Escrita por: Bella Sullivan
Betada por: Abby




Eu amava trabalhar com figurinos de filmes, adorava a forma na qual aquilo me levava pra frente e para trás no tempo e pra qualquer lugar que eu quisesse, eu amava estar perto daqueles atores, de medir seus tamanhos (ah, como era bom saber que a Jessica Alba estava com a cinturinha maior do que a minha). Eu confesso que gostava de preparar roupas que estavam de acordo com o meu gosto, o gosto do ator e do diretor, e mesmo assim se manter fiel ao personagem.
A melhor parte, claro, era ver os atores em suas roupas íntimas. Já chegou a ter vezes que os vi sem elas. Era tão engraçado.
Eu fazia parte do grupo das assistentes de figurino de um filme sobre a Segunda Guerra Mundial que iria bombar. E depois de uma briga sangrenta com as outras meninas, eu perdi de maneira digna, ficando responsável pelo figurino de um ator coadjuvante, que, cá entre nós, era muito gato, ele era da Romênia ou algo assim, o que aumentava seu sex appeal. De extra, ainda ganhei o prazer de fazer os ajustes de emergência no personagem principal. A assistente de figurino dele era, na verdade, a diretora de figurino, decisão feita após uma chacina nas reuniões. Todas as meninas, e meninos gays, queriam ficar responsáveis por ele.
Eu sabia que havia ganhado de uma maneira digna porque eu estava com o segundo melhor e sabia bem daquilo.
Cheguei ao estúdio uma hora e meia antes do início das gravações. Tempo de sobra pra fazer tudo o que eu precisava. Entrei no camarim do homem, ansiosa para saber se o modelo escolhido pela direção tinha sido o que eu havia desenhado.
O fone estava no último volume quando eu puxei a maçaneta do camarim do ator romeno. Eu havia pesquisado sobre os gostos dele e principalmente sobre a ideia crua do diretor. Eu queria não só deixar o personagem fiel, como o ator confortável com o que ele usava. Eu escutava Song #2, do Blur, quando entrei no camarim e fui atrás do cabide onde a farda descansava.
Não hesitei em sorrir e gritar o “woo hoo” da música em comemoração . Era a minha roupa. Eu mal poderia esperar para vesti-la no e dar os últimos ajustes. Passei a mão no tecido grosso da roupa, sentindo aquela textura maravilhosa e incrível ao melhor estilo anos 40.
Tudo bem, confesso que me achava sortuda por estar responsável pelo figurino dele. Eu estava louca pelo visual militar retrô dele. A personagem principal feminina também me agradava, mas nesse tempo eu acabei descobrindo que o , por acaso era o nome do homem, era um puta de um gostoso. E eu preferia passar a fita num tanquinho do que numa cinturinha fina.
- Com licença? – Eu imaginei que ele estivesse chegando naquela hora e que ele fosse me surpreender, porque eu fiquei tão animada com a música e com a escolha do meu figurino como o oficial que esqueci o quanto a música estava alta e era agitada. Sua mão enorme tocou meu ombro e um dos fones foi retirado do meu ouvido. Logo percebi que ele havia chegado e que eu tinha que começar a trabalhar.
- Oh! Foi mal! – Isso era tudo o que eu consegui dizer enquanto olhava naqueles olhos perfeitos e imaculados. Tirei o iPod correndo do bolso e desliguei o som. Sentia minhas bochechas queimarem. Seu rosto estava bem próximo ao meu e eu conseguia sentir sua respiração quente.
Não era nosso primeiro encontro. Havíamos nos vistos duas vezes em reuniões para discutir sobre o filme e o figurino, ou seja em ambiente de trabalho. Nos vimos outras vezes em eventos, e em um especialmente… Ficamos bastante próximos.
Não tinha nada a ver com o filme, foi um ano e meio ou dois anos antes daquilo. Num evento relacionado à parte do elenco de um seriado adolescente. Ele ainda namorava a atriz principal, o namoro estava muito mal, mas estava lá.
Eu era uma grande amiga de uma das atrizes do seriado desde o ensino médio, quando éramos apenas duas garotas californianas. Eu também tinha uma amizade grande com outras meninas do elenco. Esse resumo de eventos acabou em meu nome na lista de convidados da tal festa.
