At The End of The Day
Por Lika.


Era mais um dia de aula, mais um dia chato e irritante que passaria ao lado de pessoas tão chatas, ou até, quem sabe, mais do que aquele lugar. xingava seu despertador, enquanto olhava ansiosa para o relógio. Ouviram a professora falar seu nome, mas como não estavam prestando atenção no que ela falava, foram já achando que era algo ruim. Foram ate lá e a professora olhou séria pras duas, que nem sequer sabiam disfarçar a curiosidade. Ela sorriu amigavelmente e entregou um papel para elas. foi lendo e arregalou os olhos, quando viu que tinham conseguido um tipo de estágio numa revista de música, não era muito famosa, mas dava pro gasto. Segundo ano no colégio, nunca tinha visto algo parecido. Sua professora havia comentado em uma das aulas, mas escreveram uma redação qualquer, sem sequer imaginar que era aquele o tal prêmio. terminou de ler o papel antes de e arregalou os olhos, ao ler qual seria o primeiro “trabalho” delas. Cutucou a amiga e apontou a linha onde tinha escrito.
- NÃO CREIO! – gritou lendo e relendo, pra ver se acreditava na informação. Olhou do papel para a professora, da professora para o papel e subiu no palco que tinha em frente ao quadro, dando um abraço satisfeito na professora. ficou olhando e riu, aquela era, com certeza, a melhor professora de todos os tempos. Depois que a aula acabou foram falar com ela, para ver como tudo ia funcionar.
- Vocês vão passar um dia inteiro com eles. Café da manha, almoço, jantar, show. Vão anotar um dia da vida deles, gravar na sua memória e fazer algumas entrevistas. Prestem atenção em tudo, porque os detalhes são sempre os mais importantes. – balançava a cabeça frenéticamente, enquanto abria um sorriso enorme. A professora terminou de passar as instruções e resolveu perguntar o que estava martelando na cabeça dela, desde a hora que viu o “convite”.
- Por que a gente? Tipo, eu sei que tem gurias ai na sala que escrevem bem melhor do que a gente e talvez sejam até mais capazes pelo fato de conseguir manter sua sanidade ao lado deles. – Ela mordeu o lábio inferior nervosa e a professora riu.
- Porque vocês gostam de música, de todas as alunas dessa sala eu acho que vocês são as mais apaixonadas por isso. – Deu um sorriso amigável e continuou. – Porque vocês vão fazer isso com muita paixão, as outras fariam como se fosse apenas um trabalho de colégio, enquanto vocês vão fazer com muita vontade e vão dar tudo de si para conseguir os mínimos detalhes, que ninguém se importaria em conseguir. – Ela ficou olhando para elas, esperando uma reação, mas as duas continuaram paradas, esperando algo menos sentimental ser dito por ela. – Olha, eu sei que vocês são muito capazes. Talvez não tirem fotos boas, mas o texto vai ficar incrível. Além do mais, eu me lembro bem o quanto vocês insistiram comigo pra eu conseguir entrada pro camarim deles, da primeira vez que vocês foram no show. Teu passe foi esse e eu acredito que tenha sido muito melhor. – Ela sorriu e saiu andando, deixando as duas com a mesma cara, no mesmo lugar e na mesma posição. – Boa sorte! – Ela falou, antes de começar a descer as escadas. As duas se olharam e respiraram fundo, antes de começar a gritar e pular em círculos. Aquilo era surreal demais.


Um dia, que talvez fosse tão deprimente quanto os outros, mas que só pelo fato dela ter acordado com o pé direito, ela já sabia que ía ser um dia e tanto, e o ingresso na sua mesa de cabeceira dizia o mesmo. Sorriu quando olhou pro relógio e viu que acordou tarde o suficiente para não ter que esperar, visto que essa era a pior de todas as coisas que poderia acontecer naquele dia, esperar pra ver eles. Entrou no banheiro, fez todas as coisas que alguém faz quando acorda, saiu, colocou sua calça jeans, uma blusa normal e um all star velho, mais surrado do que emos num encontro punk. Deu uma olhada rápida no espelho e sorriu, era instantâneo, na verdade o sorriso mau saia do seu rosto por, sequer, alguns segundos. Pegou sua mochila, que era discreta e tinha alguns buttons de banda, já dentro, tinha vários encartes de cds antigos, fotos, câmera digital, celular e caneta, era basicamente tudo que ela precisava. Pegou a carteira na gaveta e o ingresso em cima da mesinha. “Partiu!” Pensou, dando um sorriso enorme, percebendo que estava próximo. Pegou o caderno em cima da mesa da sala e foi lendo suas anotações, enquanto o elevador não chegava no seu destino. Viu a porta do elevador abrir e sua amiga com cara de sono, mas ainda assim mantinha um sorriso imenso no rosto.
- Pronta pra ver o ? – perguntou, dando uma olhada de cima a baixo na amiga. Riu ao ver que ela realmente não se preocupava com a aparência. ajeitou o cabelo atrás da orelha e balançou a cabeça afirmando, sem tirar os olhos do caderno.
- Pronta pra ver o ? – Perguntou, levantando um pouco a vista e olhando , que estava normal, mas um pouco mais arrumada do que costumava se vestir. Ela riu e rolou os olhos, encostando na parede do elevador, ao lado de . Faziam alguns meses que tinham falado com eles, mas sabiam que dessa vez ia ser diferente. Tinham certeza, porque passariam mais tempo ao lado deles, teriam a chance de conversar e de, finalmente, saber se eles eram tudo que elas sempre sonharam. Pra , era sua única chance, seu momento era aquele e não ia deixar passar. Ia agarrar nem que fosse a força, ela com certeza ia pra prisão feliz. Já pra , era um dia que jamais seria como outro qualquer, mas que se fosse normal, ao menos ela estaria do lado dele e isso o faria especial de alguma forma. Aquele jamais seria mais um dia na vida das duas.


