Autora: Hera Sullivan | Beta-Reader: Taaci





- Então, você quer mais um drink, ? – Eu havia marcado de me encontrar com num bar no centro, era um lugar lindo, luxuosíssimo, fazendo jus ao visual bem vestido de . Ele estava lindíssimo. Seus olhos brilhavam a luz das luzes da cidade, e ele remexia com frequência em seus cabelos.
- Não, obrigada, estou satisfeita apenas com um cosmopolitan. – Ele sorriu e piscou um daqueles olhos lindos. Havia passado apenas dois meses depois daquelas duas noites incríveis. Estávamos tão ocupados com os problemas causados pela separação que nem tivemos tempo de agir nossas próprias coisas. estava aos poucos saindo de seu visual habitual, aquele que eu estava acostumada: terno, roupas relacionadas ao seu trabalho como empresário. Era herdeiro de uma companhia milionária. Com o pouco tempo que nós encontrávamos, saíamos. Ele me levava a bares, boates e, às vezes, ia à minha casa, às vezes saíamos pra jantar. Éramos um casal normal. A não ser por um detalhe. Eu ainda me vendia. E outro, nós ainda não éramos namorados. E um último, porém não menos importante fato, , sua ex-mulher, não queria deixar barato o fato de ele ter trocado-a.
O que aconteceu depois daquilo foi inesquecível.

- Oi, meu nome é , estive aqui na semana passada com o senhor , no quarto 1304. A senhora pode me dizer se há alguma espécie de espelho falso naquele quarto? – A mulher que estava na recepção olhou para mim e levantou uma de suas sobrancelhas perfeitas e bem desenhadas.
- Senhora, aquele quarto é uma propriedade particular da família , eu não posso fornecer-lhe nenhum detalhe sobre sua estrutura. Mas posso garantir-lhe que não há nenhum espelho falso em seu projeto oficial. – mordi o lábio inferior e comecei a ficar nervosa, desde aquele dia eu comecei a duvidar se havia realmente algum espelho, ou se havia sido uma espécie de golpe ou sei lá.
- Pode me dizer se havia alguma câmera? – a mulher me olhou novamente.
- Não há nenhuma câmera em seu projeto original, também, senhora . Há algo que queira reclamar conosco? Alguma imagem vinda daquele quarto saiu na internet, ou algo do tipo? – Fiz que não com a cabeça, agora não havia muito que dizer.
- Não, senhora, fora apenas um boato que ouvi falar sobre o quarto, ou algo do gênero. Desculpe-me. – me virei, pegando a bolsa e logo me pondo para fora daquele lugar, com uma vergonha irreversível do meu ser. Saí do enorme prédio, estava pronta para chamar um táxi que me levasse para a loja de , até que um carro prateado, que reconheci como sendo um lançamento da Ferrari, surgiu. Havia uma vaga preferencial para hóspedes do hotel bem à minha frente, que acabou sendo ocupada por aquele carro. Ou seja, minha visão da rua e dos táxis estavam bloqueadas. Antes que eu pudesse desviar. A porta do carro se abriu, a mulher que saiu de dentro dele. Reconheci como sendo a mulher que havia me pedido o programa, a voyeur. Ótimo! Hora do pagamento. Essa mulher estava me devendo havia uma semana, por mais que seu marido, ou ex-marido, e eu estivéssemos trocando e-mails, mensagens e ligações todos os dias. Aquele dia continuava sendo cobrado. Pois ela pediu um cinema prive e eu odiei a experiência, quero dizer, de ter alguém me observando. Ela me olhou feio e colocou suas mãos na cintura.
- Você tem se encontrado com ? – Ela foi direta. “Sim” seria minha resposta inicial, mas eu o amava e tinha uma reputação a zelar.
- Por que você quer saber? – perguntei. Ela tirou os enormes óculos redondos da cara e sacudiu os cabelos loiros alisados.
- Meu casamento acabou misteriosamente depois daquela noite. – Seu rosto estava vermelho de raiva, seu rosto redondo e gordo parecia prestes a explodir.
