— Bom dia pro senhor também! – Disse e ouvi um suspiro como resposta. – Qual o problema? A princesa acordou de TPM, foi?
— Não é isso, mas que ser humano liga pro outro às oito da manhã, cara? Você endoidou, não é ? Me diz! – Ele choraminga.
— Para de reclamar e escuta! Eu sei que você tá de folga amanhã, então acho que precisamos conversar hoje. — Disse e pude imaginar o sorriso que se abrira no rosto dele.
— Ah, claro! — Sua animação era contagiante. — A gente pode ir pra casa de praia, ou pra onde você quiser.
— Tanto faz, eu só quero relaxar. — Disse talvez menos animada do que ele.
— Estarei ao seu dispor, senhorita. Te vejo em 8 horas.— E então desligou.
.
— . — Disse meu nome, breve e tranquilamente.
— . — Respondi com o mesmo tom.
Entramos no carro dele após espremermos nossas coisas no porta-malas. Sei que não era um longo período, na verdade, dois dias apenas, mas eu sempre levo bastante roupa pra qualquer lugar que vou. É como o ditado: seguro morreu de velho.
— Não sei pra que tudo isso, nós vamos passar apenas dois dias, e além do mais, tem roupas suas perdidas por lá. — Parecia sério, mas depois abriu um enorme sorriso. — Não é uma colônia de férias, .
— Eu sei muito bem disso, .— Dei ênfase em seu sobrenome. — E é por isso que estou levando uma mala a mais, caso você não note, ela está vazia. Justamente para que eu traga de volta todas as minhas roupas e pertences que ainda estão na sua casa. Antes que sua noiva dê um chilique e resolva terminar com tudo por minha culpa.
— Você sabe que a não é assim, . — Ah claro, como se ela não fizesse um tornado em um copo d’água. — Ela é uma pessoa maravilhosa. E você está com ciúmes porque não vai poder me ligar mais de madrugada pedindo pra que eu corra até seu apartamento e conserte a torneira, ou outra coisa assim.
Apenas concordei, não queria discussão, nem nada do tipo. Só precisava descansar.
A parte ruim de conviver com é ter que ouvir seu péssimo gosto musical. As musicas que ele escreve, são ótimas, mas as que ele escuta são uma agressão aos tímpanos. Então, por precaução, levei meu case de CDs, que não são de tudo ruim. Coloquei um dos CDs e deixei que os Beatles preenchessem o silencio no carro.
Chegamos ao entardecer.
Sentada na sacada da casa eu observava a praia, o sol tocava o mar que refletia seu brilho, anunciando que logo a noite chegaria. As últimas frestas de luz chegavam até o chão da varanda. Eu amava Los Angeles. As praias, o clima, a vida em si era perfeita e não tinha do que reclamar. Ao mesmo tempo em que eu observava o espetáculo que a natureza proporcionava, era possível sentir que estava me observando.
— Há quanto tempo está me observando? — Perguntei sem tirar os olhos do mar.
— Tempo o bastante para perceber que você está pensativa demais. — Disse e se sentou ao meu lado, no chão.
— Não sei o que está acontecendo. Ultimamente tenho pensado demais. Não no livro que preciso escrever, mas na vida, no que eu fiz pra chegar aqui. E tenho pensado mais ainda se vale à pena continuar. — Me virei e fitei seus olhos.
— Como assim? — Uma expressão confusa tomou conta de seu rosto iluminado pelas últimas frestas de sol.
— É que eu fiz muito até aqui. A faculdade, os livros, os autógrafos, os fãs de toda parte, os casais que eu ajuntei através do livro, enfim. E ai eu penso se esses casais todos que eu ajuntei sentem alguma coisa um pelo outro. É, eu sei que o brilho nos olhos, o sorriso, etc, são alguma coisa. Mas, o que é o amor? Esses casais realmente sabem o que é isso? Ou simplesmente estão juntos por pura atração ou por medo de ficarem sozinhos? Talvez o amor seja só algo que aconteça nos contos de fadas, ou em letras de música. — Após dizer isso, respirei fundo. Há tempos eu estava pensando nisso e precisava contar a alguém. E o escolhido da vez, novamente, foi .
