Brighter Love

Eu era uma das que desprezavam o amor. Eu sempre achei que era ridículo gostar de alguém a ponto de dar sua vida por essa pessoa; sempre achei que fosse a pior coisa do mundo se declarar e mimar a pessoa com chocolates e flores; sempre ignorei qualquer sentimento de afeição por todo e qualquer cara... Até que o conheci.

Lembro que era o terceiro dia de aula do nosso segundo ano. Lá estávamos nós, eu e a , como sempre. É assim: nunca se vê (no caso, eu) sem , e vice-versa. Onde tem uma, tem outra. Mas enfim, nós jogávamos alguma coisa idiota nas mesinhas do pátio da frente, esperando o sinal que anunciava a aula de álgebra bater, quando ele entrou pelo portão cinza. Tênis brancos e muito largos, uma bermuda lá embaixo, mostrando uma boxer verde, e uma camiseta branca da Hurley. Alguns fios loiros saiam por debaixo do boné, e os olhos... eu os capturei quando eles se moveram na minha direção. Eram azuis, meio esverdeados. Olhando daquele jeito pra ele, eu me senti miserável com esses olhos , só , contra aqueles azuis esverdeados. Foi patético. A partir do momento em que ele me olhou e deu um sorrisinho pequeno, eu senti pontadas gostosinhas no meu estômago, algo que eu nunca sentira antes. Quando ele entrou pelo corredor, eu me virei pra – ela tinha um sorrisinho irritante no rosto.

- Ele é Dougie Poynter, amigo do Haz e dos meninos. – deixe-me explicar: nós somos amigas de uma turminha de três garotos, o Danny, o Tom e o Harry. O Harry é o namorado da desde maio.

Naquele momento, o sinal bateu. Ok, eu me senti patética, completamente idiota. Por que eu puxei tão rápido pra entrar na classe? Por que eu ignorei o que o Danny tinha pra me falar só pra roubar o lugar da ao lado do Harry e tentar arrancar alguma informação sobre o loirinho que agora sentava perto da gente?

Só consegui responder àquelas perguntas três meses e alguns dias depois, ou seja, o exato dia de hoje, sexta-feira, cinco de dezembro. Aqui estou eu novamente, jogada na carteira desconfortável da sala do 2° B, enrolando uma mecha do meu (lixo de) cabelo com uma mão e batucando na mesa com a outra. Estava chovendo tanto que, ao invés de passarmos o intervalo lá fora, passamos dentro da classe. No cantinho dela, Harry, Tom, Danny, Dougie, e anna), outra garota bem legal, jogavam cartas. Eu podia perceber o olhar de gritando um “VEM AQUI”, mas eu não queria ir.

Há três meses e alguns dias eu sentia meu estômago saltar só de vê-lo. Há três meses e alguns dias eu olhava pra ele todo dia, retribuía seus cumprimentos e acenos, conversava animadamente com ele, mas, lá no fundo, tinha esperança de ele me explicar o motivo de eu querer sorrir toda vez que o vejo. Há três meses e alguns dias eu venho me sentindo uma completa, sei lá... idiota.

Forçando meus músculos do rosto, que TEIMAM em me desobedecer desde setembro, a esconderem um sorriso, olhei pra Dougie. Aposto que ele estava perdendo, como sempre, e nem ligava, porque tinha um meio sorriso no rosto. Sabe, eu adoro aquele sorriso dele. É meio como se ele estivesse tentando esconder que está sorrindo, sabe? E isso faz com que MEUS músculos faciais me traiam e formem outro sorriso. Um sorriso bobo.

Eu odeio ser tão boba.

- , amor! – NEM me assustei com esse berro no meu ouvido, só pra constar. Tirei os olhos de Dougie, que ainda prestava atenção em seus amigos, e me virei pra , que estava atrás de mim. Não tinha como não reconhecer o “, amor!”.

- Oi, . – respondi, abrindo um sorriso. Também não tinha como não sorrir – viu como meu rosto me trai? – vendo aquela criança sorrindo de um jeito puro e ingênuo (quem olha assim até pensa que é verdade).

- Vem jogar comigo, por favor. A foi com as amigas dela, eu fiquei sozinha no meio dos meninos...

- E o Harry?

- O imprestável do cachorro do idiota do Haz está mais ocupado em ganhar do Tom. – levantou as sobrancelhas. – Vamos, por favor, amor...

Caso você não tenha percebido, tem meio que o vício de chamar Deus e o mundo de “amor”. Sabe qual é o mais incrível? O namorado dela ela só chama pelo nome ou apelido.

Vai entender...

- Okay.

- Sabia que você ia aceitar!

- Sabia porque eu sou a mestra, eu tenho um poder absurdo sobre você e a sua mente e te passei a informação de que eu ia aceitar. – enquanto me puxava pro canto da classe, resmungava alguma coisa, e eu dava uma arrumada na minha franja. Por causa da chuva, ela estava um LIXO. E a “franja” do Dougie... Ah... Nem preciso falar, certo?

me empurrou entre ela e – adivinhe – Dougie. Eu não olhei pro lado. Nem dei atenção ao braço quente dele encostando-se ao meu. Minhas bochechas provavelmente estavam queimando.

- Estamos jogando Presidente, . Sabe jogar? – Tom perguntou, segurando o excêntrico baralho azul da nas mãos.

Eu? Jogar algum jogo de cartas decente? Claro.

- Não. – admiti, sorrindo de novo. Cara, por que eu sorrio tanto? Tomara que meu sorriso seja bonito, né, pra ficar se mostrando toda hora. Eu sempre digo: eu sou uma pessoa e meu sorriso é outra. E digo mais, meu sorriso é EGOCÊNTRICO. – Não tenho muita noção.

- Aaah, pode deixar que eu te ajudo, eu sou muito bom nisso! – Dougie, ao meu lado, se virou pra mim de um jeito desajeitado. Ele estava animado; deu pra perceber só pela sua voz, que parece de criança.

- Er, Doug, não me leve a mal, mas...

- Você vai ganhar! – Dougie tomou o baralho da mão de Tom. Do meu lado, soltou uma risada pelo nariz. – É assim: jogam cinco pessoas, e distribuímos as cartas entre eles. A menor carta é o 3 e a maior é o 2. – aí ele continuou a explicar, mas eu não prestei muita atenção, porque... Ele fica tão bonitinho falando empolgado! – Aí ganha quem terminar as cartas primeiro. Entendeu?

Fiz que sim com a cabeça, sorrindo de lado, mas a verdade é que eu não tinha entendido NADA.

- Você não entendeu nada, não é? – perguntou, arqueando uma sobrancelha pra mim.

- Ah, , assim não vale! – Tom disse, todo escandaloso, dando aquela risada medonha e mostrando aquela covinha imensa. – Joga com o Doug então.

- Mas assim eu vou perder!

Todos deram risada. Eu me virei pro lado e Dougie piscava aqueles olhos azuis pra mim, com os braços cruzados. Abaixei a cabeça, envergonhada, e dei um beliscão na .

- Com medo de perder? – perguntou Doug, dando aquela risadinha de criança.

- Eu não estou com medo... E vou jogar sozinha, viu? – levantei as sobrancelhas, ignorando a vontade de sorrir só por ver o sorriso cachorro que Dougie abriu.

- Vamos ver quem ganha então! – Harry pegou o baralho da mão de Tom e começou a distribuir entre eu, ele, Tom, Dougie e . O resto do pessoal ficou olhando, como quase sempre.

Peguei minhas cartas, sem saber como arrumá-las. Olhei a mão de e vi que as cartas estavam organizadas de um jeito estranho. Ela percebeu meu olhar (eu sou eternamente agradecida por ter uma amiga que sempre me entende!) e apontou minhas cartas.

- O 3 é a menor carta e o 2 é o maior. Assim: 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, J, Q, K, A, 2, entendeu?

Não. Não entendi, mas tudo bem.

Jogamos a primeira rodada... eu fiquei por último. Dougie olhou pra mim de novo, enquanto embaralhava as cartas, e deu aquele sorriso tímido, sabe? Aquele sorriso que ele parece estar tentando esconder... Mas que é tão... Lindo!

Enquanto ele sorria pra mim feito um idiota, eu examinava seu rosto. Eu encontrava charme até nos olhinhos pequenos, no cabelo loiro todo bagunçado, nas milhares de pulseiras que ele usava... Sei que é meio bobo, coisa de menina apaixonada, mas a verdade é que eu sou uma menina apaixonada. Dougie Poynter é simplesmente a coisa mais apaixonante que você achará no mundo. Seus olhos brilham só de ver a cara de criança sapeca que ele faz quando Tom briga com ele!