- Bem, ele disse que você era maluca. E que não gostava de você, e que não estava nem aí pra você. – A realidade sempre vinha à tona, eu era assim. A mulher começou a ficar cada vez mais irritada, levantou a mão e ameaçou me bater. Segurei seu braço com força, pressionando minhas enormes unhas em seu pulso pra machucar, e provar que eu tinha força, olhei bem no fundo de seus olhos e disse:
- No seu lugar, eu não faria isso. – Ela soltou seu pulso da minha mão e entrou às pressas no carro. Se essa mulher me denunciasse, eu estava ferrada.


- Eu já te falei várias vezes para você sair dessa vida. – Olhei séria para , tentando não me distrair com seus insistentes olhares lindos.
- COMO, eu vou SOBREVIVER, ? Me diz? – me olhou sério, depois revirou os olhos.
- Procure um estágio. – ele disse enquanto bebericava um pouco do seu uísque, por mais que todo aquele seu estilo: terno, gravata e calça social de todos os dias. Naquele dia ele estava bem relaxado, usava uma camiseta e jeans, tênis all star. Estava tão mais bonito.
- Não dá tanto dinheiro quanto a prostituição, eu teria um déficit na minha renda mensal, ficaria devendo. – Tomei o resto do cosmopolitan e sentei cruzando as pernas e com a coluna ereta.
- Te arranjo um emprego de bom salário numa das empresas associadas à minha, e o resto eu pago por você. – descruzou suas pernas e saiu de sua posição habitual de descanso.
- E ficar dependendo de você? Jamais! – Eu estava relutando, e, se relutasse mais, ele ia achar que eu gostava de transar com outros homens, e que eu não o amava, não queria causar essa impressão nele. Sentiria-me péssima se imaginasse ele pensando algo assim de mim.
- , eu te amo, não tem nada de depender ou não de mim. Estou fazendo isso pela sua segurança. – É engraçado como a gente consegue se envolver em tão pouco tempo, principalmente eu e ele.
- Tudo bem. – Dei de ombros, e comecei a mexer em meu celular, vendo que havia uma mensagem de . Toda hora ela perguntava se tava tudo bem, queria saber onde eu estava.
Aquilo era uma forma de cuidar de mim, e eu reconhecia aquilo. Todo mundo sabia que eu tava em risco por causa de . E o pior, com isso, estávamos demonstrando fraqueza, medo.
- ... quero ir para casa. – minha voz estava começando a ficar embargada por causa de toda aquela preocupação, que eu, sinceramente, não queria nem ter. Meus olhos estavam começando a ficar encharcados, e em alguns minutos as lágrimas cairiam, sujando todo meu rosto por causa da maquiagem.
- Qual casa? – ele perguntou, se levantando um pouco e fazendo um carinho com suas mãos fortes em meu rosto e limpando as gotas de lágrima que insistiam em querer sair.
- A sua. – fiz um biquinho, ele deu um sorriso largo, quase infantil, o que contrastava demais com seu rosto masculino.
Ele me pegou pela mão, largou o copo, quase no final, em cima da mesa e foi até o caixa, pagando, e logo me colocando dentro do carro. Um carro preto brilhante, supermoderno e com uma cara enorme de ser rápido. Nem cheguei a olhar de que marca era, mas, pelo estilo, era um Volvo.
O trajeto foi silencioso. O rádio estava ligado numa rádio de música eletrônica, talvez fosse só uma rádio convencional, mas, pelo horário, uma da manhã, eles estivessem tocando eletrônica. Titanium do David Guetta ecoava dos autofalantes do carro. Eu entoava junto com a cantora o refrão “I’m Bulletproof, nothing to lose, far away, far away...”. O prédio de não ficava muito longe dali. Ele, na pressa de sair de casa, escolheu um de seus apartamentos para ficar. Era lindo, mas, segundo ele, o seu original era bem maior. “Maior do que aquele monstro californiano?” perguntei, “Sim, muito maior...”, e então, depois daquela frase, naquele dia, ele me beijou.
Mais tarde, saindo do banho e penteando meus cabelos, ouvi os gemidos vindos do banheiro, era . Movi meu corpo lentamente para o banheiro, observando-o, seu corpo molhado, seu semblante, a forma com que a água escorria pelo seu corpo, qualquer problema com desapareceu naquele momento.
A cara de excitação que ele fazia quando estava se masturbando era, simplesmente, irresistível. Não demorou muito para ele notar minha presença, soltei um sorriso safado, tirei meu vestido e me juntei a ele no banho.
