You Ready?
Por: Saáh Dias | Beta: Nelloba Jones


UM I'm bringin' sexy back

Eu sabia que estava me preocupando à toa, afinal, ele era apenas meu primo sacana cinco anos mais velho e, com toda certeza, agora que ele tem vinte e cinco deve ter amadurecido, ou pelo menos melhorado o babaca que era.
Só faz sete anos que a gente não se vê e esse maldito nervosismo não tá ajudando em nada! Não vou encontrar só com o hoje à noite, vou rever quase toda a família!
Arg! Odeio me sentir assim! Vou acabar ficando maluca!
Retoquei meu batom vermelho pela milésima vez. Bom. Talvez não seja só eu a ter uma surpresa com o reencontro de hoje à noite. Ele vai ficar abismado ao perceber que eu não sou mais aquela pirralha medrosa que ele atormentava.
Ah, não mesmo!
Aprendi muito nesses sete anos morando na Suíça. Aquela maldita escola interna acabou sendo muito útil para mim. Eu ganhei minha liberdade naquele país, conheci coisas incríveis e encontrei um lado meu que eu jamais imaginei ter.
Eu sou cruel nos meus relacionamentos.
Muito cruel.
É por isso que eu não fico com ninguém por mais de uma noite. Porque eu sei que, se eles passarem mais de uma noite comigo, vão acabar saindo correndo e gritando pela mamãe. Esses homens malditos não aguentam uma mulher de pulso forte, uma mulher inabalável.
Não sei. Se for analisar bem lá no fundo, acho que a culpa de eu ser assim é do babaca do . Acho que é por isso que eu estou tão nervosa ao voltar a vê-lo. Ele sempre foi superior em tudo! E é muito revoltante ao me lembrar de que nem ao menos do meu sangue aquele babaca é.
E ele sempre se achou o maioral.
Merda de garoto adotado!
Sorri ao me lembrar de quando o conheci. Minha tia Edna foi nos apresentar no Natal. Ele tinha sido adotado já grande, com nove anos. Eu tinha quatro na época. Acho que essa é a primeira memória que tenho da minha infância, a memória mais antiga. Claro que o vídeo caseiro que minha mãe fez também ajuda muito a atiçar minha memória.
Enfim, foi um completo desastre.
O babaca do foi brincar comigo perto da árvore de Natal. A árvore estava cheia de presentes e eu tinha ganhado uma linda casinha de boneca. Eu estava tentando montá-la sozinha e ele veio me ajudar e eu não me lembro direito, mas vi no vídeo, que eu queria montar a casinha sozinha. Podem imaginar que não prestou quando eu disse a ele que não precisava da ajuda dele. Aquele moleque babaca pulou em cima das peças da minha casinha e pisoteou ela toda.
A cena foi horrenda. Toda vez que vejo o vídeo me assusto. O parecia possuído, sério. E eu estava lá, abrindo a boca e chorando aos berros. Não era uma cena bonita de se ver no Natal, não mesmo.
Desde então ele implicava comigo e eu o odiava.
As festas de família sempre foram complicadas. A gente acabava se vendo muito por causa dos nossos pais e aquilo era um inferno. Eu era muito novinha e não sabia revidar as implicações do e acabava sempre caindo no choro. Era terrível. É por essas e outras que eu não choro mais, tem que ser algo bem grave para me fazer chorar.
- -manteiga! Vamos, meu amor!
Não. Eu não escutei minha mãe me chamar por esse apelidinho insuportável. - Mãe, pelo amor de Deus! Quantas vezes eu vou ter que repetir? - disse assim que saí do meu antigo quarto e dei de cara com minha mãe sorridente, esperando-me no topo da escada. - É . Apenas ! - Soltei um bufo de irritação quando ela deu de ombros. - Eu não tenho mais cinco anos, droga!
- Olha o palavrão, mocinha! - minha mãe me repreendeu, eu rolei os olhos enquanto descia a escada junto dela. - E eu posso te chamar de -manteiga, sim, pois você saiu daqui de casa quando tinha apenas treze aninhos. Ainda era o meu bebê! Tenho que matar a saudade de alguma forma!
Deus, o que eu fiz pra merecer isso? Drama de mãe não dá!
Pelo jeito eu vou ter que aturar esse apelido miserável que aquele babaca do criou pra mim.
Sim, foi ele mesmo!
começou a me chamar de -manteiga quando eu fiz cinco anos e ele aprontou na minha festa de aniversário. Eu chorei horrores e ele disse que de tanto chorar, eu era igual a uma manteiga derretida. Agora, de onde surgiu essa comparação de que uma pessoa que chora muito é manteiga derretida, eu não faço ideia! Só mesmo aquele babaca para criar um apelido tão idiota!
Minha mãe tagarelava ao meu lado, algo como meu pai ter que ir direto do trabalho para a reunião na casa dos meus avós. Eu realmente não prestei atenção em quase nada do que ela disse enquanto descíamos as escadas, mas apenas uma palavra alertou meu cérebro de que alguma coisa estava errada.
-… e por isso o veio nos buscar! - eu estava concentrada nos degraus da escada, mas quando escutei isso, ainda assim, conseguir tropeçar com meus saltos altos.
Meu corpo, com o desequilíbrio, foi impulsionado para frente e a única reação que eu tive para me equilibrar foi esticar as mãos para frente, tentando segurar em alguma coisa para não cair. Por sorte eu consegui segurar em alguma coisa.
- Opa! Calma aí, -manteiga!
Coisa não: alguém. Puta merda, mas que azar desgraçado!
Levantei meu olhar assim que consegui me reequilibrar com a ajuda de mãos grandes e fortes. Foquei de cara naqueles incríveis olhos que não provinham do DNA da minha família. Desviei o olhar um segundo depois, já sei que não posso olhar demais para aquele ponto em particular. tinha um maldito sorriso zombador nos lábios enquanto me encarava.
- Oh, , querido, ainda bem que você estava aqui no pé da escada! Nem sei o que poderia ter acontecido com a minha ! - minha mãe comentou e eu logo tratei de aproveitar a oportunidade e me afastar o máximo possível do .
Minha mãe o envolveu em um abraço e o beijou no rosto com carinho. Fiz careta. Tentei me arrumar rapidamente, antes que os dois voltassem sua atenção para mim. Em segundos eu voltei a ser uma pessoa decente, e aproveitei o último segundo que tive para tirar a surpresa de meu rosto e colocar aquela expressão tão conhecida para mim:
A de mulher durona.
Logo, o olhar de retornava em minha direção, mesmo com minha mãe falando um milhão de coisas para ele. Ele me encarou dos pés a cabeça, os olhos se transformando a medida que ele percebia a mudança em mim. E através da minha grande experiência em tão pouco tempo, pude perceber que ele me desejava assim que seus olhos retornaram de encontro aos meus.
Yep, ! Eu não sou mais aquela menina.
Mas ele também não era mais aquele moleque magrelo e babaca que eu conheci um dia. Ele tinha crescido. Estava bem alto, o cabelo ainda continuava com aquela corte meio longo, deixando uma pequena mecha de cabelo cair por sua testa, os ombros estavam largos, os braços fortes, Deus meu!
Desde quando o tinha virado um Deus grego?
É, acho que estamos quites, , eu também desejo você.
Caralho, eu estou perdida!
- Ah, não! Vocês precisam se cumprimentar! - minha mãe cortou nossos olhares vidrados. Olhei para ela tentando reorganizar meus pensamentos. - Vocês não podem continuar com essa briga infantil! - mamãe se aproximou e pegou nossas mãos, unindo-as por baixo das suas. - Vamos! Cumprimentem-se!
Ok, mãe, já que a senhora pediu tão delicadamente...
- É um desprazer vê-lo de novo, babaca. - comecei com um meio sorriso sacana. agora vai ver que eu não só cresci, mas aprendi a me defender.
- ! - minha mãe me repreendeu, deveria estar brava por ter usado meu nome completo, mas ainda assim eu não mudei minha postura nem um centímetro. Queria ver o que aquele desgraçado diria agora.
abriu um enorme sorriso e se curvou, puxando minha mão e beijando seu dorso, deixando-me sem reação por um segundo.
- Pois pra mim é um imenso prazer, -manteiga. Espero que nós dois possamos esquecer o nosso passado conturbado e começar uma proveitosa amizade. - Deus meu! Aquilo, sim, foi uma mensagem subliminar! ergueu a sobrancelha, como se me fizesse um desafio.
- Escutou, ? Seu primo está sendo gentil, o que você não foi nem um pouco com ele! - Ah, mãe, acorda! Ele está me cantando! Gritei com minha mãe em minha cabeça, antes de me afastar um passo do .
Ergui minha sobrancelha para ele, aceitando seu pequeno desafio. Se ele quer jogar, nós vamos jogar!


