Já era a segunda vez que eu via o aeroporto de Londres por cima dos ares. Da primeira vez que fui à Londres fora apenas para passar as férias, e bem me lembro que não saí como chegara. Voltara para o Brasil com meu coração fisgado. Não, não fora uma bela história de amor de férias. Fora a maior decepção da minha vida. Voltei para o Brasil aos prantos, e durante um longo ano fiquei no Brasil a me lembrar do garoto que roubou meu coração. Como era perfeito!
>~>Flash Back<~<
Era um dia frio em Londres. Eu pensava em como o clima de natal era diferente do Brasil. Tudo tão belo, tão perfeito. Isso sim era natal.
James, meu primo e o motivo para eu passar as férias em Londres, me levou no meu primeiro dia para um aniversário. Era 23 de dezembro, e eu, obviamente aceitei. Estava doida pra conhecer novas pessoas.
Produzi-me toda e fui esbanjar meu charme brasileiro. Cheguei à festa e então o vi. Lindo, estonteante, com seu ar inglês de superioridade. Sim, ele era superior. Não parecia ser desse mundo. Era um deus. Sim, ele era! Senti borboletas no meu estômago, minhas pernas bambearam, meu coração palpitava em meu peito. Se foi amor a primeira vista? Por minha parte certamente. Quando meus olhos encontraram os deles. Uau! Aqueles olhos chamaram-me para deleitar-me de seus encantos. Fiquei um bom tempo observando-o sorrir para seus amigos. Por um momento senti que ele me olhara. Muitos me olhavam naquela festa, na verdade. James diz que os ingleses prezam beleza latina, e sei que sou bem bonita e chamo atenção. Mas apenas a atenção dele me importava.
Jimmy despertou-me de meu devaneio. Como ele ousara? Ao menos foi por uma boa causa. Ele foi me apresentar para o aniversariante e para seus amigos. Naquele momento que descobri seu nome: ! O garoto por quem meu coração pertenceria por um ano. Tudo estava perfeito até o seguinte momento: Uma garota chegou perto dele e beijou-o. Um rubor instantaneamente subiu-me à face. Sim, ele tinha namorada. Foi naquela hora que meu mundo caiu!
>~>Fim do Flash Back<~<
Então estava eu voltando para aquele lugar que tanto me trazia lembranças. Iria fazer intercâmbio esse ano e embora tivesse implorado para meus pais para ir à França eles me convenceram, ou melhor, fizeram chantagem, e me obrigaram a morar com o Jimmy. Ok, o problema em si não era morar com o Jimmy e sim conviver com aquele por quem meu coração bate mais forte e meu corpo tanto deseja. Verdade, eu ainda amava . E juro que não aguentaria passar um ano sem poder tê-lo. Não mais um ano! Torci para que Jimmy nem o conhecesse mais.
Desci do avião e fui pegar minhas malas. Eu não suportaria ver com freqüência e com aquela namorada dele. Machucar-me-ia em demasia. Peguei minhas malas e morri de rir com a cena: James esperava-me com uma placa escrita meu nome: .
Cheguei perto dele e joguei minha mala, pulando em seu colo. James era mais do que um primo para mim. Era meu melhor amigo. Sempre fora.
— Que saudades, guria! – Exclamava ele, com um sotaque inglês simplesmente maravilhoso, enquanto me colocava de volta no chão e pegava minhas malas.
Muita diferença entre ingleses e brasileiros, não?
— Saudades absurdas tuas também, dude! – Eu disse tentando ajuda-lo com as malas, mas sendo impedida.
Corremos para o carro e pra variar eu já ia entrar do lado errado. Jimmy riu da minha cara até não poder mais. Entramos e pegamos estrada.
— ... – Começou ele, parecendo nervoso. – Só temos um probleminha...
Pronto. O que foi agora? Procurei manter a calma e disse:
— O que foi Jimmy?
Ele mordeu o lábio. O que seria de tão importante?
