- De quem foi a idéia de vir para a Romênia, mesmo? - Reclamou null, tirando as malas do carro.
- Dos outros dois, óbvio! E justamente dos que não vieram com a gente! - Mencionou null, ajudando null.
- São idiotas o suficiente para não reservarem passagem... - Comentou o menino.
Os dois entraram em uma velha choupana. A porta estava um pouco emperrada.
- E os gênios se esquecem de reservar hotel para a gente! - Resmungou null, deixando as malas em um canto, assim como null.
A poeira levantou e null espirrou. Olharam em volta e notaram que no quarto havia apenas uma cama de casal.
- Cara, você vai para o chão! - Disse null, jogando-se na cama. Estava cansado.
- Antes isso do que dormir do teu lado... - Conformou-se o outro, jogando-se em um sofá rasgado.
A porta fechou sozinha com um estrondo. Os dois levaram um susto.
***
- Romênia, Romênia, estamos na Romêniaaaaa! - Cantarolava null, saltitante, enquanto dirigia um carro alugado.
Ao seu lado, uma menina se segurava como podia. Dirigir não era a melhor das habilidades da amiga.
- Eu sei, criança, calma! - Implorou null, com medo das manobras da garota.
- Nem acredito que estamos na terrinha do Drácula! - Berrou null, batendo palmas, fazendo com que null colocasse as mãos no volante.
- null, não é porque estamos em um lugar assustador que você tem que fazer desse passeio de carro um pesadelo... - Alegou null, apertando o cinto quando a amiga fez uma curva especialmente perigosa. - Sua louca! Eu não pretendo morrer hoje, não! A menos que eu seja mordida por um vampiro gato!
- Vampiros são morcegos, dude! Não gatos! - Afirmou null, fazendo uma baliza perfeita, e estacionando o carro na frente de um hotel com aspecto medieval.
null suspirou, aliviada. As duas saíram do carro e um garoto pálido foi pegar as malas. O hotel era aterrorizante. Parecia que o chão e as paredes foram corroídos por cupins e o cheiro de mofo era terrível. Um recepcionista, com um sorriso sádico, as levou até o quarto delas.
- Uau! - Exclamou null, entrando no aposento. Parecia um quarto saído dos filmes de vampiros.
null fechou a porta atrás de si.
- Tudo aqui tem que ser tão medonho? - Indagou null, desfazendo as malas. null fez o mesmo.
- Amiga, a gente está na Romênia! Se você quisesse algo que parecesse com um conto de fadas, fosse para a Disney! - Retrucou null, maravilhada com o lugar.
null tirou alguns DVDs de filmes de Drácula, um pote com sangue de mentira e umas fantasias da mala. null parou de desfazer sua mala, intrigada.
- O que é isso, garota? Não é Halloween! - Espantou-se a menina.
null riu:
- Ué? Se você vai à Romênia, tem que fazer como os romanos!
- Romenos?
- Você me entendeu! - Bradou null.
- Mas eu não vi ninguém vestido de vampiro por aqui! E esses filmes? Para quê? Temos tudo ao vivo, dude! - Argumentou null.
- Sei lá... Intuição! Acho que os filmes terão sua utilidade... E, quanto às fantasias, você ainda não entendeu o espírito! - Disse a rapariga, explicando a sua idéia para a amiga.
***
Os dois rapazes estavam tendo uma acalorada conversa sobre as coisas da Romênia.
- Claro que eu teria coragem! - Afirmou null, cruzando os braços. - Não tenho medo de um castelinho com lendas idiotas!
- Tem sim, cara! Ninguém em seu juízo perfeito iria até aquele castelo depois de meia noite! - Assegurou null.
- Eu vou!
- Duvido!
- Hoje, então?
- Feito!
- Mas você vai comigo!
- Combinado!
***
- Você achou mesmo que eu fosse usar essa fantasia? - Riu null.
As duas meninas estavam à frente do castelo. A Lua cheia iluminava todo o local. null estava vestida de vampira.
- Então você não vai? - Indagou, frustrada.
- Claro que não! Até porque é assustador! - Argumentou null.
- E você prefere ficar aqui sozinha? - Inquiriu null, fazendo cara de ponto de interrogação.
- Yep... Quem sabe algum turista não se perde por aqui? - Disse a menina, entre risos.
- Ah, você quem sabe! - Desistiu null. - Eu vou assustar os turistas!