DOIS It's just that no one makes me feel this way

A casa dos meus avós estava praticamente lotada. Quase todos os parentes vieram para o aniversário de casamento deles de 50 anos. Bodas de Ouro. Isso, sim, era um casamento! Aguentar a mesma pessoa por 50 anos não deve ser fácil!
Pela primeira uma hora desde que chegamos, tive que aguentar beijos, abraços e perguntas óbvias e, até mesmo, indiscretas de meus parentes. Eu acabei sendo o centro das atenções na festa de meus avós, o que me deixou absolutamente irritada. Mas depois de um tempo fui salva, já que as atenções foram direcionadas para o babaca do .
Meus parentes começaram a falar do cargo que ele havia conseguido em uma multinacional e bláblábla. Resolvi que esse era o momento perfeito para eu dar um perdido e respirar. Eu só voltei para essa maldita cidade por insistência de meus avós. E eu os amava muito e tinha muita consideração por eles para não atender a seus pedidos. De qualquer forma, seriam apenas três dias. Eu preciso voltar para a Suíça, para a minha universidade, para o meu trabalho, para a minha vida. Eu só não imaginava que ficaria tão mexida ao ver outra vez.
Não era esse tipo de reação que eu esperava de mim.
Sentir desejo pelo meu primo babaca não estava nos planos. Ele parecer sentir o mesmo também não estava.
me encarou e me cercou em todos os momentos. Ora sorria para mim, ora apenas me olhava. Ficava difícil saber no que ele estava pensando, mas acho que era bem parecido com o que estava em minha cabeça.
Um quarto. Um banheiro. Um lugar escuro. Quaisquer quatro paredes seriam suficientes.
Droga! Eu não posso me deixar levar! Não posso dormir com o meu primo! Ok! Ele é adotado, mas ainda assim! Não posso.
O que está acontecendo comigo, meu Deus?
- Obrigado por me deixar aguentando os urubus sozinho. - estremeci quando a voz rouca e baixa de adentrou meu ouvido esquerdo. Respirei fundo para me controlar quando ele se colocou ao meu lado. Perto.
- Eu tive que aguentar por mais de uma hora. Nada mais justo que você aguentar também. - ele sorriu antes de concordar com um aceno de cabeça.
O silêncio tomou conta de nós dois. Eu encarei fixamente a rua deserta em frente casa dos meus avós. Estávamos perto da entrada da casa ao lado de uma enorme árvore onde meu avô havia construído uma espécie de playground para os netos. Havia uma casinha de madeira no alto, dois balanços, uma rede para escaladas e uma gangorra. Passei muita coisa naquele lugar.
- Você mudou. - cortou o silêncio. O encarei e vi que seus olhos também estavam fixos na rua.
- Você também. - comentei baixo. Seus olhos se desviaram para pousarem em mim.
- Não digo só no físico, você não parece mais aquela garota que eu precisava proteger.
- Eu aprendi a me proteger sozinha. - minha mente repassou o que ele disse anteriormente e eu franzi minha testa em confusão. - E não me lembro de você me protegendo nenhuma vez. - soltou o ar de seus pulmões antes de concordar com um aceno de cabeça e voltar seu olhar para a rua.
- Claro que não. Eu fiz tudo sem que você soubesse. Eu tinha que manter minha reputação de primo babaca. - ele deu um meio sorriso. - Vou citar alguns pra você. Quando aquelas meninas roubaram sua boneca preferida, eu que fiz elas te devolverem.
- O quê? - quase gritei ao me lembrar. Eu tinha oito ou nove anos, andava grudada com uma boneca que tinha ganhado da minha avó e lembro quando ela desapareceu na escola. Lembro-me de chorar e ficar sem dormir por dias. Minha mãe queria comprar outra para mim, mas não era a mesma coisa. Lembro-me que um dia, do nada, a boneca reapareceu em cima da minha carteira na escola. - Sério?
- Por que eu mentiria? - eu dei de ombros, ainda atordoada.
apontou os balanços ao nosso lado e eu concordei com a cabeça. Nos sentamos neles, tendo que ficar com as pernas encolhidas por causa de nossos tamanhos, mas era legal sentar ali. sorriu para mim antes de continuar. - Tenho certeza de que você também não sabia que fui eu que escolhi aquela boneca.
Uau! E eu tenho certeza de que minha cara de surpresa está muito engraçada, mas não dá para evitar. soltou uma risada.
- Eu tinha saído com a vovó um dia e vi a boneca em uma vitrine. Lembro-me de ter pensado que você adoraria ela. Quando comentei com a nossa avó, ela entrou lá e comprou pra você. No fim das contas, eu estava certo.
- Não acredito! – sibilei, mais para mim mesma do que para ele, mas escutou de qualquer forma.
- Pois acredite, e não foi só isso! Lembra-se quando aquele garoto estava te importunando na escola? - pensei por um momento e me lembrei do Tom, aquele garoto chato, mais chato às vezes que o próprio . Soltei uma risada. - O quê? - ele perguntou curioso, um meio sorriso brincava em seus lábios.
- Nada, é só que eu o achava às vezes até mais insuportável do que você. - gargalhou. - Mas continua!
- Então, eu dei uma prensa nele, pra ele te deixar em paz.
- E uma prensa seria o quê exatamente? - perguntei rindo, lembrando-me de como Tom começou a fugir sempre que me via no colégio.
- Ah, digamos que eu fui bastante persuasivo com o garoto. - deu de ombros. - Você sabe, eu era mais velho, mais alto, mais forte, enfim...
- ! ! - nós nos viramos ao som da voz e vimos a tia Edna, mãe do , acenando em nossa direção. - Está na hora do jantar! Venham! - ela sorriu antes de dar meia volta e desaparecer dentro da casa.
e eu voltamos a nós encarar. Eu agora o enxergava de outra maneira. Tudo o que ele disse palpitava em minha mente. Esse não era o que eu conhecia. O que eu conhecia não perdia uma oportunidade de fazer da minha vida um inferno, já esse aqui não, esse agia como meu super-herói particular.
- Acho melhor nós irmos. - ele comentou baixo. Eu concordei com a cabeça e me levantei. seguiu meu movimento e começou a se afastar em direção à cozinha da casa.
- Hey, ! – chamei, andando em sua direção. Ele parou de andar e se virou para me ver. - Parece que você não era um total babaca, afinal. - sorri e passei por ele.
- E parece que você não é mais nenhuma manteiga derretida, afinal. - eu sentia seus olhos em minhas costas e sabia que ele estava sorrindo tanto quanto eu.


TRÊS Go 'head be gone with it!

