpa de maneira nenhuma. Foi um consenso dos dois. Mas posso te assegurar que nunca bati na porta dele.
– É que a me dizia que você o perseguia, e que vivia se metendo na vida dos dois.
– Acho que o problema foi esse, como ela é sua amiga, você sempre ouviu o lado dela e não me deixou me explicar.
– Sinto muito por isso. – ela pegou minha mão – acho que afinal minha mãe tinha razão, você é uma boa pessoa, só não tínhamos nos “apresentado” ainda.
– Obrigado pela parte que me toca, mas se quiser visitá-la ou tiver mais coisas pra fazer aqui em Londres, não se prenda por mim. No meu estado, me canso muito rápido e quase não saio.
– Acho que hoje à tarde vou ao teatro, faz tempo que não vou até minha antiga escola de música também.
– Fique a vontade. – falei recolhendo a louça e colocando na lavadora.
Logo depois do almoço Vicky saiu e só retornou de madrugada. Eu sei por que tinha levantado pra ir ao banheiro quando vi a luz do corredor ligada. Minhas noites eram cada vez mais longas e cansativas devido às inúmeras vezes que ia ao banheiro. Por sorte, a partir de amanhã só teria eventos na capital e poderia desfrutar um pouco mais dele. Acordei sorrindo a toa, tomei um banho demorado como há tempos não me dava ao luxo, passei todos os cremes pertinentes; coloquei meu jeans, uma camisa que a Gio tinha me dado e um casaco de lã quentinho, desci para tomar café e encontrei a Vicky no sofá vendo um filme qualquer.
– Bom dia! – falei animada.
– É nessas horas que tenho certeza que você o ama, que sorrisão logo cedo. – ela falou com cara de sono.
– Não existe nada melhor que a sensação que vou reencontrar seu irmão, quer dizer quando ele está em casa sim, é melhor. Quer uma omelete?
– Não, obrigado, a ressaca está me matando.
– Qualquer coisa estou na cozinha.
Preparei uma omelete de atum que desapareceu em poucos minutos. A tensão de vê-lo novamente me fazia comer como uma louca e isso não mudou como a gravidez. Uma hora depois estávamos no carro em direção ao Gatwick, pois dessa vez eles voltavam em jato privado. Estacionamos e seguimos para o portão de desembarque, estava sentada ao lado da Gio e admirando o pequeno Buzz quando o cheiro do McDonalds fez meu corpo estremecer. Pedi licença e fiz meu pedido. Estava dando minha primeira mordida no meu wrap quando sinto os braços mais divinos fazendo a circunferência da minha cintura, o beijo doce e quente no meu pescoço QUASE me fez perder o apetite.
– Ótimo saber que estou sendo trocado pelo velho Ronald! – sua voz aveludada me fazia arrepiar.
– Estou quase me engasgando por esse sanduíche, mas não te troco por nada, amor. – falei dando a volta para beija-lo.
– Come tranquila que preciso fazer fotos amanhã... – ele ria.
– Sem graça! – falei antes de começar a devorar meu lanche, seguimos para onde estavam os guys.
– Você vai explodir! – falou beijando minha bochecha.
– A sua delicadeza me emociona... – falei beliscando sua bunda.
– Olha sua mulher me atacando, ! – ele ria e roubou um pedaço do meu sanduíche. Foi o start para que não voltasse a ver meu wrap. Depois de dada à volta no grupo recebi o pacote vazio.
– Ainda bem que pedi batatas. – falei virando o pacote e constatando que não restava nenhuma alface sequer, comecei a comer as batatas que tomaram o mesmo rumo do meu sanduíche. – Eu desisto de vocês.
– Quem vai almoçar lá em casa? – Gio se pronunciou.
– Todos! – respondemos.
– E eu vou levar alguém especial. – tinha um sorriso típico apaixonado.
– Quero saber tudo, nanico. – o apertei.
– Olha os paparazzi, . Não vai queimar meu filme. – falou rindo.
– Só porque estou gordinha? – fiz a cena.
– Vamos parar de enrolação quero curtir esse dia de folga! – falou doce.
