Banner por Talita Nieps........hahahahahahah x)

Castelo de Donald Way III , 1740 d.C.


Bom, meu nome é Gerard. Perdão, Príncipe Gerard, Gerard Arthur Way... Apelido: Gee.
Eu moro nesse castelo aí em cima ↑, com meu pai, o cara daí de cima também ↑² e com minha mãe, Donna Way.
Bem... Eu tenho uma vida normal... Ou pelo menos, quase. Eu fui “premiado” de visão. Mas não é uma visão comum: digamos que eu vejo as coisas um pouco fora do normal (não sou cego, ok? Nem daltônico!); eu vejo serezinhos estranhos. Pode me chamar de louco, doidão, drogado etc., mas eu vejo: vampiros, bruxos, fadas, elfos. Mas só tem uma visão que me incomoda: dos vampiros. Não é que eu não goste deles, eu até gosto, são super gente fina, mas é que a idéia que eu posso ser mordido por um enquanto estou dormindo me incomoda...!
Um dia, quando eu já estava de saco cheio de ver essas coisas que apareciam e não falavam, eu gritei: “Chega! Eu não quero mais ver essas coisas!!!” e finalmente parei de ver.

Desde então eu levava uma vidinha normal, até que...

Um dia eu conversava com uma moça muito linda enquanto jantávamos, naquela sala de jantar enorme. Era decorada ao estilo de nossa época, a Idade Média, só que com muita limpeza e gosto. Voltando: eu conversava com a duquesa Sophie Von Teschen. Eu não vou descrevê-la agora por que não é a hora; estou mais preocupado com a imagem que eu vi: perto de um dos vários espelhos na sala de jantar decorados de dourado e prata, também espalhados pela casa, surgiu uma figura muito misteriosa: as roupas daquela figura, alta e pálida, eram estranhas, pois ao invés de usar aqueles vestidos balão enormes, ela usava uma calça de couro muito bem colada nela; por baixo do espartilho preto ela usava uma blusa rendada, vermelho sangue. Olhava fixamente para nós, de braços cruzados; seus olhos verdes combinavam com seus cabelos vermelhos sangue também, caindo caracolados sobre seus ombros. Nossa, eu exagerei um pouco.Tá legal, ela era sombria e tal...mas uma gata! Só que mesmo assim eu estava assustado e a mirava assombrado: fazia sete anos que eu não tinha aquele tipo de visão.
- Está tudo bem, Gerard? – me perguntou Sophie, alternando olhares entre eu e a figura, que aparentemente ela via também, coisa que eu duvido.
- Bem, bem... Acho... - respondi, esfregando os olhos e olhando para Sophie. Sorri. Em seguida, voltei o olhar para aquele mesmo local onde eu vi aquela moça tão sombria, mas não vi mais nada.


Mais tarde, no meu quarto, eu me preparava para dormir, colocando meu pijama longo e minha toquinha com um pompom na ponta (é fofinho, qual o problema? =), de repente, em um canto escuro no quarto, eu a vi de novo. Estava novamente de braços cruzados e me fitava com uma expressão ameaçadora.
- Príncipe Way... – me disse ela, sua voz firme ecoando no quarto vazio. – Você não pode casar-se com a duquesa.
Fiquei estupefato: uma aparição do além, depois de ter estragado meu jantar, ‘O’ jantar, aliás, vem de novo para falar que eu não devo casar, oras?
- Mas... Mas... Mas... - gaguejei, sem ter o que falar.
- Se você casar – ela prosseguiu, andando em minha direção, os olhos verdes faiscando, o que a deixava muito mais sexy. – Todos os seres mágicos entrarão em extinção, pois o Conde Chagny Teschen, pai da duquesa Von Teschen, travará uma caça contra eles todos.
- E como eles sabem da existência de vocês? – perguntei mais estupefato ainda.
- Há um sensitivo do lado deles – respondeu ela, abaixando a cabeça. – Como você.
- Como assim? Ele enxerga vocês como... como... como eu?
- Sim – ela ergueu a cabeça, séria. – Seu nome é . .
- O ? Mas como? Ele nunca me falou nada!
- Simples – ela parecia que sabia de tudo, e sinceramente, isso irritava. – Você não contou para ele, certo?
- Não.
- Então ele não tinha motivo para te contar – ela sorriu.
- Você é o que? – perguntei meio envergonhado.
- Uma vampira – ela respondeu essa pergunta séria. Eu amei o jeito dela.
De repente ela intensifica o olhar e estende a mão, ficando levemente transparente.
- Espera!!! – gritei desesperado. – Qual seu nome?
- DeFeo – e no minuto seguinte, ela havia desaparecido.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-

Depois disso, não consegui dormir muito bem, pois a moça, a tal invadiu minha privacidade dos sonhos, e só conseguia ver seus olhos verdes, nada mais.
No outro dia, acordei bem tarde por causa disso. Levantei da cama e vesti minhas roupas habituais de príncipe e minha bota. Desci as escadas ainda meio sonolento, mal vendo direito aonde ia. Cheguei naquela mesma sala onde tinha visto aquela mulher e vi que na mesa, um rapaz de cabelos castanhos e olhos tristes me esperava e levantou-se quando me viu.
- Bom dia, príncipe Way! – disse ele, animado, vindo na minha direção.
- Bom dia, nobre – Michael era o nome desse rapaz, muito meu amigo. Apertei com entusiasmo sua mão. [P.S: eu sei que Mikey Way é irmão do Gerard, ok? Eu só mudei para dar um ar de graça na história!]
- Sua mãe me disse que você foi dormir bem perturbado ontem, Gerard – ele disse, sentando-se de novo.
- Perturbado? Eu nem falei com ela! – exclamei. Aí tem coisa.
- Sim... A nobre Rainha Donna Way me disse que você foi dormir tarde e que você falava sozinho. Com a porta fechada.
- Ah! Sim... - eu me lembrei finalmente daquela moça, que tanto me encheu o saco durante a noite. Sozinho? Sozinho uma ova, são eles que não podem vê-los nem ouvi-los! – Uma mulher... ahn... muito bonita por sinal, me pedia ajuda....- Michael olhava atentamente enquanto eu falava. Ia comentar de quando ouvi uma voz vinda das grandes portas atrás de mim.
Virei-me e dei de cara com uma mulher ofuscante, de tão linda: seus cabelos loiros e ondulados arrumados em um coque meio solto combinavam muito bem com seus olhos azuis claros. A pele levemente colorada também combinava com seu vestido, de cor creme. Pessoalmente, acho que ela tem o porte de uma verdadeira rainha.
- E que tipo de ajuda essa estranha te pedia, Way? - perguntou-me ela docemente, ainda que houvesse certa reprimenda em sua voz.
Mikey (sim, esse é o apelido dele) automaticamente havia se levantado, dizendo em voz baixa:
- Duquesa!
Ela deu um aceno leve para ele, que sorriu. Em seguida, virou-se para mim estendeu a mão.
- Duquesa Von Teschen... Que acaso a traz aqui? – perguntei, beijando a mão delicada de minha futura esposa.
- O mesmo que trouxe seu amigo aqui – ela me lançou aquele olhar de secar planta.
“Santa Donna Way... Valeu por espalhar que eu estou louco!”
- Ontem mesmo você me parecia muito estranho Gee...
Eu não agüentei: não se pode mais falar com vampiros, e aliás, uma vampira muito gostosa não? Soltei com delicadeza a mão de Sophie e peguei um copo de suco, dizendo:
- Meus queridinhos, eu estou ótimo! Outra hora nós conversaremos.
E saí em disparada para a biblioteca.

