CAPÍTULOS: [Capítulo Único]





Unconditionally






Capítulo Único


Ela sorria e dançava descontroladamente, como se não houvesse amanhã. Seu sorriso, bom... Seu sorriso era, nesse momento, o maior do mundo. Ela deitou-se exausta e sentiu o corpo do homem sobre si. Ele beijava seu pescoço, fazendo-a arrepiar. Nunca havia sentido toques iguais aos do marido. Ela o empurrou, sentindo-o fazer cosquinhas. Ria descontroladamente ao ver o corpo do marido jogado no chão, o qual estava rindo ainda mais. O apartamento tinha apenas aquele sofá e um fogão de mobília, mas eles nunca se sentiram tão felizes assim. Ela sorriu, sentando-se ao lado do rapaz que a olhava.
- Nunca vi uma mulher tão linda em toda minha vida... Casa comigo? – Ele disse e ela riu, beijando o rosto do rapaz e debruçando-se sobre o mesmo.
- Só se me prometer que vai me fazer carinho até eu dormir todos os dias. E me deixar dormir no sofá sempre. – Ela disse, rindo deitada sobre o peito do rapaz, o qual riu e a abraçou como se estivesse escorregando.
- , olha pra mim. – Ele disse e a menina o fez. – Eu te amo tanto...

E quem pensava que eles apenas sorriram e riam estavam errados.
A menina se mantivera no canto do apartamento vazio, havia algumas coisas com fotos e fitas. Sentiu os olhos se inundarem de lágrimas, se arrastou até a caixa maior e viu varias fotos ali. Pegou algumas delas e viu o sorriso que ele dava a ela e então mordeu o lábio inferior, contendo-se. Essa garota era eu. Fechei-me em meu próprio mundo até que ele veio.
- ? – Ele disse alto. Sua jaqueta de couro preferida estava em sua mão e ele tinha o olhar vago. Me viu jogada no chão ao lado das fotos e foi até lá, abraçando-me da mesma maneira que sempre fez. Nunca pensei que gostaria de alguém, nunca nem sequer acreditei em amor, mas quando ele saiu pela porta há duas horas me vi em completo choque. Ache ou não exagero.
- Achei que tinha te perdido. – Eu disse com voz infantil, agarrando com o máximo de força o corpo quente dele.
Nós cozinhamos e nos jogamos no sofá, já empanturrados.
- Sabe de uma coisa engraçada? – Ele disse, levantando-se e me puxando junto a ele.
- O quê? – Eu disse, o seguindo até a grande janela que dava a perfeita visão para os grandes prédios de Nova York. Eu suspirei, sempre gostei daquela visão. Era o único motivo por termos comprado aquele apartamento.
- Como as estrelas elas conseguem brilhar todos os dias em todos os lugares. – Ele disse, virando-se para mim. E eu fiquei ali, encarando as estrelas. E me virei para ele, que me olhava do mesmo modo que a primeira vez que nos vimos. Eu sorri e acariciei seu rosto, o abraçando com todas minhas forças.
- I love you. – Eu sussurrei cantando e alisando seu rosto. – Unconditional, unconditionally. – Eu cantei mais um verso, colando suavemente meus lábios com os dele. – I will love you unconditionally. – Eu disse. Ele sorriu e me beijou como nunca antes.
- Já imaginou como nossos filhos seriam? – Ele disse rouco, acariciando meu rosto e me fazendo fechar os olhos.
- Não... Quer me ajudar? – Eu disse, olhando em seus olhos. Como eu amo esses olhos.
- Se fosse menina, eu torceria para ser parecida com você. Mesmos lábios. – Ele tocou minha boca, em seguida meus olhos. – Seus olhos, sem dúvidas. – Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. – Seu cabelo.
- Eu torceria para ser igual ao seu olho. O brilho. – Eu disse, selando nossos lábios. Meus olhos se encheram de lágrimas. – O que está acontecendo? – Tinha alguma coisa errada e eu sabia. Eu sentia em seu tom de voz.
- , eles me chamaram de volta... – Meu coração parou no mesmo momento e eu senti minhas pernas ficarem bambas.
- Não... Você não pode ir, e nossos filhos? – Eu disse, segurando em seu rosto como se ele fosse fugir. Eu nem ao menos queria filhos.
- Não temos dinheiro, meu amor, preciso aceitar. São apenas seis meses.
- Isso soa tão clichê, tão clipe da Katy Perry... Mas o mocinho nunca volta. – Eu sabia que, naquele exato momento, se ele partisse eu o perderia.
-Por favor, meu amor, temos ainda alguns meses até eu partir. – Ele disse, beijando minha testa. – Prometo que serão os melhores de sua vida. – E eu tinha certeza que seria.
- Isso soa tão como se estivéssemos planejando sua morte. – Eu disse, quase aterrorizada. Ficaria viúva aos 17 anos? Dessa vez quem saiu foi eu. Ele sabia que eu voltaria, eu sempre voltava.