No fim das contas, enfrentar meus parentes não estava sendo uma tarefa tão difícil. Era até engraçado, já que quem estava me proporcionando uma noite mais agradável era justamente a última pessoa que eu pensei que conseguiria essa proeza: .
Nas últimas horas nós ficamos conversando: eu falando sobre a vida na Suíça desde que fui embora daqui; e ele contando tudo o que fez por mim sem que eu soubesse, e as coisas que fez depois que fui embora.
Por grande coincidência do destino, havia se formado em Administração e eu estava fazendo o mesmo curso na Suíça.
- Quem diria que teríamos isso em comum? - perguntei abismada. apenas sorriu e concordou com a cabeça.
- , querido. - tia Edna interrompeu nossa conversa baixa e acabou chamando a atenção de todos na sala para nós dois. – Por que você não leva a para passear pela cidade? - arregalei meus olhos para minha tia.
Que ideia mais absurda! Eu sair com o ? Não!
- É verdade, , a não anda pela cidade há sete anos! Ela nem se lembra mais de como é! - minha mãe entrou na conversa e a família inteira apoiou a ideia. Não.
- Não é verdade, eu me lembro sim! - tentei dizer para tirar aquela ideia de circulação, mas não teve jeito.
- Ah, querida, mesmo assim, muita coisa mudou por aqui desde que você foi embora. E eu sei que não seria nenhum incômodo para o seu primo te levar para conhecer os lugares novos da cidade! - tia Edna disse mais como uma ordem, tanto para o , quanto para mim. Suspirei, porque sabia que não teria opção.
- ... - começou e eu o interrompi.
- Tudo bem. - foi a vez de ele arregalar os olhos.
- Tudo bem? - perguntou, como se quisesse confirmar que fora exatamente aquilo que eu havia dito. Limitei-me a confirmar com a cabeça. - Ok, então, eu acho. - ele disse baixo antes de sorrir na direção daqueles abutres que se diziam nossos parentes. Até parece que eles não iam aproveitar a oportunidade de tentar fazer com que e eu fossemos mais próximos. Eles tentaram isso por anos, não seria agora que iriam parar.
Sorridente, levantei-me e fez o mesmo. Fizemos as despedidas e saímos do local com várias declarações de divirtam-se de nossos parentes. Consegui respirar direito só depois de alguns passos longe daquela casa e finalmente pude revirar meus olhos e bufar de raiva como queria fazer desde que tia Edna fez aquela sugestão tão indesejada.
me encarou por um momento com a testa franzida, quando finalmente chegamos até o seu carro estacionado em frente a casa de nossos avós.
- Posso te deixar em casa ou em outro lugar se quiser. Você não precisa sair comigo. - neguei com a cabeça de imediato, parando em frente à porta ao lado do passageiro.
- Não, claro que não. Tenho certeza que vai ser legal e eu estou precisando mesmo sair um pouco. - é claro que sair com o também seria uma oportunidade perfeita para descobrir mais sobre esse lado do meu primo que eu absolutamente não conhecia. Ele concordou com a cabeça e sorriu de lado antes de destravar as portas do carro e abrir a do passageiro para mim.
Um gesto cavalheiro? Hum, interessante.

começou a levar o carro tranquilamente, como se estivesse aproveitando a vista ou algo do gênero. No som do carro, a voz linda e apaixonante do vocalista do Coldplay, adentrava meus ouvidos com Yellow, fazendo-me mergulhar em uma espécie de universo paralelo como eu sempre ficava ao escutar as músicas da banda.
- Vou te levar em um pub legal que abriu aqui ano passado. - a voz de me despertou. Eu quase não percebi que estava cochilando. Sempre acontece isso por culpa da voz desse bastardo incrível do Coldplay. Lembro-me das vezes que fui ao show e custei a permanecer de olhos abertos. Minha vontade era encostar em algum lugar e simplesmente deixar que a música me levasse, transportasse-me para onde quisesse.
- Ok! - concordei com a cabeça, encarando pelo canto dos olhos o relógio no painel do carro. 23h17. Cedo demais para dormir, . E a ideia de ir a um pub de repente me deixou bem alerta, apenas com as lembranças de que minhas idas aos pubs sempre terminarem comigo na cama de algum cara.
Não. Eu não sou nenhuma tarada por sexo ou algo assim, pelo menos não totalmente. O caso é que eu não saio muito na Suíça, vivo para a minha faculdade e meu estágio em uma renomada multinacional. Nunca - absolutamente nunca – saio com meus colegas de faculdade ou de trabalho. Simplesmente não daria certo por motivos óbvios: meus gostos sexuais e minha fama de ser muito mau com todos os meus casos de uma noite. Alguns dos caras com quem eu fiquei ficaram totalmente traumatizados comigo. Outros, completamente apaixonados.
Eu dispensava a todos. Casos de uma noite, apenas isso o que eles eram. Caras aleatórios que eu selecionava quando ia a pubs.
- O lugar é incrível. Tenho uns amigos que tocam lá de vez em quando. - ele continuou falando sobre o pub e eu tentei prestar atenção, mas só o que minha mente conseguia processar naquele instante em que eu olhava para ele — era o fato de ficar incrivelmente sexy dirigindo.
O modo de ele segurar o volante com suas mãos firmes me fazia imaginar como seria a sensação de ter aquelas mãos tocando vários lugares de mim.
Deus, ficou quente de repente!
Desviei meu olhar dele, mas a ideia de pedi-lo para encostar o carro e subir no colo dele ali mesmo não me saía da mente.
Controle-se, , ele é seu primo. Acalme-se !
Só faz o quê? Pouco mais de um mês que eu não transo com alguém. Deve ser isso! Malditos hormônios, parem de fazer o meu primo parecer mais sexy do que é. Ele é só um babaca.
Um maldito babaca lindo e fodidamente gostoso.
Oh, merda! Eu deveria ter aceitado a oferta dele de ir para casa! Vou acabar ficando maluca ao lado do a noite toda. Pelo menos na casa de nossos avós havia os parentes para me distrair. Mas acho que nem isso me impediria se ele desse o primeiro passo.
Ah, maldito !


QUATRO Drinks on me

O carro finalmente parou, eu olhei ao redor e vi que estávamos em um estacionamento subterrâneo, praticamente lotado de todos os tipos de automóveis. abriu a porta do seu lado e logo estava abrindo a porta para mim. Soltei-me do cinto de segurança e saí do veículo, encontrando um sorridente.
- Vamos, -manteiga, você vai adorar esse lugar! - eu soltei uma risada quando ele estendeu o braço em minha direção. Quem diria que eu estaria andando de braço dado com o babaca do , ainda mais em público? Bom, aquilo realmente estava acontecendo. Nós atravessamos o estacionamento até onde um segurança se encontrava. Ele estava parado ao lado de um elevador, bloqueado por uma corrente na entrada.
- Boa noite, senhor . - o cara de mais ou menos dois metros de altura cumprimentou o com um cordial aceno de cabeça.
- Boa noite, Dave. Essa é a minha prima . - ele apontou para mim e o olhar do armário foi em minha direção. Seu sorriso era educado e profissional.
- É um prazer conhecê-la, senhorita. - senhorita? Jesus, quanta formalidade! - Primeiro ou segundo andar senhor? - voltou sua atenção para o .
- O primeiro, Dave. Hoje eu vim para me divertir. - falou a última parte olhando para mim com um sorriso, no mínimo, travesso.
Indiretas outra vez, ? Interessante.
O segurança desbloqueou a passagem, retirando a corrente e apertou o primeiro andar. Fez sinal para que nós entrássemos no elevador em seguida.
- Divirtam-se. - disse ele antes das portas de metal se fecharem.

