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By Ligia Araujo & Marianna Fundão.
Script by Ligia.


• Capítulo I -

Ainda lembro o dia que encontrei o primeiro amor da minha vida. Como todos dizem, o primeiro amor é inesquecível e eu posso lhe garantir que nenhum foi tanto quanto o meu.

- ! AS CRIANÇAS ESTÃO PRATICAMENTE SE MATANDO AQUI... E ME MATANDO TAMBÉM! – Corri até onde a pessoa que gritava pelo meu nome estava. Aquela era a minha realidade. Meus seis filhos, com cocares nas cabeças, arcos e flechas nas mãos e expressões totalmente alegres, corriam em círculo – em volta do que eu deduzi ser meu marido de cabeça para baixo – e batiam nas próprias bocas, fazendo barulhos como ‘UUUUH’, imitando a possível dança indígena da chuva.

Desde a primeira vez que eu o vi, eu soube que era o homem da minha vida. Douglas Poynter. Vocês podem até pensar que isso é meio cafona e precipitado, ainda mais por eu ter apenas quinze anos, mas isso com certeza é porque não aconteceu com vocês.

Dougie, como o chamávamos, era loiro, olhos azuis, nanico, mas simplesmente perfeito! Apaixonamos-nos perdidamente desde o primeiro olhar. O engraçado é que naquele dia que nos conhecemos na escola, quando estávamos conversando, de repente ele saiu correndo. Apenas gritou algo como “BANHEIRO” e “FEIJOADA”. Não o culpo, já comi uma feijoada uma vez e fiquei três dias seguidos no trono.

No colégio, as pessoas o chamavam de “Rei Momo”, mas eu não sabia por quê. Deve ser porque ele é um príncipe, né?

Depois daquele acontecimento, um tanto quanto estranho, o dia continuou fluindo normalmente. Só não gostei muito do fato de não ter visto mais o Dougie.

Já comentei o quanto ele é fofo? Não pelo fato de ter ido ao banheiro, mas por depois ele ter vindo me pedir desculpas. Preciso dizer que quase derreti quando ele apareceu na minha frente? O cabelo dele estava extremamente lindo, apesar do fato de estar caindo em seus penetrantes olhos – mas tenho que admitir, ele ficava bem mais charmoso daquele jeito.

- Erm... Oi . – Dougie disse passando as mãos nos cabelos e deixando-as atrás da nuca por alguns segundos. Em seguida, ele as deslizou até os bolsos do largo casaco que vestia, em um movimento que achei bastante sexy e que prenderam minhas íris em sua silhueta por longos instantes.

- Dooougie! – Percebi o nervosismo dele na hora em que havia falado e pra descontrair um pouco resolvi lhe dar um abraço. – Ah, e pode me chamar de . – Completei com um sorriso no rosto, após ter interrompido o abraço.

- Ok, . E você pode me chamar de... Dougie mesmo. – Ele deu aquele sorriso de criança retardada que mexe profundamente com meu interior. Achei melhor rir, ou então eu ficaria com aquela cara de presidiário que acabou de sair da clausura e se depara com um hipopótamo lilás com bolinhas rosa. – Desculpe por naquele dia ter saído correndo como um macaco que viu um cacho de bananas... Mas é que... Meu sistema fisiológico me chamou. E como forma de redenção, gostaria que você saísse comigo no próximo sábado. E não aceito um NÃO como resposta!

Conseguem adivinhar como eu fiquei?! Acertou quem disse que fiquei com de “CAIPIRIA ESBABACADA EM CIDADE GRANDE”! E nem pensem em me julgar, porque é impossível não ficar assim depois de uma INTIMAÇÃO dessas.

- Nossa... Se é assim eu serei obrigada a aceitar o seu convite e terei que desmarcar diversos compromissos na minha agenda. – Claro que eu não tinha outros compromissos, mas precisava fazer meu charminho básico. Eu acho que consegui disfarçar meu nervosismo, pelo menos ele sorriu pra mim daquele modo que me deixa... FELIZ!

- Então eu posso passar pra pegar a senhorita cheia de compromissos no sábado, às 7 horas? –

- Claro. Está combinado. -

- Até sábado. – Ele se despediu de mim com um beijo no rosto – que foi bastante demorado – me deixando sozinha, alisando meu rosto, onde a pouco ele havia depositado aquele beijo.

Quando despertei do meu ‘transe’ corri para casa. Eu sei que ainda era terça-feira, mas eu queria que fosse tudo perfeito. Tirei todas as roupas do armário, na procura daquela que fosse ideal para o momento. Vi minha mãe passando em frente à porta do meu quarto com o telefone na mão - provavelmente fofocando com alguma amiga – e só pude a ouvir dizendo “Essa menina parece que endoidou de vez. Não sei como pode ser tão difícil escolher alguma roupa, já que a única cor que se pode ver naquele armário é rosa.”. Até a minha mãe, dude. Já não bastavam as minhas amigas falando essas coisas? Eu gosto MUITO, EXCESSIVAMENTE de rosa, mas eu NÃO sou paty.

Bom, no final da tarde eu já estava muito cansada de olhar tanta roupa e as deixei de lado. Acabou sobrando pra Selmara, nossa empregada, arrumar tudo.
O resto da semana decorreu tranquilamente, e eu poucas vezes encontrei Dougie no colégio, ocasiões que apenas trocamos comprimentos.



“Quando você sai com uma menina e ela é muito, muito linda...



Sábado finalmente havia chegado e eu estava super nervosa. Na verdade eu fui pelo menos umas cinco vezes no banheiro, tamanho o nervosismo.

E como eu não sou nem um pouco ansiosa fiquei pronta às cinco da tarde. Eu ainda tinha que fica esperando por ele algumas horas e resolvi assistir pela décima quinta vez o meu filme favorito... AUSTIN POWERS - O AGENTE "BOND" CAMA.

Como havíamos combinado, Dougie chegou lá em casa exatamente às 7 horas – pontualidade inglesa é o que há, dude – e eu abri a porta. Eu ia falar quando ele logo perguntou se podia usar o banheiro e eu apenas assenti com a cabeça. Com isso ele saiu correndo à procura do trono e por mais incrível que pareça foi exatamente a primeira porta que ele abriu que era o seu local de destino.

Sentei novamente no sofá e fiquei esperando-o acabar o que quer que ele esteja fazendo. E ah, lembram da minha dificuldade em escolher a roupa perfeita? Bem, eu coloquei uma saia no meio das coxas e uma regata... ROSA... Com pequenas abelhas na frente.

10 minutos... 20 minutos... 30 minutos... 1 hora e nada do Dougie.

Enquanto eu esperava Dougie sair do banheiro senti um cheiro bastante desagradável. Provavelmente minha mãe ou a Selmara deveriam ter dado doce para o cachorro. É, eu tenho um cachorro. Mas eu o caracterizo mais como uma bola de pêlos, cheia de pulgas, que só sabe comer, dormir e soltar gases. Depois que a corrente de ar passou, escutei o barulho da descarga e em seguida vi Dougie se dirigindo até a sala com cara de quem tinha acabado de brigar com uma velhinha no supermercado por causa do último pote de sorvete.

Ele olhou pra mim com aquela carinha de cachorro sem dono, como um pedido silencioso de desculpas. Como eu poderia resistir? Saímos em seguida e ele me levou à um Starbucks perto do St. James Park. Aquele parque lindo que você pode ver uns 500 esquilinhos passando por seus pés. Não deu pra passearmos muito porque Dougie disse que precisávamos ficar num lugar que tivesse banheiro. Então lanchamos no Starbucks mesmo.

Quando terminamos de comer, ele pediu licença e foi ao banheiro DE NOVO.

E, pra variar um pouco, ele só demorou 40 minutos. E como não sou boba, pedi uma caixa de muffins e em vez de só ficar com cara de panaca que espera por alguém, eu fiquei com de panaca que come.

Acho que Dougie se sentiu culpado e acabou me chamando pra dar um passeio pelo parque naquela mesma noite, mas achei que seria melhor – pra mim e para a limpeza do parque – que nós dois fossemos pra casa.

Dougie me deixou em casa e depois saiu correndo como um maratonista do Congo e apenas gritou “TCHAU”.

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo II -

“Quando eu vou ao boliche, meu estômago vira dinamite...


Peguei as crianças e as coloquei de castigo. Ainda bem que a nossa casa tem bastantes cômodos, afinal se eles ficassem juntos eram capazes de derrubar a casa. Por que eles só me respeitam e sempre sobra pra eu designa-los seus castigos? É, porque sempre que as crianças ficam em casa sozinha com o pai, parece que tudo de transforma em um daqueles desenhos onde as crianças dominam. Diversas vezes encontrei meu marido em situações bastante incomuns... De cabeça para baixo, todo enrolado com papel higiênico, amarrado por cordas na cadeira...

Dois meses se passaram desde meu primeiro encontro com Dougie. Nesse meio tempo, conheci , uma menina que tido sido transferida de um outro colégio. Cabelos longos castanhos, olhos em um tom mel, não muito alta, não muito baixa... Não gorda, mas também não era uma daquelas garotas extremamente magras que se bater um vento saem voando. Era uma garota normal, mas não deixava de ser bonita.