- Sabe... Até agora eu não entendi... Por que turistas viriam até aqui à noite?! - Confessou null, sentando-se na grama.
- Dude, somos turistas, e cá estamos. - Lembrou-a.
null deu os ombros. null entrou no castelo, sorrateiramente.
Lá dentro tudo conseguia ser ainda mais assustador. A todo instante olhava para trás com a nítida impressão que alguém a estava seguindo. Subiu os degraus da escada principal e esperou lá em cima. Até a primeira vítima aparecer.
***
- O combinado era você vir aqui comigo! - Impacientou-se null, na porta do castelo.
- Então, eu vim! Agora é sua vez de entrar! - Justificou o garoto, olhando para null que estava 'autistando' na grama. - E eu imagino que aquela gatinha precise de companhia.
- Mas você disse... - Tentou null, mas fora cortado.
- Até, dude! Ou você está com medo? - Provocou null, dando as costas para o amigo e seguindo em direção à null.
null encheu-se de um ar corajoso e entrou no castelo. Estava tudo demasiadamente escuro. Andou um pouco até a beira da escada e ouviu um estrondo. Uma garota vestida de vampira saiu rolando escada abaixo. null levou um susto e em seguida começou a rir.
- Er... Bú? - Tentou null, mas estava toda desengonçada. null ria escandalosamente. - Sabe, era para você se assustar... E não ter ataques de riso! - Afirmou null, levantando-se com a ajuda do rapaz.
- Você não é das vampiras mais convincentes, chuchu! - Alegou null, arfante.
null se ajeitou.
- E você não é dos turistas mais tontos! - Retrucou ela.
- E isso é bom, não? - Perguntou null.
- Depende de que modo você vai usar a sua esperteza, dear... - Provocou ela, dando uma piscadela.
null mordeu o lábio.
- Você também é turista, não? - Indagou ele, chegando perto dela e constatando que ela era muito bela.
null percebeu o mesmo.
- Yeah, sou.
- A vampira de férias tem nome? - Panteou ele.
- Depende, o turista espertinho e muito sexy tem? - Quis saber a garota.
- null.
- null. - Apresentou-se, dando um beijo na bochecha do rapaz.
- O que faz aqui? - Interessou-se o menino.
- Assustando turistas. - Contou ela.
- Bom trabalho! - Zombou null.
A garota rolou os olhos:
- E você?
- Provando para o meu amigo que eu não sou um covarde. Porque ele preferiu ficar conversando com uma turista perdida lá fora. - Explicou null.
- Ih, então ele conheceu a null! - Disse, rindo.
Ouviu-se um barulho de porta fechando, e alguns morcegos voaram.
null apertou as mãos de null. Os dois coraram.
- O que foi isso? - Sobressaltou-se ela.
- Deve ser o null. - Deduziu o menino. - ! PODE SAIR, EU SEI QUE É VOCÊ!
Um silêncio assustador tomou conta do lugar. Podiam ouvir a respiração um do outro.
- Acho que não é esse tal de null, não! - Opinou null, mordendo o lábio (o que, na opinião de null, fora bem sexy).
Um barulho de passos retiniu no salão onde estavam e o lustre começou a balançar, mesmo sem vento algum. Os dois começaram a correr em direção oposta ao barulho. O chão rangia.
- Por que esse chão tem que ranger? - Resmungou null, parando perto de uma janela que parecia estar emperrada.
Eles ouviram uma risada sádica. null sentiu o estômago revirar.
- O chão ranger é o menor dos problemas... - Opinou ela.
- Como assim? - Retrucou null. - Você nunca assistiu filmes de terror, não? O chão range, a música de suspense no fundo, a risada sádica. Daqui a pouco vai aparecer um....
- null! - Berrou null abraçando a amiga.
null estava ao lado dela.
- Você deve ser o null, prazer, null! - Cumprimentou a menina.
- null, isso não é hora para apresentações! - Opinou null.
- Ah, null, esse aqui é o null! - Apresentou a menina.
null riu.
null gabou-se:
- Eu não disse que a risada foi do null?
- null, você riu há alguns minutos atrás? - Perguntou null.
- Não! Entramos no castelo agora! - Negou null.
null assentiu.
null sobressaltou-se:
- Então a porta está aberta?
Os quatro foram em direção à porta. Estava trancada.
- Mas estava aberta ainda agora! - Jurou null.