Chegaram no hotel um pouco depois da hora marcada, pra sorte delas eles ainda não tinham chegado. começou a andar em círculos, enquanto balançava a perna impaciente na cadeira. Viram dois deles saindo do elevador e deram um sorriso amigável, ao menos por enquanto queriam parecer normais.
- Vocês são as gurias da revista? – perguntou, depois de cumprimentá-las. Balançaram a cabeça confirmando e eles sentaram nas cadeiras que tinham próximas do sofá. sorriu pra elas e esperou algum tipo de escândalo ou algo como “CADÊ O E O ? ELES SÃO MAIS IMPORTANTES!”. riu da cara de autista que fazia e pegou seu caderno, entregando pra , que era quem ia fazer as perguntas e dirigir a entrevista. Chegou a conclusão que trabalhos de colégio são uma coisa linda e te levam aonde você sempre sonhou em ir, mas jamais foi. Depois de aproximadamente quinze minutos conversando, os dois reclamaram que estavam com fome e convidaram elas para subir com eles e, quem sabe, acordar os outros dois, enquanto eles comiam alguma porcaria. Fora que era bem mais confortável. Verão mais ar condicionado desligado igual a calor e desconforto, MUITO desconforto. Entraram no elevador e tiraram algumas fotos com eles, enquanto não chegavam no terceiro andar. Depois que chegaram no quarto, contaram o quanto eram fãs da banda e deram alguns encartes para eles autografarem. Continuaram conversando e quando o café da manhã deles chegou, resolveram ir acordar os outros dois. Bateram na porta do quarto e ficaram esperando. Enquanto esperavam, ficou impaciente e começou a ajeitar o cabelo.
- Tá bom? – Perguntou para .
- Tá. – Falou sem tirar os olhos da porta.
- Mas você nem olhou! – Exclamou indignada.
- É porque eu não me importo. – Falou rolando os olhos.
- Pelo menos uma vez na vida, faça o favor de olhar para mim e dizer SE O MEU CABELO ESTÁ BOM! – Gritou a última parte e virou para ela, a olhando da cabeça aos pés.
- Sei lá. – Deu de ombros e voltou a encarar a porta.
- COMO... ME DIZ COMO TU CONSEGUE SER TÃO INÚTIL? – perguntou, dando outro tapa no braço da amiga.
- PUTA MERDA! EU NÃO ME IM-POR-TO! – Gritou fazendo gestos exagerados com as mãos. cruzou os braços e ficou encarando a porta também. Bateu de novo, dessa vez dando socos na porta, sua paciência havia diminuído.
- Porra, agora eu preciso de um espelho. – Falou voltando a ajeitar o cabelo. – Tem algum aí na tua bolsa? – Perguntou, mesmo já sabendo a resposta.
- Aham, eu trouxe em caso de precisar cortar os pulsos depois de uma conversa dessas. – Rolou os olhos.
- INÚTIL! – Gritou, fazendo uma cara emburrada.
- FÚTIL! – Retrucou, imitando .
- Vai pra merda, tá com a câmera ai?
- NÃO, . EU VIM PASSAR UM DIA INTEIRO COM O FRESNO E ESQUECI MINHA CÂMERA EM CASA. – falou fazendo gestos exagerados com as mãos. – Poxa vida, como eu sou burra! – Exclamou, dando um tapa na própria testa.
- Pelo menos admite. – falou rolando os olhos.
- Cala a boca. – Resmungo e riu, dando um murro nada leve no braço de . – Puta merda! – Falou antes de revidar. Começaram, como de costume, a bater uma na outra, nem se quer notaram que a porta já estava aberta e duas pessoas presenciavam aquela cena, extremamente assustados.
- Será que tem gelatina na geladeira? – perguntou divertido.
- Se elas começarem a embolar no chão a gente procura. – falou, dando um sorriso maroto.
- Ok. – Continuaram olhando aquela cena e riram, quando parou e ficou olhando para os dois e continuou xingando e batendo na amiga.
- PARA PORRA! – Exclamou apontando para a porta. parou na hora e ficou olhando para os dois, extremamente sem graça.
- Ola! – falou divertido.
- Desculpem por isso. – falou, sentindo sua bochechas esquentarem.
- Que nada, faz parte. – falou, dando uma piscadela. – Se importam se eu perguntar o que vocês querem? – Perguntou educado, o que soou bastante estranho para as duas. , que entrou num transe permanente, desde o segundo que ele abriu a boca, esqueceu de responder e balançou a cabeça, desviando a vista do , para o . - Erm, a gente veio para a entrevista. – Sorriu amigável, tentando passar a impressão de que era uma pessoa normal.
- Ah, claro. A gente perdeu a hora. – deu um sorriso amarelo e logo depois as convidou para entrar. Conversaram um pouco, as duas olhavam para eles como se fossem duas pessoas normais e eles sentiam isso. Conversavam de igual para igual e não faziam escândalo quando encontravam pontos em comum. falava menos, tendia a não falar muito quando estava nervosa, sempre saía alguma besteira. Preferia ficar tirando algumas fotos, enquanto se sentia mais tranqüila e a vontade. Esperaram e chegarem, para finalmente começarem a real entrevista. Riam das bobagens que os quatro falavam e sentiam que seus olhos deveriam estar parecendo holofotes, tamanho era o brilho que eles radiavam. Por volta de duas horas depois, a primeira parte de perguntas haviam acabado e eles estavam indo para um restaurante almoçar. e estavam sentados no fundo da van, dividindo os fones do ipod dele, enquanto conversava com animada. sentiu alguém lhe cutucando e deu de cara com , que estava sentado ao seu lado todo esse tempo. Ficou olhando para os dois, tentando se decidir para quem dava atenção e deu uma piscadela para ela, antes de começar a puxar assunto com . Ela riu e virou para , controlando sua imensa capacidade de entrar em transe só de olhar para ele. Sentiu suas mãos voltarem a tremer e sorriu, tentando disfarçar o nervosismo.
- Qual sua estação do ano preferida? – perguntou, como se fosse uma pergunta normal a se fazer, vinda do nada. Ela ficou olhando para ele confusa e ele passou a olhar a rua pela janela, esperando uma resposta. Aquela era o tipo de garota que só respondia algo se tivesse um motivo e ele tinha percebido isso, mas queria ver se ela era tão besta por ele a ponto de mudar seu próprio jeito só pra satisfazê-lo, o que não aconteceu. Ela virou de volta pra e começou a conversar empolgada com ele e com o , sobre lugares que precisavam ir antes de morrer. Não sabia como eles tinham chegado naquele assunto, mas fingiu algum tipo de normalidade. Sentiu lhe cutucar de novo e bufou, virando pra ele já impaciente. Era bom ele ter uma pergunta racional agora. – Eu perguntei, porque eu quero saber mais sobre você. Você parece uma guria legal, me interessou. – Ele deu uma piscadela pra ela, que não sabia se caia pra trás e desmaiava ou se corria para o fundo da van e começava a puxar assunto com , tentando fingir que aquilo não havia acontecido. Olhou disfarçadamente para a parte de trás e viu que sorria de um jeito galanteador para a amiga. Sentiu que se fosse pra lá não ia sobrar nem um fio de cabelo pra contar história. Virou de volta pra e sorriu, apertando com força sua bolsa, que se encontrava no seu colo.
- Entendo. – Mordeu o lábio inferior nervosa e ele riu. – Então né. Eu prefiro o outono e você? – Falou finalmente.
- Água ou coca-cola? – Ignorou a pergunta dela, o que a fez ficar um tanto intrigada. Suspirou e virou de costas, voltando a conversar com e , agora sobre como o mundo poderia melhorar. Aquilo a assustava menos do que as perguntas aleatórias de .