—A gente vai ter que dividir o apê com um amigo meu. – Contou ele, por fim.
—Ah, é isso? – suspirei, aliviada. – Tudo bem, Jimmy!
Ele pareceu até mais tranqüilo depois do que eu disse. Qual o problema de dividir o apê com alguém, não é mesmo?
Já estava tarde lá fora e as luzes de Londres eram lindas à noite. Aquele ar úmido me recebia mais uma vez de braços abertos. Eu tive a certeza de que dessa vez minha ida à Inglaterra seria bem melhor do que a primeira. Teríamos um colega de quarto, não? Quem sabe ele não me faria esquecer o .
Saímos do carro e entramos no prédio. Nosso apartamento era lindo. Demasiadamente espaçoso. Dei um beijo em Jimmy e fui dormir. Estava cansada. A viagem fora exaustiva.
A noite passou muito rápido. Talvez fosse por causa do fuso-horário, ou então porque eu realmente estava cansada. Acordei no dia seguinte bem cedo. Na verdade eu nem sabia se era cedo, mas aparentemente nem James, nem o nosso colega de apê estavam acordados. Resolvi fazer uma média e preparar o café da manhã. Arrisquei-me na cozinha e preparei wafers e panquecas e também um suco de melancia. Comi a espera de alguém acordar. Bem, ninguém apareceu, ao menos por um tempo. Enquanto lavava a louça que havia sujado ouvi o barulho de alguém atrás de mim. Virei-me imediatamente e então o vi, sorrindo como da primeira vez. Sim, estava na cozinha.
— Oi! – Disse ele com aquela voz perfeita. – Então você veio mesmo, ?
Arrepiei-me ao ouvir meu nome naquele sotaque britânico que eu tanto amava. Ele lembrava meu nome? Nas férias nos falamos bem pouco. Fiquei tão desnorteada pela presença dele que até esqueci de perguntar o que ele fazia ali.
— Vejo que fez o café da manhã – Comentou ele andando até a bancada e se servindo, aparentemente não percebera quão nervosa eu estava. – Vou ficar mal acostumado!
Eu sorri apenas para disfarçar quão sem-graça eu estava. Respirei fundo e afirmei:
— Jimmy não vai gostar se toda manhã você vier aqui só para se servir do meu café da manhã!
Ele gargalhou, mas isso me deixou desconfortável. Ele indagou:
—Jimmy não te contou? Eu estou morando aqui com vocês!
— Você esta o quê?
Mais uma vez senti meu mundo cair. Não era possível. Eu não suportaria. Morar com , vê-lo todos os dias?! Como eu conseguiria resistir? Nenhuma garota em sua sã consciência resistiria!
— Você não se importa, né? – Quis saber ele.
Claro que me importo!
— Não, guri! – Menti.
— Ainda bem... Você ficou no maior silêncio! – explicou ele, rindo.
Eu ri sem-graça e peguei a louça dele para lavar.
— Não precisa, linda! – disse ele, indo até a pia.
Linda? Ele me chamou de linda? Ok, ganhei meu dia.
— Faço questão dude!
— Já que insiste... – rendeu-se ele. – Mas e aí? Como foi o ano no Brasil?
— Ah, normal... – comentei com descaso. Que súbito interesse era esse? – E aqui na Inglaterra?
— Poxa, até que foi bacana... A minha banda, sabe o McFly, já conseguiu fazer vários shows, ganhamos fãs... – começou ele – Mas eu queria ir pro Brasil de férias...
— Sério? – sobressaltei-me.
— Claro! As brasileiras são sempre as mais gatas... E quando eu for, quem sabe você não vai comigo e eu fico na tua casa? – propôs ele.
Eu engoli a seco. Como assim eu ir com ele? Do que ele estava falando? Ele estava mesmo dando em cima de mim ou a paixão estava me deixando cega?
Por sorte, Jimmy me salvou, mas eu fiquei a tarde inteira pensando nisso.
