COXINHA!
Por Mariana Nascimento Revisada por: Nelloba
Chegou lá com uma camiseta vermelha e bege escrito "", que ela mesma tinha produzido. Com uma caixinha de presente com embrulho ondulado e amarelo nas mãos que carregava um livro que a aniversariante estava interessada. A mesma abriu a porta.
– ! Cara, eu acabei de alugar uns dvds e tem pipoca também. E, se você quiser, podemos fazer brigadeiro de panela, mas sem guerra de chocolate e... oi. – disse rapidamente e dando gargalhadas ao acabar.
As duas eram bem próximas, por isso, era comum se encontrarem rindo de repente por qualquer coisa que diziam, até que voltou a si.
– do céu, cadê a coxinha? Cadê os salgadinhos da tua tia? Cadê os cds dos nossos gays? Ah, ok, os cds estão aí. – disse ela, procurando por uma festa. Os cds nunca saiam do rádio, elas estavam sempre ouvindo.
– AH! Você tá falando disso, pois é. Eu não fiz festa, não sei, não deu tempo, não deu vontade.
– Mentira.
– Mas é que não deu, . Juro, não fiz nada, tô até arrependida agora...
– Mentira.
– É, é mentira mesmo.
entrou na sala, deixou o livro, ainda embrulhado, em cima da mesa e sentou no sofá com .
– Eu... Só não acredito que você tá assim, só porque...
– Nem vem. Eu não quero falar disso e não quero fazer festa. E só.
– NÃO. Tu não sai mais de casa, cú. Não aluga mais filmes e eu achei até engraçado quando cheguei aqui e você bancou a louca-alegre-. – citava, contando nos dedos as vezes que (tonta) deixava de fazer tais coisas.
– É. E daí?
– E daí que você NUNCA fala "E daí" e eu estou achando que você tá muito doente. - pensava era em como fazer uma divertida festa de aniversário para .
e , que eram grandes amigas de , decidiram cuidar de tudo.
– Eu sei, a única coisa que pode alegrar ela nessa festa é... – disse.
– ! – disseram juntas.
– E se ele for, é bem possível que o vá, o que significa que vamos comer coxinha juntos. – dizia , rindo sem parar.
– É, enquanto o come minha coxinha.
As duas anotavam numa lista tudo o que precisariam para a festa e depois começariam a organizar, bem no começo da lista, havia coisas simples... "1. Coxinha.
2. Músicas do MCFLY.
3. Balões gays coloridos.
4. Pizza e lasanha.
5. Milk shakes á vontade.
6. Pessoas.
[...]"
E entre todos esses blá, blá, blás, havia o último item da lista, que elas consideravam o mais complexo:
"122. saindo do bolo."
– Seria legal, mas impossível. – disse .
– Sem chance. – dizia , pensando junto com em como isso poderia se realizar. – Acabo de concluir que NÃO DÁ!
– Certo que ela acha ele lindo, inteligente, criativo, talentoso, engraçado, divertido, cheiroso, gostoso, quer que ele saia do bolo, etc. Mas não é o tipo de cara que vai querer e...
– E... Não dá pra chamá-los.
As duas sabiam bem que ter a presença dele em sua casa era a única coisa que realmente alegraria a moça, por isso, resolveram tentar, apesar de que tudo indicava que aquilo não ia acontecer. Mas foi bem simples, na verdade. Conseguiram pôr um bilhete anônimo indicando horário e data da festa onde cada um encontraria de alguma forma e assim foi. Foi quase como... Tudo estava escuro, até abrir a porta da sala e de repente, algumas luzes acendiam e todos gritavam.
– SURPRESA! – coisa bem clichê, divertida e sempre uma surpresa.
Ainda era perceptível a tristeza. Até que bem no meio de tudo, as luzes se apagaram. E de um bolo gigante encontrado no canto da sala, saía de uma só vez, um rapaz com um bolo na mão escrito em glacê "ALL ABOUT YOU". As luzes roxas e cor-de-vinho em tons escuros acendiam e piscavam por cima deles há alguns segundos atrás e assim que ele saltou, surgiram os outros, postos em seus respectivos instrumentos ao fundo e tocavam uma versão de "PARABÉNS PRA VOCÊ" em "Friday Night", que eles haviam adaptado de última hora. E de repente, ele saia gritando e saltando com o bolo, feito por eles, na mão sem derrubá-lo até entregar na mão da aniversáriante e no fim, tudo acaba com aqueles últimos toques de bateria, mas não acaba.
– Mas me disseram que haveria loucura, pegação e sedução aqui. – gritou .
– E é quase isso. – respondeu sorrindo para , um pouco hipnotizada.
– EU AINDA ESTOU AQUI PRA TUDO O QUE VOCÊ QUISER, GATO! – gritou uma louca, também conhecida como , para .
– Afinal, o que puseram no convite do ? – perguntou com metade da cara de desesperada, metade de felicidade.
– Que você estava super afim de fazer qualquer coisa com ele de graça. Não, é mentira. – disse .
– À PROPÓSITO, É MELHOR NÃO COMER O GLACÊ DO BOLO! – gritava ao fundo enquanto fugia com toda a bebida, coxinha e .
– Mas fui eu que fiz o bolo! – disse rindo enquanto pegava o bolo e jogava todo na cara dele.
Os dois pegaram toda a coxinha e se trancaram em um quarto qualquer, para aproveitar os mil quilos que engordariam e malhar em dupla um pouquinho.
Enquanto isso, e já haviam se acomodado em qualquer espaço da casa porque não precisavam de tempo pra pensar e faziam em qualquer muquifo mesmo, levando ainda parte da pizza e sendo difamados com câmera amadoras, HAHAHA.
e , duas pequenas almas indefesas, se jogaram numa piscina de chocolate particular programada pela mesma, que na verdade, já estava ocupada e foi meio mancada ter que expulsar os pombinhos de lá, né. E como os outros conseguiram se acomodar... Mas foi meio "CARALIO, MINHA PISCINA DE CHOCOLATE TÁ USADA, ECA." E foi uma noite indefinível, os balões conseguiram salvar e da quase depressão quando vissem que o mundo viu, (o que na verdade, meio mundo já tinha visto, literalmente) [n/a: espero que tenha dado pra entender isso, né.] e assim foi algo inesquecível, mais que uma festa. E se repete toda semana.