Ele logo me segurou pelos cabelos, me beijando com força. Passava a mão pela minha vagina, sentindo-a toda molhada, mesmo com o atrito da água, os beijos se tornavam intensos enquanto eu sentia nossas respirações cada vez mais ofegantes.
Comecei a descer sobre o corpo forte de até chegar ao seu membro, que estava completamente duro, latejava de tanto tesão. Passei a língua sobre a cabecinha logo engolindo todo o membro, indo e voltando enquanto pressionava minha cabeça contra a sua intimidade para que eu fosse com mais força. Naquele momento, senti que estava cansada de dar prazer, queria receber também. Tirei minha boca, arrastando os dentes sobre a cabecinha, enlouquecendo-o, o que logo o fez chegar ao orgasmo.
E eu ia completamente excitada e tomada pela luxúria de tê-lo, de ter finalmente conquistado-o, de tê-lo pra mim, só para mim.
Logo ele me deitou no chão do banheiro enquanto a água caía sobre nossos corpos, descia sua boca pelos meus seios, onde ele mordia, lambia, chupava, e eu apenas gemia, deixava-me ser tomada por aquela sensação que eu já conhecia, a sensação que só ele sabia me proporcionar.
Logo ele chegou à minha intimidade, onde lambia, sugava, mordia, e era incrível! Ora ele parava e passava os dedos sobre meu clitóris com força, fazendo movimentos circulares, ora voltava junto com suas sugadas e me masturbava.
Eu não conseguia parar de gemer, e a excitação tomava conta da minha mente, estava sendo tomada por uma sensação que não sentia há... Que não sentia há dois meses.
Percebi quando ele meteu em mim, apenas fechei meus olhos e aproveitei aquela sensação. Ele dava estocadas fortes e pressionava seu corpo contra o meu, apertava minha bunda e puxava meu cabelo ao mesmo tempo.
Eu gemia feita louca várias coisas sem sentido.
- Você gosta? Você gosta? Então aproveita. – ele sussurrou em meu ouvido, com sua voz rouca, grossa, mas ofegante e forte. Estava decidido, decidido que estava me fazendo muito, muito feliz.
Logo ele metia com mais força e aproveitava para, ao mesmo tempo, sugar meus seios, e deixava marcas de mordidas.
Eu apenas arranhava seu corpo, suas costas, a suas costas largas e fortes me enlouquecia. O prazer estava tomando conta de mim, e logo cheguei ao orgasmo, sentindo seu membro deslizar com mais facilidade dentro de mim, não demorou muito para que ele chegasse ao ápice também. Senti seu corpo derramar ao meu lado, beijei seu rosto com força e olhei em seus olhos brilhantes, dizendo:
- Eu te amo,
Ele olhou nos meus, sorriu e beijou minha boca cautelosamente.
- Também te amo…

Depois daquele “banho”, se é que aquilo poderia ser chamado de banho. Senti minha mente esvair, tudo parecia melhor, mais tranquilo, mais calmo. Fazia muito tempo que eu não tinha um tempinho particular com o .
Ao deitar naquela noite, minha mente foi atordoada, eu não conseguia dormir direito, acordava de meia em meia hora com sonhos apavorantes envolvendo , sonhos que tirariam qualquer um do sério. Sonhos que eu queria esquecer, sonhos que eu, sinceramente, preferia nem estar tendo. Mas eu estava.
Quando resolvi levantar mesmo, desistir de dormir e ficar na varanda vendo o sol nascer, percebi que veio atrás de mim.
Eu estava distraída, olhando a luz arroxeada do nascer do sol tomar conta do céu lindo. Eu não sentia, mas assim que me virou para que pudesse me dar mais um de seus beijos maravilhosos, seu rosto se tornou assustado. Eu estava inchada, chorando, olhos vermelhos. Ele me abraçou forte. Mas, por mais que eu quisesse ser abraçada, quisesse sentir seus braços fortes fazendo-me sentir segura, eu não podia mais ficar assim.
Suas mãos secaram meu rosto, minhas lágrimas. Me seguraram forte, seus lábios, lindíssimos diziam que tudo ia ficar bem, quando eu sei que talvez nunca ficasse tudo bem.