A biblioteca era enorme: todas as paredes era revestidas de livros, todas, sem exceção. Havia vários quadros também, mas a maioria era sem autor.
Droga!
Sentei-me no chão mesmo, depois de ter pegado um livro, intitulado: “Vampiros: o século XV”. Folheei ávida e rapidamente, pois já sabia aquele livro de cor; abri na página 361, que dizia:

Clã DeFeo: quase extinto

- E você não acreditou em mim, não é? – disse uma voz firme, que deduzi ter vindo de um canto escuro da biblioteca.
Olhei na direção do som e a vi, parecendo muito aborrecida.
- ! – exclamei assustado.
- Muito bonita, a duquesa... – ela disse, sem se mexer.
- Venha até aqui – convidei, sorrindo. – Achei algo sobre s...
- Eu não posso – ela apontou impaciente para o sol, que invadia a sala. – Sou uma vampira, você esqueceu?
- Ah, é... – cocei atrás de meus cabelos pretos, muito envergonhado. – Eu me esqueci desse detalhe... Vampiros são sensíveis ao sol... – então ouvi passos. Ainda séria, ela pronunciou essas palavras, antes de desaparecer:
- Te vejo em breve, Gerard Arthur Way...
Fiquei boquiaberto. Como que uma vampira, que eu nunca vi na vida, sabia meu nome inteiro? Balancei a cabeça com os olhos fechados, tentando espantá-la de meus pensamentos. Voltei ao livro.

Clã DeFeo: quase extinto

Eu ia começar a ler sobre, quando vi um vestido balão bem fino e cor de creme à minha frente. Levantei o olhar e vi que a duquesa me fitava com olhar duvidoso.
- Gerard... eu ouvi você falando... com uma pessoa... como era o nome mesmo? – ela me perguntou, olhando-me atentamente. Não podia falar, é óbvio.
- Não saiu nome algum de minha boca, duquesa – eu me levantei. - Bom, acho que vou cavalgar um pouco. Quer ir comigo?
- Ah, Gee, me perdoe... Tenho algumas coisinhas pendentes para resolver... - ela me abraçou. - Por que você não pergunta para o ? Tenho certeza que ele aceitará.
- Tá legal... - o que será que são essas ‘coisinhas’?

*-*-*-*-*-*-*-*

Minutos depois, eu e Mikey estávamos montados e andando pelo terreno do castelo. Os nossos cavalos eram marrom e preto, respectivamente, e confesso que eles tinham nomes estranhos: Cascata e Fuinha. Não me pergunte o porquê.
- Fazia muito tempo que eu não passeava com o Cascata... – comentou Mikey feliz, passando a mão na crina dele.
- Fazia muito tempo que eu não via mais vampiros e outras coisas... – eu disse, finalmente contando ao meu amigo o que me perturbava. Claro, ele é meu diário ambulante.
- O QUÊ? – gritou ele, visivelmente alterado. – Você voltou a vê-los, Gee?
- Sim – e contei daquela moça, tão sombria e linda ao mesmo tempo, a De Feo.
- Nunca ouvi falar dessa família... Estranho, não é?- disse meu amigo, rindo.
Eu ri também, tentando imaginar o que ele pensava. Olhei para frente e vi uma figura alta e pálida, envolta em uma capa preta com uma touca na cabeça e, o que era mais estranho, apontava um galho para mim.
- Parado – disse uma voz fria, vinda de dentro do capuz preto. Puxei as rédeas do Fuinha e parei.
- Tá legal, parei. O que você quer de mim? – perguntei àquela pessoa, que parecia ser de poucos amigos. Mikey, vendo que eu estava aparentemente falando com o ar incorpóreo também parou.
- Seu anel nos pertence – disse a voz, tirando o capuz e finalmente se revelando, mas mantendo ainda aquele galho apontando para minha cara.
- Espera aí: primeiro, abaixa essa vareta aí.
- Isso aqui não é uma vareta, é uma varinha, para seu governo; e se você não quer que eu a use, me dê o anel – protestou o homem (sim, porque era um homem), impaciente. Ele era alto e visivelmente magro, cabelos castanhos e olhos muito azuis.
A pele dele era tão clara que parecia transparente.
- O que é você? – perguntei mal educado mesmo.
- Sou um bruxo - ele respondeu, abaixando aquela vareta estranha.
- Gerard? O que tá acontecendo? – perguntou Mikey. – Você tá aí, falando com o nada...
- Tem um bruxo aqui na minha frente.
- Ah... – e de repente, ele solta uma exclamação estranha. – Ei, eu posso vê-lo agora!
- Por quê? – indaguei curioso.
- Os bruxos só podem ser vistos por vocês humanos se nós quisermos. Faz parte da Ordem de Merlim – o homem sorriu simpático para Mikey, que devolveu o sorriso com um aceno educado.
- Os bruxos têm uma ordem? – eu não agüento mistérios, sabe?
- Prazer – interrompeu ele, se aproximando e estendendo a mão. – Sou . .
- E esse pedaço de madeira funciona? – perguntou Mikey, apontando para a varinha de .
-Claro! – ele apontou alegremente para uma árvore próxima, que instantaneamente começou a pegar fogo. As exclamações de protesto de Mikey e eu, ele deu uma estocada leve em direção a árvore que parou de pegar fogo.
- Santo espartilho! – exclamou Mikey, colocando a mão no peito.
- Voltando ao assunto... – prosseguiu o bruxo, sério. – Eu preciso mesmo do seu anel.
“É impressão minha ou o mundo virou de ponta cabeça? Primeiro uma vampira gostosa me assombra, agora é esse almofadinha!”
- Que anel? – perguntei me fingindo de bobo.
- Este aí – ele apontou para minha mão direita, onde no meu dedo anelar havia um anel de duas tiras, prata e ouro, entrelaçadas. Meu anel de noivado com a Sophie.
Automaticamente eu protegi essa mão com a outra.
- Carácoles, que tem esse anel?
- Ele é milenar – disse , com um brilho de ambição nos olhos. - Pertenceu à Merlim, o grande mago amigo do Rei Arthur.
- Ah, então quer dizer que se eu continuar com ele, o mundo mágico dos bruxos e dos coelhinhos encantados e felizes vai acabar? – indaguei, ironicamente.
- Tecnicamente, é isso – ele parecia emburrado. – Haverá um desequilíbrio que afetará também o seu mundo – ele ajeitou a capa e guardou a varinha. – Eu voltarei para pegá-lo.
E desapareceu numa labareda de luz.