Primavera.

Meus cabelos balançavam de acordo com o vento batia em meu rosto. havia nos trazido até a casa de verão dos pais dele; mas era primavera, o que foi bem original de sua parte.
- Eu trouxe comida. – Ele disse com uma cesta de piquenique em mãos. Nada tirava a ideia de ele ir para guerra e me deixar. Ele beijou minha testa e me apertou contra seu corpo.
- Por que está fazendo isso? – Tentei não soar rude, mas tive a certeza que soei.
- Eu quero te fazer feliz. Eu prometi isso no altar, quando nos casamos. Você se lembra? Meus votos.
- Pra depois me deixar? Pelo amor de Deus, , você não vê? – Eu disse, com os olhos cheios de água, encarando os dele. – Você não pode simplesmente me fazer ter os melhores dias da minha vida e depois me deixar e me fazer ficar sem você depois de me fazer acostumar com a ideia de que nada mais me faz feliz. – Naquele momento eu estava sendo a pessoa mais narcisista e individualista, mas quem liga?
A grama me acolheu bem e se ajoelhou junto a mim, abraçando-me.
- Esqueça por um momento que eu estou indo para outro lugar, apenas sinta tudo isso. Não faça nossos meses de puro chororô e lamentação. , não é só você que vai sofrer. Acha que também não me sinto da mesma forma? Eu penso todos os dias como vou viver sem tocar seus lábios ou esse tipo de coisa, mas para com esse drama e enfrenta. Não posso fazer nada. – Ele soou rude e isso me fez sorrir.
O beijei, agarrando os cabelos de sua nuca. sentou-se e acariciou minhas costas e cintura, me fazendo ter ondas de arrepio. Eu precisava dele naquele momento mais que qualquer outra coisa. correspondia meu beijo em altura, intenso. Retirei sua blusa, revelando seu físico malhado, e deslizei a boca até seu pescoço, beijando o local. Ele arfou e agarrou os cabelos de minha nuca, acariciando agora minha bunda por cima da saia rodada que eu usava. Não foi demorado até estarmos despidos. Meus olhos se mantiveram nos dele e eu o senti penetrando-me. Todo meu corpo parecia estar em êxtase. Em pouco tempo a velocidade foi aumentando, me fazendo gemer conforme. me fazia descer e subir rápido e com intensidade em seu colo e, na mesma rapidez, me deitou no chão sem romper o contato. Senti seu membro, agora com mais velocidade, entrar e sair, me fazendo agarrar seu cabelo e arranhar suas costas, o que o fez morder o lábio inferior e apenas intensificar os movimentos. Implorei por mais e fui atendida. Começou a parecer surreal. Cada estocada continha mais força e mais rapidez, me fazendo delirar debaixo do seu corpo. inclinou-se e sugou um de meus mamilos, me fazendo fechar os olhos e apenas me deliciar. Ele sugava e mordia, eu me perguntava como ele dava conta de fazer as duas coisas tão bem. Já havia arranhado todas as suas costas e meu corpo já estava no terceiro orgasmo. O quarto atingi junto com ele, que deitou-se ao meu lado. Meus olhos lacrimejavam, eu não poderia viver sem aquilo. Ele sorriu e me abraçou. Eu sorri e me levantei, correndo até o lago à nossa frente. riu e me acompanhou, pegando-me no meio do caminho e entrando em um pulo naquela água extremamente fria. Gemi baixo de frio e espirrei água nele que, jogou quase o triplo de vezes a mais em mim. Eu ri descontroladamente e tentei me recuperar quando senti seu corpo junto ao meu... E todo o frio se foi. Eu sorri e agarrei seu pescoço.

Verão.

