Almas Gêmeas.
Escrita por Cáah e Gabi;.
Betada por Gábi.


Você acredita em almas gêmeas? Sim, aquela velha história de cara metade, outra parte da laranja, a tampa da panela, o chinelo torto para o pé torto. Bom, ela não acreditava, até conhecê-lo.
sempre fora o típico “patinho feio” da família. Quieta, estranha e introvertida, nunca teve muita facilidade para fazer amigos, tampouco namorados. Mas essa história estava prestes a mudar...

- , desce logo! Vai atrasar o papai! – gritava Ashley, sua irmã um ano mais velha e muito, muito diferente dela. Ashley era sempre a mais bonita e cobiçada da escola, a preferida dos tios e primos e a mais mimada pelos pais. Digamos assim, ela era a filha perfeita, tinha tudo que sempre quis ter, exceto o cérebro.

- ‘Tô indo! Eita povo estressado! – descia as escadas correndo. – Pronto!
- Já era hora, peste! Vem logo que é o seu primeiro dia de aula e você não pode se atrasar.
- Ashley, eu tenho 16 anos, não 5. Eu sei que é o meu primeiro dia de aula, não precisa me lembrar.
- Acordou estressadinha hoje, hein, babe? Deixa de birra e vamos logo, vai – disse, empurrando a irmã para dentro do carro.

Era o primeiro dia de aula do Lexmark High School [n/a: Não temos criatividade pra nome de colégio, e, sim, isso é um nome de impressora Ç_Ç] e todos os alunos estavam com aquele ânimo de primeiro dia de aula, que logo desaparece na semana seguinte.
entrou em sua sala, sentou-se nas últimas cadeiras, como sempre, e começou a ler um livro qualquer que havia achado em casa. “Almas Gêmeas: aprenda a identificar o amor da sua vida”. Ela estava quase passando mal de tanto rir das baboseiras que estavam escritas ali. Segundo o autor, antes da encarnação, a alma era uma bola de luz, que foi dividida por Deus, e cada parte foi colocada em um corpo, formando assim as almas gêmeas, e que todo ser humano encontraria a sua algum dia. “Por isso que eu sou auto-suficiente, colocaram a bola toda no meu corpo”, pensou.

- Posso me sentar? – perguntou um garoto de olhos bastante , que despertou de sua concentração, apontando para a carteira ao lado da dela.

“Caraca! Esse deus grego ‘tá falando comigo?”
- Cla-claro... senta aí!
- Obrigado. – O garoto sorriu. – Meu nome é , e você é...? – Ele estendeu a mão.
- , . – sequer tocou na mão do menino. Ainda estava tentando entender por que um cara tão atraente estava tentando puxar papo com ela, já que os outros só a repugnavam. , percebendo o nervosismo da menina, resolveu mudar de assunto.
- ! Bonito nome. Er, eu sou novo aqui, não conheço ninguém e como você foi a primeira alma que eu encontrei, acho que vou ficar te importunando um pouco.
- Imagina! Pode importunar o quanto quiser. Sabe, não sou nova aqui, mas também posso dizer que não conheço ninguém. Pelo menos não converso com ninguém desse estrume que chamam de colégio – ela falou fazendo uma careta engraçada, que imediatamente fez com que risse. “Que sorriso perfeito!”, pensou.
- Ahá! Vejo que encontrei um projeto de anti-socialismo! Coisa feia, hein?
- Ah, pára! Me chamando de anti-social já basta minha mãe, nem começa a encher o saco senão eu te mato, okay? – disse, “ameaçando-o” com um compasso.
- Oh-Oh-Oh, abaixa a arma, mocinha! - falou levantando as mãos.
- CALEM A BOCAAAA! – gritou Mr. Brown, professor de química que já se encontrava na sala há alguns minutos. – VOCÊS DOIS, CALEM A BOCONA! EU QUERO DAR AULA! MOSTRAR PARA TODOS OS IDIOTAS AQUI PRESENTES A MAGIA QUE EXISTE NA QUÍMICA! NÃO DESPERDICEM ESSA CHANCE, JOVENS!
- Tudo bem, professor! – falou, assustado. – Na escola em que eu estudava, os professores eram mais normais, sabe? – disse bem baixo, só para ouvir.
- Ah! Fica calmo, o Mr. Brown é meio desorientado, mas é super gente fina.
- Assim espero... - disse ele, virando-se para frente.