Sinceramente, eu não gostei dele não. Preferia a me assombrando...
De qualquer forma, Mikey permaneceu calado durante o resto do dia, certamente ainda digerindo aquela visão estranha.
Passei o dia lendo aquele livro, o “Vampiros: o século XV”, que falava sobre a família de . Eles eram de 1200. Puxa vida.
Mas também, só tinha isso escrito. Só acrescentava que essa família, umas das últimas, era a mais poderosa já vista, em termos de armadilhas para suas vítimas. Grande coisa, digo eu. Mas aí você diz “Por que grande coisa, oras?” e eu respondo: “Ora, eu duvido que eles sejam mesmo poderosos.” E aí você fica calado. É assim.
Estava no meu quarto à noite, deitado na minha enorme e adorável cama lendo, quando ela reapareceu, sem cerimônias.
- Olá, príncipe Way. – disse ela com a voz firme, como sempre.
- Ah! – deixei escapar, lembrando subitamente do que eu queria perguntar para ela. Fechei o livro. – Agora você vai me explicar o porq...
- Vejo que conheceu meu irmão... - me interrompeu ela, caminhando pelo quarto.
- Ahn? Irmão? – indaguei confuso. Agora o pacote estava completo. Além de vampira, gostosa, é louca!
- O bruxo que topou com você hoje... – ela parou para admirar um quadro de minha mãe, Donna Way. – .
- Ah... – eu puxei na memória aquele almofadinha que nos abordou nos terrenos do castelo. - Os sobrenomes têm tudo a ver, né? e DeFeo... – comentei sarcástico.
- Famílias diferentes – ela deu ombros. – De qualquer maneira... – se sentou na ponta da minha cama, cruzando as belas pernas. – Vou te explicar o por...
- GERARD! ABRE ESSA PORTA! AGORAAAA!!! – meu pai tentava arrombar a porta, com seu vozeirão acordando todo mundo do castelo, decerto.
- Ih, parece que não vai ser dessa vez... – suspirou a moça, resignada. – Até breve...
E sumiu na escuridão.
No mesmo momento, o rei Donald arromba a porta.
- Filho! Estás louco? Falando sozinho?
- Pai! – eu levantei, arrumando a minha touca com pompom na ponta e meu pijama. – Estou bem! Será que dá para parar de achar que eu estou louco?
Meu querido papai ficou em silêncio por alguns instantes e, sorrindo, disse:
- Desculpe, filhão... Boa noite!
E saiu sem bater a porta. Quer dizer, sem bater o que restava dela.
Logo depois que ele saiu, entrei em desespero, lembrando de . Alguém! Pelamordedeus!
- ? Você esta aí? – perguntei baixinho, vasculhando o quarto com os olhos.
- Estou aqui - a voz dela veio de um canto do quarto.
- Por que eu tenho essas visões? E desde peq...
- E desde pequeno você nos vê mas ninguém explica isso, não é? – interrompeu ela, com aquela pose que me irritava profundamente. – Você é apenas um sensitivo. Igualzinho seu amigo; só que ele só pode ver borrões... impressões... Mas você não. Você poderia ir mais além...
- Quer dizer que... se eu quiser tocar um de vocês, eu poderia? – perguntei, mas sem malícia na voz.
- Sim. Tecnicamente, você é um de nós – explicou ela, um brilho diferente perpassando seu olhar. Eu vi.
- Como assim, tecnicamente? – perguntei, fitando os belos olhos verdes daquela moça.
- Se você for mordido por um vampiro você se tornaria um, certo? Também aconteceria se você trocasse sangue com um bruxo...
- Trocar sangue? Como?
- Acredite – ela me encarou, um sorriso desdenhoso desenhou-se em seus lábios avermelhados – você não gostaria de saber, mas – ela pareceu querer mudar de assunto. – eu preciso te contar a minha história. – novamente ela sentou-se na minha cama e, como eu estava de pé, sentei-me do lado dela. Uma brisa gelada emanava dela, mas nada desagradável.
Olhei bem fundo nos olhos dela (é, eu sou bom nisso!), esperando que ela falasse.
- Há 700 anos atrás, os humanos vivam em perfeita harmonia conosco – começou ela, olhando para a sacada, onde a luz da lua invadia o quarto. – Porém o rei Donald, inimigo de Merlim e do rei Arthur, ambiciosamente, conseguiu roubar esse anel – ela pegou em minha mão e confesso, estremeci ao toque sombrio e gelado dela. – E, aliás, eu não consigo entender como que esse anel foi parar em suas mãos.
- Ele é de família... Há exatamente... quinhentos ou setecentos anos atrás! – fiquei perplexo. É o meu fim.
Nem ligando muito para minha perplexidade, ela prosseguiu:
- Depois disso, houve uma guerra sangrenta e violenta entre magos, vampiros e os humanos. Como vocês, humanos, eram em maior número que nós, nos reduzimos à metade. E, se você casar com a duquesa Von Teschen, o pai dela (que, aliás, não tem nada a ver com a história) vai querer nos exterminar, só porque quer ouvir do mundo: “Olha, o Conde de Chagny nos libertou dos mestiços imundos!”.
Olhei horrorizado para . Imensa tristeza se espelhava por sua voz e sua face.
- Eu não posso... Eu a amo! – suspirei também triste. Jamais imaginei que minha paixão fosse mudar.
- Príncipe Way... Sem querer me intrometer na sua vida, mas já o fazendo... – começou ela, um sorriso estranho pairou por seus lábios –, acho que você deveria conhecer melhor sua futura esposa.
- Mas eu a conheço! Bom, pelo menos eu acho - pelo menos, eu achava né?
- Converse mais, amasse menos... – foi essa frase que ela proliferou, e juro que pensei em considerar. Mas, como será que ela sabia que...
Ela se levantou da cama e caminhou um pouco à frente. Virou-se levemente de volta para mim, que ainda estava sentado na cama, e disse:
- Adeus, Gerard - e sem hesitar mais nenhum minuto, sumiu na escuridão.

*** *** ***

- Bela tacada Gerard! – exclamou um rapaz, príncipe também. Ele era um tanto baixo perto de um outro amigo meu, que era alto, com cabelos espessos e enrolados.
- Valeu ! – este aí era irmão de Mikey... Uma dupla e tanto.
Estávamos jogando “GogoGol”, uma espécie de golfe atual, só que com bolas e tacos maiores. Todos os meus amigos estavam presentes: o , que eu acabei de apresentar, o Mikey, , de sobrenome (grande família) e o sensitivo (que eu não sabia) citado por , o .
- E aí, novidades, Gee? – perguntou , simpático como sempre.
- Ah... – eu sorri, tentando esquecer-me da imagem de pairando sombria na minha mente. – Não, nenhuma... - Hum... E a duquesa, Gee? – perguntou , se preparando para tacar uma bola.
- Bem... Bem... Digo, faz alguns dias que eu não a vejo e...
- Descobri que ela tem pavor de coisas estranhas... - interrompeu , me observando atentamente. – Eu acho que aquilo foi uma indireta.
- Como assim?
- Como vocês sabem, eu vejo algumas coisas... – comentou ele, se apoiando no taco enquanto falava. – Eu comentei com ela sabe, e parece que ela não gosta muito desse tipo de coisa.
- Por quê? – indagou Mikey, curioso.
- Sei lá. Pergunta para ela, Gee... – sugeriu , dando uma piscadela disfarçada.

Só me lembro dessa parte da nossa conversa... Nós falamos de tudo quanto é tipo de baboseira e então, o que não “me serve” eu esqueço. Acho que eu vou perguntar mesmo para Sophie, quem sabe e estavam certos.

Faltavam alguns meses para o casamento e eu não me sentia muito mais animado. Não que a duquesa não me agradasse ou que ela não fosse linda. Pode parecer loucura, mas desde que eu vi a bendita DeFeo, meu conceito de beleza mudou radicalmente.
Era pensando exatamente nisso, eu voltava sozinho para o castelo pelo caminho mais arborizado e, portanto, mais escuro. Eu andava olhando para baixo, vendo as sombras das árvores no chão e de repente eu parei, porque eu não só via a sombra das árvores, mas também três vultos encapuzados. Subi o olhar e vi um de preto, à frente, seguido de mais dois, um de cada lado, ambos de preto também.
- Boa tarde príncipe Way – cumprimentou uma voz conhecida, tirando o capuz e revelando ser . - Ah, olá... , né? – eu perguntei meio encabulado.
- É ele? – perguntou outro, do lado esquerdo de , também tirando o capuz. Era alto e tinha olhos castanhos. Pelo menos ele me parecia normal.
- Vocês não vão se apresentar primeiro não, antes de me matar ou sei lá? – eu disse, desafiando.
rolou os olhos.
- Sou ... – disse o normal, se aproximando para apertar minha mão.
- E eu sou – disse o da direita de , tirando o capuz e parecendo normal também.
- Bom... Viemos para negociar hoje – disse , cruzando os braços e mostrando, talvez de propósito, sua varinha escondida sob a capa.
- Quantas opções eu tenho? – perguntei meio perturbado.
- Duas. Ou você não casa com a duquesa... Ou você nos entrega seu anel.
- Hum... – soltei involuntariamente um muxoxo de impaciência. – Eu duvido que essa coisa aqui – eu mostrei o anel na cara dele, há! – cause alguma coisa séria pra nós e para vocês.
- Eu vou te explicar... Merlim está morto – disse o tal . – E, com medo que o nosso mundo acabasse, ele lançou um último feitiço: se, ao final de setecentos anos depois de sua morte esse anel não voltasse ao recinto sagrado onde seu corpo repousa, os dois mundos passariam por mais setecentos anos em plena escuridão.
- E quanto tempo eu tenho para entregar esse anel?
- Um mês.
- Mas... Um mês... É próximo à data do meu casamento! – exclamei, dando um tapa na minha testa, que eu senti que ficou bem vermelha. Carácoles, daquele dia para um mês seria quando eu casaria com a duquesa. Santo espartilho, como passa rápido!
Como que por instinto de preservação da espécie, eu segurei com firmeza meu dedo anelar direito, olhando assombrando para os bruxos na minha frente, que riam.
- Não viemos tomá-lo de você – disse , bondosamente. – Viemos te alertar, afinal, te estimamos muito, sendo o futuro rei.
- Ah... Que maneira de alertar, não? – passei a mão na testa, salpicada de suor gelado. - Tudo bem... Eu vou ver o que eu posso fazer por vocês.
- Até em breve, príncipe Way... – disseram os três em uníssono e, virando e começando a caminhar, desapareceram.