- Espera. Senhor ? - perguntei em tom brincalhão. se encostou ao elevador, cruzando os braços na altura do peito, ainda com aquele maldito sorriso indecente.
- Bem, sim! Eu sou um dos donos desse lugar, então tive que aprender a ser chamado de senhor. - ele deu de ombros. Eu fiquei claramente surpresa. Dono? Por que ele não disse logo de cara que era dono de um pub?
- Sério? Uau! - o elevador parou ao som do bip e a porta se abriu, deixando imediatamente que um som eletrônico abafado nos rodeasse. - Como isso aconteceu? - demos uns passos para fora do cubículo metálico e prosseguimos por um pequeno corredor iluminado de luzes azuis no chão.
Outro segurança nos cumprimentou com um aceno de cabeça assim que avançamos todo o corredor e saímos em um mega espaço. Puta que pariu. O lugar era absolutamente espetacular! Havia um aquário no chão bem no meio da pista de dança. A parte toda de vidro sempre fazia algumas pessoas que dançavam ou passavam por ali, olhar de vez em quando, admiradas.
me levou pelo braço, descendo os pequenos degraus que formavam o quadrado da pista de dança e me fez atravessar o local. Nem preciso dizer que eu estava boquiaberta olhando para o aquário no chão, onde várias quantidades de peixes coloridos e diferentes nadavam alheios ao mundo acima deles. Quando olhei para cima, vi que havia nos levado até o outro lado do lugar, para o bar onde um barman fazia acrobacias para encantar alguns clientes.
Olhei para o teto assim que subimos outro pequeno lance de escadas e apontou um dos últimos bancos vazios do bar para que eu sentasse e assim o fiz. O teto do local estava coberto de luzes coloridas, um enorme globo de vidro e o que eu pensei ser disparadores de fumaça ambiente. Olhando de onde nós viemos, pude perceber que havia mais acima um cômodo aberto, todo de vidro, paralelo com a pista de dança e absolutamente nenhuma escada visível.
Imediatamente me recordei do segurança no estacionamento perguntando se iríamos para o primeiro ou segundo andar. Se aqui era a pista de dança, lá era o quê?
- O que tem no segundo andar? - gritei perto do ouvido de , tentando fazê-lo escutar através da música eletrônica do David Guetta. estava em pé ao meu lado, perto o bastante para eu sentir seu perfume, pedindo uma bebida a um dos barman do local.
- O que você quer beber? - ele respondeu de volta com outra pergunta. Dei de ombros.
- O que você achar melhor. - concordou com a cabeça e fez meu pedido, depois voltou a se colocar a minha frente, perto o suficiente para que eu apenas abrisse minhas pernas e o puxasse para dentro delas. Ok, esse não era o tipo de pensamento que eu deveria ter agora! - Aquele é o meu escritório e o do meu sócio. O vidro é legal pra gente poder observar tudo enquanto trabalhamos. - ele começou gritando ligeiramente, muito próximo de meu corpo, sua respiração fazendo cócegas em meu ouvido.
Ótimo, não vou poder beber mais que um drink hoje para não me descontrolar mais.
- Tem também um observatório para outros seguranças que monitoram tanto olhando pelo vidro, quanto pelas câmeras em todo o local. - olhando para onde ele apontava, eu pude perceber que ao lado do escritório, havia mesmo dois seguranças parados. Como estava absolutamente escuro lá em cima, só mesmo quem olhasse bem atento conseguiria ver. Nossas bebidas chegaram na velocidade da luz e eu sabia que o privilégio fora apenas por ser o dono do lugar. É claro que todos ali o conheciam e o tratavam como prioridade. me entregou minha bebida – algo metade vermelho, metade azul – e pegou a sua. Bebi um gole através de meu canudo verde florescente e sentir um gosto doce e forte rasgar minha garganta, deixando uma ardência prazerosa no fim.
- Uau! Que bebida é essa? - sorriu.
- Essa é a Equilíbrio BDSM. - tenho certeza que meus olhos se arregalaram. gargalhou. - Quem a bebe consegue ter um mínimo de noção de como uma pessoa dessa área se sente. O doce, a ardência, a dor prazerosa. - cada palavra foi pausada, como se ele quisesse atingir o meu interior com elas e, oh, Deus, ele conseguiu. Os olhos de brilhavam com uma luxúria que poderia ser palpável para quem visse.
- Você parece conhecer bem a área. - soltei, aproximando-me ainda mais dele, erguendo meu tronco para que nossos corpos ficassem praticamente colados.
- Ah, sim, digamos que eu tenha algumas experiências.
Levei minha mão até a altura do peito dele, o dedo indicador deslizando de leve pela camiseta gola ‘v’ azul até o pedaço de pele exposto. Deixei minha unha arranhar a pele sem quebrar nosso intenso contato visual e senti estremecer ligeiramente. Meus lábios se abriram em um sorriso pervertido.
- Que tipo de experiências, ? - frisei seu nome e pude ver o espanto passar por seu rosto e durar alguns segundos antes de desaparecer e se transformar em puro mistério. Eu sabia que era a primeira vez que o chamava pelo nome. Não babaca, não .
.
Ok. Aquilo até espantou a mim.
- Experiências que uma garota inocente como você jamais imaginaria. - oh-oh, ele não disse isso, disse?
Levantei-me do banco em um impulso, assustando-o. Puxei pelas laterais de sua jaqueta de couro preta e coloquei em meu rosto minha melhor faceta: Dom.
- Você que nunca imaginaria o que essa garota inocente já fez nesse mundo, . – inclinei-me para alcançar seu ouvido, ignorando seu olhar ainda espantado. - Você não tem noção do que eu sou capaz. - sussurrei antes de largá-lo lá e me afastar sem olhar para trás, a caminho da pista de dança.
Por coincidência, minha música tinha acabado de começar.
I'm bringin' sexy back.


CINCO Let me see what ya tworkin' with

Ah, Timberlake, como é bom escutar essa sua voz sexy!
A pista de dança estava lotada, mas isso não estava me incomodando. Eu dançava de costas para o lugar de onde eu tinha acabado de deixar o , tentando não me lembrar dele, mas ficava complicado.
Era como se eu pudesse sentir seu olhar em mim, vendo-me dançar, e o pior de tudo é que eu estava dançando para ele. Queria que ele me visse, queria que ele me desejasse. Em que merda eu fui me meter quando aceitei voltar para essa cidade?
A última descoberta que eu havia feito sobre ele não me ajudava em nada a esquecê-lo. Ele tinha tido experiências BDSM. Claro, dava para perceber em todo o seu estilo garoto-mau. Estava na cara que ele era um Dominante e isso mostrava o quão incompatível nós éramos, porque eu também sou uma Dom.
Nunca experimentei ser uma Sub, nem mesmo no início da minha vida sexual. Eu comandei tudo até em minha primeira vez com aquele garoto lindo e idiota da faculdade. Fui tão bem sucedida que o garoto nem ao menos desconfiou que eu fosse virgem ou que tivesse acabado de perder minha virgindade com ele.
Claro que não. A única coisa que ele sabia era gemer e pedir por mais.
Paralisei no lugar assim que duas mãos me agarraram pela cintura e me colaram a um corpo forte e, com certeza, masculino. Eu nem precisava me virar para saber quem era, mas o fiz de qualquer maneira.
continuou com nossos corpos colados mesmo quando eu me virei para olhá-lo. Os olhos ardiam em luxúria, em desejo. Os dentes estavam cerrados e eu sabia que ele estava travando alguma luta interna enquanto olhava para mim.
- Você não pode me provocar assim. – wle rosnou em meu ouvido.
Achei engraçado ele ter ficado daquela maneira, afinal, ele havia me provocado a noite inteira com malditas indiretas e olhares desde o momento em que nos revimos. Resolvi provocá-lo ao ponto da explosão. Seria interessante ver completamente fora do controle.
Voltei a dançar sem dizer nada, depositando minhas mãos em seus ombros. Rebolei ao ritmo de Sexyback e senti suas mãos apertarem meus quadris com força, ainda parado no lugar. Não precisava vê-lo para sabe que ele estava tentando resistir a alguma coisa, resolvendo o que fazer.
Não resista, .