Logo depois que chegaram ao restaurante, notou que tinha alguma coisa sobrando ali, junto com ele. Apesar de tentar sempre dar atenção para os três, as insistentes perguntas aleatórias de lhe impediam de fazer isso. , por outro lado, nem sequer piscava enquanto conversava com , só conseguia dar sua atenção para ele.
- Então tu gosta de paramore? – perguntou encantado com aquilo. Era algo tão pequeno, mas no fundo ele adorava encontrar pontos em comum com . Ela olhou discretamente pra , que tentava se decidir entre conversar com sobre futebol ou responder as perguntas aleatórias de . Sorriu de lado e balançou a cabeça afirmando.
- Uma amiga minha me mostrou. – Ela deu de ombros e tomou um gole da sua coca. – Me enxeu a paciência até eu começar a gostar. – Sorriu. – Eu já volto, ok? – Falou pegando sua bolsa e indo na direção da cadeira da amiga. Falou algo no ouvido dela e as duas foram na direção do banheiro. ficou olhando abobado enquanto ela se distanciava e olhava para o teto, tentando evitar ou admitir que aquela garota havia chamado tanto sua atenção. Logo antes de entrarem no banheiro, ouviram eles gritando. Viraram e viram que Rick havia finalmente chegado.
- Então? – perguntou enquanto se olhava no espelho.
- Juro que vou dar um presente pra professora na próxima aula dela. – falou com os olhos brilhando, encostada na parede e olhando pro nada.
- Cara, o é tão... – Suspirou e olhou pro espelho sorrindo. – O .
- O é tão legal, cara. Tipo, ele fica falando de como tirar as fotos e tira umas fotos bem legais, super lindo. O fala muito e passa de assunto para assunto muito rápido, mal dá pra sentir. – falou, dando um sorriso. continuou olhando para o reflexo dela, esperando algum tipo de complemento, que não veio. Se a conhecia bem, era algo imenso que ela não queria falar por ter medo e por estar incerta. coçou a nuca nervosa, o que fez ter certeza.
- E o ? – Perguntou olhando atentamente o reflexo da amiga no espelho. Viu que ela começou a se mexer impaciente e respirar fundo. Riu.
– Eu acho que tão chamando a gente lá fora. - Falou, indo na direção da porta.
- Eu acho que ele tá dando em cima de mim. – Comentou, logo em seguida mordendo o lábio nervosa. riu e fechou a porta do banheiro.
- Ok. – Ela virou pra , que mordia o lábio com cada vez mais força. – Me fale quando tiver certeza. – Saiu pela porta e ela foi logo atrás.
– Eu acho que é, porque ele fica me fazendo perguntas aleatórias. – Cochichou no ouvido da amiga, enquanto iam a caminho da mesa. – E na van ele falou que eu era interessante. – virou bruscamente pra ela e a puxou pelo braço de volta para o banheiro. , que havia ficado olhando a porta todo esse tempo, ficou curioso e cutucou , que olhou para a porta e viu as duas entrando novamente. Ele deu de ombros e voltou a conversar sobre futebol com . bufou e olhou para , que tinha os olhos fechados e a cabeça mirando o teto, respirava fundo e parecia tentar se acalmar. Olhou pra Rick e viu ele empolgado discutindo sobre alguma besteira que havia dito, ele e riam a toa. Levantou da mesa e foi até a porta do banheiro, qualquer barulho suspeito e ele corria dali. Ouviu um silêncio.
- Sei lá! – Ouviu exclamar do outro lado da porta. – Ele falou que eu era interessante. Foi tão repentino quanto quando ele me perguntou qual era minha estação do ano preferida.
- Okay. O que tu fez? – perguntou, num tom impaciente.
- Eu respondi a pergunta.
- Que pergunta? – Perguntou confusa, riu.
- Sobre qual era minha estação do ano preferida.
- Tu é realmente muito inútil. – falou indo na direção da porta. deu meia volta e fingiu estar saindo do banheiro masculino.
- Hey! – Exclamou antes de pegar a mão de e a puxar pra fora do restaurante. estranhou, mas seguiu para a mesa. Cutucou , que ainda estava no meio da sua terapia. Olhos fechados, cabeça mirando o teto e respiração funda. Riu do susto que ele levou.
- Quê? – Perguntou depois de notar que ele a olhava estranho.
- Nada, nada. – Falou balançando de leve a cabeça. – Cadê ? – Ela riu.
- Cadê o ? – Perguntou divertida e ele abriu a boca, em sinal de compreensão.
- Uau, ele foi rápido. – Comentou antes de tomar um gole da sua coca.