- Oi ... E oi amiga linda da . – eu definitivamente não gostei daquele comentário e apenas dei um sorriso amarelo. ficou sem graça e eu pude perceber que ela até corou.

- Meu nome é , prazer. – ela esticou a mão para que ele pudesse apertar, mas pra minha surpresa ele a puxou para um abraço e deu dois beijinhos no rosto dela. Achei isso super gay.

- Douglas, mas me chame de Dougie... E o prazer é meu. – ele piscou e eu emburrei a cara. Ele continuou falando. – , eu queria saber se aceita sair comigo... – ele olhou de mim para , e novamente para mim. – E eu gostaria que você, , fosse também pra conhecer um amigo meu.

Depois dessa me senti aliviada. Pelo menos quando a gente for sair ele for ao banheiro, não vou ficar sozinha. Não que eu não goste de sair com Dougie, eu AMO, mas nunca dá pra aproveitar muito, ele sempre vai ao banheiro, se é que vocês me entendem. Tipo, eu não me chamo A gatona, mas eu acho que dou pro gasto.

[...]

Chegamos, eu e a , no boliche de um shopping lá na Picaddilly Circus. Não tinha muita gente e logo avistamos um garoto que parecia estar procurando algo ou alguém.

Ele era bonito, mas ainda prefiro o meu Dougie. Percebi que ao meu lado, ficou estática e não parava de encará-lo. Tinha olhos lindos e o cabelo todo bagunçado. Chegamos perto dele e perguntamos se ele queria ajuda.

- Ah, estou procurando duas meninas... – o sorriso de murchou. – Uma delas é namorada do meu amigo, o Dougie. – Opa, namorada? Gostei disso. O sorriso de voltou a aparecer.

- Você é o ? – perguntei, analisando o garoto na minha frente, enquanto o sorriso de aumentava cada vez mais.

- Sou eu! Yeah! Dude, que alívio! – é, realmente ele parecia desesperado. – Você é a ? – ele me abraçou e continuou estática. Deus! Que menina mole.

Depois de colocá-los de castigo em seus respectivos quartos, me despedi de meu marido que foi pra gravadora e sentei no sofá pra descansar um pouco. Logo depois ouço a campainha. Levantei, abri a porta e dei de cara com uma sorridente. Ela me abraça e os três filhos entram correndo, provavelmente procurando os amiguinhos. me largou e disse:
- Estou grávida! DE NOVO! O ‘tá tão feliz.


- E essa é minha amiga . – ela me cutucou... – Ok, essa é minha amiga . – ela sorriu e ele também. a abraçou e eles ficaram um bom tempo abraçados. Ninguém merece... – Er... E cadê o Dougie? – eles se soltaram. Aleluia!

- Ah, ele foi ao banheiro. – bom, agora eu descobri que não era aquilo que eu tava pensando. Só se o causar a mesma reação que eu causo nele.

Sentamos e ficamos esperando Dougie. Lindo o trabalho de um castiçal, não?

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo III –

“Quando eu beijo a garota, e sinto essa vontade louca...


Depois de uma meia hora dando uma de castiçal, Dougie apareceu todo bagunçado [mais do que o normal], parecendo que tinha brigado com alguém. Ele me abraçou por um tempo, até maior do que e . HO, chupem essa manga!

Jogamos e eu fiquei em último lugar. Mas, tudo bem, pelo menos o Dougie ‘tá aqui. Bom, ele estava, porque acabou de sair pra ir ao banheiro. e saíram, provavelmente pra se amassar por aí. E eu fiquei aqui, chupando o dedo.

Passando alguns minutos, vi uma menina se aproximando. Acho que a conheço de algum lugar.

- Você é a ? – ela perguntou sentando ao meu lado. Afirmei com a cabeça. – Eu sou , estamos na mesma escola, mas em turmas diferentes. – sabia que a conhecia de algum lugar.

- Ah, eu lembro de você! Sua turma apresentou um trabalho na minha. – finalmente eu tinha uma companhia e ela parecia ser bem legal. – Aquele trabalho me ajudou bastante a não cometer erros comuns na adolescência.

- Que bom! Essa era a nossa intenção. – eu percebi que ela havia ficado quieta, mas não seria eu quem falaria. Cara, eu tenho muita dificuldade em fazer contato com as pessoas, ainda mais se forem meninas. Porque vocês sabem... Com meninos a gente nem conversa muito. – Você tá sozinha aqui?

- Não... Eu vim com mais três amigos. Só que eles sumiram! – ainda bem que ela resolveu falar, porque senão ficaria tudo do mesmo jeito. Olhei bem pra ela e achei que seria confiável contar para ela sobre o destino de , e Dougie. – O e a , os que estavam se amassando, sumiram e eu aposto como estão no armário de materiais terminando de fazer o que começaram aqui... E o Dougie... Erm... Ele foi ao banheiro. Pela segunda vez, só hoje.

Assim continuamos a conversar animadamente. Descobri várias coisas de – ou , como preferia ser chamada – e contei várias coisas sobre a minha vida pra ela. Não percebi que o tempo havia passado e só me dei conta disso quando vi e voltando e arrumando suas roupas. Avisaram-nos que o boliche fecharia e eu fiquei preocupada com Dougie. Ele ainda não havia saído voltado do banheiro e falei com o carinha do boliche. Ele pediu que esperássemos lá fora por ele, e foi isso que fizemos.

Dez minutos depois ele apareceu, e nós conversávamos – eu, , e - sobre como iríamos para casa.

- Mas eu moro longe e não sei como vou pra casa. Meus pais me ligaram avisando que meu irmão está no hospital, porque ele teve uma infecção estomacal, e eles ficarão lá com ele.

- , se você quiser pode pegar carona com meu amigo. Ele é o único que tem carro e vai vir me buscar. – disse no momento que em Dougie se aproximou da gente.

- Mas será que eu não irei incomodar?

- Vamos perguntar pra ele. – falou e apontou na direção de um grande carro preto que se aproximava.

Neste momento, Dougie vinha se despedir de mim. Ele foi se aproximando e lembrei das minhas amadas novelas mexicanas. Fechei os olhos e juntei os lábios em um biquinho. Senti os dele se se encostando aos meus e depois o escutei falando “banheiro” e abri os olhos. O vi correndo pela rua com os braços pra cima e fiquei olhando pro horizonte com um sorriso bobo no rosto.

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo IV –

“Quando peço ela em namoro e corro pro banheiro igual a um touro...


- ! Grávida? Meu Deus!
- Yeah! Hoje eu e o vamos comemorar, se é que você me entende. – ela falou com um olhar safado. – Eu falei com a , mas ela não pode, então você pode ficar com as crianças pra mim? – ela fez aquele olhar de pidona que só a tem e eu aceitei.
Oh Deus! Nove crianças na minha casa! F... Ferrou tudo!


, o tal amigo do , nos levou pra casa e a ficou por último. Hum, aposto que vai rolar algo...

Dougie me ligou no dia seguinte e falou que tinha algo sério pra me dizer. Gelei. "Ah Deus, será que ele não gostou do meu beijo? Será que ele não gosta mais de mim?" Fiquei desesperada. Ele marcou no sábado comigo e dessa vez íamos sozinhos. Perguntei se podíamos adiar, estava com medo. Mas ele disse que tinha ensaio da banda e que eles precisavam ensaiar porque , o da banda, tinha acabado de voltar de uma viagem e tinha conseguido uma proposta de trabalho pra eles. Ok, então sábado tudo ia acabar, pelo que parecia.

No meio da semana, eu falei com e sobre isso. Elas não disseram nada, mas tentaram me acalmar.

Sábado chegou como um relâmpago e eu não tinha roupa. Qual a melhor roupa pra levar um fora? PRETO. Nada como um pretinho básico. Ele buzinou exatamente na hora que tínhamos combinado. Como ele arranjou um carro? Desci e abri a porta pra ele. Estava lindo como sempre e sorriu pra mim. Olhei pra fora e vi o carro do . Imaginei o que ele e a podiam ter feito lá e fiquei com nojo.

Dougie me levou à um restaurante lá na Oxford Street. Nossa, muito dinheiro gasto só pra dar um fora, não?
Comemos e percebi que ele estava nervoso. Comecei a tremer e ele a falar:

- Er... Bom, , eu gosto muito de você. E todo esse tempo que passamos juntos foi maravilhoso, e... Eu... Vo-você... Comigonamorarquer?

- QUÊ?! – Eu realmente não tinha entendido nada.

- Vo-você quer... Quer... Quer na-namo-morar-ar comigo?

Meu marido chegou em casa, às oito da noite, normal. Ele chegou e estranhou tudo estar tão quieto.
- Onde estão eles? – ele me perguntou depois de me beijar. Parecia assustado. Deus, ele tem medo dos próprios filhos! – Cuidado , eles podem nos atacar a qualquer momento!
- Calma, amor, também deixou os dela aqui. – os olhos dele aumentaram ainda mais. – Mas, eles estão quietinhos no quarto.
- COMO?!
- Dougie está cuidando deles...


...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo V –

“Quando ela vai ao ensaio, vou pro banheiro como um raio...