Foi como se o passado tivesse voltado. Comemos em harmonia, muitas risadas e conheci a Ellie Goulding, a nova namorada do , uma mulher muito alegre e diferente das atuais pop stars. A Vicky tinha pegado o trem de volta para Bolton e estava esparramado no sofá assistindo a mais uma partida de futebol. Deixei minha atenção do artigo sobre mudanças na vida do casal com filhos para prestar atenção no meu noivo, além de ser o homem mais lindo que havia visto na vida. me completava, fazia do meu futuro algo certo e seguro, foi quando tive a ideia de fazer daquela noite uma “noite especial”.
, você vai ter algum evento hoje à noite? – perguntei distraidamente.
, acabei de chegar de viagem, me dá um descanso, né? – riu.
– Ok, vou pro quarto. Você vai continuar aí? – falei desligando o notebook.
– Ainda tem cinquenta minutos de partida, depois vou. – passei pelo sofá lhe dei um beijo e segui para meu plano.
Procurei uma lingerie legal e que mesmo com a barriga ainda parecesse sexy, o sutiã certamente tinha melhorado com o aumento de volume dos meus seios. Separei os Loubutins pretos que ele amava, mas faltava um clima mais romântico. Procurei nos meus contatos uma floricultura que sempre quebrava o galho quando queríamos serviços rápidos. Doze rosas vermelhas em meia hora estariam aqui. Acertei pela porta dos fundos. Segui pra cozinha e como previ, estava entretido com o jogo e nem notava minha presença, bati a massa e preparei os muffins preferidos dele, quando começou a cheirar ele veio logo atrás de mim na cozinha.
– Meu amor, não precisava... – ele foi logo roubando um quente mesmo.
, ainda falta rechea-los! – bati na sua mão.
– Eu espero... – falou voltando para a televisão.
Coloquei um champanhe no freezer e preparei uma porção generosa de morangos, logo alguém bateu na porta dos fundos, recebi as rosas, paguei e agradeci. Despetalei todas e coloquei num saco para que o Danny não visse, joguei os troncos no lixo e segui com minha operação surpresa.
Voltando ao quarto, comecei o caminho de pétalas que seguia desde a porta até o banheiro, coloquei o champanhe e os morangos na bancada do banheiro, escrevi o primeiro cartão “pegue a máscara e siga o caminho S2” e coloquei sobre a cômoda que ficava ao lado da porta, tomei meu banho caprichando nos óleos e em seguida coloquei a banheira pra encher água quente como ele amava. Ao lado da banheira, o segundo cartão: “agora para relaxar coloque a máscara”. Coloquei minha lingerie e um robe por cima, fiz uma maquiagem nude e caprichei nos lábios vermelhos como essa manhã, acendi as velas e coloquei uma música baixinho, hora da ação.
! Vem aqui, por favor... – falei alto e manhosa. Em questão de segundos ouvi seus passos e me escondi no closet, mas com visão para a porta.
– O que houve? – ele abriu a porta rápida e parou no momento que viu a penumbra do quarto. Graças à vela ao lado do cartão, ele o viu rapidamente e leu. Instantaneamente um sorriso safado se formou no seu rosto. – Você não vai aparecer? Como fez tudo isso?
– Segredos... – falei rindo. – coopera... – ele desistiu de me encontrar e seguiu para o banheiro, por alguns momentos perdi a visão dele, mas pelos movimentos ele já estava entrando na banheira.
Esperei alguns minutos e me coloquei na porta do banheiro, ele ainda não tinha a máscara e o olhar que ele me deu dos pés até encontrar meus olhos me fez arrepiar inteira.
– Ok! Não sei o que eu fiz para merecer isso, mas, por favor, me diga para que eu faça SEMPRE...
– Shiii, coloca a máscara e não corta o clima. – falei docemente.
Ele sorriu e colocou a máscara. Passei na bancada, abri o champanhe e coloquei na taça dele, peguei o pote de morangos e me sentei ao lado da banheira.
– O que você fez foi fazer apaixonar desesperadamente por você. – falei baixo próximo a sua orelha vi o efeito da minha voz na sua pele agora arrepiada. - , eu te amo e quero que nossa vida seja sempre assim, amor...
Ele buscou meu rosto e tive um pequeno susto quando a mão molhada dele encontrou meu rosto, o beijo foi doce e intenso. Ele tentava me puxar pra dentro da banheira, mas minha barriga não me deixava me mover.
, agora não cabemos... – coloquei sua mão sobre a barriga. – Abre a boca. – ele assim o fez, coloquei um morango e em seguida lhe dei um pouco de champanhe.
