Changes
by Nine



xx

‘Droga, eu preciso ir ao banheiro! Mas... onde? Vai Dona null, vai beber água o dia todo!’ null pensava enquanto batia com a mão no volante ‘Mas também, com o calor que estava, eu ia morrer desidratada!’ Concluiu ‘Ah! O shopping!’ Disse quando avistou o shopping, entrou no estacionamento. Ela estava voltando da faculdade, a tarde tinha sido estressante.
‘Dude, ela não pode me ver, cara!’ null dizia para null, se escondendo entre as folhas atrás de um grande vaso que tinha em um dos corredores do shopping.
‘Pára com isso, essa história já desencanou... ou não?’ null perguntou.
‘É, mas eu não quero falar com ela!’ null disse um tanto quanto apavorado.
‘E por que não?’
‘Porque, eu não terminei com ela, exatamente... ’ null disse um pouco enrolado com as palavras.
‘Como não, null?’ Foi a vez de null perguntar.
‘Eu disse que eu ia fazer uma pequena turnê com a banda e que era melhor darmos um tempo, se ela me vê aqui vai vir atrás de mim. ’
‘Você é idiota!’ null retrucou ‘Disse que tinha terminado com ela!’
‘E por que fez isso?’ null perguntou novamente ‘Ela não tentou te ligar?’
‘Porque eu não tinha coragem de terminar, assim, na cara dura... ’ null saiu de trás das folhas ‘E eu não entendi porque ela não tentou me ligar, é uma louca!’
‘Ela te viu! HAHA pobre null... ’ null bateu no ombro do amigo.

‘Oh, aqui! Banheiro!’ null entrou no banheiro do shopping apressada, sentia que sua bexiga ia explodir.