Come here girl!
(Go 'head be gone with it!)
Come to the back
(Go 'head be gone with it!)
VIP!
(Go 'head be gone with it!)


Sabia que venci quando ele me virou bruscamente e colou minhas costas a sua frente, ainda me segurando fortemente pela cintura, mas agora dançando comigo. Soltei um suspiro assim que senti sua mão direita subir pela minha cintura até minha barriga, em um carinho sensual, ao mesmo tempo que seus lábios arrancavam uma mordida na curva de meu pescoço, pegando-me desprevenida.
- Você não é mesmo a minha antiga , mas acho que gosto mais dessa nova versão de você. - fechei meus olhos em prazer ao escutar sua voz rouca em meu ouvido, sua mão ainda deslizando em meu ventre, seu peito duro e forte pressionando meu corpo, entre outras coisas.

Come here child!
(Go 'head be gone with it!)
Get your sexy on
(Go 'head be gone with it!)
You ready? (Yes)
You ready? (Yes)


Dançamos toda a música com provocação da parte dele, que me arrancou muitos suspiros e pequenos gemidos. Eu sabia que não aguentaria muito tempo mais naquele joguinho de sedução. Já estava claro que nós dois estávamos praticamente explodindo de desejo e eu já pensava foda-se por ele também ser um Dom. É só a gente esquecer essa merda toda e apenas transar loucamente.
Sei lá, acho que já estou pirando aqui, a beira da combustão.
- Vem! - pareceu ler minha mente, pois não aguardou nem mesmo a música finalizar direito e saiu me arrastando pela pista de dança, a mão firme puxava a minha. Tentei não esbarrar em ninguém enquanto atravessávamos o local em direção ao mesmo pequeno corredor onde tínhamos chegado no elevador.
acenou com a cabeça para o segurança sem dizer uma palavra, indo até aquele cubículo metálico que nos levaria a algum lugar privado, com toda certeza.
- Segundo andar? - perguntei em um sussurro quando entramos no elevador.
cerrou os olhos em minha direção antes de apertar o botão que indicava que íamos mesmo ao andar superior.
Assim que as portas se fecharam, senti-me invadida pela masculinidade do meu primo que apenas se jogou em cima de mim e me agarrou pelos cabelos e cintura.
- Você sabe o que eu vou fazer com você? - soltei um gemido quando o aperto de seus dedos em meu cabelo se intensificou, fazendo com que eu elevasse meu rosto e ficasse com os lábios bem próximos dos seus. - Você tem certeza que está preparada pra isso?
O elevador parou, fazendo com que se afastasse um passo de mim. Tensão sexual emanava de seu corpo e eu apenas consegui sorrir de uma forma maliciosa antes de responder sua pergunta anterior.
- E você? - andei por ele em minha forma dominante, saindo do elevador e vendo que ele ainda permanecia parado no lugar, olhando para mim. - Está preparado para tudo isso? - apontei para mim mesma, passando minhas mãos por meu corpo de uma forma que seria considerada indecente em público.
me levou pela mão, sem dizer mais nada, até uma sala. Quando adentrei, percebi aquela mesma parede de vidro que ele havia me mostrado mais cedo. Estávamos no escritório dele.
Dei uma olhada ao redor e reparei que lá havia apenas uma mesa de escritório, duas cadeiras reclináveis e um sofá ao lado da parede. Ao lado do sofá, outra porta de madeira se encontrava, e foi pra lá que me arrastou pela mão.
Quando olhei o que tinha lá dentro, minha boca se escancarou.
- Sério? - perguntei assim que ele fechou a porta. - Você tem um quarto ao lado do seu escritório? - sorriu antes de se aproximar de mim como um predador, um olhar sedutor estampava seus lindos olhos e eu tive que prender a respiração para não suspirar como uma adolescente quando suas mãos me agarraram e me puxaram contra si.
- Era necessário. - ele disse simplesmente, ainda me olhando daquele jeito que tiraria a sanidade de qualquer mulher.
- É inteligente, tenho que admitir. Assim você economiza tempo, só precisa subir com as meninas e... - não pude terminar meu raciocínio porque no mesmo segundo havia colado seus lábios aos meus.
Fiquei tão surpresa no início que nem me movi, mas logo meu corpo e meu desejo falaram mais alto e então eu agarrava com toda força pelos cabelos, tentando senti-lo de todas as formas possíveis.
- Você fala demais. - ele sibilou baixo, interrompendo nosso curto, mas intenso, beijo. - Eu nunca trouxe ninguém aqui, esse lugar serve apenas para eu poder descansar. - franzi minha testa em confusão, ainda respirando com certa dificuldade. - Quando eu quero ficar com alguém, eu uso o escritório mesmo. Você é a única exceção.
Ficamos nos encarando por breves segundos, eu tentando entender o que ele havia acabado de dizer. Não posso ser exceção. está dizendo isso para me agradar, ou só por que sou sua prima, não é?
Os olhos dele de repente mudaram, substituindo o total desejo e luxúria por uma ternura que tocou meu coração. Ele aproximou nossos rostos mais uma vez, devagar, e logo colou nossos lábios em um beijo lento.
Se eu, algum dia, havia dito que nunca provaria de um beijo que arrebentasse meu corpo e alma, deixasse minhas pernas bambas e meu coração batendo sem sentido, digo agora que eu estava redondamente enganada. Esse beijo existia, e eu o estava provando naquele instante. - Você tem certeza que quer isso? - sussurrou quando nos separamos para poder respirar, segurando meu rosto ainda com ternura e deslizando os dedos pelos fios do meu cabelo.
- Sim. - sussurrei de volta, com plena convicção. Eu o queria, o queria muito mesmo.
- Então como vai ser? Você é uma Dom, não é? - mordi meu lábio inferior antes de sorrir e concordar com a cabeça.
- E imagino que você seja também. - sorriu ao concordar. - É algo que você abriria mão? - não sei por que eu perguntei isso, mas estava curiosa com o fato de ser daquele mundo. Queria saber até que ponto ele ia naquela área.
- Sim, abriria. Isso não faz parte de uma necessidade. É só uma escolha sexual mais ousada, não é como se eu não conseguisse ficar sem. - seus dedos deslizavam de leve por minha pele, meu maxilar, minha clavícula. Eu estava tendo que fazer bastante força para me manter controlada. - E você?
- Eu não sei. Sempre fui dominante, desde o início da minha vida sexual, nunca tentei nada mais convencional. - dei de ombros, tentando não arrepiar com o toque de . Ele me olhou intrigado.
- Você foi dominante na sua primeira vez? - concordei com a cabeça, sem nenhum vestígio de vergonha por estar falando de algo tão íntimo com ele. - Por Deus, , por que você já começou nesse mundo BDSM de forma tão precoce? - ele parecia preocupado comigo, seu olhar dizia isso. Eu suspirei sem encará-lo.
- Eu prometi, quando saí dessa cidade, que nunca mais seria aquela garota fraca e chorosa que eu era. E só a ideia de alguém me dominar na cama, alguém que poderia me subjugar, era repulsiva pra mim. - tentei controlar minha voz, mas ela saiu arrastada no final.
me puxou para seus braços e me apertou com força.
- Meu Deus, ! - ele sussurrou em meu ouvido. - Fui eu que fiz isso com você? - estremeci ao som da voz dele, que parecia machucada, como se a ideia de ter causado aquilo em minha vida fosse repugnante.
- Talvez... Sim, mas a culpa não foi toda sua, . Muitas outras coisas aconteceram além de você infernizar a minha vida. - saí de seu abraço e lhe mostrei um sorriso. fechou os olhos com força antes de concordar com a cabeça. - E eu sempre olho pelo lado bom, eu realmente estou bem melhor agora.
- Ok. Vamos esquecer isso e voltar para nós dois. - não pude deixar de notar como o meu corpo reagiu ao vê-lo dizer aquelas duas palavras: Nós dois. - Que tal um acordo? - eu ergui a sobrancelha, esperando ele continuar. - Eu deixo você me dominar e depois nós tentamos algo convencional, o que acha?
- Você faria isso? - deu de ombros, como se não se importasse com o fato de eu estar abismada com seu acordo. - Você realmente se submeteria a mim?
- , nesse momento eu faria qualquer coisa por você. - e lá estava aquele sorriso travesso novamente. Eu acabei sorrindo junto. - Eu só quero que você não vá muito longe. Quero que o sexo hoje a noite seja o convencional. Você precisa dessa experiência. - ele sussurrou a última frase, deslizando os dedos por meu rosto de um jeito carinhoso, o contato me causando arrepios bons.
- Tudo bem. - sussurrei também e vi a satisfação atravessar o rosto dele. - Vamos começar.