Estávamos deitados sobre a cama como em qualquer outro dia em que eu ia vê-lo durante a turnê. Depois de alguns meses, ele estava de volta a Los Angeles. Mas estava diferente. Olhava-me com uma malícia visível. E me dizia coisas que não falava normalmente no meu ouvido. Por enquanto estávamos apenas nos beijando. Até ele resolver voltar aos tempos em que tocava baixo e resolvia brincar de “tocar baixo” em mim. E isso me deixava excitada, molhada, me fazendo arranhar as costas dele, fazendo com que seus movimentos antes lentos e “respeitosos” ficassem mais rápidos e ousados. Até ele resolver morder meus lábios enquanto me beijava, deixava as coisas mais selvagens, do jeito que ele, certamente, sabia que eu gostava depois de uma conversa sobre isso alguns dias antes. Ele começou a descer seus lábios pelo meu pescoço até descer o zíper do vestido sem nenhuma cerimônia.
Abriu o zíper até o final. E depois de ele me ver completamente de lingerie, não aguentei.
- , não tenho condições de fazer esse programa com você hoje. – Me levantei e me sentei na borda da cama. Eu estava começando a me sentir mal, como se não pertencesse mais àquilo, como se não quisesse mais.
- O que houve? – seu rosto estava desolado, ele não estava acreditando no que estava acontecendo, muito menos eu.
- Não dá, cara, não dá. – comecei a vestir minha roupa novamente, disposta a dizer alguma coisa e ir embora dali. continuava sem entender nada, seu rosto demonstrava claros sinais disso.
- Eu fiz algo de errado? Achei que eu era seu cliente preferido. – sorri de lado com aquilo, ele percebeu e sorriu também. No quarto, a penumbra tomava conta do ambiente, se moveu até o abajur e ligou a luz. Agora eu via seu belo rosto de celebridade bem iluminado. Ele era lindo, mas nada se comparava a .
- Não, eu que fiz. – Ele olhou para mim, levantando uma de suas sobrancelhas.
- Me envolvi com um cara. Eu o amo. – sorriu. Piscou um de seus olhos lindos, tão perfeitos quanto nos vídeo clipes.
- Sei como é.
- Posso me dispensar hoje? Não estou muito bem. – ele sorriu de lado, entendendo completamente minha situação, mas, ao mesmo tempo, não entendendo; homens jamais sentirão como nós, mulheres, sentimos. Amor, amor à flor da pele.
- Claro! Mas só se você me arranjar outra gostosinha para eu poder transar. – Sorri com seu senso de humor sarcástico. E dei um papelzinho para ele com o telefone de , que era fã da banda dele e uma frustrada sexualmente por nunca conseguir uma noite sequer com seu ídolo.
- Liga para ela. Ela vai amar. – Peguei minha bolsa sobre o chão enquanto pegava seu iPhone 5 e ligava para . Ela ia me agradecer demais no dia seguinte.

- Tem certeza que precisa ser assim? – ria do meu drama enquanto eu segurava uma pasta contra o peito e vestia um terninho cinza. Estava na porta da Enterprise, nervosa, meu corpo tremia, meu cabelo caindo de forma angelical sobre o rosto, um saltinho bem pequeno estava em meus pés, meu uniforme de trabalho como chefe do setor jurídico da empresa de era completamente diferente do meu uniforme como amante noturna de milionários. Pelo menos eu ganhava o bastante para manter minha casa e minha faculdade. O resto, trazia para mim.
- Claro. A não ser que você queira ter sua carreira como advogada famosa arruinada durante a faculdade. – dei de ombros e revirei os olhos, entrando no enorme prédio. A recepção era de cor bege, a recepcionista era uma loira peituda de cabelos presos em um coque. A mulher era tão peituda que confesso que até eu fiquei com inveja dela.
- Ela é sua secretária? – perguntei, com uma pontada de ciúmes na voz. me olhou de lado e riu. Tirei uma das minhas mãos da pasta.
- Não, ela é a recepcionista. Minha secretária fica lá em cima. – Olhei para ele com meus olhos arregalados. – Mas ela não é igual a essa aqui. – começamos a rir juntos, então comecei a observar o ambiente. Todos olhavam para , ou com olhar de admiração, ou com olhar de inveja. Mas todos olhavam. acenava, cumprimentava desde o cara que parecia ser o sócio com mais dinheiro investido na empresa até o cara que estava varrendo o chão.
