Estava eu mais uma vez no dentista. Mais
uma vez porque já era a terceira ida àquele lugar em uma semana. Será que eu
estava com a boca podre? Não é possível, eu escovo meus dentes
direitinho. Mas isso realmente não interessava mais, porque eu tinha
decidido falar com a doutora bonitona e linda e charmosa e... ah! Eu ia cancelar
tudo, isso aí, eu não agüentava mais o barulhinho irritante dos aparelhos,
nem aquele sofá amarelo, por mais confortável que ele fosse. Até a revistinha
de música que sempre estava na mesinha de centro me incomodava. Eu não podia
suportar! Dramaticamente falando. Pois bem, foi com esse pensamento
que eu continuei a observar o garotinho sentado na cadeira perto da porta,
concentrado em disfarçar sua tensão por ter de passar mais uma tarde
consertando o aparelho. Coitadinho. Então a porta se abriu e todos
voltaram os olhos à doutora. Convenhamos, ela não era de se jogar fora. Estava
com uma calça jeans e uma blusa verde por debaixo daquele negócio branco que
eu nunca lembro o nome. Jaguelo... não... janelo... err... jaleco! Acho
que é isso.
- Até mais - escutei ela se despedir de um senhor que
acabara de sair pressionando um algodão contra os lábios. O menininho que
estava ali perto engoliu em seco, mas sorriu ao perceber que não era a sua vez.
- ? Ela me chamou e me levantei devagar, sendo acompanhado por
seus olhos. Ela era bonita, cara, muito bonita. Bonita demais pra ficar
escondida naquele consultório. Mas isso não vem ao caso, porque eu tinha
que dispensar os serviços dela. Hey, você me entendeu! Entrei e ela
fechou a porta com cuidado, até porque havia uma plaquinha de "silêncio" e ela meio que tinha que dar o exemplo. - Sente-se -
pediu e eu obedeci. - Err, doutora ? - sim, este era seu nome - Será que a
gente podia conversar? Sobre...sobre as consultas, sabe, é que eu... -
- ela se aproximou com a bandeja de materiais e logo se pôs a colocar as
luvas - sente-se direito! Mandona, mas eu obedeci de novo. Vai que ela me
mata com a agulha da anestesia? Suspirei e não disse mais nada. Pelo visto
eu teria de esperar até a tortura terminar. Então escutei o som da
cadeira dela chegar mais perto e vi aquele rosto coberto por uma máscara
branca. Só os olhos pretos dela me fitavam, ou melhor, fitavam minha boca e eu
fazia todo aquele clichê de "ahhhhh" tentando desviar da luz da
lâmpada que batia direto nas minhas pálpebras. , quer dizer,
doutora enfiou o espelhinho redondo na minha boca e examinou cada um dos
meus dentes. Ela sorriu. Sim, apesar da máscara, eu percebi. Foi
então que a luz parou de incomodar. Incrível. Ela se afastou um
pouco e tirou a máscara. Logo, tirou as luvas e respirou fundo. - -
chamou baixinho. Ah, meu Deus! Só faltava ela dizer que eu tinha que
fazer uma operação pra consertar meus pobres dentinhos tortos. Eu ainda
estava deitado na cadeirinha do consultório. - Eu... - ela continuou - eu
tenho que te contar uma coisa. Ah, é o fim! - O... o que? -
gaguejei. - Ahhh!!! - ela gritou de repente.
*na sala de
espera* garotinho que estava sentado esperando -> O.o o.O
<- uma mãe que acabava de chegar
*de volta ao consultório* -
Desculpa - ela pediu depois do ataque. Era fato! Eu TINHA que sair dali, o
que era uma pena, pois não é todo dia que se encontra uma dentista tão...
tão... - Então, agora é sério, - ela se aproximou de novo, ficando
na mesma posição de quando mexia nos meus dentes. - Eu... eu não posso mais
continuar a tratar de você. Há! Ela lê mentes? - Ah, e por quê? -
eu quis saber o motivo dela. - Porque... porque... - ela ficou meio nervosa
e respirou fundo de novo. Em seguida me olhou de uma forma tão estranha e nova
pra mim que eu senti uma coisa inexplicável. Lembrava o dia em que eu comi
aquelas frutas estragadas, mas esquece. Doutora tocou meu rosto com
seus dedos finos. Sua pele macia fez com que eu fechasse meus olhos por um
momento. - Porque eu te amo... Abri meus olhos e nem um segundo
depois ela me beijou. Caraaaaaca! Ela se separou e eu não sabia como
reagir. Foi tudo muito rápido. - Que... que foi... i...isso...? -
perguntei confuso, me levantando enquanto ela fazia o mesmo e ia para um canto.