ficou olhando pra , que o encarava de braços cruzados e batia o pé no chão impaciente. Ele riu nervoso e deixou pra lá. Era melhor deixar aquilo pro final do dia. Pra falar a verdade, nem ele tinha noção do porque tinha puxado ela daquele jeito, foi um tipo de impulso. Veio do nada e não fez sentido.
- Acho que tão chamando a gente. – Ele falou indo na direção da mesa.
- Ah, claro. – Rolou os olhos e seguiu ele. Sentaram no mesmo lugar de antes, mas agora ficaram calados. A mesa inteira olhava pra eles com interrogações flutuando sobre suas cabeças. levantou de novo e voltou pra fora do restaurante.
– Ok. – murmurou, seguindo ele. os seguiu com os olhos, até eles sumirem da sua vista e voltou a conversar com Rick, agora sobre aquecimento global. Era um real mistério de onde os assuntos surgiam. suspirou, impaciente, enquanto olhava pro nada. Ela abriu a boca pra reclamar, mas foi interrompida bruscamente, quando ele a beijou. Depois que se afastaram, ele deu um sorriso satisfeito e os dois ficaram sentados na calçada conversando, entre outras coisas.

Um pouco mais de uma hora havia se passado e enquanto tentava se dividir em quatro tentando dar atenção pra todos eles, nem se quer lembrava o real motivo de estar ali. Era um momento pra esquecer o mundo e só prestar atenção no sorriso bobo dele. Viu que todos já tinham terminado de almoçar e agora saiam do restaurante, direto pra van. ficou parada, com os braços cruzados e uma cara indignada, olhando pros dois. riu e deu um selinho em , levantando logo em seguida e indo para a van. deu um sorriso de orelha-a-orelha e piscou os olhos, como um emoticon ou algo assim. riu e balançou a cabeça, vendo que não ia ter jeito mesmo. Deu um tapa na cabeça de e seguiu, vendo a amiga vir logo atrás. Foram de volta para o hotel, agora a piscina era seu ponto de encontro.