Eu estava radiante. Apesar da temperatura quente, nada naquele lugar me decepcionava. gritou alguma coisa, mas eu o ignorei e continuei andando em direção à lagoa.
- Pelo amor de Deus, vai ficar tarde pra gente voltar. – Ele disse, alcançando-me.
- , são só seis da tarde. É verão, demora para escurecer. – Ele bufou e me acompanhou. Logo estávamos na parte inferior da fazenda. Era tudo tão lindo, mas tão lindo que dava aquela sensação de quando queremos chorar. enlaçou minha cintura e beijou suavemente meu pescoço, observando a cena junto a mim. – Ficaremos, sem duvida alguma, até o por do sol. – A vista de cima do morro era impressionante. A paisagem e o sol que brilhava e refletia na água.
- Se quiser dormir aqui mesmo... – Ele disse, me fazendo rir. Nos sentamos e ficamos ali admirando. Não demorou muito até o sol se pôr. Eu adorava o tom da minha pele sob a luz do pôr do sol.
- Eu poderia ver isso todos os dias que não enjoaria. – Eu disse sorrindo.
- Eu poderia ver isso todos os dias que não enjoaria. – Ele disse, me olhando. Eu o olhei e ri sem graça.
- O quê?
- Seu sorriso. – Ele disse, acariciando meu ombro.
- Eu poderia te ver nu todos os dias da minha vida que nunca reclamaria.
- Eu poderia transar com você todos os dias por duas horas que nunca ficaria cansado de te ver morder os lábios quando tem um orgasmo. – Eu ri descontroladamente e o encarei, mordendo os lábios. – Quase isso. – Ele selou nossos lábios e riu.
- Idiota. – Eu não faço assim. Voltei a encarar o pôr do sol. – Eu poderia ter vários orgasmos com você sem reclamar. – Eu disse o fazendo rir.
- Que menina mais egoísta. – Ele disse com um biquinho nos lábios, o que não resisti em mordê-lo e sugá-lo. sorriu e me beijou como sempre fazia.
- You said ‘move on’ – Eu comecei a cantar e meus olhos se encheram de lágrimas, já era verão e eu mal havia notado. – Where do I go? – Continuei cantando.
- Eu poderia te ouvir cantar por horas e horas todos os dias que não enjoaria.
- É amanhã. – Eu disse, sentindo meu coração se apertar. Ele balançou a cabeça positivamente. E, como em um passe de mágica, nós estávamos completamente nus e nos beijando como se fosse o último beijo. Desci meus lábios pelo seu tórax definido e o beijei por completo, acariciando seu corpo nu deitado na grama. Observei seu membro ereto e encarei , que me olhava ofegante, mordendo o lábio inferior. Sorri e toquei seu membro suavemente com a língua, o fazendo arfar e entrelaçar os dedos em meu cabelo. Passei a língua por toda a extensão, em seguida rapidamente o coloquei na boca, sugando-o e passando a língua no membro dentro da minha boca. Ele arfou mais alto e pressionou minha cabeça. Continuei com os movimentos com minha boca, também o masturbando. Sorri e subi pelo seu corpo da mesma maneira que havia descido, o beijando por completo. Ele sorriu e beijou meu pescoço, acariciando minha cintura suavemente. Eu fechei meus olhos e aproveitei o máximo. Ele me deitou e ficou entre minhas pernas, olhando-me nos olhos, e me penetrou, me fazendo gemer baixo, mordendo os lábios. Aquela sim era uma das melhores sensações existentes. Ele beijou minha bochecha e em seguida minha boca enquanto diminuía a intensidade dos movimentos, me fazendo ficar extasiada. Aumentou os movimentos e continuou beijando-me e acariciando-me. O agarrei pelo cabelo e o guiei para ficar sentado, e ele o fez, comigo em seu colo. Me mexia freneticamente, o vendo jogar a cabeça para trás, envolvendo-me em uma forma de abraço. Continuei com meus movimentos, movendo-me ainda mais rápido e o fazendo morder e sugar meu pescoço. Ambos chegamos ao clímax e ficamos ali na mesma posição em silêncio, arfando baixo. Meus olhos se fecharam e eu o apertei em mim, beijando seu pescoço.
- Você não precisa ir, , eu peço dinheiro para meu pai. A gente vai se virar. – Eu disse quase em desespero. Na realidade, estava desesperada. – Por favor, fique. Eu disse a mim mesma que odiava o amor e que não acreditava. Aí você apareceu e me fez acreditar, você me fez ver o que é isso.
- Precisamos disso meu amor, você vai ver. Logo estarei de volta, você fala como se eu fosse morrer na guerra. – Ele disse, beijando meu rosto e me ajudando a levantar. Caminhamos em silêncio, uma longa caminhada até a cabana, e arrumamos nossas malas. O encarei e não consegui dizer nada. Não acreditava que ele voltaria. Não inteiro.
- Se quiser ficar aqui na cabana por um tempo, não há problema algum, amor. – Ele disse, sorrindo e colocando sua mala no canto do quarto. Eu assenti e deitei-me na cama virada para o oposto dele.