Sacudi a cabeça e desviei o olhar. Eu NÃO sei o que posso fazer se ficar olhando Dougie por tanto tempo, principalmente quando ele está sorrindo pra mim.

~~<3~~

Quando saímos da escola, o sol já estava encoberto por nuvens carregadas e escuras, e o vento não poderia estar mais gelado. Dei tchau para cada um dos meninos e entrei no carro da minha mãe, parado do outro lado da rua. Minhas mãos estavam completamente geladas de tanto frio que eu sentia.

- Liga o ar no quente, mãe. – murmurei, jogando a mochila pro outro lado do banco. – Ah, boa tarde.

- Boa tarde, filha. – começamos a andar. Recostei minha cabeça no banco e fechei os olhos. – O que vai fazer hoje?

- Ficar na Internet, tomar banho, comer alguma coisa e dormir, por quê?

- Quer ir comigo comprar algo no shopping?

Era uma proposta tentadora, visto que lá no shopping havia o All Star amarelo que eu tanto estava pedindo pra minha mãe, mas meu corpo estava cansado demais pra se animar com a idéia. Cara, nas sextas-feiras eu fico completamente acabada, como se o cansaço de toda a semana estivesse acumulado ali.

- Acho que não, mãe... Fica pra outro dia.

Logo eu estava sendo deixada em casa. Ou melhor, no apartamento, já que morávamos no 16° andar de um prédio na Floral St., perto do Covent Garden. Eu gostava mais de quando morávamos em Hampstead, mas tudo bem... mora na Tavistock St., que é pertinho da minha, então estou feliz.

Hm. Por que eu estou falando de onde eu moro?

Eu sei que deveria estar contando minha “história de amor”; mas como fazer isso sem mencionar minha tediosa vida? Eu passo cada dia esperando que algo novo aconteça, mas nada muda. Nada. Parece que, pra mim, o mundo estacionou e agora não quer mais mover um dedinho. Bom pra ele, ruim pra mim.

Bati a porta do meu quarto, jogando a mochila em qualquer canto. Ele estava completamente entulhado de roupas, papéis e livros, que eu ainda não tive coragem de arrumar. Na verdade, não tive tempo. Atualmente, eu gasto todo o meu tempo pensando no Dougie. Sempre nele e no jeito como seu cabelo loirinho cai sobre seus olhos e ele nem liga.

Não queria ser tão apaixonada assim por um garoto.

CAPÍTULO I <3 and I can’t remember falling in love with you (Nothing – McFly)

[Téh, eu sei que seu aniversário é dia 7, mas ignore isso na fic, ok? XD]

Dia sete de dezembro era mais um domingo tedioso na minha vida. Cara, eu me sinto a velha das velhas falando isso, mas eu simplesmente não sei o que está acontecendo comigo esses dias. O que era completamente controlável fugiu das minhas mãos, e eu simplesmente não sei o que fazer. É que... eu não consigo parar de pensar nele, sabe? Chega a ser ridículo. Ridículo. Eu consigo lembrar a expressão dos olhos dele quando ele perdeu mais uma partida de Presidente!

Por que é que a paixão, amor, ou seja lá o nome do que eu sinto por ele, muda tanto as pessoas? Nesse mesmo dia do ano passado, eu estava pedindo pra me desenhar. Hoje eu estou jogada na minha cama, sem ânimo pra computador, telefone, ou a merda que for. Eu só fico pensando em como vou agir com ele amanhã. Sabe quando a pessoa te parece um sonho impossível, que você nunca vai alcançar? É assim que Doug é pra mim. Eu... eu o amo... mas ele simplesmente não me ama, sabe?

O ruim é que eu não consigo acreditar nisso e me dou esperanças. Céus, eu sou patética.

E, pra variar, fui interrompida pelo barulho irritante do telefone.

- Alô?

- ? É a ! – claro que é ela. A única pessoa que me liga aos domingos é a . – Tudo bom?

- Indo, bunda. – bunda é nosso apelidinho carinhoso. – E você?

- Ótima. Escuta, quer dar uma volta em Notting Hill? Hoje eu pensei em tirar o dia pra ficar só com você...

Aaahh, eu já disse que amo essa garota? Sério. Que tipo de amiga deixa o namorado de lado só pra te alegrar?

- Claro! Claro que eu quero! O dia está perfeito pra uma guerra na neve... – abri um sorrisinho, toda empolgada. – Você passa aqui?

- Quinze minutos. Beijo! – desliguei o telefone novamente, e encarei meu guarda-roupa recém arrumado (não por mim, claro). É por isso que eu amo frio: eu sempre sei o que usar. Adoro meu blusão verde brócolis, que meio que faz par com o verde do Tom (aliás, alguém precisa dar um casaco novo para ele).

Peguei uma blusa de meia manga e a vesti; por cima coloquei uma blusa de manga comprida, o blusão verde, luvas e cachecol. Coloquei uma jeans quentinha, meias de lã e meu All Star de sempre. Perfeito.

Quinze minutos depois (nos dez primeiros eu lutei contra meu cabelo; 10 x 0 pra ele), estava na minha porta, toda engraçada com All Star roxo, jeans preta e um casaco de lã roxo e rosa. É engraçado porque ela tem um cabelo enorme, castanho meio avermelhado, e ele fica todo pra frente, se destacando contra um gorro lilás. Gosto estranho pra roupas, estou dizendo.

- Boa tarde. – ela exclamou, me dando um abraço. Eu tranquei a porta e botei a chave no bolso. – Vamos?

- Aham.

Entramos no elevador, que estava um pouco mais frio que o normal. Cara, eu amo frio, mas às vezes... Aposto que vamos nos congelar lá fora.

- Só eu e você, é? – perguntei, toda orgulhosa por ter uma amiga QUE LARGA O NAMORADO PRA PASSAR O DIA COMIGO.

- Eu, você e a única Starbucks que abre num domingo de neve. – respondeu, esfregando as bochechas, que estavam vermelhas. – Foi tão engraçado ouvir a voz indignada do Haz quando eu disse que não queria vê-lo hoje...

- Você falou isso pra ele?

- Você é mais importante... Quer dizer, ah, você entendeu. – ela deu uma risadinha envergonhada.

- AAAWW, , eu te amo! – fiquei dando beijos na bochecha dela até o elevador parar no térreo. Saímos andando, e abrimos a porta que dava lá pra fora...

Nossa. Depois desse choque térmico, até meus filhos vão nascer com frio.

- É bom que tenha bastante chocolate quente lá. – gente, que frio! Eu estava com milhões de casacos (exagero), gorro, cachecol e luvas, mas ainda sentia um frio cortante. – Me congelei agora...

- Quer que eu chame o Doug pra te aquecer? – O QUÊ?

Parei de andar no mesmo instante. também parou e se virou pra mim, com a cara mais safada que eu já vi na minha vida.

- Judd!

- O quê? – bati os pés no chão. – O quê?

- Olha o que você acabou de me falar!

- Mas você gosta dele!

- Eu... eu não gosto dele!

Eu sou uma bela mentirosa. Claro que eu gosto dele, e claro que a sabe disso... na verdade, ela não me agüenta mais falando dele. O pior é que ela sabe de alguma coisa, mas não quer me contar...

- Primeiro, você é completamente apaixonada por ele. Segundo, você já me contou isso e me pediu ajuda. Terceiro, eu estou ajudando, mas por enquanto não posso falar nada, só ficar te provocando! – disse, sacudindo a cabeça. – Calma, .

- Você fala isso porque tem um namorado que gosta de você. – ok. Eu não sei por que falei isso. – Não é fácil, sabe? Olhar pro lado e ver que até sua melhor amiga tem um amor.

Impressão minha ou pareceu murchar?

- Por enquanto eu não posso falar nada, , desculpa... Mas tenha paciência. Você vai ter um “amor”. E ele vai ser brilhante, sabe? Do jeito que o Doug é, vai ter até purpurina...

Não consegui me decidir entre rir e chorar. Apenas soltei um choramingo risonho (?) e puxei pelo braço, sinalizando que deveríamos andar para espantar o frio congelante. A Starbucks estava a duas quadras dali.

- E eu não sou Judd.

- Mas ele é seu namorado... Se vocês se casarem, vai ser Judd! – retruquei, pensando em como Poynter soa legal.