foi a primeira a descer, visto que tinha sumido. Deitou numa cadeira de praia e ficou ouvindo seu iPod, de olhos fechados, até sentir alguém sentar na ponta, quase caindo. Riu e abriu os olhos, dando de cara com . “Ótimo” Pensou, enquanto mentalizava uma cara de choro, que era disfarçada por um sorriso.
- Cadê os outros? – Perguntou olhando ao redor.
- sumiu. – Falou como se fosse óbvio. Ela riu. – disse que tinha umas fotos pra ajeitar e tinha que ver umas coisas na Internet. falou que não ia ficar sozinho, sendo projeto de vela e ficou lá em cima com o . Rick foi ver alguma coisa do show. – Deu de ombros e olhou de lado pra ele.
- Vela? – Arqueou a sobrancelha direita e ele riu. Ela sentou na cadeira e ficou bem próxima dele, aquilo nem a incomodava, imagine. Mas era preciso. – Vela? – Perguntou de novo, vendo ele se aproximar. Tirou os fones do ouvido e levantou, vendo ele a olhar feio. Riu e sentou na borda da piscina, com os pés na água. Não era que não quisesse e isso era, aparentemente, óbvio, mas sabia que se algo acontecesse seria muito mais difícil dormir a noite, muito mais do que já era. Viu ele pular na piscina e depois ir na direção dela, sentando ao seu lado na borda. – Que foi? – Perguntou olhando pra ele e mordendo o lábio inferior nervosa.
- Você tá muito seca. – Comentou, antes de a puxar pra dentro da água. Ela riu e se afastou um pouco dele. Voltou a sentar na borda e ele voltou a sentar do lado dela. – Qualquer guria que tivesse uma chance dessas jamais deixaria passar. – Ele falou, olhando a água. Ouviu ela bufar e olhou pro lado, vendo ela levantar e ir na direção da mesa, onde estavam suas coisas. – O que foi? – Ele perguntou, sem se quer notar a besteira que tinha falado. Ela enxugou o rosto com a toalha e depois se enrolou. Saiu andando. – Ei! – Exclamou, seguindo ela.
- Para! – Falou, o olhando irritada. – Você falou a maior merda e não tem nem noção disso. – Seguiu na direção da escada e logo sumiu da vista dele. coçou de leve os olhos e bufou. Ela não era qualquer guria.

Bateu na porta do quarto irritada, ninguém abriu. Sabia que estava ali e, nesse momento, estava pouco se importando para o que ela estava fazendo. Bateu de novo. Ouviu alguém reclamar e logo ela abriu a porta.
- Dá pra voltar em, sei lá, uma hora? – pediu. olhou e riu. Descabelada era pouco. Rolou os olhos e concordou.
- Posso pelo menos pegar uma roupa? – Piscou os olhos e fez sinal pra ela esperar. Pegou rápido a bolsa dela e jogou, fechando a porta do quarto e voltando pra cama. bufou e seguiu pro quarto de . Bateu na porta, ninguém atendeu. Bateu de novo, nada. Deu um chute na parede, que realmente preferia não ter dado e foi para o quarto de , bateu na porta e ele não atendeu, imaginou que ele devia ter ficado na piscina e desceu, vendo ele sentado na mesa, fazendo desenhos com o dedo.
- Hey, será que tu pode me emprestar a chave do quarto? – Pediu, olhando o chão. Ele deu um pulo da cadeira e fingiu indiferença.
- Eu já vou subir. – Respondeu, esperando que assim ela fosse sentar com ele e esperar.
- Exato. – Estendeu a mão e ele a olhou estranho, vendo que não ia ter acordo que a fizesse ficar no mesmo lugar que ele se não fosse por obrigação. Jogou a chave pra ela e logo depois que ela sumiu da sua vista, voltou a fazer desenhos com o dedo na mesa.


caiu pro lado na cama e ficou olhando o teto. Ele deu um sorrisinho e olhou pra ela, vendo sua cara de pessoa mais feliz do mundo.
- Uau. – Ela falou, depois de uns bons cinco minutos olhando o teto. Ele riu e continuou olhando pra ela.
- Relaxe, não vai ser a última vez. – Ele falou sem pensar e ela logo mudou a expressão no seu rosto. Fechou os olhos e se concentrou em não falar nenhuma besteira. – Okay, talvez demore um pouco pra uma próxima vez. – Ela fechou os olhos com mais força. – Mas... – Ele parou e ficou olhando pra ela. Sentia algo estranho na boca do estômago e imaginou que era fome, por ter ficado conversando com ela ao invés de almoçar. – Não foi a última vez. – Completou, esperando uma reação. Que veio, mas não foi a esperada. Ela começou a se vestir e logo depois seguiu pra fora do quarto. – Merda! – Ele se vestiu rápido e foi atrás dela. Viu ela esperando o elevador impaciente e entrou junto com ela, logo que ele chegou. Apertou o botão de emergência, fazendo o elevador parar. Respirou fundo e foi. – Tu é uma guria incrível, sério. – Começou, tentando fazer o semblante assustado sair do rosto dela. – E eu jamais faria algo pra te machucar, mas... – Ele respirou fundo e ela já começou a formar um pequeno sorriso. – Entre não te machucar e não poder te ter, eu acho que prefiro te ter e te machucar. – Ela ficou o olhando confusa. – É que se eu não fizesse isso eu ía me arrepender e eu não sou do tipo que gosta de se arrepender e – Ele respirou fundo novamente e ela passou a olhar o chão. – Você não foi a única que saiu machucada disso tudo. – Ele falou, antes de apertar o botão pro elevador voltar a funcionar. Agora foi a vez dela, de parar o tempo. Apertou o botão de emergência novamente e o olhou, séria.
- Eu tô contigo. Entre ter uma memória boa e não sair machucada ou ter uma memória MUITO BOA e sair machucada, eu fico com a segunda opção. – Sorriu. – Eu só quero aproveitar minha chance. – Agora, ele sorriu. E a puxou mais pra perto.
- Tu é incrível. – Falou, antes de beijá-la.