- Eu vou ficar aqui, se sua mãe não se importar.
- Ela não vai. – Ele disse perto, me enlaçando com seus braços firmes, e eu adormeci com ele acariciando meu cabelo. Acordei com o sol batendo em meu rosto. Levantei-me assustada, não o vendo do meu lado. Meu coração disparou. Como ele poderia ter ido sem se despedir? Sua mala não estava em lugar nenhum do quarto. Senti meu coração em pedaços, então desci as escadas cambaleando e chamando por seu nome. Meus olhos estavam inundados de lágrimas.
- O que aconteceu? Ei, calma. – Ele disse, aproximando-se e me abraçando. Não consegui me mexer, apenas fechei os olhos e o senti abraçando-me. Como era bom. Mas meu desespero passou e a raiva me invadiu. O empurrei, batendo contra seu peitoral. Ele cerrou os olhos e me abraçou novamente. Relutante, cedi.
- Achei que você tinha ido sem se despedir. – Eu disse choramingando e ele me apertou ainda mais.
- Eu não faria isso, você sabe. – Ele disse, beijando o topo da minha cabeça. – Eu fiz café da manhã.
Eu sorri e caminhei até a mesa e me sentei, vendo o quão fofo ele tinha sido na arrumação. Estava sem apetite, mas me esforcei para beliscar algumas coisas. Fechei meus olhos quando uma buzina soou. Segurei sua mão em desespero e meus olhos se encheram de lágrimas. Sussurrei um ‘por favor’. Seus olhos marejaram e ele balançou a cabeça negativamente. Levantei-me e o acompanhei até a porta, vendo o jipe camuflado parado. Eu senti que aquele momento fora tão rápido e doloroso como um soco. me beijou e me abraçou com toda a sua força e caminhou até o jipe à sua espera. Eu fechei meus olhos e coloquei a mão na boca... E ele se foi. As semanas se arrastaram e eu não conseguia comer. Não chorava, não o traria de volta. Apenas ficava checando a caixa de correio o tempo inteiro. Cinco meses haviam se passado e eu não havia tido notícias. Havia entrado no apartamento apenas para pegar roupas e eu nunca senti tanto sua falta como ali. Aquele costumava ser nosso refúgio, nosso lugar, foi para onde fugimos quando nos casamos. Seus pais aceitaram com relutância nosso casamento, mas meus pais odiaram, achavam que eu era muito nova. E eu era, tinha acabado de fazer 16 anos, mas no fim tiveram de aceitar... Mas nunca haviam nos ligado, nenhum deles. Como eu pude o deixar ir tão fácil? Ouvi batidas na porta e me levantei, arrastando-me até a mesma. Um rapaz com o uniforme do exército me entregou uma carta.
- Eu prometi lhe entregar pessoalmente.
- Aconteceu alguma coisa com ele? – Eu disse, completamente atônita. Como se já tivesse esperando por aquilo.
- Confrontaram, mas eu não sei lhe informar, mas eu prometi que te entregaria isso. Ele disse que você estaria aqui, que não voltaria para o apartamento, e ele acertou. – Eu assenti e o vi se despedir e sumir. Minhas mãos tremiam e minha mão estava gelada, tive medo de abrir, mas o fiz.
“Não sei como começar essa carta, mas de algum modo teria que ser feito. São tantos dias que eu mal posso contar, cada dia se arrasta cada vez mais. Cada segundo que passo aqui me mostra o quanto sinto sua falta, sinceramente achei que estaria ocupado com as coisas que nem veria o tempo passar, mas isso está sendo uma eternidade. Posso estar soando clichê, mas é exatamente assim que está sendo. Os barulhos de bombas e as pessoas sendo levadas e trazidas para o alojamento. A sujeira e o cheiro de sangue no ar predominam. Não há nada de bonito e todas as noites eu me imagino com você, nós dois deitados vendo as estrelas do nosso apartamento. Fico me perguntando como você está se virando sem minha ajuda para abotoar o sutiã, ou em como você está cozinhando sem minha ajuda. Quando eu estava mexendo nas coisas em minha sacola, vi que eu havia trazido o seu véu. Ele tinha o cheiro dos seus cabelos... Então me lembrei do dia do nosso casamento e de todos falando que você tinha apenas 16 anos e não sabia o que queria... Lembro-me também da sua resposta:
“Eu posso ter 16 ou 36 anos, ei o que quero e vocês não podem me impedir. E, se tentarem, saibam que não vou dar o braço a torcer.”. E então nós nos casamos em uma capela e depois no cartório; foi bem complicado, mas nós conseguimos. E me agarrei nisso quando o primeiro ataque foi feito. Faltam apenas 32 dias para que eu volte para casa e veja seu sorriso novamente. Eu me agarrarei até o ultimo fio de lembrança que existir, porque em seus olhos eu gostaria de ficar.”