Espera. O que eu acabei de pensar?

- Nós não vamos nos casar. Eu acho. – ela sorriu, meio tristonha, chutando uma pedrinha coberta de neve. – Não sei se daria certo.

- Claro que daria! Vocês se amam!

- Nós temos 16 anos. E Harry merece alguém mais Harry, sabe? Eu acho que eu vou largá-lo, aí você também larga o Poynter, e os dois assumem uma relação gay que vai durar pra sempre. – eu e ela gargalhamos.

- Vou falar isso pra eles!

- Pode falar, Harry já sabe que eu acho que ele tem tendências gays, mesmo que isso não esteja nem perto da verdade. – levantou uma sobrancelha pra mim quando viu minha cara. – Você não acredita em mim?

- Acredito... Eu só queria saber como você tem tanta coragem! Eu acho que não conseguiria falar isso pro Dougie... – eu falei, meio pensativa.

- Por quê?

- Eu o imagino como um príncipe, não como uma drag queen... – riu mais ainda.

- Tá mais pra princesa! Ele é a princesa e você o príncipe! Perfeito! – ok, eu já estava sem fôlego de tanto rir. – Doug Princess e Prince!

- , cala a boca!

Chegamos lá. A Starbucks estava meio cheia, mas dava pra ver umas mesinhas vazias. Entramos, atravessamos uma multidão de gente e pegamos uma mesa lá no meio, rodeada por várias pessoas da nossa idade que eu nunca tinha visto por lá. se levantou e pediu dois chocolates quentes GIGANTES. É por isso que eu sou gorda, viu?

- Mas, , me diz... O que você está pensando em fazer em relação a princess? – indagou , tamborilando os dedos na mesa.

- Eu não sei. Eu tenho medo. Eu já demonstro que gosto dele, e às vezes ele parece retribuir, mas não faz nada... – eu disse, apoiando os cotovelos na mesa e a cabeça nas mãos.

- Ele vai fazer. – ela tentou esconder um sorriso, sem sucesso. – É sério. Ele vai fazer alguma coisa...

- Por que será que eu não gosto desse “alguma coisa”? – vácuo. – ! Me conta! Você não pode falar que eu vou ter uma surpresa e depois não continuar! Eu vou ficar curiosa!

- Sério?

A garçonete chegou antes que eu pudesse soltar um palavrão, e nos cinco minutos seguintes nós ficamos mais ocupadas em queimar os lábios com o chocolate fumegante. O ruim nesse chocolate – e acredite, é o único defeito – é que você fica morrendo de vontade de tomar outro, apesar do tamanho.

Quando eu terminei o meu, ainda estava na metade do dela, porque ela é a criança mais lerda que eu já vi... Às vezes eu REALMENTE acho que ela é irmã do Danny, sabe? Explicaria muita coisa.

- O que você vai ganhar de Natal? – questionou, quando finalmente terminou seu chocolate.

- Eu pedi dinheiro, pra poder comprar o que eu quiser...

- Hm... Mas tem uma coisa que você vai ganhar e não vai precisar comprar. Você verá. – ok, eu nem vou perguntar. – Mesmo que você não tenha perguntado, o que geralmente não acontece, eu vou ganhar todos os CDs do Bowling.

Esqueci de mencionar! Quer alguém completamente viciado em Bowling for Soup? Chame a . Ela é assim com BFS e eu com Foo Fighters. Assim como o Dougie é por Blink 182, o Tom por Beatles, o Harry por The Used e o Danny por Bruce Springsteen (nem pergunte... Todo mundo tentou entender Danny Jones, mas ninguém conseguiu, e não acho que vão conseguir; afinal, não tem NADA pra entender lá, porque o Danny não tem mais cérebro (apesar de ser gostoso... certo, parei)).

- Os americanos! – eu já falei que a é louca por qualquer coisa americana? E que ela fez o primeiro ano todo numa pequena cidade do estado do Maine (pra quem não sabe, nos EUA). – O Gabe vai trazer pra mim.

- Hmm... O Harry sabe disso? – está aí mais uma das razões pelas quais eu acho que minha vida é injusta: além da minha melhor amiga ter um namorado gato e que gosta dela, tem um tipo de melhor amigo americano que sempre traz coisas pra ela. Ah, e o namorado dela morre de ciúmes do amigo americano. – Acho que ele não vai gostar.

- Eu chamo o Doug pra me defender... – ela cantarolou. Filha da mãe!

- Chamar uma princesa? Ela vai bater nele com uma flor! – prendi uma gargalhada pra poder terminar a piada. – ME chama; eu sou o príncipe, posso matar o Gabe com uma espada e a força de um macho.

Explodimos em grandes gargalhadas. As orelhas do Dougie provavelmente estavam roxas... Estávamos o chamando de princesa!

- Vamos voltar, vai... Deve ser tarde já. – sugeri, deixando o dinheiro lá na mesa. Sempre tomávamos o mesmo chocolate, então decoramos o preço, e a garçonete já nos conhece. – Quer ir lá pra casa?

- Não posso, tenho que terminar a redação da Simpson. – Simpson é o porre de professora que temos. – Você já fez, né?

- Fiz. – porque eu adoro fazer redações, desculpa aí!

Voltamos a andar na direção do meu prédio. Agora não caía mais neve, mas ainda estava bem escuro e tudo ainda estava branco.

- Que dia é amanhã? – perguntou , tirando o gorro e o colocando no bolso.

- Dia oito. Por quê?

- O aniversário do Harry tá chegando... Você sabe que eu tenho que pensar nessas coisas com antecedência. – eu não disse? É JONES! – O que eu posso dar de presente? Eu pensei em alguma coisa bem gay, mas isso serviria mais pro Dougie...

Dei um tapinha no ombro dela. Eu acho que nunca vou esquecer de quando ela deu uma roupa toda pink pro Tom – o garoto pirou. Ainda bem que ela sempre me dá presentes bons... O último foi o CD do Green Day.

- Dá o próprio Dougie... Ou uma declaração de amor. – de repente, eu me imaginei dando uma carta de cinqüenta (!) folhas pro Dougie. Meio exagerado, não é? Mas eu acharia a coisa mais fofa. Talvez porque eu não aparento ser, mas sou uma completa romântica.

- Eu queria dar uma bateria nova, mas nem rola.

Aaah! Esqueci de falar! Dougie, Danny, Tom e Harry têm uma banda, o McFly. Danny toca guitarra e canta, Tom idem, Harry toca bateria e Dougie faz backing vocal e toca baixo. A banda surgiu depois que Tom foi encorajado pelos meninos do Busted (banda dos meninos do terceiro ano, James, Charlie e Matt) a criar uma nova banda. Eles são realmente bons.

- Dá uma de brinquedo, ou baquetas personalizadas. – fala sério, eu sou um gênio!

- Isso é genial!

Chegamos na frente do meu prédio.

- Certeza que não quer entrar? – ofereci mais uma vez, colocando a mão no bolso para tirar a chave. – É perigoso andar sozinha a essa hora.

- Não tem problema, amor! Amanhã a gente se vê, se eu não morrer! – ela me deu um beijo na bochecha. – Tchau, !

Ela saiu andando. Quando chegou na esquina, virou pra mim e fez um coração no ar.

- TE AMO, BUNDA! – conhece essa? Não? Nem eu, haha.

Entrei no prédio, e mal notei quando cheguei em casa. Gritei um “aloha” (?) pra minha mãe e corri direto pro meu quarto. Peguei um pijama bem quente e fui tomar banho, já que já eram oito da noite. Saí do banheiro quase às nove, e vi que meu celular piscava loucamente.

Opa, o Harry.

- Harry? – exclamei, terminando de colocar as meias. Caí com tudo na minha cama por causa do esforço de fazer duas coisas ao mesmo tempo.

- Oi, ! Tudo bem? – respondi que sim. – Posso te fazer uma pergunta?

- Pode.

- Você gostaria de ter uma música dedicada a você? – Harry perguntou, meio animadinho demais pro meu gosto. Acho que foi por isso que eu imediatamente pensei no Dougie.

- Eu acho que sim!

- Agora me diz uma música que você acha mega fofa. Ew, isso soou gay.

- Pateta... Eu acho que Brighter, do Paramore, sabe? – eu disse, me acomodando melhor entre os travesseiros. – Mas por que todas essas perguntas?

A verdade é que meu coração pulsava. Eu SABIA que tinha a ver com o Doug – TINHA que ter, sabe? Eu esperava sinceramente que tivesse.