À noite, , , e foram nos visitar. Ok, pelo que eu percebi, eles foram mais para jogar vídeo game do que pra nos visitar.
— Não! Você não pode ter ganhado de mim! – indignou-se , cruzando os braços e jogando o controle para . – Você é uma garota! E é brasileira!
— Cara, morava em um país de terceiro mundo, mas eu tinha vídeo game! – afirmei, entre risos. – E eu desafio qualquer um de vocês a me ganhar!
Um silêncio se fez no local.
— Eu aceito! – disse por fim, .
Meu coração palpitou, aproveitei a chance:
— Então tudo bem... Mas se for pra brincar, vamos brincar direito... O que eu ganho se vencer?
pareceu considerar a hipótese.
— Bem, se você vencer, o que não vai acontecer, você pode pedir qualquer coisa para mim que receberá... – começou ele.
— Qualquer coisa? – interrompi nervosa, mas deixando meu lado malicioso falar mais alto.
— Sim, qualquer coisa! – reforçou ele, enfatizando ainda mais a palavra “qualquer”. – Mas eu também vou poder pedir qualquer coisa pra você! E prepare-se, porque eu vou vencer!
— Meninos, vocês estão de prova! – apontei para os quatro garotos no sofá. – Eu vou poder pedir qualquer coisa...
Os quatro riram maliciosos.
Começamos a jogar. Era “street fighter”, justamente o jogo que eu mais gostava. Ganhei a primeira luta. Os meninos vibraram.
— Ganhei! – exclamei.
— O dobro ou nada!? – propôs ele.
— O que seria o dobro de qualquer coisa? – indaguei.
— Pedir qualquer coisa e ter direito de bis! – explicou .
Nem hesitei:
— Feito!
preferiu trocar o jogo e colocou star wars. Ele ganhou.
— Melhor de três? – apressei-me.
Ele assentiu e dessa vez eu ganhei.
— Sem mais desculpas, ! Você me deve qualquer coisa ao quadrado! – disse para ele.
— Ok, então... Qual será a sua recompensa? – inquiriu ele.
Pensei por um instante. Não podia deixar passar essa oportunidade.
— Vou pensar e amanhã eu te falo! – concluí.
— Ok, então... – concordou ele.
Durante horas nem se falou na namorada de . Ainda bem! É, talvez não fosse tão ruim morar com ele. Ok, a tentação era grande, mas ele era perfeito(sei que o argumento não foi dos melhores).
Começamos a assistir “de volta para o futuro” e já passavam das três da manhã. Todos estavam jogados no chão e eu nem estranhava em ser a única mulher no meio de cinco garotos. Até que eu tava gostando. Em pouco tempo todos estavam aparentemente adormecidos. E eu, de tão desnorteada, perdi o sono. Por que meus ataques de insônia ocorrem nas piores ocasiões?
Levantei-me sorrateiramente e fui para a cozinha preparar algo pra comer. Preparei alguns sanduíches e sentei-me perto da bancada.
— Atacando a geladeira? – ouvi a voz de e virei-me, abruptamente, com o susto.
— Quer me matar do coração? – sussurrei para os outros não acordarem.
— Não! – disse ele – Quer dizer, não ainda...
Arqueei uma sobrancelha olhei pra ele, intrigada:
— Isso foi uma indireta? – indaguei.
Realmente eu não devia estar raciocinado pra perguntar isso. Ele sorriu com enlevo, e falou:
— Entenda como quiser!
Ok, eu sei que isso foi estranho. estava dando em cima de mim. E o que eu faria?
— Olha que eu posso entender de várias maneiras, honey... – zombei.
— Quando você se decidir de qual maneira vai querer entender, me avisa... – pediu ele, maroto.
Dei os ombros e mudei de assunto. Não podia fazer besteira. Não queria fazer besteira. Confesso, queria sim!
— Quer comer alguma coisa? – ofereci.
— Depende... Quais são as opções? – gracejou .
Eu fingi não ter entendido a insinuação dele, e respondi:
— Fiz uns sanduíches – e apontei para o prato.