— Sabe o que eu acho? — Fez uma pausa. — Acho que você deveria se apaixonar. Você anda muito focada nisso tudo, precisa tirar um tempo pra sair, ir à baladas, conhecer alguém legal, e aí, se apaixonar. Já volto. — Disse e saiu, logo depois voltou com o celular nas mãos. — Quero que conheça alguém.
— Ai meu Deus... — Disse olhando para o veículo que havia parado ao lado do de .
— Não, é sério... Ele é até legal e tenho certeza que... — Começou a falar, mas eu o interrompi.
— Não, ! Não é isso! Olha pra lá. — E apontei na direção do carro.
— Droga.
— Eles devem ter nos seguido. — Disse quebrando o silêncio que havia se instaurado no local.
— Provavelmente. — Deu de ombros. — Devíamos ter prestado mais atenção. — Sentou-se no sofá de couro branco e espiou da janela. — Até quando vamos ter que ficar assim?
— Assim como? Fugindo dos fotógrafos? Acho que enquanto durar sua fama, porque... — Ele me interrompe.
— Não! Quer dizer, eu não sei como eu e vamos criar nossos filhos desse jeito, ainda mais agora, com toda essa confusão do casamento e tudo mais.
— Eu não sei, , mas esse é o preço que se paga pelo sucesso.
— Acho que devemos conversar. — Ele disse brevemente.
— Sobre? — Me joguei no sofá ao seu lado.
Ele vestia uma calça de pijama azul de malha fina, que deixava uma pequena faixa de sua cueca boxer branca a mostra, estava sem camisa e fitava a televisão como se evitasse olhar pra outro lado. Talvez sim, ele estivesse evitando olhar pro lado, onde eu estava, não me pergunte o porquê, mas eu sentia que estava prestes a descobrir.
— Você. Digo, você disse que estava estressada e que precisava falar comigo. — Passou a mão pelos seus cabelos ainda molhados.
— Ah, é claro. É que eu não consigo dar início ao meu livro. —Falei olhando pra TV.
— Mas você já tem uma ideia, ou coisa assim? — Fez uma pausa, buscando as palavras. — Quer dizer, é claro que você tem. Porque se você quer escrever, você tem uma ideia, ou inspiração, não é? — E se virou, olhando nos meus olhos.
— E é aí que mora o problema. Eu não tenho. — Suspirei. — Não faço ideia do que escrever, não tenho nem noção de como começar, ou sequer uma inspiração.
— Já tentou escrever sobre si mesma? — Chegou mais perto e me abraçou de lado.
— Eu não tenho uma vida digna de um romance best-seller. Minha vida é comum, como a de qualquer um dos meus leitores, talvez até mais monótona. E nem a beleza de uma protagonista.
Ao fundo a trilha sonora do filme tocava, anunciando que já havia terminado. Não conseguia fitar os olhos de , me sentia fraca, com um simples olhar. Era algo que até hoje eu não poderia explicar. Pode ser que eu seja lerda demais pra saber, ou esperta demais pra descobrir.
— Eu não acredito em uma única palavra do que disse. — Sussurrou.
Isso estava começando a se tornar errado.
— O quê? Sobre minha vida ser monótona?
— Não. — Segurou meu queixo, se virando pra mim e depositando suas mãos nas minhas coxas descobertas. — Sobre você não ter a beleza de uma protagonista. Você é linda, , e não sabe o quanto os homens te desejam arduamente. Você é maravilhosa do seu jeito, e não existe como contestar.
— Não acredito que alguém possa me desejar arduamente. — Disse, sentindo seu hálito fresco. — E muito menos que alguém se interesse pela minha história.
— Eu me interessaria pela história da sua vida. — Chegou mais perto, até nossos lábios quase se tocarem e sentir minha respiração falhar.