Eu me senti de todas as maneiras possíveis. FELIZ... ASSUSTADA... EXALTADA... NERVOSA. O que eu mais queria naquele momento era gritar, derrubar aquela mesa, pular no pescoço do Dougie e dar um daqueles clássicos “desentupidores de pia”.

- NAMORAR?! – nesse momento eu percebi que todas as pessoas que estava no restaurante olhavam para a gente e eu diminui a altura da voz. – Tipo assim... Namorar de andar de mãos dadas, poder dar beijos todas as horas que eu quiser, poder abraçar esse seu corpo... Bem apessoado... Toda hora? – nesse momento eu já estava em pé e corri até o Dougie. – CLARO QUE EU QUERO! – voltei a gritar e me aproximei dele. Juntei meus lábios aos dele, começando um beijo. Pela primeira vez ele não tinha ido correndo ao banheiro.

- O DOUGIE?! VOCÊ PERDEU A NOÇÃO DO PERIGO?! – por um momento o meu marido me deixou preocupada. Mas isso logo passou.
- Mas, amor, pensa pelo lado positivo... Pelo menos não será você a ficar de cabeça pra baixo ou até mesmo coisa pior.
- Nisso você tem razão. – ele disse e fez aquela cara de gênio do mal que eu achei que só a fosse capaz de fazer. – Mas eu ainda acho melhor irmos conferir se estão todos salvos.


Um mês havia se passado desde que eu e Dougie começamos a namorar. Ele havia me chamado para assistir ao ensaio da banda. Ah, vou comentar um pouco sobre a banda. Ela era composta por Dougie e por mais três amigos dele. e eu já conhecia e aquele eu conhecia só de nome mesmo.

Na sexta à noite, Dougie veio até a minha casa me buscar para assim podermos ir ao ensaio da banda. Quando chegamos lá, vi encostado na parede, com uma menina em sua frente... Mas eu só consegui ver a calça dela. PERA AÍ! Eu conheço essa calça... Essa blusa... Esse cabelo. EU CONHEÇO ESSA PESSOA! Era a se amassando com o . Eu sabia que eles tinham algo.

Ignoramos a presença das duas pessoas ali e entramos no galão que eles ocupavam. Foi nisso que eu vi o . O TÃO FAMOSO ! E se eu não conhecesse bem o Dougie como conheço, eu iria julgar que sabia o porquê dele ser tão falado por Dougie. Desde o momento que o avistei, não consegui mais desviar o olhar. Ele era tão lindo e o modo como ele arrumava o deixava com um ar sério que contrastava com o rosto delicado que dava impressão de tão criança. Senti algumas coisas no estômago, como se grilos estivessem criando uma sociedade secreta dentro do meu organismo. Provavelmente seriam gases pedindo pra serem liberados. Mas eu não podia fazer isso.

Eu percebi que ele olhava pra mim. Mas não era um olhar comum, era um olhar igual daqueles documentários do Animal Planet. É, aqueles que os leões encaram as zebras, suas vítimas.

PÁRA TUDO! – lá vem aquela vozinha irritante que tanto me atormenta, mais conhecida como consciência. – ELE É AMIGO DO SEU NAMORADO! ISSO COM CERTEZA É COISA DA SUA CABEÇA, PORTANTO, PÁRA DE PENSAR BESTEIRAS!

Ok, dessa vez ela tinha razão. Desviei o olhar e fingi estar interessada em uns quadros no local e nem pude notar que ele havia se aproximado da gente.

- Dooougie... Que bom que você chegou... Aconteceram uns problemas com seu baixo e uma das cordas dele arrebentou. – Quando terminou de falar, escutei Dougie murmurar um “já volto, princesa” e o vi indo até o instrumento.

- Oi, eu sou o ... E você deve ser a , certo? – agora tinha se aproximado de mim e como sou uma boa menina, usei toda a educação que meus pais haviam me dado.

- Certo, sou eu sim. – Ele me abraçou. Ui, ui, uou, uou! E eu correspondi, claro, sou educada.

Os grilos voltaram. E Dougie também. Ele pegou e me deu um beijo DAQUELES.

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo VI –

“Quando ele diz que a ama e o banheiro o chama...


Subimos as escadas devagar, com medo do que podíamos encontrar no quarto. Percebi que meu marido tremia. Por que eu fui arranjar um marido tão cagão? Ah, porque eu amo ele! O quarto que eu tinha deixado eles era o último do corredor. Meu marido apertou a minha mão. Ninguém merece. Abrimos a porta devagar e tudo que eu pude dizer foi:
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!


Quando Dougie me beija, eu esqueço tudo. Felizmente pude esquecer aquelas melecas de grilo no meu estômago.

- Sobrei legal agora! – exclamou , rindo fraco e indo ficar no seu lugar no palco improvisado deles. Eu me separei do Dougie e insisti que eles precisavam ensaiar. Ele me deu um selinho e se juntou a no palco.

O ensaio acabou e eu agradeci a Deus por ser tão bonzinho comigo. Não agüentava mais aquelas sensações estranhas que eu tinha cada vez que eu parava pra observar .

Mas o pior estava por vir. Dougie teve que ir ao banheiro de novo e eu fiquei sozinha na sala da casa do , sozinha COM O . Eu tinha que iniciar algum tipo de contato com o desconhecido. Não é o que vocês estão pensando, eu quis dizer CONVERSAR. Mas, graças a Deus, ele começou.

- Er... Desculpe o Dougie, ele sempre foi assim. – como assim?!

- Desde que ele nasceu ele vai no banheiro fazer-sei-lá-o-que?! – perguntei assustada.

- Ah, você não sabe por que o ele vai no banheiro toda hora? – disse ele rindo de mim. PANACA!

- Não! PÁRA DE RIR DA MINHA CARA! – gritei pra ele. Não adiantou nada. Ele continuou rindo e saiu da sala falando algo como “Tolinha”. AAAH! Que raiva! O QUE SERÁ QUE O LERDO DO DOUGIE FAZ TODA HORA NO BANHEIRO!?

Depois de ter uma completa visão do inferno, meu marido saiu correndo e gritando “SOCORRO!”. Provavelmente ele vai chamar o corpo de bombeiros. Tentei gritar mais alto que as crianças naquela bagunça, que mais parecia um chiqueiro.
- ONDE ESTÁ O TIO DOUGIE?!
- No banheiro, mamãe! – ah, claro, novidade...


Dougie me levou até em casa a pé mesmo, era perto. Fiquei quieta o caminho inteiro. Minha cabeça estava uma bagunça. “O que foi isso com o ?” ou “O que será que o Dougie faz no banheiro?”. Parece que vou explodir.

Chegamos em casa e Dougie me abraçou e me deu um selinho.

- O que houve? – perguntou ele. O que eu falo?

- Ah, eu... Eu vi que vocês são bons e logo vocês vão ficar famosos e... E você vai esquecer de mim. – eu disse, ficando triste ainda mais.

- QUE ISSO?! Eu nunca vou te esquecer, pequena! EU TE AMO! – e me beijou.

Depois de um bom tempo, ele parou e disse que precisava correr porque tinha que ir ao banheiro. Já até me acostumei com isso.

Fiquei parada em frente à minha casa observando Dougie indo embora. Me senti um lixo por mentir pra ele. Deus, o que eu faço da minha vida?

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo VII –

“Quando você está com uma loira e sua namorada fica doida...


Naquela noite eu mal consegui dormir, e cheguei ao colégio igual a uma pessoa que tinha acabado de ser assaltada. Eu precisava arrumar uma solução pra esse problema. Eu cheguei até a cogitar a possibilidade de me mudar para Marrocos e fazer uma bigamia às avessas. (?) Ficaria como aquele filme “DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS”. QUE HORROR, ! OLHA O QUE VOCÊ TÁ PENSANDO. Só tinha uma solução. Eu deveria me afastar de . Seria difícil, já que ele e Dougie andavam sempre juntos e, pra minha sorte, era da minha turma.

Desde o momento em que entramos no quarto, não tive oportunidade de observar atentamente o ambiente. Parecia que o Katrina tinha passado pelo quarto. Bolas de papel higiênico grudadas no teto, os lápis de cor espalhados pelo chão, as paredes todas rabiscadas e o Zukie do Dougie embaixo de uma pilha de roupas perto da porta do banheiro.
- O QUE ACONTECEU AQUI?! – no momento que eu gritei, todos ficaram quietos. Meu marido apareceu na beirada da porta. Ele usava uma daquelas roupas que os jogadores de futebol americano usam. E, pra completar a imagem de palhaço, ele usava protetores genitais e um capacete.
- ISSO AQUI É O INFERNO E O COMANDANTE DE TUDO É O DOUGIE! – ele disse depois que se escondeu atrás de mim. Como eu tinha inveja, nessas horas, da e do que só tem um filho.


Aquele dia eu estava muito animada. Já tinha uma semana que eu não via o Dougie e estava começando a entrar em crise de abstinência dele. Não via a hora de encontrá-lo. Fui correndo até o colégio e comecei a procurá-lo por todos os cantos. E o pior foi que eu o encontrei. E com uma companhia que parecia ser mais interessante que eu. Os dois estavam muito à vontade e Dougie estava quase pulando no decote da loira na frente dele.