Eu já estava ajoelhada no chão ao terminar de ler. Eu senti como se ele estivesse falando comigo então reli e reli a carta todas as noites. E a porta tocou mais uma vez, então desci as escadas rapidamente, vendo três soldados parados trazendo consigo um olhar vago.
- Sra. ? – Assenti com a cabeça, sentindo uma onda de arrepios me dominar. – Eu sinto em lhe informar que seu marido não foi encontrado. Não sabemos se ele está vivo ou morto, os ataques ficaram intensos demais. Vamos continuar a busca, mas se em dois dias não houver nada, teremos que encerrá-las.
- Vocês não podem simplesmente encerrar as buscas, eu sei que ele está bem. Ele disse que ficaria, ele disse. – Eu quase gritei, mas eles não podiam fazer nada, eram apenas subordinados a me contar a possível morte do meu marido. Eles se foram e eu fiquei ali. Meu estômago se embrulhou e eu coloquei as poucas coisas que havia comido todas para fora no vaso. Lavei minha boca e sentei-me no chão. Eu senti todo meu corpo doer e minha cabeça ainda mais. Gritei e chorei naquele noite. E mais um dia se passou, e não havia nenhuma notícia. E outro se passou e nada. Eu apenas chorei como nos outros dias, me lamentando cada vez mais. Como eu pude deixá-lo partir? Eu devia tê-lo impedido, feito o possível. Sentei-me frente à penteadeira do quarto e peguei uma foto sua, chorando mais e mais, mas limpei meu rosto e me recompus, vesti meu melhor vestido e sapatos de salto. Suspirei e desci as escadas, preparei o melhor café da manha que pude. Sorri conversando com ele, como se ele realmente estivesse ali. Podia ver seu rosto, seus lábios se formando em um sorriso quando eu derramei o pouco café e tive que me levantar para secar e, quando eu o fiz, passei em frente à janela que tinha a vista para o gramado frente ao lago. Eu sorri e toquei o vidro com as pontas dos dedos, e lágrimas escorreram por meu rosto gélido.
- Por favor, volta pra mim. – Eu supliquei. – Volta... – Minha imaginação voou e suas mãos envolveram minha cintura, seus lábios tocando minha nuca. Eu fechei os olhos. Aquilo parecia tão real, mas tão real, que eu me arrepiei por completo.
- O que você não pede que eu não faço, hein? – A voz rouca e tão conhecida soou em meu ouvido, então tive a certeza de que era ele. Me virei e me deparei com seus olhos azuis me encarando, intensos. Sua roupa estava arrumada e ele continha alguns ferimentos pequenos e uma medalha pendurada em seu pescoço. Ele sorriu de lado e acariciou meu rosto, aproximando e colocando a boca próxima à minha. – Eu disse que voltaria.




FIM!



Nota da autora: Espero de coração que alguém esteja lendo isso, e se estiver, MUIIITO obrigada. Essa fic é MUITO especial pra mim. Por vários motivos na verdade. Tenho um enorme problema em terminar uma fic/short, e essa eu fiz em apenas uma noite. E novamente espero que tenham gostado assim como eu e comentem.




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