mexia nos dedos, nervosa. - - ela se virou de repente e dessa
vez foi firme ao me encarar - não podemos continuar com isso. Na última semana
eu fiz você vir até aqui 3 vezes! Entenda... eu me declarei, mas não posso
ter esperanças de ficar com você... - Por quê? - eu não entendi. Ela se
declarou, a gente podia tentar. Ela era hot... - Porque você tem os dentes
mais higiênicos que eu já vi!!! - ela falou e começou a soluçar. - Anda,
sai! Antes que eu lhe dê um soco e quebre todos os seus dentes só pra você
voltar aqui e eu consertá-los... Fiz o que ela mandou ["vem meu
cachorrinho, a tua dona tá chamando..."] e segui na direção que seu dedo
apontava. Saí triste daquele lugar.
*reação do menininho* O.o
... manhêêêêê!!!
xxXxx
Os dias que se seguiram foram
chatos. Agora eu queria voltar ao dentista pra ver a minha doutora! Parece
estranho, mas ela conseguiu me tocar... com suas palavras meigas e doces, que eu
tive que lavar porque açúcar dá cárie. Passei um tempo encarando o
teto até que tive uma brilhante idéia! Comecei a comer tudo o que era
porcaria e segundo os caras, eu já estava nojento o bastante pra levar sermão
da doutora e ouvi-la dizer que eu devia escovar os dentes e coisa e tal. Então
finalmente voltei ao consultório. Meu bafo estava tão horrível, que
depois de eu falar com a recepcionista, ela espirrou um aromatizante em volta da
mesa. Quinze minutos de espera, vinte, meia hora... e finalmente ela saiu. No
começo me olhou surpresa e me mandou entrar. De costume me sentei na cadeira e
ela veio até mim. - Ainda me ama mesmo com esse bafo todo? - perguntei. -
Amo - ela respondeu fazendo uma careta, - mas isso não é nada. Eu consigo
reparar só nessa consulta - ela disse desanimada. Ora, meus esforços não
resultaram em nada? A consulta durou o suficiente pra ela limpar minha boca
e trazer a higiene de volta. Na hora em que me levantei e me preparei pra ir
embora ela me entregou um cartãozinho.
Próxima
consulta: daqui 6 meses Doutora
Não me
controlei. Fui até ela e a beijei. De verdade, eu sentia algo a mais. Nos
separamos e eu a encarei. - Olha, a gente pode tentar, se quiser eu mesmo
quebro meus dentes, é só bater na porta e... - Não - ela interrompeu,
sorrindo - tenho a solução! - É? - eu me surpreendi. - É! - ela
socou o ar, feliz - venha aqui amanhã e você verá... vai dar tudo certo !
Tudo!
Saí de lá feliz.
No dia seguinte, eu fui animado
ao consultório. O que será que ela tinha em mente? Cheguei ao
prédio e lá estava minha doutora, vestindo um grosso casaco marrom por sobre a
roupa. Ela não devia estar trabalhando? - Oi! - Oi, que bom que
você chegou! - ela pulou e me beijou. Oh, meu Deus, obrigado!!! - Hey,
não vai me contar a sua solução? - Bom, já que você tem os dentes mais
higiênicos do mundo e eu, como dentista, não tinha mais como cuidar de
você... Eu decidi mudar de profissão... Arregalei os olhos e sorri.
Então ela se importava comigo! Que massa! Se bem que ela não era
tão boa como dentista, pra falar a verdade. Nos abraçamos e seguimos
pelas ruas, felizes, já que eu tinha percebido que aquele sentimento ia
crescer, e muito! - ...? - chamei. - Hum... - ela resmungou. -
Qual vai ser sua profissão agora? - Ah, professora! - ela respondeu
contente e me deu um selinho.
Que é que ela quis dizer, hein?
xfimx
n/a: Duuude, eu li lá no Danny Addiction
que segundo Jones, seu dentista lhe disse que ele tinha a boca mais higiência
do mundo. Eu tive que fazer uma fic a respeito, cara, a idéia saltou na minha
cabeça.
uashuashusaah Espero
que tenham gostado, ela foi escrita de coração [?] greenkisses
=* .DeLilah.
Minhas fics: 15 Canções [mcfly/em andamento] Valentine's Day
[mcfly/finalizadas] Valentine's Day 2 [mcfly/finalizadas] Valentine's
Day 3 [mcfly/finalizadas] Fim de
Festa [mcfly/finalizadas] Happy Kids [mcfly/finalizadas]
Não se esqueça [promoção] You Should be With Me [mcfly/finalizadas] E
a da minha irmã Tinha um McGuy no meio do caminho [mcfly/em andamento]