- A gente vai ter que achar outra saída. - Solucionou null.
Os três concordaram. Reviraram todo castelo em busca de alguma porta, janela, enfim. Não acharam nada. null era o único que ainda achava estranho o fato de null estar fantasiada de vampira.
Eles pararam em um corredor cheio de teias de aranha.
- Não tem saída! A gente vai ter que esperar amanhecer! - Previu null, emburrada.
null pegou na mão de null de novo. A idéia de passar a noite naquele lugar lhe dava arrepios.
- Já que vamos passar a noite aqui, podíamos aproveitar! - Propôs null, olhando para null e mordendo o lábio. A menina corou.
null encostou-se em um quadro na parede e uma passagem secreta se abriu atrás dele, fazendo com que ele caísse, e, consequentemente, null caísse por cima dele.
- Quando eu disse para aproveitarmos, eu estava brincando! - Zombou null.
null e null coraram.
- Vocês sentiram isso? - Perguntou null, parando de rir e apontando para o céu.
- O quê? Deus está olhando? - Debochou null.
null rolou os olhos.
- Não, sua poia! Vento! - Explicou null, entrando na passagem secreta.
- Onde tem vento, tem... - Começou null.
- Resfriado! - Completou null, despertando de um devaneio.
null olhou para ele com um olhar que dizia "vai à merda" e "não te conheço" ao mesmo tempo.
Os quatro entraram na passagem secreta que dava em um quarto que conseguia ser mais empoeirado que o resto do castelo. As aranhas andavam pelo chão, causando arrepios.
- Cadê o vento? - Indagou null à null.
- Ali! - A menina apontou para uma porta.
Os meninos pegaram uma madeira e tentaram abrir. Sem sucesso.
null pediu licença e tirou um grampo do cabelo.
- Queridos, nem tudo se resolve com a força! - Afirmou ela, tentando destrancar a porta com o grampo.
- null, você anda assistindo muito os filmes de espião! - Opinou null, esperando de braços cruzados.
- Calma, eu vou conseguir! - Indignou-se a menina, mexendo o grampo para cima e para baixo. - No filme do Tom Cruise isso sempre funciona.
Um barulho de correntes arrastando-se começou a ser ouvido no aposento.
- Vamos, null! - Apressou null.
O barulho ficou mais alto e null pôde avistar uma sombra se aproximando.
- Tem algo vindo para cá! - Anunciou ele.
- Joga aranhas nessa coisa, melancias, o que for, mas deixa eu, primeiro, abrir essa porta! É uma questão de honra! Se eu não conseguir, vou processar Hollywood por propaganda enganosa! -Gritou null.
- Menina, o filme é de "ficção científica", a palavra ficção te lembra alguma coisa? - Panteou null.
- Deixem de discutir! - Implorou null. - Depois vocês se comem lá fora, agora eu quero abrir essa porta.
null bufou e girou a maçaneta, abrindo a porta.
- Por que a gente não tentou isso antes? - Resmungou null, rolando os olhos.
Os quatro saíram correndo, aos risos. A porta dava, realmente, para fora do castelo. Pararam quando chegaram à estrada. Sentaram-se no meio-fio, arfantes.
- Eu nunca vou esquecer isso! - Jurou null, apoiando a cabeça no ombro de null.
- Nem eu... - Concordou o menino.
null olhou para o casal e riu:
- Cara, podem se beijar, eu sei que vocês estão querendo!
Sem que o menino terminasse de falar, os dois já começaram a se beijar.
null olhou para null, como se esse olhar significasse um pedido. Os dois também se beijaram.
null pausou o beijo.
- Que tal ir lá para o nosso hotel assistir uns filmes de Drácula que eu trouxe?
null assentiu. null também concordou, fazendo um barulho estranho com a boca, já que não parecia disposto a parar de beijar null.
- Eu sabia que aqueles filmes teriam alguma utilidade! - Riu a menina, voltando a beijar o garoto.
***
Na porta do castelo, certo recepcionista, com um sorriso sádico nos lábios, balbuciava:
- Turistas!
Fim!
Nota da Autora: Fic chapada, eu sei disso! Foi escrita no instante em q eu deveria estar estudando pra física! Foi feita em menos de duas horas, mas ficou feliz, não? Então comentem!
Ah... Um thank u para a Cine que betou minha primeira fic postada no ffadd e que vai betar essa ake! \o/