— Eu passo... Pensei que você me ofereceria algo mais interessante! – provocou .
Agora já tinha ido longe demais. Entrei no jogo dele:
— Tipo o quê?
— Use a sua criatividade, sweetie! Você não é boa nisso? – panteou ele, com um sorriso malicioso nos lábios. – E se você achar algo realmente interessante, não esquece de ir lá ao quarto do Jimmy, porque eu vou estar te esperando!
Ele simplesmente saiu e foi até o quarto do Jimmy. Fiquei uns cinco minutos ali parada, com cara de idiota, sorrindo pro nada. O que quis dizer com isso? Mordi meu sanduíche, mas já estava sem fome. Eu deveria ir ao quarto do Jimmy? Seria certo? Não sei como, mas quando me dei conta já estava na porta. Coloquei as mãos na maçaneta e hesitei. Não, eu não podia fazer isso. Ele tinha namorada. Um lado meu dizia que era errado, para eu me colocar no lugar da menina. Mas um outro lado de mim falava que não tinha nada a ver e que se ele não se importava eu que não deveria. Depois de minutos na dúvida, girei a maçaneta e entrei.
Ele me esperava sentado na cama, lendo, com um sorriso nos lábios. Ele tinha a certeza de que eu iria. Que cafajeste, pensei, rindo por dentro.
— Você demorou! – opinou ele, largando o livro (que em minha opinião ele não estava lendo), e olhando pra mim.
Eu estremeci com o olhar dele. Estava direto nos meus olhos, eu sentia o desejo dele transpassar pelo olhar, e a recíproca era verdadeira.
Fingi despreocupação e tranqüilidade, embora estivesse parada como uma estátua na porta. Ele percebeu, eu tive certeza disso.
— Só vim para saber o que você quis dizer com aquilo – menti.
— Não fique aí parada, senta aqui do meu lado. – pediu ele.
Eu obedeci.
— Pensei que as brasileiras fossem mais espertas – debochou ele.
— O que você quer dizer com isso? – me fiz de desentendida.
Ele riu.
— Sabe, desde que eu te vi pela primeira vez te achei muito bonita... – confessou ele, pegando minha mão.
Eu senti borboletas no meu estômago. Essa sensação nunca passa. Ele disse isso mesmo? É, eu devia estar sonhando.
— E sei que você também gostou de mim... – continuou ele, afagando meus dedos. – Só que você parece não saber o que quer.
— Eu sei o que eu quero! – retruquei de imediato, sem dar nem tempo de pensar.
— E o que seria? – inquiriu ele.
Mais uma vez, sem pensar, eu disse:
— Eu quero você!
não esperou nem eu terminar a frase e puxou-me para si. Senti seus lábios nos meus, e seu língua morna entrando na minha boca. Estava frio àquela noite. Ele deitou-me na cama e pôs as mãos dentro do meu moletom. Minha pele estava quente e me arrepiei ao sentir o toque gelado dos dedos dele. Movimentávamos nossas línguas na mesma sincronia que nossos corpos. Acariciei os cabelos dele, enquanto ele apertava meu corpo ao dele. Ele desceu os lábios e com uma das mãos puxou meu cabelo e beijou meu pescoço. Eu me arrepiei.
Tirei o casaco dele e vi seu abdômen contraído. Estava com frio. Girei meu corpo e deitei sobre ele, esquentando-o. Ajudei-o a tirar minha blusa e constatei que também estava arrepiada. Ele delibou meu colo e desceu os lábios, assim como fez com as mãos. Meu coração estava disparado. Senti o corpo dele reagindo ao meu, enquanto ele encaixava suas pernas nas minhas, entrelaçando-as. Tirei sua calça e sentei-me em cima dele. Ele beijou-me nos lábios novamente e depois tirou minha calça, sutilmente.
— Não sabe há quanto tempo eu estou querendo isso! – afirmou ele, procurando o feixe do meu sutiã, e abrindo-o.