Sai correndo e chorando sem deixar que Dougie visse. Corria totalmente transtornada sem perceber pra onde eu ia. Tinha como meu piorar? CLARO QUE TINHA. Na hora em que eu corria, esbarrei com alguém. Nem me dei ao trabalho de me levantar e nem olhar pro rosto da pessoa que derrubei.

- ? – Ouvi a voz de e senti mais uma vez os diabos dos grilos. – O que aconteceu com você? VOCÊ TÁ CHORANDO!

- Me deixa em paz, por favor. – foi a única coisa que consegui responder, em meio a soluções e lágrimas.

- Não! Não posso te deixar aqui nesse estado! Vem comigo! – ele disse e me levantou. Segui com ele, fazendo a vontade dos grilos no meu estômago, que agora voavam calmos.

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo VIII –

“Quando ele quase beija minha namorada e estou dando uma barrigada...


me levou a um lugar que eu nunca tinha ido antes. E olha que eu estudo aqui há oito anos! Sentei-me num banco dali e ele se sentou do meu lado. Colocou os braços sobre meus ombros e disse com aquela voz maravilhosa que só o tem:

- , o que houve com você? Não gosto de te ver triste assim.

Nesse momento ouvimos a descarga e Dougie aparecer momentos depois atrás da gente. Ele olha pro interior do quarto, depois pra minha cara e pro meu marido. Dá uma risadinha e sai correndo. IDIOTA! Ouço algo ao meu lado e depois meu marido grita já correndo pelas escadas:
- EU TE MATO, DOUGLAS POYNTER!
Depois que ele sumiu de nossas vistas, eu disse pra aqueles nove diabinhos que me encaravam:
- Se vocês não arrumarem isso em 20 minutos, eu vou fazer vocês comerem 1º kg de jiló todos os dias. – eles quase se mijaram de medo. – E VOCÊS TAMBÉM! – disse apontando pros filhotes da . Eu realmente tenho inveja da e do .


- O... O... Do... Dougi... Gi...e – eu tentei falar. Ele me olhou preocupado e me abraçou forte.
- Calma, não precisa falar agora. Se acalma e depois conversamos. Se o Douglas te machucou, eu mato ele, ok?

A única coisa que consegui murmurar foi um “muito obrigada” e passei a abraçá-lo com mais força. Aquele abraço dele me fortalecia e eu esquecia os problemas que atormentavam minha cabeça. Até me esqueci dos grilos, que agora se agitavam freneticamente.

Eu levantei a cabeça e encarei aqueles olhos penetrantes dele. Gelei. Me senti como aqueles bonecos congelados pela Rainha de Nárnia. Ele passou o polegar pela minha bochecha, limpando os últimos vestígios de lágrimas em meu rosto. Umedeceu os lábios e eu tremi. Estávamos muito próximos, MUITO. Eu estava tonta com o cheiro entorpecente dele. Meu coração parecia querer estourar minha pele, de tão rápido e forte que batia. Ele roçou seu nariz no meu e eu pude ver cada detalhe dele. Cada parte do seu corpo parecia querer se fixar no meu cérebro que agora estava em transe.

fechou os olhos. Parei de encarar aquelas estrelas que pareciam querer iluminar meu caminho pra sempre. Ele acariciava meus lábios e roçou seus lábios nos meus. Nossos lábios se encontraram num choque que finalmente me acordou. Virei o rosto e me afastei tremendo.

As lágrimas voltaram com força total e as únicas coisas que pude murmurar foram.
- Nã-ão... O... O... Dou... Gie... – encarei e tentei falar mais firmemente. – Não posso fazer isso com ele!

Sai correndo e não tive coragem de virar pra trás pra ver a reação dele. Cheguei em casa e não encontrei ninguém, graças à Deus. Corri e me tranquei no banheiro. Chorei como nunca tinha chorado em toda a minha vida. Exceto quando mamãe me bateu porque eu quebrei o disco dela dos Beatles quando eu tinha seis anos. Agora eu AMO Beatles. Sentiu a ironia?

Não sei quanto tempo fiquei trancada no meu banheiro chorando. Quando ouvi que meus pais tinham chegado, liguei o chuveiro pra disfarçar e continuei lá, me senti um monstro, pior que o Darth Vader, pior que o Voldemort, pior até que os traficantes do Rio de Janeiro...

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo IX –

“Quando você bagunça todo o quarto e depois vai cagar no mato...


Suspirei e me joguei no sofá. Silêncio. A melhor coisa do mundo quando você tem seis filhos e uma amiga que adora deixar os dela contigo. Deus, a tá grávida de novo. Nós duas parecemos duas coelhas! Ouvi a porta bater e sorri. Ele chegou!
- O que a mulher mais linda do mundo faz aqui sozinha?
Abri meus olhos e o encarei. Já disse que o meu marido é o mais gostoso de todos? Sorri marota pra ele e me aproximei. Coloquei meus braços em volta do seu pescoço e fiz a cara mais maliciosa que eu tinha. Ele sorriu e eu disse com a voz rouca.
- Disse que eles teriam que comer jiló se não arrumassem o quarto. Eles ficaram cansados e desmaiaram por lá mesmo. – terminei mordendo o lóbulo da sua orelha.
Ele beijou meu pescoço e eu me arrepiei. Envolvi minhas pernas em sua cintura e subimos.
Ah! Agora sei por que tenho tantos filhos...


Ainda estava no banheiro quando ouvi alguém abrir a porta. Droga! Esqueci de trancar! Senti alguém me abraçando e corei ainda mais. Mais alguém abriu a porta, desligou o chuveiro e sentou-se do meu lado também.

Levantei a cabeça e encarei os olhares preocupados de e . Suspirei e desabafei tudo. Tudo mesmo. No final, eu chorava ainda mais. Elas me abraçaram forte e disse:

- Calma, , vamos ser muito felizes ainda! Você vai ver! Temos muita vida pela frente. Daqui a uns anos você vai estar desesperada cuidando dos seus oito barulhentos filhotes! Eu quero ter cinco. – disse ela, sorrindo.

- Credo, ! Deixa de ser procriadora-mor! Eu só vou ter um e olhe lá. Odeio criança! – eu disse cutucando ela.

- Concordo com a , . – disse acenando com a cabeça freneticamente. – Eu nem vou ter filhos! – ríamos e saímos do banheiro ainda fazendo planos e mais planos...

- HAUHAUHAUAHUAHAUHAUAHUAHUA! – ru ria, enquanto estava encostada no peito dele na nossa cama. – E ele ficou lá? HUAHAUHAUHA!
- Aham! Ele disse que precisava ir ao banheiro e eu disse pra ele fazer lá no mato mesmo! Quando ele sumiu de vista eu peguei o carro e vim pra casa.
- HUAHAUHAUAUHA! Ta... Tadinho! HUAHUAHAUHAUAH!
- Tadinho nada, você viu o que ele fez com as nossas crianças? – meu marido disse. Estávamos conversando sobre Dougie e ele disse que Dougie correu tanto que se perdeu na estrada. Meu marido deu uma carona pra ele e quando estavam voltando Dougie precisou ir ao banheiro...
- Agora chega de falar em Douglas Poynter! – ele exclamou e me deu um beijo! Começamos tudo de novo...


...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo X –

“Quando o peito da loira fura e do banheiro vou a procura...


O apoio das minhas amigas foi fundamental para a minha recuperação. Quando acabamos de conversar, fomos até o McDonald’s. Eu nunca comi tanto na minha vida, mas a conseguiu me superar.

Passávamos pela rua quando vi em uma placa escrito “BOXE” em uma porta amarela. olhou pra mim com o sorriso maligno dela e acho que captei a idéia dela. Entramos no local e conversamos com o professor de lutas. A só faltava babar no cara! Combinamos que as aulas seriam as quintas depois do nosso colégio.

As meninas decidiram que dormiriam lá em casa naquela noite. Minha mãe comprou várias coisas pra comermos e ainda fez bolo. Ficamos até de madrugada comendo e fazendo planos contra a loira maldita.

No dia seguinte fomos todas juntas para o colégio e fiquei evitando Dougie. Na hora do intervalo, sumiu e percebemos que também. Ele também estudava no mesmo colégio que a gente, só que no último ano. Acho que dá pra prever que estavam juntos.

O sinal tocou. Agora seria a aula de Educação Física. Cinco minutos depois que estávamos na quadra, chegou com os cabelos todos bagunçados e acompanhada por um com roupas amassadas. Ele a deixou lá e roubou um selinho, correndo até sua sala em seguida.

veio até a gente saltitando e gritando.

- É HOJE!

- É hoje o quê, maluca? – falou olhando assustada pra .

- É HOJE QUE EU LIVRO O MUNDO DOS SILICONES! – ninguém entendeu nada, mas coisa boa é que não estava pra vir.