SEIS Dirty babe...You see these shackles? Baby I'm your slave

- A partir desse instante, você me chamará de , apenas . – comecei, assumindo minha voz Dom enquanto me afastava um passo. - E apenas se dirigirá a mim quando eu mandar. - olhava para mim com uma mistura de respeito, surpresa e admiração. - Entendido?
- Sim, . - sorri quando ele respondeu e abaixou a cabeça. Sinal claro de sua submissão.
Deus meu, eu realmente estava fazendo aquilo? E ele tinha mesmo aceitado aquilo?
- Há algo aqui que eu possa usar para amarrá-lo? - levantou os olhos para mim por um segundo antes de tornar a abaixá-los.
- Algemas na gaveta da cômoda.
Andei até o local que ele indicou e abri a gaveta. Encontrei uma série de acessórios do mundo BDSM naquela gaveta, mas apenas as algemas forradas de veludo vermelho me fizeram sorrir de um jeito perverso.
Acho que eu sempre imaginei como o ficaria amarrado. Indefeso.
Algemado era ainda melhor.
Voltei para perto dele com as algemas brincando em meus dedos, a chave na outra mão. Andei para a esquerda e me sentei na beira da cama. continuou no mesmo lugar, sem se mover. Oh, ele até sabia ser um bom submisso!
- Antes de você ser algemado, quero que se dispa pra mim. - se virou lentamente, os olhos pareciam queimar. - Fique apenas de cueca. - falei baixo, com os olhos semicerrados, louca de desejo para vê-lo nu.
não disse nada, mas começou seu trabalho imediatamente. Inclinei-me para trás para vê-lo melhor, enquanto retirava a jaqueta de couro preta e a deixava cair no chão. Os olhos colados aos meus quando sua mão desceu devagar até a barra da camisa de gola ‘v’. Meus olhos seguiam seus movimentos como um falcão. Um falcão que logo daria o bote. Aos poucos, aquele tronco maravilhosamente esculpido por músculos apareceu. então levou as mãos até a calça jeans, desafivelou o cinto e o tirou com um rápido puxão. Meus batimentos cardíacos se aceleraram com aquela visão dos deuses ficando seminu para mim. E logo seus dedos desabotoavam a calça, e ela era mais uma peça no chão aos pés de . Mordi meu lábio inferior enquanto dava uma boa olhada nele, de baixo para cima. Um sorriso satisfeito se apossou de meus lábios quando percebi o quão excitado ele estava ao olhar a área que sua boxer azul cobria.
- Muito bem, . - falei me levantando e me aproximando dele. - Agora é a minha vez. - sussurrei com o corpo a um centímetro de encostar ao dele. Podia sentir o calor de seu corpo, seu perfume inebriante. - Me dispa.
Mais uma vez ele não disse nada, apenas agiu. Suas mãos alcançaram as laterais de minha jaqueta de couro preta, deslizando a peça de roupa por meus braços. Seus dedos logos percorreram meus braços descobertos de leve, até que ele conseguiu chegar à base de minhas costas, onde o zíper de meu vestido verde se encontrava. Com uma facilidade de um mestre habilidoso, abriu meu vestido e deixou a peça tomara-que-caia, cair.
Fiz força para não sorrir quando vi o olhar de surpresa e o mais profundo desejo se apossar do rosto de . Provavelmente pelo fato de que eu estava de sutiã por baixo do vestido e agora estou coberta apenas pela minha minúscula calcinha de renda preta. ergueu as mãos como se fosse me tocar e eu apenas dei um passo para trás.
- Ah, não! - sorri. - eu disse para me despir, não me tocar. Ele recuou um passo e abaixou a mão, resignado com minha ordem. Mas eu podia ver a sua revolta pela forma como suas mãos estavam cerradas.
Peguei pela mão e o fiz sentar na cama sem dizer uma palavra. Apontei a cabeceira da cama e vi que ele havia entendido, sentando-se com as costas contra ela. Peguei sua mão direita e uni com a esquerda, passando a algema por seus pulsos. estava algemado, com as mãos atrás das costas, apenas de boxers em uma enorme cama de casal.
Uma absoluta visão dos deuses.
Parei um instante ao lado da cama, tentando resolver o que eu faria com ele. O que fazer primeiro? Depois de pensar por um longo minuto, resolvi que era melhor apenas me deixar levar dessa vez.
Subi em cima da cama e me sentei no colo de . Minha posição dava uma bela visão a ele de mim, mas não moveu seu rosto para me olhar. Eu percebi que meu movimento o tinha afetado pela forma como o seu corpo ficara rígido e sua respiração mais pesada.
- Você pode me olhar. - eu ordenei e ele imediatamente atendeu minha ordem. Sabia que ele estava louco para dar uma olhada. Eu, normalmente, não deixaria o sub me ver, mas com ele eu percebia que queria seu olhar desejoso em mim. Acho que estou ficando boazinha demais.
Comecei pelo o básico, percorrendo minhas mãos sedentas por toda a extensão dos músculos de . Ombros, pescoço, tórax, braços. Toquei em tudo e apertei, ao mesmo tempo sentindo-o estremecer a cada toque, a cada leve arranhão que eu deixava em sua pele de forma proposital.
Depois, resolvi que estava na hora de usar meus lábios e refiz o percurso de minhas mãos. soltou um rosnado baixo quando meus lábios alcançaram a altura de seu umbigo e continuaram descendo, loucos e sedentos por prová-lo ali. Mas ali não seguiria as regras da minha própria pessoa, de que o primeiro orgasmo tem que ser sempre dentro de mim. E eu sei que se eu começar, não vou conseguir parar.
Por causa de minha frustração em tê-lo, mordi o interior de sua coxa, causando um espasmo em . Sorri travessa antes de voltar a minha posição anterior, sentada ereta no colo dele. - Sua vez, . - sussurrei em expectativa, completamente louca para sentir seus lábios em mim. - Use os lábios. - não precisei dizer duas vezes.
foi em direção aos meus seios como uma pessoa que estava sedenta por água em um deserto. Seus lábios se apossaram de meu mamilo direito e eu gemi quando a sucção prazerosa me atingiu. Encarei a cena com o olhar admirado, sentindo meu corpo se contorcer em prazer a cada nova lambida, mordida e chupada de . Ele logo trocou de seio, dando o intenso cuidado ao esquerdo, obrigando-me a gemer alto em tesão.
Posicionei-me em cima de sua ereção e comecei a rebolar no colo dele, causando uma fricção gostosa que ia direto ao meu clitóris e, tenho absoluta certeza, causava o mesmo intenso prazer nele. Seus lábios em meu seio ficaram mais furiosos, o ar saindo dos lábios de como intensas rajadas a cada novo rebolado de meus quadris.
Eu começava a sentir aquela familiar sensação de estar na beira do precipício do prazer, louca para mergulhar e nunca mais voltar, mas me obriguei a parar, puxando meu corpo de perto dele, vendo-o com o olhar nublado de desejo me encarar como se perguntasse: Por que raios você parou?
- Eu acho que chega disso, hun? - comentei ainda com a respiração rápida, entrecortada. - Você disse convencional, e eu acho que não tenho muito autocontrole pra continuar dominando. - um sorriso enviesado surgiu nos lábios dele.
- Eu também não acho que posso me controlar por muito tempo. - eu sorri e me aproximei o suficiente para poder destrancar as algemas que o prendiam. - Eu estava quase quebrando essas algemas.
Levei um susto quando, na mesma hora, me agarrou pelos ombros e me jogou de costas na cama, caindo por cima de mim. Minha respiração voltou a acelerar ao sentir todo aquele homem em cima de mim com um sorriso de tirar o fôlego estampado em seu rosto. - Toda essa provocação, estar algemado sem poder tocá-la... - deslizou os dedos de leve por minha clavícula, causando-me um arrepio. - Isso foi uma tortura. - sua mão desceu até encontrar meu seio, fechando-se nele com um aperto que arrancou um gemido de mim. - Desde o momento em que eu tirei o seu vestido, eu só pensava em tocar, tocar todas as partes desse corpo incrível.
- Você pode tocar agora. - ele sorriu com o meu sussurro, ainda apertando meu seio, e deslizando os lábios pelo meu pescoço.
- Ah, eu com certeza vou fazer isso... A noite toda. - e, dizendo isso, seus lábios se fundiram aos meus.