************************************************************************

Dias se passaram desde aquele incidente. Eu me encontrava com Sophie na sala do meu castelo, conversando e amassando um pouquinho, num belo e ensolarado dia...
Coloquei a mão na cintura dela e perguntei:
- Sophie... Você gosta de coisas do outro mundo... Tipo zumbis ou sei lá?
Ela fez uma careta bem feia, mas que ainda a deixava linda.
- É claro que não... São seres horrendos... Na realidade, eu nunca vi nenhum deles... - ela estremeceu. – Mas eu não gosto.
Fiquei calado, só imaginando o que ia naquela cabecinha dela. Dei um beijinho em seu rosto e a abracei, com os olhos fechados. Quando eu os abri, vi no canto da sala, de braços cruzados, rindo ironicamente.
- Tá com inveja, é? – perguntei, labialmente.
Ela sorriu de um modo que me deixava irritado, desaparecendo em seguida. Quando aquele tormento ia acabar?
- Gerard, você tem que parar de usar esse perfume... - reclamou ela, se afastando do meu abraço.
- Eu sempre o usei! – exclamei, indignado.
- Mas... Eu nunca gostei dele.
“Que saco... Menininha implicante!”
Depois dessa gelada que ela me deu, eu soltei dela, dei um beijinho e me despedi, sob os protestos dela.
Andando pelos terrenos escuros do castelo, nesse mesmo dia que, como que por magia, o tempo fechou rápido e de uma maneira muito estranha, eu achei um carvalho enorme, que eu brincara muito com Mikey, , e quando era criança. Deitei-me debaixo dele, ainda que não houvesse sol, e fechei os olhos; pensei... Como eu e a duquesa não temos nada em comum! Cara, ela é uma duquesinha mimada que não gosta do perfume do noivo! É profundamente estressante!
É, eu e ela.... Ela e eu... Nada a ver, cara!
Estava em êxtase... Sozinho, tranqüilo, refletindo sobre a minha vidinha, quando eu ouvi um sussurro muito tenebroso no pé do meu ouvido: - Estava certa, não é? – abri os olhos mais do que rápido e dei de cara com , me fitando com um olhar que eu nunca vira em seus olhos: bondade.
- Se você o diz... – eu me levantei e prestei muita atenção em suas roupas. É, ela era mesmo muuuuuuuito sexy. – Como você sabe tanto sobre mim sem eu te conhecer?
Ela riu dessa vez, sinceramente. Seus longos e afiados caninos se mostraram dessa vez e confesso que não senti medo algum. Pelo contrário...
- Eu te observo há algum tempo, Gerard... E isso – ela chega muito perto do meu rosto, olhando profundamente em meus olhos; nossas bocas estavam quase coladas. - me transforma automaticamente em sua guardiã – e então ela se afastou para ver o efeito que me causava. Sério, me senti embriagado por seu hálito quente, como se fosse uma bebida muito forte.
- Ah... Sei – eu disse ainda meio aturdido.
- Continue a observá-la.
Assenti com a cabeça, sério.
- Até em breve, príncipe Way.
Levantou-se qual uma sombra de tão rápido e saiu caminhando pelos terrenos. Não me contendo, perguntei:
- Como conseguiu aparecer aqui?
Ela se virou, apontando em seguida para o tempo fechado.
- Sem sol – e num piscar de olhos, desapareceu.
Decidi me levantar e ir atrás das coisas que ficaram pendentes. Haveria um jantar com o Conde de Chagny, Sophie e sua mãe, a Condessa Claire Von Teschen. Deus, seria o pior jantar da minha vida!
Tomei um banho bem quente e demorado (sim, porque havia fechado o tempo e esfriado em seguida| n/a: ele devia ser metereologista!!! =) e coloquei qualquer roupa. Fui para a biblioteca para se passar o tempo até o jantar e, olhando ao acaso os livros quando eu achei um que momentaneamente me interessou: “Sedux: seduza seu vampiro preferido!”. De início lembrei de com seus lábios avermelhados perto dos meus algumas horas mais cedo. Sacudi a cabeça violentamente. “Onde eu estou com a cabeça... Deus, é uma vampira (muuuuito gostosa, aliás) e minha noiva é Sophie Von Teschen!”
Comecei a folhear o livro e parei numa página que eu nem consegui ver direito, porque eu ouvi a voz de minha mãe na porta:
- Filho!!! Tem um jantar hiper importante hoje e você me veste essas roupas velhas? Vá se trocar. Agora! - ela parecia ansiosa, revoltada e irritada ao mesmo tempo. Eu não conseguiria, senão explodiria!
- Tá bom, imperiosa rainha Donna Way... - eu disse, fazendo uma reverência.
“Ah, que saco...” ia saindo quando olhei para o livro que eu havia deixado em cima de uma mesinha próxima. “Hum... Esse livro deve ser interessante. Acho que eu vou...” não pensei duas vezes: peguei o livro de novo e saí em disparada para meu quarto de novo.