A aula começou e seria Badminton. Os primeiros exercícios seriam em duplas. estava com a raquete na mão. Lembra daquela loira do peito excessivamente grande que conversava com Dougie? Pois ela estava na frente da . A fez aquela cara de gênio do mal e olhou para a aspirante a travesti. Ela jogou a peteca pra cima e rebateu com a raquete. PAFT! Foi direto no peito da coisa. Foi hilária aquela cena. A peteca ficou afundada no tecido adiposo e a menina começou a correr e a gritar. sentou no chão e começou a rir, acompanhada de TODOS os alunos. Até nossa professora começou a rir.

Uma amiga da menina tentou ajudá-la e começou a puxar a peteca. Depois de um tempo ela conseguiu tirar e a amiga caiu de bunda no chão, deixando um buraco onde há pouco tempo estava a peteca.

Acordei com os raios de sol na minha cara. Mentira, tava frio pra caramba. Ouvi a campainha e levantei exausta (vocês já sabem porque, né?). Sorte que hoje era domingo e eu não teria que ir pro laboratório. Quando eu toquei a maçaneta, percebi que estava pelada. Deus, quase que eu abro a porta pelada! A campainha tocou de novo e eu botei uma camisa e uma boxer do meu marido. Abri a porta junto com um bocejo e encarei e sorridentes. Acho que a noite deles foi tão boa quanto a minha. olhou pras minhas roupas super estilosas e gritou:
- DIZ QUE VOCÊ E O NÃO FIZERAM NADA DE PORNOGRÁFICO NA FRENTE DOS MEUS FILHOS!


Ainda na hora da saída não parávamos de rir. Senti um puxão enquanto me dirigia à liberdade (lê-se: saída da escola). Eu e o ‘puxador’ estramos numa sala vazia e ele me soltou. Olhei pra frente e dei de cara com Dougie. Ele me abraçou e disse:

- O que houve com você, pequena? – perguntou acariciando meus cabelos. Meus olhos arderam. Ah, não! Chorar agora não!

- Não... não... não... se... sei... – terminei de ‘falar’ isso e desabei em lágrimas. Ele me abraçou mais forte e suspirou.

- Você descobriu, não foi? – me soltei dele. O QUÊ?! Comecei a ficar vermelha, dessa vez de raiva.

- COMO ASSIM, DOUGLAS POYNTER?! – gritei e ele se afastou assustado. Levantou as mãos se rendendo e disse.

- Na... Não... É... É... Culpa minha! É... É... Mais forte... Que eu! – ele disse gaguejando.

- ENTÃO VOCÊ TRAI A SUA NAMORADA E NÃO É CULPA SUA?! – gritei e ele se afastou mais.

- O banheiro me chama e eu... CALMA AÊ, como assim trair sua namorada?!

- NÃO SE FAÇA DE DESENTENDIDO, POYNTER!

- Mas eu não te traí! – ele se aproximou. Corajoso, não?

- VOCÊ ACABOU DE CONFESSAR!

- Eu pensei que você tivesse descoberto outra coisa... Achei que você estava brigando comigo por causa do meu problema de... – ele parou de falar e eu fiquei esperando Dougie computar, mas ele não o fez. Acalmei-me um pouco.

- Eu nunca brigaria com você por isso! Seja qual for o seu problema, pequeno. – ele se aproximou e me abraçou forte de novo.

- Ah, pequena, eu te amo tanto... – ele disse e me apertou ainda mais. – Mas porque você achou que eu tinha te traído? – eu suspirei.

- Porque eu vi você todo se jogando pra cima daquela loira siliconada semana passada!

- Ah, a Hannah Tointon? [n/a: HAUSHAUSHUAHSUASHU! TOINTON! HAUSHAUSHUASHUASHUAS!] – ele disse fazendo cara de nojo. – Ela se joga em cima de mim desde que começamos a namorar! Parece um chiclete! Daqueles muito ruins!

- Ah, eu sabia que você não tava me traindo! – rimos e ele deu um beijo em minha testa. – Eu só queria te testar... – eu disse mostrando a língua.

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo XI –

“Ela agora é sua amiga e você tá com dor de barriga...


Depois do ataque da , disse à ela que hoje ela ficaria com meus filhos. Ela perguntou se eu ia fazer outro, vive me falando “Não disse que você ia ter uma creche particular?”, mas isso a gente abstrai... Acordei as crianças, arrumei as mochilas e despachei todas. Ufa, que alívio. Deixando claro que eu amo os meus filhos.
Preparei um café da manhã bem forte! Subi e abri a porta. A cama estava vazia e o chuveiro ligado. Sorri maliciosa e tirei a camiseta. Entrei no Box e meu marido virou pra mim sorrindo maroto.
- , querido, acho que você perdeu suas boxers. – disse e tirei as boxers, jogando-as longe.


Ficamos abraçados por um bom tempo e algo me importunava.

- Dougie, que problema é esse que você tem? – perguntei desencostando a minha cabeça do seu peito e o encarando. Ele suspirou pesadamente. – Tudo bem se você não quiser me contar... Acho que acima de tudo somos amigos, não?

- Yeah! – Ele disse sorrindo. – Você é como uma irmã pra mim!

Tudo ficou quieto. Depois de um bom tempo percebemos como nos tratávamos. Olhávamos diretamente nos olhos um do outro. Tudo ficou tão claro pra mim. Amava Dougie. Muito, muito! Como nunca amei ninguém antes. Mas esse amor tão forte que eu sentia por ele, era amor de amigo, amor de irmão. Acho que ele também percebeu isso. O olhar dele era confuso.

- Eu... Eu... Eu... – ele tentou dizer, mas de nada adiantou. Todas as palavras já tinham sido ditas por nossos olhares.

- Ah, Dougie... – eu sussurrei e o abracei mais forte do que nunca.

- ... Eu... – ele tentou dizer novamente. – Você foi a melhor namorada que eu já tive! – ele disse e lágrimas saíram desembestadas pelo meu rosto. Sorri pra ele e afaguei seus cabelos.

- E você é o melhor irmão do mundo! – rimos e saímos abraçados. Senti-me bem melhor, mais simples, mais feliz!

Estávamos deitados na cama, comendo o café-da-manhã. Expliquei pro o que eu fiz pros nossos filhos evaporarem.
- Ah, gostei da idéia da .
- Você tá maluco, ! Acha que eu sou uma máquina? – eu disse e depois gargalhei. Ele riu também e me beijou. A bandeja do café da manhã voou longe e quando ele começou a beijar meu pescoço eu disse:
- Ok, a gente pode fazer mais uns cinco...


...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo XII –

“Quando ela quer saber seu problema e o banheiro é sempre o tema...


Uma semana se passou desde que eu e Dougie nos “resolvemos”. Em todos os recreios , , e sumiam e me deixavam sozinha. Dougie e vinham sempre lanchar comigo, graças a Deus, porque se dependesse das minhas “AMIGAS”, eu ficaria aqui sozinha na cova dos leões.

Dougie e eu agíamos tão normalmente que eu me perguntei diversas vezes o porquê de um dia termos namorado. Somos mais grudados agora que somos amigos e só nessa semana, Dougie já “pegou” umas dez garotas daquelas chatas, loiras e selecionadas. Ele diz que elas são irritantes, mas ele mantém a boca delas ocupada.

Durante esse tempo eu nem olhava direito pra cara do e toda vez que ficávamos sozinhos ou muito perto eu ficava da cor de um pimentão. Deus, o que está acontecendo comigo?!

Mudando de assunto, eu estou bolando um plano pra saber o problema do Dougie. e somem toda hora, então fica impossível de tirar algo deles. Dougie não vai contar pra mim. Ele diz que eu sou uma menina e que eu não vou nem querer saber. MAS EU QUEEEEROO!

Minha única esperança é .

Mas qual será maior? O meu medo ou a minha curiosidade?

O sinal bateu e eu acordei das minhas divagações.

saiu correndo seguida por . Aposto como elas foram pra sala do e do . Por que não seguí-las? Sai correndo e quando cheguei lá só encontrei . Dougie jogava um charme pra uma menina lá. Putz, não sabia que teria que enfrentar tão cedo.

- Oi! – ele disse alegre me dando um abraço daqueles que só ele sabe me dar. Ficamos assim por um bom tempo. Só nos separamos quando ouvimos um barulho de desentupidor de pia e Dougie se despediu da menina.

- Deus! Essa daí foi uma das piores! Ela me falou que era descendente da coroa. – ele começou dizendo. – Ai eu perguntei de quem e blá, blá, blá... – ele parou um tempo e ficou olhando pra frente. – Ai, ela me disse que era neta de Dom Adolf Hitler, o melhor rei da Inglaterra.

Eu e quase nos mijamos de tanto rir. Dougie riu um pouco, mas de repente ele parou e arregalou os olhos.

- Preciso ir... – ele começou.

- Ao banheiro! – eu e completamos e caímos no chão de tanto gargalhar, enquanto Dougie corria em direção ao banheiro masculino. Ainda ficamos rindo por um bom tempo e depois que paramos ficamos ali, sentando no chão nos encarando sem nem piscar. Resolvi quebrar um pouco o clima.

- Er... Esperamos por ele?

