Anoitecia.
Éramos as únicas almas vivas dentro daquela casa, logo que meus pais partiram de viagem para o litoral. Thinking Out Loud ecoava aos quatro cantos do quarto.
[N/A: Coloquem Thinking Out loud, do Ed Sheeran, para tocar.]
Nós ríamos feito crianças, enquanto mencionávamos as memórias de infância e bebíamos duas garrafas pequenas de vodka que sobraram da pequena comemoração que teve em casa horas atrás.
foi meu primeiro namorado, desde os 15 anos. Hoje, aos 17, já éramos cúmplices fiéis.
Deitou-se sobre meu corpo de maneira que eu ficasse quase imóvel e fazia cócegas incansavelmente ao som do meu gargalhar desesperado. Ouvi o abajur indo ao chão e levando consigo a única luz do ambiente. Paramos assustados. Seus olhos, agora calmos, se voltaram pra mim. Contemplei o sorriso mais sincero dentro de anos de convivência.
Continuou deitado sobre mim, agora minhas mãos percorriam o caminho de suas costas e podia sentir sua respiração se normalizando aos poucos. Sorri. era o “quase homem” da minha vida. Ele soltou um murmúrio baixo em protesto quando arranhei suas costas propositalmente. Eu o provocava feito uma criança.
Consegui o que queria. Se levantou num pulo e pôs-se sentado em cima de mim. Suas mãos seguravam firmes meus punhos e eu ria por motivos desconhecidos. Ele abriu outro sorriso e me olhou nos olhos. Esticou-se de maneira a alcançar meus lábios. Vi o sorriso puro de seu rosto indo embora assim que sua mão passou a percorrer minha pele por baixo do fino tecido da minha camisola (pasmem) de coelhinhos.
Ele me beijou outra vez, um beijo longo, sensível, de uma forma que nunca havia acontecido antes. Seus pés encontravam os meus, enquanto nossas pernas se entrelaçavam. Nos beijávamos lenta e calorosamente. Logo sua camisa azul-clara já fazia parte do carpete. Via seus risos fracos e espontâneos entre um beijo e outro. Suas mãos se dedicaram em tirar minha camisola, que fez questão de ir acompanhar a tal camisa azul.
Era impagável nosso estado: Estávamos extasiados e completamente envolvidos. Dentro de segundos já não tínhamos controle algum de nossas ações.
Ele deu uma breve pausa, seus olhos me transmitiam a segurança que eu nunca havia sentido antes. O encarei por um interminável minuto em silêncio, como se nossos pensamentos se comunicassem. Eu sabia o que viria depois daquilo e, por incrível que pareça, não me perguntei se seria certo ou errado, simples ou complicado. Apenas me entreguei àquele momento como se fosse o último de nossas vidas.
Seu rosto se voltou próximo ao meu. Nossos lábios se uniram e nossas mãos se entrelaçaram quase que involuntariamente. Sentia o peso de seu corpo sobre mim. Os batimentos acelerados eram inevitáveis. Pude ouvi-lo pronunciar meu nome ao pé do meu ouvido num murmúrio baixo em tom preocupado. Ignorei. Outro murmúrio. Ignorei outra vez.
— Eu não tenho camisinha, ! — ele soltou num certo desespero e eu sorri, o deixando completamente confuso.
— Já ouviu falar em pílula? Então. Eu tomo, lembra? — um sorriso aliviado preenchia seu rosto. Eu fazia uso das pílulas desde os 16 anos para tratamento e me admirei do meu namorado não saber daquilo. Senti sua respiração cada vez mais próxima ao meu rosto outra vez. Eu beijava seu pescoço e arranhava de leve suas costas descobertas.
— Tem certeza? — se pronunciou outra vez num tom baixo e agora calmo.
— Absoluta. Chega de interromper. — mordi seu lábio inferior que hora ou outra se abria em belos sorrisos involuntários, como dito.
Meu corpo fervia. Seus beijos quentes caminhavam sobre meu colo e percorriam o caminho até o meu abdômen. Ele descia da maneira mais provocante possível. Parou em frente à minha intimidade. Soltou um sorriso malicioso e subiu outra vez. Se eu senti vontade de matá-lo? Provavelmente. Arqueei minhas costas, enquanto suas mãos se concentravam em abrir o feixe do meu sutiã. Minhas mãos se alternavam entre seus cabelos e suas costas, em um ritmo frenético, enquanto sua língua passeava pelo meu seio. Eu ainda não acreditava que tudo aquilo estava acontecendo.