***

- Ah, belo rapaz, Donald – cumprimentou o conde de Chagny, me olhando de cima a baixo. Odeio isso.
Estávamos no hall de entrada do castelo. O conde Von Teschen à minha frente, seguido de sua ‘linda’ filha e sua esposa. Por que eu coloquei entre aspas? Não sei.
Não me faça perguntas difíceis, ok?
Fingi estar envergonhado ou qualquer outra coisa do gênero e dei um sorrisinho.
- Sua filha que é encantadora – e eu senti uma pontada no meu estômago. Por quê? - senhor Von Teschen... – completei confuso.
- Filho! – odeio que meu pai chame minha atenção na frente de outras pessoas.
- Eu só dei minha opinião... – eu dei uma piscadela para a duquesa, que estava muito linda em um vestido-balão azul marinho.
- Queridos, vocês não virão jantar? – Queridos? Será que esses “Queridos” incluía o conde? Será que minha mãe nutria uma paixão ardente e secreta por ele?
Tá, exagerei. Acho que estou poético e filosófico hoje.
Sentamo-nos à mesa; a conversa fluía séria, quase formal. Foi então que o pobre pai de Sophie resolveu falar sobre a caçada que meu pai e ele haviam feito naquela tarde.
Estava essa ordem: eu de frente para Sophie, mamãe de frente com o conde Chagny e papai de frente com a condessa, Claire Von Teschen.
- Nós passamos uma tarde memorável hoje... – comenta meu pai, muito feliz e sorridente.
- Ah, é verdade...- comentou o outro, com sua voz de trovão ecoando pela sala, perturbando a paz de meus lindos ouvidinhos.
- O que vocês fizeram papai? – perguntou Sophie, levando o cálice de vinho à boca em seguida.
De repente, por um milionésimo de segundo, vi uma figura encapuzada logo atrás do conde. Era e trazia sua varinha apontada diretamente para a cabeça dele, com um sorriso de orelha a orelha.
- Nós caçamos borboletas... – o conde disse isso com uma voz fina e com um gesto bem suspeito com sua mão direita. Deu um sorrisinho de Miss Universo sem disfarçar. Deu ataque de “Barbie” nele, oxe?
Eu não agüentei e ri na cara dele, que estava boquiaberto, estranhando sua própria atitude.
- Desculpe ahn... – ele coçou atrás da cabeça, ligeiramente constrangido. - nós caçamos javalis selvagens.
Imediatamente meus olhos caíram sobre a figura de , que apertava a própria barriga, que aparentemente doía de tanto que ele gargalhava.
- É... Isso é verdade - o meu pai parecia preocupado.
E para a surpresa de todos, menos a minha (porque eu o vi agitando a varinha mais uma vez), Chagny disse, com sua voz fina e anormal:
- E por que eu mentiria para você, amor? – ele mandou um beijinho para meu pai, que o mirava espantado. Eu e minha mãe gargalhávamos vendo uma cena dessas, quando a condessa perguntou:
- Chagny! O que está acontecendo com você?- ela parecia muito preocupada. E você acha que ele ligou? Que nada! Levantou-se e começou a correr atrás do meu pai dizendo:
- Vem cá xuxu... Me dá um beijinho, vai?
Eu não agüentava: era uma crise de gay que eu nunca tinha visto antes, eu chorava de tanto rir. Levantei então o olhar e encarei Sophie, que estava vermelha como um pimentão e dona Claire então... Olhei para onde estava o conde há alguns minutos atrás e vi , que segurava a barriga e gargalhando e, depois de um tchauzinho animado, desapareceu misteriosamente.
- Obrigada pelo jantar... - disse a condessa se levantando.
- Eu que agradeço querida – minha mãe ainda ria.
E você acha que Sophie se despediu de mim?
Nem olhou na minha cara!
Vi dona Claire puxando o marido pelo braço e meu pai bem distante, resmungando:
- Eu nunca mais caço com ele... Nunca mais... De jeito nenhum... ãh-ãh!!
Eu ri mais uma vez, dei boa noite para minha mãezinha e subi para meu quarto alegre e contente.

****

Alguém me esperava no quarto.
- O quê aconteceu Gerard? - perguntou uma voz fria vinda de um canto do quarto.
Gelei quando a vi se aproximar. Caaaraaa... ela é demais!
- Ah, o pai da duquesa deu alguns ‘chiliques’ hoje durante o jantar decisivo... - eu parei de rir sob o olhar duro e reprimente dela.
- Isso foi coisa do meu irmão, não?
- Como é que você sabe? – perguntei, voltando a rir.
Ela riu.
- Só ele para fazer esse tipo de coisa...
- Ah, e você acha engraçado? – perguntei, ofendido. – Ele quase acabou com meu futuro casamento!
- Claro! Além do mais, quem estava rindo agora a pouco era você!
- Mas eu não estava rindo da minha situação, aliás eu nem tinha pensado nisso!
Ela me fulminou com o olhar, mais esverdeado que nunca.
- Então você não tem o direito de falar nada!
- Tenho sim! – eu me aproximei, como que a desafiando. Já estava me irritando.
- Aliás, foi até bom que fez aquilo. Eu não vi, mas deve ter sido hilário... – foi a vez de ela me desafiar. Aquilo estava começando a ficar chato.
- Cala a boca! Meu casamento com certeza est--
Não deu tempo de ouvir mais nada dela, porque senti seus lábios sobre os meus.
Ficamos assim, naquele selinho mesmo, por um bom tempo. E então, ela se soltou e com um sorriso misterioso, sumiu numa névoa escura.

*** *** *** *** ***

De noite eu não consegui dormir só pensando naqueles lábios... Ah, Deus. E sabe que eu estava com um mau pressentimento? Sei lá... Acho que eu sabia o que aconteceria...
Acordei, ou eu fingi que acordei, e desci para tomar o café da manhã como sempre. A manhã se passou bem aproveitadora porque li um trecho daquele livro que no dia anterior eu tinha pegado:


“Há muitas formas de seduzir um vampiro. Primeiro você deve oferecer um cálice do vinho mais doce que você tiver. Em seguida, fale com ele (a) sobre a vida dele (a): o que ele (a) faz da vida, etc.”
“Você pode fazer o que quiser com ele depois disso, se ele (a) se sentir seduzido. Só não se deixe morder por ele (a), por mais que ele (a) seja irresistível!”


E então Sophie chegou, o que significou a esquecida momentânea de .
- Me desculpe por meu pai ontem à noite, Gerard... - ela tirou sua capa e sentou-se no sofá confortável da sala do castelo. Sentando-me ao lado dela e admirando sua beleza sufocante, os olhos azuis claros e seus cabelos louro-claros, eu disse:
- Não tem problema... Aliás, como é que ele está?
- Ah – ela pareceu encabulada. – ele ainda fala no rei Donald... - Sophie engoliu em seco. Segurei a risada.
- E sua mãe? O que falou disso?
- Ela continua inconf—
Batidas secas na porta principal da sala interromperam a doce voz da duquesa. Esperei que o nosso mordomo atendesse à porta e logo me levantei. Quando eu vi a pessoa que bateu na porta, empalideci imediatamente: uma figura ruiva e alta, branca como a morte e olhos verdes tais os de uma coruja atenta me fitava. Um vestido cor vermelho sangue combinava com seus cachos avermelhados... Sim, era , mas de uma forma diferente. Ela não exibia aquele brilho diáfano como uma vampira, mas um jeito humano e sexy.
- Senhorita DeFeo, alteza - disse o mordomo, fazendo uma reverência, se retirando em seguida.
- Príncipe Way – ela fez uma reverência e se aproximou. – É uma honra revê-lo.
E, na frente da duquesa mesmo, ela me beijou. Mas não foi selinho, foi beijo mesmo! Putz, se eu não tivesse encostado no sofá... eu caía!
Logo senti duas mãos me agarrarem com brutalidade e me jogarem no chão e a voz histérica da duquesa encheu o aposento:
- QUE HISTÓRIA É ESSA?
- O príncipe Way não te contou do nosso caso ardente? – disse , calmamente, de um jeito muito seu. Olhei para as duas, assustado.
- Como assim? - Sophie voltou-se pra mim. A bomba (que eu nem sabia qual era) ia explodir a qualquer momento.
- Ele me AMA, Sophie... Ao contrário do que ele sente por você!
- Como ousa... – Sophie estava púrpura. Quando ela estava indo em direção à , um grupo de pessoas invadiu a sala, falando alto e nem vendo direito a cena que se passava.
- Ei Gee, vamos? O que tá acontecendo? – perguntou Mikey, me vendo no chão, indefeso.
- Ei, quem é a ruivona, Gerard? – perguntou , se aproximando das duas mulheres, que ainda estavam em posição de briga (no caso de Sophie).
me ajudou a levantar e, depois de eu ter lançado um olhar de secar planta, entendeu o recado.
- Gente, essa daqui é a , minha —
- AMANTE! – Sophie havia passado dos limites. Ô mulherzinha complicada!
Houve um “OHHHHH” geral na sala, aonde chegaram ainda meu pai e minha mãe.
- Eu não sou amante dele, sou apenas —
- Como é que é? – meu pai ouvira falando... Ai, o bicho vai pegar!
- Gerard? Que história é essa? – ixi, minha mãe chegou.
- O Gerard tem uma namorada extracurricular... - eu mato o !
- É, e muito linda ainda... - eu ainda vou matar o também!
Enquanto um falava em cima da fala do outro, eu indiquei com o olhar uma saída para , que conseguiu sair de fininho no meio dessa confusão toda.
- GEEEEEEEEENTEEEE!!! – eu não agüentei! Perdoe-me leitor (a), eu tive de fazer isso! – ELA NÃO É NADA MINHAAAAAA!!!
Todos pararam para me olhar, com exceção de Sophie, que procurava pela ruiva misteriosa.
- Gerard, vamos jogar Gogogol? – perguntou Mikey, quebrando o silêncio matador.
- Ah, claro... - eu corri para perto da porta, onde eu guardava meu taco e algumas bolas, e abrindo a porta, saí correndo.