Sai do banho e vi duas caixas em cima da cama. Uma grande e uma bem menor. Sorri e abri a primeira. Deus! É o melhor vestido, o mais bonito, o mais perfeito que eu já vi em toda minha vida. Era vermelho, frente única e ia até a metade da coxa. Dica: Case com um componente de alguma banda de rock famoso e rico! Se bem que quando eu casei, ele nem era tão famoso... Dica II: Case com um homem que ficará rico no futuro. Dê o seu jeito, contrate uma vidente, sei lá... No meu caso foi porque eu o amava mesmo, mas tome cuidado com as pessoas que você ama! Ok, abstrai tudo isso que eu falei.
Na caixinha menor havia um colar de diamantes e rubis M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O. Dica III: Siga as dicas anteriores.


...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo XIII –

“Quando ela ‘tá apaixonada e não pode fazer mais nada...


- Aham! – ele disse rindo pra mim. – Mas, eu conheço o Dougie e ele vai demorar, se você quiser pode ir e eu...

- Eu fico aqui com você! – o interrompi e sorri pra ele. deu a volta e sentou-se ao meu lado. Aquele cheiro dele entorpeceu minha mente e eu fiquei em transe. Ele passou o braço pelos meus ombros e eu encostei a cabeça nos ombros dele. Não sei o que me levou a fazer isso. Eu só fiz.

Por isso que eu tenho tanto medo do . Por que ele faz isso comigo? Por que essas coisas estão acontecendo dentro de mim? E porque diabos esses grilos não param?!

Eu levantei depressa com medo de mim mesma. Se isso continuar, eu ia acabar fazendo uma loucura! Dougie chegou e eu quase beijei os pés dele. Ele sorriu constrangido e eu lembrei de perguntar pro sobre o problema de Dougie! Droga! Aquele garoto me faz esquecer tudo!

Desci as escadas devagar observando o ambiente. estava de costas pra mim e usava um smoking. Ele colocou velas por todos os lugares da sala, mas não as acendeu. Parecia que segurava algo. Virou pra mim. OMG! Desculpa se o meu marido é gostoso! Sorri maliciosa pra ele e retribuiu. Segurava um buquê de rosas vermelhas. Desculpe se meu marido é romântico! Fui até ele e dei um selinho. Ele me deu um beijo no pescoço quando nos abraçamos e depois me puxou até a porta. Quando abrimos, demos de cara com Dougie.
- Posso usar o banheiro?!


Nem comi direito no almoço daquele dia. Nem comi direito no almoço de todos os dias da semana. Até do mês! Eu não parava de pensar nele. Mas eu não podia! Não sabia por que não podia, mas não podia. Era estranho quando estava com . Eu ficava estranha, meu estômago virava uma gelatina e meu coração batia a 15234698275436897 por hora. Isso não podia ser coisa boa, certo?

Mais um mês se passou e eu, e quase não víamos os meninos. Eles estavam gravando alguma música pra lançar nos rádios de Londres e a gravadora era do outro lado da cidade. As meninas diziam que estavam em crise de abstinência. Doidas. Eu sentia falta das gargalhadas que eu e o Dougie dávamos. Eu... Sentia falta... dele!

MUITO!

Muito mesmo!

Dois meses se passaram e os meninos apenas ligavam às vezes pra mim. Eles já tinham gravado umas dez músicas acho e eu falei com todos. e só queriam saber das meninas, mas dava pra rir um pouco. Dougie e eu só falamos besteira e ríamos e ... Bom, o não falava comigo. E cada vez que eles ligavam, eu explodia de esperança, achando que ele falaria pelo menos um “Oi” e cada vez que isso não acontecia, eu chorava.

Eu estava presa a ele. Eu vivia todos os dias esperando que ele me ligasse de repente ou que ele aparecesse na minha porta.

Eu amava ficar lembrando dos momentos que tivemos, amava o cheiro dele, os gestos, os sorrisos... PQP, EU AMO !

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo XIV –

“Quando o ciúme ataca e ela ‘tá mesmo apaixonada...


Eu não podia acreditar naquilo. Eu estava começando a achar que o Dougie formava uma sociedade secreta com meus filhos pra impedir que eu e meu marido ficássemos sozinhos em casa.
- POR ACASO VOCÊ FOI DESPEJADO?! – falou e começou a alterar a altura da voz.
- Não é isso... É que... – Dougie começou a falar e a mexer as pernas em uma dancinha estranha. riu baixo e fez sinal para que ele entrasse. Já tinha estragado a noite mesmo. Cheguei perto do meu marido e sussurrei:
- Eu acho que ele tem uma tara pelo nosso banheiro!


Eu precisava ao máximo não encontrar com ELE. Eu aposto que se ele chegar em mim eu fico, só que eu vou ser apenas só mais uma na longa lista dele e eu definitivamente não quero isso. Eu quero ser a única na vida dele. Olha o que eu tô falando.

Na hora do intervalo, não tive escapatória e acabei encontrando ele. e estavam tão felizes de verem os meninos que nem sumiram e resolveram ficar com a gente.

conversava com enquanto distribuía beijinhos no rosto dele.

- E quando que nós iremos conhecer a tão famosa Olivia? – mal acabou de falar o nome da garota e levou um tapão na cabeça da . Isso fez com que todos rissem.

- Ela é gostosa, ? – Dougie se pronunciou e fez se emburrar.

- É sim, mas não é pro teu bico, Poynter.

QUEM DIABOS É OLIVIA?! Eu não gostei nem um pouco dela e olha que nem a conheço.

Esperamos durante uma hora mais ou menos. E, é claro que durante esse tempo, ele amassou muuito o meu vestido, enquanto eu amassava muito o smoking dele! Dougie desceu envergonhado. No fundo, bem no fundo, mas bem lá no fundo mesmo, eu tenho pena dele. Passou pela sala quieto, olhando pro chão, abriu a porta e quando ia sair, disse:
- Er... Desculpa... E... Bonito vestido, ! – fechou a porta e saiu correndo.
Vi que ficava vermelho.
- Agora a gente perdeu a reserva que eu fiz no restaurante! – ele disse. Eu sorri pra ele e comecei a beijar seu pescoço. O blazer já estava jogado do outro lado da sala e eu comecei a desabotoar a sua camisa, beijando, lambendo, chupando cada parte do corpo livre dele. Ele desceu o zíper do meu vestido e eu aproveitei e sussurrei no seu ouvido:
- Tem certeza de que você quer mesmo jantar agora?! – ele não respondeu e me jogou no sofá se deitando por cima de mim.


...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo XV –

“Quando ele te chama de gostosa e seu cocô vai direto pra fossa...


Resolvi mostrar que era bem melhor que ‘essazinha’ aí pra todos eles e eu faria surpresa até pras minhas amigas. Cheguei em casa e abri meu armário. Ok, as roupas estavam decentes e comportadas demais. Pequei uma tesoura e senti a mesma sensação que a Nazaré da novela sentia. Comecei a cortar as roupas e dei um sorriso ao vê-las. Agora era esperar até o dia seguinte para ver a reação de todos.

No dia seguinte coloquei uma saia um pouco acima da coxa – é, no meu colégio só é obrigatório o uso da camisa do uniforme – e uma das camisas do colégio que eu havia cortado.

Cheguei no colégio e senti os olhares masculinos em cima de mim.

- ? VOCÊ É A MALUQUINHA QUE AMA ROSA E TEM MANIAS DE PATY?! – arregalou os olhos e começou a gritar. passava pela gente e segurou o braço dela, fazendo-a parar na minha frente e gritar também.

- A SUA CASA FOI ASSALTADA E ROUBARAM TODAS AS SUAS ROUPAS E VOCÊ PRECISOU PEGAR AS DA SUA VIZINHA DE CINCO ANOS?! – a imaginação da estava bastante fértil.

- Tá, ok. Não teve graça, palhaças! – nesse momento as duas começaram a rir que nem duas hienas que acabaram de inalar gás do riso. E, pra melhorar a situação, vinha andando a trupe mais engraçada do colégio. , e conversavam animadamente sobre alguma coisa que eu não entendi. Foi só e verem as meninas – que agora riam sentadas no chão – que correram até elas. , por sua vez, parou do meu lado e sussurrou.

- , você ‘tá muito gostosa... E belas coxas.

Eu corei... NÃO, , NÃO! Eu respirei fundo e virei devagar. Sorri marota e ele aumentou o sorriso dele. Pisquei e abracei-o. Ui! Beijei o lóbulo de sua orelha e sussurrei do modo mais provocante que pude.

- Obrigada, querido... – HO! Ele tremeu e eu senti a respiração dele no meu pescoço. Ah, QUERO VER AGORA, DONA OLIVIA! Depois de um bom tempo de vários dias ensolarados, nos soltamos e eu fiquei tonta com a nossa proximidade. Ele se aproximava mais e mais e eu senti um arrepio na minha espinha. Estávamos com os narizes colados e quando ele se aproximou mais ainda...

- Onde ‘tá o Dougie? – perguntou . Eu quase arranquei a cabeça dela. Por que ela não fica quieta beijando o ?! Eu voei longe quando ela gritou e fiquei mais vermelha que um tomate amassado. Sorri envergonhada pro que também estava vermelho e ficamos nos encarando assim até o sinal bater. As meninas me puxaram pra sala enquanto eles iam à direção oposta. Olhei pra trás e apenas pude ver a bunda de , que era muito bonita, a propósito...