Uma pena que tenhamos bebido tanto e tanto tempo tenha passado. Ele deve ter esquecido que me fizera confissões sobre um relacionamento ruim e solitário com a Stephanie, a tal atriz principal, ela era minha diva até esse dia, eu cheguei a consolá-lo, falando coisas que sugeriam o quanto eu, como uma estudante de Moda simples que tinha mais contato do que fama poderia ser melhor do que ela. Naquela noite cheguei a citar minhas, supostas, ótimas habilidades sexuais.
Mas como eu já esperava, ele havia esquecido. Não vi nenhuma centelha de uma expressão que pudesse lembrar um “Ei! Você me disse coisas sobre seu sexo oral naquela noite” nos eventos que se sucederam depois, nem em nossos encontros no ambiente de trabalho.
Naquele momento trabalhávamos juntos e deveríamos ignorar lembranças como aquelas.
- E aí? Como a roupa está? – Ele disse assim que eu me livrei dos bens inúteis causadores de histeria. Ele veio ao meu lado, passou a mão sobre o tecido exatamente como eu fizera minutos antes. estava vestido de maneira simples. Calça jeans, camisa branca e uma jaqueta de couro. Um leve toque James Deaniano naquela manhã.
Ele tirou os óculos de sol que estavam pendurados na camisa de lá e pôs sobre a mesa ao lado do cabide. Olhou a roupa novamente, pegou o quepe e colocou na cabeça. Ele colocou o chapéu levemente de lado e ficou incrivelmente lindo e criativo, um toque despojado e jovem para um personagem como aquele. Exatamente como a ideia que eu tivera do personagem dele e olha que eu nem tinha pensado naquilo. Achei o máximo e não pude esconder.
- Amei! – Ele olhou para mim de lado e logo em seguida virou de frente e fez uma careta que logo se tornou um sorriso. Ele levantou uma das sobrancelhas fazendo charminho e eu dei uma risadinha.
- Quer dizer… Eu desenhei a roupa e não pensei em colocar o quepe dessa maneira. – Ele acenou com a cabeça, sorrindo, e mordeu o lábio inferior. Eu já tinha conversado com ele, passado um tempo e tudo mais, mas nunca havia parado para ficar tão próxima dele num momento em que era só nós dois. – Acho melhor você se vestir logo, eu preciso fazer uns ajustes antes da maquiagem. – concordou e começou a tirar a roupa. Eu fui até o cantinho do camarim, peando meu celular e fingindo estar distraída respondendo mensagens, quando, na verdade, estava tentando não ficar olhando para aquela cena como uma psicopata. Ele estava apenas de cueca na minha frente.
Seu corpo era perfeito, quase que desenhado e levemente bronzeado. Um físico perfeito. Eu já previa o fato dele acordar quatro da manhã para ir para academia além dele praticar alguma arte marcial.
- ? – Ele me chamou, guardei o celular e fui rapidamente ajudá-lo com o traje. Primeiro a camisa social verde fechada até o pescoço. O que era péssimo, tapar aquele manjar dos deuses? Para quê? Minhas mãos corriam por seu corpo, enquanto eu ainda ajeitava a camisa. As passadas de mão eram levemente abusivas e disfarçadas com puxões e alfinetes. Eu sabia bem dentro de mim que não poderia perder aquela oportunidade única.
Principalmente porque a ideia de vesti-lo numa farda me deixava excitada.
Tratei de terminar de arrumá-lo rápido. Aquela situação estava me deixando péssima por dentro, principalmente porque era algo que eu não poderia ter.
Ajeitei a gravata, alfinetei aqui e ali até que tudo ficasse perfeito em seu corpo. Eu sorri e o admirei. Eu tinha feito um trabalho da porra.
- Tudo ok. Pode ir pra maquiagem. - Ele se olhou no espelho, passou as mãos pelo corpo duas vezes rápido e admirou sua imagem.
- Te vejo no final? Pra tirar a roupa? - Fiz que sim com a cabeça e dei de ombros.
- Na verdade eu fico no set pra alguma emergência, mas eu vou te ajudar no final, sim. - Ele acenou positivamente com a cabeça, depois fez um cumprimento com a mão se despedindo. Joguei-me na poltrona ao lado do frigobar, peguei um cigarro no maço em cima dele, cigarros de , mas ele não iria se importar, acendi e fiquei ali sem saber o que pensar.