Você deve estar pensando assim: “Que cara frouxo, foge da família, da futura noiva e dos amigos!” Não é bem assim... O mar não estava para peixe e você queria que eu facilitasse? Ah, corta essa.

Minutos depois...

- Como é que é, Gerard? Namorada extracurricular? – me perguntava, tacando a bola a nem 100 léguas dele, hahaha.
- Gente, ela não é nada minha! É só uma amiga e...
- Huuuummm sei, amiga não é? – sabia ser irritante!
- Como você conheceu ela, Gee? – me perguntou . No momento eu nem percebi que o que tinha falado.
- Ah, eu a conheci há pouco tempo... Eu passeava pela floresta e ela apareceu - claro que essa parte é uma ‘mentirinha saudável’.
- Ela é linda, Gerard! – com certeza tinha gamado nela.
- Ah, ela é bem sombria e muito ousada...
- Hummmmm... Ousadaaaaa! Ele assumiu que eles tiveram algo! – Mikey adorava tirar suas conclusões precipitadas!
Fiquei quieto. E eles também.

Voltei para o castelo meio ansioso, pois queria ver de novo. Deus, o que eu estou falando?
Passei por meu pai que estava na sala, visivelmente perturbado.
- O que foi papai? – perguntei docemente.
- Ah filho – respondeu o rei Donald, olhando de um lado para o outro. -, ainda estou meio com medo do Conde de Chagny... Ele disse ontem que me ama!
- Ah... - cocei atrás da cabeça, confuso. - Diga que você não quer nada com ele...
- Eu já falei... – ele se levantou e, chegando perto de um aparador, mostrou uma linda braçada de rosas vermelhas. Ai, Deus... – E ele me mandou isso!
Balancei a cabeça, me controlando para não rir. Dei boa noite para ele e subi para o meu quarto, mais ansioso ainda.
Cheguei, tomei um delicioso banho (sim, por que eu tinha suado muito jogando) e, quando entrei no quarto já de pijama e secando meu lindos cabelos pretos, eu ouvi uma voz familiar.
- Olá.
Me virei e vi sentada em minha cama numa pose muito sexy (como só ela conseguia ser), me olhando fixamente com aqueles olhos verdes matadores. Na hora me lembrei do que ela fez algumas horas mais cedo e fui logo perguntado:
- Ei , por que você fez aquilo, ainda na frente da minha esposa?
-Correção... Futura esposa. E talvez nem seja depois do que ela ‘descobriu’.
- Você não tinha o direito de fazer isso! – esbravejei.
- Quem você prefere? Ela ou eu? – hum, pergunta difícil. Olhando para baixo (nem vendo que ela tinha levantado) eu disse:
- Minha futura esposa, que é --- - aí eu não vi mais nada.
Logo que me beijou de novo, eu me perdi. Sabe quando você não sabe o que está fazendo?
Sabe quando você esquece quem você é e com quem futuramente vai casar daqui a nada mais nada menos que duas semanas?
Então... foi isso que aconteceu.
Foi aí que eu entendi o que ela quis dizer, há algum tempo atrás sobre o fato de eu poder tocá-los e ir mais além...

.**.**.**.**.**.

Estava sentado na minha cama, olhando fixamente para o anel em meu dedo. O tirei e o girei, ainda fixando-o. Chegara o dia da decisão.
Eu já estava pronto (um noivo gato, na minha opinião) só relembrando os últimos acontecimentos:
Sophie tinha se tornado uma mulher extremamente chata. Ela não falava mais comigo, nem me abraçava, nem nada. Só sabia falar da e dos seus ciúmes por ela.
O Conde de Chagny continuava meio suspeito, mandando flores todos os dias para meu pai. Segundo , de quem virei muito amigo (também de e ), ele ficaria assim por mais algumas semanas, porque ele ‘errara’ na dose do feitiço.
Meus amigos (, , Mikey) me visitavam freqüentemente, só que não. Do nada, sabe? Pra mim tinha alguma ligação com os casos dos vampiros.
E … Bem, nós ficamos bem mais íntimos desde aquela noite em que nós dois perdemos o controle. E, junto com meu controle, eu perdi o amor que eu sentia pela duquesa.
Com milhões de coisas passando por minha cabeça, eu me levantei e fui em direção ao espelho para admirar como eu estava bonito. Assim que eu olhei, eu reparei nos meus olhos, muito verdes naquele dia e vi também um fiozinho de cabelo branco bem no meio de minha cabeça.
- Santo espartilho, eu devo ter envelhecido muito nesses últimos dias...
Corri para a cômoda ao lado de minha cama e peguei um cut - corte (**parecido com uma tesoura**)[n/a: de minha autoria, aliás] e, de frente para o espelho, me preparava para cortar aquele fiozinho intrometido de cabelo.
Ouvi um barulho: me virei do mesmo jeito que estava, dando de cara com Mikey e , que me acabaram por me flagrar quase cortando o fiozinho.
- Gerard! O que você está fazendo? – perguntou , rindo.
- Eu achei um fiozinho intrometido aqui e...
- Você vai se casar daqui a alguns minutos e tudo no que consegue pensar é num fio de cabelo? – exclamou Mikey, estupefato.
- Eu já ia descer para a capela, só ia aparar o... – e novamente fui interrompido por Mikey:
- Sua mãe está que nem uma louca te procurando!
- Tá, tá, tá, tá... Eu já vou, eu já vou!
Esperei os dois saírem, rindo da minha cara, para continuar o que eu estava fazendo.
- Vamos lá: um... dois...três! – e nesse exato momento eu cortei o fiozinho de cabelo branco. Baguncei um pouco meus cabelos, pra que desse uma disfarçada legal.

Aliviado, sentei-me na minha cama novamente e guardei o ‘cut - corte’. Respirei fundo e ouvi a porta do meu quarto se abrir novamente. Era minha mãe, a Dona Way. Estava linda.
- Vamos meu filho, até parece que não quer se casar! Lembre-se que é a noiva que chega atrasada e não o noivo!
Sorri:
- Ok mamãe. Eu já vou...
Ela me soprou um beijo da porta e seguiu. Respirei fundo e, me lembrando de , eu disse a mim mesmo:
- É hora do show!

.**.**.**.**.**.

Algumas horas antes, em outro plano...

Mansão de Henrique DeFeo (narração em 3ª pessoa)