E assim se seguiu o resto das aulas: os dois não paravam de conversar um segundo, sendo até ameaçados de ir para a diretoria por alguns professores. Haviam descoberto muitas coisas em comum e estava amando aquela sensação de ter alguém tão próximo, já que ela nunca havia deixado ninguém se aproximar. também estava encantado por aquela garota desajeitada, porém carismática.

Na semana seguinte, após dois horários estressantes de matemática e um de literatura, os dois estavam sentados na mesa do refeitório falando mal das patricinhas que passavam.
- Ih, lá vem a Stacey. Acho que, se algum dia começar a faltar oxigênio na terra, é porque ele está todo no cabelo dela – dizia apontando para a dita cuja.
- Hahaha, bem provável, hein? Mas olha só que menina linda ‘tá vindo ali! Caraca, qual o nome dela? – apontou para uma garota de cabelos lisos e pretos, com olhos verdes chamativos e que vinha cercada de outras meninas também bonitas.
entrou em choque quando viu a quem ele se referia. Tinha que ser a sua irmã! Bem quando ela começara a achar que podia ser igualmente feliz sem toda aquela beleza e que não era igual a todos os outros rapazes, Ashley tinha que aparecer!
- Aquela ali? Bom, o nome dela é Ashley – respondeu seca.
- Ashley? Ashley de que? Ela é realmente linda... – praticamente babava na garota.
- Ashley . Limpa a baba, !
- Quê? Ashley ? Ela tem o seu sobrenome, que coincidência – ele dizia sem tirar os olhos dela.
- Deve ser porque ela é minha irmã – falou , sem expressar nenhuma emoção.
- O quê? Você é irmã dela? Como? – ele disse, assustado.
“Ah! Muito bom, era tudo o que me faltava. Agora só falta você vir com esse papinho de ‘Como um monstro como você pode ser irmã de uma princesa como ela?' e blá blá blá.”
- Pra você ver, né? Seja bem-vindo ao fã clube oficial de Ashley ! Entre na fila e aguarde até o momento em que ela vai te usar e jogar fora no outro dia! – disse, meio alterada.
- Você tem inveja da sua irmã, não tem, monstrinho? – disse Bryan, um típico mauricinho do time de futebol que amava importunar a vida dos outros.
- Ai, Bryan, cuida da sua vida, por favor? – falou sem olhar para o garoto.
- Hey! O dragãozinho 'tá estressado! Você nunca vai ser como a sua irmã, sua idiota! Pode desistir, ela é maravilhosa e você é só mais uma ridícula que vai morrer sem ninguém, porque nenhum louco vai querer alguma coisa com uma nerd, imbecil e esquisita como você!
Aquela fora a última gota para . Ela estava cansada! Cansada de nunca ter amigos de verdade, já que os poucos que se aproximavam dela só queriam ter informações de Ashley. Cansada porque todos julgavam-na apenas pela aparência, cansada de ser rejeitada por todos e, principalmente, cansada daquela vidinha que ela levava sem poder se manifestar e gritar pro mundo que ela também tinha sentimentos. Levantou-se, deu um tapa em Bryan e saiu correndo dali.

estava atônito com tudo aquilo. Como aquelas pessoas eram capazes de ofender tanto alguém assim? Também se levantou, deu um soco em Bryan e saiu correndo atrás de , sendo assistido por todos os alunos ali presentes, que haviam parado para assistir a cena.

estava chorando, sentada no final do corredor, quando a avistou.