Massageei suas costas e ele me dizia a cada cinco minutos que me amava, logo a água tinha perdido a temperatura e ele tirou a máscara. Saiu da banheira e me abraçou.
– Eu te amo, pequena – começamos a nos beijar no banheiro e não sei bem como quando me dei conta estava deitada no colchão, ao meu lado fazia um caminho de beijos desde meu pescoço até o começo da minha barriga. Joanna também dava sua participação, mexendo cada vez que seu pai beijava a barriga.
Tivemos que aprender uma nova posição, mas cada descoberta fazia nossa intimidade ainda melhor, poderia morrer naquele instante que seria a pessoa mais feliz do mundo. Adormeci nos braços do meu “marido” e quando acordei para ir ao banheiro ele estava com as mãos sobre a minha barriga como se a estivesse protegendo...




Acordei com o celular tocando. Saí de baixo do braço do sem acordá-lo e atendi sem olhar o visor.
“Você não vai acreditar!!!” – Gio berrava do outro lado da linha.
“Outro Fletcher?” – depois da noite de ontem meu humor estava nas alturas.
“Engraçadinha... A editora me ligou, meu livro será lançado em dois meses!” – ela chorava agora.
“OMG Gio, que notícia maravilhosa. Conte-me tudo!” – sentei no sofá.
“O editor me ligou ontem, mas te liguei e ninguém atendeu...”
“Bem, digamos que estávamos ocupados...”
“Você e esse seu fogo. Mas voltando ao assunto, quero que você seja minha manager! Aceita?” – meu coração acelerou.
“Gio, que prazer! Mas não sei se é certo. Estarei dando a luz há qualquer momento... Posso lhe ajudar no que quiser, mas não seria justo me comprometer e depois não poder estar com você no momento que mais precise.” – meu coração se partia.
“Falarei como editor e ainda conversaremos sobre isso, aproveita o dia, donzela. Já viu que hoje não está chovendo?”
Voltei para a cama e desfrutei um pouco mais da companhia do meu amado. Nessa semana mal pude vê-lo já que o Fletch tinha feito uma agenda praticamente para todos os dias. Meu dia se dividia entre ir cuidar ao Buzz e cuidar dos últimos preparativos para o quarto da Joanna, que fiz questão de pintá-lo sozinha. Meia parede num amarelo claro e a outra metade consegui encontrar um papel de parede listrado com amarelo e branco. Foi numa das visitas às casas de pinturas que voltei a ver a .
– Não sabe que prazer revê-la, Sra. . – ela e seu risco sarcástico.
, quando você irá me deixar em paz? – aquilo teria que acabar ou ficaria louca.
– Exatamente agora, por que minha vingança está completa. Graças a seu querido marido que está lhe traindo assim como me traiu com você! – desde que escutei a palavra traição meu coração parou e ela parecia um terrível holograma em frente a mim. – Como sei que você não confia em mim, acabei de te mandar a prova. – falou saindo.
, vem aqui. – tentei puxá-la quando recobrei meus movimentos, mas ela já estava longe demais.
Com meu corpo inteiro tremendo peguei meu celular e lá vinha à fatídica foto. carregando uma jovem loira nos braços e beijando-a. Não sei quando ou como me despertei com algumas pessoas ao meu redor. Minha cabeça doía e uma jovem colocava um pano sobre minha testa. Eu estava no que parecia ser uma ambulância.
– Senhora se acalme já estamos chegando ao hospital. – a moça falava.
– O que aconteceu? – falei desnorteada.
– Encontraram a senhora desacordada em frente à loja de pinturas... – nesse momento flashes do sacarmos da e da foto do me invadiram a vista. – Já avisamos ao seu esposo não se preocupe.
– Eu não quero vê-lo! – falei antes de ela me pedir que já não falasse nada mais.
Logo que entramos no hospital pude ver na porta por onde passamos, ele tentou chegar perto mais os médicos não deixaram. Fui levada para uma sala provavelmente de emergência, porque se ouviam gemidos aleatórios. Concentrei e me dei conta que minha filha já não se mexia.
– Minha filha. – comecei a gritar e logo um médico jovem se aproximou.
– Acalme-se, senhora.
– Minha filha não esta mexendo... – coloquei minha mão sobre a barriga.