- Pra você ter um natal feliz. – então ele simplesmente desligou na minha cara.

Mas eu não liguei. Não mesmo. Eu só conseguia pensar no Dougie!

CAPÍTULO II <3 I better go, she blows my brains out (Silence is a Scary Sound – McFly)

Eu costumava odiar segundas-feiras. Mas eu sou tão, mas tão idiota, que agora ADORO ir pra escola depois de um fim de semana, porque eu vou ver Dougie de novo. É por isso que eu estou chegando na escola com o meu sorriso egocêntrico – lembre-se, ele tem vontades próprias – todo estampado no rosto. E meu coração está batendo mais forte à medida que eu chego perto da nossa classe.

Até que eu esbarro em alguém e quase caio no chão.

- Filho d—

- Oi, ! – gelei. A voz de CRIANÇA mais perfeita do mundo me fez calar a boca no meio do palavrão (eu falo bastante). – Você ia me xingar?

- Pensei que era outra pessoa. – abaixei a cabeça. Eu não consigo olhar pra ele tão de perto; prefiro encarar o Hurley escrito em verde no casaco dele. – Bom dia.

Avancei pra poder entrar na classe, mas Dougie me puxou e beijou minha bochecha. E pode me bater, mas eu não consegui encarar os olhos dele. Eu só entrei praticamente correndo na classe, sem olhar pra trás.

POSSO GRITAR?

DOUGIE ACABOU DE BEIJAR MINHA BOCHECHA SEM EU PEDIR OU DAR SINAL DE QUERER OLHAR PRA ELE!!!

- Já ganhou o dia! – disse, quando me sentei na cadeira na frente dela. – Não vou nem falar bom dia.

- Bunda. – xinguei, mas não consegui deixar de sorrir. Aaaahhh, eu estava feliz demais! – Aw, você viu?

- Você acha que eu ia perder?

- Idiota...

- Foi tão fofo! – apertou minha bochecha, quase me tirando da cadeira. Só parou quando braços fortes me puxaram pra longe dela.

Olhei pra cima e encarei os olhos azuis de Harry.

- ‘Dia, . – ele exclamou, dando um beijinho na minha bochecha e se abaixando ao meu lado. – Eu também vi!

- Vocês vão ficar falando disso, é? – não que eu me importe. Eu não me importo de ficar lembrando dessa cena!

- Eu andei dando umas dicas de como ser fofo pra ele... E andamos treinando também. – ele deu o sorriso fofo, que eu adoro. – Ao contrário da minha namorada, ele treina comigo...

- Vai com ele então, Harry. – arqueou uma sobrancelha. Harry também. É tão legal! Os dois conseguem levantar uma só sobrancelha – são os únicos que conseguem. – Vai. Eu não me importo.

- Olha que ele é capaz de roubar o Hazza de você... – Tom se abaixou ao lado de Harry, e acenou pra mim e pra . – Falando de quem? Do Dougie, né?

- De quem?

O gênio da classe – vulgo Danny Jones – chegou, dando um beijo em mim e na e tentando beijar também o Tom e o Harry, que simplesmente o empurraram.

- Hey guys! How you doing today? I’m feeling great! I’ve been CAMPING¹!

Encaramos Danny com expressões que diziam a mesma coisa: você é maluco, idiota ou simplesmente bebeu demais? Sério, eu acho que a chapinha ajuda a queimar todos os neurônios que ele não tem.

O silêncio foi interrompido por um arroto – adivinhe só de quem.

- Vocês só me excluem. – exclamou Doug, abaixando-se entre Harry e Tom. – O que eu perdi?

- Nada. – Tom disse, ríspido.

- Não fala assim com ele. – Harry passou um braço pelos ombros do Doug, e Doug passou o braço pela cintura do Harry. – Perto de mim ninguém é grosso com ele, ok?

Eu e nos encaramos. Prendemos o riso desesperadamente, até a professora chegar e mandar todo mundo pro lugar.

- Bom dia, classe!

Bom dia? ÓTIMO dia.

~~<3~~

Agora é hora do almoço e eu estou surpreendentemente sozinha na mesa em que sempre almoçamos. É meio estranho todo mundo ter sumido, mas de um jeito legal. Eu sinto que algo vai acontecer, sabe?

- Oi! – me virei pra trás, bem a tempo de ver Tom praticamente jogar a bandeja na mesa. Ele se sentou ao meu lado. – Cadê todo mundo?

Franzi a testa.

- Você também não sabe? Eu achei que estivessem armando algo.

- Não sei de nada. – respondeu Tom, ajustando o gorro verde na cabeça. E, sim, ele está com o casaco verde de sempre. – Estranho.

Apertei a bochecha esquerda dele. Eu já disse que amo aquela covinha?

- Oi, gente! – Danny se sentou na minha frente, seguido de Dougie, que estava mais preocupado com sua bandeja cheia. – Cadê o Harry e a ?

- Provavelmente se pegando por aí. – Dougie exclamou, com um sorriso malicioso. Quando ele viu que eu o olhava, rapidamente abaixei a cabeça. – Aquele traidor...

- Você foi muito lento. – minha boca soltou, antes que eu pudesse guardar o pensamento pra mim. Boca traidora! – Bobeou e perdeu o bofe, Doug.

Danny começou a gargalhar, o que te faz rir também, já que o menino de Bolton tem a risada mais escandalosa do mundo. De modo que, segundos depois, nós quatro ríamos feito hienas, chamando a atenção de todo mundo.

Só parei de rir quando vi andando na direção da nossa mesa, toda vermelha. Aí olhei pro outro lado e Harry também vinha andando. Dougie imediatamente se levantou e apontou um dedo pra ele.

- Se pegando com a ! Eu não agüento traição!

sentou-se ao lado de Dougie, e Harry perto de mim.

- Idiota. – ela disse, ainda ofegante. – Conta pra ele o que estávamos fazendo, Haz.

- Nós estávamos fazendo algo bem safado. – ele deu uma piscadela, e os meninos deram sorrisos maliciosos. – Ok, mentira, parem de imaginar isso. Eu e fomos...

- Não precisa falar! – Tom interrompeu, com a boca cheia de frango. Ew!

- Posso falar, por favor? Vocês vão ficar com pensamentos pervertidos! Sobre a minha garota!

Eu soltei um “aaaww” bem alto, que me fez ficar vermelhinha. Eu disse, eu sou muito romântica! Não posso ouvir uma coisa bonitinha e já fico boba...

, você não tem jeito.

- Eu e a estávamos ajudando a tirar neve dos portões, afinal, ninguém quer ficar preso na escola. Por isso que cada um veio de um lado. – Harry passou a mão pelo cabelo arrepiado. Eu adoro o cabelo dele assim, escuro e arrepiado! Ele fica a CARA do James Potter, tirando o olho azul. – Falando sério, o que vocês acham que a gente tava fazendo?

- O mesmo que o Dougie quer fazer com a , HAHA! – arregalei os olhos pro Jones. Dougie deu um tapa na cabeça dele, com uma cara engraçada. – Ai, Douglas!

- DOUGIE. – Dougie gritou, irritado. Adoro quando ele se irrita, porque os olhos dele ficam menores ainda – é tão bonitinho o jeito como ele quase não tem olho! – Não é Douglas, é Dougie!

- Mas às vezes você me chama de Daniel. Eu preciso de um nome pra chamar você, ué! Um nome de verdade!

- Dougie é um nome de verdade. Você é um invejoso, Daniel! – Doug passou uma mão no cabelo e voltou a comer um bombom qualquer.

- O único que tem nome de gente aqui sou eu. – disse Tom, estufando o peito. – Thomas Michael Fletcher. Soa bem, não soa?

- Não tanto quanto o meu nome. – Harry levantou uma sobrancelha, de novo. – Não é, ?

- Você pergunta pra mim porque acha que eu vou te apoiar?

Aaaai, essa doeu! Terminei de mastigar a última parte do meu hambúrguer e dei risada, só parando quando me obriguei a tomar refrigerante. Eu amo comer!

Deve ser por isso que me chamam de balofinha. Mas eu supero.

- Eu apoio você, Harry. – exclamei, numa voz meiga. Entrelacei nossos braços e mostrei a língua pra . – Viu, ? Assim ele vai te largar pra ficar comigo.

- Você me trocaria, Harold? – perguntou , batendo a mão na mesa. Dougie observava os dois, aparentemente não entendendo nada.