Pelas horas que se seguiram eu fiquei no set e acompanhei as gravações. era um ator de dar inveja, decorava falas bem e dificilmente errava movimentos.
No final do dia de gravação voltou para o camarim comigo. Quando ele entrou trancou a porta. Eu estranhei, mas segui indo até o canto do cômodo para deixá-lo mais a vontade para tirar as partes mais simples da roupa.
Só que ele ficou me encarando e mordeu o lábio inferior. Estranhei e o olhei assustada.
- Sabe… uma vez numa festa uma garota me falou sobre seus gostos e habilidade sexuais… - Ele veio andando em minha direção. Como naquelas cenas de filmes de terror eu me imprensei contra a parede, sem ter mais para onde fugir do meu predador. me olhou com um olhar que vinha de baixo, os lábios entreabertos. Um sorriso malicioso começou a surgir neles.
- Ela me falou sobre sexo oral e até sobre sadomasoquismo. - Ele se referia claramente a aquela noite, sobre a bebedeira e tudo mais. Eu cheguei à conclusão que ele era mesmo um bom ator, porque ele fingiu por todos esses anos que nunca havia considerado nada sobre aquela noite.
- E aí que ela me falou algo sobre o peso da farda… Se referia a um possível fetiche por soldados e tudo mais. A vida é tão curiosa, porque hoje eu estou na frente dela e fardado… - Seu corpo se chocou contra o meu e seus dedos se prenderam em meus cabelos, puxando para trás e me fazendo soltar um gemido baixo.
- Será que vai ser muito incômodo para as pessoas quando eu te fizer gemer alto? - Eu não conseguia dizer nada, não sabia sequer como responder. Eu só queria que ele me fodesse ali mesmo. Meus olhos estavam presos nos deles, onde eu via uma clara malícia. Seus lábios correram vorazes para os meus, arrancando de mim um beijo. Eu não era beijada daquela maneira há muito tempo. Minhas mãos correram para sua nuca, como uma forma de colocar para fora todo o tesão que eu tinha acumulado em mim.
Seus lábios correram por meu maxilar e pescoço deixando um rastro molhado de chupões e mordidas.
- S… Se… … - Tentei murmurar seu nome. Tentativa falha. Ele tirava minha blusa enquanto eu tentava conter todos meus desejos. Sua boca passou pela minha clavícula e pelo vale entre os seios logo em seguida. Eu não sabia mais como me controlar.
- O que foi, ? Você quer que eu te dê prazer? - Sua mão foi em direção ao meu rosto, segurando e me fazendo olhar bem nos olhos dele. Eu sentia todo o poder dele sobre mim, sentia que ele queria me dominar naquela situação. Minha calcinha estava completamente molhada. Acenei com a cabeça concordando com sua pergunta.
- Vou te dar sim, mas você precisa obedecer as ordens do seu sargento. Você vai seguir minhas ordens direitinho?
- Sim. - Minha voz saiu trêmula. Eu estava completamente excitada. sorriu com aquilo, sua mão veio até meu rosto. Ele me acariciou lentamente com aquela palma enquanto me olhava fixamente nos olhos. Sua mão se afastou e espalmou contra o meu rosto, deferindo um tapa em meu rosto. E logo depois outros dois. A dor desaparecia rapidamente se transformando em prazer e excitação. Sorri com aquele ato e ele sorriu de volta.
E logo em seguida arrancou de mim um intenso beijo. Eu mordia o lábio inferior de tentando colocar toda minha excitação para fora. Eu queria arrancar aquela farda, mas estava sujeita às ordens dele.
Naquele momento estávamos queimando tanto que até o quepe dele estava no chão.
Ele tirou meu short enquanto nos beijávamos. Mordi seu pescoço e passei meus lábios e língua sobre seu maxilar, eu estava ansiando por aquilo, era uma parte do corpo dele que beirava a perfeição na maneira que era bem desenhada.
Suas mãos corriam em direção a minha intimidade. Ao primeiro toque eu já gemi baixo. O prazer veio seguido de um arrepio que cobriu todo meu corpo. Seus dedos, dois deles, escorregaram em direção a minha entrada.
- Está bastante molhada. – virou a cabeça para trás e murmurou alguma coisa em romeno. Aquilo me fez chegar a quase um orgasmo. Eu nunca tinha provado de uma experiência sexual tão intensa.