– Já estamos com tudo preparado. A cesariana será feita em seguida, vai ficar bem, estamos monitorando os sinais vitais do feto. Não se preocupe esta tudo sobre controle. – ele segurou minha mão.
! – logo estava ao meu lado segurando minha outra mão.
– Por favor, não me toque. – falei rápido retirando minha mão da sua.
, sou eu, seu . – ele me olhava assustado.
, agora eu não quero falar, por favor, me deixe sozinha. – tentei me virar, mas o mínimo movimento fez minha cabeça doer ainda mais.
Ele começou a gritar pelo que estava acontecendo e em seguida os médicos o tiraram do meu lado, logo fui virada e me aplicaram a anestesia, só consegui rezar e pedir forças e ajuda de Deus que minha filha não fosse afetada por mais uma aventura do . Após alguns minutos dentro do centro cirúrgico consegui ouvir seu choro fraco, deixaram que eu desse um beijo nela e em seguida a levaram para algum outro local. Depois de vários minutos sem notícias e vários exames, o médico se aproximou.
, sua filha está fora de perigo, o pai já está junto a ela que teve que ficar na incubadora. Os exames mostra uma pequena fissura no seu osso frontal, mas não caracterizou traumatismo craniano. Por hora decidimos não ministrar antibióticos para que possa amamentar sua filha. Como se sente?
– Continuo com uma dor de cabeça persistente, mas nada que não possa aguentar. Quando vou ver minha filha?
– Em seguida a traremos para que possa amamenta-la. – ele saiu.
Logo entraram Gio e Tom no quarto.
– Amiga, o que houve? – Gio segurou minha mão.
– Gio! – apartei sua mão. – Ele fez novamente, ele tem uma amante! – chorei como ainda não tinha conseguido fazer.
, não, isso é mentira. Ele te ama. – Tom saiu em defesa do amigo.
– Tom, eu tenho provas. – eles ficaram imóveis.
, posso entrar? – colocou somente a cabeça dentro do quarto.
– Entre. – falei sem ânimo e esperei que ele ficasse ao meu lado – Essa é a ultima vez que pretendo falar com você. Acabou, . – falei controlando as lágrimas.
, meu amor, o que houve? – ele tentou segurar minha mão, mas consegui tira-la antes de ele a apertasse.
, a tem provas que você voltou a traí-la. É verdade? – Gio se colocou ao seu lado.
– Claro que não! – ele falava com o rosto todo vermelho.
– Então o que é isso? – falei mostrando a foto no meu celular.
Suas feições mudaram. O vermelho agora foi convertido num branco de cera e tinha certeza se Tom não o estivesse sustentando pelo braço, certamente já haveria desmaiado.
– Quem te mandou isso? – ele gaguejou.
– A pessoa que mais felizmente veio me dar a notícia que você nunca me amou! . – sentenciei.
Todos pararam de falar no momento que a enfermeira entrou com meu pequeno embrulho rosa. Minha filha era linda, com direito a bochechas rosadas e grandes olhos azuis. Tom e saíram, a enfermeira e a Gio me ajudaram na primeira mamada que não foi nada fácil, mas senti-la ali tão perto parecia um sonho. Sua pequena mãozinha agarrando meu dedo, era como se a paz tivesse me encontrado NADA nem as traições do , nem a inveja da agora me afetavam.
Depois da mamada, me rendi ao cansaço e dormi por algum tempo. Quando acordei, o quarto estava cheio de balões, flores e amigos. Todos me abraçaram quando abri os olhos e fizeram questão de dizer como minha princesa era linda. Podia ver ao fundo no sofá sem dizer nenhuma palavra e tagarelando sobre como seria a festa de recepção da pequena.
– Guys, posso ficar a sós com o ? – falei.
– Claro, te esperamos lá fora. – se apressou em dizer e todos saíram.
– Nosso “amor” nunca vai ser suficiente, não é verdade? – falei fitando as mãos, meus olhos se encheram instantaneamente.
, não diga isso. O que eu fiz não tem explicação eu sei, mas, por favor, não duvide do meu amor. Ela era uma amiga de infância e...
– Me poupe dos detalhes! – falei alto.
, eu juro pelo que você quiser que o que eu sinto por você eu jamais sentirei por mais ninguém. Sei que provavelmente nunca me perdoará novamente, mas eu juro que não passou de um beijo. – ele se sentou na ponta da cama e tocou minha perna, desde ali até meu pescoço se formou uma onda elétrica aguçando todos meus sentidos. – Ela me lembrou da época da escola, do nosso primeiro beijo e eu quis fazer uma brincadeira de gira-la no ar e ela me beijou.