- Pela ? Claro! – mais risadas. piscou pra mim e fez uma falsa cara magoada (que é tão boa que só EU sei diferenciar, obrigada).

Aí Harry fez a coisa mais fofa do mundo: foi até ela, passou os braços por seus ombros e disse alguma coisa em seu ouvido. Então tascou o maior beijão!

- Vão para um quarto! – Tom, maldoso, jogou uma batatinha em Harry, que voou pro cabelo de Dougie.

- Opa, batata! – então o nojento do Poynter pegou a batata do cabelo e... comeu!

Por que é que eu gosto dele mesmo?

- Que nojo, Dougie! – fiz uma careta. Porque apesar de morrer de vergonha perto dele, conversar com ele é a melhor coisa do mundo.

- Eu sou uma graça e sei disso. – ele deu um sorrisinho. – Não sou?

- Se não fosse tão nojento...

- Você quer dizer que eu não sou uma graça?

Doug se levantou da mesa, com uma cara sapeca. E, ah, eu sei que vocês devem estar de saco cheio de eu o comparar a uma criança, mas é verdade... Ele fala, age e parece com uma!

- Quero. – abri um sorriso também, deixando de mexer no copo vazio de refrigerante.

- Retira o que você disse! – ele exclamou, andando na minha direção.

Acho que nem preciso falar que meu coração disparou e que meu sorriso – egocêntrico – dobrou de tamanho.

- Acho que não! – desafiei, me virando pra ele.

Então ele fez algo realmente inesperado: sentou-se de frente pra mim, com uma perna de cada lado do banco, e esticou as mãos... E começou a fazer cócegas! Na minha cintura!

Eu não sabia se ria pelas cócegas ou pela sensação boa que ele me proporcionava.

- Doooooooougie, pára! – gritei, entre risadas, me contorcendo toda. Eu estava rindo tanto que nem consegui olhar nos olhos dele.

- Diz que eu sou uma graça! – Dougie pediu, ainda me segurando com força.

- Você é uma graça! – embora eu não quisesse que Dougie me largasse (huuuum!), acabei falando o que ele pediu, pois já estava completamente sem ar. Droga. Odeio perder.

Ele me largou, mas não saiu do meu lado. Lentamente levantei a cabeça pra ver que não tinha ninguém na mesa além de nós dois, e me virei pra ele.

- Cadê o pessoal?

- Não tenho a menor idéia!

- Então sobramos...

De um lado, eu esperava que Dougie fizesse alguma coisa, sabe? Mas de outro, eu só queria sair dali e... sei lá... refrescar a cabeça. É meio estranho quando o menino por quem você está – perdidamente – apaixonada vem e te faz cócegas do nada, só porque você disse algo que não o agradou.

- Vamos pegar sorvete? O sinal vai bater daqui um minuto. – ele passou uma mão pelo cabelo loirinho (eu confesso que sou uma besta apaixonada... Não ria!).

- Ah, eu estou com preguiça de ir lá. A sala de História é logo aqui... – apontei pro corredor próximo e pra tia do sorvete lá longe.

Naquela hora, eu jurei que ele ia simplesmente dar as costas e pegar seu sorvete... Mas sabe o que ele fez? Disse que pegaria um pra mim, e que era pra eu esperar ali, enquanto ele vinha!

E se ele não tivesse voltado com o meu sorvete preferido, morango, exatamente do jeito que eu gostava, eu nunca teria cogitado a possibilidade de, hm... ele também gostar de mim.

CAPÍTULO III <3 first time that I saw her she stole my heart (Met This Girl – McFly)

Quinze de dezembro. Outra segunda-feira maravilhosa… ou não. Lembra de quando eu disse, há uma semana, que poderia haver a possibilidade de Doug gostar de mim? Eu acho que estava errada. Passou-se mais uma semana e ele não deu o menor sinal de nada, pra falar a verdade.

É por isso que eu estou sendo a primeira a chegar na classe, dez minutos antes do normal. Eu sou realmente anormal.

Mas é que... Eu vou me mudar pra Aberdeen assim que acabar o ano letivo, sabe? E provavelmente vou voltar pra passar só o último semestre antes de nos formarmos. E eu queria que algo sólido acontecesse bem antes disso. No Natal seria perfeito, na verdade – esse ano, decidimos passar o Natal juntos, aqui em Londres mesmo. E eu sempre sonhei em receber uma declaração no Natal, tão brilhante quanto as luzes que enchem a cidade...

Meio patético, eu sei, mas eu disse que sou uma romântica enrustida. Eu acho que não tenho muita culpa disso, porque não fui lá e disse “seja romântica, ”, acho que simplesmente nasci assim. Uma boba apaixonada.

Aí veio o Dougie, e, bom, você imagina... Totalmente o contrário do meu protótipo de menino perfeito. Tímido perto de todos menos os amigos, baixinho, loirinho, olhos minúsculos, cara e voz de criança, meio estranho, com um gosto mais estranho ainda para baixos... Ele é tão diferente que acho que foi por isso que eu caí de quatro por ele no instante em que o vi. E caí ainda mais quando o conheci de verdade.

Eu até gosto de quando ele canta, e ele parece uma criança cantando – não foi abençoado (?) com vozes tipo a do Fletcher e a do Jones; não falo do Judd porque nunca o ouvi cantar. Acho que gosto até do sorriso que ele não sabe dar... Você já viu o Doug sorrindo? Ele não sorri totalmente, parece querer esconder o sorriso. Estranho. Mas eu adoro.

Ok, a classe está começando a ficar cheia, mas nem sinal dos meus amigos... Claro que tem os colegas de classe, mas eles não são a mesma coisa.

Ai. Tem alguma coisa puxando meu cabelo.

- Oi, amor! – a definição de “alguma coisa” é , que está puxando uma mecha do meu cabelo, aparentemente sem motivo. – Você viu o recado que eu deixei na sua caixa postal ontem?

- Não. – franzi a testa. – Queria falar comigo?

- É, e você saiu o dia todo. Até tentei ligar pra sua mãe, mas não atendia... – ela jogou a mochila na carteira atrás da minha.

- O que foi? – me virei pra trás, de mau jeito.

deu um sorrisinho, enquanto arrumava a franja, que caía no olho. Quando a franja dela estava grande, como agora, e caía no olho, me lembrava um pouco o cabelo loiro meio dourado do Doug caindo no olho azul dele.

Aparentemente, eu vejo o menino que eu gosto no menor gesto da minha melhor amiga. Acho que estou começando a ter sérios problemas.

- Queria te chamar pra comprarmos os presentes dos meninos... O seu eu já comprei. – ops. Eu não comprei o dela. – É que o Natal está chegando, e as aulas param na sexta... As lojas vão encher, sabe?

- Quer ir hoje?

O rosto dela ficou meio vermelho.

- Eu vou sair com o Harry... – sorriu, envergonhada. – Amanhã podemos matar a aula da Townley. Quer?

- Matar aula? VOCÊ? – arregalei os olhos. Cacete! NUNCA matou aula – eu acho. – , o que aconteceu pra você ficar maluca desse jeito? Me conta quem fez isso que eu vou lá e bato.

- As aulas só vão voltar dia cinco de janeiro... Pra que se preocupar com elas agora? – ok, ela está certa.

- Fechado, então! – apertei a bochecha dela, enquanto ela gritava de dor. Eu adoro as bochechas da , gente! São aquelas que não são grandes, mas são simplesmente apertáveis, sabe?

Eu não acredito que estou falando sobre a bochecha dela.

- Bom dia! – uma voz grossa disse, fazendo com que eu soltasse e olhasse pra cima. – Oi, ! – Harry deu um beijo na minha bochecha, e colocou a mochila na carteira ao lado da minha. Atrás dele ficava o Dougie, atrás de mim o Tom e na frente da , o Danny. Nós temos o canto esquerdo da classe, sabe?

- Bom dia, Haz. – mas franzi a testa pra ele ao ver que ele nem deu oi pra . – Você não vai dar oi pra ela?

- Eu não. – ahn... – Ela que tem que me dar oi.

- É melhor continuar esperando sentado. – Harry deu uma piscadela pra mim, e fez uma cara de descaso pra . Cara, eu me racho com esses dois. – Cachorro.

- Aw, ficou brava! – Tom disse, depois de acenar pra gente e se afundar na carteira. – Cara, eu to morrendo de sono!

- Noite boa? – Harry indagou, depois de um longo bocejo.

Evitei olhar pra , sabe como é, pra não dar risada.