null?’ Susan estava com as amigas e avistou o garoto de longe, foi correndo em sua direção.
‘Ah não... droga!’ null correu pelo corredor do shopping, a primeira porta que viu ele entrou, leu algo como banheiro feminino.
null lavava as mãos na pia, quando viu a porta do banheiro bater fortemente. Olhou e deu de cara com um homem. Oh céus! Aquilo era um banheiro feminino!
‘Hey, garoto! O que está fazendo aqui?!’ Ela disse secando as mãos numa toalha de papel ‘Eu vou chamar os seguranças!’
‘NÃO!’ Ele gritou e chegou mais perto dela ‘Ouça, eu preciso de ajuda... eu estou sendo pers...’
‘E você acha que eu vou ajudar um tarado que entrou no banheiro feminino?!’ Ela arregalou os olhos colocando a mão na cintura.
‘Ei, eu não sou tarado!’ Ele disse pra ela, viu uma mulher passando com a filha com um olhar espantado para null ‘Eu não sou tarado!’ Disse para a mulher que saiu do banheiro, ainda espantada.
‘Se não é, se explique, anda!’ Ela disse cruzando os braços.
‘Eu estava explicando, mas você não me deixou terminar!’ Ele rolou os olhos.
‘Vamos, meu filho! Acha que eu tenho o dia todo?’
‘Então, eu estou sendo perseguido pela minha ex-namorada!’ Ele disse apavorado.
‘Certamente porque você aprontou alguma com ela!’ null disse pegando sua bolsa em cima da pia e caminhando até a porta, para sair.
‘Eu não aprontei não!’ Ele se virou para ela ‘Ei, você não vai me ajudar?’
‘Eu não vou ajudar um tarado que apronta com a namorada!’ Ela rolou os olhos e abriu a porta. Ele correu até ela e fechou a porta fervorosamente ‘Mas que droga garota! Eu não sou tarado! E eu não aprontei nenhuma com ninguém!’ ele ficou com a mão na porta, seu braço estava esticado e ele estava próxima da menina.
‘Fale logo, o que quer de mim?’ Ela se virou para ele e encarou seus olhos, não podia deixar de notar com eram bonitos.
‘Quero que me ajude a sair daqui sem a Susan me ver!’ Ele respondeu.
‘Quem é Susan?’ Ela perguntou sem entender.
‘Puxa vida! Você é mais lerda que... ’ Ele ia dizendo, mas viu a cara da menina de poucos amigos ‘Susan é minha ex-namorada... afinal, qual o seu nome?’
null!’ Ela respondeu sorrindo ‘E qual o seu nome, tarado?’
null’ Ele respondeu ‘Não me chame de tarado... ’
‘Ok, mil perdões!’ Ela riu ‘Me mostre quem é a tal Susan. ’
Ele a empurrou educadamente para o lado e abriu um pouco a porta, Susan estava sentada em um banco do shopping, que ficava à frente do banheiro.
‘Está vendo aquela louca, chorando e olhando para os lados desesperadamente? Sim, ela é a Susan, deve estar me procurando... HAHA tonta!’ Ele ficou rindo e foi pra trás da porta ‘Ela não me viu entrar aqui. Ela nunca vai imaginar que eu entrei num banheiro feminino!’
‘É melhor parar de rir, null. Eu acho que ela vai terminar de chorar aqui no banheiro... ’
‘Hãn? Mas hein?’ Ele arregalou os olhos ‘Ah, meu Deus!’
‘Vem aqui, rápido!’ Ela o puxou pela camiseta e o enfiou dentro do armário que havia em baixo da pia, fechou a portinha do gabinete, pegou sua bolsa, tirando um lápis preto de olho para retocar a maquiagem, para disfarçar quando Susan entrasse.
‘Eu não entendo, por que ele fugiu?’ Susan entrou chorando, perguntando para a outra menina que estava com ela.
‘Sei lá, eu sempre disse que ele era um imbecil!’ A outra respondeu.
‘O QUÊ?’ null soltou alto. Fazendo null chutar o gabinete.
As duas meninas olharam para ela.
‘Bati o pé aqui... sem querer... ’ Ela deu um sorriso para as duas e continuou retocando a maquiagem.
‘Ele ia fazer uma turnê com a banda... agora que eu o vi ele correu... mas que droga, o que eu fiz?’ Susan perguntava pegando milhares de folhas de papel toalha, para enxugar as lágrimas.
null estava começando a ficar com pena da outra menina. Mas, turnê? Como assim? Mas do mesmo jeito, ele tinha dito que ia numa turnê, voltou e não falou com ela? Que cachorro!
As meninas saíram do banheiro e null deu espaço da frente do gabinete para null sair.
‘Sabe... ali em baixo é molhado e apertado!’ Ele disse arrumando sua roupa.
‘O que aconteceu, entre vocês, null?’ null perguntou encostando-se na pia.
‘Eu e Susan? Ah, ela é chata e possessiva... ’ Ele riu.
‘Você foi embora e não falou com ela?’ Ela estreitou os olhos.
‘Eu... eu não tive coragem de terminar e...’ Ele tentou se explicar.
‘Além de tarado é cachorro!’ Ela pegou a bolsa e saiu do banheiro.
‘Eu não sou tarado! Mas que inferno!’ Ele disse olhando para o espelho, foi atrás dela.

null!’ null gritou da porta banheiro, quando saiu.
null!’ Susan correu na direção do menino o abraçando.
null estava olhando para ele e deu de ombros. Estava andando de costas e trombou com um garoto ‘Opa!’ null sorriu para ela.
‘Desculpe. ’ Ela deu um meio sorriso e continuou andando, dessa vez, de frente.
null!’ null gritou de novo.
‘Quem é null, null?’ Susan perguntou.
‘Depois a gente conversa... ’ Ele se livrou dos braços dela, correu atrás de null para fora do shopping, ela já estava dando partida no carro.
null foi pra frente do carro e colocou as mãos no capô ‘Espera!’
‘Sai da frente, tarado!’ Ela colocou a cabeça pra fora, gritando a buzinando.
‘Não saio. ’ Ele disse para ela ‘Só saio da frente do carro quando você me ouvir!’
‘Eu não vou te ouvir... então...’ Ela acelerou. null jogou o corpo pra cima do capô para não ser atropelado ‘TÁ MALUCA?’ Ele perguntou com os olhos arregalados. Ela arqueou uma sobrancelha e acelerou mais o carro. Ele se agarrou mais ao capô do carro ‘Por favor, não me mata, null!’ Ela dava várias gargalhadas com a cara de espanto de null. Só se assustou quando ouviu um barulho de batida e de um alarme disparando, sentiu um tranco também. Desceu rapidamente indo pra frente do carro.
‘Eu morri?’ null ainda estava agarrado ao capô de bruços e com as pernas para cima, ele estava com os olhos fechados.
‘Droga!’ Ela gritou dando um soco no capô ao lado de null. Encostou no carro. Sim, ela havia batido em um outro carro que estava estacionado mais à frente.
‘Viu só? Deus castiga mocinha!’ null apontou para ela rindo. Ela olhou pra ele com cara de desdém.
‘Ok, me desculpe... ’ Ele se encostou ao lado dela ‘O carro tem seguro?’
‘Não, vou esperar aparecer o homem-aranha e assim ele vai me tirar daqui. ’
‘Mas e o carro? Vai ficar?’ null arregalou os olhos.
‘Céus!’ null rolou os olhos ‘Eu preciso de um celular pra ligar pro seguro!’
‘Ah sim!’ Ele tirou o celular do bolso ‘Aqui está!’
‘O que aconteceu?’ Um homem veio na direção do carro vermelho que tinha sido atingido.
‘Ah moço, me perdoe!’ null disse indo até ele ‘Eu perdi a direção e... ’
‘Percebe-se que você perdeu a direção, não é?’ Ele apontou para o carro ‘Oh, céus!’
null rolou os olhos ‘Eu já chamei o seguro... eu posso pagar os danos causados ao seu carro!’
‘Assim espero!’ Ele disse com as mãos na cabeça ‘Meu carro, meu carro! Meu carro novinho!’