A cena a seguir se passa em uma sala ampla, escura, com vários móveis na cor mogno, mergulhados em plena escuridão. As paredes, de cor cinza escuro, davam um toque de profundo esoterismo.
Havia, porém, provinda de uma vela, única luz tremelicante e suave. Ela iluminava o livro que uma figura alta e pálida lia. Essa figura tinha um rosto oval e fino, cabelos negros e olhos castanho-avermelhados, que davam a ele (sim, porque era um homem) um aspecto cadavérico.
Esse homem era Henrique DeFeo, o senhor da mansão descrita acima e pai de .
E, como um furacão, uma mulher de cabelos ruivos enrolados e olhos verdes vivos, envolta numa capa de viagem, irrompe na sala.
- Pai, aqui estou. Desejavas falar comigo? – perguntou , se desvencilhando de sua capa e jogando-a em um sofá próximo.
O homem apenas levantou o olhar e sorriu.
- Sim, eu desejo – sua voz era metalicamente suave, mas com um quê de provocação e ameaça. – Eu pergunto à você, filha querida, se você acha que vale a pena mesmo sacrificar-se por um mero mortal. Lembre-se que você suplicou por sua vida.
Ela ficou pensativa; aproximou-se da mesa e olhou fixamente para o pai.
- Tenho certeza absoluta do que eu estou fazendo e mais, acho que isso nos ajudará ao invés de destruir como o senhor pensa.
- , o conselho não aprova sua decisão.
- E nem deveriam, papai... O conselho só defende o que é bom para eles, nada mais - falou ela, com maus modos. - Ademais, terei ajuda de nisso.
Henrique respirou fundo, fechando os olhos. Se refez da momentânea fraqueza e acrescentou:
- O nosso futuro não pode depender de seus caprichos, minha filha.
- Caprichos? – uma labareda de fogo passou pelos olhos de . - A minha opinião você já sabe, filha querida. O resto é silêncio. Anda, o conselho te aguarda.
Ela então se retirou rapidamente da sala, entrando em um outro salão contíguo.
Nesse salão, tão sombrio quanto o outro, havia uma longa mesa, com dezenas de pessoas sentadas, todas com capas “vampirescas”, com expressões muito sérias.
chegou e nem foi notada por eles, pois os membros do conselho* já esperavam por ela, e sentou-se numa cadeira que ficava na cabeceira da mesa.
- A senhorita está atrasada, DeFeo! – uma voz trovejou do lado oposto da mesa, fazendo-a pular na cadeira, tal seu susto.
- Me desculpem senhores – ela disse com a voz mais séria e firme possível. – Alguns imprevistos me impediram de chegar na hora.
- Vamos iniciar nossa reunião.
Recaiu um silêncio sepulcral por alguns minutos, antes de um homem, de aparentemente meia idade, falar:
- O conselho não aprova sua idéia, senhorita DeFeo, esperamos que saiba disso.
- Com todo o respeito, senhor Nubden – olhou para o senhor de meia idade, que tinha um semblante de fazer qualquer um correr para outra direção, calma e fria – a minha resolução é única e sem remediação e, creio também, que esse seja o melhor caminho.
- A senhorita deve ter excelentes motivos, DeFeo, para sacrificar sua pureza de sangue por um simples mortal. Além do mais, a poção Vampimortum é muito perigosa.
Ela respirou fundo, tentando ignorar as palavras sábias que o homem lhe falava. Completamente decidida, ela acrescentou:
- Estou certa e confiante no que vou fazer, senhores. E se me dão licença, a minha corrida é contra o tempo, que não perdoa nem um minuto perdido.
O chefe do conselho, de nome Nubden, se levantou junto com , que tinha se levantado para sair, dizendo:
- Vá se trocar então senhorita, que eu administrarei a poção.


___________________________________________________________________________________________________________________________

*Conselho Internacional da Ordem dos Vampiros: conselho composto por cinqüenta vampiros que tem como finalidade proteger os filiados (conseqüentemente, os últimos vampiros existentes) e decidir qual o melhor caminho para se seguir no que diz respeito aos vampiros protegidos. ___________________________________________________________________________________________________________________________

Minutos depois, ela voltou vestida com uma roupa de viagem: um vestido preto, só uma capa também preta por cima. Pareceria um desenho animado preto e branco se seus cabelos vermelho-sangue e seus olhos verdes não se destacassem naquelas roupas.
Ela esperou no centro da sala por Nubden, que apareceu alguns instantes depois, trazendo um frasco com um líquido transparente num frasquinho incrustado de pérolas e rubis.
- A senhorita perderá a vontade de nutrir-se com sangue e seus caninos voltarão ao normal. Você conservará sua palidez típica e aspecto sombrio. Não terá mais necessidade de sair apenas à noite, porque o Sol, o grande astro temido por nós, será seu novo companheiro nessa etapa inusitada de sua vida. Está mesmo preparada para o que está por vir, mesmo sendo parcialmente desconhecido?
Enquanto o senhor tinha falado, ela mirava o frasquinho nas mãos de Nubden com os pensamentos em Gerard. Será que valeria mesmo a pena mudar por ele?
- Eu aceito.
Ele entregou o frasquinho, aberto para , que o beberia na frente de toda a assembléia. Sem hesitar um instante, o tomou.
passou por grandes transformações físicas. Ela se contorcia inteira, sentindo que o líquido, como que transformado em brasa, queimava casa veia, cada artéria do seu corpo.
Após alguns minutos de agonia, ela voltou a si. Abrindo os olhos devagar, viu que todos os presentes ainda estavam presentes, observando-a.
- Achei que eu perderia a capacidade de vê-los – comentou ela com os membros do conselho.
- Não, você apenas deixou de ser um de nós, mas será capaz de nos ver. Aliás, você ainda é filha de seu pai - disse ele, colocando um certo tom de censura na última frase falada.
- Ah, avisem-no que virei visitá-lo assim que puder. Adeus!
Ela caminhou rapidamente para a porta lateral daquela sala escura, que dava acesso aos terrenos do castelo; de repente parou e olhando para trás, disse:
- Obrigada, senhores. Vocês não sabem o bem que isso fez para mim.



(fim da narração em 3ª pessoa)


**..**..**..**..**..**

- Caros irmãos e irmãs – dizia um padre alto e velho, segurando uma bíblia e olhando com bondade a todos os presentes (sim, eu já estava na igreja). – Estamos reunidos aqui hoje para testemunhar a união de duas pessoas... - eu olhei para Sophie. Mesmo estando linda com seu alvíssimo vestido de noiva, ela estava com a cara amarrada, já nem sendo tão bonita assim quanto eu imaginei.
O padre continuou a lengalenga:
- Você Gerard Arthur Way, aceita casar-se com a duquesa Sophie Von Teschen e aceita amá-la e respeitá-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença e em todos os momentos de sua vida?
- Sim, aceito – eu confirmei, sem olhar e nem dar um sorrisinho para a duquesa, o que parece tê-la irritado.
- Você, Sophie Von Teschen, aceita casar...
- Aceito sim, acaba com isso logo, por favor... - interrompeu ela mais irritada ainda, deixando o padre também estressado.
Então o padre olhou em direção aos nossos pais, que estavam sorridentes, nem percebendo o que estava acontecendo no altar.
- Bom, então... Alguém tem algo contra esse casamento? Fale agora ou cale-se para sempre!
A grande igreja, completamente iluminada e enfeitada, foi testemunha do incrível silêncio que caiu como pedra sobre as pessoas que assistiam a essa funesta cerimônia. “Ah, anda logo... To doido para sair daqui!” eu pensava, aflito.
De repente, as pesadas portas da igreja se abrem e uma figura envolta em luz (por causa do sol lá fora) apareceu rodeada ainda de mais algumas pessoas envoltas em capas.
“É ela...” pensei sorridente.
- É ela, como o previsto... - disse a duquesa do meu lado, olhando para o pai dela, que estava sério do outro lado do salão. Que história é essa de “como o previsto?”
- Eu tenho – a figura da porta se aproximou e revelou ser . – O Príncipe Gerard não ama a duquesa mais. Ele ama a mim!
Todas as pessoas presentes fizeram um coro de “Oooohhhhhh!!!” ao ouvir isso da . Eu sorri contente, imaginando que agora eu poderia ficar com ela para sempre.
No exato instante, um batalhão de pelo menos cem soldados invade a igreja, pela porta de frente onde e seus companheiros estavam.
- Não tão rápido assim mocinha... - se adiantou o conde de Chagny, empunhando uma bela espada. Olhei espantado do pai de Sophie para ela própria: ela exibia um sorrisinho de presunção, o que eu detestei. - Se é guerra que esses paranormais ridículos querem... É o que eles terão!
Todos os soldados empunharam as espadas, junto com o pessoal de (que empunhou suas varinhas) com vigor e notável ânimo, até o padre se impor:
- Não na casa do Senhor! Pode ser lá fora, mas aqui não.
- Ah, vá catar coquinho... – disse , séria. - ATACAAAAAAR!!!