— Ah claro... — Comecei a falar e ele me interrompe.
— E sou o primeiro da lista a te desejar arduamente.
Colocou uma mão em minha nuca e com a outra me puxou pra mais perto de seu corpo escultural. Ao sentir seu corpo contra o meu, me arrepiei, me senti segura, perdida, completa, descompassada, me senti como nunca havia me sentido antes. Nossas testas se colaram, e, como se alguma força nos atraísse, nos beijamos. Era como se fossemos apenas um, como se finalmente a vida fizesse algum sentido, eu sabia que era errado, eu sabia que ele estava prestes a se casar, eu sabia que nossa amizade iria se abalar depois disso. Eu sabia muito, e fazia nada. Estava consciente de tudo, porém alguma força me puxava a querer mais e mais daquilo. Seus lábios eram os melhores que já beijei, com certeza absoluta disso. Deixei de lado minhas questões, meus problemas, minha vida. Pensei apenas no momento, e me sentia como se depois daquele beijo não existiria mais nada, mas por falta de ar, paramos o beijo.
— Me desculpe, eu não queria... — Me soltou meio sem graça. — Na verdade sim, mas eu... Eu... — Gaguejava desconcertado pela situação.
— Não. Está tudo bem, eu só... Só que isso deve ficar entre a gente.
Levantei-me apressada e o deixei ali, jogado no sofá, perdido nos seus próprios pensamentos.
Com certeza eu teria muito que refletir durante à noite que se seguia.
— É sério isso? — Pergunta ele com um sorriso de canto.
— Isso o quê? — Respondo me sentando.
— Essa coisa... De nós dois ficarmos nesse clima chato. Pelo amor, não é, ! Somos amigos, e não é um beijinho de nada que vai fazer com que nossa amizade acabe. — Era tudo o que eu queria ouvir, mas a expressão beijinho de nada não me agradou nem um pouco.
— Então quer dizer que pra você foi um beijinho de nada? — Okay, , não começa.
— É claro. — Disse simplesmente.
— Me deixa raciocinar um pouco... — Olhei para minha xícara de café com leite e continuei. — Quer dizer que você beija sua melhor amiga, ou seja, trai a sua noiva/quase mulher , e diz que foi um beijinho de nada? Não é o que a vai pensar quando souber disso.
— Ah, me poupe, ! Foi só um beijo. O que quer que eu diga? Que foi um beijo maravilhoso e que eu largaria tudo pra ficar com você? — Não sei por que, mas meu coração pedia isso. — É claro que não! E a não irá saber, porque eu não irei contar e tenho certeza que você também não. — Disse e sorriu.
— Okay. — Soltei a única palavra que me veio à mente.
— Vem cá. — Me abraçou, o que fez com que eu afastasse esses pensamentos idiotas e voltássemos a ser o que éramos noites antes, ou seja, apenas bons e velhos amigos.
Apenas amigos.
Divertimo-nos como sempre. Depois de tomar café, fomos à praia e ficamos por lá, apenas observando o mar. Algumas fãs vieram pedir autógrafos a ele, que como sempre, as tratou muito bem. Ao entardecer, pude concluir que aquele dia perfeito havia acabado, e que já era hora de voltar pra casa. ligou pra ele durante o dia todo, mas só pra perguntar quando ia voltar, ou se estava bem e coisas do tipo. Arrumamos as coisas e à noite voltamos. Ele me deixou na porta de casa e com um breve abraço seguido de um beijo na bochecha, nos despedimos.
Ao adentrar em minha casa, me joguei no sofá e os pensamentos voltaram a tomar conta de mim. Droga, ele é só um amigo! Eu repetia a todo o momento, tentando fazer tudo isso desaparecer. Ele está prestes a se casar e não vai voltar atrás, até porque ele ama a e quer construir uma vida com a .
— Eu, Paula, não acredito em amor, muito menos em amizade que vire amor. — Disse em voz alta, pouco antes de adormecer ali mesmo, no sofá.