SETE That I love you, I have loved you all along. And I miss you been far away for far too long

Não houve, em nenhum momento daquela noite, em que eu não me sentisse como uma pessoa totalmente diferente. Principalmente depois que se empenhou em me mostrar como o sexo convencional poderia ser o mais absoluto sexo de todos os tempos. Agora, olhando para ele dormindo em um sono bastante pacífico, o corpo nu totalmente colado ao meu, os braços em volta de meu corpo, apertando, puxando-me para perto, eu percebi que alguma coisa desconhecida havia acontecido naquela noite.
Eu reparava em cada traço daquele rosto másculo, as formas de seu corpo, seu lindo e bagunçado cabelo. Fios que eu havia tocado e puxado com intensidade nas últimas horas. Alguma coisa estranha se formava em meu coração, algo dentro de mim mudava a cada segundo a mais que eu passava olhando para o meu primo. Havíamos feito algo muito errado nos entregando ao desejo naquela noite. Nossas famílias jamais imaginariam o que nós fizemos nas últimas horas, e eu tinha medo do que fariam se descobrissem.
podia ser adotado, mas ainda era meu primo.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas de repente. Respirei fundo, fechando bem os olhos, mas a lembrança das últimas palavras de antes de dormir não me saíam da cabeça:

“Preciso ir embora, ”. Comentei ainda exausta por culpa do terceiro orgasmo que me atingira naquele instante. Comecei a me levantar, mas senti me puxar pelos ombros, subindo em cima de mim e me impedindo de sair.
“Você não vai a lugar algum, . Hoje, o seu lugar é aqui, comigo”. Eu podia ver a determinação em seus olhos.
“Eu não sou o tipo de garota que fica pra passar a noite”. Comentei com a voz baixa. “Eu também não sou esse tipo de cara, mas a única coisa que eu quero agora é te abraçar e dormir com você, e acordar amanhã com você como a primeiro coisa que eu verei quando abrir os olhos”. Soltei um suspiro. Por Deus, aquilo foi profundo! Encarei por alguns instantes, completamente abismada com sua pequena declaração.
“Me diga que você vai ficar”.
Não havia outra resposta para aquela pergunta. Não com ele me perguntando daquele jeito.
“Sim”. Eu sorri. “Eu vou ficar!” voltou para a posição anterior, um sorriso brincando em seus lábios, os braços me aconchegando ao seu corpo e eu estranhamente senti que aquele agora era o meu lugar.

Eu não podia ficar ali. Por mais que eu tivesse dito a ele que ficaria, eu simplesmente não podia. Havia algo acontecendo... Algo que estava me deixando apavorada só com a ideia de descobrir.
Mas de uma coisa eu tinha certeza: eu tinha que ir embora!
Com as lágrimas agora escorrendo por meus olhos, eu me afastei com o máximo de cuidado do abraço de , tentando não acordá-lo. Assim que consegui, catei minhas roupas pelo o chão e me vesti. Dei uma última olhada no homem lindo, nu e adormecido que era o meu primo antes de atravessar a porta e sumir.