O seguro já havia chegado. Os danos ocorridos não eram tão grandes assim, null deu seu telefone para o dono do outro carro que iria entrar em contato para acertar as contas como dizia ele. Já o carro de null como dizia null, o seguro paga!

‘Então moça, viu o que dá tentar matar um cidadão?’ null chegou ao lado de null.
‘Grandes conseqüências... ’ Ela riu.
‘Eu posso te processar... sabia?’
‘Sério?’ Ela arregalou os olhos ‘Que horror!’ Foi indo em direção ao seu carro.
‘Ei, moça!’ Ele correu atrás dela ‘Não quer saber como você pode ganhar a causa?’
Ela abriu a porta do carro e olhou para ele rindo ‘Como eu posso ganhar a causa?’
‘Posso te mostrar?’ Ele chegou mais perto dela ‘Eu sou o tipo de pessoa que não sei explicar com palavras... ’
‘Uau... ’ Ela riu debochada ‘Você não sabe o medo que eu fiquei agora, null... ’
‘Pois é bom ter medo mesmo!’ Ele riu ‘Posso mostrar para você como ganhar a causa?’
‘Pode.’ Ela disse quando viu ele aproximar o seu rosto ao dela. null a beijou.

‘Olha! null pegador!’ null riu apontando. null deu-lhe um pedala.
‘Mas... mas... é o null!’ Susan apareceu no estacionamento e vendo a cena, desatou a chorar novamente.
‘Eu disse que ele era um cachorro!’ A mesma menina que estava com ela aquela outra hora disse. Voltaram para dentro do shopping com uma Susan chorando.
null e null olharam sem entender.

‘Mas você ainda é um tarado... ’ null disse cortando o beijo.
‘Eu já nem posso mais contar quantas vezes você me chamou de tarado!’ Ele rolou os olhos.
‘E cachorro também!’
‘Rá! Cachorro é a segunda vez!’ null riu alto.
‘Quieto null!’ Ela o calou com um beijo.
‘Opa!’ Ele parou.
‘O que foi?’
‘Preciso ir ao banheiro!’ Ele fez uma cara engraçada e saiu correndo.
null! Entre no banheiro masculino!’ null gritou para o menino e pode ouvi-lo rindo enquanto corria.

Ela encostou-se em seu carro e fez cara torta para a batida que estava na frente do pobre. Era isso, ela nunca imaginou que uma bexiga impaciente fosse tumultuar tanto mais um dia de estudo. Aconteceram coisas ruins, mas e as boas não contavam? Saiu do transe quando viu null se aproximando, não pode deixar de notar que o zíper da calça do menino estava aberto. Apontou para o zíper, null olhou.
‘Ops.’
‘Depois diz que não é tarado!’ null riu. null fechou o zíper e a encostou no carro, beijando-a como se quisesse fazer aquilo há anos.

FIM!



Agradecimentos para a Nica que fez a caixinha de comments e para a Carol, que deu o nome “Susan” \o/


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