E, aos olhos de toda a igreja, começou uma batalha completamente estranha. Todos os que estavam sentados (e não eram poucos) tiveram que abrir espaço para que o grande edifício da igreja pudesse suportar as coisas bizarras que aconteciam. , no comando da brigada com as varinhas mágicas, lançavam um certo feitiço que fazia com que as espadas dos cem homem virassem purpurina. Os soldados estavam “lindas” com aquele monte de purpurina em cima deles.
- Ahá, é isso que vocês merecem! – dizia , rolando de rir.
- Foi VOCÊ! – o conde apontou para , que se refazia do ataque de riso. – Que me fez sair correndo atrás de Donald, não é?
Tudo parou a essas palavras dele. Todos, pelo visto, ficaram perplexos com as palavras daquele que parecia ser o mais macho de todos os homens – até ele falar aquilo. Por que aquele retardado tinha que manchar a própria reputação, hein?

A batalha continuava: jorros de água saíam das pontas de algumas varinhas; muitos soldados perderam armamentos e escudos. Essa batalha durou pelo menos (pra mim) umas duas horas. Finalmente, consegue render o Conde de Chagny que há uma hora travava uma batalha de corpo a corpo com ela. Prendendo o pescoço do conde com um dos braços, ela disse:
- A batalha está terminada, mas é preciso ouvir isso da boca daquele de quem a iniciou.
Ela olhou ameaçadoramente para o conde, que por sua vez olhara para sua filha (que estava completamente descabelada e suja) e que ainda por sua vez olhara pra mim.
- Não adianta olhar pra mim, eu não tenho nada a ver com essa história! – resmunguei, meio sarcástico. Olhei para : puxa, ela tava bonita com aquela pose de : “eu sou a tal”. Então, apertara um pouco mais o pescoço dele (como se quisesse espremer uma laranja), e o conde gritou:
- Tá bom, eu falo sua mestiça nojenta. Agora tira sua mão imunda de mim! (n/a: isso me lembrou a Umbrigde... hahaha).
À esse insulto, (que tinha com seus companheiros destruído metade do exército do conde) se aproximou:
- Ei, se você a xingar de novo, eu farei você mandar flores para o pai do Gerard mais uma vez!
Sinceramente, aquilo estava ficando constrangedor. Eu não estava agüentando mais aquele clima pesado, assim que eu disse:
- Gente, já acabou né? ‘Seu’ Conde, declare seu rendimento, eu quero ir pra casa!
Olhei em volta e vi todo mundo da igreja completamente assustados e boquiabertos. O conde então se levantou e arrumando a roupa, disse em tom de derrota:
- Tropas, retirada!
Uma onda de gritos e vivas encheu a igreja: todos os seres mágicos pulavam e sorriam radiantes, uns apenas se abraçavam e outros mostravam a língua para o Conde, que estava cabisbaixo.
Eu fui até , que pulava abraçado com a irmã e dizendo eufórico:
- Maninha! O que você fez valeu a penaaaa! Você tinha razão!
Ela sorriu com felicidade pela primeira vez desde que eu a conhecia: decididamente, ela estava diferente.
- Há! O Conselho vai ter que me agradecer! - ela se soltou do abraço de e veio até mim. – Obrigada pelo incentivo, Príncipe Way...
- Ah, a gente faz o que pode... - eu respondi meio “me achando”. Também, pudera! Eu e ela éramos uma dupla imbatível!
Fui até e entreguei o anel.
- Toma... Merlim não vai mais ficar se revirando no túmulo por causa dessa coisinha aqui.
- Obrigado! Que você seja feliz com a minha maninha! – ele agradeceu, sorridente. Fez uma pequenina reverência (mas que me fez sentir como o maior dos homens *q coisa poética...^^*) que me fez dizer, abraçando :

- Tarefa cumprida, amor...
- Gerard...
- Pois não?
Ela me olhou atentamente (ainda no meio daquele alvoroço todo) com aqueles perturbadores olhos verdes:
- Obrigado por existir!
Não resisti: a beijei. Ninguém viu, todo mundo estava mais preocupado em se retirar da igreja depois daquela batalha estranha. Menos mal, odeio ser observado quando estou muito, er, ‘ocupado’.

- Gerard... – ouvi uma voz grave atrás de mim. Era .
- Oi … Oi gente... - eu cumprimentei meus amigos, que no meio daquela confusão toda eu não tinha visto.
- Gee, eu queria pedir desculpas... Eu estava do lado errado e nem sabia! – ele parecia triste. – Sem querer eu estraguei seu casamento.
- Estragou? , você me salvou! Obrigado! – fui lá e dei um abraço apertado no ouvindo alguém dizer:
- ABRAÇO COLETIVO!!!
E então senti alguns braços envolta de mim e começamos a pular feito loucos: eu, o , Mikey, e . Meu amigões de verdade. Cara, eu amo todos eles!


°~°~º

- Você tomou mesmo aquela poção, ? – perguntei uns minutos depois, saindo da igreja de mãos dadas com ela.
- Sim – ela disse sorrindo. – O Conselho não queria me deixar tomar... Mas eu fui teimosa como sempre, e vejo que valeu muito a pena.
- ... – eu sabia que era a hora de perguntar. – Er, você... Você...
- Fala Gerard , não enrola! – sabe, eu suspeito até hoje que ela sabia o que eu queria dizer.
- Vocequermorarnocastelocomigo? – falei baixo e rápido.
- O quê?
Respirei fundo:
- Você quer morar no castelo comigooo?
-Você enlouqueceu, Gerard? – perguntou ela, os olhos brilhando.
- Não, eu só achei que você gostaria e...
- MAS É CLARO QUE EU QUEROOOO!!! – ela pulou em meu pescoço e me encheu de beijos pelo rosto inteiro. Ao longe, vi a duquesa com cara de derrotada olhando com inveja e com uma cara bem feia para .


Dias Depois...

- Você tem certeza disso, Gerard? Ela é um tanto estranha... – disse a rainha Donna, minha mãe, olhando meio de canto para , que não estava gostando nada dos adjetivos que ela estava ganhando de graça.
- É óbvio que sim!
- Contanto que o Conde de Chagny me deixe em paz... - meu pai parecia perturbado. – deixará os dois em paz, eu garanto – ela ergueu a mão sinalizando promessa. Ela estava muito bonita naquele dia, usando um vestido balão preto, muito diferente. Seu rosto não estava mais sombrio como era antes, pelo contrário: ela exibia alegria e um brilho muito contagiante no olhar.
- Então, nós estamos a espera de um lindo herdeiro, viu? – disse minha mãe. Puxa vida, eu nem casei anda!
sorriu de um modo misterioso, mas feliz. Olhou para mim como que dizendo: “Viu Gerard, você vai ter muuuuito trabalho pela frente...”

E assim foi. Ela abandonou seu reino sombrio, não mais sombrio, para se juntar a mim. Bom, pelo menos, o nosso querido reino já tinha um futuro rei e uma futura rainha...


“E Foram Felizes Para Sempre!”


_______

Esse fim é clássico, né???? Hehehehe

Eu sei, chega a ser pegajoso, mas... nenhum do que eu imaginei se encaixou tão bem quanto esse....=D

Eu fico imaginando se deveria existir a parte dois dessa fic... Tentem imaginar o Gee cuidando de um bebê em plena idade média... hahahahahaha, seria no mínimo hilário!

Eu gostaria de saber a opinião de vocês, minhas flores......xD

Tenho alguns agradecimentos à fazer: à minha priminha querida, que me ajudou a fazer essa fic.....À minha beta Letícia, e a todas vocês lindas maravilhosas que gastaram seu lindo tempinho para ler minha ‘nobre’ fanfic.

Um grade beijão para vocês leitoras......e comentem, por favor.........x)

Tata_Leto x)

comments powered by Disqus