- Cara, você é popular por aqui... – ele riu e coçou as costas enquanto entrávamos no elevador, só havia nós dois ali. Ele apertou o número 26, o último andar.
- Não foi sempre assim... – se virou e olhou o espelho, observando-se. Fez algumas caretas, mostrou a língua para o belo reflexo, mexeu na gravata, fez uma postura ereta e logo se virou. – Quero que você ande do meu lado. - Fiz uma postura tão nariz em pé quanto a dele, e comecei a desfilar ao seu lado. Meus cabelos esvoaçavam com o movimento dos passos rápidos e precisos à minha frente. Meu Deus, jamais esperaria me ver numa situação dessas. Todos olhavam para nós, todos, sem exceção.
O ambiente era um amplo escritório branco e enorme, com uma enorme porta de madeira branca no fundo. “A sala dele”, pensei. Sete mesas, uma em cada canto, todas cheias, com a exceção de uma, a que supus ser a minha. Das seis pessoas ali sentadas, apenas uma era mulher, a que parecia ser a secretária de .
- Você fica naquela mesa ali, tá vendo? – Ele apontou para a mesa perto da tal sala. – Eu estarei atrás daquela porta. – Ele se virou, selou nossos lábios rapidamente, e entrou na sala, deixando apenas um “tchauzinho”.
Não foi um dia tão difícil como eu imaginava. Valerie, a moça que trabalhava como minha secretária, que também era secretária dele, recebia muito bem e tinha um cargo de confiança. Era um amor, e, vendo que eu gostava de me virar sozinha, tentava implorar ao máximo para que trouxesse pelo menos um cafezinho.
Estava tudo indo do jeito que eu planejei para aquele dia, perfeitamente, até que deu a hora do almoço.
Todos os trabalhadores da empresa estavam indo comer, ou em suas casas, ou em um restaurante mais próximo. Eu estava com uma papelada tão grande em minha mesa, que eu não tinha nem condições de sair. ainda estava no escritório e, ao ligar para ele e avisar minha situação, ele disse que também estava assim.
Resolvi então conter-me e terminar o trabalho, já que, certamente, o título de chefe do departamento jurídico da maior empresa da Califórnia, a Enterprises, seria um belo triunfo no meu currículo.
Em torno de uma da tarde, enquanto eu comia um dos cinco cupcakes que Valerie tinha me dado para que eu não morresse de fome, percebi que minha sala que tinha sete mesas cheias, estavam todas vazias, naquela altura do campeonato.
A única pessoa que estava naquele andar era , e ele estava do outro lado de uma enorme porta branca que tinha uma plaquinha escrito “ , Presidente da empresa”. Eu chegava a conseguir ouvir sua voz do outro lado, falando alto ao telefone com alguém que parecia ser da Alemanha, pois a língua que ele estava falando, em um tom um pouco alto, confesso, era irreconhecível para mim.
Ainda estava concentrada quando ouvi um barulhinho: o elevador. Alguém havia entrado nele e estava subindo para o meu andar. Aquilo era estranho, afinal, o horário de almoço terminava à 1h30. Quem seria? Bem, às vezes poderia ter pedido comida, quem sabe.
Mas quando eu cheguei a essa conclusão, era tarde demais, a porta do elevador se abriu e eu ouvi tiros, altos e estridentes vindos em minha direção. Não consegui perceber muito bem o atirador, mas era mulher, loira e usava um vestido preto.
.
A porta do escritório do se abriu com um forte estrondo e um quebrar de vidros. correu até meu pequeno esconderijo embaixo da cadeira, me abraçou e envolveu todo seu corpo grande, forte e musculoso em volta do meu.
- Vai ficar tudo bem. – ele dizia bem baixinho com a voz grossa ao meu ouvido. – Eu prometo. – Até que certamente os tiros pararam e a mulher correu para o lugar onde nós estávamos escondidos. Ela me puxou pelo braço com força. me pegou de volta, mas logo fui puxada novamente pela bruxa. saiu debaixo da mesa e cruzou os braços na frente do corpo.