- Ótima, dj. – Fletcher fez uma cara safada. Eu prefiro nem imaginar como foi a noite dele...

- Dj? – indagou, esfregando os olhos. - Dj me lembra a musica da Rihanna, aquela Pon de Replay, sabe? Que, assim como as musicas dela, parece macumba.

- Rihanna é outra que faz funk dos demo. – concordei, arrancando gargalhadas. – Pessoal, vocês já repararam que a gente fala dos mais variados assuntos? Tipo... É tão mágico...

- Nossa amizade é mágica. – Tom deu um sorriso orgulhoso. – Cara, acho que é o espírito natalino.

Demos algumas risadas e continuamos falando merda até a professora chegar. Meu sorriso bobo ficou no meu rosto o tempo todo, e continuou lá até o dia seguinte.

~~<3~~

“Mais um almoço de terça-feira” foi o que eu pensei quando saí da nossa classe no dia seguinte. Estava por último, como sempre – o professor do terceiro tempo, Narcisso, adora me prender lá – e cheguei atrasada na mesa de sempre. Todos já tinham almoçado, menos eu.

Você não acreditaria no que aconteceu depois disso...

Lá fui eu, toda bobona e cheia de mel (?), sentar no canto do banco, quando vi uma cena estranha: Danny estava sentado na mesa, e no banco abaixo dele, tipo no meio das pernas dele sabe? E ele passava os braços pelos ombros dela. Minha vontade foi de gritar “OWN” porque eu sempre achei que a e o Danny combinassem, mas o Harry também combina, e muito. Então sentei-me ao lado de Dougie (juro que era o lugar mais seguro!) e procurei Harry com o olhar. Ele estava de pé numa rodinha, com os meninos do cricket, aparentemente tentando sair dali e não conseguindo. Só pela expressão dele deu pra ver que, em breve, Danny perderia as duas ou três células cerebrais que lhe restavam.

- Eles não são fofos? – soltei, baixinho, aproximando-me de Dougie só para ninguém mais ouvir. – Digo, juntos?

- A namora o Harry. – Dougie exclamou, como se eu fosse burra. Arregalei os olhos, mostrando que ele estava falando alto demais, e ele se aproximou ainda mais de mim. – Não o Danny.

- Eu sei, mas eles não ficam lindos juntos? Claro que ela fica com o Harry, mas sei lá...

Fiquei olhando Danny tentando ver se a franja da estava torta, evitando pensar na nossa proximidade. Pareceu uma daquelas cenas de livros, sabe? Só que eu não fiquei inebriada pelo perfume dele e nem senti sua respiração em minha bochecha. Acho que é porque estávamos num banco duro, num refeitório cheio de gente.

- Olha. – ocupei minha boca em falar, tirando a muito custo o olhar dos lábios pequenos de Dougie. – As franjinhas. O sorriso. Até o formato do rosto... – soltei um suspiro apaixonado, e me virei para encarar Dougie.

Ele me pareceu estar dividido entre a risada e a vergonha.

- Quero só ver o que o Harry vai fazer...

- Se ele não percebesse que eles ficam bonitinhos juntos, não ficaria tão aborrecido. – puxei a manga do casaco dele. – Olha, Doug, que lindo! Ele passou os braços pelos ombros dela e apoiou o queixo em sua cabeça!

- Você acha isso fofinho? – Dougie indagou, com uma cara confusa. Eu quase pedi pra ele repetir o “fofinho” de tão... fofinho que ele ficou ao fazer isso!

- Acho. – olhei pra ele novamente. Aí ele piscou pra mim – com os dois olhos, digo – e sentou-se na mesa, com dificuldade (e derrubando a faca do Tom, que estava ocupado demais paquerando uma menina para notar). E sabe o que mais?

Ele se colocou exatamente na mesma posição em que Danny e estavam, e passou os braços pelos meus ombros!

Não, eu quase não morri.

- Gostou? – perguntou Dougie, todo empolgado. Ele estava me apertando um pouco demais, mas acho que foi bom pra primeira tentativa! Ele é totalmente o contrário de fofo e delicado, sabe? Só eu consigo achá-lo fofo.

- Ah, eu, hm, gostei! – gaguejei, tentando tirar o sorriso bobo do rosto. – Eu não sabia que você conseguia ser fofo.

Surpreendentemente, ele não respondeu, mas eu acho que preferi assim. Era tão bom estar ali, entre os braços dele, agora realmente sentindo um perfume e a respiração dele (só que no topo da minha cabeça)... Até parecia que meu presente de natal estava meio adiantado.

~~<3~~

Provavelmente você está cansado da minha narração seca e monótona (eu disse que era capaz de colocar mais uma palavra no meu pequeno vocabulário!), mas eu não vejo outro jeito de contar com detalhes o que aconteceu. Talvez o fato de eu contar sempre das segundas-feiras enjoe um pouco, mas é verdade: as coisas boas sempre acontecem nesse dia. Depois de dois dias inteiros sem vê-lo, é natural que eu adore o primeiro dia depois desse longo tempo.

Mas a segunda-feira seguinte era dia vinte e dois, e já não tínhamos mais aula. Eu e fomos comprar os presentes de Natal na sexta-feira, então estávamos completamente livres. Mas nossa ceia estava combinada para oito horas do dia vinte e quatro, na casa do Tom. Como eu ficaria até lá? Quatro dias inteiros sem ver Dougie?

Acabei aceitando meu cruel e frio destino. Quando foi quarta-feira – eu acordei nove da manhã. Quando finalmente percebi que era Natal, abri um sorriso. Eu amo o Natal, suas luzes e a alegria que ele traz. E meu Natal vai ser tão especial esse ano...

Decidi ligar pra pra ver se estava tudo em cima. Acho que estava meio paranóica. Viu o efeito que Poynter tem em mim?

- , tudo certo pra hoje, né? – indaguei, assim que ela atendeu o celular, depois de três toques.

- Aham. – concordou ela, com uma bela voz de sono.

- Quer passar aqui quando estiver indo?

- Aham. – mais um bocejo.

- E , você acha que vai acontecer algo especial hoje? – mais um ‘aham’ como resposta. – , você ESTÁ prestando atenção em mim? – agora fiquei no vácuo. – !

Esperei mais alguns segundos, mas, como não tive resposta, desliguei. Não tem como lutar contra em seu maior estado de sonolência. É por isso que eu digo que ela e o Jones combinam: lerdos até pra acordarem. Que Harry nunca me escute falando isso.

Aaahh! Quer saber como terminou aquela ceninha de segunda-feira, certo? Bom, depois da aula, Harry puxou pra longe de todo mundo e perguntou o que estava acontecendo. Ela falou que não tinha absolutamente nada – só estou repetindo o que ela me contou, ok? – e que ele não tinha motivo pra ficar bravo. Mas como o Juddy é um namorado ciumento, ele falou que adorava a amizade dos dois, mas se abraçarem daquele jeito era demais pra ele, o incomodava. Enfim, resumindo, ficou tudo bem.

O abraço que o Doug me deu? Depois do sinal indicando que deveríamos voltar para a aula, não aconteceu mais nada, inclusive no resto da semana. Mas eu senti alguma coisa diferente, sabe? Talvez porque algo estivesse diferente. Eu só não tinha descoberto o que era esse algo.

De qualquer forma, agora são quatro e meia da tarde e eu estou rolando na cama, toda ansiosa. Por que o tempo não passa logo? Eu gosto tanto do Natal, e ele não colabora comigo...

Pela milésima vez, fui checar minha roupa: all star vermelho, meias de lã , meia calça bem grossa, branca, saia rodada vermelha, casacão verde e blusinha verde por baixo, gorrinho de natal, luvas. No meu ver, estava perfeita, mas quando é que minha noção de moda funciona? Minha melhor alternativa era ligar pra pela terceira vez no dia e enchê-la até ela me ajudar. Eu disse, eu não vivo sem a minha melhor amiga.

De modo que lá estava eu novamente, discando o mais que conhecido número da . Desta vez, ela me atendeu um pouquinho mais animada (considerando que eu liguei para ela às nove e depois às onze).

- , quer vir pra me ajudar com a roupa? Aí qualquer coisa eu te ajudo também... – exclamei, esquecendo a parte do alô.

- Tudo bem, mas eu vou demorar um pouco, ok? Estou na casa do Haz. respondeu, enquanto Harry ria ao fundo. Sabe, eu nem pergunto o que ela faz quando vai até a casa dele. – Harold, cala a boca!