Eu perdi a conta de quantas vezes a gente fez aquilo. No sofá, na cama, no quarto de hóspedes, no banheiro... Enfim, a gente explorou todos os cantos da casa. Filhos elétricos, que não param nem um pouquinho... Comentei com que achava que todos eles eram frutos de rapidinhas.
Estava deitada na cama cochilando quando chegou no quarto com um pote de morangos e com uma panela de chocolate quente numa mão e na outra uma garrafa de champanhe com duas taças. Estava só de boxers... Já comentei que o meu marido é gostoso?


...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo XVI –

“Quando seu amigo descobre tudo e seu sentimento fica ainda mais profundo...


Uma semana se passou e, todas as vezes que eu encontrava o , nós ficávamos apenas nos olhando e olhando. Juro que se em todas essas vezes nós estivéssemos sozinhos, eu agarrava ele aonde quer que fosse.

Será que ele gosta de mim? Ele precisa gostar! Se não eu morro.

Cada vez que eu o vejo parece que o que eu senti por ele cresce ainda mais. Mas e se ele só estiver brincando comigo?

Precisava pensar. Pensar muito. Quando cheguei ao colégio naquele dia, tentei me camuflar pra não ser vista por ninguém. Senti que alguém me observava, mas acho que foi só excitação do momento.

Sentei no corredor de trás do colégio. Ninguém mais passava por lá. Suspirei e fechei os olhos. Deus, eu não sabia mais o que fazer da minha vida! Eu estava perdidamente apaixonada por e ainda não sabia qual o problema do meu melhor amigo.

De repente senti alguém se sentando do meu lado e suspirando pesadamente. Ele passou o braço por meus ombros e perguntou calmo:

- O que houve com você, pequena? – encarei Dougie e ele sorriu preocupado. O sinal que anunciava a primeira aula tocou, mas não ligamos pra isso.

- Eu... eu não sei mais o que fazer da minha vida! - pronto, isso foi o estopim pra eu me derrubar em lágrimas nos braços de Dougie.

- É o , né? – ele perguntou. O QUÊ!? COM OELE SABE DISSO?! Quer dizer, o Dougie só fica no banheiro o tempo todo! Eu o encarei impressionada. Ele riu e beijou o topo da minha cabeça.

- Te conheço, pequena... – eu ri e o abracei mais forte. Finalmente arranjei alguém pra conversar!

Já amanhecia quando e eu paramos e ficamos conversando. Ele estava deitado sobre mim e não parava de me olhar. Estávamos conversando por olhares e de vez em quando ríamos. Baguncei os cabelos dele e entrelacei nossas mãos. A cada dia eu amo cada vez mais! Apaixono-me por cada gesto, cada olhar diferente. Às vezes acho que posso explodir de tanta felicidade por ter o homem que eu mais amo no mundo só pra mim.

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo XVII –

“Quando seu ele te ama de verdade, e você explode de felicidade...


Nos dias seguintes, eu e Dougie sumíamos no recreio. Todo mundo deve ter pensado que queríamos relembrar os velhos tempos. Mas não é isso, ok? Sou uma menina de respeito e não sou como as sem cérebro que ele sai.

É que agora eu converso com ele sobre coisas femininas. E tem vezes que ele me surpreende e acho que ele é gay.

Tomara que o pense que eu e Dougie temos algo.

TIVE UMA IDÉIA. Só que eu ia precisar da ajuda da e dos contatos super gatxênhos dela.

Conversei com ela sobre isso e ela disse que tinha o amigo perfeito. Nem perguntei muito sobre ele, afinal cavalo dado não se olha os dentes.

Ela me apresentou pra ele e bem... Ele não era um exemplo de beleza, mas é só colocar um saco na cabeça dele e deixa um buraco na boca que tá tudo resolvido. Não que ele fosse chato, muito pelo contrário, mas na minha cabeça eu não conseguia colocar a idéia de beijar um outro garoto que não fosse aquele que dominava todos os meus sonhos. O nome dele era Frederico, só que todos o chamavam de Fred e muitas meninas juram que ele parece com o vocalista dos Strokes.

Na hora do intervalo, fiquei conversando com ele e tentando sempre me desvencilhar quando ele chegava muito perto. O sinal bateu e ele me convidou pra sair. Sugeri um pub que os meninos sempre iam.

Sexta havia chegado e, junto com ela, o meu encontro com o Fred. AH , OLHA O QUE EU FAÇO POR VOCÊ!

E eu precisava da ajuda da minha aliada número dois... A ! Ela ficou encarregada de fazer com que os meninos (lê-se: ) fossem para o pub naquela noite. E ela conseguiria, e saca só a conexão... MANDA NOS MENINOS E A MANDA NO , portanto meu plano genial tinha tudo pra dar certo.

Eu estava lá com o Fred quando os meninos chegaram e fingi que nem tava os vendo. Só que meus sentidos são aguçados e eu pude perceber que alguém se aproximava. Fred passou um braço pelos meus ombros e foi aproximando seu rosto do meu. Eu fechei os olhos e...

Acordei antes dele e fiquei abservando-o dormir Como ele ficava indefeso daquele jeito.
Desci e vi que as crianças ainda dormiam. Fui até a cozinha e vi as panelas e o liquidificador. Me senti de volta aos quinze anos e nas festas de pijama com as meninas.
Fiz várias panquecas e as coloquei em cima umas das outras em duas colunas. Estava a réplica do World Trade Centre. Peguei a geléia e escrevi por cima de tudo “EU TE AMO” e completei com “You made my life worthwile.” Voltei pro quarto e deixei o prato do lado dele. Naquele dia completavam quinze anos desde o nosso primeiro beijo.


Escutei um ‘POW’ e vi o Fred caindo da cadeira. Olhei pra onde vinha o soco e vi o . Ele segurou meu braço e começou a me puxar. O que ele ta fazendo? Não parece que ele vai parar e me explicar tudo direitinho. Aliás, não parece que ele vai parar. Dude, acho que ele quer chegar lá no Japão. Vamos o fazer parar!? Eu parei de andar (lê-se: ser arrastada pro Japão) e soltei um suspiro:

- Ai! – eu disse e acho que ele não ouviu. – AI! – ele parou. Yeah! – Vo-cê ta me machucando...

Acho que só agora ele percebeu que ainda estava andando. Ele arregalou os olhos e soltou meu braço. Pegou o braço novamente e começou a fazer carinho. Ah, não faz assim que eu gamo... Ok, pode fazer que eu já gamei mesmo.

- Desculpa... Por favor, desculpa, desculpa. – e continuou fazendo carinho. Eu joguei a cabeça pra trás e fechei os olhos. Deus, o mais leve toque dele era bom. Bom DEMAIS.

Puxei todas as forças que tinham dentro de mim e abri os olhos. Coloquei as mãos no rosto dele e fiz me encarar. Acariciei a bochecha dele e agora foi ele quem fechou os olhos. Deus, ele é muito lindo!

- O que houve, ? - perguntei com a voz mais compreensiva que eu tinha.

Ele não disse nada e abriu os olhos. Novamente nos encaramos por séculos. Minha mão continuou com o carinho em seu rosto. Ele suspirou e entrelaçou nossas mãos [a minha que estava parada] e aproximou nossos corpos. Eu tremi. Dude, isso é tortura! Chegou ao ponto de que nossos corpos estavam tão colados que parecíamos um só. Nossos narizes roçaram e continuávamos nos encarando. Os olhos dele brilhavam pra mim. Só pra mim. Mas ai ele fechou os olhos e eu tremi ainda mais. Parecia uma vara na ventania. Nossos lábios se encontraram e uma eletricidade surreal perpassou por todas as extremidades do meu corpo. Ficamos por eras só assim com os lábios encostados. POW, AJE !

Dude, acho que ele ouviu meus pensamentos! Devagar, ele entreabriu seus lábios e eu fiz o mesmo. Ele sugou meus lábios como se fossem água no deserto. E eu correspondi a altura, claro. Beijávamo-nos como se fosse o último dia antes do fim do mundo. Dependíamos disso pra nossa própria sobrevivência. Meu coração batia mais forte do que já bate em toda minha vida! Soltamos nossas mãos e elas se puseram a explorar o corpo um do outro. Uma das minhas mãos seguraram fortemente seus cabelos quando sua língua pediu passagem por meus lábios. Deus, meu corpo que já estava em chamas entrou em combustão. Deixei a língua dele invadir minha boca e dominá-la assim como ele fazia com todo o meu corpo. Nossas língua se encontraram como se já se conhecessem há anos, se encontraram como se por toda vida estivesse esperando por isso. Nossos pulmões estavam gritando por oxigênio e ele diminuiu o ritmo do beijo. Quando nossos lábios se separaram, ele ainda ficou me dando leves selinhos. Nossos narizes voltaram a roçar e abrimos os olhos quase ao mesmo tempo. Eu sorri como nunca havia sorrido antes. Entrelaçamos nossas mãos novamente e eu sussurrei.

- O que foi isso? – ele riu e me deu um longo selinho.