O sol já estava quase sumindo e eles já estavam se arrumando pra ir pro show. fazia algumas perguntas aleatórias pra e , enquanto estava sumida. Tirava fotos divertidas e tentava ignorar a presença de ali. Faltava pouco tempo pra dar a hora que eles haviam combinado de estar lá, para passar som e todas essa besteiras. Só faltava , que não demorou muito pra aparecer com um sorriso no rosto e segurando forte a mão de . riu e rolou os olhos, quando ouviu bufar. Depois de uma pequena bronca dada no (que nem assim tirou o sorriso idiota do rosto), eles seguiram para o local. Chegando lá eles foram direto pro backstage, enquanto tirava algumas fotos aleatórias do lugar. Era um armazém velho. Não era muito grande, mas tinha espaço suficiente pra umas mil pessoas, ou mais. O palco era alto, o que a fazia dar graças por não ter que ficar na parte baixa, pedindo por um torcicolo. Olhou as fotos na câmera e logo foi se juntar a eles. Chegando lá, tirou fotos sem avisar, o que dava um ar de natural nelas e ainda a divertia pela cara de revolta que eles faziam depois do flash. Terminou tudo que ela tinha que fazer, por agora, e jogou a câmera pra , mandando ela se virar. Ouviu a amiga reclamar, mas logo ela levantou e pegou o caderno na sua mochila fazendo, finalmente, o que ela tinha ido lá pra fazer. resolveu deixar ela a sós com eles e saiu do pequeno cubículo, que dizia na porta “Camarim da Fresno”. Ficou na parte de fora, o mar era logo ali e tinha um vento agradável, o que a impedia de acender seu péssimo hábito. Resmungou alguns palavrões baixinhos e colocou de volta no bolso, agora só sentindo o vento.
- Quer que eu acenda? – perguntou com um sorriso no rosto. Ela olhou de lado pra ele e suspirou. Claro que queria, mas sua vontade havia passado. Ela se sentia suja sempre que dava uma tragada, mas de alguma forma aquilo a fazia se sentir bem. Resmungou alguns palavrões e voltou a olhar pro nada, sem dar uma resposta. Ele riu e se colocou ao lado dela.
- Não. – Respondeu seca, sem tirar os olhos do horizonte.
- Ui. – Ele falou de um jeito engraçado e ela deu um sorrisinho. Continuaram ali olhando pro nada em silêncio, apenas imaginando o que seria certo de dizer naquele momento e o que não seria. Ela estava irritada com o comentário infeliz que ele havia feito e ele, apesar de achar que o motivo dela era besta, queria resolver aquilo. – O que você quer que eu diga? – Perguntou, sem tirar os olhos do horizonte.
- O que você tiver vontade de dizer, estúpido. – Respondeu irritada. Alem de ser taxada como qualquer uma ainda tinha que ensinar a criança a lidar com mulheres? Claro.
- Ok. – Respirou fundo e pensou por alguns segundos. – Você é... – Respirou fundo, novamente. – Única.
- E você não está com vontade de dizer isso. – Ela deu uma risada debochada. – Só está dizendo porque acha que se me agradar tudo se resolve. – Ela virou, voltando para o camarim, mas antes que pudesse colocar os pés dentro do velho armazém, sentiu seu braço sendo segurado com força. Sorriu. Agora sim.
- Você é a guria mais cabeça dura que eu já conheci! – Exclamou num tom irritado, mas era mais um desabafo do que uma revolta. – Se acha especial demais, se acha única demais e acha que fazer drama vai te tornar ainda mais especial! – Largou o braço dela e se aproximou. Ela passou a respirar fraco, não pela proximidade, mas pelas palavras que ele havia despejado. – Tu és especial, tu és única, mas esse teu joguinho não dá pra mim. – Falou antes de sair andando pra dentro do lugar. Ela ficou parada, olhando pro nada com a boca entre aberta. Ela jamais imaginou que ele fosse virar o jogo desse jeito. Porque, agora, aquilo tudo era apenas um jogo pra ele, que ela tinha acabado de perder.

num canto e no outro. Foi assim durante o resto de tempo que tinha antes do show. Ela se sentia estúpida e confusa, enquanto ele se sentia um idiota por ter falado aquilo pra ela, não que se arrependesse, porque sabia que aquilo ia dar um jeito na situação. tinha notado a tensão no ar e deixou a amiga ficar calada na maior parte do tempo, não fazia idéia do que havia acontecido, mas sabia que se ela quisesse falar já teria falado. Não queria se preocupar, queria apenas aproveitar e estava, mas é complicado não se importar com a cara de merda da amiga. Na hora do show ficou do lado esquerdo do palco, enquanto estava do lado direito. ficou no centro, na parte isolada que tinha embaixo. A falta de tumulto lhe permitia fotos incríveis. O show foi passando e resolveu ir do outro lado, queria olhar pra ele, queria saber o que fazer o encarando. Depois de dez minutos que passaram rápido, ela resolveu ir embora. Não tinha mais cabeça pra estar ali. Sim, era idiota ir embora naquele momento, mas ela não agüentava mais. Falou pra , que estranhou, mas disse que dava conta sozinha. Pegou um táxi e parou na praia, onde deitou na areia e ficou, por um bom tempo, olhando o céu.