- Essa putinha de merda! – me sacudiu algumas vezes e com força, me machucando, mas eu era forte, não deixei uma lágrima sequer se formar em meu rosto. Olhei nos olhos da fera e a desafiei. Seu rosto redondo e gordo estava vermelho de fúria, seus olhos borrados de maquiagem, parecia mais feia e assustadora do que o normal. Como se seus fetiches já não fossem aterrorizantes demais. – Eu não devia ter confiado em você, sua vadia, sua puta de merda, agora você vai pagar! Vai, sim! Sua vagabunda! – Não entendi muito bem, mas continuava ali, parado de braços cruzados, olhando aquela mulher apertar meu braço com força, me sacudir, me machucar. Ela lentamente tirou a arma do bolso do vestido, novamente, e estava colocando bem na minha testa. A dor que a pressão daquele metal pesado e gélido contra meu crânio era muito pequena, mas incômoda. Eu queria gritar, mas, se eu demonstrasse algum sentimento ruim de desespero, ela iria me matar. O pior de tudo era que estava ali, parado, olhando para mim, sério, quando ele tinha me prometido que ia me proteger, que eu devia confiar nele. Por que ele estava fazendo o contrário, então? – Vou te matar agora, sua cachorra. – Seus dedos trêmulos adornados por quilates e mais quilates de pedras preciosas, tocaram a trava da pistola. Movi meu olho lentamente para o lado e vi que havia sentado sobre a escrivaninha e levantado a sobrancelha. Ela moveu a trava para trás e começou a escorregar lentamente seus dedos gordos até o gatilho.
soltou uma das mãos e começou a contar com os dedos da mão. Um... Dois... Esse era o meu fim, e ele estava assistindo. ELE ESTAVA APENAS ASSISTINDO, NÃO ESTAVA ME DEFENDENDO! Para que eu fui parar nessa merda de relacionamento com esse homem, mas agora era tarde demais. Era meu fim.
De repente, ouvi um grande estrondo, um barulho de tiro, mas eu estava viva. E meu corpo estava caindo sobre o chão. Ouvi outro estrondo, era um corpo, e estava caindo ao meu lado, minha visão estava turva, eu não via nada direito. Mas senti alguém me levantando, alguém me levantando e me levando para algum lugar.

***


Quando meus olhos, finalmente, se abriram, eu estava num lugar que eu já conhecia, a cama de . Em meu braço esquerdo havia uma bolsa térmica e gelo. Ele estava sentado ao meu lado, lendo um exemplar de um livro, era uma capa azul marinho. Observei novamente depois de piscar algumas vezes e percebi. “Cinquenta Tons De Cinza”.
- Pornografia leve e feminista? – Perguntei, olhando para cima, minha voz sonolenta, arrastada e grave. riu, e foi apenas isso. Ele afagou meu cabelo e me olhou nos olhos.
- Achei que isso fosse de agrado das mulheres, do tipo, você sabe. – Eu ri, movi minha cabeça até a bolsa e a tirei. O roxo na minha pele parecia menor do que eu imaginava.
- Não, não é. Prefiro homens machões, do tipo que machucam. – Ele riu e eu movi meu corpo para ficar em uma posição paralela a ele. Ele deu um leve selinho em meus lábios, e logo fiz uma carranca.
- Que foi? – Perguntou. Então a cena daquela tarde voltou à minha mente. Olhei para a cabeceira e o relógio marcava dez da noite. Lembrei-me de , um cano de uma arma pressionado contra minha testa, parado apenas observando de braços cruzados. Meu corpo estremeceu. Eu queria respostas. – Ah, hoje à tarde? – Fiz que sim com a cabeça. Ele largou o livro na mesa de cabeceira e virou seu corpo para ficar frente ao meu. Finalmente percebi que ele estava sem camisa, cinto da calça social preta aberto, e a cueca boxer branca levemente aparecendo; meu corpo tremeu. – Bem, eu fiquei ali parado porque eu já sabia que ela estava no prédio, já sabia que ela ia armar para cima de você, e já havia chamado a polícia. Se eu criasse barraco com ela, ela poderia ter atirado em mim, em você, e matado nós dois antes que a polícia chegasse. – belo plano, .
- E o que aconteceu com ela?
- Morreu. – aquela simples palavra fez meu corpo ficar pequeno e se encolher na cama, eu havia sido a causa da morte dela. – Não se preocupe, ela era uma sociopata. Se não matasse você, mataria qualquer um. – ele me observou levantar lentamente a sobrancelha em dúvida. – Ela tinha uma forte tendência ao tédio, vivia parasitando, ou em mim, ou na coitada da mãe dela. Só pensava nela, nela, nela, no presente dela, e só era impulsiva, irresponsável... Narcisista. , ela não valia nem sequer o prato que comia. Não sei como me casei com ela. – ele passou seus dedos no meu rosto, retirando os fios de cabelo dele. – Agora descanse, meu anjo. Você precisa.