- Hey, , não chora. Olha pra mim – ele disse, levantando seu rosto e segurando-a pelo queixo. – Você não pode acreditar no que aqueles imbecis falam! Você é linda! E não é fútil como essas idiotas que estudam aqui.
- Sabe, , no fundo eles estão certos. Eu nunca vou ser amada como a minha irmã é. Nunca terei toda aquela beleza e nem tantos amigos quanto ela. Sempre vou ser uma loser, é isso... - Antes que terminasse a frase, tudo que ela pôde sentir foram os lábios de colados aos seus. Ela não sabia o que fazer, não entendia o que estava acontecendo, mas aquela sensação era tão boa que ela se rendeu ao beijo ao sentir a língua de se encontrar com a sua. A garota entrelaçou suas mãos no pescoço dele intensificando mais o beijo. a puxou pela cintura, pressionando seu corpo contra o dela. Era um beijo suave e cheio de desejo; um beijo que, mesmo sem saber, os dois esperaram por toda a vida.
quebrou o beijo ofegante e permaneceu com os olhos fechados.
- , desculpa... Eu não devia ter feito isso! – falou, temendo a reação da amiga.
- Não, , ‘tá tudo bem, eu sei que você fez isso porque ficou com pena de mim. Tudo bem. – deu um sorriso fraco.
- Eu não fiz isso por pena! Nunca faria isso com você, eu só...
- Não precisa se explicar! Eu já disse!
- , me escuta! Eu nunca faria isso por pena. Desde aquele dia em que eu te vi sozinha na sala, eu não sei explicar, mas é como se você me completasse! Eu me sinto diferente quando estou ao seu lado, e eu devo estar ficando louco! Não tem como eu ter me apaixonado por você em apenas uma semana, mas foi o que aconteceu! Eu te amo, ! – dizia aquilo exaltado. Tinha que falar tudo que sentia ou era capaz de explodir naquele momento.
estava boquiaberta. Ainda estava processando todas as palavras que ouvira há segundos atrás. Ela se sentia do mesmo jeito! Era algo inexplicável, mas as bobagens escritas naquele livro velho finalmente pareciam ter sentido para ela.
- Eu te amo! – foi tudo que conseguiu dizer antes de ser envolvida pelos braços de . Ficaram abraçados por vários minutos, sentindo um ao outro. Era como se o tempo tivesse parado e aquele momento fosse só deles.
- , você aceita ser minha namorada? – pediu , após desfazer o abraço, e recebeu um beijo como resposta.

Desde então, e não se desgrudavam mais. Cada segundo que passavam juntos era precioso. havia deixado de acreditar que era um patinho feio e se transformou em um belo Cisne! Era uma das garotas mais cobiçadas da escola, o que deixava um pouco enciumado.
O ano letivo passou muito rápido, as férias já haviam chegado e ele teria que viajar com seus pais para os Estados Unidos, o que deixou bastante perturbada.

- Ah, ! Você tem mesmo que ir? – dizia a menina, abraçando-o forte.
- Tenho, amor. Eu também não quero ficar longe de você, mas é o aniversário da minha avó e se eu não for ela vai me odiar o ano inteiro! – a abraçava apertado, como se nunca mais fosse voltar a tê-la em seus braços. Qualquer um que passasse por eles poderia confundir com uma cena de novela.
- Eu ‘tô com medo! Medo de te perder... algo me diz pra eu não deixar você ir nessa viagem! - agora não conseguia conter as lágrimas que insistiam em cair.
- Minha pequena, olha pra mim. – Ele segurou o rosto de com força, também deixando as lágrimas rolarem, a olhando nos olhos. – Você NUNCA vai me perder, porque nós somos como um só. Nós sempre estaremos ligados por algo mágico, algo maior que esse mundo!
- , você está me assustando! – já soluçava de tanto chorar.
- Eu não quero te assustar, pelo contrário! Eu nem sei por que estou dizendo isso, mas é o que o meu coração diz. Não se assuste, linda, eu vou voltar. – Ele a apertava mais contra o seu corpo.
- Deve ser porque nós nunca ficamos separados, né? É só isso. Não vai acontecer nada. – Ela finalmente desfez o abraço. – Promete que me liga quando chegar lá?
- Te ligo de qualquer jeito, tá? – ouviu a chamada do seu vôo e puxou para um beijo. Um beijo intenso, doce, e ao mesmo tempo salgado pelas lágrimas dos dois. Eles sentiram a mesma sensação de quando se beijaram pela primeira vez no corredor do colégio. As línguas se moviam em uma sintonia perfeita. Queriam continuar ali para sempre, mas foram interrompidos novamente pela chamada do vôo.
- “Eu preciso tanto de você, o seu amor é o que me faz crescer; me conhece como a própria mão; cada medo do meu coração.” - Ele sussurrou no ouvido da namorada, que já não chorava mais.
- , você vai me amar amanhã? – perguntou, mirando-o nos olhos.
- Amanhã e sempre, pequena.