— Garanto que não a mais tempo do que eu! – contrapus, mas fui calada pelo meu próprio corpo ao sentir os lábios dele tocarem meus seios nus.
Ele riu e desceu os lábios, puxando minha perna para si, à medida que o fazia. beijou meu umbigo e desceu as mãos para a tira da minha calcinha. Desamarrou o laço com o dente e despiu-me por completo. Desceu mais uma vez os lábios e lambeu minhas pernas, deitando-se novamente sobre mim. Eu estava arfante. Ele passou as mãos pelas minhas costas e eu esquentei a minha dentro das boxers dele. Um arrepio subiu-me a espinha quando uma brisa beijou-me à face. Tirei as boxers dele e sentei-me sobre ele, enquanto ele abria um pacote de camisinha. Pude sentir toda a virilidade dele naquele momento, e por um instante, eu poderia afirmar que era a garota mais feliz do universo. Ele penetrou em mim e começou-se uma dança de corpos cuja música nada mais era que os gemidos de prazer de ambas as partes. Naquela conjuntura tive a certeza de que ele estava tão envolvido quanto eu.
Quando chegamos ao clímax da relação a sentimento de excitação e euforia foi substituído por cansaço e exaustão. Deitei meu corpo sobre o dele e recebi um beijo nos lábios, logo depois cobrimos-nos com um edredom e dormimos lado a lado.
Na manhã seguinte ouvi o telefone tocar. Estava cedo, mas eu já havia acordado e tomado banho. Corri para atender, mas era o telefone de . Ele murmurou algo como:
— Atende aí pra mim!
Peguei o telefone dele e atendi.
— Quem está falando? – indagou uma voz feminina chorosa.
Meu estômago deu cambalhotas. Era a namorada dele. Só podia ser.
— É a prima do Jimmy. O ta dormindo. –eu respondi.
— Por favor, passe pra ele, é urgente! – ela soluçava no telefone.
Senti um remorso imenso. O que eu havia feito? Fui uma egoísta. Uma idiota egoísta.
Dei o telefone para e saí do quarto, com lágrimas nos olhos. Os meninos já haviam acordado.
Tomei meu café da manhã e vi saindo correndo e batendo portas. O que teria acontecido?
Ele nem falou comigo direito. Senti-me péssima. Eu não fui nada para ele. Apenas uma diversão de um sábado à noite. Senti um arrependimento imenso dentro de mim. Corri para o meu quarto e peguei algumas roupas e dinheiro. Eu não conseguiria ficar lá.
Nem falei com ninguém e saí sem que ninguém me visse. A duas quadras do apartamento tinha um hotel modesto, mas estava barato. Paguei dois dias e deixei minhas coisas lá dentro. Deitei na cama e comecei a chorar. O que eu havia feito?
Meu celular tocou diversas vezes durantes os dois dias. Nesse instante até meus pais no Brasil estariam me ligando. O que eu havia feito? Tudo poderia estar sendo perfeito, mas eu tive que ser impulsiva. Mas do que eu estava falando? Ele quem me provocou. Eu não me insinuei em nenhum momento. Não conhecia a namorada dele. As dúvidas martelavam na minha cabeça e a única certeza que eu tinha era de como eu amava aquele garoto. Agora mais do que nunca. Ele já fazia parte de mim e eu não sabia como viver sem ele. Por isso eu resolvi comprar as minhas passagens de volta para o Brasil. Eu jamais conseguiria olhar para o rosto dele novamente sem dizer o quanto eu o amava e o quanto eu almejava tê-lo.
Na manhã seguinte fui bem cedo ao apartamento do Jimmy. Entrei sorrateiramente e arrumei as minhas coisas. Mirei minha mala com um aperto no coração. Eu simplesmente não podia deixá-lo. O que eu estava fazendo? Ele o garoto que eu mais amei em toda a minha vida. Eu ia deixá-lo escapar?
— Onde você está indo? – uma voz linda me indagou, andando em minha direção.