— Quem é? — Ele disse e senti minhas mãos suarem de ansiedade.
— . — Respondi brevemente.
— ! — Ele estava animado, muito animado. — Pode entrar!
Abri a porta e então meu coração saltou. Ele estava simplesmente perfeito em um smoking preto. Seus cabelos loiros estavam arrumados, barba feita, enfim, estava impecável. Pensei na hipótese de propor a ele que fugíssemos só nós dois, para um lugar paradisíaco e sermos felizes pelo resto de nossos dias. Imaginei como seria acordar ao seu lado e ouvir todos os dias um “Bom dia, amor. Hora de acordar!”, Não sei quanto tempo eu fiquei fitando-o, mas sei que foi tempo o suficiente pra que ele chamasse minha atenção.
— , acorda! — Disse e soltou uma gargalhada. — Eu estou tão lindo assim? — Perguntou ainda sorrindo.
— É claro que não, seu feio! — Apenas sorri de canto e continuei. — Eu vim te desejar sorte. Porque tenho certeza de que você será feliz com a . — Senti as lágrimas brotarem, mas eu não iria chorar, é claro que não. Eu escolhi isso. Eu escolhi amá-lo. Droga! Estou amando. É por isso que não acreditava no amor, porque eu nunca senti, e agora olha só que ironia, vou embora, e pior, deixando ele se casar com minha amiga, sem ao menos saber o que sinto por ele. Uma lágrima escorreu e tentei disfarçar, porém percebeu e mudou seu olhar.
— Hey, o que foi, ?
Estava pronta pra correr sem dizer uma palavra sequer, mas alguém chamou seu nome.
— , está na hora! Vamos, ou você quer se atrasar como a ? — Seu irmão, o chamou e tirou ele dali.
Fiquei um tempo sentada em uma poltrona estofada no canto do quarto, tentando tirar todos esses pensamentos idiotas da cabeça. Tempo o suficiente para que a marcha nupcial tocasse, me levantei segundos depois dela terminar, indo até o local da cerimônia. Para ser sincera, eu não estava nada confortável, mas me sentei em uma das últimas cadeiras, como havia planejado.
estava simplesmente perfeita. Seu vestido longo, com uma calda enorme cheia de bordados e brilho nas pontas, combinava perfeitamente com seu corpo. Ela estava de frente para , que por sua vez não parecia tão confortável com tal situação.
Quando começou seus votos, eu não me segurei. Era eu quem deveria estar ali, vestida de branco, de frente pra ele e dizendo o quanto eu amava. E alguma coisa me fez acreditar que também seria a vontade de . Mas não... Esse é o destino, no qual todos esperam que seja bom, mas na verdade, não passa de uma criança querendo brincar com as pessoas. Levantei-me e saí devagar, como se fosse ao banheiro ou coisa assim.
Eu estava deixando-o para sempre. Deixando a minha felicidade pra que ele vivesse a dele.
Acredito que era pra eu estar feliz. Esperei tanto por esse dia, e agora não me sinto tão bem. Estava me casando, e ao ver todas aquelas pessoas sorrindo pra mim, pude perceber a burrada que estava fazendo.
Não que eu não gostasse de , mas eu amo a , é ela quem me faz feliz. Ela que estava comigo desde sempre, me fazendo rir, reclamando da vida, dizendo que eu tenho um péssimo gosto musical. era simplesmente uma amiga que, por escolha dos pais, estava se casando. sempre foi apaixonada por Cameron, um amigo dela da faculdade que também estava no casamento e deixou bem claro que ama . Uma garota sempre obediente que não contestava seus pais em nada. Não era certo com nenhum de nós dois. Era que deveria estar aqui, segurando minha mão e dizendo aqueles votos. Mas era tarde demais, meu destino já estava traçado.
Estava tão distraído que nem percebi quando terminou seus votos. E então o padre disse as famosas palavras:
— Se alguém tem algo contra a união desse casal, que fale agora ou se cale para sempre.