~ Suíça~ Dezessete dias depois

- Como eu havia avisado anteriormente, os novatos serão apresentados a vocês hoje. - a sala de reuniões estava cheia, mas todas as pessoas estavam em silêncio, escutando com absoluta atenção e respeito, o nosso chefe fazer mais um discurso de boas vindas aos novatos. Seis meses atrás eu era uma dessas novatas.
- Já é de conhecimento de todos que entrará um funcionário novo na área de Administração que trabalhará no escritório junto de Paul. – ele acenou com a mão na direção do homem que comandava a parte administrativa do setor cinco. - E uma nova estagiária em Administração que será treinada pela . - sorri quando ele se dirigiu a mim com o mesmo gesto. - Espero que todos os recebam bem e os façam se sentirem em casa, como se espera dessa multinacional. - ocorreram muitos acenos em concordância dos presentes. - Ok! Agora, quero que vocês conheçam e Alicia Mills.
Não.
Não.
Não. Pode. Ser.
Minha boca se abriu em um perfeito 'o' surpreso quando eu vi meu primo adentrar o local em um lindo terno, os cabelos estavam bem penteados para trás, um sorriso contido no rosto. Aquilo não era possível. O que ele estava fazendo ali?
Todo o resto passou como um borrão. Não me lembro muito bem de nada, só dos olhos de passeando pela sala como se procurasse alguém. Os olhos que apenas pararam e sossegaram quando pousaram em mim.
Eu não o via desde aquela noite. A noite em que eu o deixei sozinho depois do melhor sexo da minha vida. Depois que eu fugi como uma grande covarde, adiantando minha passagem de avião e voltando para a Suíça no dia seguinte ao ocorrido.
Tenho certeza de que ele só soube que eu havia ido embora do país depois que eu estava embarcada e segura dentro do avião.
Quando a reunião acabou, eu só consegui acompanhar o fluxo das pessoas que saíam. Eu não podia me juntar as outras que iam cumprimentar o novo funcionário e a nova estagiária. Eu não conseguiria simplesmente não enlouquecer e perguntar: Que merda você faz aqui !?
Para minha sorte, já era fim de expediente, então eu poderia apenas sair de fininho e fugir para o meu pequeno apartamento de três cômodos. E eu acho que eu só voltei a respirar quando estava em segurança dentro do lugar que eu chamava de lar.
O lugar que, desde aquela noite com o , não conseguia me deixar com aquela sensação de plenitude mais.
Dei um pulo quando, depois de apenas alguns minutos, a porta de minha casa bateu com três toques. Encarei a madeira com o coração acelerado, rezando para não ser quem eu achava que era. Mas eu sabia que só poderia ser ele.
Aproximei-me e olhei pelo o olho mágico. Reconheci de imediato aqueles traços, os mesmo que atormentavam meus sonhos e pensamentos há dezessete dias.
Quando escancarei a porta, adentrou o apartamento sem dizer nada, apenas os olhos estavam fixos em mim, nublados do que parecia uma mistura de ódio e desejo. Eu respirei fundo quando ele fechou a porta com um baque baixo.
Ficamos nos encarando por alguns momentos, que pareceram uma eternidade. Eu iria ficar louca se nenhum dos dois dissesse algo logo.
- Por que você está aqui? - minha voz saiu fraca e eu me bati mentalmente.
- Por que você fugiu? - ele disse com a mesma fraqueza na voz, aproximando-se um passo de mim.
- Eu te disse, eu nunca passei a noite com ninguém.
- Você me disse que ficaria. - minhas pernas tremeram quando ele se aproximou mais um passo.
- Eu mudei de ideia. - afastei um passo quando ele continuou a se aproximar. Eu não estava pronta para sentir o toque dele. Mal estava aguentando vê-lo, que dirá tocá-lo. - E você não me respondeu. - disse para tentar desviar a atenção daquela noite.
- Eu passei no processo seletivo para essa multinacional. Você já sabia.
- Eu não sabia que era na Suíça e na mesma multinacional que eu trabalhava! - minha voz subiu uma oitava, sinal claro de minha frustração, irritação e nervosismo.
- Você sabe como eu fiquei quando eu acordei e você não estava lá? - tentei me afastar, mas não havia mais para onde ir. Eu estava encurralada na parede. - O quanto eu fiquei desesperado quando soube que você havia ido embora?
- Eu não sei por que você ficou assim, afinal, foi só um caso de uma noite. - logo que eu disse, eu me arrependi. Primeiro: porque eu sabia que não era verdade, não foi só uma noite para mim. E segundo: pela a forma como reagiu ao que eu disse.
Suas mãos agarraram meus braços com força, prensando-me ainda mais na parede gelada, quase derrubando o relógio que estava acima de mim, pendurado. Seus olhos estavam escurecidos de uma mistura de sentimentos que estava difícil para mim identificar.
- Não foi só um caso de uma noite! - sua voz estava áspera e baixa. - Foi a realização de um sonho de anos.
Ok. Agora eu fiquei confusa.
percebeu minha expressão e afrouxou o aperto de suas mãos ao respirar fundo.
- Eu sempre fui apaixonado por você. Desde a primeira vez que eu te vi, eu acho. - certo, agora, sim, eu acho que fiquei maluca. Ou eu estou inventando isso, ou o acabou de dizer que era apaixonado por mim? - Foi por isso que eu implicava com você. Foi por isso que, quando eu fiquei sabendo desse colégio na Suíça, eu tive que dar a ideia para os seus pais.
- Você o quê? - Não é possível.
- Desculpe, , mas eu precisava ficar longe de você. - ele se afastou de vez, as mãos nos cabelos, de costas para mim, sinal claro de desespero. Eu apenas fiquei encostada na parede. Acho que se eu der um passo vou acabar desabando no chão. - Porra, você tinha doze anos e eu tinha meus malditos dezessete e eu simplesmente não conseguia pensar em mais nada além de te beijar quando eu te via, pelo amor de Deus! Você era minha prima! Minha prima de doze anos! Eu não podia ficar desejando te beijar sempre que eu te via! Eu não podia ficar com outras meninas da minha idade imaginando você, porra!
Ele andava de um lado para o outro, desesperado. Eu apenas sentia meu coração batendo forte e acelerado, tentando assimilar o que ele me dizia.
- Eu precisava achar uma solução para aquilo e a única forma seria, ou eu indo embora ou você. - ele parou de andar e olhou em minha direção. - Graças a Deus seus pais adoraram a ideia de te enviar para aquele colégio. Ele era o melhor do continente, ia ser incrível para o seu currículo.
Ele voltou a se aproximar de mim, suas mãos voando até meu rosto, os polegares alisando minhas bochechas.
- Mas quando eu soube que você iria para as bodas de nossos avós, eu apenas... Apenas não consegui me conter. Eu já sabia que iria te ver de um jeito ou de outro por causa desse emprego e eu estava tentando me controlar para o momento em que eu visse você. E... o que aconteceu naquela noite foi tudo pra mim, foi a realização de um sonho.
Senti lágrimas se derramarem em minhas bochechas enquanto eu via se declarar pra mim. Eu não conseguia acreditar. , meu primo cinco anos mais velho, meu primo babaca que infernizou a minha vida, meu primo com quem eu compartilhei a melhor noite de sexo da minha vida, meu primo.
Isso só pode ser loucura.
- Diga alguma coisa, . - ele sussurrou, olhando para mim de um jeito vidrado.
- Eu... Não sei o que dizer. Isso é... - levantei minhas mãos e envolvi as dele, ainda em minhas bochechas. - Eu só sei que a noite em que eu passei com você foi a noite mais incrível da minha vida. E eu venho sendo atormentada todos os dias pelas lembranças daquelas horas, e por sonhos com você. - respirei fundo, apertando meus dedos em volta dos dele. - Eu não sei... Minha vida sempre girou em torno de você, mesmo enquanto eu estive longe. Talvez eu também sempre te amei e eu acho que descobri isso naquela noite em que estivemos juntos. Acho que foi por isso que eu fugi, porque tive medo do que aquele sentimento significaria para o meu futuro.
Vi abrir um pequeno sorriso quando ele entendeu o que eu acabara de dizer.
- Eu quero que o seu futuro e o meu futuro estejam ligados, como nossos passados estão. - ele iniciou com a voz baixa, sussurrando com os lábios próximos dos meus. - Quero estar com você, cuidar de você e te amar. Deixar sair de meu peito todos esses sentimentos que foram acumulados por anos de culpa por ter me apaixonado por minha prima cinco anos mais nova. Eu quero você, , quero que você se sinta segura comigo, que você acorde do meu lado todos os dias e que durma em meus braços todas as noites. - tive que controlar minha emoção para que eu não começasse a soluçar naquele instante. - Diga que sim, , diga que me aceita, diga que você quer tudo isso comigo, diga que você vai enfrentar a nossa família se for preciso.
- Não, , eu não quero isso. - vi a decepção cruzar seu rosto enquanto se afastava um passo, como se tivesse acabado de receber um soco no estômago. Eu o puxei de volta para mim, passei meus braços por seu pescoço. - Eu quero tudo isso e muito mais. E não me importa o que acontecerá daqui para frente, desde que você esteja comigo e nunca mais vá embora ou me mande embora.
E eu não dei abertura para que ele dissesse mais nada, apenas calei seus lábios com um beijo. Um beijo que selaria aquelas promessas e daria início ao nosso futuro. Um futuro que era incerto, é claro, cheio de dificuldades, mas que valeria totalmente a pena.


| FIM |


N/A: Hey, galera, como vão? Mais uma fic minha, dessa vez escrita inicialmente com o lindo do Somerhalder! Então, gostaram de ficar com o primo babaca? A fic foi escrita para o amigo secreto da equipe do FFOBS e, por causa do pouco tempo, eu não pude desenvolver ela como eu realmente queria, mas acho que ela está boa assim. Haha
Ok, espero que gostem e comentem! E pra quem quiser, aí em baixo estão minhas outras fanfics. Vocês vão ver que tem duas que foram retiradas, mas é porque a estória de Our Son vai ser publicada em livro em Abril desse ano, aê o/
Se quiserem saber mais sobre o livro Nosso Filho, deem uma olhadinha aqui: https://www.facebook.com/nossofilhooficial e aqui: https://www.facebook.com/groups/232266916937656/
Beijos! @SahDiias @Frasesdefics



Minhas outras fanfics:
Who Said It Could Not Be Forever?
Merry Christmas With McFly
Merry Christmas With McFly II – The Kidnapper
Merry Christmas With McFly III – The Wedding
That Dress
The Power Of Greed
Vento No Litoral
Our Son
Our Son II – Custody (Retirada do site)
Our Son III – Family (Retirada do site)



Nota de Beta: Se virem algum erro de português/script/HTML, não usem a caixinha de comentários, me avisem por aqui: nellotcher@gmail.com


comments powered by Disqus