Virei para trás e o vi com um olhar triste e perdido. Comecei a chorar sem saber exatamente o porquê.
— ... – balbuciei. – Eu sei que o que fizemos é errado...
— Mas o... – interveio ele, mas eu continuei.
— Sei que eu fui uma pessoa horrível todo esse tempo...
— Por...
Mais uma vez interrompi:
— Calma, eu preciso falar! Eu te amei durante um ano da minha vida. Não conseguia pensar em ninguém além de você. To me sentindo péssima por não estar triste em ter ficado com você durante uma noite mesmo você estando com outra garota!
— Mas...
— Calma, ! Eu estou voltando para o Brasil porque a sua namorada deve gostar de você... Não tanto quanto eu, mas ela deve... E eu te amo, . Sei que pra você eu fui apenas mais uma. Sei que fui apenas uma diversão... E eu simplesmente não vou conseguir morar aqui com você, te ver todos os dias sem poder te ter... Então eu estou indo embora. Sei que eu devo estar parecendo uma idiota, mas eu te...
interrompeu-me mais uma vez, mas dessa vez com um beijo. Um beijo completamente inesperado. Fiquei entorpecida e então ele pausou o beijo.
— Difícil te deixar quieta, hein? – panteou, rindo.
Ele estava rindo de mim. continuou.
— Pra começar, que história é essa que você foi mais uma?
— Não minta ! Sei que fui! Sua namorada te ligou no dia seguinte e você nem falou comigo. Por isso eu fui embora!
— Namorada? Que namorada, sua louca? – retrucou ele. – Desde que você foi embora ano passado que eu terminei com ela!
— Mas e a...
— A menina era a minha irmã!
— Mas ela estava chorando! – retruquei, não acreditando no que ouvia.
— Porque ela terminou com o namorado! – explicou ele. -Eu terminei com a minha namorada por sua causa. Eu sempre perguntava de você pro Jimmy e ele nunca respondia. Mandava recados através dele para você me ligar, mas você nunca ligou. E quando você foi embora anteontem eu fiquei muito mal...
— O Jimmy nunca falou que você perguntava de mim! – afirmei chorosa.
— Então mate ele!
— Eu perguntava de você! Pedi teu número e ele disse que você tinha namorada! – disse.
— Não! Já disse! – negou ele.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
— Eu te amo, garota! Há muito tempo. Quando soube que você vinha pra cá eu até arranjei um jeito de morar aqui...
Sorri como nunca havia sorrido. Ele me amava mesmo? Ele estava falando a verdade?
— Mas agora já era. A passagem já está comprada! – lembrei-me, pegando a passagem.
pegou-a da minha mão e rasgou-a.
— Não mais! Agora você vai ter que ficar! – riu-se ele.
— Isso custou dinheiro! – retruquei, mas não conseguia conter o riso
— Eu pago! Você vale muito mais do que isso! – e beijou-me. –E eu ainda te devo qualquer coisa ao quadrado! – disse maldoso.
Sim. Aquela viagem para a Inglaterra fora muito melhor do que a anterior. Às vezes o destino cria quebra-cabeças que são muito fáceis de montar, mas que nós mesmos acabamos complicando. Mas o que seria do amor se não houvesse confusões? O que seria uma reconciliação se não houvesse brigas? O que seriam as brigas se não houvesse palavras não ditas? Para tudo na vida há uma explicação. As coisas acontecem assim e é assim que tem que ser.
FIM
N/a: Fic um pouco mais picante. xD
Digam o que acharam, okz? Bjks =*
*momento miss* AhH! Um Thank u especial pra Cine que beta as minhas fics, pra Leka por sempre me perturbar, ao meu pai, a minha mãe, ao Tom Fletcher que me dá inspiração e pensamentos pervos... xD
Qualquer reclamação, sugestão, e outras palavras terminadas com “ão”: tatá_fletcher!hotmail.com \o/
Caso se interessem, podem ler minhas outras fics:
Just my Luck
Castlevanya