Mordi o lábio inferior e logo em seguida senti os dedos afundarem ainda mais dentro de mim. Gemi alto enquanto ele movimentava para frente e para trás. Tocando os pontos exatamente certos.
Não suportei por muito tempo. Precisava retribuí-lo. Ajoelhei na frente dele, abaixei a calça e deixei bem a mostra para meus olhos aquele membro enrijecido. Passei a língua ao redor da cabecinha, rodando e provocando. Meus lábios circundaram a região então a boca começou a abaixar. Ouvi baixos murmúrios vindos de seus lábios e deixei que ele soltasse ofegos enquanto eu dava o meu melhor. Subindo e descendo naquele pênis enorme e perfeito. Sentindo seus dedos correrem até meus cabelos e ditando os movimentos da maneira que ele desejava. E era isso o que eu queria também, saciar seus desejos. Eu sentia toda extensão e toda se abrir em minha boca e os ofegos pareciam aumentar de volume. me afastou de seu membro e me deu um tapa no rosto. Aquilo me assustou, mas eu gostei.
- Senta aqui de novo. Quero meter bem fundo em você. – Ele tinha um sorriso nos lábios e um olhar mandão. Não consegui negar aquilo para ele. Ele pegou a carteira de documentos, que havia deixado ao lado da carteira de cigarros, tirou de lá um preservativo e colocou em seu membro. Sentei em seu colo sentindo toda aquela extensão preencher o meu corpo. Soltei um gemido e vi suas mãos correrem para minha cintura. Segurando firme, mostrando quem estava mandando naquela situação.
Comecei a me movimentar de acordo com a forma que ele ditava, seus lábios estavam entreabertos e os olhos fixos em mim. Eu sabia que eu sentia tanto prazer quanto estava proporcionando. A forma na qual ele me tocava, a forma na qual ele me desejava, era tanto quanto a forma na qual eu o desejava.
Eu comecei a sentir meu corpo se movimentar mais rápido e mais forte, se movendo quase como se eu tivesse em cima de um touro mecânico. Um pouco exagerado, eu sei, mas o desejo que emanava, a forma na qual eu queria mais e mais, o quanto aquela poltrona se movimentava junto com a gente. Eu ouvia nossos sons e suor se misturarem. Eu sentia muito prazer, como nunca senti em minha vida toda. deu um tapa forte na minha bunda.
- Eu preciso gozar agora. – Foi tudo o que ele disse entre dentes antes de me mandar levantar. O obedeci e o ajudei a arrancar o resto de roupa que tinha entre nós. Ele me pressionou contra a parede e me beijou. Eu sentia nossos corpos se tocarem, nossas substâncias se trocarem. Eu sentia da melhor maneira.
Ele me segurou firme, correndo a boca pelo meu pescoço novamente e dizendo ao pé do meu ouvido:
- Vira. Eu vou terminar de te foder e não vou parar até doer. – Eu o obedeci, mas principalmente porque aquele dirty talk todo estava me deixando completamente extasiada. Fechei os olhos. E esperei ordens ou reações. Senti uma mão apertar minha bunda.
- Empina. – Empinei e senti seu corpo tocar no meu, seu membro me penetrar. O corpo dele se tocou contra o meu, suas mãos em meus seios, sua boca em meu pescoço. Parecia que ele sabia que eu gostava daquilo e a forma na qual aquilo me excitava. Eu não consegui resistir. Seus movimentos eram uniformes e perfeitos, com suas mãos acariciando o bico dos meus seios então…
- … Eu… Estou… – Não consegui terminar a frase para ele, mas ele sabia bem o que eu tinha.
- É? Goza pra mim, vai… – Sua voz estava ofegante, quase tanto quanto a minha. Senti meu corpo amolecer, minhas pernas ficarem bambas e meu corpo ser tomado por um arrepio e um alívio que pareceu me satisfazer. As estocadas de começaram a ficar lentas, profundas, eu estava sentindo meu corpo todo anestesiado, mas percebi que ele chegou ao seu ápice também quando saiu, não disse nada e foi até o banheiro, provavelmente para tomar um banho. O segui. Precisava daquilo tanto quanto ele.
Não sabia ao certo se pediria mais sexo ou não, mas sabia bem que pediria por mais de seu corpo contra o meu, por mais beijos e pelo número dele.



FIM





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