Me dispersei do rápido pensamento que invadiu minha mente e dei lugar as sensações que eu sentia naquele momento. Ele voltou a descer sobre meu corpo. Mordeu o elástico da calcinha branca que eu vestia a puxando para baixo. Virei minha cabeça para cima, fechei os olhos e senti sua língua me tocando de forma intensa.
Gemi baixo.
Logo sua mão deslizou para o mesmo lugar. Um de seus dedos me penetrava, enquanto sua língua ainda trabalhava incessantemente. Um arrepio enorme percorreu minha espinha, apertei com força seus cabelos, enquanto minha outra mão agarrava uma parte do lençol. Resisti após um enorme esforço e senti a necessidade de recompensá-lo. Tirei forças de onde não tinha. Me levantei e o coloquei na mesma posição que eu estava. Ele respirava firmemente. O beijei com força e sua expressão maliciosa não negava sua satisfação. Passei minha língua pelo seu abdômen, enquanto descia sua boxer junto ao seu short. Segurei seu membro extremamente rígido entre as palmas das minhas mãos causando uma certa pressão. Sua expressão era séria e completamente excitante. Ainda brincava com minha língua entre uma abocanhada e outra, o que o fazia gemer.
Vê-lo se contorcendo de prazer e saber que o mérito era único e exclusivamente meu sempre vai ser indescritível. Ele pediu pra eu parar antes que ele não aguentasse mais. Assenti. Me apoiei sobre os dois joelhos ainda em cima da sua cintura. Ele me acariciava e puxava meu corpo contra o dele. Voltamos a posição inicial. Agora suas pernas estavam dentro das minhas. Eu sentia seu membro encostado ao meu corpo. Ele me olhou profundamente nos olhos como se pedisse permissão para dar continuidade. Eu apenas assenti com a cabeça e sorri. Ele segurou seu pênis com uma das mãos o colocando na posição correta. Começou a me penetrar da maneira mais calma possível. A dor era quase inexistente. Apertei seus braços com forças. Nos beijávamos entre murmúrios incontroláveis. Ele variava os movimentos e eu clamava pra que aquilo não acabasse nunca.
Meus pés se contorciam e procuravam agarrar qualquer coisa que encontrassem. Ele colocava mais força na penetração e gemia alto, mordia meu lábio inferior e eu fazia o mesmo sem pensar duas vezes. Os movimentos ficavam cada vez mais intensos e o contato da sua pele me causava calafrios. Eu tinha uma das melhores sensações da minha vida, bem ali, naquele momento. Senti que não aguentaria mais tempo naquele ritmo e que meu clímax se aproximava a cada mísero movimento de , tanto das mãos, lábios ou qualquer outra parte de seu corpo. O avisei apenas com um sussurro. Senti minhas pernas estremeceram, meu abdômen se contrair, minhas costas arquearem, minhas unhas cravarem na pele dele e um líquido quente me invadir. Nossos rostos se fecharam numa única expressão de prazer mútuo. Tudo aconteceu no mesmo instante. Seu corpo pesava sobre mim, sua respiração falha acompanhava o ritmo da minha e sua cabeça repousava sobre meu ombro. Fez força com os braços e colocou-se deitado ao meu lado. Virei meu pescoço e ele abriu os olhos. Sorrimos. Apoiei minha cabeça em seu braço que me envolvia agora.
Selei nossos lábios mais uma vez e logo nossos pulmões já pediam ar novamente. Levei uma das mãos um pouco acima da minha intimidade e contraí as pernas num rápido flash de dor.
— Eu te machuquei? — ele perguntou com espanto. — Ah! Que merda! Eu prometi que não ia te machucar!
— Não, não me machucou. — eu ri, ainda admirando o vazio do teto. — Você me deu a melhor noite da minha vida. Aliás, gostou?
— Gostou? Caralho, amor. Você é fantástica. Se eu soubesse que é tão boa assim eu tinha começado antes.
— ! — nós rimos juntos. — Eu amo você.
— Eu também te amo.
— Qual é, amor, esqueceu da promessa?
— Que promessa, ? — se fez de desentendido. — Lógico que lembro.
Então dissemos em uníssono: “E quando eu achar que o amor estiver acabando, prometo lembrar de todos motivos que me fizeram te amar…”
— Inclusive da nossa primeira transa. — prosseguiu.
— !
— Só tentei deixar as coisas menos piegas, amor.
— Nós somos piegas, não tem jeito.