embarcou apreensivo. Não sabia por que, mas tinha a sensação de que nunca mais veria . Nunca mais sentiria seu cheiro, seu corpo, seu beijo. Aquilo estava irritando-o profundamente, mas poderia acontecer o que fosse, ele sempre estaria com ela.

mal havia conseguido dormir naquela noite. Mas, nas poucas vezes que conseguia, sonhava com , e ele sempre dizia coisas bonitas e jurava amor eterno. Isso a confortava, ele continuava com ela, mesmo estando em outro continente. Acordou um pouco atordoada e foi à cozinha tomar um café. Ligou a televisão e se chocou com a notícia que ouviu:
“O avião T-201, com destino aos Estados Unidos, caiu no mar devido a uma turbulência muito forte ocorrida na noite anterior. A Marinha Americana achou o avião e constatou que não existem sobreviventes. Alguns corpos já foram reconhecidos, como o de Danielle Banks, Michael Rousset e o do jovem . Mais notícias a qualquer momento...”
já não podia ouvir o que a moça da televisão falava. Tudo parecia girar. Como o seu havia morrido? Como ela iria viver sem o seu namorado, seu amante, seu amigo? Então era por isso que ela não queria que ele fosse àquela viagem! As coisas pareciam perder o sentido para a garota. Tudo que ela podia sentir eram as lágrimas quentes rolando pela sua face. chorou como nunca tinha chorado. Deitou-se no chão e abraçou suas pernas. Queria se sentir protegida de novo. Aquilo seria impossível. Começou a se lembrar de sua despedida no aeroporto.

“- Eu não quero te assustar, pelo contrário! Eu nem sei por que estou dizendo isso, mas é o que o meu coração diz. Não se assuste linda, eu vou voltar. – Ele a apertava mais contra o seu corpo.
- Deve ser porque nós nunca ficamos separados, né? É só isso. Não vai acontecer nada. – Ela finalmente desfez o abraço. – Promete que me liga quando chegar lá?
- Te ligo de qualquer jeito, tá? – ouviu a chamada do seu vôo e puxou para um beijo. Um beijo intenso, doce, e ao mesmo tempo salgado pelas lágrimas dos dois. Eles sentiram a mesma sensação de quando se beijaram pela primeira vez no corredor do colégio. As línguas se moviam em uma sintonia perfeita. Queriam continuar ali para sempre, mas foram interrompidos novamente pela chamada do vôo.
- “Eu preciso tanto de você, o seu amor é o que me faz crescer; me conhece como a própria mão; cada medo do meu coração.”- Ele sussurrou no ouvido da namorada, que já não chorava mais.
- , você vai me amar amanhã? – perguntou, mirando-o nos olhos. [...]”


saiu do transe com o toque do seu celular. Número desconhecido? Ela não estava em condições de atender nenhum estranho naquele momento, mas achou melhor ver o que era.

- Alô? – disse, ainda aos prantos. Só conseguia ouvir alguns ruídos. Ia desligar quando ouviu uma voz conhecida sussurrar algo:

- Amanhã e sempre, pequena.


O amor de almas gêmeas é inesgotável, não diminui à medida que o relacionamento continua, mas aumenta cada vez mais. Não existe namorado, amante, ou amado, muito menos divisões, desuniões ou desilusões. O amor das almas gêmeas subsiste em outros planos e em outras vidas.
É eterno.



Notas de Autoras:

Gabi e Carol: Heey gente! Bom, a gente fez essa fic correndo, quando deu uma idéia louca de madrugada depois de ler o livro ‘Almas Gêmeas’ de Mônica Buonfiglio Oo ASDHIOHIOASDIASD. O livro é legal @_@. Bom, não ficou muito boa, e eu peço que vocês perdoem a rapidez com que acontecem os fatos, mas é pq a gente tava querendo finalizar ela na mesma madruga em que foi feita :P Mas comentem heein? Diga o que achou ;; UHASUHASHU soh isso mesmo :}
Obg;

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