- Manda um beijo pra ele. – eu disse, examinando mais uma vez a sacola de presentes. – E não demora muito, tá?

- Ele mandou outro, e pode deixar que eu não demoro. Beijo, amor!

Então ela desligou na minha cara, mas isso a gente pode ignorar.

Como ficar narrando o que eu fiz durante as horas mais tediosas da minha vida é extremamente chato, vamos pular para a parte em que tocou a campainha de casa, uma hora depois. Minha mãe, que a adora, alugou-a para um papinho e até um CHÁ, mas eu logo a arrastei para meu quarto.

- Dá uma olhada. – murmurei, fechando a porta. – Tá boa?

já estava vestida: bota fofinha, vermelha, uma meia calça parecida com a minha, short verde, casacão vermelho e chapéu de Natal, com um L bem no meio. Enquanto ela parece uma bonequinha de porcelana (edição especial de Natal!), eu pareço um trasgo fumante.

- Tá ótima, amor, não sei porquê o piti! – ela riu da minha cara, sentando-se na minha cadeira giratória. – Tudo isso é pro Doug?

- Em parte. – confessei, sentindo minhas bochechas arderem.

- Você e seu amor brilhante...

- Amor brilhante?

revirou os olhos.

- Você não disse que queria algo brilhante? E não é apaixonada pelo Dougie? É só juntar... – ela juntou as pontas dos dois indicadores. – Amor brilhante. Entendeu?

- AAAAAHHH! – dei risada. – Peguei, ! – só porque ela odeia quando a chamo pelo nome. – Mas diga. Quando vamos pra lá?

- Quando for mais tarde, ué. Ou quer andar até a casa do Danny pra andarmos juntos até a casa do Tom?

Abri um sorriso, enquanto concordava com a cabeça, entusiasmada. fez uma cara de “eu não acredito que você acreditou em mim”, mas eu sacudi os ombros dela.

- Por favor, vamos! A gente vai devagar...

- Você sabe que o Danny mora bem longe daqui, não sabe? – ela indagou, tirando minhas mãos de seus ombros. – E que nós vamos parecer duas palhaças?

- Sei. – fiz que sim com a cabeça, parecendo uma criança.

- . Era brincadeira!

- Tenho dito! Você só me engana, - acertei um tapa na testa dela. – mas desta vez EU vou ganhar. Nós vamos descer agora e andar até a casa do Danny.

Foi o que realmente fizemos. Saímos de minha casa dez pras seis... Chegamos lá sete e dez, completamente cansadas, morrendo de sede. E Danny, adivinhe só... Demorou dez minutos pra nos atender e surgiu na porta de meias, uma boxer do Frajola e um gorro verde.

- Oi, Danny! – exclamei, beijando a bochecha dele e entrando na casa, sem a menor vergonha.

Não vi o que aconteceu depois, mas, quando entrou e postou-se ao meu lado, estava com as bochechas vermelhas. Lancei-lhe um olhar enviesado, mas achei melhor não perguntar nada ali.

- O que estão fazendo aqui? – indagou Danny, muito lentamente, tirando o cabelo do olho com a mão imensa. – Não é na casa do Tom?

- É, mas decidimos passar aqui antes. – respondi, já que não dava sinal de vida.

- Por quê? – ele fez uma cara confusa, de quem não está entendendo.

Pra variar.

- estava ansiosa demais, não conseguia esperar, sabe? – menti descaradamente, vendo Danny fechar a porta e sinalizar os sofás fofos da sala.

Nos sentamos lá, , eu e Danny, exatamente nessa ordem. A casa estava quentinha e não tanto bagunçada quanto eu achava que seria durante as férias de Jones.

- Cadê seus pais? – questionei, puxando uma almofada pro meu colo.

- Saíram... Eu fiquei aqui, dormindo.

- Que surpresa, não? – só eu dei risada. Quando fui protestar com meus dois amigos, vi que eles se encaravam de um jeito meio assustador. – Ahn... O que está acontecendo?

tinha uma cara séria e aborrecida, e Danny a encarava com uma expressão desafiadora.

- Pára, Danny. – ela murmurou, me ignorando. – Já chega disso!

- Tem certeza? – indagou Danny, suavizando um pouco a expressão. No meio dos dois, eu estava tipo, “O QUÊ?”. – , a gente já conversou sobre isso...

- Eu que digo isso pra você!

- Ei, alguém me explica o que está acontecendo? – interrompi, totalmente perdida.

Eles dois se entreolharam e depois olharam pra mim.

- Parte do presente de Natal do Danny pro Harry é deixá-lo com ciúmes. E fazer todo mundo pensar que tem alguma coisa entre a gente. – explicou, evitando o olhar de Danny. – Mas eu não quero isso, porque parece...

- ...que é verdade. – completei, virando-me pro Danny. – Danny, é verdade?

- O quê? – ele perguntou, com uma cara engraçada.

- Que tem alguma coisa entre vocês.

Senti que Danny queria dizer algo como “por causa dela, não” porque ele mordeu os lábios, mas foi mais rápida e me deu um tapa na cabeça.

- Claro que não. O Danny – ela se levantou, e sentou-se ao lado dele. Passou uma mão pelo cabelo de Danny e apertou a bochecha dele com a outra. – é meu melhor amigo, apesar de me irritar.

Sei...

CAPÍTULO IV <3 you shine brighter than anyone does (Brighter – Paramore)

Eu mal posso acreditar que estamos todos aqui, na enorme sala dos Fletchers, apenas com a luz da lareira e das (muitas) luzes de Natal. Eu, , Harry, Danny, Tom e Dougie. Às vezes, Carrie, a irmã do Tom. Já são dez da noite – Dougie e Harry ACABARAM de chegar – e nós estamos nos levantando pra comer.

Meu estômago de balofinha quase não agüentou esse tempo todo, mas a vida continua.

Peguei o último lugar restante na mesa para seis, na ponta, ao lado de, bem, Dougie. Ele estava mega fofo com uma calça (!) jeans escura, casaco da Hurley e All Star preto. Até mesmo o ridículo gorro de papai Noel ficava lindo na cabeça dele.

- Acho que temos que brindar. – Harry exclamou, antes que atacássemos o peru. – À nossa amizade.

Ele abriu (com muito esforço) um champanhe enorme e deu um pouco em cada taça. Era incrível ver como aqueles cinco idiotas de gorro podiam fazer meu Natal tão especial.

- À nossa amizade. – o uníssono foi seguido pelo barulho de taças batendo. Quando bati a minha na de Doug e o encarei, – ele tinha aquele sorriso minúsculo estampado no rosto – até o champanhe pareceu mais gostoso.

Então atacamos a comida. Peru, hambúrguer (?????), frutas, Panettones, bolos natalinos, vinho e mais bebida. Uma hora inteira depois, nenhum de nós conseguia colocar mais uma colher de comida na boca, então fomos para o meio da sala, cada um com seu saco de presentes. A melhor hora do dia... espere só até Dougie ver meu presente...

- Posso começar? – perguntou , toda alegre. Eu e os meninos sentamos no chão, a uns cinco metros da lareira, e ficou bem na frente dela, com um saco enorme. – Bom, pro Tom – ela jogou uma caixa enorme, vermelha. – um moletom dos Ghostbusters. Pro Dougie, - mais uma caixa vermelha. – os CDs do Blink 182 que faltavam para sua coleção. Pro Danny, - instintivamente, olhei pra Harry. Ele tinha uma expressão completamente normal! (também, depois dos pegas que eles deram na sala...). – uma enciclopédia, atendendo o pedido do Tom de educar a criança. Pro Harry, - um pacote verde voou pela sala. – baquetas personalizadas por mim, com canetinha, adesivos e tesoura. E pra ... – ela me jogou uma caixinha pequena.

Abri a caixinha. Continha uma correntinha pequena, de prata (!), com metade de uma flor. O botão da flor era um coração. Quando ela se sentou ao meu lado, tirou o par da correntinha de baixo da blusa e sorriu.

OWN!

- Minha vez. – Tom foi até lá, e jogou todos os presentes de uma vez. – Pro Dougie, um lagarto de pelúcia. – o pacote era ENORME! – Pro Harry, uma camisa da FSS². Pro Danny, um livro de Como Conquistar as Garotas. – demos risadas... Coitado do Danny! Só recebe presente pra ser zoado... – Pra , um cachorro de pelúcia, que é a cara do Doug. E enfim, pra , os três DVDs de De Volta Para o Futuro que ela tanto pediu pra mim.