– E você correspondeu... – me mexi desconfortável.
– Infelizmente sim, mas eu juro que foi só isso.
– Ah claro, que bom que foi só isso. Vou chamar qualquer enfermeiro e trocar saliva com ele, já que só um beijo não tem problema!
, não. Eu te amo e mesmo que você não me perdoe, jamais estarei com outra mulher! – ele me abraçava enquanto eu tentava afasta-lo.
, sai! Por favor, não toca mais em mim. – chorar foi inevitável.
Acho que falei alto demais, porque em segundos todos voltaram ao quarto, não voltei a trocar uma palavra com o durante o restante do dia. dormiu comigo e perto das dez meus pais fizeram um skype para conhecer a pequena Joanna. Minha avó estava doente, então eles não poderiam vir agora para Londres, teriam que esperar algum tempo até que ela se reestabelecesse. Por obra do destino, eles não perguntaram do .
Na manhã seguinte depois de mais alguns exames, deram dois pontos na minha cabeça e começaram a medicação para a inflamação que tinha se formado no local do corte. Tirei algumas mamadas para a pequena e somente em cinco dias eu poderia voltar a dar de mamar, espero que nesse tempo ela não se acostume com a mamadeira, porque queria ter aquela proximidade com ela novamente.
Depois de três dias recebemos alta. Ela havia ganhado o peso que necessitava e bem, eu estava bem, já caminhava sozinha e poderia cuidá-la. Terminei de ajeitar as roupas que tinham trazido na mala e logo a enfermeira trouxe minha pequena.
– O papai já levou as coisas dela, foi no carro pegar a cadeirinha.
– Obrigada, esperamos aqui então. – estava velando o sono da minha princesa quando sinto o calor típico do abraço do sobre mim.
, sei que estarei pedindo muito, mas posso ficar com vocês, em casa? – ele me olhava docemente.
, acho que precisamos de um tempo separados, para que estejamos seguros do nosso relacionamento.
– Eu estou seguro do que eu quero e aceitarei o que você decida. Só não sei como vou dormir longe de vocês. – ele apertou minha mão e pela primeira vez desde que recebi a foto, não houve o movimento involuntário de tirar a minha mão da dele.
O caminho foi tranquilo sem som para que a Joanna não acordasse. cantarolava alguma música infantil, mas sempre se perdia no meio da canção. Ele desceu e me ajudou a descer, peguei a cadeirinha e ele trouxe as malas. Quando abriu à porta da sala, ele me deu espaço para que passar; minha sala estava cheia – completamente cheia – de rosas dos mais variados tipos e cores. Virei para ele que tinha aquele sorriso típico de galã de novela.
– O que houve aqui? – perguntei sorrindo idiotamente.
– Só queria agradecer pelo melhor presente que você poderia ter me dado. Nossa filha fez que eu visse a vida com outros olhos. Agora sou outra pessoa, . Estou pronto pra nossa família, eu juro. – ele se ajoelhou ali no meu da sala e pegou uma caixinha azul no bolso – quero que finalmente seja minha esposa, agora e pra sempre.
... – eu não conseguia resistir a ele era fato. – Eu aceito. – estendi a mão direita pra ele.
Ele pegou a cadeirinha que eu segurava com a esquerda.
– Não, meu amor. Noivos já somos, quero que seja minha esposa, aqui é onde esse anel tem que estar. – ele colocou o anel no meu anelar esquerdo e me entregou a outra aliança para que eu fizesse o mesmo com ele. – E eu nos declaro: marido e mulher! – acho que ele se esqueceu de mencionar a parte do pode beijar a noiva já que ele me abraçou e me beijou sem nenhuma pressa.
Joanna acordou fazendo com que lhe dedicássemos alguma atenção, fui acomoda-la em seu berço e foi preparar a mamadeira. Quando ele chegou com a mamadeira pronta, se sentou na poltrona de amamentar. Ia lhe entregar Joanna quando ele me puxa para que sentasse no seu colo. Ali com a minha filha nos meus braços e com cantando ao pé do ouvido, tive a plena certeza que somente com eles seria completamente feliz.


FIM



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