- Um beijo. – respondeu ainda rindo. – Um beijo MUITO bom. – sorriu malicioso. Deus, eu podia agarrá-lo de novo agora mesmo. Mas não, tenho perguntas.

- Mas... Mas... Por quê!? – ele suspirou.

- Sabe, é normal se fazer isso quando duas pessoas se amam. Elas se amam, se beijam, se... você sabe! – ELE ME AMA!? O QUÊ!?

- VOCÊ ME AMA!? – eu perguntei, arregalando ainda mais os olhos.

- Claro! Pensei que você tivesse percebido. – ele disse fazendo cara de “Isso é óbvio, não?”

Eu não disse nada, simplesmente agarrei .

...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo XVIII –

“Quando você quer descobrir, mas só consegue rir...


Cheguei em casa saltitante e fui procurar . As crianças dessa vez estavam com e . Desci até o porão e ele estava lá tocando. Sorri e fiquei o observando até ele sentir minha presença e virar-se pra mim. Sorriu e, como sempre, ficamos nos encarando sorridentes. Me aproximei devagar e nos beijamos.
- Tenho uma surpresa! Me encontre hoje no nosso restaurante predileto, às oito da noite. NÃO SE ATRASE, ! Vou ficar a tarde inteira na casa da .
Dei um último longo beijo nele e sai cantarolando pela casa.


Continuamos nos beijando por um bom tempo quando ouvimos um barulho e entramos na primeira porta que vimos pela frente. Acho que era um banheiro. Ele pegou na minha cintura e me sentou na pia, ficou entre minhas pernas e continuamos.

Depois de alguns minutos, ouvimos a porta sendo escancarada e vimos um pálido e estático Dougie nos encarando. Ele tinha suas mãos na barriga, olhos arregalados e boca levemente entreaberta e a sua calça estava no meio dos joelhos. Deu um sorrisinho e disse logo depois de sair correndo.

- Vou procurar outro banheiro...

Rimos e continuamos a nos beijar. Dessa vez, mais calmos, aproveitamos cada mínimo detalhe um do outro. Após um tempo, paramos um pouco e ficamos conversando.

- , amor... – ele entreabriu um sorriso de orelha a orelha nessa parte – Fala a verdade. Qual o “grande” problema do Dougie!?

- AAAH! – ele disse fazendo cara de esperto. – Já descobri tudo! Você ficou comigo só pra descobrir o troço do Dougie! – ele disse apontando o dedo pra mim.

Eu desembestei a rir igual a uma galinha D’Angola.

- É... HUAHAUHAUHAU... Real... Mente... – eu respirei fundo. – Quem iria ficar com um garoto tão feio, horrendo, que toca e beija mal como você? É um absurdo! HUAHAUHAUHAU! – eu já estava rolando no chão de tanto rir. Ele estava tentando se segurar, mas quando eu caí no chão ele desatou a rir e “tentou” falar.

- Nem... HUAHAUHAUHAUA... Tem... HUAHAUHAUHAUA... Graça! – não? Então, por que você ta rindo igual a uma gralha do meu lado? Com esse pensamento eu ri mais ainda. Ficamos rindo por um tempo, mas quando nos encaramos novamente, voltamos a nos beijar. Putz, isso é muito bom!

Do lugar onde eu estava dava pra ver quando ele entrou. Ah, ele tava tão lindo! De camisa social, desabotoada nos primeiros botões e o cabelo molhado caindo pelos olhos. Cara, eu sou muito sortuda! Ok, ele estava atrasado e vai levar uma bronca, mas ele é muito gostoso! Ele sentou e me olhou com uma cara de por-favor-não-me-mata-eu-te-amo. Sorri pra ele e ele suspirou aliviado.
- Dougie apareceu lá em casa, queria ir...
- No banheiro? – ele confirmou rindo. – Tudo bem, à noite você me compensa. – pisquei pra ele e rimos.


...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”



• Capítulo XIX –

“Quando eles vivem felizes eternamente e Dougie usa o banheiro deles sempre...


Acho que já estávamos há séculos dentro daquele banheiro. Dougie já tinha aparecido umas cinco vezes! E, em todas elas, nós rimos igual duas hienas no cio. Mas sempre voltávamos a nos beijar. E ai... Dougie aparecia.

- Qual o problema desse nanico!? – exclamei exasperada na oitava vez que ele apareceu, com o cabelo mais bagunçado do que nunca e com as calças no joelho de novo. riu e me abraçou pela cintura de modo que ainda pudesse me olhar. Ele deu um beijo na minha testa e sorriu pra mim. Aço que eu nunca vou me cansar dos beijos dele. São viciantes, dude!

- Pensei que ele tivesse te contado, princesa... – OOOOWN! Que fofo! Ele me chamou de princesa! Eu apertei as bochechas dele e dei um leve selinho.

- Falou! Por isso eu estou desesperada em descobrir o que é! – eu disse e ri da cara de coitado dele. Rimos e nos beijamos.

- Ele tem SDC!- Hã? Muito esclarecedor. Obrigada! Eu fiz uma expressão que eu não sei decifrar.

Ficamos rindo novamente. Eu estou extremamente feliz. Acho que a minha vida toda esperei por alguém como ele.

- Síndrome da Diarréia Crônica! – ele disse intelectualmente.

- HAUHAUHAUAHUAHAUHAUHAU! – ri igual a uma doida enquanto ele me encarava sério. Eu parei. – Oh, Deus, é verdade!

Ele confirmou e eu me senti uma idiota por não ter percebido antes.

Tudo bem, nós rimos e voltamos a nos beijar apaixonadamente.

Depois do jantar, fomos direto pro London Eye. Estava aberto nas noites de inverno daqui. Entramos numa cabine vazia, o movimento estava fraco há essa hora. Eu respirei fundo e bateu a insegurança. Será que ele ia ficar bravo? Será que ele ia brigar comigo?
Tudo voou da minha mente quando ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço. é o ar que eu respiro. Suspirei e disse de uma vez só:
- Estou grávida.


Saímos do banheiro finalmente e fomos em direção para onde os outros estavam no pátio, que já estava vazio há essa hora. Quando chegamos perto do balcão, Dougie estava lá, fazendo uma dancinha ridícula pra , pra , pro e pro . Ele virou pra gente e começou a bater palmas igual a uma foca. Pior foi quando ele começou a cantar.

- A TÁ DIFERENTE! TÁ, TÁ DIFERENTE! FOI, FOI ELE SIM! FOI O QUE FEZ ELA FICAR ASSIM! – eu fiquei mais vermelha e quente que o Sol. apertou minha mão e riu. Eu me recompus e disse com cara de má.

- Cala a boca, nanico, que eu já sei seu segredo diarréico! – pisquei pra ele e nós sete rimos! Acho que nunca estive tão feliz em toda minha vida.

Ele me abraçou por trás e, mesmo depois de anos, eu me arrepiei com a respiração dele em meu pescoço.
- Daniel e Julia estão na faculdade. James e Lara saíram com os amigos e Anne e Fred levaram as gêmeas pra escola... A casa é toda nossa! – ele exclamou, eu me virei e nos beijamos longamente. Eu já tirava a camisa dele, quando ouvimos a campainha. xingou baixinho e fomos atender a porta.
Dougie nos olhava pálido e com a calça já abaixada até os sapatos. Ele exclamou com a voz esganiçada e desesperada.
- BANHEEEIROOOO!


...DIARRÉIA, DIARRÉIA!”





FIM



N/A:
Primeiramente, a gente tem que agradecer à Talita. Afinal, essa obra de arte é pra ela. Tata, te amamos tanto que uma pequena fic é muito pouco pra demonstrar isso.
Agradecemos a todos os nossos professores. Todos meeesmo. Porque não teve uma única aula em que não escreviamos a fic. Oras, não é nossa culpa se a inspiração só vinha quando algum professor falava sobre força de atrito cinética ou a vinda da corte portuguesa para o Brasil.
A todos os nossos coleguinhas de classe que todos os momentos nos perguntavam o que estávamos escrevendo irritantemente e ainda falavam: "É aquela tal de foc, fac, flip, fib...". Realmente "fic" é uma palavra muito complexa.
À Talita novamente, pelas milhares de folhas que pedimos emprestado pra ela, pra poder escrever a fic. :)
Agradecemos a nossas mentes brilhantes que deram a inspiração pra essa fic.
Aos lindos, maravilhosos, perfeitos, gostosos, hots... Danny, Tom & Harry. Vocês ocupam nossas mentes 99,9% de nosso tempo, sendo que 0,1% do nosso pensamento é ocupado pelos nossos sonhos de conhecer vocês.
E, principalmente, ao Dougie. Não, o pequeno Douglas não é o fave de nenhuma de nós duas, mas com uma simples e singela música ele conquistou nossas mentes e elas foram trabalhando até sair essa perfeição de fic. Douglas, todas nós sabemos o quão dificil é quando temos diarréia.

E muito obrigada a vocês que leram nossa fic. Esperamos que vocês gostem e que não achem que foi uma perda de tempo ler essa budega. Amamos vocês profundamente.

Beeeeeijos :*

Mari Ligia


Propagandas:
You Don't Need Me, da Luka
Só Tua Presença, da Tata Jinkings





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