Mais aplausos. Eu coloquei a correntinha no pescoço e segurei meu ENORME cachorro de pelúcia entre os braços, evitando olhar pra Dougie. À medida que os outros davam os presentes, meu coração acelerava mais e mais. O que será que ele ia me dar...?

- Sou eu agora! – Danny foi até lá, e quase entrou na lareira com a empolgação. – Pro Harry, eu comprei um macaquinho baterista... Macaquinho porque eu adoro macacos. – ele entregou um pacote pro Haz. – Pro Tom, um moletom do Star Wars. Pro Doug eu não comprei presente, porque EU já sou um presente... Pra – ele jogou um pacote pequeno na minha mão. – um perfume que eu adorei. Minha última namorada costumava usar um parecido...

Ok, eu fico ofendida ou me sinto elogiada?

Depois de muitas risadas, Danny fez sinal para que calássemos a boca.

- Ah, esqueci de uma coisa! Harry, eu estava daquele jeito com a porque queria ver sua reação... Ajudou na decisão de comprar um macaco ou um veado. – mais algumas risadas. – Enfim, pra eu comprei... Ahn... Abra. – ele estendeu um pacote rosa e todo bem feito a , que sorriu, surpresa.

Ela abriu o pacote: era a blusa rosa, que parecia de seda, mais linda que eu já vi!

Acho que vi um pouco de ciúmes nos olhos de Harry quando puxou Jones pra um abraço bem demorado, mas vamos abafar.

- Sou eu agora. – Harry disse, quando todos voltaram pro chão. – Pra , eu comprei uma saia havaiana.

- AAAH, COMO VOCÊ SABIA? – gritei, correndo até ele pra pegar o embrulho roxo. Rasguei-o de um jeito feroz (?) e selvagem (?) e tirei a saia estampada mais linda de todo o mundo. – Que linda!

Dei um abraço ainda mais demorado que o de Danny e , de tão feliz que eu estava.

EU AMO SAIAS HAVAIANAS! NÃO DE HAVAIANA, MAS DO HAVAI MESMO!

- Pro Tom, uma guitarra de pelúcia, porque ela é fofinha. – coro de “aw!”. – Pro Danny, uma camiseta xadrez que não parece toalha de mesa roubada de restaurante. – coro de risadas. Eu já disse que o Harry tem o poder? – Pro Doug, amor da minha vida, um coração de pelúcia.

Ele estendeu o maior pacote de TODOS. De lá, Doug tirou um coração de pelúcia quase do tamanho do saco.

- Aah, amor! – Dougie disse, numa voz gay. – Meu príncipe!

Olhei pra . Grande erro... começamos a rir feito duas retardadas.

- Posso terminar, por favor? – enxuguei as lágrimas que saiam de meus olhos. – Agora, pra minha namorada... Bom, todo mundo sabe que ela é maluca pelos Estados Unidos. Eu não posso levá-la pra lá, então trouxe um pouquinho de lá pra ela... – ele deu um embrulho longo e prata pra . Ela abriu, toda cuidadosa, e tirou de lá uma miniatura da estátua da liberdade, perfeita, enrolada por uma correntinha com um pingente de “H”.

Pulemos a parte em que eles dão o maior beijo de cinema.

- Quem vai por último? – Tom indagou. – ou Dougie?

- Eu vou por último. Sem discussão. – Dougie respondeu, com um sorriso safado.

Hesitando, fui até a frente da lareira. Meu coração estava a mil – mais do que jamais estivera – e eu sentia meus dedos tremularem ao puxar a sacola de presentes.

- Bom, - comecei, meio trêmula. – pro Tom, eu comprei um baralho especial, já que ele ama jogos de cartas. – joguei o pacotinho pro Tom. – Pro Danny, comprei um perfume ótimo, pra ajudá-lo a ficar com alguém. Pro Harry, eu comprei uma camisa da FSS, porque todo mundo sabe que ele ama essa marca. – aí eu parei um pouco. Deixar Dougie por último não faria tudo meio óbvio? – E, ahm, pra ... A bandeira do Texas... Autografada pelo Bowling for Soup. E agradeça ao Ebay. – me virei para Dougie. – Pro Doug eu comprei aquela Hurley edição especial que a mãe dele nunca o deixou comprar.

Naquela hora, eu juro... todos os outros desapareceram. Só havia Doug e eu, eu e Doug. Quando eu andei até ele pra dar o pacote do presente, nossos olhos se encontraram, e eu não sei como explicar o que vi lá. Só sei que era bom.

Mas era hora do presente dele. Eu queria tanto que algo acontecesse... Mas o que pode acontecer? Eu sou uma idiota por ter esperado por isso praticamente o mês todo. Qual era a chance de eu achar meu “amor brilhante” na primeira noite de Natal só com meus amigos?

- Então. – Dougie estava lá na frente da lareira. – Tipo, eu nunca sei o que comprar... Enfim, pra eu comprei o DVD do Green Day. Pro Tom, o CD dos Arctic Monkeys. Pro Danny eu não comprei nada... Mentira, eu comprei várias palhetas legais. Pro amor da minha vida, também conhecido como Harry, uma camisa da Hurley que eu também tenho, pra podermos ser dois vasos felizes. E pra ...

Prendi a respiração, mas fui desconcentrada por uma risada ao meu lado. Tom, Danny, Harry e olhavam pra mim de um jeito engraçado, prendendo a risada. Eles sabiam o que ele ia me dar, e algo me dizia que estavam planejando isso há anos.

POR QUE ISSO NÃO ACABA LOGO?

- Eu não sabia o que COMPRAR, e acabei não COMPRANDO nada. Mas eu consultei seus amigos... não bata neles, ok? Eu que fiz com que eles contassem tudo... – TUDO? Como assim? – E tenho uma coisa pra te dar, só não sei se vai ser um presente...

Pisquei os olhos lentamente, resistindo a desviar o olhar pras luzes quase mágicas da sala de estar dos Fletchers. Graças à lareira e às luzes vermelhas, e amarelas, os olhos dele pareciam . Como os meus.

- Lá vai.

Esperei que ele tirasse alguma coisa do bolso ou algo assim. Não esperei que ele fosse se ajoelhar na minha frente, mandar os amigos se ferrarem pelo canto da boca, passar as mãos pelas minhas bochechas e... bem... me beijar.

Me beijar. Não é brincadeira.

E eu não conseguia decidir se me concentrava nas minhas mãos passeando pelos cabelos dele ou no fato de que ele estava me beijando. Ele estava me beijando. Dougie Poynter estava me beijando.

Até que, enfim, nos separamos. E só posso dizer que ele é ainda mais bonito de perto.

- Você se importa se eu ler o que escrevi pra dizer agora? É que tipo... a me disse que você queria algo como um amor brilhante, e eu acho que consegui a parte do amor, mas não a do brilhante... E escrevi uma coisa que pode até ser considerada brilhante... Está no meu bolso.

Quase virei o rosto pra bater na , mas encarar os olhos azuis esverdeados de Dougie tão perto dos meus era melhor. E eu não precisava que ele dissesse que era meu amor brilhante... E eu já o tinha, o meu amor, e tenho certeza absoluta de que meus olhos estavam brilhantes, porque os dele também estavam. Brilhantes. Como as luzes do Natal.


¹ = sabem aqueles episódios da Up Close And Personal Tour, os mais recentes, da turnê das arenas? No segundo episódio (UCAP Season 2, Episode 2) o Danny fala isso e é simplesmente hilário, por isso coloquei aqui.

tradução: oi gente! Como vocês estão hoje? Eu estou ótimo! Eu estive acampando!

² = Famous Stars and Straps.
Oi meninas! Sim, Luana aqui de novo :)) mas por uma boa razão. Essa fic foi um presente pra minha bundè lover balofinha manteiga steh prince martin best(a) number one Stefânia que você também chama de Téh *-* o aniversário dela foi dia 7 de dezembro, mas eu só tive coragem de postar agora, hehe. Então, eu acho essa fic a coisa mais fofinha! E eu não queria que ela fosse Poynter, mas dá muito trabalho mudar a personaliade e blá, então ficou assim. Bom, espero que vocês gostem, amores! Podem comentar ali, na caixinha de comentário (duh), com opiniões, ofensas, comentários, sugestões, desabafos e o que quiserem. E qualquer coisa, a culpa é da Téh! não vou nem falar que eu te amo porque acho que essa fic já prova isso x3

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