já tinha se despedido deles e agora faltava , que se encontrava na frente do hotel, esperando pra levar ela em casa. Respirou fundo e foi. Tinha que encarar aquilo de qualquer forma, ela sempre soube que no dia que eles ficassem juntos seria rápido e doloroso, mas nada poderia valer mais a pena. Sorriu fraco pra ele, que aparentava não ter forças pra retribuir, pois não o fez. Deu um selinho nele, antes de começar a falar.
- Eu nunca quis que as coisas fossem dessa forma. – Falou, olhando fundo nos olhos dele. – Eu sempre quis que no dia que isso acontecesse a gente estivesse em Porto Alegre, tu aposentado e eu trabalhando numa agência boa, ganhando um bom dinheiro que me fizesse poder viajar contigo quando tu precisasse. – Ele riu. Ela pensava em coisas bem longe dali. – Mas foi assim e eu gosto de ter essa lembrança. Eu gosto de poder sentir coisas que eu sempre imaginei, mas que foram muito melhores e foram reais. – Respirou fundo e fechou os olhos. Amava não conseguir chorar em público. – Eu vou pra casa sem você agora. – Ele arregalou os olhos, não tinham planejado aquilo. Ele ia deixar ela em casa pra passarem pelos menos mais alguns dez minutos juntos. – Mas eu vou ficar te esperando, sempre. – Deu outro selinho nele e foi na direção do táxi. Não queria ouvir o que ele tinha pra falar, ía tornar mais difícil. Deu a direção pro taxista e viu ele se afastar, sem reação. Dormir ia ser difícil a partir daquele momento.


andava pela avenida sem rumo. Aquela coisa bem filme de drama, melancólica e sozinha. Passou em frente ao hotel que eles estavam e viu parado na porta. Suspirou e foi até ele, parecia vazio visto de longe.
- Hey. – Falou logo que estava a uma distância considerável. – Que houve?
- . – Ele falou ainda sem tirar os olhos da avenida à frente.
- É, catástrofe da minha vida também. – Comentou, sentando em um banco próximo. Ele riu de leve e foi sentar ao lado dela. – Ela tem esse efeito sobre as pessoas, saca? – Ele olhava atentamente pra ela, prestando atenção e percebendo que ela tentava explicar o que era aquilo. – Mas sempre que ela acha que vai se machucar das duas uma, ou ela luta quando vê possibilidades ou ela se afasta pra sofrer menos. O que foi teu caso. – Deu de ombros. sorriu de leve e voltou a olhar o nada. – Me dá teu celular. – Pediu, estendendo a mão. Ele a olhou confuso, mas ela continuou com a mesma expressão de quem sabia o que estava fazendo. Ele tirou o aparelho do bolso e colocou na mão dela. Ela digitou o número rapidamente e ligou. Entregou pra ele, que aproximou do ouvido e ouviu chamar. – E eu tenho que ficar com a segunda opção. A mais dolorosa. – Deu um beijo na bochecha dele e entrou no hotel. Logo que atenderam, reconheceu a voz e um sorriso bobo se formou no seu rosto.
- Quem é? – perguntou com a voz trêmula.
- Oi. – Foi o suficiente pra ela perceber.
- Eu vou matar ela. – Comentou, sabendo exatamente quem tinha dado o número pra ele. Ele riu de leve e respirou fundo.
- Eu te entendo. – Falou, se referindo ao fato dela ter ido embora sem ele. – Eu teria feito o mesmo porque eu provavelmente não ia agüentar uma despedida longa, que era o que ía acontecer se eu tivesse te levado. – Ela fungou e enfiou a cara no travesseiro. Já estava em casa e estava na cama, lutando contra a insônia. – Eu não quero que tu fique assim. Não é pra chorar porque as lembranças são boas demais. – Ele parou por um momento, sentindo uma certa fraqueza na voz. – É pra sorrir.
- Prometa não chorar e não se arrepender. – Ela falou e ele riu. Ela sempre falava isso, às vezes de brincadeira, às vezes pra si mesma nos momentos difíceis.
- É. – Ele suspirou. – Promete? – Ela riu e sentou na cama.
- Prometo. – Respondeu. Antes de se despedirem, ele prometeu que ia ligar pra ela sempre que pudesse. Que talvez não estivesse lá pra ela, mas que ia tentar ao máximo fazer parte da vida dela, mesmo que com uma certa distância. Isso não só fez ela fechar os olhos e conseguir dormir, como fez ele ter mais motivos pra sorrir.