— Eu! — Disse .
Espera... ?
— O que você está fazendo? — Sussurrei em seu ouvido.
— O que eu já deveria ter feito faz tempo. — Respirou fundo e continuou num tom um pouco mais alto. —Eu sempre obedeci meus pais, fui a filha dos sonhos. E agora estava prestes a fazer a pior escolha da minha vida: Me casar com quem eu não amo. é um ótimo amigo, mas seria um péssimo marido. — Deu uma breve gargalhada. — E quem eu realmente amo, está aqui presente. Assim como quem ama, não sou eu. Portanto, eu não vou me casar. — Suspirou. — ! — Chamou pelo meu nome e eu apenas olhei nos seus olhos, abismado. — Vai atrás da sua felicidade. Antes que ela vá embora no próximo voo para Londres.
— Co-como você sabia? — Perguntei atônito.
— Primeiro: Eu te conheço bem demais, e segundo: qualquer idiota percebe que vocês se amam. — Soltou minhas mãos e correu até Cameron, que a abraçou. — ANDA LOGO SEU BABACA! — Ela gritou e então eu acordei de tudo aquilo.
Fui até o interior da casa dos pais de , peguei as chaves do meu carro, corri até o estacionamento e entrei no carro. Coloquei as chaves na ignição e pisei fundo, saindo dali e indo atrás da minha felicidade.
Meu coração estava apertado, mas eu tentava novamente me convencer de que seria o melhor. Como não tive tempo de me trocar, fui com o vestido do casamento mesmo e apenas troquei o par de saltos por um chinelo de dedo. Meu voo saia em 10 minutos, passei pela fila de embarque e adentrei o portão. Parecia ter ouvido meu nome, mas ignorei. Só poderia ser coisa da minha cabeça, concluí.
— ! — Ai meu Deus, não pode ser. Virei-me ao reconhecer a voz, enquanto um ser de smoking corria em direção a mim.
— . — Suspirei. Ao chegar, logo soltei o sermão. — Você deveria estar casando agora! — Falei e senti as lágrimas brotarem novamente.
— Eu deveria, mas tomou a decisão certa. O que me fez cair na real. , eu te amo. E naquele altar eu concluí que é com você que eu quero passar meus dias. Eu não sabia o tamanho da burrada que eu estava fazendo até que pensei em como seria minha vida sem você. Eu passaria os anos da minha vida me perguntando, todas as noites, o porquê de não estar com você. Nunca soube tomar minhas próprias decisões, e me culparia pra sempre se deixasse você ir. Sei que você não acredita no amor e todas essas baboseiras. Pode não ser amor, chame do que quiser, mas o que eu sinto por você vai além das estrelas.
Eu não acredito! Ele estava ali, na minha frente, dizendo tudo o que eu imaginei que eu diria a ele, e era a minha hora de contar que ele me ensinou o que é o amor.
— Bom, eu pensei que nunca iria ser feliz com alguém, e eu realmente não acreditava no amor por não saber o que significa. Você me ensinou a amar. E se não for amor, é uma coisa ainda melhor, mais original, porque me faz pensar que o meu infinito só existe com você. Por sua culpa eu praguejei o destino, fiz mil promessas a mim mesma e agora quero deixar tudo e fugir com você pra qualquer lugar, desde que seja com você.
E então, sem mais nenhuma delonga, nos beijamos. Dessa vez sem culpa ou qualquer outra coisa ruim. Apenas nós dois, com um sentimento que eu ainda não sei descrever muito bem, mas que me da inspiração, me faz querer sonhar muito além do que cheguei a pensar um dia. E descobri que amar não é uma escolha, é uma dádiva na qual todo indivíduo nasce com ele. Inclusive aqueles que sequer acreditam que ele exista.
Após o beijo apenas olhei nos seus olhos, e tive a certeza de que nascemos um para o outro.
— E agora... — Sorri de canto. — Eu tenho o meu romance.