Meus olhos se fecharam, meu corpo relaxou, e eu adormeci.
Acordei no meio da noite, sentindo minhas costas nuas e um dente roçando sobre elas. Meus braços amarrados a beira da cama, eu me sentia violada, mas era ele querendo brincar, me deixando assustada.
- Hunm, … – soltei um gemido que, ao mesmo tempo, era de desaprovação com prazer. Sua voz profunda repousou sobre meu ouvido e soltou:
- Fica bem quietinha e obedeça. – sorri maliciosa. Lembrei, por fim, do livro que ele estava lendo antes de eu dormir, opa! Alguém entrou no clima, pelo visto. Senti seus dedos brincarem com a minha vagina de forma que eu ficasse com vontade louca de me soltar e pedir para que ele metesse o membro dele com força em mim de forma que quase viesse a me machucar.
Mas segui suas regras, fiquei quietinha e o obedeci. Era um joguinho, afinal.
- Está sendo uma ótima menina. – sexo parecia meu beijinho de bom dia, o que não se parecia nem com um beijinho quando sua língua invadia minha intimidade, me fazendo pressionar meu corpo e me fazer querer ir para frente, movimentando meu corpo contra ele. apertou minha cintura com força, de forma que eu sentisse uma dor estranha e prazerosa, sabendo que certamente ficaria com marcas no dia seguinte. Uma marca a mais, porém, essa, era muito, muito melhor.
Era um fetiche estranho, nunca havia tentado isso com ele, mas estava gostando.
Ele pegou um vibrador na mesinha ao lado da cama, e ficou passando sobre minha entrada, ao redor, sem meter, me provocando, me fazendo querer implorar... Soltei longos suspiros e contorci meu corpo com muita força, queria falar algo, mas não adiantaria. Ele iria até o final com aquilo, com certeza.
Não durou muito para o aparelho ser substituído por uma língua, e logo depois por um membro que invadiu com força meu corpo, me fazendo arquear o corpo e gemer com força. Ele sorriu e meteu ainda com mais força, me pressionando contra o colchão. Então ele finalmente resolveu soltar meus braços de forma que eu pudesse me virar para frente. Girei meu corpo, seu olhar estava sedento tanto quanto os meus que precisava daquele homem. Olhei para ele de forma provocativa, suas mãos foram até minha nádega dando um forte apertão; ele mordeu os lábios e eu acabei por me contorcer de excitação mais uma vez. Senti meu orgasmo chegar com força, pois de tanto ser provocada, uma hora eu ia ceder e rápido. Percebendo que havia acontecido comigo, ele me empurrou contra a cama para fora dele, e me puxou pelos cabelos contra seu membro, me fazendo colocá-lo na boca; o movimento era de vai e vem que eu fazia. Olhei para cima, sua cabeça estava virada para trás, ele ofegava, aquilo foi um estímulo para eu ir com vontade. Estávamos tão excitados que não durou muito para que seu líquido jorrasse sobre minha garganta com força e me invadir.
Sendo assim, ele se levantou e simplesmente saiu. Fui até o banheiro e limpei a boca, me olhando no espelho e rindo do próprio reflexo. “Sou uma vadia mesmo...” pensei “... e ele fez do jeito que eu gosto”. Ainda nua, atravessei a sala indo até onde ele estava.
- E se ela estiver observando a gente?
- Ela era podre demais para isso. Deve estar queimando no inferno.
- Concordo. E nós?
- Não somos muito santos, mas acho que não estamos ofendendo ninguém.
- Estou perguntando sobre como vamos resolver nossa vida depois disso.
- Vamos vivê-la. Juntos. – Então ele puxou seu corpo para perto do meu, me abraçando e me enchendo de beijos. Eu não conseguia parar de rir, ele olhou para mim. – Ah, e antes que eu me esqueça, vamos conhecer Paris semana que vem. – Não pude deixar de abrir meu maior sorriso. Eu amava aquele cara. Muito.

Fim



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