Ela pensava no que dizer no elevador, continuou pensando nas palavras certas no corredor enquanto não chegava no quarto dele e passou cinco minutos parada na frente da porta, mas as palavras não vinham. Ele não tinha noção do quanto era difícil pra ela estar ali, lutando contra todo o seu excesso de orgulho, só pra falar com ele, explicar que nunca foi a intenção dela deixar ele irritado. Bateu na porta e esperou. Demorou um pouco, o que a fez dar as costas e sair andando. Talvez aquilo fosse um sinal, talvez ele não quisesse levantar. Seja lá o que fosse a mensagem final era que ela não devia falar com ele. Sentiu alguém olhando pra ela, mas era o tipo de coisa que ela sentia freqüentemente e não era nada. Preferiu não olhar, continuou fitando o elevador.
- Você veio ate aqui pra desistir só porque eu não atendi logo a porta? – Sentiu cada pedaço do seu corpo tremer, ao som da voz dele. Continuou fitando o elevador, havia decidido que era melhor daquele jeito. Viu o elevador chegar e entrou, vendo uma expressão confusa no rosto dele, logo que virou de frente pra porta. Respirou fundo e deu um chute na porta do elevador, logo que a mesma fechou. Chegando lá embaixo sentou no sofá na recepção e se xingou de todos os nomes possíveis e imagináveis. Fechou os olhos e jogo a cabeça pra trás, não abrindo os olhos sequer quando sentiu alguém sentar ao seu lado.
é do tipo que não gosta de correr atrás. – Foi a vez de falar sobre o amigo que perturbava a cabeça dela. – Na verdade ele até gosta, mas só quando ele vê que vai ser fácil, que vai ser simples, que a guria é qualquer uma. – Ela abriu um dos olhos e olhou pra ele irritada. – O que não é o teu caso e por isso que ele fez isso, ele queria te mostrar que estava no controle e que tu realmente não era qualquer uma a ponto de correr atrás dele assim. – Ele deu de ombros e suspirou. – Pra ele é tudo simples, sempre foi. Até que veio você. – Ela sorriu involuntariamente. – Te garanto que ele vai dar um jeito. Agora vai pra casa e tenta esquecer ele por um tempo, é melhor. – Ele deu um beijo na bochecha dela e saiu. Já ela fez exatamente o que ele falou, tirando a parte de tentar esquecer.


O tempo havia passado, a matéria que elas fizeram havia sido um sucesso. “Eu já sabia” dizia , toda vez que alguém chegava pra lhe elogiar. apenas ria e tentava colocar as coisas na cabeça da amiga no lugar, dando um (não tão) leve tapa. Mas por trás de toda aquela graça, de todas as brincadeiras e certezas que elas tinham depois daquele dia, estavam a lembranças, as promessas que não foram quebradas e a espera. falava com pelo menos uma vez por semana, parecia um relacionamento a distância, que eles preferiam não ter porque doía menos. Era lindo ver o sorriso apaixonado da amiga toda vez que ela desligava o telefone e amava o fato de ter ajudado naquilo. Mas enquanto era só sorrisos, ela era só angústia. Não sabia quando ía ver ele de novo, não sabia como ía ser. Quando se deu conta que toda a espera era em vão, já era final de ano e faltavam poucos dias pra o próximo ano começar. Ouvia cantarolar pela rua, pois ia passar o ano novo com ele, enquanto ela ia passar o ano novo em casa. Nunca gostou da data, nunca viu nada demais nela. Havia deixado a amiga há pouco tempo no aeroporto e agora procurava uma roupa confortável no armário, pra usar enquanto ouvia os fogos. Trocou de roupa e, passado um tempo, a campainha tocou, faltando apenas cinco minutos pra meia noite. Logo que abriu a porta sua única reação foi não acreditar, se é que isso pode ser considerado uma reação.
- Posso entrar? – perguntou, dando um sorriso. Ela deu espaço pra ele passar e apontou o sofá, sentando numa cadeira próxima. Ele olhava a televisão, aparentando um certo nervosismo, o que deixava ela ainda mais nervosa. Ele respirou fundo e começou. – Desculpa não ter dado um jeito de te ligar ou não ter decido naquele dia pra falar contigo no hotel. Eu só... – Ela riu de leve da cara frustrada que ele fez. – Eu nunca soube lidar com emoções direito. – Deu de ombros. – Mas depois de todo esse tempo eu percebi que eu queria muito te dizer uma coisa. Que eu precisava muito que tu soubesse. – Ela sentia sua respiração fraca e ele se quer lembrava de respirar. – No final de todos os dias, depois de todo esse tempo, eu percebi que por mais cabeça dura e idiota que tu seja era contigo que eu queria estar. – Ele apertou as próprias mãos nervoso. – Que tu é uma guria única e tu merece todas as chances do mundo. – Ela sorriu, ao ouvir aquilo sair da boca dele. Agora ela sabia que ele não falava aquilo só pra agradar. – E por mais que eu não vá poder estar contigo sempre, talvez funcione pra gente do jeito que ta funcionando pra os outros dois lá. – Ele deu um sorriso e levantou, estendendo a mão pra ela. – Eu não quero só pensar em você todos os dias, eu quero poder falar contigo e dividir o que der contigo. – Ela segurou a mão dele e levantou. Passou as mãos em volta do pescoço dele e ele envolveu a cintura dela. – Quero que tu me prometa que é em mim e em mais ninguém que tu vai pensar, sempre. Porque eu tenho total capacidade de fazer essa promessa pra ti. – Ela sorriu, sentindo a respiração dele batendo no seu rosto.
- Eu prometo isso e muito mais, se isso te fizer meu. – Falou finalmente e ele sorriu, beijando-a em seguida. Aquele sim era o final que ela sempre sonhou. No final de todos os dias, dali pra frente, ele seria tudo que ela sempre esperou.


n/a: primeira fic finalizada que eu posto no addiction *solta fogos* espero que gostem :) e e e a outra é make it last forever, mas não leiam, porque ela vai ficar um bom tempo se att ;.; bloqueio é foda e eu to sem ideias :T e e mandem e-mails (r) to com preguiça de fazer o bagulho no haloscan :) e se quiserem me add no orkut, go ahead ;x mas aviso desde ja que não sou muito amigavel. enfim :*

what we have still worth fighting for.

l jones.

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